Dívida por educação - termo de referência
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Dívida por educação - termo de referência
Conversão da dívida externa por investimentos em educação Proposta de termo de referência para o Seminário na Bovespa Objetivos do programa • • • • • Identificar modalidades viáveis de conversão de parcelas da dívida externa brasileira (US$ 202 bilhões) em investimentos em educação Criar espaço de diálogo interministerial (MEC, MRE, MinFaz) para estabelecer consenso que viabilize a apresentação de proposta de Governo sobre a matéria Estimular a adesão da opinião pública nacional e internacional, incluindo Governos credores (Clube de Paris), organismos financeiros multilaterais, empresas, ONGs, círculos acadêmicos e imprensa (especializada ou não) Criar espaço inédito de diálogo entre as esferas educacional, financeira (credores oficiais, privados e organismos financeiros) e produtiva (empresas) com vistas a identificar modalidades inovadoras de financiamento do desenvolvimento aplicadas à educação de forma construtiva, sem confrontacionismo Criar ação coordenada por credores e devedores, sustentável dos pontos de vista financeiro-técnico-jurídico e com ganhos de capital político, social e moral para todos os envolvidos Histórico • • • • • • O Jubileu 2000 constitui movimento da sociedade civil internacional que reivindica o perdão da dívida externa dos países do Sul, ao constatar que os empréstimos foram contraídos por elites locais sem terem beneficiado as populações carentes A Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento (Monterrey, 2002) aprovou Consenso em torno da implementação da Declaração do Milênio com vistas a incrementar a cooperação financeira e técnica internacional em prol do desenvolvimento. A Conferência convida bancos e instituições financeiras dos países desenvolvidos e em desenvolvimento a “promover enfoques inovadores para o financiamento” – incluindo o serviço sustentável da dívida (ou mesmo seu alívio) A XIII Conferência Ibero-americana de Educação (Tarija, Bolívia, 2003), acolhe a proposta dos Ministros de Brasil e Argentina no sentido de promover um movimento em favor do aumento dos investimentos em educação de qualidade com eqüidade. A Conferência sugeriu estudo que analise mecanismos que permitam trocar títulos entre Governos – swap de títulos públicos por títulos da dívida externa Na 32a. Conferência-Geral da UNESCO (Paris, 2003), o Ministro Daniel Filmus traz o tema à consideração daquele organismo A OEI encomenda aos “Economistas sem Fronteiras” a elaboração do estudo “Dívida externa por educação. Experiências recentes, perspectivas e propostas de conversão da dívida por educação” (Madri e Buenos Aires, 2003) Na reunião do Conselho Diretor da OEI (México, 2004), foi criado Grupo de Trabalho integrado por Brasil, Argentina, México, Chile e Nicarágua sobre o tema 1 • • • • • Em junho de 2004, em Buenos Aires, os Ministros de Educação do Mercosul (XXVI Reunião) sublinharam a conveniência de aumentar o nível de investimento em educação por meio do redirecionamento de parte dos juros da dívida externa. Decidiu-se, na ocasião, recomendar a constituição de um foro de negociação em que possam ser analisados mecanismos que permitam converter parte do serviço da dívida em educação. Até hoje, entretanto, nem o Foro de Consulta e Concertação Política do Mercosul, nem o Conselho de Ministros inseriram qualquer menção ao tema nos documentos dos órgãos da União Aduaneira Em outubro de 2004, a XIV Conferência Ibero-americana de Educação, realizada em São José (Costa Rica), expressa, em sua Declaração, a determinação de realizar todos os esforços necessários para destinar maiores recursos à educação Em novembro de 2004, os Ministros de Educação de Argentina e Brasil assinam a “Declaração de Brasília”, que define a educação como direito social e instrumento estratégico para o desenvolvimento. Ao mesmo tempo, rejeitaram certa visão mercantilista da educação, segundo a qual muitas decisões ficam em mãos de empresas privadas e organismos internacionais Ainda em novembro de 2004, na XIV Cúpula Ibero-americana, realizada em São José (Costa Rica), os Chefes de Estado e de Governo declararam: o o o o • • “Reiteramos a necessidade de direcionar recursos adequados à educação para a inclusão produtiva e social das pessoas pertencentes a grupos vulneráveis, tais como indígenas, migrantes e deficientes e, ao mesmo tempo, contribuir para a erradicação do trabalho infantil” (par. 14) “Comprometemo -nos a promover nos distintos foros multilaterais o exame e a adoção de mecanismos financeiros inovadores, inclusive, a conversão de porcentagem dos serviços da dívida por investimento nos sistemas educativos de nossos países ou outras iniciativas que permitam gestionar recursos financeiros que constituam fundos adicionais ao orçamento educacional” (par. 22) “Esses recursos devem ser investidos segundo as necessidades concretas de nossos países em programas que fortaleçam sistemas educativos inclusivos, privilegiando a tenção à primeira infância, à população analfabeta ou com baixos níveis de escolarização, as pessoas com deficiência, assim como projetos que fortaleçam o ensino secundário” (par. 23) “Esses fundos serão objeto de uma gestão transparente e de uma eficiente administração mediante mecanismos efetivos de controle, prevenção e prestação de contas com base nas metas propostas e nos resultados obtidos” (par. 24) Em janeiro de 2005, o Presidente do Governo Espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, anuncia ao Presidente argentino Néstor Kirchner o oferecimento de conversão da dívida bilateral por educação no valor de 60 milhões de euros. Prevêse que o acordo será firmado na Cúpula Ibero-americana de Salamanca, em outubro1 No Brasil, em junho de 2004, o MEC encaminhou Aviso ao Ministério da Fazenda com proposta na linha do acordado na Reunião de Ministros do MERCOSUL2 1 O Ministério da Educação da Argentina assinala que será criado um Fundo de Contravalor destinado a garantir os dez anos de escolaridade obrigatória a todos os alunos (por meio de bolsas para estudantes carentes), além de financiar projetos científico-tecnológicos. 2 Aviso/MEC/GM/AI no. 580/2004, de 15 de junho de 2004. 2 Questões centrais (o que está em jogo) • • • Estimular a convicção de que investimento em educação eleva os níveis globais de eficiência econômica via produtividade do fator trabalho. Investimentos em educação geram maior retorno econômico do que empréstimos gerais (assistência financeira, “blindagens”) Assegurar aos credores e aos mercados que todo o processo se baseia na troca voluntária da dívida dentro do mais absoluto respeito aos contratos e será monitorado de forma transparente por credores, devedores, beneficiários e organismos multilaterais Soberania educativa – caberá sempre ao Brasil definir as prioridades de educação; os credores passariam a apoiar programas do Governo, e não o inverso (ainda que projetos sejam elaborados em estreita parceria com o setor privado) Resistências • • • • • Eligibility. A percepção (correta) do Brasil como País de economia sólida, solvência financeira e, por conseguinte, capacidade de honrar seus compromissos o torna, aos olhos de muitos, não habilitado a se beneficiar de programas de perdão ou conversão de dívida – que somente seriam aplicáveis aos HIPC (Heavily Indebted Poor Countries) Convertibility. Complexidade do perfil da dívida externa brasileira, em grande parte (por ser comercial) insuscetível de conversão para programas educacionais Suspeitas de que o programa implique objetivos escusos de ruptura de contratos, com impacto nefasto sobre o risco-país e a credibilidade dos agentes econômicos Receio de que os compromissos assumidos elevem o nível de dispêndio governamental, comprometendo o superávit primário e gerando tensões inflacionárias Argumento de que parte da dívida externa brasileira com organismos multilaterais e bancos privados já está relacionada a programas educacionais – e que, portanto, não fariam sentido novos programas 3 . O Banco Mundial e o BID já colaboram com a maior parte dos projetos do MEC, cobrando taxa subsidiada (abaixo do mercado). Quadro teórico (educação é investimento) • • A fim de vencer resistências, é fundamental promover uma construção conceitual e teórica consistente e empiricamente factível, tendo como premissa uma ação responsável e equilibrada de Governo, com o exame de iniciativas realizadas, em curso ou projetadas em matéria de conversão de dívida por educação Mecanismos de conversão de dívida podem ser aplicados em negócios “lucrativos” – debt-for-equity swap, como no caso do Chile, em 1985 4 – ou “não- lucrativos” – 3 A Nota STN/COGEP no. 939, de 9 de julho de 2004, apresenta tabela com projetos do MEC já financiados com recursos externos (IFES, FUNDESCOLA, PROMED, PROEP etc.). 4 Por esse mecanismo, parcelas da dívida se converteram em ativos de capital – ações de empresas privatizadas. 3 • • • • debt-for-nature swap, como no caso da Bolívia, em 1987, ou iniciativas de debt-fordevelopment swap aplicadas a saúde e educação em países pobres Na mesma linha, os investidores são também classificados em “lucrativos” (companhias de seguro, bancos, fundos de pensão) e “não- lucrativos” (ONGs, organizações religiosas, instituições acadêmicas, agências internacionais) De início, é necessário distinguir entre Charitable Swap e Productive Swap. O primeiro seria adequado aos HIPC, ao passo que o segundo seria compatível com a condição de um país de renda média, com solvência financeira (superávit primário, saldos positivos na balança comercial, solidez das exportações), credibilidade e capacidade de alavancar recursos e honrar pagamentos A Productive Swap implica modalidades de troca de dívida por educação como investimentos que geram ganhos de produtividade resultantes da maior qualificação profissional e da superação de “gargalos” estruturais que comprometem a competitividade do País, ao mesmo tempo que fortalecem a sus tentabilidade ambiental. Nesse sentido, deve-se mostrar que investimentos em educação são mais rentáveis, no médio e longo prazos, que empréstimos gerais Toda proposta de gerenciamento da dívida externa que afete o pagamento de juros deve ter em mente o perfil do estoque da Dívida Pública Federal Externa (DPFe) brasileira, que representa 24 % do total da Dívida Pública Federal5 : o o o o o A DPFe é basicamente formada por títulos negociáveis: 76 % da dívida externa é mobiliária, o que significa credores atomizados que se organizam em bancos e fundos de investimento ou operam individualmente Em segundo lugar, com 13 %, figura a dívida junto a organismos multilaterais Em terceiro, bancos privados (4 %) Por último, o Clube de Paris (6 %) A evolução recente da dívida mobiliária mostra as seguintes tendências: § § § • • • Deve ser cuidadosamente estudada a viabilidade de projetos de conversão a fim de não dificultar a aplicação das políticas de estabilização macroeconômica ou afetar expectativas dos credores, na medida em que financiamento que implique emissão de moeda gera tensões inflacionárias Deve ser sublinhada a queda dos recursos da Ajuda Oficial ao Desenvolvimento (ODA), teoricamente fixado em 0,7 % do PIB pela Conferência de Monterrey (2002). A conversão de dívida por educação poderá compensar a ajuda oficial ao desenvo lvimento (que tende a minguar a cada ano) A Conferência de Monterrey, ao incentivar a promoção de enfoques inovadores para o financiamento do desenvolvimento, sublinha que o financiamento sustentável da dívida constitui instrumento importante para a mobilização de recursos para o investimento público e privado o o 5 avanço nas “captações soberanas” (novos bônus – emissão de títulos desde 1995) recuo dos títulos renegociados (“Bradies”) estabilidade do espaço ocupado pela dívida contratual (Banco Mundial, BID, Clube de Paris) Atualmente, porém, a Conferência constata que o comércio continua sendo a fonte externa mais importante de obtenção de recursos Nesse sentido, assinala que credores e devedores devem compartilhar a responsabilidade de evitar e solucionar níveis insustentáveis de endividamento Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional. Valores aproximados (2004). 4 o • • A Conferência sublinha que o alívio da dívida pode ser fator central para a liberação de recursos Deve ser definido se os projetos de conversão se referem ao montante principal da dívida ou a seu serviço (juros) Outro argumento relevante é o fato de que o Brasil, apesar de considerado país de renda média, com forte estrutura produtiva e exportadora, ainda abriga populações com alto índice de carências sociais, justificando o benefício localizado de ações em tese apenas dirigidas para países de menor desenvolvimento relativo Modalidades de troca de dívida por educação 1. Perdão de parcela da dívida • Adequado para dívida oficial (de Governo a Governo) • Cancelamento de dívida mediante o compromisso de investimento no setor educacional • Necessidade de acordo bilateral que preveja, se for o caso, a criação de um “fundo de contravalor” que recolha os recursos liberados e aplique em projetos específicos • Estudar perfil do endividamento brasileiro junto com cada país e elaborar propostas de conversão • Conhecer instrumentos existentes de conversão de dívidas oficiais bilaterais nos países da OCDE (swap option), que já fazem parte da minuta de negociações de membros do Clube de Paris 6 , não necessariamente para projetos educacionais. o • Exemplos de iniciativas dos membros do Grupo de Paris: o o o o o 6 Há possibilidade de perdão de parcelas da dívida no âmbito da Ajuda Oficial ao Desenvolvimento com a condição de que o montante seja investido no financiamento de projetos de desenvolvimento social e proteção ambiental Belgian Round Table on Commercial Debt Relief. Ação conjunta entre a agência belga de créditos de exportação e a agência de cooperação econômica com vistas a reduzir o montante da dívida de países menos desenvolvidos Fonds de Libreville . Iniciativa francesa de conversão de dívidas com países africanos francófonos Enterprise for the Americas Initiative. Juros devidos aos Estados Unidos por países da América Latina e Caribe poderiam ser convertidos para fundos de proteção ambiental administrados por ONGs Canadá. Experiências de conversão de dívidas de países latino-americanos para projetos de desenvolvimento sustentável Suíça. Experiências de reprogramação de dívidas bilaterais com países pobres administrado pelo escritório federal para a economia externa (BAWI) em coordenação com a Direção de Cooperação Econômica para o Desenvolvimento. O mecanismo prevê inclusive financiamento de compra comercial de dívidas nos mercados secundários A Cláusula da conversão da dívida do Clube de Paris foi introduzida em 1990 5 2. Compra de títulos da dívida • Adequado para dívida comercial, mobiliária • Recompra de dívida comercial: o credor privado aceita vender títulos da dívida com valor menor ao de mercado (discount price). O investidor (ONG, empresa) compra os títulos com deságio e assume a posição de novo credor • O Governo assume o compromisso de pagar ao novo credor com investimentos em educação (projetos específicos) • Alternativamente, o novo credor poderá revender os títulos no mercado e, com a margem de lucro permitida pelo diferencial de preço, obter recursos para projetos educacionais por ele geridos • A dívida comercial apresenta estrutura atomizada em milhares, que se organizam em investidores institucionais (companhias de seguro, bancos e fundos de pensão) ou operam individualmente • Tal estrutura dificulta seriamente qualquer processo de negociação, tanto pelo seu caráter difuso, quanto sobretudo pela forte exigência de alto retorno econômico (e recusa de perda no valor de ativos) por parte de investidores privados • Por outro lado, o Brasil pode ter certo poder de barganha, pois responde por mais de 30 % do mercado de transações da dívida (recompras da dívida e trocas de dívida por dívida) 7 o • • Os preços da dívida comercial brasileira subiram nos últimos anos. Credores compram hoje títulos brasileiros com ganhos elevados – cerca de 9 % em dólares. Propostas de conversão de dívida deveriam gerar rendimentos superiores a esse patamar para atraírem investidores privados Ademais, a emissão de títulos no mercado internacional envolve importante análise de risco-país. Agências como Moody’s e Standard and Poor’s avaliam a probabilidade de reestuturação da dívida e influenciam fortemente o comportamento das taxas de juros a serem pagas pelo país emissor Nesse sentido, toda proposta e debate sobre conversão de dívida por investimento deverá atender às exigências e humores do mercado e ser muito bem explicada, de forma ampla e transparente, inclusive com a participação de tais agências, de forma que o Brasil (e, por tabela, outros países da região) não seja prejudicado em suas futuras captações de recursos 3. Rolagem da dívida • Possivelmente adequado para dívida junto a organismos financeiros internacionais • O maior óbice é que as dívidas multilaterais simplesmente não podem ser objeto de conversão: há impedimento estatutário de perdão ou conversão da dívida por parte dos credores multilaterais, que têm “status preferencial” – que garante o rating, a credibilidade financeira dessas instituições nos mercados de capital • Haveria de se estudar perfil do endividamento brasileiro junto a cada organismo e elaborar propostas de reescalonamento que permitam 7 MOYE, Melissa. Conversões da dívida: um resumo . Washington, Debt Relief International, 2001. 6 conversão. Deve-se examinar se, no momento de renegociação da dívida, há alguma possibilidade de que parte dos desembolsos posteriores (juros) seja feita em forma de investimentos educacionais • Sobre o argumento de que parte da dívida externa brasileira com organismos multilaterais já está relacionada com programas educacionais, cabe lembrar que o debate não envolve o principal da dívida – este sim já aplicado em educação –, mas o pagamento futuro de juros. Esses desembolsos poderiam ser objeto de reescalonamento, no período de pagamento, de forma a prever sua reaplicação em novos projetos 4. Operação triangular • Adequado para dívidas de dois países junto a um mesmo credor, sobretudo Governo • O credor aceita refinanciar ou perdoar partes da dívida de um ou dos dois países mediante a prestação de cooperação educacional de um deles em benefício de outro (p.ex., Brasil e países latino-americanos ou africanos) Estratégias de ação 1. Comentários iniciais • Evitar a todo custo o recurso a estratégias de confrontação declarações voluntaristas sem nenhuma repercussão prática • Para ter um projeto com credibilidade, antes de lançá- lo, será preferível trabalhar prudentemente no plano conceitual e técnico e em sondagens preliminares com credores (Governos, organismos, privados), empresas, bancos e ONGs • Isso não impede a concertação e mobilização iniciais junto a Governos e organizações da sociedade civil, segundo a lista de entidades sugerida no item “quadro institucional” abaixo • Evitar a burocratização do tratamento do assunto “à la ONU”, com consultores, conselhos deliberativos intergovernamentais com participação de organismos multilaterais, estatutos com voz, voto e veto etc. Melhor seria, sobretudo no estado inicial, trabalhar nas pequenas janelas de oportunidade que se abrirem e ir consolidando a idéia pouco a pouco, mas a passos seguros 2. Convencimento interno do Governo Federal • O Ministério da Fazenda sublinha a importância dos investimentos em educação, sobretudo pelo que representam em termos de capacidade de “alavancar avanços simultâneos no crescimento econômico e na eqüidade social”8 • Cabe à Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda examinar, no plano técnico, a compatibilidade de relacionar o aumento dos investimentos em educação com o gerenciamento da dívida pública externa. 8 Nota STN/COGEP no. 939, de 9 de julho de 2004. 7 • A primeira avaliação da STN apontou limitações para a proposta de conversão 9 Propõe-se constituir um Grupo de Trabalho Interministerial (Educação, Relações Exteriores e Fazenda) para construir uma diretriz política em bases técnicas consistentes e elaborar um projeto de ação de Governo o Designar, em cada Ministério, unidade(s) administrativa(s) responsável(is) pelo tratamento do assunto 3. Apresentação de projetos • Selecionar projetos produtivos e de impacto ambiental e social que possam atrair, de forma “irresistível”, o interesse de credores públicos e privados, além de ONGs • Selecionar projetos nas áreas de educação ambiental, educação indígena, educação especial (deficientes físicos), escolas de fábrica, escolas profissionalizantes, CEFETS, “Sistema S” 4. Convencimento de credores governamentais (Clubes de Paris e de Londres), credores privados (dívida mobiliária) e organismos financeiros 5. Realizar estudos • Demonstrar o potencial produtivo de investimentos em educação em todos os níveis • Comparar os gastos de educação/PIB e do serviço da dívida/PIB o • Segundo o PNUD10 , a média dos gastos com educação/PIB no Brasil foi de 4,7 % no período de 1998-2000, menos da metade da relação serviço da dívida/PIB (10,8 % em 2001) Comparar o volume de exportações e o serviço da dívida 6. Lançamento de projetos-piloto • Brasil como credor – exercício preliminar de troca de dívida com algum país HIPC (da África ou América Latina) por investimentos na cooperação educacional bilateral • Pequeno projeto envolvendo um Governo ou uma multinacional e uma escola profissionalizante, técnica, de fábrica, de educação ambiental ou de educação especial (deficientes) 7. O Seminário da Bovespa • O Seminário servirá em vários níveis à estratégia de avanço do tema de troca da dívida por educação: o o o 9 Construção teórica e conceitual Articulação das esferas governamental, acadêmica, multilateral, financeira e empresarial Divulgação pela imprensa Nota STN/COGEP no. 939, de 9 de julho de 2004. PNUD - Relatório sobre Desenvolvimento Humano (2002) 10 8 Quadro institucional (organicidade e parcerias) • Organizadores do Seminário : MEC, UNESCO, Valor Econômico, Bovespa, Fundação Getúlio Vargas e Organização dos Estados Ibero-americanos. • Mobilização e convencimento nacional: CNBB, CNTE, CUT, OAB, UCLAE, imprensa (especializada ou não) • Mobilização e convencimento mundial: “Massa crítica” criada pelo Foro Social Mundial de Porto Alegre Economistas de prestígio (Jeffrey Sachs, Jeremy Bullow) Investidores (George Soros) Imprensa do mundo desenvolvido (especializada ou não) MERCOSUL, Comissão Européia, Banco Central Europeu, OEI, UNESCO, PNUD, UNICEF, OEA (AICD), CEPAL ONGs: Debt Relief International, Economistas sem Fronteiras, Fundación SES (Argentina), Intermón-Oxfam (Espanha), Cáritas (Espanha), CETERA (Argentina) Empresas multinacionais: Telefónica, Volkswagen, Renault, Peugeot, Volvo, Países com experiência prévia – Espanha, Reino Unido, Alemanha, Noruega, Itália, Bélgica, Suíça, Canadá Sindicatos de docentes europeus Comitê da Basiléia (Bank of International Settlements) • Elaboração de proposta do Governo : Ministérios da Educação, Relações Exteriores e Fazenda, • Beneficiários: CEFETs, Escolas de Fábrica, SENAI e “Sistema S”, empresas, Embrapa • Novas necessidades institucionais: i) ii) iii) iv) Acordos bilaterais com Governos e novos credores que formalizem contratos de conversão da dívida Comitês de administração dos recursos gerados – credibilidade, transparência, gastos operacionais, fornecimento de serviços bancários Comitês técnicos de seleção e monitoramento de projetos compostos por representantes de credores, devedores, beneficiários, ONGs, organismos da ONU e organismos financeiros “Fundos de contravalor”: contas em bancos privados ou públicos que recolham os recursos liberados pelo Governo e os apliquem em programas educativos. As contas seriam administradas por grupos técnicos compostos por credores, devedores, beneficiários, ONGs ou organismos da ONU. Os fundos podem ser de subvenção (contribuições não reembolsáveis, seed money) ou de crédito (empréstimos para atividades produtivas e assistência técnica) 9 Calendário • • • • • Maio – primeira reunião do Grupo de Trabalho Ibero-americano sobre Conversão da Dívida (Madri, 10 e 11) Junho – Seminário Bovespa (São Paulo, 28) Julho – Encontro Internacional sobre Conversão da Dívida e Conferência Iberoamericana de Educação (Madri- Toledo, de 11 a 13) Agosto – Seminário promovido pelo SECAD sobre experiências com Equador e Bolívia (segunda quinzena) Outubro – Cúpula Ibero-americana (Salamanca) 10 Trasformazione del debito estero in investimenti nel settore dell’educazione Proposta di riferimento per il Seminario Bovespa Obbiettivi del programma • • • • • • • • • Identificare le eventuali modalità per convertire le rate per il pagamento del debito estero brasiliano (US$ 202 miliardi) in investimenti nel settore dell’educazione. Creare uno spazio di dialogo interministeriale (MEC, MRE, Ministero delle Finanze) per stabilire un consenso che possa permettere la realizzazione di una proposta di governo in materia. Ottenere il consenso dell’opinione pubblica nazionale ed internazionale, compreso i Governi creditori (Club di Parigi), gli organismi finanziari multilaterali, le aziende, le ONGs, i circoli accademici e i m ass media (specializzati e non) Creare uno spazio inedito per quanto riguarda il dialogo tra i settori dell’educazione, quello finanziario (creditori ufficiali, privati e organi finanziari) e quello produttivo (le aziende), in modo da poter identificare modalità innovative di finanziamento per lo sviluppo applicato al settore dell’educazione in modo costruttivo e senza contraddizioni Creare un’azione coordinata fra creditori e debitori che sia sostenibile dal punto di vista finanziario tecnico giuridico e con l’aggiunta di capitale politico, sociale e morale per tutte le parti coinvolte. Riepilogo • • • • Il Giubileo del 2000 rappresenta il movimento della comunità civile internazionale che richiede l’azzeramento del debito estero dei paesi debitori, prendendo atto che i prestiti sono stati contratti dalle aris tocrazie locali senza che la parte disagiata della popolazione abbia tratto qualsiasi beneficio. La Conferenza Internazionale sul Finanziamento per lo Sviluppo (Monterrey 2002) ha dato il Consenso per quanto riguarda la realizzazione della Dichiarazione del Millennio con lo scopo di ampliare la cooperazione finanziaria e tecnica internazionale a favore dello sviluppo. La Conferenza invita gli istituti bancari e le istituzioni finanziarie dei paesi sviluppati e in via di sviluppo a “promuovere nuovi obbiettivi per i finanziamenti” compreso l’impegno sostenibile del debito (cosí come la sua riduzione) La XIII Conferenza Ibero-americana sull’Educazione (Tarija, Bolivia 2003) accetta la proposta dei Ministri di Brasile e Argentina di promuovere un movimento a fa vore dell’aumento degli investimenti per un’educazione di qualità e in modo equo. La Conferenza ha proposto uno studio approfondito che analizzi i meccanismi che permettono di scambiare titoli tra i Governi – swap dei titoli pubblici in cambio di titoli del debito estero.. Alla trentaduesima Conferenza Generale dell’UNESCO (Parigi 2003) il Ministro Daniel Filmus ha sottoposto l’argomento all’attenzione di questo organismo • • • • • • • • La OEI ha ordinato agli “Economisti senza Frontiere” l’elaborazione di unostudio sul “Debito estero per il settore dell’educazione. Esperienze recenti, prospettive e proposte di trasformare il debito estero in investimenti per il settore dell’educazione” (Madrid e Buenos Aires 2003). Alla riunione del Consiglio Direttivo della OEI (Messico 2004), è stato creato il Gruppo di Lavoro composto da Brasile, Argentina, Messico, Cile e Nicaragua per quanto riguarda questa materia. Nel giugno del 2004 a Buenos Aires i Ministri dell’Educazione del Mercosul (XXVI Riunione) hanno sottolineato l’opportunità di aumentare il livello degli investimenti nel settore dell’educazione attraverso l’impiego di una parte degli interessi del debito estero. Si è deciso, in quell’occasione, di raccomandare la costituzione di un foro per le trattative in cui possano essere analizzati i meccanismi che permettono di trasformare una parte dell’importo del debito estero in investimenti nel settore dell’educazione. Fino ad oggi, comunque, ne il Foro di Consulenza e Intesa Politica del Mercosul, ne il Consiglio dei Ministri hanno fatto riferimento all’argomento nei documenti degli organi dell’Unione Tariffaria. Nell’Ottobre del 2004 la XIV Conferenza Ibero-americana sull’Educazione, realizzata a Sao Jose (Costa Rica), ha espresso attraverso la propria Dichiarazione, la determinazione di realizzare tutti gli sforzi necessari per destinare maggiori risorse al settore dell’educazione. Nel Novembre del 2004, i Ministri dell’Educazione di Argentina e Brasile hanno firmato la Dichiarazione di Brasilia, che definisce l’educazione come un diritto sociale e strumento strategico per lo sviluppo. Allo stesso tempo, hanno respinto il concetto commerciale dell’educazione, secondo il quale molte decisioni restano nelle mani di aziende private e organismi internazionali Ancora nel novembre del 2004, nel XIV Vertice Ibero-americano, realizzato a Sao José (Costa Rica), i Capi di Stato e di Governo hanno dichiarato: o “Ribadiamo la necessità di indirizzare risorse adeguate al settore dell’educazione per l’inserimento produttivo e sociale delle persone appartenenti alla parte più vulnerabile della popolazione, come i gruppi indigeni, emigranti e disabili e, allo stesso tempo, contribuire per l’eliminazione del lavoro minorile” (par. 14) o Ci impegnamo a promuovere nei vai fori multilaterali l’esame e l’adozione di meccanismi finanziari innovatori, compreso la trasformazione di una percentuale del debito estero in investimenti nel settore dell’educazione nei nostri paesi cosí come altre iniziative che permettano di gestire le risorse finanziarie che costituiscono i fondi aggiuntivi nel bilancio previsto per l’educazione (par. 22) o “Queste risorse devono essere investite secondo le necessità concrete dei nostri paesi attraverso programmi che rafforzino i sistemi educativi e che diano attenzione soprattutto al primo periodo dell’infanzia, alla popolazione analfabeta o con un basso livello scolastico, alle persone disabili, cosí come a progetti che rafforzino la frequenza alla scuola superiore.” (par. 23) o “Questi fondi saranno oggetto di una gestione trasparente e un’amministrazione efficiente grazie agli effettivi meccanismi di controllo, prevenzione e resoconti che hanno come base gli obbiettivi proposti e i risultati ottenuti.” (par.24). Nel gennaio 2005, il Presidente del Governo Spagnolo, José Luis Rodriguez Zapateiro, ha comunicato al Presidente argentino Néstor Kirchner l’offerta di trasformare il debito bilaterale in investimenti nel settore dell’educazione per un valore di 60 milioni di euro. Si prevede che l’accordo verrà firmato al Vertice Ibero-americano di Salamanca in ottobre. • In Brasile, nel giugno del 2004, il MEC ha inviato un Comunicato al Ministero delle Finanze con una proposta in linea con quanto accordato nella Riunione dei Ministri del MERCOSUL Il Ministero dell’Educazione dell’Argentina, ricorda che verrà creato un Fondo di Controvalore destinato a garantire i dieci anni di insegnamento scolastico obbligatori a tutti gli alunni (tramite borse di studio per gli studenti meno abbienti) oltre che a finanziare progetti scientifici-tecnologici. Comunicato/MEC/GM/AI num. 580/2004 del 15 giugno del 2004. Questioni principali (quello che c’è in gioco) • • • Stimolare la convinzione che gli investimenti nel settore dell’educazione aumenta i livelli globali di efficienza economica attraverso la produttività del fattore lavoro. Gli investimenti nel settore dell’educazione producono un ritorno economico maggiore piuttosto che la contrazione di prestiti in generale (assistenza finanziaria, “protezione”). Garantire ai creditori e ai mercati che tutto il processo è basato sullo scambio volontario del debito, mantenendo il più assoluto rispetto dei contratti e un monitoraggio trasparente dei creditori, dei debitori, dei beneficiari e degli organismi multilaterali. Potere decisionale nel settore dell’educazione – sarà comunque compito del Brasile definire le priorità nel settore dell’educazione, i creditori potranno appoggiare i programmi di Governo, e non il contrario (anche se i progetti verranno elaborati in stretta collaborazione con il settore privato. Resistenze • • • • • Eligibility La percezione (corretta) del Brasile come un Paese dall’economia solida, solvibile finanziariamente e, di conseguenza, capace di onorare i propri impegni lo rende, agli occhi di molti, non idoneo ad usufruire dei programmi di condono o trasformazione del debito – che invece sono applicati agli HIPC (Heavy Indebted Poor Countries). Convertibility Complessità del profilo del debito estero brasiliano, in gran parte (essendo commerciale) non suscettibile alla trasformazione verso programmi nel settore dell’educazione. Sospetto che il programma comprenda obbiettivi illeciti con cessazione di contratti, e quindi conseguenze negative sul rischio paese e sulla credibilità degli agenti economici Timore che gli impegni assunti innalzino il livello di spesa del governo, compromettendo le eccedenze primarie e generando tensioni inflazionistiche. L’argomento che parte del debito estero brasiliano con gli organismi multilaterali e banche private sia già collegato a programmi nel settore dell’educazione – e che quindi non avrebbe senso attivare nuovi programmi. La Banca Mondiale e il BID stanno già collaborando con la maggior parte dei progetti del MEC, richiedendo, a riguardo, una tassa di sussidio (al di sotto del valore di mercato). Quadro teorico (educazione e investimento) • • Con lo scopo di superare le resistenze presenti, è fondamentale promuovere una costruzione concettuale, teorica, consistente ed empiricamente fattibile, avendo come premessa un’azione responsabile ed equilibrata del Governo, esaminando iniziative realizzate in corso o progettate, in materia di trasformazione del debito in investimenti nel settore dell’educazione. Meccanismi di trasformazione del debito possono essere applicati in attività “redditizie” debt for equity swap come nel caso del Cile, nel 1985 – o non redditizie – La Nota STN/COGEP num. 939, del 9 luglio del 2004, presenta un prospetto con i progetti del MEC già finanziati con risorse esterne (IFES, FUNDESCOLA, PROME, PROEP etc). Grazie a questo meccanismo, le rate per il pagamento del debito estero si sono trasformate in attivi di capitale – azioni di società privatizzate. • • • • • Debt for nature swap, come nel caso della Bolivia nel 1987, o iniziative di debt for development swap applicate alla sanità e all’educazione in paesi poveri. Sulla stessa linea, anche gli investitori sono classificati come “redditizi” (compagnie assicurative, banche, fondi di pensione) e “non redditizi” (ONGs, organizzazioni religiose, istituzioni accademiche, agenzie internazionali). Innanzi tutto è necessario distinguere fra Charitable Swap e Productive Swap. Il primo sarebbe adatto agli HIPC, invece il secondo sarebbe compatibile con la condizione di un paese con un reddito medio, solvibile finanziariamente (eccedenze primarie, saldi positivi nella bilancia commerciale, solidità nelle esportazioni), credibilità e capacità di dare impulso alle risorse ed onorare i pagamenti. La Productive Swap comprende le modalità di scambio del debito estero con investimenti nel settore dell’educazione che generano aumenti di produttività risultanti dalla maggior qualificazione professionale e dal superamento delle ostruzioni strutturali che compromettono la competitività del Paese, allo stesso tempo che rafforzano la sostenibilità ambientale. In questo senso, bisogna dimostrare che gli investimenti nel settore dell’educazione sono più redditizi, a medio e lungo termine, che i prestiti normali. Qualsiasi proposta di gestione del debito estero che possa recare danni al pagamento degli interessi dovrà tener conto dell’aspetto totale del Debito Pubblico Federale Estero (DPFe) brasiliano, che rappresenta il 24% del totale del Debito Pubblico Federale. Il DPFe è basicamente formato da titoli negoziabili: 76% del debito estero è mobiliare, il che significa che creditori di piccole dimensioni si organizzano in banche e fondi d’investimento oppure operano individualmente. o Al secondo posto, con il 13%, c’è il debito con gli organismi multilaterali o Al terzo posto, le banche private (4%) o Per ultimo, il Club di Parigi (6%) o La recente evoluzione del debito mobiliare indica le seguenti tendenze: avanzo nelle “captazioni maggiori” (nuovi bonus – emissione di titoli dal 1995) diminuzione dei titoli rinegoziabili (“Bradies”) o stabilità dello spazio occupato dal debito contrattuale (Banca Mondiale, BID, Club di Parigi) • • • Deve essere studiata attentamente la fattibilità dei progetti di trasformazione per non ostacolare l’applicazione delle politiche di stabilizzazione macroeconomica o deludere le attese dei creditori, visto che, il finanziamento che comporta l’emissione di moneta causa tensioni inflazionistiche. Bisogna sottolineare la diminuzione delle risorse di Aiuto Ufficiale per lo Sviluppo (ODA), in teoria fissato sullo 0,7% del PIL, dalla Conferenza di Monterrey (2002). La trasformazione del debito in cambio di investimenti nel settore dell’educazione potrà compensare l’aiuto ufficiale per lo sviluppo (che tende a diminuire ogni anno). La Conferenza di Monterrey, con lo scopo di incentivare la promozione di obbiettivi innovatori per il finanziamento dello sviluppo, sottolinea che il finanziamento sostenibile dal debito estero costituisce uno strumento importante per la mobilità delle risorse per l’investimento pubblico e privato. o o Attualmente comunque, la Conferenza afferma che il commercio continua ad essere la fonte esterna di maggior importanza per l’ottenimento di risorse. In questo senso, la Conferenza comunica che creditori e debitori devono condividere la responsabilità di evitare e risolvere livelli insostenibili di indebitamento. Dati forniti da: Segreteria Nazionale del Tesoro. Valori approssimativi (2004) o • • La Conferenza sottolinea che la riduzione del debito può essere un fattore centrale per reperire risorse Bisogna definire se i progetti di trasformazione si riferiscono al valore montante principale del debito o agli interessi Un’altro argomento rilevante è il fatto che il Brasile, nonostante sia considerato un paese a medio reddito, con una forte struttura produttiva e di esportazione, possiede ancora una parte della popolazione ad alto indice di disagio sociale, giustificando in questo modo il beneficio specifico di azioni dirette normalmente verso paesi con un indice di sviluppo relativo minore Modalità della trasformazione del debito in investimenti nel settore dell’educazione • • • • • 1. Condono della rata del debito estero Adeguato al debito ufficiale (da Governo a Governo) Annullamento del debito tramite l’impegno di investire nel settore dell’educazione. Necessità di accordo bilaterale che preveda, nel caso, la creazione di un fondo di controvalore che raccolga le risorse disponibili e le investa in progetti specifici Studiare il profilo dell’indebitamento brasiliano con ogni paese ed elaborare una proposta di trasformazione del debito. Conoscere gli strumenti esistenti di trasformazione dei debiti ufficiali bilaterali nei paesi del OCDE (swapt option) che fanno già parte della lista di trattative del Club di Parigi, non necessariamente per progetti educativi o Esiste la possibilità di annullamento delle rate del debito estero nell’ambito degli Aiuti Ufficiali per lo Sviluppo con la condizione che il valore montante venga investito per finanziare progetti sociali e di protezione ambientale. o Esempio di iniziative dei membri del Gruppo di Parigi: o Belgian Round Table on Commercial Debt Relief: Azione collegata tra l’agenzia belga di credito per l’esportazione e l’agenzia di cooperazione economica con lo scopo di ridurre il montante del debito dei paesi meno sviluppati Fonds de Libreville: Iniziativa francese di trasformazione del debito con i paesi africani di lingua francese Enterprise for the Americas Initiative: Gli interessi dovuti agli Stati Uniti dai paesi dell’America Latina e dei Caraibi potrebbero essere trasformati in fondi di protezione ambientale amministrati dalle ONGs. Canadà: Esperienze di trasformazione del debito in paesi latino-americani per progetti di sviluppo sostenibili Svizzera Esperienze di programmazione del debito bilaterale con i paesi poveri, amministrate dall’ufficio federale per l’economia estera (BAWI) in coordinamento con la Direzione di Cooperazione Economica per lo Sviluppo. Il meccanismo prevede inoltre il finanziamento per l’acquisto commerciale del debito nei mercati secondari o o o o La Clausola di trasformazione del debito nel Club di Parigi è stata introdotta nel 1990 2. Acquisto di titoli del debito estero • Adeguato per il debito commerciale mobiliario • Riacquisto del debito commerciale: il creditore privato accetta di vendere i titoli del debito ad un valore inferiore a quello di mercato (discount price). L’investitore (ONG, azienda) compra i titoli ad un valore inferiore e assume la figura di nuovo creditore. • Il Governo assume l’impegno di pagare il nuovo creditore tramite investimenti nel settore dell’educazione (progetti specifici) • In alternativa, il nuovo creditore potrà rivendere i titoli sul mercato e con il margine di utile ottenuto dalla differenza di prezzo, reperire risorse per progetti educativi gestiti direttamente • Il debito commerciale presenta una struttura capillare, che si organizza con investitori istituzionali (compagnie assicurative, banche e fondi di pensione) oppure operano individualmente. • Questa struttura rende difficile in modo serio qualsiasi processo di trattative, sia per la sua caratteristica diffusa, sia per la forte esigenza di un consistente ritorno economico (e il rifiuto di perdite del valore degli attivi) da parte degli investitori privati. • Dall’altra parte, il Brasile può avere un certo potere di trattativa, visto che è responsabile per il 30% del mercato delle transazioni del debito (riacquisto del debito e scambio di titoli di debito con altrettanti titoli di debito) o o • Il prezzo del debito commerciale brasiliano sono aumentati negli ultimi anni. I creditori acquistano oggi titoli brasiliani con alti rendimenti– c irca il 9% in dollari. Le proposte di trasformazione del debito dovrebbero produrre rendimenti superiori a questo livello per riuscire ad attrarre gli investitori privati Inoltre , l’emissione di titoli sul mercato internazionale implica un’importante analisi del rischio paese. Agenzie come Moody’s e Standard and Poor’s , valutano la probabilità di ristrutturare il debito ed influenzano notevolmente il comportamento dei tassi di interesse che dovranno essere pagati dai paesi che hanno emesso i titoli. • In questo senso, qualsiasi proposta e dibattito sulla trasformazione del debito con degli investimenti, dovrà rispondere alle esigenze e agli umori del mercato oltre che essere spiegata molto bene, in modo ampio e trasparente, compresa la partecipazione di tali agenzie, in modo tale che il Brasile (e di conseguenza, gli altri paesi limitrofi) non venga danneggiato nei futuri reperimenti di risorse 3. Ristrutturazione del debito • Possibilmente adeguato al debito unitamente agli organismi finanziari internazionali. • Il maggior ostacolo sta nel fatto che i debiti multilaterali non possono semplicemente essere oggetto di trasformazione: esistono impedimenti contenuti nello statuto dei creditori multilaterali per quanto riguarda l’annullamento o la trasformazione del debito. Questi creditori possiedono uno status preferenziale che assicura loro il rating, la credibilità finanziaria di queste istituzioni nel mercato di capitali. • Si dovrebbe studiare un profilo di indebitamento per il Brasile insieme ad ogni organismo per eleborare delle proposte di riadattamento che permettano la trasformazione del debito. Bisogna esaminare, al momento della ristrutturazione del debito, se esiste qualche possibilità che una parte degli esborsi posteriori (interessi) sia fatta sotto forma di investimenti nel settore dell’educazione. • In relazione all’argomento che una parte del debito estero brasiliano con gli organismi multilaterali è già collegato a programmi nel settore dell’educazione, è bene ricordare che il dibattito non si riferisce alla parte principale del debito – quello che è già impiegato nel settore dell’educazione – ma il pagamento futuro degli interessi. Questi esborsi potrebbero essere oggetto di una rielaborazione del periodo di pagamento, in modo tale che vengano impiegati nuovamente verso nuovi progetti. Moye, Melissa. Trasformazione del debito: riassunto Washington, Debt. Relief International 2001 4. Operazione triangolare • Adeguato per il debito di due paesi con uno stesso creditore, soprattuto il Governo • Il creditore accetta di rifinanziare o annullare una parte del debito di uno o dei due paesi debitori mediante la cooperazione nel settore dell’educazione da parte di uno dei due paesi in beneficio dell’altro (ad esempio. Brasile e i paesi latino americani o africani) Strategie d’azione 1. Commenti iniziali • Evitare a qualsiasi costo di ricorrere a strategie di confronto, dichiarazioni volontarie senza nessuna ripercussione pratica. • Per avere un progetto credibile, prima di lanciarlo, sarà consigliabile lavorare prudentemente sul piano concettuale e tecnico, sondando precedentemente i creditori (Governi, organismi, privati), le aziende, le banche e le ONGs. • Questo non impedirà la concertazione e la mobilizzazione iniziale insieme ai Governi e alle organizzazioni della società civile, secondo la lista delle entità suggerite al punto “ quadro istituzionale” più sotto. • Evitare la burocratizzazione nel trattare l’argomento “ONU” con consuluenti, consigli deliberativi, intergovernativi con la partecipazione di organismi multilaterali, statuti con diritto di voto o veto etc. Meglio ancora, soprattutto nella fase iniziale, lavorare alle piccole nicchie di opportunità che dovessero aprirsi e consolidare il concetto in modo progressivo ma con passi sicuri. 2. Certezza interna del Governo Federale Il Ministero delle Finanze sottolinea l’importanza degli investimenti nel settore dell’educazione, soprattutto per quelli che rappresentano in termini di capacità di “produrre progressi simultanei alla crescita economica e dell’uguaglianza sociale”Sarà di competenza della Segreteria del Tesoro Nazionale del Ministero delle Finanze esaminare, sul piano tecnico, la compatibilità di relazionare l’aumento degli investimenti nel settore dell’educazione con la gestione del debito pubblico estero. • Nota STN/COGEP num.939, del 9 luglio del 2004 • La prima valutazione della STN ha indicato delle limitazioni per la proposta di trasformazione del debito. Si propone quindi la costituzione di un Gruppo di Lavoro Interministeriale (Educazione Relazioni Estere e Finanze) per costituire una direttrice politica con basi tecniche consistenti ed elaborare un progetto d’azione di Governo. Indicare, per ogni Ministero, le unità amministrative responsabili che si occuperanno dell’argomento. • • 3. Presentazione dei progetti Selezionare i progetti produttivi di impatto ambientale e sociale che possano attrarre, in modo irresistibile, l’interesse dei creditori pubblici e privati, oltre alle ONGs. Selezionare i progetti nell’area dell’educazione ambientale, educazione indigena, educazione speciale (disabili), scuole all’interno delle fabbriche, scuole professionali, CEFETS, “Sistema S” • • 4. Convincimento dei creditori governamentali (Club di Parigi e di Londra), creditori privati (debito mobiliare) e organismi finanziari Realizza re studi • • Dimostrare il potenziale produttivo degli investimenti nel settore dell’educazione a tutti i livelli Paragonare la spesa educazione /PIL e gli interessi del debito / PIL Secondo il PNUD la spesa media con l’educazione/PIL in Brasile è stata del 4,7% durante il periodo dal 1998 –2000, meno della metà del rapporto interessi per il debito /PIL (10,8% nel 2001) • Paragonare il volume delle esportazioni e gli interessi del debito 5. Promuovere il progetto campione • Brasile come paese creditore – esercizio preliminare di scambio del debito estero con alcuni paesi HIPC (dell’Africa o dell’America Latina) al posto di investimenti nella cooperazione del settore dell’educazione bilaterale. • Piccolo progetto che coinvolga un Governo o una multinazionale ed una scuola professionale, tecnica, di una fabbrica, di educazione ambientale o educazione speciale (disabili) 6. Seminario della Bovespa • Il Seminario servirà, a vari livelli, per la strategia di progresso sul tema dello scambio del debito con investimenti nel settore dell’educazione: o Construzione teorica e concettuale o Articolazione delle sfere governative, accademiche, multilaterali, finanziarie e aziendali. o Divulgazione tramite stampa. Nota STN/COGEP num 939, del 9 giugno del 2004 10 PNUD, Relazione sullo Sviluppo Umano (2002) Quadro istituzionale (organicità e collaborazioni) • Organizzatori del Seminario : MEC, UNESCO, Valore Economico, Bovespa, Fondazione Getulio Vargas e Organizzazione degli Stati Ibero americani. • Mobilizzazione e convincimento nazionale: CNBB, CNTE, CUT, OAB, UCLAE, stampa (specializzata e non) • Mobilizzazione e convincimento mondiale: “Gruppo Critico” creato al Foro Sociale di Porto Alegre Economisti di prestigio (Jeffrey Sachs, Jeremy Bullow) Investitori (George Soros) Stampa proveniente dai paesi sviluppati (specializzata e non) MERCOSUL, Commissione Europea, Banca Centrale Europea, OEI, UNESCO, PNUD, UNICEF, OEA, (AICD), CEPAL ONGs: Debt Relief International, Economisti senza Frontiere, Fundación SES (Argentina) Intermón Oxfam (Spagna) Caritás (Spagna), CETERA (Argentina) Società Multinazionali: Telefonica, Volkswagen, Renault, Peugeot, Volvo, Paesi con esperienza già maturata – Spagna, Regno Unito, Germania, Norvegia, Italia, Belgio, Svizzera, Canadá Sindacato dei docenti europei Comitè di Basilea (Bank of International Settlements) • Elaborazione della proposta di Governo Ministero dell’educazione, Relazioni Estere e delle Finanze • Beneficiari: CEFETs Scuole di Fabbrica, SENAI e “Sistema S”, Embrapa • Nuove necessità istituzionali i) Accordi bilaterali con i Governi e nuovi creditori che formalizzino contratti di trasformazione del debito. ii) Comitès di amministrazione delle risorse prodotte – credibilità, trasparenza, spese operazionali, fornimento di servizi bancari iii)Comitès tecnici per la selezione e il monitoraggio di progetti realizzati da rappresentanti dei creditori, debitori, beneficiari, ONGs, organismi dell’ONU e organismi finanziari iv) “Fondi di controvalore”: conti correnti presso banche private o pubbliche che raccolgano le risorse cedute dal Governo e le applichino in programmi educativi. I conti corrente saranno amministrati da un gruppo tecnico composto da creditori, debitori, beneficiari, ONGs o organismi dell’ONU. I fondi possono essere di sovvenzione (contribuzioni non rimborsabili, seed money) o di credito (prestiti per attività produttive e assistenza tecnica) Calendario • • • • • Maggio – prima riunione del Gruppo di Lavoro Ibero americano sulla Trasformazione del Debito (Madrid, 10 e 11) Giugno – Seminario Bovespa (Sao Paulo, 28) Luglio – Incontro Internazionale sulla Trasformazione del Debito e Conferenza Ibero americana dell’Educazione (Madrid – Toledo, dal 11 al 13) Agosto – Seminario promosso dal SECAD sulle esperienze in Equador e Bolivia (seconda quindicina) Ottobre – Vertice Ibero-americano (Salamanca) Conversion of foreign debt into investments in education Proposal for Bovespa Conference Meeting Agenda Topics Program objectives • • • • • Identify viable alternatives for converting external Brazilian debt payments (US$202 billion) into investments in education Create space for inter- ministerial dialogue [Ministry of Education (Ministério da Educação- MEC), Ministry of External Relations (Ministério das Relações Exteriores - MRE), Treasury Department (Ministério da Fazenda – MinFaz)] to establish consensus for presentation of a government proposal on the issue Stimulate national and international public support, including lending governments (Paris Club) multilateral financial institutions, companies, NGOs, academic circles and press (specialized or not) Create open dialogue space between educational, financial (official creditors, private and financial organizations) and productive (companies) spheres with the goal of identifying innovative approaches for financing development applications to education in a cons tructive, non-confrontational way Create coordinated actions by creditors and debtors, sustainable in a financial/technical/legal point-of- view and with political, social and moral capital gains for all involved History • • • • • Jubileu 2000 created an international civil society movement that demands that foreign debt of Southern countries be forgiven, claiming that the loans were contracted by local elites without having benefited needy populations The International Conference on Financing for Development (Monterrey, 2000) passed an accord relating to implementation of the Millennium Declaration with the goal of increasing international financial and technical cooperation on behalf of development The conference brings together banks and financial institutions of developing and developed nations to “promote innovative approaches for financing” – including sustainable debt servicing (or alleviation of debt) The XIII Ibero-American Education Conference (Tarija, Bolivia, 2003) accepted the proposal by the Ministers of Brazil and Argentina for promotion of a movement in favor of increasing investments for quality and equitable education. It was suggested at the conference that a study be conducted that analyzes mechanisms that permit an exchange between governments – a swap of government bonds for foreign debt bonds At the 32nd UNESCO General Conference (Paris, 2003), Minister Daniel Filmus brought the theme up for consideration by that organization The OEI (Organización de Estados Iberamericanos- Organization of IberoAmerican States) forwards the report of the study “External Debt for Education. Recent Experiences, perspectives and proposals for converting debt for education” to “Economists without Borders”. (Madrid and Buenos Aires, 2003) 1 • • • • • At the 2004 OEI Board of Directors meeting in Mexico, a working group on the theme was formed that included Brazil, Argentina, Mexico, Chile and Nicaragua In Buenos Aires, June of 2004, the Ministries of Education of Mercosur (XXVI Meeting) emphasized the benefit of raising the leve l of education investment by way of redirecting a portion of external debt interest. On this occasion it was decided to recommend the creation of a forum for negotiation in which mechanisms could be analyzed that would permit the conversion of a part of debt service to education In the meantime, up until now, neither the Mercosur Forum for Consult and Political Reconciliation, nor the Council of Ministers have included any mention of the issue in their documents of the groups of the Common Market In October of 2004, the XIV Ibero-American education Conference in San Jose (Costa Rica) issued a Declaration of its determination to exert all effort necessary to obtain more education resources. In November of 2004, the Argentinean and Brazilian Ministers of Education signed the “Brasília Declaration” that defines education as a social right and strategic instrument for development. At the same time, they rejected a certain commercialistic view of education, in which many decisions are in the hands of private companies and international organizations In November of 2004, at the XIV Ibero-American Summit in San Jose (Costa Rica), Presidents and Heads of State declared: o o o o • • “We reiterate the necessity to direct adequate resources to education for the productive and social inclusion of persons belonging to vulnerable groups such as indigenous, migrants, disabled groups and, at the same time, contribute to the eradication of child labor” (par. 14) “We commit ourselves to promote within distinguished multilateral forums the examination and adoption of innovative financial mechanisms, including the conversion of a percentage of debt services for investment in our countries’ education systems or other initiatives that permit the management of financial resources that constitute additional funds for educational budgeting” (par. 22) “These resources should be invested according to concrete necessities of our countries in programs that strengthen inclusive educational systems, favoring attention to primary infancy, to the illiterate or those with low school levels, to people with disabilities, as well as for projects that strengthen secondary education” (par. 23) “These funds will be subject to transparent management and to an efficient administration by way of effective control mechanisms, prevention and settlement of accounts based in the proposed goals and obtained results” (par. 24) In January of 2005, the President of Spain, José Luis Rodríguez Zapatero, announced to Argentina’s president, Néstor Kirchner, its offer to convert bilateral debt into education in the amount of 60 million euro. It is foreseen that the accord will be ratified at the Ibero-American Summit in Salamanca in October 1 In June 2004 in Brazil, the Ministry of Education (Ministério da Educação – MEC) sent a communication to the Treasury Department (Ministério da Fazenda) with a proposal corresponding to what was agreed upon at the Meeting of MERCOSUL Ministers 1 1 The Argentinean Minister of Education points out that a Trust Fund will be created for the purpose of guaranteeing ten obligatory years of schooling for all students (through scholarships for poor students) in addition to financing scientific/technological projects. 2 Communication/MEC/GM/AI no. 580/2004, June 15, 2004. 2 Central Questions (what is at stake) • • • Stimulating the belief that investment in education elevates global levels of economic efficiency via labor productivity factors. Investments in education generate greater economic return than general loans (financial assistance, “shields”) Assuring creditors and markets that the whole process is based on a volunt ary exchange of debt within absolute respect to contracts and will be monitored in a transparent way by creditors, debtors, beneficiaries and multilateral organizations Education Sovereignty – it will always fall upon Brazil to define education priorities; creditors will support government programs and not the inverse (in which projects are still elaborated in restricted partnership with the private sector) Resistance • • • • • Eligibility The (correct) perception of Brazil as an economically solid, financially solvent country and, as a result, with the capacity to honor its obligations. To the eyes of many, Brazil does not qualify for debt forgiveness or conversion – only HIPC (Heavily Indebted Poor Countries) should be eligible. Convertibility. Complexity of the type of external Brazilian debt, in large part (by being commercial) appropriate for conversion into educational programs Suspicions that the program implies hidden objectives for breaking contracts, with negative impact on country-risk and the credibility of economic agents Fear that assumed obligations elevate the level of government expenses, compromising primary surplus and generating inflationary tendencies Argument that part of Brazil’s external debt with multilateral organisms and private banks is already related to educational programs and that, therefore, new programs do not make sense 2 . The World Bank and IDB have already collaborated on a majority of MEC projects charging subsidized fees (below market). Theoretical Framework (education is investment) • • In order to overcome resistance, it is fundamental to put forth a conceptual and theoretically consistent and empirically factual argument, with the premise of responsible and balanced action on the part of the government, examining past, present or projected initiatives of debt conversion for education. Mechanisms of debt conversion can be applied in “profitable” transactions, or debtfor-equity swap, as was the case for Chile in 1985 3 ; “non-profitable”, or debt-fornature swap, as was the case in Bolivia in 1987 or debt-for-development swap initiatives applied to health and education in poor countries 2 STN/COGEP Note no. 939, July 9, 2004, shows a table of projects with MEC already financed by external resources (IFES, FUNDESCOLA, PROMED, PROEP, etc.). 3 Through this mechanism, debt portions are converted into equity – private sector investment. 3 • • • • Along the same lines, investors are also classified as “profitable” (insurance companies, banks, pension funds) and “non-profitable” (NGOs, religious organizations, academic institutions, international agencies) In the beginning, it is necessary to distinguish between Charitable Swap and Productive Swap. The first would be applicable to HIPC countries and the second would be compatible with a country of medium income, financial solvency (primary surplus, positive balances in the commercial balance, solidity of exports), credibility and capacity to leverage resources and honor payments A Productive Swap implies modalities of exchange of debt for education as investments that generate productivity gains resulting from better professional qualifications and the overcoming of structural “bottlenecks” that compromise a country’s competitiveness—while at the same time strengthening environmental sustainability. Therefore, it should be demonstrated that investments in education are more profitable in the medium to long term than general loans All options for management of external debt that affect interest payments should keep in mind the nature of the sum of the Brazilian Federal Public External Debt (Dívida Pública Federal Externa – DPFe), which represents 24% of the total Federal Public Debt 4 : o o o o o The DPFe is basically made up of securities: 76% of the foreign debt is in government bond debt, which means groups of creditors who are banks and investment funds or who operate individually In second place, with 13%, is the debt amount with multilateral institutions In third place, private banks (4%) Last place, the Paris Club (6%) The recent evolution of government bond debt demonstrates the following tendencies: § • • • § § The viability of conversion projects should be carefully studied so that they do not make application of macroeconomic stabilization policies difficult, affect creditor expectations or, in the case of financing that involves currency issue, ge nerate inflationary tendencies. The decrease of resources from Official Development Assistance—ODA, theoretically fixed at 0.7% of GNP by the Monterrey Conference (2002) should be emphasized. The conversion of debt for education could compensate for official development assistance (that tends to dwindle each year) The Monterrey Conference, in order to promote innovative approaches to development financing, emphasizes that sustainable debt financing is an important instrument for mobilizing public and private investment resources o o 4 advancement in “sovereign earnings” (new securities – emission of bonds since 1995) depareture from renegotiated bonds (“Brady bonds”) stability in the space occupied by contractual debt (World Bank, IDB, Paris Club) Currently, however, the Conference notes that commerce continues to be a strong external source that is more important for obtaining resources With this in mind, it points out that creditors and debtors should share responsibility in avoiding and resolving unsustainable indebtedness Source: Secretary of National Treasury. Approximate values (2004). 4 o • • The Conference emphasizes that debt alleviation could be a central factor in the release of resources Whether or not conversion projects refer to the sum of the debt principle or to its service (interest) should be defined An additional relevant argument is the fact that Brazil, despite being considered to be a medium income country with strong productive and exportation structure, still has a high index of social needs, justifying the localized benefit of actions, which, in theory, are only directed to countries with lower relative development Means of exchanging debt for education 1. Forgiveness of debt payments • Appropriate for official debt (government to government) • Cancellation of debt though commitment to investing in education sector • Necessity of a bilateral accord that presumes, if it is the case, the creation of a “trust fund” that receives the funds and applies them to specific projects • Studying Brazil’s debt profile in conjunction with each country and elaborating conversion proposals • Learning about existing official bilateral debt conversions for OECD nations (swap option) that already make up negotiation proposals for Paris Club 5 members and that are not necessarily for educational projects. o • There is the possibility of debt payment forgiveness at the Official Development Assistance level with the condition that the sum be invested in financing the development of social and environmental protection projects Examples of Paris Group initiatives: o o o o o Belgian Round Table on Commercial Debt Relief. Collective effort between the Belgian exporting credit agency and the economic cooperation agency with the goal of reducing the debt sum of less developed nations Fonds de Libreville . French initiative of debt conversion with Frenchspeaking African countries Enterprise for the Americas Initiative. Interest owed to the United States by Latin American and Caribbean countries can be converted into environmental protection funds administered by NGOs Canada. Debt conversion experiences with Latin American countries for sustainable development projects Switzerland. Experiences reprogramming bilateral debt with poor countries administered by the Federal Office of External Economic Affairs (BAWI) in coordination with the Office of Economic Cooperation for Development This mechanism includes the financing of commercial purchase of debts in secondary markets 2. Debt buy-back • Appropriate for commercial or government debt • Repurchase of commercial debt: the private creditor agrees to sell debt titles at a price lower than market value (discount price). The investor (NGO, 5 The Paris Club debt conversion clause was introduced in 1990 5 company) buys the titles at discount and assumes the position of new creditor • The government assumes the obligation of paying the new creditor with investments in education (specific projects) • Alternatively, the new creditor will be able to resell the instruments on the market, at a profit margin permitted by the price differential, obtaining resources for educational projects generated by the creditor • Commercial debt presents a structure of thousands of groupings, made up of institutional investors (insurance companies, banks and pension funds) or that operate individually • This structure makes any negotiation process difficult, as much by its diffused character as, above all, by the strong demand for high economic return (and resistance to loss of value of assets) on the part of private investors • On the other hand, Brazil could have a certain bargaining power, as it is responsible for 30% of the debt transactions market (debt buy-back and debt-for-debt exchanges) 6 o • • The prices of Brazilian commercial debt have been climbing in the past few years. Today, creditors buy Brazilian securities at high gains – around 9% in dollars. Debt conversion proposals should generate higher profits than this level to attract private investors Moreover, issue of titles in the international market involves important riskcountry analysis Agencies such as Moody’s and Standard and Poor’s evaluate the probability of debt restructuring and strongly influence the behavior of interest rates to be paid by the issuing country Hence, any proposal and debate about debt conversion by investment should attend to the demands and moods of the market. As well it should well explained in an expansive and transparent manner, including participation of the agencies so that Brazil’s ability (and, indirectly, other countries in the region) to raise future resources is not harmed 3. Rolling debt • Possibly appropriate for debt with international financial institutions • The major obstacle is that multilateral debts are simply not object to conversion: this is a statutory impediment for pardon or conversion of debt on the part of multilateral creditors, who have “preferential status” – who guarantee rating, the financial credibility of these institutions of capital markets • There could be a study of the Brazilian debt profile together with each institution and elaboration of proposals for rescheduling that permit conversion. There should be examination, at the moment of debt renegotiation, of the possibility on the part of the posterior expenditures (interest) to be made in the form of educational investments 6 MOYE, Melissa. Overview of Debt Conversion. Washington, Debt Relief International, 2001. 6 • With regards to the argument that part of Brazilian foreign debt with multilateral organizations is already related to educational programs, it is important to remember that the discussion does not involve the debt principle, which is already applied to education, but to the payment of future interest. These expenditures could be subject to rescheduling, for the payment period, in a way that they are reapplied to new projects 4. Trilateral operations • Appropriate for debts of two countries together with the same creditor, especially government • The creditor agrees to refinance or cancel parts of debt of one or two countries by means of educational cooperation from one of them benefiting the other (for example Brazil and Latin American or African countries) Strategies for action 1. Initial commentaries • Avoid at all cost the strategic claim of voluntary confrontational declarations without any practical repercussion • In order to have a credible project, before launching, it would be preferable to prudently work on a conceptual and technical plan and conduct preliminary soundings with creditors (governmental, organizational, private), companies, banks and NGOs • This does not impede initial efforts together with government and civil society organizations, such as the list of entities suggested in the item “institutional framework” below • Avoid bureaucratization of addressing the issue, “à la UN”, with consultants intergovernmental deliberative boards with multilateral organizations, statutes with voicing, votes and veto, etc. The best would be, particularly at the initial stage, to work in small windows of opportunity, consolidating the idea little by little, with secure steps 2. Federal Government buy-in • The Treasury Department (Ministério da Fazenda) emphasizes the importance of investing in education, especially for what it represents in terms of capacity to “achieve simultaneous advancements in economic growth and social equality”7 • It is up to the National Treasury Secretary of the Treasury Department to examine, in a technical plan, the compatibility of linking increase in education investments with managing public foreign debt. The first STN [Secretary of the National Treasury – Secretária de Tesouro Nacional] evaluation pointed out limitations to a conversion proposal8 7 8 STN/COGEP Note no. 939, July 9, 2004. STN/COGEP Note no. 939, July 9, 2004. 7 • It proposed creating an inter- ministerial working group (Education, Foreign Relations and Treasury) to construc t a political framework based in consistent techniques and elaborate a government action plan o Designate, in each ministry, administrative unit(s) responsible for addressing the issue 3. Presentation of projects • Select productive, environmental impact and social projects that “irresistibly” attract the interest of public and private creditors as well as NGOs • Select projects in the areas of education, environment, indigenous education, special education (physically disable), industrial schools, professional schools, CEFETS [Federal Centers of Technology Education -- Centros Federais de Educação Tecnológica], “S System” [SENAC, SENAI, SENAR, SENAT—vocational educational institutions] 4. Convince government creditors (Paris and London Clubs) private creditors (government bond debt) and financial organization 5. Conduct studies • Demonstrate the productive potential of investments in education at all levels • Compare education/GNP and debt service/GNP expenditures o • According to UNDP9 , Brazil’s average expenditure for education/GNP was 4.7% for the period of 1998-2000, less than half in relation to debt service/GNP (10.8% in 2001) Compare volume of exports and debt service 6. Launch pilot projects • Brazil as a creditor – preliminary exercise in exchanging debt with an HIPC country (from Africa or Latin America) for investments in bilateral educational cooperation • Small project involving a government or multinational and a professional, technical, industrial school; an environmental education or of special education (disabled) 7. Bovespa Conference • The conference will advance the theme of debt exchange for education on various levels: o o o 9 Theoretical and conceptual framework Bring together off governmental, academic, multilateral, financial and business spheres Press exposure UNDP – Human Development Report (2002) 8 Institutional framework (institutions and partners) • Conference Organizers Ministry of Education (Ministério da Educação), UNESCO, Valor Econômico, Getúlio Vargas Foundation (Fundação Getúlio Vargas) and Organization of Ibero-American States (Organização dos Estados Ibero-americanos). • National mobilization and buy- in CNBB [National Committee of Brazilian Bishops – Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil], CNTE [National Confederation of Education Workers – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação], CUT [Unique Center of Workers – Central Ùnica dos Trabalhadores], OAB [Brazilian Order of Lawyers – Ordem dos Advogados do Brasil], UCLAE, press (specialized or not) • World mobilization and buy- in: “Critical mass” created by World Social Forum in Porto Alegre Prestigious economists (Jeffrey Sachs, Jeremy Bullow) Investors (George Soros) Press from the developed world (specialized or not) MERCOSUR, European Commission, European Central Bank, OEI, UNESCO, UNPD, UNICEF, OEA (AICD), CEPAL NGOs: Debt Relief International, Economists without Borders, Fundación SES (Argentina), Intermón-Oxfam (Spain), Cáritas (Spain), CETERA (Argentina) Multinational corporations: Telefónica, Volkswagen, Renault, Peugeot, Volvo Countries with previous experience – Spain, United Kingdom, Germany, Norway, Italy, Belgium, Switzerland, Canada European teachers unions Comitê da Basiléia (Bank of International Settlements) • Elaboration of government proposal: Ministries of Education, External Relations and Treasury Department • Beneficiaries: CEFETs, Industry Schools, SENAI and the “S System”, companies, Embrapa • New institutional necessities: i) ii) iii) iv) Bilateral accords with governments and new creditors that formalize debt conversion contracts Committees to administer generated resources – credibility, transparency, operational expenses, providing of bank services Technical committees for selection and monitoring of projects composed by representatives from creditors, debtors, beneficiaries, NGOs, UN organizations and financial organizations “Trust Funds”: accounts in private or public banks that collect the resources liberated by the government and apply them to educational programs. The accounts would be administered by technical groups composed of creditors, debtors, beneficiaries, NGOs or UN organizations. The funds could be for grants (non-reimbursable contributions, seed money) or for credit (loans for productive and technical assistance activities) 9 Calendar • • • • • May – first meeting of Ibero-American Working Group on Debt Conversion (Madrid, 10 and 11) June – Bovespa Conference (São Paulo, 28) July – International Meeting on Debt Conversion and Ibero-American Education Conference (Madrid-Toledo, 11-13) August – Conference promoted by SECAD about experiences with Ecuador and Bolivia (last two weeks) October – Ibero-American Summit (Salamanca) 10