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MACHADO DE ASSIS E DANTE ALIGHIERI:
DUE FEDELI COMPAGNI DI VIAGGIO
Francesca Barraco Torrico – U.S.P.
A saudosa Beatriz, a antiga amada,
A mão lhe estende e guia o peregrino
E aquele olhar etéreo e cristalino
Rompe agora da pálpebra sagrada
Machado de Assis[1]
Resumo: Joaquim Maria Machado de Assis tinha uma predileção especial por tudo o que era italiano
e isto nota-se sobretudo pelas referências a Dante Alighieri. O “Sumo Poeta” foi para ele um fiel
companheiro de viagem, quase um objeto de culto e de estudo durante toda a sua vida.
Palavras-chave: Machado de Assis; Dante Alighieri; Citações dantescas.
Già dalle sue prime composizioni, in cui usa parole ed espressioni italiane, possiamo
constatare che Machado de Assis amava l’Italia e aveva una particolare predilezione per tutto ciò che
era italiano e questo risulta evidente soprattutto dai riferimenti a Dante Alighieri.
Il Sommo Poeta divenne per lui un fedele compagno di viaggio, quasi un oggetto di culto e di
studio per tutta la vita. Sembra, addirittura, che Machado avesse l’abitudine di leggere Dante prima di
addormentarsi.
Lo scrittore brasiliano fa un ricco uso di citazioni dantesche, citazioni che si trovano
dappertutto nella sua opera, dai Versos a Corinna, a A mão e a luva, al Dom Casmurro, al Memorial
de Aires, ai racconti, alle poesie, alle cronache, etc.
Nel Dom Casmurro, ad esempio, nel capitolo intitolato Olhos de ressaca (O.C., I, pp. 842843) Bentinho, perdendosi negli occhi dell’amata Capitu da cui emana una forza misteriosa che
sembra trascinarlo via, pensa che questo amore è una gioia, ma anche un supplizio. Aumentano i
supplizi dei dannati – riflette il giovane – non le gioie dei beati:
Há de dobrar o gozo aos bem-aventurados do céu conhecer a soma dos tormentos que já
terão padecido no inferno os seus inimigos; assim também a quantidade das delícias que
terão gozado no céu os seus desafetos aumentará as dores aos condenados do inferno. (O.C.,
I, p. 843).
e aggiunge ironicamente:
[...] Este outro suplício escapou ao divino Dante [...] (O.C., I, p. 843).
Parlando di una coppia che è stata imprigionata, scrive:
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O famoso casal ficou neste mundo de cara à banda, como há de ficar no outro, segundo a
versão dantesca; là aos adivinhos como Miroli, torcem o nariz para tràs, e os olhos choramlhes pelas costas:
[... ] che’l pianto delli occhi
le natiche bagnava per lo fesso[2]
Nel romanzo Memórias Póstumas de Brás Cubas Machado allude spesso a Virgilio, la guida
di Dante (che chiama Mestre), ad esempio quando dice:
[...] embolsei três versos de Virgílio [...] ( O.C., I, p. 545).
In un altro passo dello stesso romanzo, un vecchio chirurgo, in casa di Sabina, sorella di Brás
Cubas, fa una battuta di cattivo gusto, accennando al prossimo viaggio di Brás con Virgília ed il
marito di questa:
-
Já sei, desta vez vai ler Cícero, disse-me ele ao saber da viagem.
-
Cícero! Exclamou Sabina.
-
Pois então? Seu mano é um grande latinista. Traduz Virgílio de relance. Olhe
que é Virgílio e não Virgília ... não confunda ... E ria [...] (O.C., I, p. 592).
Sempre a proposito di Virgilio, troviamo nello stesso romanzo alcune riflessioni di Brás Cubas
su questo nome:
[...] foi o «virumque» que me fez chegar ao nome do proprio poeta, por causa da primeira
sílaba; ia a escrever «virumque», - e saí-me Virgílio, então continuei:
Vir
Virgílio
Virgílio
Virgílio
Virgílio
Virgílio
Meu pai [...] ergueu-se, veio a mim, lançou os olhos ao papel ...
-
Virgílio! Exclamou. És tu, méu rapaz; a tua noiva chama-se justamente Virgília.
-
Virgília? Mas então era a mesma senhora que alguns anos depois? [...] era
justamente a senhora que em 1869 devia assistir aos meus últimos dias [...] Era bonita,
fresca, [...] Era isto Virgília [...] tu que me lês, se ainda fores viva [...]
-
Tu que me lês, Virgília amada [...]
-
Virgília? Interrompi eu que ...
-
Sim, senhor: é o nome da noiva! [...] Vamos lá, aceitas? (O.C., I, pp. 549-550).
Alla fine Brás Cubas accetta non solo Virgilia, ma anche la carica di deputato, proprio come
voleva suo padre:
[...] Vencera meu pai; dispus-me a aceitar o diploma e o casamento, Virgília e a Câmara dos
Deputados. – As duas Virgílias, disse ele num assomo de ternura política. Aceitei-os. (O.C.,
I, p. 550).
Il padre di Brás Cubas, che spera di vedere il figlio deputato, tesse le lodi della futura nuora:
-
Enfim! Eis aqui Virgília. [...] Quanto à noiva [...] é uma joia, uma flor, uma estrela,
uma cousa rara [...] imaginei que, se casasses com ela, mais depressa serias deputado
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[...] (O.C., I, p. 556)
Brás Cubas è innamorato di Virgília, al di là delle manovre paterne, ma ci sono dei momenti in cui
non la riconosce, in cui gli sembra una perfetta sconosciuta:
[...] Achei Virgília ansiosa, mau humor, fronte nublada. [...] Virgília ... seria Virgília aquela
moça? [...] a pele, ainda na véspera tão fina, rosada e pura, aparecia-me agora amarela. [...]
Virgília afastou-se, e foi sentar-se no sofá. [...]Devia sair ou ficar? [...] encaminhei-me para
Virgília [...] Céus! Era outra vez a fresca, a juvenil, a flórida Virgília. [...]
-
Nunca me viu? Perguntou Virgília, vendo que a encarava com insistência. (O.C., I, pp.
559-560).
Brás Cubas perderà poi Virgília a causa di un uomo che appare all’orizzonte e la cui candidatura a
deputato sembra ricevere piu consensi della sua. Il poveretto non riesce a capire come ha fatto a
perdere Virgília, lui che aveva più numeri e maggiori possibilità dell’altro di diventare deputato. In
seguito a questa delusione, inizia a vivere come un recluso, solo, con i suoi ricordi.
Vivi meio recluso, indo de longe em longe a algum baile, ou teatro, ou palestra, mas a maior
parte do tempo passei-a comigo mesmo. (O.C., I, p. 564)
Virgília, intanto, si sposa e va a vivere a San Paolo, ma un giorno ritorna e i due ex innamorati si
incontrano e finiscono per sentirsi nuovamente attratti l’uno per l’altro. Proprio nel cap. L del
romanzo, Virgília Casada, troviamo una analogia con il Vº Canto dell’Inferno. Nella storia d’amore
di Paolo e Francesca, fu un libro che portò alla perdizione i due amanti, nella storia d’amore di Brás
Cubas e Virgília sarà un valzer a perderli entrambi:
[...] Virgília recebeu-me com esta graciosa palavra: - O senhor hoje há de valsar comigo. [...]
Valsamos uma vez e mais outra vez. [...] Um livro perdeu Francesca; cá foi a valsa que nos
perdeu. (O.C., I, pp. 565-566)
Ballano un valzer e poi un altro e un altro ancora e si ritrovano pazzamente innamorati, proprio
adesso che è loro proibito. Adesso che Virgília è sposata, si ritrovano uniti più di prima:
Agora que todas as leis sociais no-lo impediam, agora é que nos amávamos deveras.
Achávamos-nos jungidos um ao outro, como as duas almas que o poeta encontrou no
Purgatorio
Di pari, come buoi che vanno a giogo[3]
[...] era a nossa sorte amar-nos; [...] Virgília pensava a mesma cousa. [...] Virgília cingiu-me
com os seus magníficos braços murmurando: - Amo-te, é a vontade do Céu. (O.C., I, p. 571)
Tanti anni dopo, quando sta per morire, Brás Cubas rivede l’amata Virgilia accanto al suo letto
di morte:
[...] O que por agora importa saber é que Virgília – chamava-se Virgília – entrou na alcova
[...] (O.C., I, p. 519)
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Quante volte Brás Cubas nomina e parla di Virgília? Tante. Ne parla per tutto il romanzo, o
quasi e quando non la nomina direttamente, fa capire che sta parlando di lei. Solo nella pagina 560,
O.C., I, la nomina per ben nove volte!
Troviamo Virgília nei seguenti capitoli: XXVI – LXXXII – LXXXV – C - CI - CXIV - CXXI
– CXXIX – CXXX. Poi, come tutte le cose della vita, anche l’interesse ed il ricordo della donna
amata vanno scemando sempre di più e già nel cap. CXVI, Filosofia das folhas velhas, la nomina
raramente.
Dopo 3 mesi il suo ricordo è sempre più sbiadito. Ne parla ancora nel cap. CXXI, Morro abaixo
in cui, però, tiene a precisare: “a lembrança de Virgília aparecia de quando em quando...” e poi di
nuovo nel cap. CXXX, Para intercalar, quando la rivede ad un ballo e la trova più matura, ma sempre
bella, anzi magnifica. La rivede ai funerali del marito di lei, nel cap. CL, Rotação e Translação e nel
cap. CLII, A moeda de Vespasiano. Brás Cubas è veramente sorpreso per le lacrime sincere che
Virgília versa per il marito. È strano – pensa – perchè quando lo tradiva con me, lo faceva veramente
ed era sincera anche quella volta. (O.C., I, p. 635).
Nel racconto Tempo de crise, due amici discutono sulla crisi ministeriale in atto a Rio de
Janeiro. Mentre uno racconta all’altro gli ultimi avvenimenti, questi gli risponde, rivolgendosi a lui
come alla guida di Dante:
-
Continua, meu Virgilio.
-
Pois vai ouvindo, meu Dante. (O.C., II, p. 785)
Nel racconto L’Alienista si legge:
O Padre Lopes, que cultivava o Dante, e era inimigo do Coelho, nunca o via desligar-se de
uma pessoa que não declamasse este trecho:
La bocca sollevò dal fiero pasto[4]
Quel «seccatore ...[5]
Mas uns sabiam do odio do padre e outros pensavam que isto era uma oração em latim.
(O.C., II, p. 269)
Ci sono reminiscenze dantesche anche nel romanzo Helena, nel punto in cui lo sconosciuto,
curando la ferita di Estácio, gli dice:
[...] Presumo que é rico. Na abastança é impossível compreender as lutas da miséria [...]
(O.C., I, p. 355)
che ricordano, anche se non con lo stesso significato, le parole di Francesca a Dante:
[...] nessun maggior dolore
che ricordarsi del tempo felice
nella miseria; [...][6]
Nello stesso romanzo, Estácio, come Dante, si trova nel mezzo di una selva oscura, tra la retta via
e la porta fatale di fronte alla quale teme di perdere tutte le sue speranze:
[...] Eram dez horas, e o sol aquecia; ele não deu pelo sol nem pelo tempo. Semelhante ao
transviado florentino, achava-se no meio de uma selva escura a igual distância da estrada
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reta – diritta via [7]– e da fatal porta, onde temia ser despojado de todas as esperanças.[...]
(O.C., I, pp. 357-358)
e, parlando della «fatale porta», nel romanzo A mão e a luva si legge:
[...] aquela porta fechada, que bem podia ser a da città dolente [8][...] (O.C., I, p. 219)
Altre reminiscenze dantesche anche nei primi versi della seconda parte del poema A CristãNova:
Era naquela doce e amável hora
Em que vem branqueando a alva celeste[9]
che ricordano i famosi versi iniziali dell’ottavo canto del Purgatorio:
Era già l’ora che volge il disio
ai navicanti e’ ntenerisce il core
Ci sono riferimenti alla Divina Commedia, a Dante, il «fiorentino» e a Beatrice nella seconda
parte del poema dedicato a Camões:
Quando, transposta a lúgubre morada
Dos castigos, ascende o florentino
A região onde o clarão divino
Enche de intensa luz a alma nublada,
A saudosa Beatriz, a antiga amada,
A mão lhe estende e guia o peregrino,
E aquele olhar etéreo e cristalino
Rompe agora da pálpebra sagrada
Tu que também o Purgatório andaste
Tu que rompeste os círculos do Inferno,
Camões, se o teu amor fugir deixaste ...[10]
Un altro riferimento a Beatrice in Versos a Corina in cui Machado paragona la donna amata da
Dante alla Gloria:
A glória, a melhor glória [...]
é a doce Beatriz, flor e honra do Lácio,
seguindo além da vida as viagens do Dante [...][11]
Ancora un riferimento alla Divina Commedia si trova nel verso finale di Manhã de inverno,
poema che fa parte della raccolta Falenas:
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E a Divina Comédia invade a cena.[12]
Una reminiscenza dantesca si trova ancora nel poema eroicomico in 8 canti, O Almada, dedicato
ad un religioso di Rio de Janeiro, dott. Manuel de Sousa Almada. Nel Canto VIII, parte XII, Machado
ricorre, infatti, ad un verso di Dante per descrivere lo svenimento del religioso:
E caiu como cai um corpo morto.[13]
Ancora citazioni dantesche:
[...] Só a música pode dar a sensação destas ruinas. O verso também pode, mas há de ser
pela toada do florentino, que assim como sabe a nota da maior dor, não menos conhece a
da rejuvenescencia, aquela que me faz crer, nestas sensações de arte.
Rifatto sì, come piante novelle
Rinnovellate di novella fronda ...[14]
Questi versi, Machado li richiama in un passo del Dom Casmurro in cui si rivolge a D. Sancha
con una riflessione sulla vecchiaia solitaria:
Um dia, iremos daqui até à ponta do céu, onde nos encontraremos renovados, como as
plantas novas, come piante novelle,[15]
Rinovellate di novelle fronde.
o resto em Dante. (O.C., I, p. 931.)
Un altro richiamo a Dante:
O pão do exilio é amargo e duro; [...][16]
che ricorda il verso:
Come sa di sale lo pane altrui
Nei Versos a Corina[17] lo scrittore brasiliano usa, come dedica, una citazione presa dal Cap.
XXIII della Vita Nuova:
Tacendo il nome di questa gentilissima.[18]
Un altro importante indizio dello studio del Sommo Poeta da parte di Machado, è l’uso della
terzina, uso poco consueto all’epoca, nella poesia portoghese.
Troviamo terzine nella poesia: No Limiar (O.C., III, pp.192-193) di cui trascrivo le prime due:
Caía a tarde. Do infeliz a porta,
Onde mofino arbusto aparecia
De tronco seco e de folhagem morta.
Ele que entrava e Ela que saía
Um instante pararam; um instante
Ela escutou o que Ele lhe dizia ...
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in: Uma Criatura (O. C., III, pp. 151-152), tranne gli ultimi versi che sono una quartina; Suavi Mari
Magno (O. C., III, p. 161), in cui le prime due sono quartine, la terza e la quarta sono terzine;
Espinosa e Gonçalves Crespo (O. C., III, p. 163), Alencar (O. C., III, pp. 163-164), Lindoia (O. C.,
III, p. 160) che fanno parte della stessa raccolta e in cui segue lo stesso procedimento, quartinaquartina-terzina-terzina.
Machado fa uso della terzina in Ultima Jornada (O. C., III, pp. 142-145) della raccolta
Americanas, che Mario de Andrade definisce “isolada obra-prima” di chiara ispirazione dantesca.
Sono certo – dice de Andrade – che fu Dante con l’episodio di Paolo e Francesca ad influenzare il
poema di Machado e che Machado conoscesse la Divina Commedia non ci sono dubbi, almeno per
quanto riguarda l’Inferno che aveva studiato in modo particolare e di cui aveva tradotto uno dei canti.
[19]
Anche l’immagine principale di Ultima Jornada è la stessa che troviamo nella Divina
Commedia e cioè: i corpi dei due amanti infelici che volano nell’aria. Oltre a ciò, c’è il fatto che
Machado rappresenta le due figure morte, come esseri dotati di corpo e spirito e adotta la divisione
cristiana di Inferno e Paradiso e questo ubbidisce sicuramente alla concezione religiosa dantesca e
non ad una qualunque concezione religiosa. E, infine, notiamo che Machado adotta la strategia
dantesca di far parlare solo uno dei due amanti. Nella Divina Commedia è solo Francesca che parla, in
Machado parla solo il guerriero. In entrambi le coppie, quindi, uno dei due amanti rimane in silenzio,
un silenzio estremamente espressivo che alla fine risulta essere una trovata tragica sensazionale.
Naturalmente ci sono anche delle differenze tra i due poemi: in Dante i due amanti sono buoni,
in Machado sono malvagi, perversi, soprattutto la donna. È la donna, infatti, che abbandona l’amante
e fugge ed è in seguito a questa fuga che il guerriero buono, accecato dal dolore, si trasforma in un
uomo malvagio e uccide la donna. Al contrario, però di Paolo e Francesca, condannati a rimanere
insieme nell’inferno per l’eternità, qui solo il guerriero sarà castigato, mentre la donna, ingrata e causa
della tragedia, rimarrà impunita. Il motivo della scelta di questo giudizio finale non è molto chiaro,
ma questo, si sa, fa anche parte della poesia e dell’invenzione poetica.
Che l’ispirazione per la creazione di questo poema sia venuta a Machado da Dante e dal Vº
Canto dell’Inferno è confermata dalle numerose reminiscenze dantesche che troviamo nel poema,
come ad esempio nel verso iniziale:
E ela se foi nesse clarâo primeiro
che ricorda chiaramente:
Così discesi del cerchio primaio[20]
oppure il verso:
Como um tronco do mato que desaba, tudo caiu
che ci riporta a:
E caddi come corpo morto cade[21]
oppure il verso:
Oh! quanta luz, Oh! quanta doce vida
che ricorda:
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Quanti dolci pensier, quanto disio[22]
e si potrebbe ancora continuare con gli esempi.
Il critico brasiliano, Agripino Grieco, che non ha molta simpatia per Machado e lo dichiara
apertamente:
[...] a minha ligeira antipatia por Machado, que me dá a impressão de ter vindo encanecido
do berço [...][23]
esaminando la testimonianza di Mario de Andrade su Machado de Assis, dice che questi vede in
Última Jornada una delle migliori composizioni dell’artista carioca, anche se:
[...] o pesquisador vê, com admirável argúcia, num dos seus melhores lances, reflexos de
Dante em cinco versos e na adoção da forma dos tercetos, acha êle as Americanas produto
de uma fase de cuidadosa mediocridade [...]. (GRIECO, 1959, p. 222).
C’è in Ultima Jornada - dice Grieco - qualcosa che fa pensare non solo al caso di Francesca,
ma anche a quello di Pia de’ Tolomei, altra vittima del marito. Inoltre, il passaggio degli uccelli che
scuotono le penne in Machado, fa ricordare quello delle colombe che volano con l’ali alzate e ferme,
del Vº Canto dell’Inferno, v. 83.
Grieco, però, non avverte solo la presenza di Dante nella composizione machadiana, ma anche
quella di Victor Hugo, nell’accostamento del cedro al fiore, che si trova già nello scrittore francese e
quella di Vincenzo Filicaia[24] nel verso machadiano: Gentil nasceste por desgraça tua che
assomiglia al famoso verso di Italia, Italia, o tu, cui feo la sorte / Dono infelice di bellezza, ond’hai /
Funesta dote d’infiniti guai... (GRIECO, 1959, pp.220-222).
E, infine c’è la traduzione del XXVº Canto dell’Inferno, fatta dallo scrittore brasiliano, forse la
migliore traduzione di Dante realizzata in lingua portoghese, pubblicata sul Giornale Globo il 25
dicembre 1874.
Poco dopo, nel febbraio del 1875, Xavier Pinheiro pubblicava sullo stesso giornale la sua
versione dello stesso Canto, collocando a fronte l’originale italiano. Lúcia Miguel Pereira ha visto in
questo atteggiamento una tacita accusa di infedeltà rivolta a Machado de Assis.[25]
È difficile capire la ragione per cui Machado scelse, per tradurlo in portoghese, proprio quel
canto, ma probabilmente – come osserva Mario de Andrade – lo scelse perchè era uno dei canti più
strani della Divina Commedia, un canto che lo attirò forse per la presenza in esso di una perfida
fusione di uomini e serpenti.
Abstract: Joaquim Maria Machado de Assis aveva una predilezione particolare per tutto ciò che era
italiano e questo risulta evidente soprattutto dai riferimenti a Dante Alighieri. Il “Sommo Poeta
divenne per lui un fedele compagno di viaggio, quasi un oggetto di culto e di studio per tutta la vita.
Parole-chiave: Machado de Assis; Dante Alighieri; Citazioni dantesche.
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Breve curriculum dell’autrice: Francesca Barraco Torrico.
Laureata in Lingue e Letterature Straniere all’Università di Udine (Italia), ha lavorato negli
ultimi 7 anni presso il Consolato Generale d’Italia in San Paolo, occupandosi dei corsi di Lingua
Italiana, organizzati dalle Associazioni Italo-Brasiliane. Il 17 giugno di quest’anno ha concluso il suo
Mestrado alla USP (Università di San Paolo) discutendo una tesi dal titolo: “ Presenza Italiana
nell’Opera di Machado de Assis e ricezione in Italia dello scrittore brasiliano”, ottenendo la piena
approvazione e la lode della Commissione esaminatrice che ha consigliato la pubblicazione della tesi.
Ama scrivere poesie e favole per bambini. Ha pubblicato diversi articoli per varie Riviste tra
cui: Mosaico, Italianistica (USP), Quaderni (Istituto Italiano di Cultura).
[1] Dal poema Camões,Obra Completa, III, p. 164. Nel testo viene citata come O.C.
[2] O.C., III, p. 383, in italiano nel testo, ma c’è un errore: Machado scrive ferro al posto di fesso. Canto 20° dell’Inferno
(4^ bolgia: la pena dei maghi e degli indovini), vv. 23-24.
[3] Canto XII del Purgatorio (Superbi), v. 1, in italiano nel testo.
[4] Canto XXXIII dell’Inferno.
[5] Nell’originale è: quel peccator (Ugolino di Guelfo della Gherardesca, conte di Donoratico).
[6] Canto V dell’Inferno, vv. 121-123.
[7] In italiano nel testo.
[8] In italiano nel testo.
[9] O.C., III, p. 115.
[10] O.C., III, p. 164.
[11] Cfr. Ibid, p. 206.
[12] Cfr. Ibid., p. 43.
[13] Cfr. Ibid., p. 279.
[14] O.C., III, p. 717.
[15] In italiano nel testo.
[16] O.C., III, p. 717.
[17] Cfr. Ibid., pp.28-37;
[18] «Allora, cominciandomi dal principio infino a la fine, dissi loro quello che veduto avea, tacendo lo nome di questa
gentilissima», Dante, La Vita Nuova, introduzione e note di Luigi Russo, Messina /Firenze, Casa Editrice D’Anna, 1956,
cap. XXIII, p. 74.
[19] In Machado de Assis-Enio Squeff (Dante, Mario de Andrade, Boccaccio), São Paulo, Ed. Giordano Ltda., 1995, p. 32.
Il canto tradotto da Machado è il XXV dell’Inferno.
[20] Canto V dell’Inferno, v. 1.
[21] Cfr. Ibid., v. 143;
[22] Cfr. Ibid., v. 113.
[23] Grieco, Agripino, Machado de Assis, Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editôra, 1959, p. 220.
[24] Vincenzo da Filicaia (Firenze 30.12.1642 – ivi 24.9.1707) Letterato e poeta. Protetto da Cosimo III de’ Medici,
esponente della tradizione classicistica toscana, fu chiamato da Cristina di Svezia a far parte di quel cenacolo letterario
romano da cui si sviluppò l’Arcadia. Scrisse numerosi versi di ispirazione patriottica, sulla scia del Chiabrera pindarico.
Op. Poesie Toscane (1707), in Enciclopedia Zanichelli, a cura di Edigeo, Bologna, Zanichelli Editore, 1996, p. 695.
[25] Miguel Pereira, Lúcia, Machado de Assis. Estudo Crítico e Biográfico, Rio de Janeiro - Recife – Bahia - Pará Porto
Alegre, Companhia Editora Nacional, 1946, p. 263 .
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