O talento do oriundi Felipe Massa nas pistas de

Transcript

O talento do oriundi Felipe Massa nas pistas de
A
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c o m u n i d a d e
í t a l o - b r a s i l e i r a
www.comunitaitaliana.com
Ano XIII – Nº 101
ISSN 1676-3220
R$ 7,90
Rio de Janeiro, novembro de 2006
É Massa!
O talento do oriundi Felipe Massa nas
pistas de fórmula 1 anima torcedores e
mostra força da dobradinha Itália/Brasil
Exclusivo: Costanza Pascolato fala sobre carreira e tendências
Cezar Loureiro / Agência O Globo
40
CAPA Destaque ítalo-brasileiro
Economia
Piloto Felipe Massa é nova promessa da Fórmula 1
Costureiras brasileiras exportam produtos
à base de fibra de bananeira para a Itália.......................................20
Editorial
Rumo ao trabalho...........................................................................06
Cose Nostre
Pesquisa revela que Brasil é país
com mais oriundi no mundo...........................................................07
Opinione
Qui Roma......................................................................................11
Brasileiros são
maioria na Lombardia
Notizie
Governo italiano formalizza
l´assegnazione di donativi a Bahia..................................................30
46
Moda
Pernas de fora
Tons vibrantes e roupas curtas
marcam tendência em semana
de moda em Milão
Ana Paula Torres
Estúdio Campana
Pianista Stefano Bollani é revelação
do jazz italiano e faz apresentação no Brasil...................................34
Divulgação
Guilherme Aquino
Il testo della nuova Finanziaria riporta numerevoli novità................16
Comunidade
Imigração
Universidade em Milão revela descoberta
na luta contra o infarto cerebral.....................................................27
Arte
Politica
42
Saúde
50
52
Turismo
Luoghi di San Benedetto
L´Abbazia di Montecasino
è ammirata su tutta la
valle del fiume Liri nel sud
della regione Lazio
Novembro 2006
/
Design
Criatividade & Estilo
Irmãos Campana conquistam
mercado italiano
ComunitàItaliana
COSE NOSTRE
Julio Vanni
FUNDADO EM MARÇO DE 1994
Diretor:
Julio Cezar Vanni
O
utro dia, num almoço em São Paulo com os amigos Emilio Innocenzi e Fernando
Garnero, respectivamente presidentes da Obiettivo Lavoro e da BrasilInvest, discutíamos sobre desocupação e nível da mão de obra italiana e brasileira.
Não por acaso, a ocasião celebrava a joint-venture entre um dos maiores grupos de
recursos humanos da Europa [a Obiettivo Lavoro emprega 35 mil pessoas e fatura anualmente 450 milhões de euros] e o respeitado banco privado brasileiro, para um ousado
negócio que promete incrementar ainda mais as relações bilaterais entre as duas nações:
intercâmbio de trabalho. Uma empreitada que, involuntariamente, ajuda os dois governos
em problemas básicos que atingem italianos e brasileiros. De um lado a demanda de mão
de obra em setores importantes para a estabilidade social, do outro, uma chance para o sonho de jovens que saem das universidades sem perspectivas de crescimento profissional.
Na Itália, é cada vez mais raro encontrarmos jovens que façam carreira em áreas
como a de enfermagem, metalurgia e serviços. A falta de estímulo parece ser derivada
da influência de um mundo onde o click do mouse vem transformando o modo de pensar. Na contramão do que aconteceu na recuperação pós-guerra, quando o país crescia
a passos largos, formando a base para ocupar o 6º lugar na economia mundial, hoje não
observamos o apetite pelo trabalho. Com baixa taxa de natalidade e falta de incentivo
para pesquisas, os chamados “cérebros” saem do país enquanto que os estrangeiros ocupam espaços considerados menos desafiadores.
Por outro lado, para países como o Brasil, que enfrentam crises e têm como um dos problemas mais graves a falta
de vagas de trabalho, esse intercâmbio pode ser considerado como um importante instrumento. Com um baixo crescimento econômico, burocracia e falta de incentivo às micro
e pequenas empresas, a opção de emigrar é dolorosa, mas
não descartável. Acessar uma vaga de trabalho num país onde
existem melhores garantias e remuneração, somados a “afinidades sociais” entre os dois povos, não pode ser visto como
uma fuga de valores nacionais, mas sim uma ocasião para o
crescimento e a certeza de uma integração cada vez melhor
Pietro Petraglia
para o incentivo ao comércio e intercâmbio sócio-cultural enEditor
tre a Itália e o Brasil.
VICE-DIRETOR EXECUTIVO:
Adroaldo Garani
Publicação Mensal e Produção:
Editora Comunità Ltda.
Tiragem:
30.000 exemplares
Esta edição foi concluída em:
12/11/2006 às 12:30h
Distribuição:
Brasil e Itália
Redação e Administração:
Rua Marquês de Caxias, 31
CEP: 24030-050
Tel/Fax: (21) 2722-0181 /
(21) 2719-1468
e-mail:
[email protected]
SUBEDIÇÃO
Rosangela Comunale
[email protected]
Redação:
Nayra Garofle
e Sílvia Souza (estagiária)
REVISÃO / TRADUÇÃO
Ana Paula Torres
Cristiana Cocco
Projeto Gráfico e Diagramação:
Alberto Carvalho
CAPA:
Cezar Loureiro/Agência O Globo
Colaboradores:
Braz Maiolino – Pietro Polizzo – Venceslao
Soligo – Marco Lucchesi – Domenico De
Masi – Franco Urani – Fernanda Maranesi
– Giuseppe Fusco – Beatriz Rassele
N
esta edição, fomos até a pequena cidade de Cerignola, na província de Foggia, no
salto da bota, para falar da origem de uma parceria prometedora na Fórmula 1: Felipe Massa e Ferrari. Orgulhoso de suas origens italianas, o piloto esteve pela segunda vez
na região Puglia de seus antepassados, onde foi recebido com emoção por toda a família e
pelos cidadãos cerignolanos. A admiração pelo ítalo-brasileiro no paese, pode ser resumida na frase do prefeito Matteo Valentino: “Leio nos seus olhos o prazer de possuir sangue
cerignolano. A esta cidade faltava um representante no esporte. Possuímos Pietro Mascagni na música, Nicola Zingarelli na cultura e, agora, temos você no esporte”.
CorrespondenteS:
Guilherme Aquino (Milão)
Ana Paula Torres (Roma)
Giordano Iapalucci (Florença)
Marcos Petti (São Paulo)
N
a Lombardia, os brasileiros conquistam maior espaço e dados estatísticos confirmam a força verde e amarela na região italiana. Até mesmo na hora de serem remunerados, o fato de possuírem cidadania brasileira faz diferença em relação a outros
estrangeiros. Você poderá acompanhar a evolução dessa presença na matéria do correspondente Guilherme Aquino, a partir da página 42.
ComunitàItaliana está aberta às contribuições
e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos
e estrangeiros. Os artigos assinados são de
inteira responsabilidade de seus autores, sendo
assim, não refletem, necessariamente, as
opiniões e conceitos da Revista.
A
La rivista ComunitàItaliana è aperta ai
contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti
brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori
e sprimono, nella massima libertà, personali
opinioni che non riflettono necessariamente il
pensiero della direzione.
inda neste número, você pode conferir a arte dos irmãos Campana; a elegância de
Costanza Pascolato; os rumos da economia italiana; as colunas Roma, Milão e Firenze; as novidades da Italian Style; dicas de gastronomia, turismo e comportamento; e
muito mais.
Boa Leitura!
ISSN 1676-3220
Filiato all’Associazione
Stampa Italiana in Brasile
ComunitàItaliana
editorial
Entretenimento com cultura e informação
/
Novembro 2006
A ponte “caiu”
Com “peito de aço”
U
m dos episódios mais marcantes da Copa 2006 vai ser lembrado por uma empresa de material esportivo. O italiano
Marco Materazzi, que recebeu uma cabeçada do francês Zinedine
Zidane na final da competição, estará vestido de Superman no
novo comercial da marca. Na produção, Materazzi aparece “matando” uma bola de boliche, um jogador de futebol americano,
uma viga de demolição e até uma caminhonete no peito.
O
Parlamento da Itália rejeitou os planos para construir uma ponte de oito quilômetros que ligaria a Ilha da Sicília à península.
A construção começou a ser cogitada nos anos 60 e seria a via com
o maior vão único suspenso no mundo. A proposta recebeu 272 votos contra e 232 a favor sob a alegação de que há outras prioridades
para a Sicília.
O projeto era orçado em US$ 5,5 bilhões [cerca de R$ 12 bilhões] e havia sido apresentado pelo ex-primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi.
Investindo em
modernidade
O maior
país italiano
A
Piraquê acaba de adquirir
duas máquinas italianas de
tecnologia de ponta para aumentar sua produção. A primeira delas
já está no Porto do Rio de Janeiro e opera com a capacidade de
produzir três mil quilos de massa comprida por hora. A segunda,
que está a caminho, fará 3.600
quilos de massa cortada por hora.
C
Italianos no
Mato Grosso
Ansa
Rumo ao trabalho
Diretor-Presidente / Editor:
Pietro Domenico Petraglia
(RJ23820JP)
A
comunidade italiana em
Mato Grosso já tem um
dia específico para comemorar sua cultura: 19 de setembro. O governador Blairo Maggi sancionou lei do deputado
João Malheiros. As comemorações farão parte do calendário
escolar, cultural e turístico. O
registro da presença dos primeiros imigrantes em Cuiabá foi feito em 1827. A data
escolhida corresponde ao dia
em que se comemora o milagre de San Gennaro, um dos
maiores padroeiros italianos.
Padre treinador
de futebol
O
padre Michele Turso, de 37
anos, é o primeiro religioso
na história do futebol da Itália.
Depois de passar em exames de
curso técnico para treinador, ele
assumiu o Juvenilia, time da liga
amadora. O esquema tático de organização de seu time segue o 44-2. Turso deixou sua carreira de
jogador no Berretti de Bari quando decidiu estudar Teologia. Ele foi
ordenado sacerdote há nove anos.
U
m momento de descontração em meio às discussões sobre a
nova “finanziaria”. Na foto acima, o primeiro-ministro Romano Prodi experimenta a nova scooter da Piaggio durante a apresentação dos cincos novos modelos da marca no Palácio Chigi. À
esquerda, o ministro dos transportes, Alessandro Bianchi.
Rapidinhas
O
Comites da Circunscrição MG-GO-TO tem novos presidente e vice.
Em assembléia plenária realizada no fim de setembro, Silvia Alciati e Giulio Mattiazzi foram eleitos respectivamente para os cargos.
• A pianista Loraine Ferla Balen Tatto, diplomada em piano pelo
Instituto de Artes da Universidade de Passo Fundo (UPF), no Rio
Grande do Sul, receberá o prêmio de “Destaque Internacional de
Cultura” no dia 16 de dezembro, na cidade de Pieve de Cadore,
na região do Vêneto, Itália.
• O ex-secretário municipal de Trabalho do Rio de Janeiro, André Urani, o presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL),
Marcos Vilaça, e a professora de Língua Italiana da Universidade
Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Flora Simonetti, vão receber,
respectivamente, os títulos de Comendador, Grande Oficial e Cavaliere, da presidência da República Italiana. A entrega da honrarias deve ocorrer no primeiro trimestre de 2007.
• Marly Sampaio será a nova dirigente do Espaço Lounge e Wine
Bar do Milano Doc, em Ipanema, que será inaugurado no próximo
dia 22 de novembro.
Novembro 2006
/
om 31 milhões de pessoas descendentes, o
Brasil desponta como o maior
país com raízes italianas no
mundo. O dado consta do
último Rapporto Italiani nel
Mondo, realizado pela Fondazione Migrantes, da Caritas. O
estudo sobre o tema não era
realizado há 20 anos e revela
como os oriundi vivem, se foram bem sucedidos, seus níveis de formação e, inclusive,
suas atuais contribuições para a economia do país. Depois
do Brasil, a lista traz os Estados Unidos, com 15,7 milhões
de oriundi; Argentina, com 15
milhões; Uruguai, com 1,5
milhão e a Austrália com 800
mil descendentes. No total,
são mais de 60 milhões de
homens e mulheres espalhados por todo o mundo cujos
ancestrais são da Itália.
O que eles são?
Q
uatro irmãos do sul da Itália entraram para a estatística de uma das mutações genéticas
mais difíceis de se explicar. Tudo
porque quem comparar o DNA com
a aparência que têm pode até se
assustar. Eles possuem dois cromossomos X, o que os faria mulheres, em vez de um X e outro
Y, característico dos homens. Um
estudo da Universidade de Pavia
analisou o material genético dos
irmãos e identificou o gene RSPO1
como responsável pela alteração.
A mutação se manifesta quando o
RSPO1 tem dupla alteração, ou seja, é modificado no pai e na mãe, o
que pode ocorrer quando há casamentos entre parentes próximos.
ComunitàItaliana
opinião
serviço
agenda cultural
Parliamone
“Lo so,
gliel’avevo detto
a quella...”
FIAT Mostra Brasil
con l’Avvocato Giuseppe Fusco
[email protected]
Eros Ramazzotti,
dopo la
separazione con
Michelle
Hunziker,
rispondendo a
una fan quando
gli ha detto che
era un uomo da
sposare.
“Quero chegar
aos 100 só para
‘sacanear’ a
Previdência”.
Lanfranco Vaselli,
o chargista Lan,
aos 81 anos, em
palestra sobre
História Política do
Brasil em Juiz de Fora (MG).
“A eutanásia é como
o aborto planejado.
Os parlamentares
católicos devem
defender a vida
desde o seu
início até seu
fim natural e
impedir que
projetos de lei
possam legalizar a
eutanásia, como já
ocorreu em outros países”.
Il pensiero impertinente
P
ensavo di scrivere una cosa, invece me
ne vuole imporre un`altra, il pensiero impertinente e screanzato. Mi arrendo o resisto e resisto?
Ho letto da qualche parte che il pensiero è
indipendente, autonomo e si produce da solo,
cioè pensa quando gli pare e come gli pare.
Avevo deciso di scrivere sul governo della
Repubblica italiana, sulla florida situazione
politica che ha trasformato il deserto italico
in un lussureggiante giardino dove, tra fringuelli, allodole e cinciallegre, il popolo saltella felice. Poi, tra un urletto e l’altro, bagna
le labbra e succhia il latte e il miele che, copiosi, sgorgano dai fusti e dai rigogliosi rami
di querce centenarie dalle ghiande d’oro, e
dai rami contorti di antichi ulivi.
Ecco, volevo dire proprio questo, invece il
maledetto si è messo a produrre fesserie per i cavoli suoi, lo giuro, contro la mia tenace volontà.
Sono così stato costretto a pensare che
a partire da oggi in Italia le tasse vecchie,
e soprattutto quelle nuove di zecca, le pagheranno tutti, e meno male, che caspita, ci
voleva proprio. Molti ricchi e pochi poveri,
ma tutti pieni di felicità. O molti poveri e
pochi ricchi, tanto fa lo stesso.
Quello che importa è la grana che entrerà nella casse pubbliche da dove uscirà in
fretta e furia per finanziare le grandi opere,
le moderne infrastrutture, gli investimenti
per frenare il mitico declino, migliorare la
competività, rafforzare i servizi perché tutto
diventi equo e solidale.
Raffaele Martino, presidente do
Conselho Pontifício Justiça e Paz, sobre
o pedido de Piero Welby, vítima de
distrofia que solicitou o desligamento
dos aparelhos que o mentem vivo.
Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com
entre os dias 20 e 24 de outubro.
/
Novembro 2006
A mostra da artista plástica Lucia Barata, radicada em Roma desde 1991, acontece na galeria de arte A Hebraica. Além das esculturas
de prata e bronze já apresentadas em impor-
A memória de Ulisses, de Marco Lucchesi. É uma coletânea de
textos do escritor e colaborador
de Comunità. Inclui o inédito Rachel Jardim: Anos 40, sobre a romancista e memorialista mineira.
Dividido em cinco partes, o livro
traz quase 50 dos melhores e mais
interessantes textos de Lucchesi.
Ele fala sobre Ibsen, Montaigne,
Nietzsche e Gunther Grass. Revisita Descartes, analisa a poética de Quixote, disseca Schopenhauer e viaja para o universo de
Goethe. Editora Civilização Brasileira, 350 págs., R$ 49,90.
Gisele Guimarães
de Oliveira,
Funcionária Responsável da
Biblioteca Copérnico Pinto Coelho
Belo Horizonte - MG
Não - 33.3%
ComunitàItaliana
Comer bem e com Saúde, de
Andre Boccato. O autor, renomado chef, editor e diretor
gastronômico, mostra-se preocupado com a alimentação
voltada para o bem-estar e para a saúde. No livro, ele aborda
a cozinha de qualidade, levando em consideração o equilíbrio dos prazeres da mesa com
a boa forma e a saúde em receitas fáceis de preparar e com
informações nutricionais. Editora Difusão Cultural do Livro,
433 págs., R$ 79,90.
diretoria do Instituto Histórico e Geográfico de Minas
Gerais (IHGMG) agradece à revista ComunitàItaliana. É um periódico de grande valia e que tem
a mais atenta leitura dos nossos
consulentes.
Sim - 66.7%
Exposição:
“Mamas - Do traço à forma”
tantes espaços expositivos dos EUA, Austrália, América do Sul e Europa, Lucia
mostra pela primeira vez os desenhos que lhes deram origem. O
evento é paralelo a 27° Bienal
de Arte de São Paulo. Local:
Galeria de Arte “A Hebraica”Rua Hungria, 1000 - Jd. Paulistano. Horário: das 12h às 15h.
Até 29 de novembro. Informações na Central de Atendimento:
(11) 3818-8888 / 8889.
click do leitor
A
O Conselho de Ministros da
Itália autorizou o uso
medicinal da maconha.
Você concorda com a medida?
o evento apresenta 30 artistas. Local: Porão
das Artes, Fundação Bienal de São Paulo Parque Ibirapuera. Horário: das 10 às 22h.
De 8 a 30 de novembro. Entrada Franca.
na estante
cartas
enquete
Cerco di soffocarlo, ma il cervello se ne
infischia dello sforzo e continua a sfornare
corbellerie.
Allora, la grana finanziaria arriverà velocemente anche all’estero e i parlamentari eletti hanno già pronti i forzieri per riceverla e
per finanziare l’espansione della lingua e della
cultura italica, per arricchire l’informazione,
per migliorare l’assistenza sociale e sanitaria, per dare più opportunità ai giovani e agli
“oriundi”, per, insomma, aprire rosei orizzonti
alla nostra paziente collettività: magari linee
orizzontali e trasversali tracciate con mano
decisa sui pingui assegni sociali di solidarietà
che finalmente voleranno da Roma a Rio, direttamente nelle mani tremanti degli italiani
socialmente esclusi e svantaggiati, senza passare tra le dita adunche e ossute di burocrati
occhiuti e ottusi.
Ecco, la mente continua a pensare per i cavoli suoi e se non la fermo, mi metterò nei guai.
In questi casi dicono che un bel mantra
serve per neutralizzare i pensieri indesiderati e
pericolosi per la mia salute fisica e mentale.
Ma quale mantra scegliere, anche per
non cadere in una cupa depressione?
Come smettere di pensare? Come cacciare i pensieri politicamente malefici? Scelgo
un mantra scemo? O uno ben serio?
Potrei ripetere cento volte al giorno: Ci
ho creduto, ci ho creduto, ci ho creduto....
Oppure: Guaranà, Guaranáà, Guaranà... O
meglio ancora: Vedrai, vedrai, vedrai....
Ci penserò un po’ meglio, poi ne parleremo.
Ao completar 30 anos
no Brasil, a empresa
italiana traz uma seleção nacional de arte contemporânea que
abrange as mais diversas manifestações das artes plásticas e visuais. Com curadoria de
Eduardo de Jesus, Maria Ivone dos Santos,
Marcos Hill, Marisa Mokarzel, Jaréd Domício, Giselle Beiguelman e Stéphane Huchet,
Arquivo pessoal
frases
E
m 2005 estive na Itália e conheci Assisi, na Umbria. Foi uma
experiência inesquecível. De todas as igrejas visitadas, a de
Santa Maria degli Angeli me deixou um marco eterno.
Elisa Isabel Machado — São Gonçalo, RJ
Mande sua foto comentada para esta coluna
pelo e-mail: [email protected]
T
S
enho a satisfação de encaminhar este e-mail parabenizando mais uma
vez essa conceituada revista ComunitáItaliana. Quero aproveitar para dizer que
o sucesso da Edição 100ª se faz com a
competência e a dedicação desses funcionários, superando a cada mês, obstáculos e somando muita luta e garra para
que a revista possa chegar em nossa residência de
forma brilhante. Sou assinante e com muito orgulho.
Parabéns a todos os envolvidos nesse sucesso.
ou estudante de italiano e acabei
de me tornar assinante da revista.
Desde o início, o que mais me interessou foi a língua italiana na revista, o
seu conteúdo e diagramação. Acho importante termos um veículo como esse,
que vai de encontro aos interesses não
só dos oriundi e estudantes de italiano,
mas também dos que, como eu, amam a itália e
tudo que a cerca. Parabéns pelo número 100. A
revista está simplesmente fantástica.
Carlos Alberto Tavolaro, São Sebastião - SP
Pedro Derbli, por e-mail
Novembro 2006
/
ComunitàItaliana
articolo
opinione
rapporto
Reprodução
Europa-Africa
Fenomeno recente: l’emigrazione clandestina di
migliaia di disperati africani nell’Unione Europea
L’
Franco Urani
Africa mediterranea ha
avuto storicamente con
l’Europa – fin dai tempi dell’Impero Romano
- relazioni complesse, spesso
competitive, ma di possibile
comprensione e collaborazione;
fu sede di eccelse civiltà come
l’antico Egitto, Cartagine e, più
recentemente, le popolazioni
islamiche che dal 1200 al 1500
avevano anche validamente
occupato parte della penisola
iberica.
Con la cosiddetta Africa
nera, di difficile accesso per foreste equatoriali e deserti, con
organizzazioni prevalentemente
tribali, culturalmente poco sviluppata, il rapporto dei bianchi
con le popolazioni locali è stato
invece generalmente improntato ad una convinzione di loro
superiorità razziale e ad un presunto diritto di dominio sulle
persone e sul loro territorio.
10
Il grande sfruttamento cominciò verso il 1600 con la tratta degli schiavi portati in massa
dagli europei emigrati in America, una delle pagine più tragiche e penose della nostra storia,
con un processo di emancipazione che neppure oggi si può
considerare compiuto. Nel 1800
seguì, da parte delle maggiori
potenze europee, il periodo coloniale basato sulla conquista
militare e sfruttamento in loco
di mano d’opera a bassissimo
costo per la produzione di materie prime da industrializzarsi
nei paesi padroni. Dal 1950, il
colonialismo fu superato ed i
paesi africani conquistarono
una formale indipendenza alla
quale non erano preparati, per
mancanza di infrastrutture,
scuole, risorse finanziarie, mentalità solidaria nazionale, profondi dissidi interni, esplosione
demografica, carestie ricorrenti,
ComunitàItaliana
/
costa, a quanto si dice, mediamente in dollari 2.000 per
persona, importo questo che
dovrà venire pagato dal cliente
all’onnipresente organizzazione
mafiosa con il lavoro, costituito all’inizio da raccolti agricoli
manuali, sfruttamento di piccole miniere, prostituzione per le
giovani donne, traffico di droga
per i minorenni e commercio
ambulante o umili servizi nel
migliore dei casi.
L’atteggiamento europeo è
difficile da intendere, in quanto
l’accoglienza è umana in speciali
campi di raccolta; poi – nonostante molte idee o leggi poco
applicate – nulla in concreto si
fa per far ritornare gli emigranti o per cercare di integrarli nel
contesto sociale. Dopo qualche
giorno di riposo, essi lasciano i
campi di raccolta e – probabilmente guidati dall’organizzazione mafiosa – si spostano in treno
per raggiungere le località stabilite nell’Unione Europea. Il fenomeno, prima marginale, è ormai
diventato talmente vasto che
finalmente pare si stia internazionalmente pensando di creare,
con le dovute garanzie, iniziative e posti di lavoro nei paesi di
provenienza, operazione questa
di enorme complessità anche per
la generale mancanza di validi
interlocutori governativi.
Il problema è soprattutto
europeo, in quanto l’America è
separata dall’Oceano Atlantico,
“Il colonialismo fu superato ed i
paesi africani conquistarono una
formale indipendenza alla quale
non erano preparati”
noti che la grande maggioranza
non sa nuotare). Le destinazioni devono essere le più vicine
possibili, e cioè l’isoletta di
Lampedusa in Italia, talvolta
qualche spiaggia siciliana, le
isole Canarie e le coste sud per
la Spagna.
Evidentemente, i naufragi
sono frequenti e talvolta – per
sfuggire ai controlli della Guardia costiera – i traghettatori
abbandonano imbarcazione e
passeggeri prima dell’arrivo.
Un’operazione di trasferimento come sopra indicata
Novembro 2006
l’Asia pare poco appetibile per
poveri immigranti e molte sono
le ONGs europee interessate ad
operare seriamente nell’Africa
povera e ad unire gli sforzi sulla base di programmi concreti e
controllabili.
Dopo secoli e secoli di sfruttamento integrale, forse ci stiamo avvicinando – per le attuali
difficoltà – al tempo di ripagare con lavoro, risorse, umiltà,
competenza e senso di solidarietà, un debito enorme materiale e morale, nel nostro stesso
interesse.
Qui Roma
Ezio Maranesi
leggerezza quando traggo le mie
conclusioni: per me è chiaro che
la relazione esiste. Resta semmai
da capire quale è la causa e qual
è l’effetto. Il teorema è intrigante, ma rischia di diventare antipatico se ci si ferma a indagare
la distribuzione territoriale della
nostra ignoranza cibernetica. Oppure se si cerca di capirne le radici. Ma il problema è troppo serio
l’articolo, 59 italiani su 100 non
sanno come comportarsi di fronte a un computer, contro i 37 su
100 della media europea. Solo la
Grecia avrebbe un tasso di analfabetismo informatico superiore
al nostro. Ciò significa che nelle
altre 23 nazioni europee la popolazione ha conoscenze informatiche di gran lunga migliori. Il
nostro “analfabetismo” non è ristretto ai vecchietti; anche i giovani italiani sono molto indietro
rispetto ai colleghi europei.
Sempre in questi ultimi giorni
i media ci hanno dato altre notizie poco lusinghiere. Per esempio: l’Italia cresce ad un tasso di
sviluppo inferiore a quello della
maggior parte dei Paesi europei.
Oppure: il numero dei poveri, in
Italia, è cresciuto di un milione
di persone negli ultimi tempi. E
ancora, dal Corriere del 28 settembre: nel ranking della competitività, “il nostro Paese passa
dal 38/mo al 42/mo posto, appena davanti a Kuwait, India e
Sud Africa”. Mi chiedo se c’è relazione tra queste tre notizie e
la nostra ignoranza informatica.
Forse pecco di presunzione e di
e la sua analisi ha bisogno di conoscenze sociologiche e strumenti di analisi di cui non dispongo.
Limitiamoci a qualche benevolo e
scherzoso (ma non tanto) flash,
sempre facendo ricorso alle notizie che ci pervengono dall’Italia
attraverso i media.
Secondo il Corriere del 19
settembre, il 43% dei cittadini
del Belpaese usa i videogiochi.
Il commento dice: “non siamo
più dei navigatori (almeno in internet) ma siamo sempre dei sognatori”. Sarebbe profondamente
ingiusto se arrivassimo alla conclusione che quel 40% (o poco
più) di praticanti della informatica usasse il computer solo per
“giocare”. Ma perché tanti italiani amano i videogiochi? Cosa
li spinge a giocherellare? Anche
questa sarebbe materia di indagine sociologica interessantissima.
Forse l’interesse degli italiani si
sta spostando dalla televisione ad
altri divertimenti meno passivi e
piú stimolanti. Oppure, secondo
una interpretazione ottimistica,
fuggono tediati dalla sciatteria
di certi programmi televisivi. Vedasi infatti, a proposito di TV, un
Un flash facendo ricorso alle notizie che
pervengono dall’Italia attraverso i media
Reprodução
Il difficile
impossibilità di costituire governi stabili anche per la dilagante corruzione, infiltrazioni
comuniste fino ad un 20 anni fa
ed ora affermazione crescente
del fondamentalismo islamico.
Il fenomeno recente che
stiamo vivendo in Europa e sul
quale intendo brevemente soffermarmi è l’emigrazione clandestina di centinaia di migliaia
di disperati dall’Africa centromeridionale nell’Unione Europea
per qui cercare migliori condizioni di vita.
Per consentire questa complessa operazione si è costituita
un’organizzazione mafiosa che
recluta i candidati emigranti,
spesso di classe sociale non infima ed alfabetizzati, che si occupa del trasferimento via terra
per migliaia di chilometri e su
scassati autocarri (tipo i nostri
paus de arara del Nord-Est) stipati all’inverosimile, fino alla
costa dell’Africa mediterranea,
specie Libia, Tunisia, Algeria e
Marocco, che nulla fanno per
impedire il passaggio sul loro
territorio (sia per difficoltà e
forse anche per convenienza)
o per trattenerli. Sulla costa,
i poveri ed esausti emigranti
cambiano il camion con mezzi
di navigazione in rottamazione, quali pescherecci in disuso,
barconi, gommoni, con vecchi
e inaffidabili motori, sempre
caricati all’inverosimile, senza
alcuna norma di sicurezza (e si
L
a gioia e la commozione
esplosero quando la TV mostrò che, sul calcio di rigore
decisivo, la palla era entrata nella rete francese. Campioni del mondo. Quando mostrò
Bettini il ciclista, campione del
mondo. Quando mostra la Ferrari, Valentino Rossi... campioni
del mondo. Gonfiamo le penne
e facciamo la ruota, come i pavoni e i tacchini. Piangiamo di
orgoglio: sono italiani, come me.
Vengono da un paesello vicino al
mio; siamo quasi parenti. Hanno
sangue italiano nelle vene, come
me. Non c’è nulla di razionale in
questo meraviglioso sentimento; forse un desiderio inconscio
di identificarci con i nostri eroi,
di trasferire in noi la loro capacità di fare prodezze. Non importa;
godiamoci i momenti indimenticabili che questi bravi italiani ci
hanno regalato.
Ma non sempre è festa. Il
30 agosto, per esempio, leggi
il Corriere della Sera. Titolo: “Il
nostro Paese è al penultimo posto in Europa per alfabetizzazione informatica. Ed è l’ultimo per
l’utilizzo di internet.” Secondo
Novembro 2006
/
titolo del Corriere del 31 agosto:
“L’isola (dei famosi) al via senza
nomi famosi”. Mamma RAI, per
favore, basta con queste fesserie.
Altre “perle” televisive: le interminabili serate in cui le candidate a miss Italia ci hanno elettrizzato raccontandoci i dettagli
delle loro giovani vite e ci hanno deliziato con le loro penose
performances di danza, canto e
dizione; le decine di trasmissioni sui premi letterari di Casalpusterlengo o di Pizzighettone, con
l’immancabile partecipazione del
sindaco, ruspante ma orgoglioso
nella sua fascia tricolore; il giochino monotono di Pupo, al quale recentemente se ne é aggiunto un altro, altrettanto penoso,
il Grande Fratello, e cosí via. Noi,
italiani d’America, potremmo anche sorridere ironici pensando alle tristi serate davanti alla TV dei
nostri fratelli d’Italia. Il problema è che la RAI, sadica, non ha
voluto privarci di questo calice
amaro. Fortunatamente abbiamo
i canali che offrono film in inglese, che magari abbiamo già visto
tre volte ma sono sempre meglio
che lo starnazzare di Pupo.
I media esistono per informare, ma anche per divertire ed
educare. I nostri media ci danno
le notizie buone e quelle cattive,
come è loro dovere, ma ci inondano anche di veline semianalfabete, di “famosi” patetici e di
sciocchezze tremende. Dicono che
danno ciò che la gente vuole. Sarà
vero che la gente vuole veramente
queste cose? Se è cosí dobbiamo
tristemente prenderne atto e sperare in tempi migliori. Il quadro
del nostro popolo che i media ci
stanno dando, per le notizie che
ci trasmettono e per il livello di
certi messaggi, è deludente.
Il nostro Paese, senza dubbio,
ha seri problemi. Ha un debito
pubblico enorme che condiziona il nostro sviluppo e la volontà
dei vari governi. Ha gravi squilibri territoriali ecc... L’elenco è
lunghissimo. Ma ha anche sempre avuto una grande ricchezza:
la sua gente. La gente modesta e
laboriosa che ha costruito l’Italia
sulle rovine della seconda guerra, portandola ad essere in pochi
decenni la quinta potenza economica mondiale. La gente che
ha superato vittoriosa gli anni
“di piombo” agli inizi della decade del ’70. Dove è finita la nostra
voglia di vincere?
ComunitàItaliana
11
A morte de
Ivan Ilitch,
U
de Tolstói
ma cena inesquecível, a do Cavaleiro Blok, jogando
xadrez com a própria morte. Bergman usa imagens dos
cemitérios da Idade Média: o Triunfo da morte, terrível, universal, niveladora, indiferente a monarcas
e camponeses, santos e assassinos. As famosas e terríveis
danças macabras. E, por outro lado, essa tremenda força da
morte, que transforma a vida numa biografia. Talvez o que se
discuta seja uma arte de morrer. Como na obra de Tolstoi ou
de Machado. A morte que pode ser iluminadora. Que pode reescrever uma vida. Mesmo no instante final. Esses laços que
integram a vida e a morte. Uma arte de morrer importa uma
arte de viver. Um projeto existencial. O triunfo da morte não
sendo maior que o triunfo de uma ética possível e necessária.
Podemos tentar sempre uma forma nova de iludir a indesejada
no tabuleiro de xadrez.
Platão, desde o Fédon, ensina que a filosofia é um aprendizado para a morte. A morte dos sentidos. E para a descoberta
de uma segunda navegação, libertadora, como quem ultrapassa
a dimensão da sombra e da caverna. Jankelevitch escreve um
livro memorável sobre a morte como que para reafirmar o silêncio que se lhe deve atribuir. Como se fora uma dança sobre a impossibilidade de dançar. Pois é certo que quando a morte chegar
já não estaremos. E enquanto estivermos, ela não há de chegar.
Um desencontro radical. E a filosofia respondeu de muitas maneiras. A morte como porta e janela da transcendência. A morte
como o volta à fonte primordial de todas as coisas. A morte
como fim. Desespero. Esperança. Um problema adiado... Para
alguns existencialistas, a saída possível. O salto para além do
absurdo. A cerimônia de um adeus corajoso. O sangue correndo
nas veias do tempo...
12
ComunitàItaliana
/
A arte é uma espécie de bel-canto para espantar a escuridão absoluta. Um triunfo aparente sobre o nada. A arte e a morte guardam um largo parentesco. Desde Homero e Dante. A forma de estabelecer uma vida
eterna como autor e personagem. Machado e Dom Casmurro. Cervantes e
Dom Quixote. Drummond e José. Adiar ao máximo o xeque-mate.
Como demonstraram diversos estudiosos, a morte em nosso tempo
é como se fosse um delito, a ser escondido, um estorvo a ser evitado.
Um problema de hardware. De disco rígido. Vemos isso em Tolstoi, no
terrível A morte de Ivan Ilitch. O que se mostra mais e mais inaceitável.
Se desejarmos uma cultura para a vida, precisamos incluir uma arte de
morrer, coletiva e pessoal, como a culminância de um processo. A juventude eterna, afinal, não representa o melhor lance diante da Indesejada. O desafio é integrar em nosso horizonte uma compreensão mais
generosa com a morte e com as formas de aderir às formas luminosas de
estarmos vivos.
Novembro 2006
il lettore racconta
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Fotos: Arquivo pessoal
marco lucchesi / articolo
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Depoimento à r unale
Rosangela Com
Da esquerda para direita: os
primos Aurelio, Gelsomina,
Gianfranco e a nova integrante da
família, Heloísa, durante recepção
feita em sua homenagem
A
prendi a amar os meus antepassados ainda menina,
ouvindo minha mãe falar sobre eles nas suas longas noites de serão costurando vestidinhos
para mim.
Também convivi com a minha avó
italiana até 10 anos de idade. Falava muito mal o português, entremeando nas frases palavras do seu
dialeto napolitano. Emigrou em
1896 com o marido e dois filhos. Os
outros quatro, [inclusive a minha
mãe], nasceram aqui no Brasil, em
Bagé, no Rio Grande do Sul.
O fato é que sempre desejei fazer
uma homenagem aos meus antepassados
italianos. A impulsionar-me somente a tradição oral do que ouvira de
minha mãe e uma atração, um amor
muito louco pela Itália. E assim, esvaía-se no tempo o meu antigo desejo,
mesmo porque havia outras prioridades, ou seja; trabalho, marido e filhos.
Um dia, comecei a pesquisar na
Internet. Google. Achei Sanza, a
terra da minha avó. É um dos pequenos c“ omuni” entre os 158 que fazem parte da Província de Salerno.
Também achei Castel San Giorgio,
terra do meu avô, igualmente na
Província de Salerno. Continuando a
pesquisar, consegui entrar na lista
de endereços e telefones de Sanza e de Castel San Giorgio! Agora
não dava mais para parar. Resolvi
mandar uma carta para cada assinante “Bianculli” de Sanza, e para
cada assinante “Citro” de Castel San
Giorgio. Corri atrás de um tradutor,
e coloquei no correio 31 cartas! Dizia-lhes entre outras coisas que, em
setembro, iria à Itália, pretendia
conhecer a terra dos meus antepassados e, se possível, encontrar-me
com eles, pois possivelmente seríamos
parentes, ainda que em grau afastado. Estas cartas foram enviadas no
dia 07 de julho de 2005. Por dois
meses, ninguém se deu ao trabalho
de responder a minha carta. Fiquei
literalmente desolada.
Em setembro, no dia 11, recebi
a primeira carta em resposta. Vinha de Sanza, e trazia uma mensagem muitíssimo afetuosa. O remetente: Aurélio Bianculli. Dizia que
me esperava e que teria muito prazer em conhecer uma descendente
Bianculli do Brasil. Pedia que informasse o dia da minha chegada
e justificava o atraso em responder
por estar passando as férias de verão a“ l mare” e, só na volta a casa,
ter encontrado a minha carta. Fiquei radiante! Como devíamos viajar
alguns dias depois, preferi responder-lhe por telefone, quando chegasse a Roma. Passei a dormir e a
acordar pensando nisso, impulsionada por uma c
“ uriosidade amorosa”
que me possuía todinha. Ia conhecer a terra dos meus antepassados!
Finalmente! Encurtando: coloquei
numa pastinha as fotos antigas dos
avós, bisavós, outros parentes e a lista
dos endereços e telefones de Sanza
e Castel San Giorgio. Lá fui eu.
Chegando lá, poucos dias depois,
telefonei para o Aurélio dizendo
que chegava a Sapri . De lá, tomaria um táxi para Sanza. Respondeu
que não. Segundo ele, faziam [ele e
a mulher] questão de nos buscar em
Sapri e levar para Sanza de carro.
Assim, no dia 08 de outubro chegamos. E lá estava o casal Bianculli à
nossa espera! Que alegria! E quando eu me “enrolava” ao falar, todos se
esforçavam ao máximo para me aju-
Novembro 2006
dar e a coisa saía. Sapri é uma linda cidadezinha à margem do Mar
Tirreno, que dista de Sanza 40 km.
Fomos passeando. Eles paravam na
outras cidadezinhas por onde passávamos, enfim, foi agradabilíssimo.
Enfim no meio do campo, resolvi perguntar: “Dove è Sanza?”
O Aurélio apontou para uma colina
adiante, de onde surgia a cidade,
e disse: Lá
“ está Sanza!”
Quando olhei, a emoção foi tanta,
tanta, que comecei a chorar. As lágrimas caíam aos borbotões e eu não
conseguia contê-las. Não tinha lenço. Fiquei com o rosto todo molhado. O
Aurélio me abraçou e me dava pancadinhas nas costas, sem falar nada.
Ninguém falava nada. Eu também
não conseguia dar uma palavra. Eu
tinha a sensação [que coisa mais esquisita] que todos os meus antepassados estavam ali para me receber!
Bem, o fato é que o Aurélio abriume as “portas” de Sanza. Apresentoume ao “sindaco”, que me permitiu o
acesso aos livros de registro do comune. E, no mesmo dia de nossa chegada, à noite, reuniu e levou ao restaurante do Hotel, todos os Bianculli de
Sanza para nos conhecer! Comemos
pizza e bebemos do bom vinho italiano. Foi uma festa muito alegre!
E o mais importante de tudo: consegui, pesquisando no Servizio
“
di Anagrafe del Comune di Sanza”, fazer
um levantamento de todos os meus
antepassados até a quinta geração.
Deus seja louvado.
Rio de Janeiro,
Heloísa Maria Santana,
66 anos
Mande sua história com material fotográfico para:
[email protected]
/
ComunitàItaliana
13
entrevista
Simplesmente
Costanza
Costanza Pascolato é a elegância em
pessoa. Aos 67 anos, a italiana que chegou ao Brasil
aos cinco, tornou-se empreendedora e alavancou a
marca da famosa tecelagem Santa Constancia, fábrica
idealizada pelos seus pais, em São Paulo. Oriunda
de Siena, na Toscana, a empresária deixou sua terra
natal fugindo da Segunda Guerra Mundial. Sua
trajetória profissional teve início nos anos 70 e, até hoje,
a consultora é um ícone referencial no mundo da moda.
Tanto que depois de escrever dois livros, agora ela é tema de
uma obra, a ser lançada neste mês, escrita pelo publicitário
Dráuzio Gragnani, contando sobre sua representatividade na
moda brasileira. Com muita desenvoltura e, acima de tudo,
simplicidade ao se expressar, Costanza se considera
uma pessoa muito tímida [apesar de não
aparentar] e fala sobre sua vida profissional e
pessoal à ComunitàItaliana.
C
Nayra Garofle
omunitàItaliana — Sua trajetória começou por intermédio de seus pais que fundaram a fábrica de tecidos Santa Constancia. Como define, hoje, a sua carreira?
Costanza Pascolato — Mamãe dizia que eu sempre gostei de moda, desde criancinha. Isso tudo foi uma grande
aventura, porém, tive a sorte e o privilégio de ter nascido numa família empreendedora. Tive a sorte, também,
de ter começado nos anos 70 com toda a estrutura que
eu tinha. Tudo aconteceu na hora e no lugar certos, mas
eu trabalhei feito louca. Aliás, com o tempo, o trabalho
tem aumentado cada vez mais. Mas eu amo o que faço.
CI — Apesar de ter vindo para o Brasil com apenas cinco anos de idade e ser, praticamente, uma brasileira, a
senhora fez várias especializações na sua área no exterior. Há uma carência de bons cursos por aqui?
Costanza Pascolato — Antigamente sim, hoje não. Há
oito, nove anos surgiram faculdades por aqui e vários
cursos também com ótimos profissionais. Mas uma coisa é certa: é preciso se especializar sim e quem tiver
a oportunidade de ir lá pra fora tem que aproveitar. É
uma questão de elite também. A respeito de dar aulas
em cursos, não me sinto à vontade. Tenho experiência
de vida, mas acho que é preciso mais para isso.
CI — A Itália é um dos berços internacionais do
mundo fashion. O Brasil acompanha tendências e
14
ComunitàItaliana
/
Novembro 2006
lança outras tantas. Qual a diferença entre os dois países quando o
assunto é moda?
Costanza Pascolato — A Itália tem uma história interessante porque
sempre esteve envolvida com a arte. Nenhuma nação ocidental, depois
dos romanos e gregos, tem um acervo tão importante como a Itália, que
continua sendo o lugar onde se produz a maior moda pronta do mundo.
Já o Brasil, na verdade, tem pouco tempo nessa área. O grande “lance”
da moda brasileira começou há uns quinze anos e quando o Paulo Borges [criador do São Paulo Fashion Week] tomou a frente das passarelas.
Nós tivemos uma mudança radical em termos de profissionalização. O
que eu quero dizer é que a nossa moda tem uma cara independente do
que acontece lá fora.
CI — Quando falamos em moda, as pessoas logo pensam em roupas
caras. É possível estar bem vestido e na moda usando coisas baratas?
Costanza Pascolato — Esta é uma época ideal. Hoje você encontra
moda nos grandes magazines, ou seja, a moda se democratizou. Você
só precisa saber combinar as peças. Antigamente, quem acompanhava
a moda era considerado como revolucionário e isso já não acontece
hoje em dia. Essa democratização da moda está acontecendo no mundo inteiro e é possível se vestir bem com coisas bem acessíveis. É o que chamam de high-low.
CI — O que se vê na Itália é diferente do que se vê no Brasil.
Mas podemos considerar que as italianas estão cada vez
mais importando nossas idéias?
Costanza Pascolato — Elas já ouviram muito da moda brasileira porque o Brasil já teve uma divulgação muito importante lá fora. Normalmente, o que faz sucesso lá está sempre
ligado às férias e ao verão porque a nossa moda é como um
referencial de lazer para elas. Hoje, para fazer sucesso em
moda deve haver o corporativismo. É preciso ter dinheiro para se promover e investir. Há muitas empresas de moda barata mas que
são poderosíssimas e ditam a moda.
CI — Como funciona a Santa Constancia em termos de relação com
os clientes?
Costanza Pascolato — Temos em média cerca de oito mil clientes.
Claro que nem todos são ativos, alguns vão e voltam. Nossa prioridade é o mercado brasileiro e nossos clientes são do pequeno ao grande
porte. O que interessa mesmo é priorizar o cliente e não escolher para
quem vamos vender.
CI — Como surgiu a parceria Santa Constancia – Lycra?
Costanza Pascolato — Somos parceiros desde os anos 70. Eles têm o
elastano de melhor qualidade do mundo. Até mesmo quando outras empresas arriscaram em outros elastanos, nós continuamos fiéis à marca. E,
com isso, resolvemos criar uma etiqueta de Denominação de Origem Controlada [D.O.C], ou seja, para controlar a qualidade de nossos produtos. E
o mais curioso também é que somos a única empresa intermediária cujos
clientes exigem nossa etiqueta junto à roupa. Isso é muito bom.
CI — Quais são as tendências para esta estação?
Costanza Pascolato — Cores claras e menos exuberantes. Depois do
vestidão do verão passado, agora as túnicas com legging estão em
alta. Os tecidos estão menos bordados e mais drapeados. Os decotes
estão mais discretos. Os vestidos também estão em alta mas eu confesso que adoro os shorts.
CI — Quanto à sua vida pessoal, como a senhora consegue dar conta
de todos os compromissos fazendo parte da Academia Brasileira de
Moda, sendo consultora para a H.Stern, escrevendo para a Vogue e
ainda cuidar da Santa Constancia?
Costanza Pascolato — Minha prioridade sempre foi a fábrica. Meu dia
começa às 6h30, faço pilates, meditação e, às 10h30, chego na Santa
Constancia. Fico o dia todo em Guarulhos! Viajo muito, pelo menos
umas cinco vezes por ano. Eu tenho uma vida muito agitada mas gosto de me cuidar e tudo é feito com muita
disciplina. Tenho uma filha que mora em
Florença e ela nos representa lá passando todas as informações novas do
mundo da moda no exterior.
CI — A senhora já escreveu dois livros “O essencial: o que você precisa
para saber viver com mais estilo” e
“Como ser uma modelo de sucesso”.
O publicitário Dráuzio Gragnani preparou uma obra com previsão de lançamento para este mês. O tema é
a sua trajetória profissional. Qual
a sua opinião sobre o livro?
Costanza Pascolato — É chato
dar uma opinião sobre isso porque
fico sem graça. Pode não parecer,
mas sou muito tímida. A verdade
é que eu preciso aceitar que eu
tenho uma trajetória sim e, que,
de repente, ela pode interessar
a muita gente. Mas confesso
que, pra mim, não melhora nem
um pouco o meu ego.
“A Itália continua
sendo o lugar onde se
produz a maior moda
pronta do mundo”
CI — A senhora já foi casada três
vezes. Hoje prefere ficar sozinha?
Costanza Pascolato — Foi uma
decisão minha mesmo. Tive casamentos interessantes. Com meu
último marido [o produtor Nelson Motta], por exemplo, chegou
uma hora que ele estava lá, eu
estava aqui e vice-versa. Tem um
momento em que ou você cuida
da pessoa ou cuida de você. Eu
segui a segunda opção. Na verdade, nesta idade, ou você arruma
alguém muito jovem, o que acho
muito ruim, ou arruma alguém
que precise de cuidados. Estou
bem, magrinha, cuidando de mim.
Gosto do que faço, amo meu trabalho, curto meus netos e minha
família. É o que quero.
Novembro 2006
/
ComunitàItaliana
15
politica
Approvata
la nuova
Finanziaria
que punti del cuneo fiscale, che è
la differenza tra costo del lavoro
e retribuzione netta, valore costituito da imposte e contributi
previdenziali, assicurativi e assistenziali. Per ottenere la riduzione si è agito sul fisco e, per quel
che riguarda i lavoratori, anche
sugli assegni. Per questo provvedimento sono stati destinati nove miliardi di euro, dei quali 3,8
sono per i lavoratori e il restante
alle imprese.
Per quanto riguarda le misure
fiscali e il cosiddetto effetto redistributivo, ci sono guadagni o
perdite in base allo stipendio di
ogni lavoratore. Prendendo come esempio una famiglia tipo,
composta da un lavoratore dipendente, con moglie e due figli
a carico e che riceve 1.468 euro netti al mese, guadagnerà 61
euro netti al mese. Se lo stipendio netto mensile arriva invece
a 4.133 euro si perderanno 66
euro ogni mese. L’intenzione del
governo è di dare un sollievo alle classi di reddito più basse a
svantaggio di chi sta meglio. I
tecnici che si sono occupati della
formulazione della nuova Finanziaria hanno distribuito le classi
nel seguente modo:
Tra le novità, aiuto alle famiglie
numerose, tagli alle spese pubbliche e
controllo afferrato contro l’evasione fiscale
Ana Paula Torres
ante sono state le polemiche che hanno circondato
la nuova Finanziaria nelle
ultime settimane. Ma ormai è fatta e il testo della manovra, lungo 253 pagine, riporta innumerevoli novità che, da adesso
in poi, influenzeranno la vita di
ogni singolo cittadino italiano.
Tagli alle spese pubbliche, controllo più afferrato per evitare
l’evasione fiscale, imposta più
elevata a chi guadagna uno stipendio più alto, ecco alcune delle novità del decreto legge.
Novità anche nel mondo delle
auto con l’esenzione, per due anni, dal pagamento del bollo per
le nuove macchine Euro 4 e Euro
5. In caso di auto con cilindrate
inferiori a 1.300, l’esenzione si
estende a tre anni.
In arrivo cambiamenti anche
per i trasporti, con il potenziamento dei servizi di trasporto
pubblico locale. La spesa autorizzata è di 300 milioni di euro per il
triennio 2007-2009 e interesserà
l’acquisto di treni per il trasporto
regionale e per le metropolitane,
tram e filobus, e autobus ad alimentazione non convenzionale.
Ci saranno nuovi fondi anche per
l’aggiornamento dei piani della
sicurezza stradale, nella misura
di 60 milioni di euro all’anno a
partire dal 2007, per tre anni. Per
la sicurezza delle ferrovie, invece,
dieci milioni l’anno per tre anni,
il 2007 il 2008 e il 2009.
16
La scuola subirà dei tagli nel
totale di 448,20 milioni di euro per il 2007, 1,3 milioni per
il 2008 e 1,4 milioni nel 2009.
Di positivo c’è che nel triennio
2007-2009, verranno assunti a
tempo indeterminato 150 mila
docenti, e 20 mila tra bidelli e
amministrativi. Inoltre, saranno
resi disponibili 30 milioni per
dotare le classi di personal computer e programmi di formazione
per personale degli asili nido, e
per i docenti allo scopo di intensificare l’insegnamento dell’inglese anche nella scuola materna. Inoltre, sarà autorizzata una
spesa di 50 milioni per il 2007
e 100 milioni per ciascuno degli anni 2008 e 2009. L’obbligo
scolastico verrà elevato a 16 anni con l’istituzione di un biennio
unitario e il conseguente innalzamento dell’età per l’accesso al
lavoro dai 15 ai 16 anni.
Gli studenti universitari potranno detrarre dalle tasse le spese di locazione per un massimo di
2.633, se affitteranno una casa almeno 100 chilometri lontana dal
Comune di origine, per frequentare l’università in un’altra città.
Chi ha intenzione di ristrutturare la casa avrà la possibilità
di detrarre il 36% delle spese sostenute, nei limiti di 48 mila euro
per unità immobiliare. Gli sconti
fiscali sono maggiori per gli interventi finalizzati al risparmio
energetico. In particolare, la de-
ComunitàItaliana
/
Divulgação
T
Corrispondente • Roma
trazione è del 55% sulle spese di
installazione di impianti di climatizzazione invernale che riducono
del 20% il fabbisogno di energia.
È già entrata in vigore la nuova tassazione per il passaggio di
beni con donazioni a titolo gratuito o per successione. Aumentano le imposte ipotecarie, catastali e di registro. Non viene
reintrodotta la tassa di successione, ma delle franchigie per gli
immobili trasferiti tra parenti.
Per quanto riguarda gli stipendi, 800 milioni di euro saranno destinati nel 2007 al rinnovo
del contratto del pubblico impiego, e 2,1 miliardi nel 2008. Mentre per i ministri e sottosegretari
ci sarà una riduzione del 30% nei
Novembro 2006
loro stipendi, a partire del prossimo anno.
Previsti 300 milioni di euro
per finanziare le misure di stabilizzazione dei rapporti di lavoro,
in risposta al fenomeno del lavoro
precario. L’iniziativa prevede anche il versamento agevolato dei
contributi da parte del datore di
lavoro, mentre nessun pagamento va richiesto al dipendente.
Per le imprese che investono
in ricerca, la Finanziaria prevede
un credito di imposta nella misura del 10% dei costi sostenuti
per attività di ricerca industriale
e di sviluppo pre competitivo. La
misura sale al 15% qualora i costi
di ricerca e sviluppo siano riferiti
a contratti stipulati con univer-
sità ed enti pubblici di ricerca.
Il tetto dei costi è fissato in 15
milioni di euro. Inoltre è previsto un piano straordinario di assunzione di ricercatori, mediante
l’attribuzione dell’idoneità scientifica nazionale. Gli stanziamenti
sono di 20 milioni per il 2007, 40
milioni per il 2008, e 80 milioni
a decorrere dall’anno 2009.
Con la nuova Finanziaria arriva una consistente riduzione dell’Irap [Imposta sul reddito delle
attività produttive] per le imprese e un aumento medio del 2%
in busta paga per i lavoratori dipendenti, derivante da una combinazione della rimodulazione
dell’Irpef e degli assegni familiari. Si tratta della riduzione di cin-
“Per quanto
riguarda le
misure fiscali
e il cosiddetto
effetto
redistributivo,
ci sono guadagni
o perdite in base
allo stipendio di
ogni lavoratore”
controlli sugli oneri detraibili,
gli enti e casse aventi esclusivamente fine assistenziale dovranno comunicare in via telematica
all’Anagrafe tributaria gli elenchi
dei soggetti ai quali sono state
rimborsate spese sanitarie.
Grande l’attenzione anche alle spese a favore dell’ambiente.
Si potrà detrarre il 20% del costo sostenuto per cambiare un
vecchio frigorifero o congelatore
fino a un massimo di 200 euro.
Reddito
Stipendio
Beneficio
Aggravio
annuo lordo
netto mensile
netto al mese
netto al mese
21.500 euro
1.468 euro
61 euro
--------
25.000 euro
1.651 euro
52 euro
--------
28.000 euro
1.807 euro
43 euro
--------
50.000 euro
2.829 euro
--------
30 euro
80.000 euro
4.133 euro
--------
66 euro
200.000 euro
9.432 euro
--------
137 euro
Un’altra novità riguarda il
condominio, che opererà all’atto
del pagamento una ritenuta del
10% a titolo di acconto dell’imposta sul reddito, sui corrispettivi dovuti per prestazioni relative
a contratti di appalto di opere o
servizi, anche se rese a terzi o
nell’interesse di terzi.
Per evitare l’evasione fiscale,
nella dichiarazione dei redditi si
deve indicare il codice fiscale del
coniuge che riceve gli assegni in
caso di separazione. Da inserire
anche i dati Ici che serviranno
ad incrociare i dati fiscali relativi
agli immobili, in modo da ridurre l’area della possibile evasione
sull’Ici. Riguardo invece le spese
mediche rimborsate, ai fini dei
Ma il nuovo dovrà essere in regola con le norme comunitarie. Per
le caldaie nuove (nei condomini
e aziende) il bonus può arrivare
fino a 100 mila euro da spalmare
in tre anni, che scende a 60 mila
per interventi su pareti e infissi.
Stesse agevolazioni per chi acquista pannelli solari.
Ci sarà anche un bonus da 200
euro per sostituire il frigorifero o
la caldaia e un altro per installare i pannelli solari, mentre fino
a 210 euro si potranno detrarre
le spese per lo sport dei figli. Ci
sarà la possibilità di risparmiare
fino a 45 mila euro di reddito se
si è lavoratore dipendente con
coniuge e un figlio a carico. Per
un dipendente single, invece, la
Novembro 2006
/
soglia si ferma a 38 mila euro e
sale a 40 mila se solo il coniuge
è a carico. Viene garantita l’erogazione degli assegni al nucleo
familiare già dal primo gennaio
del prossimo anno. E per le famiglie con più di tre figli vengono
poi innalzate le soglie di reddito
fino alle quali si usufruisce dell’assegno. Novità in arrivo anche
per i single con figli, che avranno
lo stesso trattamento fiscale delle famiglie con entrambi i genitori, nel caso di uno o due figli.
Nel caso di tre figli e oltre ci sarà
un assegno aggiuntivo.
La Finanziaria offre ai Comuni la possibilità di aumentare la
quota dell’addizionale Irpef (Imposta sul reddito delle persone
fisiche), dall’attuale tetto dello
0,5% allo 0,8%. Tra le novità,
anche l’istituzione della tassa di
soggiorno a decorrere dal primo
gennaio 2007. Il contributo, che
non può superare i 5 euro a notte, è dovuto dai soggetti non residenti che prendono alloggio, in
via temporanea, in strutture alberghiere, campeggi, villaggi turistici, alloggi agrituristici.
Con la manovra sono stati
stanziati per il progetto “Roma
capitale” 150 milioni di euro per
ciascuno degli anni 2007, 2008 e
2009. Autorizzata anche la spesa
di 20 milioni di euro per ciascuno degli anni appena citati, per
la realizzazione del nuovo palazzo dei Congressi al quartiere Eur
e di 42,5 milioni di euro per ciascuno degli anni 2007 e 2008 per
la realizzazione della città dello
sport a Tor Vergata. Per la salvaguardia di Venezia, invece, è autorizzata la spesa di 15 milioni
di euro per ciascuno degli anni
2007, 2008 e 2009.
All’Istituto nazionale per la
promozione della salute delle popolazioni migranti andranno 25
milioni di euro per contrastare le
malattie della povertà. Mentre un
totale di 3 miliardi di euro andranno alle missioni internazionali di
pace. Per contrastare gli episodi di
violenza contro le donne, il governo ha deciso di istituire presso la
presidenza del Consiglio un Osservatorio specifico al quale andranno 3 milioni di euro l’anno.
Nel triennio 2007-2009, un
totale di 9 milioni di euro saranno destinati alla demolizione
di opere abusive che si trovano
nelle aree naturali di protezione
nazionale.
ComunitàItaliana
17
Fotos: Roberth Trindade
economia
Itália à vista
Presença Italiana em Feira de
Turismo no Rio divulga novas rotas
E
scolher um destino inesquecível, aprender sobre
história, arte, cultura, costumes, ou simplesmente
reunir um grupo de amigos para
aproveitar belas praias e hotéis.
Experimentar uma culinária diferente e sair da rotina com atividades impensáveis de se praticar
no dia-a-dia. Tudo isso faz parte
da viagem dos sonhos de qualquer pessoa, mas como pesquisar preços, saber que empresas
oferecem as melhores opções de
pagamento e manter-se informado das principais rotas e atrações
turísticas do Brasil e do mundo?
O 34° Congresso Brasileiro de
Agências de Viagens e Feira das
Américas – ABAV 2006 tentou fazer sua parte e, de 26 a 28 de
outubro, reuniu no Riocentro,
no Rio de Janeiro, as melhores
empresas do ramo para de modo
18
convidativo mostrar ao público
seus planos para o segmento turístico em 2006/2007.
Este ano, a organização do
evento prestou uma homenagem
ao centenário do vôo de Alberto Santos Dumont que, a bordo
do 14 Bis, percorreu durante 30
minutos, a seis metros de altura, uma distância de 220 metros.
Enquanto isso, italianos e oriundi
que vivem no Rio de Janeiro comemoravam a implantação de um
vôo semanal de escala Rio-Milão.
A ligação direta será feita pela
BRA Transportes Aéreos através
de um fretamento. O contrato é
válido até o dia 12 de abril, mas
pode ser prorrogado.
O Rio não tinha vôos para
a Itália desde outubro de 2001,
quando a Alitalia, a empresa aérea do país, cancelou a oferta de
vôos com destino a Milão e Ro-
ComunitàItaliana
/
ma. Há três meses como novo
diretor da Alitalia para o Brasil,
Alessandro Amadeo conferiu o
atendimento e a estrutura apresentada pela companhia no estande italiano, ponderou sobre a
importância do mercado brasileiro, mas evitou dar entrevistas.
Enit divulga Opera Unica
Pela sexta vez na coordenação
do espaço italiano na Feira, a
Agência Nacional oe Turismo da
Itália (Enit), que é o órgão oficial de promoção da Itália no exterior, previa um aumento entre
Novembro 2006
30 a 40% em vendas de pacotes
para a bota. O estande ocupado
no Riocentro também aumentou
em relação a 2005. Oito operadoras de viagem puderam distribuir material como catálogos e
mapas para uma estimativa de
dois mil visitantes.
— Este ano, estamos promovendo a Opera Única, chamando
atenção para toda área de montanhas, lagos, termas e cidades
das artes. Em 2005, recebemos
entre 350 a 400 mil brasileiros e
a procura pela Itália cresce entre
4 a 7% ao ano. O turismo religioso é muito grande — comenta
a diretora do Enit no Brasil, Fernanda Morici.
Para fomentar essa procura a
Enit apresentou o pacote em seis
capitais brasileiras. Além do Rio
de Janeiro [sede da ABAV], rece-
“Nosso melhor argumento é
concentrar 70% do patrimônio
histórico cultural do mundo. Ir
à Itália é passar pelo centro dos
grandes acontecimentos dos
últimos séculos”
Fernanda Morici, diretora do Enit
beram folheterias São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Curitiba. Mesmo assim, a
diretora da entidade acredita que
não necessárias muitas explicações para convencer o turista a
apostar viajar para a Itália.
— Nosso melhor argumento é
concentrar 70% do patrimônio histórico cultural do mundo. Ir à Itália é passar pelo centro dos grandes acontecimentos dos últimos
séculos — descreve Fernanda.
Presente à feira, o cônsul da
Itália no Rio de Janeiro, Massimo
Bellelli, contava que além da demanda turística, geralmente manifestada nos meses de meio de ano,
ítalo-brasileiros carecem de pontes aéreas diretas com a Itália.
— Geralmente utilizamos a
TAP e a AirFrance. Agora a TAM
solicitou autorização para operar em sete vôos para a Itália e
o nordeste deve ganhar quatro a
cinco dessas linhas. Faltam cerca de duas mil vagas por dia em
vôos para a Europa e a Varig deixou um vazio que deve demorar
de dois meses a um ano para ser
preenchido — salienta Bellelli.
Ainda segundo o cônsul, é
interessante que a Itália esteja
atenta e garanta, principalmente
aos italianos no exterior, um incentivo ao retorno a seu país.
— Para a Itália faltam cerca
de mil vagas por semana nos vôos que saem do Brasil. É necessário que se barateie e garanta
vantagens em hospedagem, alimentação e áreas visitáveis, como museus, para suprir o transtorno causado pelas escalas e
fazer com que mais pessoas optem por conhecer ou voltar a Itália em suas férias, por exemplo
— analisa o cônsul.
Quem também esteve no espaço destinado à Itália na Feira das Américas foi o presidente
do Comites do Rio de Janeiro,
Franco Perrotta. Dono da Lusitalia Viagens e Turismo, Perrotta vibrou com a oportunidade
de cariocas e ítalo-descendentes poderem ir sem escala a Milão. Ele ainda aproveitou para
anunciar uma promoção de sua
agência.
— Por conta desse novo vôo
que começou a operar em 27 de
outubro, ao preço de 900 dólares, quem comprar passagem para a Itália pode marcar a volta
até 12 de abril. Perdemos muitos turistas por conta dessa baixa oferta. Usando empresas como
AirFrance e outras estrangeiras,
quem vai para a Itália enfrenta
uma viagem de 20 horas, o que
é muito dispendioso e cansativo
— avalia Perrota.
Os números da ABAV 2006
Profissionais inscritos previamente – 22.824 (todas as categorias)
Agentes de Viagens inscritos previamente – 8.989
Delegações estrangeiras – 39
Ranking dos estados que mais inscreveram agentes de viagens
previamente - Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará,
Paraná, Espírito Santo e Pernambuco
Evolução do número de inscrições prévias de Agências de Viagens
e Operadoras ABAV:
Em 2005 – 4.875
Em 2006 – 8.556
Metragem útil da ABAV 2006 – 27.585
Comparativo da metragem útil nas últimas duas edições
2005 – 24.094 m²
2006 – 27.585 m²
Crescimento médio anual – 12% ao ano
Ainda segundo Perrotta, a
falta de vôos diretos do Rio para
a Itália ocorreu em reflexo à crise
desencadeada após o ataque terrorista sofrido pelos Estados Unidos. Na ocasião, as companhias
aéreas tiveram de reorientar seu
investimento.
— A Alitalia me parece ter
optado por manter os vôos São
Paulo – Milão, seguindo a demanda de turismo de business já
que as duas cidades são referências com seus centros industriais
e volume de negócios — analisa.
Em pesquisas de consumo, estimativas de agências de
viagens mostram que a maior
procura por destinos italianos
acontece de abril a setembro.
Já os destinos brasileiros recebem mais visitantes de novembro a fevereiro. Um fator
estimulante para o turismo na
Itália será o 5º centenário da
morte de São Francisco de Paula. Perrotta acredita que a região da Calábria terá forte incremento turístico no período
comparando-se as visitações
em Roma, Veneza e Florença, as
cidades italianas que recebem
maior número de turistas.
Ministro faz balanço de governo
Acompanhado pelo presidente da ABAV, João Martins Neto,
do diretor da Agência Nacional
de Aviação Civil, Milton Zuanazzi, dos diretores das principais
companhias aéreas do país e dos
ministros do Turismo dos países
do Mercosul, o ministro do Turismo do Brasil, Walfrido dos Mares
Novembro 2006
/
Cônsul Bellelli (de óculos) se
reúne com representantes da
região do Piemonte
Guia compôs a mesa solene de
abertura da ABAV 2006.
Ele ressaltou que o sucesso
do trabalho à frente da pasta ratificou a necessidade de se destinar maior verba ao setor. Segundo ele, o Brasil é produto e deve
saber utilizar-se de seus benefícios naturais.
— Começamos com 135 milhões de reais em 2002 e hoje a
nossa verba é de 1 bilhão e 350
milhões, o que é extraordinário.
Multiplicamos o orçamento por
10 — fala.
Mares Guia enumerou o crescimento no movimento dos cruzeiros marítimos, a expansão de
todos os segmentos do ramo, a
criação de novos roteiros com
padrão turístico internacional,
o aumento no volume de dinheiro gasto por estrangeiros no país e a consolidação do turismo
como a 5° atividade na balança
comercial do país como conquistas obtidas pelo ministério. Outro assunto destacado pelo ministro diz respeito ao combate à
exploração sexual de crianças e
adolescentes.
— Nós não podemos fazer o
papel de polícia. Nosso papel é
prevenir a exploração. Temos que
conhecer os problemas, nos mobilizar e agir. Para isso, treinamos mais de 40 mil pessoas que
trabalham no setor como hotelaria, restaurantes, etc., para que
sejam vigilantes contra a exploração — destaca.
ComunitàItaliana
19
economia
Com os pés
na bota
Cooperativa de costureiras exporta para a
Obiettivo Lavoro e quer colaboradores italianos
O
Sílvia Souza
Natal bate à porta e 2007
é logo ali. Parece exagero
mas, no fim de outubro,
e com mais dois ou três
feriados para o término de 2006,
as pessoas já começam a pensar
nas festas de fim de ano. É claro,
todo mundo pensa em como fazer para aumentar a renda da
família e garantir ceias e
presentinhos mais fartos.
A Trama e Raízes, uma
20
cooperativa de costureiras em
Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, antecipou para julho seus
preparativos de fim de ano. Tudo
graças à boa comunicação italiana, já que a Obiettivo Lavoro encomendou cerca de 6.200 peças
confeccionadas a partir de fibra
de bananeira, ao grupo.
O contato com a empresa
italiana de gestão de recursos
humanos começou na Festa da
República deste ano e provocou
a capacitação de 150 artesãos,
além das 20 mulheres cooperativadas desde agosto de 2005.
— Nós sempre estamos com
um pezinho na Itália. Aprendemos a trabalhar com a fibra de
bananeira na ONG Brasil-Itália
num curso de três meses e fundamos nossa cooperativa. E no meio
do ano, o cônsul Massimo Bellelli
gostou de nossos produtos e nos
apresentou a Obiettivo — conta
Sandra Cavedo, 40 anos, presidente da Trama e Raízes.
ComunitàItaliana
/
A idéia de formar a cooperativa, que fica ao lado da ONG
Brasil-Itália, surgiu depois do
curso. Sem emprego e perspectivas de colocação no mercado de
trabalho, cerca de 50 mulheres,
que tinham entre 18 e 75 anos,
começaram a fabricar bolsas, almofadas, porta-copos, cestas e
pantufas. A matéria-prima é formada por fibra de bananeira, mas
o trabalho também requer uso de
linho ou algodão cru.
— A cooperativa tem características de projetos que devem ser
apoiados pelos governos. A situação econômica daquelas mulheres é difícil. Muitas delas susten-
das mulheres da Trama aumentasse. Mas disso elas não reclamam.
— A cooperativa funciona
das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira. Mas tivemos de trabalhar
aos sábados para conseguir enviar os produtos no prazo. Também capacitamos 150 pessoas em
núcleos de outros municípios, como Paty do Alferes e Piabetá que
nos ajudaram a confeccionar as
peças. Fizemos um modelo exclusivo de sacola para a Obiettivo e
outras empresas estão nos procurando para ter referências de nossas mercadorias. Todo esse trabalho renderá um salário mínimo a
mais para cada cooperativada —
explica Sandra.
Estar com o “pezinho na Itália”, como diz Sandra, é lembrar
que essa não é a primeira vez que
a bota, de alguma forma, influencia na vida das cooperativadas.
Segundo a presidente da Trama e
Raízes, as ONGs Istituto Sindacale
per la Cooperazione e lo Sviluppo
(Iscos) e Nexus são outras duas
parceiras que contribuíram doando ou financiando o maquinário
utilizados pelas costureiras [o que
inclui máquina industrial, overlock
e de corte]. Aliás, foi através do
trabalho delas que a ONG BrasilItália conseguiu oferecer a atividade profissional das costureiras
do bairro da Cerâmica.
No próximo ano, a idéias das
artesãs é diversificar os produtos
de seu catálogo. Para tanto, elas já
estão em fase de desenho e corte
de modelos de nécessaire e porta-
”Fizemos um modelo exclusivo de
sacola para a Obiettivo e outras
empresas estão nos procurando
para adquirir nossas mercadorias”
Sandra Cavedo, presidente da Trama e Raízes
tam seus filhos sozinhas. Então,
oferecemos o stand na tentativa
de valorizar o trabalho delas e
dar oportunidade de divulgação
— explica o cônsul Bellelli.
A iniciativa parece ter dado
certo. A encomenda da Obiettivo será um brinde de Natal que a
empresa oferecerá a seus parceiros. São 2.600 jogos americanos,
com duas peças cada e mais mil
bolsas de embalagem. O pedido
fez com que o ritmo de trabalho
Novembro 2006
canetas, itens que eram muito procurados em seus stands em feiras.
— Estamos em conversa com
o Sebrae. Mas nossa grande preocupação é ampliar nossa rede de
colaboradores. Como vivemos de
encomendas, temos receio de ficarmos a espera por novos pedidos. Todas nós temos famílias, filhos. Mas estamos com esperança
de fincar os pés na Itália. Cada kit
da Obiettivo levará nossos contatos — assinala a presidente.
Belezza Americana
Fotos: ICE
Fotos: Divulgação
economia
Fiera di cosmetica è la più grande in
America del Sud e attrae 78 mila visitatori
T
utti siamo un po’ vanitosi.
Ed è stato proprio attraverso l’unione tra estetica e
affari che si è avuta la 16ª
edizione della maggior fiera del
settore di bellezza del Sudamerica, la Cosmoprof Cosmetica 2006.
Realizzata nel Padiglione delle Esposizioni dell’Anhembi, a San
Paolo, tra il 23 e il 26 settembre,
la fiera ogni anno attrae la partecipazione dei principali rifornitori
di prodotti e servizi per i segmenti di cosmetica, profumeria, estetica, materie prime e packaging.
La Cosmoprof conta sul supporto ufficiale dell’Associazione
Brasiliana dell’Industria di Igiene
Personale, Profumeria e Cosmetici
(Abihpec) insieme ad altre entità
significative coinvolte nel settore.
Secondo l’associazione, i risultati ottenuti nel primo semestre di
quest’anno dimostrano buone prospettive. Il fatturato ha registrato
un aumento del 13,3% in paragone a quello dello stesso periodo
del 2005, sommando 7,78 miliardi
di reali. Su questa base, le proiezioni di crescita per quest’anno raggiungono il 14%, con un fatturato di circa 17,5 milioni di reali. Per
le esportazioni, il valore dovrebbe
essere superiore ai 500 milioni di
dollari, il che significherebbe una
crescita del 25% per il 2006.
Marcos Petti
Ma l’evento di quest’anno non
ha rappresentato soltanto una vetrina di opportunità per espositori
nazionali. L’Italia è sbarcata su suolo paulista con la venuta di imprese
interessate ad incontrare operatori
del settore e presentando, nei loro
prodotti, packaging diversificati e
con valore aggregato.
L’Associazione Italiana delle
Imprese Cosmetiche (Unipro) sta
già pensando alla visibilità internazionale. Dovuto a questo, l’entità,
rappresentativa nel settore, adesso
vuole aumentare la ripercussione
nelle divulgazione dei prodotti Beauty Made in Italy. L’iniziativa riceve anche il supporto dell’Istituto
Italiano per il Commercio Estero
(ICE). Le esportazioni italiane hanno raggiunto 2.100 milioni di euro nel 2005 e nel mercato interno
questa industria ha accusato una
lieve crescita lo stesso anno. Il suo
fatturato ha raggiunto i 4.987 milioni di euro, contro i 4.979 milioni
dell’anno prima. L’Italia occupa, in
questo settore, la terza posizione
in Europa.
Tra le imprese che si sono fatte presenti in questa edizione,
c’erano la Farmen S.p.A, con sede
a Torino, fabbricante di cosmetici
per capelli rivolta a professionisti, e la Colordesign, che produce
tinture per capelli e conta su di
un importatore in Brasile per la
vendita dei suoi prodotti. La Olivella, impresa umbra legata al
mercato degli oli extra vergine
d’oliva, sta puntando, dopo anni
di ricerche, sulla commercializzazione di prodotti cosmetici con la
materia prima che già usava. Alla
fiera, i prodotti che l’impresa ha
divulgato – creme e saponi liquidi
a base di olio d’oliva – appartengono alla linea di cosmetici anti-aging. Invece, la Janus S.r.L.,
di Bari, lavora alla produzione di
piccole attrezzature per estetica e
medicina estetica, che combattono la cellulite e tonificano la pelle. L’impresa, che è in fase di crescita di esportazioni per la Cina,
l’Africa del Sud e paesi del nord
d’Europa, vede un buon potenziale nel mercato brasiliano, malgrado abbia dichiarato che si tratti di
un “mercato protezionista”, riferendosi all’entrata dei prodotti.
Secondo il direttore dell’ICE di
San Paolo, Riccardo Landi, “il Brasile ha regole molto complesse” e
“il governo brasiliano non spiega
come far entrare i prodotti italiani nel paese”. Secondo l’Agenzia
Nazionale di Vigilanza Sanitaria (Anvisa), nel caso che i documenti per l’importazione siano
incompleti, l’entrata del prodotto
viene trattenuta da una delle sedi competenti, sia da parte della
Receita Federal, della Polìcia Federal o dalla stessa Agenzia.
Secondo uno dei direttori
della Federazione delle Industrie
dello Stato di San Paolo (Fiesp),
Novembro 2006
/
sono necessarie iniziative diverse affinché la situazione cambi.
— Noi, come organismo di
classe, siamo molto dispiaciuti
dovuto a questo atteggiamento.
Consideriamo fondamentale la
separazione della dogana dalla
Receita Federal e il doverla passare al Ministero dello Sviluppo
dell’Industria e Commerico Estero, affinché possa contribuire
e non creare ostacoli – afferma
il direttore di Relazioni Estere
e per il Commercio Estero della
Fiesp, Carlos Cavalcante.
Per il Mercosul, le esportazioni italiane nel 2005 – secondo un
rilevamento della Unipro – hanno rappresentato un aumento
del 35,3% quando paragonate
con l’anno prima, dopo aver sofferto una leggera caduta tra gli
anni 2003 e 2004. In parallelo
all’evento, la Unipro con la Cosmexport e la Camera di Commercio di Milano (Promos), hanno
presentato all’Hotel Renaissance,
a San Paolo, il workshop Meet the
Italian Cosmetics, che ha avuto
per obiettivo la presentazione
del settore ai suoi futuri partner
e rappresentanti locali.
Secondo un sondaggio realizzato nel 2005 dall’istituto internazionale Euromonitor, con filiale
nel nostro paese, il Brasile occupa la quarta posizione nel mercato di igiene personale, profumeria
e cosmetici e il terzo per prodotti
per capelli e profumeria. I prodotti italiani risultati significativi nelle vendite sul mercato brasiliano
nel 2005 sono legati all’igiene del
corpo e profumeria. Le esportazioni italiane per il Brasile nel 2005
hanno significato il 45,6%, perdendo appena per l’Argentina. Secondo dati dell’Anvisa risalenti al
giugno 2006, delle 1.415 imprese
che lavorano sul mercato di igiene
personale, profumeria e cosmetici in Brasile, 656 si trovano concentrate a San
Paolo, il che corrisponde
alla maggior fetta di
mercato.
ComunitàItaliana
21
atualidade
atualidade
Matera, città storica in Basilicata, soffre con modernizzazione
Guilherme Aquino
Correspondente • Milão
M
È la vecchia storia del “comunque si fa,
si sbaglia”, visto che il traffico inquina l’ambiente e gli imbottigliamenti sono costanti.
Praticamente esiste soltanto una via che fa
il giro completo [della città, n.d.t.], ed è già
saturata. Inoltre, strati di asfalto e cemento
coprono il pavimento originale e portano allo
stesso livello scalini di importanza storica.
Ma Matera ha già avuto giorni ben peggiori, giacché è sempre stata scenario della
lotta tra l’uomo e la natura, o meglio, dell’adattamento dell’uomo ad un luogo così inabitabile. La scarsezza delle piogge ha obbligato l’uomo a creare una cisterna capace di
captare non solo la poca acqua che cade dal
cielo, ma anche quella prodotta dalla brezza,
ossia, la condensa naturale dell’acqua, che si
forma dovuto agli sbalzi di temperatura. Una
struttura ad arco, seminterrata nella superficie ma profonda qualche metro, era capace di
permettere l’infiltrazione dell’acqua. Proprio
come se fosse una specie di pozzo al contrario con una vasca in fondo per accumulare il
liquido raccolto. Un’ingegnosa soluzione usata più tardi in altri paesi desertici.
Risolto il problema dell’acqua, così come quello delle abitazioni. Le grotte naturali,
quando si è cominciato a trasformarle in case,
si sono adattate alle condizioni climatiche. Man
mano che l’uomo scavava aprendo e creando
sempre più spazio interno, l’ambiente diventava
più grande. Ma le entrate seguivano una saggia
interpretazione del ciclo delle quattro stagioni. Erano fatte tenendo
conto dei movimenti di
traslazione e rotazione
della Terra. Si scavava la terra in modo
Reprodução
atera è una città del tempo delle caverne. Ma tanta storia e modernità
sembrano trovarsi in continuo confronto in questo luogo. Malgrado questo, segni dei tempi preistorici di questa città
ancora echeggiano dentro le innumerevoli grotte naturali. Viste da lontano sembrano macchie
scure disegnate sulla parete di roccia calcarea
affacciata su di un canyon. In tempi non proprio
distanti, gli uomini vivevano in queste “case”
incastonate nella pietra. Col passare dei millenni, hanno costruito una vera e propria città ai
due margini di Valle Gravina, in Basilicata.
Un labirinto di viuzze percorre centinaia
di chilometri in tutte le direzioni, aprendo
strada tra i Sassi – veri e propri isolati scavati nella roccia. Quest’architettura unica al
mondo ha trasformato Matera in Patrimonio
Culturale dell’Umanità. Una città con un’insegna importante come questa attrae il 30% in
più di turisti, se paragonata a qualsiasi altra
località non riconosciuta culturalmente.
Fino a qualche decennio fa, gli abitanti
si spostavano sulla groppa di asini e cavalli.
Oggi, vanno in giro in macchina o in moto. Il
progresso è arrivato e ha portato con sé l’idea
di creare un parcheggio sotterraneo, in pieno
centro. Gli ambientalisti non sono d’accordo
su questi lavori capaci di ‘far fuori’ le ricchezze del sottosuolo, come antiche vie di accesso del periodo napoleonico.
La guerra non si concentra appena nel sottosuolo, ma emerge anche in superficie. Il comune di Matera ha approvato l’uso di “telepass” per orientare il parcheggio nella città,
con l’implementazione di una zona di traffico
limitato. Abitanti, commercianti, negozianti e
ambulanti non sono d’accordo e pensano che la
delimitazione dell’area potrà impacciare la mobilità e, è chiaro, provocare una diminuzione di
vendite col minore flusso di movimento.
22
ComunitàItaliana
/
Novembro 2006
È trentina la
Miss Italia 2006
Fotos: Ansa
Tra il progresso
e l’indifferenza
da impedire che i raggi del sole arrivassero al
fondo durante l’estate, altrimenti la casa si sarebbe trasformata in un forno.
Con l’inclinazione giusta, i raggi del sole arrivavano sul fondo del “buco” durante l’inverno,
quando il sole è più basso, portando la luce e
riscaldando l’ambiente nei mesi più freddi. Il
materiale raccolto durante gli scavi per la costruzione era usato per coprire l’entrata della
grotta, creando una facciata tutta speciale.
La vita non è mai stata facile per gli abitanti di Matera, ed è diventata ancora più
complicata col passare degli anni e con l’impressionante aumento della popolazione.
Qualche cisterna è stata trasformata in stanza. Molti abitanti hanno cominciato a portare
gli animali dentro le residenze, creando un
ambiente molto promiscuo.
Nemmeno le chiese rupestri, con altari
scavati dentro la roccia, hanno resistito all’invasione dei nuovi abitanti. L’alto tasso di
mortalità era spaventoso. Nel 1949 in Italia
si piangevano 112 nati morti per ogni 1000
nascite. A Matera, questo numero era quattro
volte tanto. Nel 1953, l’allora primo ministro
De Gasperi autorizzò la rimozione di due terzi della popolazione, ossia 15 mila persone
dovettero abbandonare le loro “case-grotte”.
Lo spostamento ai nuovi quartieri popolari
creati e costruiti seguì le regole di urbanisti,
architetti e sociologi. Per ogni spostamento,
l’abitante rinunciava alla proprietà della vecchia casa per averne una nuova.
Lo stato italiano è praticamente proprietario delle grotte dei Sassi. Il problema è che
mancano risorse per la manutenzione. Sono
perlomeno 70 milioni di euro per la ristrutturazione delle case originali e i lavori di riurbanizzazione, tra cui quelli di sicurezza civile.
A gennaio dell’anno scorso, una studentessa si è suicidata e, nello stesso posto, mesi fa
una coppia di innamorati è morta cadendo in
un precipizio – protetto soltanto da un parapetto molto basso – di uno dei luoghi più belli
e visitati. La mancanza di cartelli e di sbarre
di sicurezza è una minaccia per i turisti che,
incantati dal paesaggio, corrono il rischio di
dare un passo in falso e morire nel “paradiso”.
Malgrado Matera abbia ora una certa dose
di glamour dovuto al fatto di essere servita
da scenario cinematografico naturale di film
come “La passione di Cristo” di Mel Gibson,
la sua storia è minacciata da un finale triste.
Soltanto il tempo lo dirà.
Vince Claudia Andreatti,
unica candidata con i
capelli corti
Ana Paula Torres
É
Corrispondente • Roma
Claudia Andreatti la Miss
Italia 2006, incoronata da
Sylvester Stallone, ospite
d’onore e presidente della
giuria artistica, in diretta su Raiuno lo scorso 22 settembre, durante
la 67ª edizione del concorso condotta da Carlo Conti a Salsomaggiore. Originaria della provincia di
Trento, Claudia ha 19 anni, 1,80m
di altezza, occhi azzurri e capelli
castani. Si tratta della prima Miss
Italia del Trentino Alto Adige e per
lo più l’unica candidata tra le 194
ragazze arrivate alle pre-finali di
Jesolo con i capelli corti.
Secondo Patrizia Mirigliani,
ideatrice del concorso insieme
al padre Enzo, Claudia ha “una
bellezza moderna, sofisticata e
internazionale”. Per Claudia Andreatti, invece, la vittoria è un
sogno che si realizza, ma anche
una rivincita perché quando piccola si sentiva poco bella.
– Mi sentivo un po’ un rospetto, un po’ bruttina – racconta –, stavo sempre rannicchiata
perché mi vergognavo.
Quanto al taglio dei capelli,
Claudia spiega:
– Mi piace portarli corti, mi
sento più a mio agio e in famiglia tutti facciamo così.
Claudia è arrivata in finale insieme a Elisa Silvestrin, 19 anni,
rappresentante del Veneto, rimasta seconda classificata, e Ylenia
De Valeri, 23 anni, del Lazio, terza
classificata. La sua vittoria è stata
decisa per il 50% dal televoto e
per il 50% dalla giuria, composta
da un 30% di commissione tecnica e un 20% di artistica. La giuria
artistica, presieduta da Sylvester
Stallone, era composta da Martina Stella, Ilary Blasi, Luisa Corna,
Moran Atias, Daniele Lotti e Teo
Teocoli. La commissione tecnica,
La vincitrice vive a Pergine Valsugana
Claudia Andreatti
con la madre e la nonna
invece, è stata presieduta da Lucia
Bosé. È stata una lunga diretta tv
con musica e spettacolo, tra cui le
esibizioni di Zucchero, che ha firmato la sigla di Miss Italia Bacco
perbacco, e Tiziano Ferro. Presenti
anche le due comiche Katia e Valeria, con la parodia delle due finaliste in gara, e Gabriele Cirilli.
Durante l’ultimo appello prima del televoto decisivo, Claudia
aveva detto di voler regalare un
sogno alla sua regione, che non
ha mai avuto una Miss Italia. La
vincitrice vive a Pergine Valsugana, in provincia di Trento, ma
è nata nel capoluogo trentino il
29 marzo 1987. Ha due fratelli e due sorelle, frequenta il liceo scientifico ed è recentemente tornata dal Texas, negli Stati
Uniti, dove ha trascorso un anno
di studio. Le piacerebbe studiare Pubbliche Relazioni a Milano
e diventare manager nel settore
della moda. Ma allo stesso tempo
sogna un posto nel mondo dello
spettacolo, magari come presentatrice, seguendo l’esempio di Simona Ventura, la conduttrice di
sua preferenza. Inoltre, Claudia
dichiara di amare lo sport, soprattutto quello all’aria aperta,
come andare in bicicletta, sciare
e nuotare.
Novembro 2006
/
Claudia è stata proclamata
anche Miss Novella 2000 e Miss
Dermogella. La prima proposta
di lavoro è arrivata proprio da
Novella 2000, uno dei più noti
settimanali italiani dedicati alla
cronaca rosa italiana e internazionale. Il suo direttore, Luciano
Regolo, ha detto che intende proporle il ruolo di inviata speciale
nel mondo dello spettacolo.
Dopo la vittoria
Al suo ritorno a casa con addosso
la corona di oro bianco e diamanti che porterà per tutto l’anno,
Claudia Andreatti è stata accolta
da circa 10 mila persone radunate presso piazza Santa Maria, di
Pergine Valsugana. Provenienti
da tutta la provincia di Trento,
le persone volevano orgogliosamente festeggiare la prima Miss
Italia di origine trentina. La cittadina dove risiede Claudia conta 18.500 abitanti e si trova allo sbocco della Valle del Fersina.
È dominata dallo storico Castel
Pergine, una fortificazione di origine medievale costruita sul colle di Tegazzo.
– I trentini hanno fama di
serietà e laboriosità, ma forse
difettano un po’ in simpatia.
– afferma il governatore del
Trentino, Lorenzo Dellai – La
vittoria conquistata da Claudia con uno stile di serenità ed
ottimismo fa sì che anche tutti i trentini siano più simpatici – ha detto Dellai durante la
calorosa accoglienza che Claudia ha ricevuto al ritorno a casa. Secondo invece l’assessore
al turismo, Tiziano Mellarini, la
vittoria di Claudia è stata “uno
spot degno del miglior esperto
di marketing”.
– Nonostante qualche polemica, ho vissuto benissimo questo concorso – ha detto Claudia
durante la festa per il suo ritorno
– A Salsomaggiore non ho sentito né invidie né gelosie. Le brutte cose a me entrano da un orecchio ed escono dall’ altro, senza
lasciare traccia. Siamo sempre
state coccolate dallo staff – aggiunge – e io in particolare ho
sentito la vicinanza del Trentino attraverso tanti messaggini,
telefonate, articoli di giornale
e servizi radiotelevisivi. L’ importante – conclude – è seguire
i propri sogni perché sono convinta che i sogni sono il motore
della vita.
ComunitàItaliana
23
Fotos: Reprodução
atualidade
Polemica tra il
Papa e l’Islam
Tensione in Italia, soprattutto a Roma e in Vaticano,
dopo le minacce di attacco da estremisti islamici
Ana Paula Torres
L’
Corrispondente • Roma
allarme sembra rientrato e intanto
viene confermato il viaggio di Papa
Benedetto XVI in Turchia. L’annuncio
è stato fatto il 16 ottobre, dopo le
polemiche e minacce di alcuni membri del
mondo islamico, innalzate contro il pontefice
in seguito al suo discorso presso l’Università
di Ratisbona, in Germania, lo scorso 12 settembre. Il Papa visiterà Istanbul, Efeso ed
Ankara, dal 28 novembre al primo dicembre.
Tutto è iniziato lo scorso settembre, durante un viaggio di Benedetto XVI alla regione tedesca della Baviera, sua terra di origine.
In quell’occasione, tra le altre attività in programma, c’era un incontro con i rappresentanti della scienza, presso l’Università di Ratisbona. Dal 1969 al 1971, Ratzinger è stato
titolare della cattedra di dogmatica e storia
del dogma presso questa università, ricoprendo anche l’incarico di vice-rettore. Nel suo
24
ComunitàItaliana
/
discorso, il Papa ha presentato una riflessione sul rapporto tra fede e ragione, essendo la
controversia con l’Islam nata dalla citazione
di una frase dell’imperatore bizantino Manuele Il Paleologo a proposito della guerra santa. L’assenza della citazione dell’intero periodo del discorso di Benedetto XVI in cui era
presente la frase contestata ha aperto spazio
a speculazioni e reazioni negative, soprattutto da parte del mondo musulmano.
– Conquisteremo Roma come promesso dal
Profeta – ecco quanto dichiarato su una delle minacce che prometteva di continuare la
guerra santa fino alla sconfitta dell’Occidente.
–Diciamo al servo dei crociati: aspettatevi la
sconfitta. Noi diciamo agli infedeli e ai tiranni: aspettatevi ciò che vi affligge. Proseguiremo la nostra jihad. Ci fermeremo soltanto
quando la bandiera dell’unità sbandiererà in
tutto il mondo.
Novembro 2006
Apparsa su internet, questa dichiarazione
è stata lanciata dal Consiglio dei Mujaheddin,
guerriglia irachena che comprende anche la
cellula di Al Qaeda.
Sempre in Iraq, centinaia di manifestanti di Bassora hanno bruciato delle fotografie
di Benedetto XVI e hanno chiesto le scuse del pontefice, oltre ad un vero e proprio
processo di fronte a un tribunale internazionale. I seguaci dell’ayatollah Mahmud alHassani hanno bruciato anche bandiere tedesche e americane.
In Italia, invece, è stata intensificata la
vigilanza sul Vaticano e sulle più importanti
basiliche del Paese. Ma il piano di sicurezza
ha tenuto in considerazione anche il rischio
di un possibile attacco presso una qualsiasi
chiesa nei quartieri cittadini.
L’immagine del Papa è stata aggredita anche tramite alcune vignette pubblicate
nei siti di estremisti islamici. Benedetto XVI
appare come Dracula, mentre dalla sua bocca
scorre del sangue. Completano il quadro una
serie di frasi raccapriccianti: “Decapitatelo”,
“Allah lo maledica”, “Vampiro che succhia
sangue”, “Maiale servo della croce”, “Adora
una scimmia inchiodata sulla croce”, “Odioso
malvagio”, “Satana lapidato”. In altre vignet
te, si vede invece la Basilica di San Pietro con
la bandiera dell’Islam e la scritta: “Non vi è
altro Dio al di fuori di Allah e Maometto è il
suo profeta”.
La televisione Al Jazeera ha trasmesso
una vignetta animata creata dal disegnatore
satirico pachistano Shujaat. All’inizio viene
esibita l’immagine di Papa Giovanni Paolo II
mentre sorride e libera delle colombe bianche da una scatola con la scritta “armonia
ecumenica”. Di seguito, appare Papa Benedetto XVI con un fucile e uccide le tre colombe. Nella scena finale si vede la soddisfazione di Ratzinger, mentre Wojtyla è seduto sul
trono, regge il bastone della Croce e con una
mano nei capelli, guarda le colombe morte
ai suoi piedi.
Le reazioni
Il neosegretario di Stato del Vaticano, Bertone, dopo il discorso del Papa a Ratisbona ha
fatto una dichiarazione alla stampa:
– Benedetto XVI – ha detto – è dispiaciuto che alcuni passi del suo discorso abbiano
potuto suonare come offensivi della sensibilità dei credenti musulmani e che siano stati
interpretati in modo del tutto non corrispondente alle sue intenzioni.
Molte le parole di sostegno al Papa arrivate dai vari vertici italiani ed internazionali.
– Non ci può essere alcuna polemica. – ha
detto il primo ministro Romano Prodi – Il Papa ha già chiarito il senso autentico del suo
pensiero. Il dialogo religioso e il rispetto di
ogni fede – ha ricordato – sono oggi essenziali e la religione non giustifica alcuna violenza. Tutte le religioni devono essere perciò
impegnate per il dialogo, la reciproca convivenza e la pace nel mondo.
Per Massimo D’Alema, ministro degli Affari Esteri, le precisazioni della Santa Sede hanno chiarito completamente il vero senso delle
parole espresse da Benedetto XVI.
– Mi auguro sinceramente che ogni possibile malinteso sia dissipato e che possano
perciò rientrare le reazioni emotive generatesi nel mondo islamico.
Il presidente dell’Udc, Rocco Bottiglione,
ha detto che “Il Papa è stato fortemente incompreso anche a causa dei media che non
aiutano a comprendere”. Ha poi aggiunto: “Ma
cosa ha detto il Papa? Ha detto che il cristianesimo mette insieme libertà e verità. L’occidente
secolarizzato – ha cercato di spiegare – vuole
una libertà senza verità, mentre il fanatismo
islamico vuole una verità senza libertà, una verità che si impone e chi non la accetta è un
maledetto eretico cui va tagliata la testa”.
Per Marco Rizzo, rappresentante del Pdci
al Parlamento europeo: “Occorre scongiurare
lo scontro di civiltà. Certamente è necessario
rispettare le credenze, i pareri e le religioni di
tutti, – ha affermato – ma credo che a nessuno debba essere consentito strumentalizzare singole frasi al fine di accreditare o, peggio
ancora, imporre la propria visione del mondo”.
Anche Angelo Bonelli, capogruppo dei
Verdi alla Camera, è dello stesso parere: “Le
parole del Papa sono state fraintese. Il Vaticano – ha detto – ha avuto in questi anni un
forte ruolo nel dialogo interreligioso e nella
costruzione della pace”.
– Nessuno mette in dubbio la buona fede di Papa Ratzinger, che certo non aveva
l’intenzione di suscitare gravi reazioni nel
mondo islamico come quelle che ci sono state.
– è quanto afferma Enrico Boselli, segretario
dello Sdi – In un contesto di tensioni diffuse
“Non ci può essere
alcuna polemica. Il
Papa ha già chiarito
il senso autentico
del suo pensiero. Il
dialogo religioso e il
rispetto di ogni fede”,
Romano Prodi
è necessario evitare che si rinfocoli un conflitto tra fondamentalismi religiosi. Ciò però
– sottolinea – non deve limitare la libertà di
opinione, soprattutto quando è necessario denunciare gravi atti illiberali e repressivi ovunque si verifichino. – E conclude – speriamo
che la precisazione fatta dal nuovo segretario
di stato vaticano serva a calmare gli animi”.
Gianni Alemanno, di Alleanza Nazionale,
dice di essere d’accordo con il senatore Alfre-
L’immagine del Papa è stata aggredita
anche tramite alcune vignette
pubblicate nei siti di estremisti islamici
dove appare come Dracula
do Mantovano sulla necessità di presentare
una mozione parlamentare a difesa della libertà religiosa.
– Dopo le parole del Cardinale Bertone
che sottolineano ulteriormente l’intento pacificatore e non offensivo dell’intervento del
Santo Padre, è infatti necessario che l’Italia e
l’Europa si muovano per respingere l’attacco
ingiustificato che oggi proviene da molte
parti del mondo islamico.
Per Antonio Di Pietro, dell’Italia dei Valori
e ministro delle Infrastrutture: “In un momento delicato come questo, nessuno, nemmeno
il Papa, si può permettere di lasciarsi anche
solo sfuggire affermazioni che possano alimentare una situazione già esplosiva. – e aggiunge – Hanno messo benzina sul fuoco ed è
giusto, almeno per carità cristiana, che egli si
scusi e dia le spiegazioni dovute. Nel Vangelo
– continua –, Gesù insegnava di porgere l’altra
guancia e il primo esempio lo dovrebbe dare
lui stesso. In ultimo – sottolinea Di Pietro – le
spiegazioni dovrebbero arrivare direttamente
dal Papa, perché la questione non può essere
lasciata nelle mani di un portavoce”.
Infatti, per cercare di calmare gli animi e
chiarire il malinteso, Benedetto XVI ha inviato i rappresentanti del mondo islamico ad un
incontro presso la residenza estiva di Castel
Gandolfo, lo scorso 25 settembre.
– Assicuro stima e rispetto per il mondo musulmano – ha detto il Papa in
quell’occasione – dal dialogo con l’Islam dipende il nostro futuro.
Durante il colloquio, Papa Ratzinger ha
sottolineato l’importanza del rispetto reciproco della differenza religiosa.
– Il rispetto richiede la reciprocità, soprattutto per quanto riguarda la libertà religiosa. – ha detto – Abbiamo assolutamente
Novembro 2006
bisogno di un dialogo autentico tra le religioni e le culture, un dialogo in grado di aiutarci
a superare assieme tutte le tensioni in uno
spirito di proficua intesa.
Erano presenti quaranta rappresentanti
del mondo islamico, tra questi, 22 ambasciatori dei Paesi a maggioranza musulmana
accreditati presso la Santa Sede, mancando
solo il Sudan. All’udienza hanno partecipato,
inoltre, 16 membri della Consulta islamica in
Italia e tre rappresentanti del Centro islamico culturale in Italia e della Lega musulmana mondiale, invitati dal Pontificio consiglio
per il dialogo interreligioso. L’incontro è stato trasmesso in diretta televisiva da Al Jazeera, mentre il discorso del Papa, tradotto
in arabo, è stato pubblicato in prima pagina
dall’Osservatore Romano.
Ad oggi, sembra rientrata la polemica e
lo scorso 14 ottobre, in una lettera aperta a
Benedetto XVI, 38 rappresentanti del mondo islamico, tra capi spirituali e teologi, accolgono il rammarico espresso dal Papa per
la vicenda di Ratisbona e rispondono positivamente all’invito al dialogo per la pace nel
mondo. Il testo è stato pubblicato sulla rivista americana Islamica Magazine, e in Italia
da Asia News, l’agenzia del Pontificio Istituto
Missioni Estere. Nella lettera viene precisato
che la citazione di Manuele II Paleologo, motivo di tutta la polemica, non riflette il pensiero personale del Papa.
/
ComunitàItaliana
25
Marcos Petti
F
ormas bastante arredondadas e exageradas chegam a chamar a atenção e são o
estilo inconfundível dos quadros do pintor colombiano Fernando Botero. Quem
já os viu pôde perceber essa peculiaridade. Por
falar nisso, a obesidade tem sido tema relevante não só no Brasil como em outros países industrializados. E não muito diferente, na
Itália. O acompanhamento dos pais nestes casos é imprescindível. Tanto que o problema é o
tema atual na nova novela das 18h, O Profeta,
de Ivani Ribeiro, onde a atriz Fernanda Souza
vive o papel de uma “gordinha” rejeitada.
Hoje, a criança acompanha um ritmo de
vida diferente daquela do passado e muitos
de seus hábitos mudaram em conseqüência
de uma vida mais sedentária, à base de uma
alimentação voltada ao consumo de gordura,
açúcares e produtos industrializados. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em conjunto com o Ministério da Saúde,
na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF)
realizada em 2002 e 2003, classifica a obesidade em tipos divididos por sexo, idade e
região e condição sócio-econômica e, na categoria dos sobrepesos, os que estão com excesso de quilos e, por fim, os obesos. A faixa
etária vai de 10 a 19 anos, tomando-se como
cálculo a relação peso/altura pelo Índice de
Massa Corpórea (IMC).
O que chama a atenção na pesquisa é
que 17,9% dos meninos estão com excesso
26
ComunitàItaliana
/
de peso e as meninas, 15,4%. Constatouse ainda que a maior incidência de excesso
de peso está nas regiões Sul e Sudeste do
país. Médicos pediatras afirmam que a cada dez crianças brasileiras, três apresentam
obesidade.
Dados recentes da International Obesity Task Force (IOTF), com sede em Londres,
indicam que crianças italianas estão em primeiro lugar na Europa em relação ao sobrepeso. Um documento apresentado pela IOTF
em 2004, numa conferência em Milão, mostra
que 36% delas estão com sobrepeso, seguidas dos espanhóis e gregos (27%), suíços e
ingleses (24%) e franceses (19%). Uma em
cada quatro crianças italianas é considerada
obesa, segundo o Ministério da Saúde italiano, no que diz respeito à superação do IMC
em 20% do peso ideal.
Para os especialistas, as crianças têm se
movimentado pouco, ou
seja, com menos brincadeiras ao ar livre e
mais horas diante da
TV. Eles são unânimes quanto à
prática de uma
atividade física, de uma
alimentação
saudável e
de redução
d o
Novembro 2006
Reprodução
rês em cada dez crianças italianas
sofrem de dores de cabeça em decorrência de stress, tensão emocional e
uma vida cheia de ocupações. Segundo o
diretor do Centro de Cefaléia Infantil do
Hospital San Carlo di Nancy, em Roma,
Davide Moscato, o fato é preocupante já
que é provocado, na maioria das vezes,
pela ausência dos pais e as numerosas
atividades extra-escolares. “É importante ensinar essas crianças a não abusarem
dos remédios”, alerta o médico.
Para o corpo e o coração
A
Sucos contra o Alzheimer
O
mal de Alzheimer não tem cura e pode atingir qualquer pessoa, mas segundo um estudo publicado no American Journal of Medicine,
ingerir sucos de frutas e vegetais com freqüência
pode diminuir em até 76% o risco de se contrair a doença. A pesquisa foi realizada com quase duas mil pessoas que foram acompanhadas
por dez anos. As que beberam sucos, pelo menos
três vezes por semana, apresentaram redução nas
chances de desenvolver a doença. Este resultado
ajuda a reforçar a idéia de que as substâncias antioxidantes presentes nas frutas e nos vegetais,
conhecidas como polifenóis, evitam a acumulação, no cérebro, de proteínas que estão ligadas
ao mal de Alzheimer.
mada mas também odiada por muitos,
estudos deram conta de que a berinjela ajuda no tratamento de doenças como artrite, reumatismo e problemas digestivos. E
mais: pessoas que passaram a consumir regularmente o vegetal na alimentação diária
chegaram a ter uma redução de quase 80%
no nível de colesterol no sangue. A berinjela
é rica em vários nutrientes vitais para a saúde
e é boa para o funcionamento do organismo
uma vez que, em sua composição, é encontrada uma grande quantidade de proteínas,
cálcio, fósforo, ferro e as vitaminas B1, B2
e C. É pouco calórica, com aproximadamente
28 calorias para cada 100 gramas. A berinjela
também pode ser bastante útil na redução da
ação das gorduras no fígado, auxiliando na
digestão de alimentos mais “pesados”.
Esperança italiana
Adeus dieta
V
Pode chorar!
S
im, as lágrimas fazem bem. Ao chorarmos, liberamos substâncias químicas
que proporcionam a sensação de alívio quase imediato. A média de duração do choro é de dois minutos, mas chega a durar
15 o pranto compulsivo, aquele em que a
pessoa soluça, emite sons e até sente dificuldade para respirar. Cerca de 73% dos
homens sentem-se melhor depois de chorar, já as mulheres ficam ainda mais satisfeitas, com um percentual de 85%. Conter
as lágrimas pode gerar um quadro grave de
depressão, segundo a psicóloga Junia Cicivizzo Ferreira, especialista em psicologia
comportamental pela Universidade Federal
de São Paulo (Unifesp). Com as emoções
contidas, algumas doenças podem surgir,
como a pressão alta, a úlcera e a gastrite.
O
em de Milão a probabilidade de se obter a primeira ajuda contra o chamado
ictus, o infarto cerebral que atinge 200 mil
pessoas por ano, uma em cada três minutos, na Itália. Um estudo coordenado pelo
departamento de Ciências Farmacológicas
da Università degli Studi di Milano revelou
a descoberta de um “interruptor” do dano
que causa a morte dos neurônios, após o
ictus. Os estudiosos identificaram o receptor da lesão isquêmica: a proteína denominada GPR17. A pesquisa foi financiada pelo
Ministero dell´Istruzione dell´Università e
della Ricerca (Miur), pela Fondazione Cariplo e pela Comunidade Européia.
s italianos esnobam a dieta mediterrânea [popular por atrair longevidade e conduzir à uma vida mais saudável]
e comem de maneira pouco equilibrada
na hora do almoço. A informação foi divulgada através de um estudo feito pela
Cibis, uma sociedade presente no mercado gastronômico, com base no consumo
efetuado em uma cadeia de restaurantes
self-service que recebe mais de sete milhões de pessoas por ano. A pesquisa
também indicou que, nos últimos anos,
diminuiu o número de pratos na refeição:
hoje, em média, o almoço é composto
por um ou no máximo dois.
Moscas “do bem”
A
pesar de parecerem repugnantes, as moscas
varejeiras [de cor verde] podem ajudar a curar
feridas, segundo uma técnica conhecida como
bioterapia, que consiste no uso das larvas
vivas, esterilizadas e criadas em
laboratório. O biomédico Carlos Brisola
Marcondes, da Universidade Federal
de Santa Catarina, diz que “além de
comerem o tecido necrosado, elas liberam
agentes semelhantes aos dos antibióticos e
de algumas substâncias cicatrizantes, como
alantoína e uréia”.
Novembro 2006
/
Jean Scheijen
Crianças italianas estão em primeiro lugar
quando o assunto é obesidade na Europa
T
Ian Britton
na infância
Crianças em risco
Reprodução
Os quilos a mais
fast-food, ou seja, evitando alimentos gordurosos e refrigerantes nas escolas.
— O ideal é preparar seu próprio lanche em casa e incluir no cardápio sanduíches
naturais, frutas, iogurtes e sucos de frutas
no lugar de refrigerantes — orienta a médica pediatra e coordenadora do departamento
de Obesidade Infantil da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome
Metabólica (Abeso), Lílian Zaboto.
O Centro para a Prevenção e o Tratamento
da Obesidade em Idade Evolutiva, do hospital
pediátrico Giannina Gaslini, de Gênova, na
Ligúria, em conjunto com a Universidade de
Gênova, dispõem do programa Alimentazione,
Abitudini e Attività, chamado AAA [www.aaaprevenzione.com] e que atende crianças da
região fazendo uma avaliação dos seus hábitos alimentares, trabalhando a reeducação
alimentar, o autocontrole, e um estilo de vida
ativo. Segundo a médica Marina Vignolo, responsável pela Clínica Pediátrica do Gaslini,
30% das crianças genovesas em idade escolar
estão acima do peso e 11% são obesas.
Na Europa, já são 14 milhões de crianças
européias com excesso de peso e três milhões
obesas, conforme estudo feito pela Comissão
Européia.
— A obesidade infantil é uma doença
multifatorial e pode ser genética, psicológica ou ambiental. Os pais devem procurar um
apoio profissional que seja multidisciplinar,
ou seja, de um médico pediatra ou um endócrino, por um psicólogo, um nutricionista,
e um educador físico — aconselha a médica
Lílian Zaboto.
O Ministério da Saúde em conjunto com
o da Educação do governo federal assinaram
em maio passado a portaria interministerial
nº 1.010, que visa promover a alimentação
saudável e mudança nos hábitos alimentares
das crianças nas escolas de educação infantil, ensino fundamental e médio das redes
pública e privada no Brasil, incentivando-as
ao consumo de frutas, legumes e verduras no
lugar de refrigerantes e alimentos açucarados e gordurosos. Em alguns estados, como
em Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e
Distrito Federal já são feitos trabalhos desse
gênero, tendo uma legislação que restringe a
comercialização de alimentos prejudiciais
à saúde das crianças.
Josee Holland
Reprodução
aluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSalut
ComunitàItaliana
27
weekend
notizie
G
enerare impieghi per brasiliani in Europa, nelle aree di Infermeria e
Tecnologia dell’Informazione. Questa è la meta della joint-venture
firmata tra il Banco BrasilInvest e la Obiettivo Lavoro, il 7 novembre. Il
presidente della Obiettivo – che vanta un fatturato di 450 milioni di euro in Italia e dà impiego ad oltre 35 mila persone -, Emilio Innocenzi, è
stato a San Paolo nella sede della BrasilInvest, dove si è incontrato con
il presidente dell’impresa, Fernando Garnero.
— Sono contento di essere insieme alla BrasilInvest, in una relazione
che apre opportunità tra Italia e Brasile, nel settore di subappalto di servizi – segnala Innocenzi. E Garnero mette in risalto che la partnership “è
un nuovo passo nelle relazioni commerciali e sociali tra Italia e Brasile”.
Giuseppe Barbato, amministratore della Obiettivo Lavoro, ricorda che
il lavoro di captazione di manodopera brasiliana è iniziato sei anni fa,
con risultati numerici in ascesa.
— Da sei anni portiamo infermieri in Italia. In Valle d’Aosta, oggi esiste una piccola comunità brasiliana,dovuto al lavoro che abbiamo fatto
coll’ospedale locale. Abbiamo già portato circa 500 persone per lavorarci e nei prossimi due anni la meta è quella di portarne un altro milione.
Vogliamo offrire condizioni di lavoro e di sviluppo professionale a coloro
che vanno in Italia. Siccome ci serve manodopera, e il Brasile ha buoni
professionisti, abbiamo un matrimonio perfetto – conclude.
Omaggio
I
l direttore-presidente di ComunitàItaliana, Pietro Petraglia, ha ricevuto il titolo di onore al merito, dalle mani del presidente del Comitato
Olimpico Nazionale Italiano (CONI), Alfredo Apicella, durante cerimonia
realizzata al Consolato Generale d’Italia a Rio de Janeiro. Nell’occasione, altri professionisti sono stati onorati come lo speaker José Carlos de
Araújo e Luiz Mendes. I giornalisti sono stati omaggiati per il loro lavoro
collegato all’Italia nel mondo desportivo.
Italia e Brasile sulla stampa
A
San Paolo, ha avuto luogo la seconda edizione del workshop della
Stampa Italo-brasiliana. L’evento ha avuto come obiettivo quello di
riunire la stampa dei due paesi per discutere problemi tra cui la formazione,
la sicurezza dei giornalisti e la democratizzazione della stampa. L’apertura
dell’incontro è ricaduta sul Console Generale a San Paolo, Marco Marsilli.
Dalla parte italiana, il presidente dell’Ordine dei Giornalisti (ODG), Lorenzo
Del Boca ha detto che il “diploma non è un obbligo”, ma “quello che conta
sono i principi” del giornalista. Era presente anche il coordinatore dei giornalisti italiani nel mondo, Franco Pò. Dalla parte brasiliana, si è avuta la
partecipazione della Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), che completa 60 anni di attività quest’anno, grazie alla presenza del presidente Sérgio Murillo de Andrade, oltre al presidente del Sindicato dos Jornalistas do
Estado de São Paulo, José Augusto Camargo. Hanno favorito lo scambio di
idee ed esperienze con l’Ordem dos Jornalistas, che ha presentato un manuale tradotto in lingua portoghese sulla riforma della professione del 2002.
Assocamerestero: nuovo presidente
I
l senatore Edoardo Pollastri è il nuovo Presidente di Assocamerestero,
l’Associazione delle Camere di Commercio Italiane all’Estero (CCIE). È
stato eletto a Lecco dal Consiglio Generale, organizzato nel quadro dei
lavori della XV Convention delle CCIE. Pollastri è nato ad Alessandria nel
1932. Imprenditore e commercialista, è presidente della Camera di San
Paolo e per Assocamerestero. Negli ultimi anni ha ricoperto la carica di
presidente vicario. Nello scorso aprile è stato eletto nella circoscrizione
estera dell’America Meridionale e ha aderito al gruppo dell’Ulivo.
Piemonte
I
l Piemonte si conferma ancora la regione italiana con il maggior numero di bar premiati dalla terza edizione
della Guida del Gambero Rosso. Dei 19
che rappresentano il meglio del meglio
[‘tre tazzine e tre chicchi’], ben 6 sono nella regione subalpina, e di questi, quattro a Torino. Il premio Illy-Bar
dell’anno va, invece, in questa edizione della Guida, al ‘Biasetto’ di Padova
per ‘la grande eccellenza’ dei lieviti e
della pasticceria.
Approvato bilancio
L’
Aula del Senato ha approvato
il progetto di bilancio interno per il 2006 e al rendiconto per il
2004. In tre anni, come ha sottolineato il senatore questore Gianni Nieddu, ci saranno tagli per 70 milioni: in
particolare per 14 milioni nel 2006,
23 milioni nel 2007 e 33 milioni nel
2008. Anche se è prevista una riduzione del 10% sull’indennità e vitalizi dei
senatori, vi sarà un aumento del trend
complessivo di spesa che è cresciuta
del 3,4 per cento.
TENCO 2006
V
inicio Capossela, Simone Cristicchi, Lucilla Galeazzi e Petra Magoni sono i vincitori delle Targhe Tenco 2006. Capossela si è aggiudicato il
premio per il miglior disco dell’anno
con ‘Ovunque proteggi’; Galeazzi quello per il miglior disco in dialetto con
‘Amore e acciaio’; Cristicchi quello per
la miglior opera prima con ‘Fabbricante
di canzoni’, mentre la Magoni grazie al
disco ‘Musica nuda 2’. Le premiazioni
si svolgeranno dal 9 all’ 11 novembre
a Sanremo.
Reprodução
Opportunità di lavoro
Mercato Abruzzese a San Paolo
Aziende abruzzesi vengono in Brasile per affari
L
a Camera di Commercio di San Paolo ha organizzato il mese scorso
nella sua sede l’evento “Antichi Sapori
d’Abruzzo” in collaborazione con il Consorzio Abruzzo Quality Food. Le missioni
imprenditoriali tra Brasile e Italia stanno
dando opportunità alle imprese italiane di
far promuovere in Brasile i loro prodotti
e viceversa. In quell’occasione, sono state presentate dal Consorzio alcune aziende che producono i migliori vini D.O.C.
(Denominazione di Origine Controllata),
olio extra vergine, miele e pasticceria nella regione. Tra i vini, le Cantine Spinelli
hanno dimostratato le cinque varietà che
producono nella loro sede ad Atessa, detta la ‘città del vino’, in provincia di Chieti. Montepulciano, Trebbiano, Cerasuolo,
Chardonnay e Sangiovese sono alcuni di
esse che l’azienda intende far entrare nel
mercato brasiliano, oltre alla produzione
d’olio extra vergine abruzzese, che conferisce al prodotto una qualità superiore in
quella zona. Sono stati esibiti dei marchi
che si distinguono grazie alla produzione
di oli aromatizzanti, al gusto di limone,
peperoncino ed aglio che aggiungono un
sapore speciale al prodotto.
Libri su Internet
C
ontinuano a crescere le vendite di libri su Internet: nel 2005 hanno fatto registrare un
aumento del 28%. Lo ha annunciato l’Associazione italiana editori, che come ogni anno nel giorno di apertura della Buchmesse di Francoforte presenta i dati che fotografano la
situazione dell’editoria. Il mercato librario e l’editoria digitale hanno raggiunto il valore a
prezzo di copertina di 3.621 milioni di euro, con una crescita dello 0,4% rispetto al 2004.
Lucio Dalla
L
ucio Dalla festeggia i suoi 40 anni
di carriera con l’uscita di ‘12,000
lune’, raccolta nei negozi a partire da
venerdi’ 6 ottobre. Un triplo cd con 53
brani, di cui 3 inediti, che ripercorre i
40 anni della sua attività, iniziata nel
1966 con ‘Lei [non è per me]’. Il cofanetto, arricchito da una bellissima
copertina disegnata appositamente da
Milo Manara, racchiude brani che vanno da ‘Caruso’ a ‘Futura’ fino ad arrivare
ai 3 nuovi brani ‘Stella’, ‘Sottocasa’ e
‘Dark Bologna.
Novembro 2006
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ComunitàItaliana
29
notizie
notizie
Risorse italiane
a Bahia
Negócios na ponta da língua
F
I
Roberth Trindade
Venceslao Soligo
l governo italiano ha formalizzato
l’assegnazione di donativi per sei
milioni di euro assegnati ad investimenti in progetti sociali e tecnici del
programma “Viver Melhor”. Le risorse sono state assicurate durante una
riunione del Comitato Tripartito formato da rappresentanti del governo
italiano, della Banca Mondiale e del
governo di Bahia. I donativi servono
all’implementazione del Programma di
Appoggio Tecnico (PAT) che sostituirà il Programma di Appoggio Tecnico
e Sociale (Pats), portato avanti dentro al Ribeira Azul, vertente del Viver
Melhor della comunità Alagados, con
la partecipazione della Cities Aliance e della ONG Associazione Volontari per il Servizio Internazionale (AVSI). Il Pats ha reso benefici a 40mila
famiglie per mezzo di sport, alfabetizzazione di adulti, assistenza agli
anziani, ripetizioni scolastiche e generazione di reddito.
P
iccole e medie imprese brasiliane hanno partecipato ad una missione imprenditoriale dal 20 al 27 ottobre a Roma e
Milano. La venuta della Confindustria italiana a San Paolo il marzo scorso ha permesso
di stringere un rapporto commerciale tra i
due paesi. Questa volta, sono in giro per le
due principali città italiane circa 250 imprenditori brasiliani associati della Fiemg
(Minas Gerais) e dalla Fiesp (S.P.) di settori diversi che intendono di costituire delle
joint ventures. I settori scelti per questa
missione sono stati l’agroindustria, quello
dei mobili, dei marmi e graniti, quello tessile, dell’edilizia e l’outsourcing.
—Sono fiducioso che stiamo lavorando in un settore molto concreto nell’interesse degli imprenditori dei due paesi e i
risultati già si vedono dalle relazioni tra
le nostre imprese e quelle brasiliane che
sono molto positive e promettenti — dichiara l’ambasciatore italiano in Brasile,
Michele Valensise.
Il Brasile presenta superavit nella bilancia commerciale dal 2002. Lo scorso anno, il nostro Paese ha esportato US$ 3,22
miliardi e le importazioni hanno sommato
US$ 2,28 miliardi. E il risultato di questo
rapporto bilaterale si riflette anche nella presenza di grandi multinazionali. Nel
2004, gli investimenti italiani in Brasile
sono stati pari a US$ 429,2 milioni. Per
quanto riguarda i ritorni degli investimenti, il direttore per il Commercio Estero e
Relazioni Internazionali della Fiesp, Carlos
Cavalcanti, ha detto: “la nostra alleanza è
di lungo termine, l’unica certezza è che il
commercio bilaterale è inferiore a come ci
piacerebbe che fosse e dobbiamo lavorare
per ampliarlo.
S
i chiama José Serra il candidato italo-brasiliano eletto nuovo governatore di San Paolo, il maggiore collegio elettorale del Brasile, durante le consultazioni elettorali svoltesi nel paese all´inizio del mese di ottobre.
Serra, di origini calabresi, cambia dunque casa: da Sindaco di San Paolo si trasferisce al Morumbi, sede del Governo paulistano. Il candidato dei “tucanos”, ha ottenuto il
57,94% dei voti e nella sua prima dichiarazione dopo il successo elettorale ha affermato
a chiare lettere che il suo “sarà un governo popolare, rivolto soprattutto a coloro i quali
si trovano in situazioni critiche, un governo per i più vulnerabili”.
Candidato italiano all´Oscar
È
il Nuovomondo di Crialese il film che concorrerà all’Oscar per l’Italia. La saga sull’emigrazione italiana dell’inizio ‘900 è stata presentata in anteprima alla Mostra di Venezia e ha vinto il Leone d’argento come rivelazione. Grande soddisfazione ha espresso il
presidente di Cinecittà Holding, Alessandro Battisti, alla notizia che Nuovomondo è stato
designato a rappresentare l’Italia nella corsa all’Oscar per il miglior film in lingua non inglese. “Ci fa particolarmente piacere, tra l’altro - ha detto Battisti - , aver scelto proprio
Nuovomondo per inaugurare in questi giorni la rassegna di cinema italiano Cinema Italian
Style, che sta portando a Los Angeles, grazie anche all’impegno di Cinecittà Holding, il
meglio della nostra produzione recente. Ci sembra un ottimo auspicio per il percorso verso
il Golden Globe e verso l’Oscar del film di Crialese”.
ComunitàItaliana
/
Novembro 2006
Eugenio Barba no Rio
D
irigido por um dos maiores pesquisadores e diretores de teatro, o italiano Eugenio
Barba, o Odin Teatret apresenta cinco espetáculos, sete demonstrações de trabalho,
onze mostras de vídeo e quatro workshops no Rio. A iniciativa promete mostrar ao público
os motivos que encantaram platéias ao redor do mundo em 42 anos de carreira do grupo
europeu. A passagem do Festival Odin Teatret pelo Centro Cultural Banco do Brasil ainda
contou com a conferência “Encontro com Eugenio Barba”.
Mercado de ações
A
Terna Participações S.A., o segundo maior grupo privado de trasmissão de energia
elétrica no Brasil, com sede em Roma, acaba de entrar no mercado da Bovespa (SP).
O valor das ações no primeiro dia do pregão, em 27 de outubro, abriu com 21 reais e foi
fechado a 23,04 reais por Units (certificados de depósitos de ações representativos), sendo cada um composto de uma ação ordinária e duas
preferenciais de emissão da companhia., alta que corresponde a 9,7%.
Pelo bom resultado obtido, a empresa se coloca no nível 2 de Governança
Corporativa totalizando 557 milhões
de reais negociados. Fazem parte da
Terna Participações as subsidiárias
Transmissora Sudeste-Nordeste S.A. e
Novatrans Energia S.A.
Tércio Lima
Missione imprenditoriale
Italo-brasiliano eletto
30
acilitar o cotidiano dos varejistas e abrir novas frentes para negócios ligados aos setores de equipamentos, produtos e serviços para hospedagem e alimentação. Com esse objetivo, cerca de 150 expositores se reuniram no Riocentro, Rio de Janeiro, em torno
da 10ª Equipar Riopan 2006. A feira, realizada
de 24 a 27 de outubro, mais uma vez contou
com a presença italiana, comumente associada
à inovação no mercado com modernas máquinas para massas, sorvetes e cafés.
Neste ano, os organizadores do evento estimam que a feira tenha movimentado R$ 130
milhões em negócios. Além disso, cerca de 40
mil pessoas ligadas aos segmentos compareceram ao pavilhão no centro de convenções. No
estande da Itália, numa área de cerca de 30
metros quadrados, mais de 20 empresas apresentaram seus produtos. Um dos destaques
foi o concurso de risoto promovido pela Região do Piemonte, a maior produtora de arroz
da Europa. (S.S)
Itália solidária na
Feira da Providência
D
izem que a Itália é um país de povo muito generoso e hospitaleiro. E no que depender de boas intenções geradas por quem vem da bota, a
46ª edição da Feira da Providência está
cheia. Inspirada no “salto” dado pelo
estande italiano ao sair do 9º lugar em
vendas, no ano de 2004, e alcançar a 2ª
colocação, em 2005, a consulesa Matilde Bellelli, responsável pela organização do espaço, conta que a participação na Feira traz benefícios, inclusive
econômicos, para as mais de 80 trabalhadores no evento.
— Estamos recrutando interessados.
Há voluntários do próprio Consulado, do
Hospital Italiano e do Comites. Participar da Feira da Providência é incentivar o Made in Italy. Adoro apresentar
produtos que raramente são vistos nas
lojas daqui e abrir as portas para empresas italianas, e tudo isso, num exercício
de solidariedade já que a arrecadação
com a Feira é destinada ao Banco da
Providência, que dá assistência a mais
de três milhões de pessoas — assinala
a consulesa.
O espaço italiano na Feira da Providência que, em 2005, arrecadou 16% do
total obtido no evento, tem como novidade o lançamento do champanhe Berlucchi. O produto chega ao mercado brasileiro no dia 15 de dezembro, mas na Feira
[realizada nos dias 6 a 10 de dezembro,
das 12h às 23h] será oferecida degustação da bebida.
Entre as novidades deste ano está a
apresentação de uma mesa de frios com
a oferta de presunto de Parma e de San
Daniele, além de queijo parmesão. Também serão vendidas pastas Garofalo em
todas as variedades ao valor de R$ 2,80,
o pacote, e pela primeira vez peças como
óculos de sol, bijuterias, echarpes, gravatas e lenços poderão ser encontradas no
estande. (S.S)
Missão empresarial
D
ezessete pequenas e médias empresas da região da Emília-Romanha estiveram no
Brasil para uma missão empresarial e a manutenção de um acordo com universidades
rumo ao desenvolvimento industrial. No evento, realizado no Hotel Renaissance, em São
Paulo, o tema “As Excelências Tecnológicas na Emília-Romanha – Sinergias entre Universidade e Indústria” inspirou o Fórum Permanente das Universidades na discussão da aproximação do mundo acadêmico com o empresarial em vários setores dessa Região. A empresa
Morara S.p.A. estuda, por exemplo, a viabilidade de estabelecer um acordo de colaboração
industrial com uma empresa local para a fabricação, no Brasil, de máquinas retificadoras
cilíndricas externas e internas e, principalmente, a assistência técnica para seus clientes.
Paralela ao Fórum, uma jornada de negócios foi o primeiro passo para empresas italianas
e brasileiras estabelecerem parcerias em âmbito comercial e industrial.
A região italiana está entre as 15 mais ricas da Europa e uma das mais industrializadas. É na sua capital, Bolonha, onde fica a mais antiga universidade da Europa, a de
Bolonha, datada de 1088.
Novembro 2006
Lula de novo
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva
foi reeleito no segundo turno para
outros quatro anos de mandato, por mais
de 58 milhões de brasileiros. Tanta popularidade sobreviveu a um ano e meio
de ataques diários da oposição ao seu
governo e partido, o PT. Tudo começou
quando foi deflagrada a chamada “crise
do mensalão” no Congresso. Apesar disso, o presidente recebeu 60,82% dos votos válidos.
/
ComunitàItaliana
31
Milão
italian style
Guilherme Aquino
Um vôo sobre
o bel paese
Gelado, gelado
A
Itália vista do céu com os pés na terra.
Burgos medievais, plantações, praias paradisíacas, parques naturais, montanhas nevadas, tetos, cúpulas, pontes e estradas. Uma
série de painéis fotográficos está distribuída
pela via Cordusio, no centro de Milão. Uma
Itália com paisagens de tirar o fôlego de tanta beleza e que, até pouco tempo atrás, era
um privilégio de pássaros e pilotos. Agora,
um simples pedestre pode admirar, por exemplo, as torres de San Gimignano, na Toscana
e a Piazza di San Marco, em Veneza, com um
olhar de cima para baixo. As 100 fotografias
ficam em cartaz até o dia 27 de dezembro.
Guilherme Aquino
Agora aquela famosa granita
italiana pode ser feita em casa.
É só inserir os cubos de gelo e
o triturador de gelo faz todo
o serviço graças aos dois
“dispensers” nele contidos.
Depois basta acrescentar o
extrato desejado. A potência
é de 75 watts e o produto é
da marca Ariete. E 43,90
Chega de insetos!
O símbolo da art déco
R
oberto Capucci e seus vestidos realizados
como esculturas sempre dão panos para
as mangas. Do ferro,
ouro, bronze e prata,
ele pegava emprestado apenas as cores para dar vida às
suas criações costuradas em seda, algodão, linho. A mostra
do grande estilista
acontece na cidade
de Como, às margens
do lago homônimo, a
cerca de uma hora de
Milão. A exposição ocorre durante a edição
de Miniartetextil, um dos eventos mais importantes no âmbito internacional da área da fibra têxtil. Ela fica em exibição até o dia 12
de novembro.
S
ComunitàItaliana
Reprodução
ó se fala dele no setor hoteleiro de
Milão. E já nasceu cult. O Nhow Hotel é o resultado da transformação de
uma velha fábrica da General Eletrics em
um hotel de luxo, na zona Tortona, uma
das mais chiques da cidade. Ele tem 249
quartos [com três suítes spa] e um centro de convenções com capacidade para
acolher até 2 mil pessoas. Design, criatividade e estilo fazem parte das colunas e
sapatas que suportam este moderno colosso. Obras contemporâneas e instalações fazem parte da decoração deste novo hotel, criado para ser referência entre
os freqüentadores do planetinha fashion
e do mundo dos negócios. Uma visita virtual pode ser feita através do endereço
www.nhow-hotels.com.
/
Novembro 2006
Esta máquina prepara, em pouquíssimos
minutos, pipoca sem gordura e sem precisar
untar o aparelho. São 900 watts de potência
para um resultado rápido! E 14,90
Coração nas
chuteiras
O
calendário da Série A sempre dá
uma brecha aos torcedores-turistas de passagem por Milão para assistir
a um ou mais jogos. Ver em campo boa
parte da ”azzurra” e da seleção é um
programa imperdível para quem ama o
futebol e estará pela cidade. Kaká, Serginho, Cafu, Dida e Ricardo de Oliveira de um lado e Adriano e Julio Cesar
do outro, fora os Pirlos, Gatusos, Inzaghis da vida, campeões mundiais. Não
é complicado tentar comprar o ingresso
para uma partida. O site do estádio San
Siro é www.sansiro.net. Se não conseguir o bilhete, vale visitar o templo do
futebol milanese, com um belo museu
e fotografias históricas para os torcedores fiéis.
Macio, colorido e sobretudo divertido! Uma idéia
para dar um toque de alegria ao seu banheiro
e também um presente original para dar boas
risadas com os amigos. O papel higiênico
decorado está disponível em oito estampas
diferentes: halloween, beijos, euro, dólar, arame
farpado e bolas. Que tal colecionar? E 7,90
Cheiro de pipoca no ar!
Em clima retrô
Fotos: Divulgação
O “escultor” de roupas
Nhow Hotel
32
foi uma das protagonistas daqueles “loucos
anos 20”. A artista plástica chegou a flertar
com o poeta italiano Gabrielle D’Annunzio e
a sua paixão pelas tintas fortes, de cores iluminadas, cortes assimétricos e linhas puras
também era um reflexo de uma personalidade amante dos excessos. A mostra de suas
obras está no Palazzo Reale, no centro de
Milão, até o dia 14 de janeiro de 2007.
Reprodução
E
la visitou a Itália em 1911 e ficou
impressionada com a obra de Michelangelo. O encontro com a legítima
italiana seria um dos ingredientes da pintura
de Tamara de Lempicka, artista russa radicada em Paris, também muito influenciada
pelo cubismo, ganhando corpo e telas naquele período. Criadora de um estilo sensual e muito sofisticado, Tamara de Lempicka
Humor no banheiro
Num instante e sem sujeira, um potente
instrumento é capaz de matar insetos. Com
esta raquete elétrica, você elimina aquela
mosca indesejável em segundos. Ela possui
uma tela eletrificada bem estreita que
nem o menor inseto é capaz de escapar.
Funciona com duas pilhas e você pode
levar para qualquer lugar. E 9,90
Já imaginou poder torrar o seu pão
com um fundo musical? Isso é possível
e no mesmo objeto com a ajuda do
radio toaster retrô. Com a tecnologia
Aríete, o aparelho é rádio AM/FM, tem
estrutura em metal termorresistente,
uma antena regulável, potência de
700 watts e timer programável em seis
tempos que permite regular diversas
funções: cozimento, aquecimento e
descongelamento. E 49,90
Os produtos acima mencionados estão disponíveis apenas no mercado italiano.
Novembro 2006
/
ComunitàItaliana
33
Roma
arte
Ele mostrou
Ana Paula Torres
amigo meu as gravava pra mim e
eu ia aprendendo. Aprecio muito
a bossa nova e a MPB — revela
Bollani à Comunità.
E a paixão pela música brasileira já lhe rendeu dois cds gravados. O primeiro intitulado “Falando
de amor”, de 2003, é inteiramente dedicado à obra de Tom Jobim.
Agora, ele acaba de gravar o segundo no Brasil, com previsão de
lançamento para abril do ano que
vem. Desta vez, a idéia será enfocar outros ritmos bem brasileiros:
o samba e o choro.
— O cd contará com os vocais
de Zé Renato e Mônica Salmaso. O
trabalho será focado em compositores cariocas como Ismael Silva,
Jacob do Bandolim e Pixinguinha
— explica o músico, que além
desses dois cds, também traz no
currículo três outros discos: Piano
solo [do selo ECM], Jazz italiano
live 2006 [distribuído pelo veículo
L´Espresso] e o cd duplo “I visionari” [em que mistura jazz e influências operísticas].
Para o produtor musical, Thiago
Pellegrino, de 28 anos, o pianista
consegue equilibrar importantes ingredientes musicais e,
com isso, cativa os aficionados do jazz.
— Conheci Bollani através
de um primoroso disco
com a cantora Barbara Casini e
com o saxofonista Phil Woods, só
com músicas brasileiras. O toque
de Bollani é espetacular. Há um
perfeito equilíbrio entre ritmo,
melodia e harmonia numa sonoridade “sequinha”, praticamente
sem o uso do pedal de sustentação. Fico realmente encantado com a beleza, a inventicidade melódica dos seus solos, bem
como a competência rítmica com
que ele acompanha andamentos
rápidos, lentos e faz a marcação
do baixo — detalha.
E o produtor vai mais além:
— Há tanto de qualidade
em Bollani quanto de novidade,
pois, é muito raro um pianista
desta categoria não se deixar levar pelas vias do virtuosismo, da
velocidade — complementa.
Ao falar sobre a popularidade
do jazz na Itália, Bollani rebate
a visão na qual os fãs de jazz são
considerados esnobes. Ele diz
que os italianos estão cada vez
mais aderindo ao ritmo.
— Até pouco tempo atrás, o
jazz era um gênero para poucos.
Agora não é mais assim.
Bollani (à esquerda)
atraiu uma platéia de
cerca de mil pessoas no
Rio de Janeiro
34
ComunitàItaliana
/
Novembro 2006
Saiba mais
sobre o festival
O
TIM Festival 2006 aconteceu em outubro no
Rio de Janeiro, com edições
especiais em São Paulo e Vitória. Na capital fluminense,
essa foi a primeira vez que
foi realizado na Marina da
Glória, trazendo mais de 30
atrações do melhor do cenário musical nacional e internacional como os franceses
do Daft Punk e os americanos do Beastie Boys. O evento foi distribuído em quatro
palcos: o TIM Stage, dedicado aos grandes nomes do
mundo musical, o TIM Lab,
cujo foco são os grupos mais
experimentais, o TIM Club
[onde se apresentou Stefano
Bollani] para as atrações do
jazz e o Motomix, uma grande pista de dança que trazia
os melhores DJs do mundo.
Petros Eni
I
naugurada no dia 12 de outubro a mostra “Petros Eni” [Pedro está aqui], dedicada à Basílica de São Pedro, no Vaticano, e ao santo de mesmo nome. Neste
ano, o santuário festeja os 500 anos de sua
fundação. A exposição é composta por mais
de cem obras originárias dos museus mais
famosos do mundo. É subdividida em seis
seções que recordam o evento histórico da
fundação, os artistas e arquitetos definidores
do projeto da nova basílica, a antiga basílica
constantiniana, o confronto entre as personalidades e as obras dos apóstolos Pedro e
Paulo. Entre as obras-primas e desenhos ex-
Convite à leitura
S
ucesso para o primeiro romance escrito pelo atual prefeito de Roma, Walter
Veltroni. O livro “La Scoperta dell’Alba”,
publicado pela editora Rizzoli, encontrase entre os mais vendidos desde o lançamento, semanas atrás. O autor conta sobre
um doloroso mistério e as feridas provocadas pelos anos de chumbo. O personagem Giovanni Astengo procura desvendar
os mistérios ligados ao desaparecimento
de seu pai. Veltroni traz a força dos sentimentos, uma imprevisível busca na trama
dos dias atuais e uma dramática imersão
na história.
postos, encontram-se documentos inéditos
como plantas e protótipos referentes à construção da basílica, além de objetos preciosos, livros e manuscritos. Como testemunhos
dos santos e beatos, são exibidas algumas
relíquias como a túnica de São Francisco de
Assis, proveniente do convento de La Verna
e as sandálias de Madre Teresa de Calcutá. A
grande mostra estará aberta ao público até o
dia 8 de março de 2007, na Fabbrica di San
Pietro no Vaticano. As visitas acontecem todos os dias das 10h às 19h, salvo às quartas-feiras das 13h às 19h. O ingresso inteiro
custa E 7,00 e reduzido E 5,00.
Berço da civilização
A
partir de 29 de outubro, nove historiadores italianos contarão nove jornadas cruciais da história mundial que tiveram Roma como teatro. As aulas serão
ministradas no Auditorium Parco della Musica pelos professores Andrea Carandini,
Luciano Canfora, Andrea Giardina, Alessandro Barbero, Antonio Pinelli, Anna Foa,
Vittorio Vidotto, Emilio Gentile e Alessandro Portelli, aos domingos, às 11h, a cada
duas semanas. “Lezioni di storia: i giorni
di Roma” será uma ocasião para refletir sobre as raízes da cidade e sobre a sua complexa identidade.
Novembro 2006
Ansa
uem disse que o jazz é ritmo para americanos? Aqueles que pensam assim, certamente não sabem que a
Itália é a pátria-mãe de uma das
grandes revelações do segmento:
o pianista Stefano Bollani. Em recente visita ao Brasil e antes de
embarcar para uma apresentação
no Japão, esse milanês, de 34
anos, de toques suaves ao piano
e gestos fortes ao falar, como todo italiano que se preze, participou da quarta edição do TIM Festival. O evento, realizado no Rio de
Janeiro, São Paulo e Curitiba, em
outubro, é considerado “de peso”
para quem aprecia o trabalho de
cantores e músicos que não circulam pelo “main stream”.
Bollani dividiu o palco com
nomes consagrados do jazz mundial como Ahmad Jamal e Herbie Hancock. Em meio à platéia
composta por 960 pessoas, esteve presente o cônsul geral da
Itália no Rio de Janeiro, Ernesto Massimo Bellelli e sua esposa Matilde, em uma das tendas
instalada na Marina da Glória, no
Rio. Quanto ao show, a comunicação foi algo constante durante
a apresentação já que o pianista
mostrou-se bem à vontade com a
língua portuguesa.
— Aprendi a língua ouvindo as canções de grandes compositores brasileiros como Nelson Cavaquinho e Cartola. Um
oma foi o centro italiano da filosofia em
19 e 20 de outubro na hospedagem de
um congresso extraordinário da Sociedade Filosófica Italiana, em ocasião de seu centenário. O evento se une ao Festival Internacional da Filosofia que acontece há dois anos em
Roma. Debates e apresentações tiveram como
temas principais o centenário da sociedade, a
sua atividade, o diálogo entre as culturas, a filosofia no contexto feminino da Europa, além
de uma reflexão sobre o ensino da filosofia
nas escolas e universidades.
Reprodução
Q
Rosangela Comunale
R
Reprodução
Stefano Bollani vem ao Brasil, participa de festival,
grava cd e reafirma talento do jazz mediterrâneo
Capital da filosofia
Roberth Trindade
Divulgação
a que veio!
Mesmo que ainda esteja na moda
dizer “vou a um show de jazz”, na
verdade, quem aprecia o ritmo são
sempre as mesmas pessoas. Mas
jornais como La Repubblica e
outros veículos já noticiam fatos
ligados ao jazz. Na Itália, existem
vários lugares para concertos de
jazz,. Em Roma, há muitos. Em
Milão, o Blue Note é um sinal
dessa tendência — justifica.
Com um sorriso estampado no
rosto, aos leitores de ComunitàItaliana, Bollani manda um recado, como se quisesse demonstrar
o orgulho de representar a Itália
num festival em terras brasileiras.
— Espero que “si facciano vedere e vengono a salutarmi in Italia” [“que apareçam e venham me
saudar na Itália”] — fala.
Cinema
R
oma se transformou na capital mundial da cinematografia de 13 a 21
de outubro com “Cinema – Festa internazionale di Roma”. Cerca de cem filmes
estiveram em cartaz no Auditorium Parco
della Musica, e também em outros pontos
da cidade. Muitas estrelas internacionais
compareceram ao evento, entre elas, o
convidado de honra, Sean Connery, a madrinha da festa, Nicole Kidman, e outras
celebridades como Richard Gere, Leonardo DiCaprio, Martin Scorsese e Monica
Bellucci. Um dos eventos ligados à festa foi a retrospectiva em homenagem a
Marcello Mastroianni, na Casa do Cinema,
pelos dez anos da sua morte.
/
ComunitàItaliana
35
comunidade
San Gennaro Mio!
Santo è festeggiato a San Paolo con miglioramenti
dell’infrastruttura della festa alla Mooca
L
Marcos Petti
[non ancora finita], dove è stato
costruito un ristorante per ricevere meglio il pubblico che si fa presente tutti gli anni in questa che è
una delle feste più popolari di San
Paolo. Lì, si sono stabilite 7 delle
22 bancarelle presenti e ha la capacità di mille persone a notte.
Le altre bancarelle sono rimaste all’aperto, servendo il pubblico che è potuto entrare a pagamento, ma che ha contato su di
uno schermo gigante per vedere
ciò che succedeva all’interno della
festa. Per entrare al ristorante e
vedere gli show, bastava comprare
il biglietto individuale, con diritto ad un antipasto, un piatto di
pasta e due pezzi di pizza. Per i
Fotos: Elisangela Andrade
a festa di San Gennaro di
quest’anno, nel tradizionale quartiere della Mooca, a San Paolo, ha attirato
un pubblico stimato di 200 mila persone, il doppio in confronto all’anno scorso, secondo numeri forniti dagli organizzatori
della festa. I festeggiamenti si
sono avuti tutti i fine settimana
di settembre e sono durati fino al
14 ottobre. Oltre agli abitanti di
quartieri vicini, hanno partecipato anche carovane da Rio de Janeiro e da altre città dell’interno
di San Paolo.
In questa 33ª edizione, parte del luogo dove si è tenuta la
festa è stata coperta in muratura
36
ComunitàItaliana
/
bambini, è stato creato uno spazio dedicato ai divertimenti.
Provenienti da vari quartieri di San Paolo, la maggior parte
dei frequentatori è venuta con la
famiglia. Lunghe tavolate erano
poste una accanto all’altra perché c’entrassero tutti.
— È sensazionale, è allegria
pura. Si incontrano moltissimi
amici, è un punto d’incontro con la
famiglia – racconta l’oriundo Antonio Carlos Caruso, di Interlagos,
che ha partecipato alla festa per la
seconda volta. E in mezzo a tanta agitazione, com’è normale che
succeda in feste di questo tipo,
ballerini conducevano le persone
in giro per il salone del ristorante,
formando un enorme trenino,.
Sul palco, le presentazioni degli show sono state condotte dal
cantante Fred Rovella, un’icona
dell’espressione musicale per la
comunità italiana a San Paolo.
Anzi, chi va alle feste italiane si
aspetta sempre di sentire le tradizionalissime O’ sole mio, Torna
Surriento, Amore scusami, Sapore di sale, Dio come ti amo e Nel
blu dipinto di blu e le immancabili tarantelle Funiculì funiculà,
Reginella campagnola, così come
la famosa Quel mazzolin di fiori.
Le canzoni animavano la platea,
anche le più ‘attuali’ come Con te
partirò, Imbranato, La forza della
vita, tra le tante.
Novembro 2006
— Noi apprezziamo il moderno, ma ai più anziani piacciono
quelle tradizionali – aggiunge la
frequentatrice Estela Rossi, di
São Caetano, riferendosi alle canzoni cantate.
La principale attrazione di
questa edizione è stata la cantante Innocenza, nata a San Paolo, ma trapiantata in Italia fin
dagli anni ’80. Aiutata dai nonni, ha seguito la vocazione per
la musica e ora sta facendo una
tournée per lanciare il suo lavoro in Brasile, rivisitando i luoghi
della sua origine.
Il coordinamento della festa è
stato responsabilità di padre Pasquale Priolo, della Parrocchia São
Januário, che ha approfittato della
notte del 30 settembre, con un
minuto di silenzio, per ricordare
le vittime del volo 1907 della Gol.
Gli introiti dell’evento saranno usati per pagare le spese
della costruzione del nuovo ristorante, delle opere sociali della
parrocchia e della manutenzione dell’asilo nido Menino Jesus,
nel quartiere. La festa ha contato pure sulla partecipazione e la
dedicazione di 400 volontari per,
letteralmente, ‘mettere le mani in
pasta’. Luiza Lanni Ribeiro è una
delle colllaboratrici che si dedica
a questo lavoro da 27 anni.
— La Mooca non sarebbe
niente se non ci fosse la festa –
dice con soddisfazione.
San Gennaro
L’
origine di San Gennaro, o São Januário, com’è stata battezzata
la chiesa del quartiere, viene dall’Italia del sud, dalla
Campania. Secondo i registri, è nato a Napoli nel
270 d.C. È stato ordinato
sacerdote e, più tardi, vescovo di Benevento. In vita, San Gennaro si è dedicato al lavoro di recupero
di detenuti e alla visita a
malati, secondo quello che
ci racconta il padre Pasquale. Dovuto alle sue idee
sull’uguaglianza sociale, il
vescovo non era visto di
buon occhio dall’élite politica di quei tempi e neanche dall’imperatore romano Diocleziano che, verso
l’anno 305 d.C., lo fece decapitare.
Fotos: Divulgação
comunità
E tudo acaba
em polenta
Festa de imigrantes italianos no Espírito Santo associa
comida ao bem comum através do voluntariado
C
omer, divertir-se e praticar algum trabalho voluntário. Talvez esses fatores conjugados possam
definir um pouco da chamada
“buona gente” italiana. E foi assim que cerca de 800 pessoas, a
maioria oriundi, ofereceram seus
serviços durante a realização da
28ª edição da Festa da Polenta,
em outubro, em Venda Nova do
Imigrante, no Espírito Santo, onde compareceram pouco mais de
26 mil pessoas.
Desde 2004, a Associação
Festa da Polenta (Afepol), responsável pelo evento, investe
no trabalho voluntário a fim de
tornar o cidadão vendanovense o
“artista” dos festejos.
— O que motiva a festa é a
realização do serviço voluntário
feito por pessoas que se juntam
com um único propósito: o bem-
Rosangela Comunale
estar da própria comunidade —
declara o diretor cultural da Afepol, Higino Junior Falchetto.
Como em toda festa italiana, a comida é o centro das
atenções. E, como não poderia
deixar de ser, a polenta, neste
caso, é um show à parte. Segundo Falchetto, a iguaria é o
elo que une as pessoas em busca da preservação das tradições
italianas.
— Ela é a atração, é ela que
traz o turista para a festa e desperta a curiosidade das pessoas para que venham aproveitar
e ver o que tem de novo na festa. Este ano, por exemplo, as
pessoas encontraram mais agilidade nos serviços e não precisavam ficar esperando na fila
— ressalta.
Mas o momento mais esperado da festa é o chamado “tom-
bo da polenta”. Nos três dias de
realização da festa, foram feitos
quatro em um panela gigante,
gerando cada um 1.200 kg colocados nas fôrmas, fatiadas e
fritas para serem servidas com
queijo, filé de boi ou frango. Por
conta disso, não é surpresa saber que, nesta edição, houve um
recorde de quase 9,6 mil pratos
típicos vendidos.
E isso não é tudo. Além do
“personagem principal”, a polenta, é claro, atrações culturais
também acompanharam o evento. Uma visita à “casa da nonna” e ao “paiol do nonno” era
como fazer uma viagem ao passado. Detalhadamente decorada,
a primeira reproduziu elementos
da cozinha, da sala e do quarto.
A prática da culinária podia ser
vista e degustada pelos visitantes. Já no paiol, a movimentação também foi intensa já que a
música sertaneja tomou conta do
ambiente onde se produzia açúcar mascavo ao vivo, debulhavase milho e assava-se banana na
chapa do fogão à lenha.
De acordo com Falchetto, a
Afepol já pensa na próxima edição. O diretor pretende manter os
bons resultados que podem ser revertidos em mais desenvolvimento para Venda Nova do Imigrante.
— Para o próximo ano, pretendemos continuar com este
número de público, até mesmo
porque já temos visitantes cativos que comparecem todo ano.
Torcemos para que possamos arrecadar mais ainda, pois, os recursos voltam para o desenvolvimento do município — revela.
Novembro 2006
Com a renda gerada por
26.155 pagantes [o saldo exato da festa ainda não foi divulgado], os lucros da festa serão
distribuídos entre entidades filantrópicas, dentre elas, estão a
Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais (Apae) e o Hospital Padre Máximo. Em 2004, este último recebeu uma UTI móvel
comprada com os lucros da festa e a Apae ganhou uma ajuda
na compra de um veículo para o
transporte de crianças.
Venda Nova do Imigrante
Os primeiros italianos chegaram
à região em 1891. Na época,
eles avistaram clareiras abertas
na mata onde havia culturas de
café prestes ao abandono. Com
o dinheiro economizado durante
anos, as famílias puderam comprar partes das grandes fazendas
deixadas pelos lusitanos. Assim,
começava a nascer a cidade de
Venda Nova do Imigrante. Atualmente, não é difícil perceber
que boa parte dos cerca de 18
mil habitantes da cidade, é de
origem italiana. De acordo com
informações do arquivo público do estado do Espírito Santo,
64% dos descendentes de italianos tem raízes trevisanas e 94%
são veneti.
Mas não é só de história e
cultura que vive a cidade. Ela
também é um “prato cheio” para
quem gosta de esportes radicais
e aprecia o agroturismo. Em Venda Nova, é possível comprar diversos produtos caseiros no local
onde são produzidos e ainda visitar propriedades rurais.
Iguaria atrai a visita de milhares de visitantes
/
ComunitàItaliana
37
comunidade
comunidade
Roberth Trindade
Como uma fênix
O médico Braz Maiolino mostra vigor e vitalidade
a toda prova com inauguração de novo laboratório
A
Rosangela Comunale
os 82 anos de idade, o médico Braz Maiolino, é pura
energia. Ao explicar suas
vivências, história é que
não falta. Tudo isso porque, segundo ele próprio, a reciclagem
de suas experiências é um dos
quesitos que o movem numa trajetória de vida recheada de desafios e aventuras. Como aquela em
que deixou a terra de seus antepassados, a Calábria, na Itália,
em busca de novos ares, e por
que não, prosperidade, ainda no
início da década de 50. Definindo-se como uma fênix [pássaro
com penas brilhantes, douradas e
vermelho-arroxeadas que, segundo
a mitologia grega, vivia cerca de
500 anos e depois de passar por
uma pira funerária, reerguia-se
das cinzas], ele, agora, acaba de
inaugurar, no número 6 da avenida Almirandte Barroso, no Centro
da cidade do Rio de Janeiro, uma
nova unidade de atendimento laboratorial vinculada à Rede Labs
D’Or e com a colaboração do médico Jorge Moll Filho.
Ao falar de seu novo posto
de coleta de material, a modernização é um fator que Maiolino
define como primordial para o
avanço da medicina. Inevitável,
portanto, a comparação com a
38
época na qual sua carreira profissional foi iniciada.
— Com a modernização, a situação melhorou. Os resultados
podem ser recebidos pela internet, tudo é feito com mais rapidez. Os dados são precisos e dificilmente ocorre erro humano.
Venho de uma medicina caseira, dos tempos do microscópio
monocular. Atualmente, a única
coisa que piorou foi a qualidade
de vida. A industrialização feznos deixar as comidas mais simples e optar pela vida sedentária.
Antes, andávamos a pé e subíamos escadas, pois não tínhamos
elevador. A comodidade traz isso — analisa Maiolino, que iniciou sua vida profissional aos 20
anos, trabalhando no laboratório
do Hospital Militar Central de Bari, na Puglia.
A história do médico pode ser
juntada a tantas outras referentes à imigração italiana. Vindo de
uma família humilde, estabelecida
em Scalea, na Calábria, sua mãe,
dona de casa, com 10 filhos, era
equatoriana e seu pai, calabrês,
marechal da marinha de guerra. O
dom para a medicina foi herdado
pelos seus tataravô e bisavô.
— Aos 15 anos, pesquisando
minhas origens, principalmente
ComunitàItaliana
/
sobre meus tataravô e bisavô, tive certeza que queria ser médico
— lembra.
Mas engana-se quem pensa
que Maiolino é italiano, mesmo
ao constatar um significante sotaque, peculiar a quem vem da terra
de Dante. Apesar de ter passado
parte da sua juventude na Itália,
o médico nasceu no Brasil.
— Meus pais passaram um
tempo no Brasil antes do meu
nascimento, também em busca
de melhoria de vida. Daí, nasci em São Paulo e, com um ano,
meus pais me levaram para a Itália. Lá estudei, cresci e me formei
em medicina, defendendo uma
tese experimental em clínica médica, em 1949. Militei na esquerda italiana — conta.
Ainda sobre sua juventude na
Itália, Maiolino ressalta um dos
episódios mais marcantes ocorridos. Ao ser convocado para se
alistar no exército, recorreu ao
consulado brasileiro de Nápoles
a fim de obter mais informações
sobre o que poderia ser feito já
que se recusava a ingressar na vida militar.
— Foi quando me deram uma
carta de recomendação e me falaram sobre um navio, o Vera
Cruz, que partiria naquela semana. Resolvi ir, mesmo sabendo que não haveria ninguém no
Brasil para encontrar. Apesar das
péssimas condições da embarcação, a viagem era só mar, sol e
alegria — fala.
Novembro 2006
A memória sobre esse tempo ainda é vívida e sobram detalhes na narração da história de
Maiolino. De acordo com ele, ao
desembarcar no Rio de Janeiro,
decidiu hospedar-se em um hotel, o Tropical, na Praça Tiradentes. Nesse local, resolveu procurar pessoas de sua família em um
catálogo telefônico.
— No bairro do Méier, encontrei uma pessoa com o mesmo
sobrenome que o meu, Francesco
Maiolino. Através dele, descobri
um primo de primeiro grau, Gaetano Maiolino, que era comissário de polícia — diz.
Na vida acadêmica do recémformado médico, no entanto, foram necessárias algumas complementações no Brasil para que
seu diploma fosse validado. Em
seguida, pelo destaque obtido,
principalmente no Colégio Pedro
II, na atual capital fluminense,
ele recebeu uma carteira de jornalista, ainda nos anos 50.
— Além disso, meu primeiro
emprego foi em um laboratório na
Cinelândia onde, por sinal, conheci minha esposa Rebeca. Em seis
meses, tornei-me sócio do laboratório, às custas de muito esforço.
Acordava cedo e trabalhava ininterruptamente, inclusive aos sábados e domingos. Depois de aproximadamente quatro anos, montei
meu próprio laboratório, na avenida Almirante Barroso, e fundei
a rede de laboratórios Maiolino—
recorda o médico, cujo sobrenome virou sinônimo de tradição na
medicina no Brasil.
Ao revelar o segredo da energia, Maiolino destaca as palavras de Santo Agostinho como a
máxima de sua vida: “Não quero o aplauso fácil que corrompe,
mas as críticas honestas de quem
constrói”.
— Adoro desafios. Toda minha vida foi cheia deles. Passei
fome, procurei comida mas nunca
fui desonesto. Digo o que penso
— explica Maiolino, pai de três filhos, um já falecido, a outra, Paola, formada em Ciências Políticas,
casada com um diplomata francês, residente em Paris, na França
e, Angelo Maiolino, médico hematologista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), além de Coordenador do
Programa de Transplante de Medula Óssea do Hospital Universitário
Clementino Fraga Filho, também
pertencente à instituição.
À moda
italiana, uai!
II Seminário sobre a Imigração Italiana em Minas
Gerais reúne centenas de pessoas em Barbacena
A
contar pelos versos de José Duduca de Morais [“Oh,
Minas Gerais! Oh, Minas Gerais!”], o refrão, apesar de
batido, não será esquecido. Pelo
menos para as mais de 300 pessoas que participaram, em Barbacena, do II Seminário sobre a Imigração Italiana em Minas Gerais.
Intimamente ligado à imigração
italiana, desde o resgate da Casa
d’Itália da cidade, em 2003, o estado ainda herda lembranças da
ocupação dos primeiros italianos.
Como prova disso, basta perceber
a utilização da tradicional valsa
Viene sul mare como hino [não
oficial] mineiro.
Sílvia Souza
Situada a 1.200 metros de
altitude, no planalto central da
Serra da Mantiqueira, Barbacena foi escolhido como sede para o levantamento de resgate da
cultura italiana em Minas Gerais.
Já que abrigou, a partir de 1888,
a colônia Rodrigo Silva com italianos chegados ao Brasil para a
agricultura e construção civil. É
conhecida como Cidade das Rosas, mesmo nome da tradicional
festa que agita o município no
mês de outubro. Seu clima e temperatura, que tem média de 17°C,
favorecem a fruticultura e a floricultura, lembrando o ambiente
campestre dos Apeninos.
Promovido pela agência consular de Barbacena, pelo Comitato degli Italiani all´Estero (Comites), a Associação Ponte Entre
Culturas, e patrocinado pela Fiat
Automóveis, o II Seminário, coordenado por Giusi Zamana, caracterizou-se pela apresentação
de pesquisas inéditas, com destaque ao levantamento microrregional da imigração [italianos na
Zona da Mata, a colônia Constança de Leopoldina, colônia Santa
Maria de Astolfo Dutra e imigração no Vale do Rio Doce, além de
Juiz de Fora e São João Del Rei].
As estimativas apontam para um
número de 1,5 milhão de descendentes no território mineiro, mas
poucos são os relatos e estudos
sobre como se desenrolou a influência dos italianos na formação da sociedade mineira.
— Muito já se falou sobre
imigração italiana em São Paulo
e no Sul do Brasil. Mas, de uns
anos para cá, três estados têm se
destacado na busca pelas raízes
e a presença italiana em sua formação: Rio de Janeiro, Espírito
Santo e Minas Gerais. Sendo que,
neste último, as pesquisas sobre
a cultura italiana são muito recentes — informa o jornalista e
escritor Julio Vanni, um dos palestrantes do II Seminário.
Vanni, que é nascido em Pequeri [Zona da Mata] e é colunista de Comunità, apresentou em
sua explanação uma bibliografia
sobre a imigração italiana em Minas Gerais.
— O que estamos fazendo hoje em Barbacena, e onde quer que
haja colônias e oriundi em Minas,
é deixar para as gerações futuras
um legado cultural, ou seja, informações sobre seus antepassados.
Não pode existir uma sociedade
sem passado. Negar ou esquecer a
influência italiana na história de
Minas é um erro que está sendo
reparado para as gerações que virão — assinala o jornalista.
Professor de História Contemporânea da Universidade de
Verona, Emilio Franzina foi outro destaque durante o evento.
Ele abriu e encerrou as palestras,
que aconteceram nos últimos dias
21 e 22. Autor do livro “A grande emigração – O êxodo dos italianos do Vêneto para o Brasil”,
lançado no seminário, Franzina
apresentou uma pesquisa que reconstrói a relação complexa da
emigração em grande escala com
a economia e a política italiana,
focando a região do Vêneto nas
últimas décadas do século 19.
E como entre os objetivos do
seminário estava a valorização
da importância histórica dos imigrantes na formação da identidade sócio-política-cultural do estado, não se podia deixar de lado
a manifestação teatral e musical.
Em “Nas Nuvens”, o grupo de teatro de rua italiano Giullari Del
Diavolo retratou o confronto entre o anjo Gabriel, um malabarista perfeccionista e sua ajudante
Querubina, uma sambista.
Criado em 1993, o Giullari tem
como característica o uso do humor. Segue os passos de bobos da
corte, menestréis, saltimbancos e
charlatões medievais e conta com
a participação da brasileira Rose
Zambezzi que, desde 2000, acompanha os artistas e conferiu maior
feminilidade e dança às apresentações do grupo. Utilizando-se de
técnicas sofisticadas de malabarismo e elementos como contact,
christal balls e fogo, o grupo encerrou com chave de ouro as atividades do seminário.
Nelson Coelho / Agência O Globo
A vez do
Brasil
O
Grande Prêmio do Brasil,
no último 22 de outubro,
serviu de cenário para um
acontecimento histórico.
Depois de 13 anos de jejum, os
torcedores puderam festejar a vitória do brasileiro Felipe Massa.
Mas esta corrida foi uma etapa
decisiva também por outros motivos. O alemão Michael Schumacher, sete vezes campeão do mundo, disse adeus à Fórmula 1 [ao
menos como piloto], com um dos
testes de direção mais incríveis da
história do automobilismo. Com a
sua saída de cena, torna-se grande a expectativa por um retorno
do triunfo verde e amarelo, como
aquele da era Ayrton Senna.
40
Não terá sido por acaso que
Felipe Massa conseguiu a autorização da Ferrari para correr com
um macacão com as cores da bandeira brasileira. Assim como não
espantoso ver um grande sorriso
de satisfação impresso no rosto
do presidente da Ferrari, Luca di
Montezemolo, no dia seguinte em
Roma, durante um encontro entre
empresários brasileiros e italianos. A mítica escuderia italiana,
com a vitória de um jovem piloto
brasileiro, demonstra o bom relacionamento entre os dois povos e
sugere, otimista, que vale a pena
intensificar os contatos no setor
econômico a fim de aumentar os
negócios.
ComunitàItaliana
/
Schumacher se
despede da Fórmula
1 e o piloto Felipe
Massa se torna a
grande esperança
brasileira
Ana Paula Torres
Corrispondente • Roma
Com a saída de Schumacher,
terá início uma nova era na Ferrari que poderá influenciar todo
o quadro desse esporte. Kimi Raikkonen será o novo parceiro de
Felipe Massa, a partir de janeiro
de 2007, mas ainda não é certeza
se o finlandês será o novo número um do time. De fato, Massa fez
a seguinte advertência:
— Não vou tirar o pé do acelerador para que Kimi me passe. Quando cheguei à escuderia,
sabia que era o segundo piloto.
Ajudei como pude e acho que
aquilo que fiz foi bem feito. Agora estamos no mesmo nível, por
isso não vou tirar o pé para ele
— garante o piloto brasileiro.
Novembro 2006
A vitória de Massa levou a torcida, que lotava o autódromo de
Interlagos, ao delírio. Ele foi o
quinto piloto brasileiro a vencer o
GP do Brasil em 35 anos de história. Esse jovem, de 25 anos, repetiu o feito de Emerson Fittipaldi,
José Carlos Pace, Nelson Piquet e
Ayrton Senna, que venceu pela última vez em 1993. Desde então, os
torcedores brasileiros não tinham
tido mais motivos para festejar.
Durante a coletiva de imprensa, logo após o término da corrida, Massa disse que aquele era o
dia mais feliz da sua vida.
— É impressionante vencer no
Brasil, vencer em casa. Acredito
que o macacão verde e amarelo e
a torcida me deram muita força. É
um dia muito especial para mim,
devo ser iluminado — conta.
Não foi somente a vitória de um
brasileiro, depois de tantos anos,
que provocou grande alegria entre
os torcedores, mas também o gesto de Ayrton Senna, repetido com
grande emoção por Massa, ao pegar a bandeira brasileira. Por coincidência, ele a recebeu das mãos
da mesma pessoa que a deu pela
primeira vez ao falecido piloto.
— Foi a primeira coisa que
procurei depois de cruzar a linha
de chegada. Vi uma primeira pessoa correndo com uma bandeira
na mão. E quando ergui a bandeira, me lembrei de Senna, de
como ele erguia a bandeira do
Brasil de dentro do carro. Foi um
momento de grande emoção para
mim — recorda.
Mas a emoção não aconteceu
somente para ele, mas para todo
o Brasil e, em especial, para a família Senna.
— Fiquei extremamente emocionada. Foi uma surpresa quando ele começou a parar para pegar a bandeira. Eu não esperava
por isso — confessa a irmã de
Ayrton, Viviane Senna ao periódico Gente — “
Com esta vitória, Massa fecha
com chave de ouro o seu primeiro ano como piloto oficial da Ferrari. A sua popularidade está aumentando e ele afirma que deseja
trabalhar sempre mais e melhor,
para manter o ritmo e começar a
pensar também na conquista do
campeonato. Ele já começou a receber até reconhecimento oficial.
Em 24 de outubro, Massa recebeu
do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva a medalha de mérito esportivo pela vitória em Interlagos.
Os primeiros passos
Felipe Massa estreou na Fórmula
1 em 2002, com a Sauber, durante o Grande Prêmio da Austrália.
Nos últimos tempos, ele foi o protagonista de uma das mais significativas mudanças, passando da
Sauber à Ferrari, primeiro como
piloto de testes e depois como titular, substituindo Rubens Barrichello, atualmente na Honda.
A paixão de Massa pelos motores e a velocidade nasceu muito
antes, levando-o a um percurso
vitorioso nas categorias de base,
até chegar na Fórmula 1. Ele venceu o campeonato da F-Chevrolet
brasileira em 1999, da F-Renault
italiana em 2000, e da F-3000
européia em 2001. Depois, correu pela Sauber em 2002, 2004 e
2005, até chegar à Ferrari.
Em 2006, o piloto obteve duas vitórias: no GP da Turquia e no
GP do Brasil. Mas subiu ao pódio
por 7 vezes, nas provas da Europa, Estados Unidos, França, Alemanha, Turquia, Japão e Brasil.
São de sua autoria 3 pole positions: na Turquia, Japão e Brasil,
e 2 melhores voltas nos Grandes
Prêmios da Espanha e Hungria.
Origem italiana:
a relação com Cerignola
Foi grande a festa para Felipe
Massa durante a sua segunda visita a Cerignola, na província de
Foggia, cidade de origem da sua
família, de onde, em 1921, partiu seu bisavô paterno, Giuseppe
Massa. Muitos parentes acolheram Felipe e seus pais Ana Elena
moso literato humanista e filólogo, Nicola Zingarelli, autor de um
dos mais importantes dicionários
da língua italiana; do secretário
geral da Confederazione Generale
Italiana del Lavoro (CGIL) desde
1945 e presidente da Federação
Sindical Mundial (FSM) Giuseppe
Di Vittorio e do autor de “La cavalleira rusticana”, Pietro Mascagni, faltava exatamente um
grande representante no esporte.
Hoje, Felipe é considerado uma
pessoa de casa.
Ele esteve em Cerignola pela
primeira vez em 2004 mas, naquela ocasião, ainda não tinha
chegado ao sucesso, ou seja, era
simplesmente o novo piloto da
escuderia do “cavalinho”. Dessa
vez foi diferente. Massa chegou à
Puglia cinco dias após a sua primeira vitória, no Grande Prêmio
de Istambul, fazendo com que a
admiração dos cidadãos cerignolani por ele aumentasse.
— Cerignola o acolhe com orgulho e gratidão. É uma honra têlo aqui. Leio nos seus olhos o prazer de possuir sangue cerignolano.
A esta cidade faltava um grande
representante no esporte. Possuímos Pietro Mascagni na música,
Nicola Zingarelli na cultura e, agora, temos você no esporte — diz o
prefeito Matteo Valentino em coletiva à imprensa.
Durante a visita de Massa,
o prefeito Valentino organizou
uma reunião extraordinária entre
os vereadores para decidir sobre
a concessão da cidadania honorária ao piloto.
“Cerignola o acolhe com orgulho
e gratidão. É uma honra tê-lo aqui.
Leio nos seus olhos o prazer de
possuir sangue cerignolano”
Prefeito de Cerignola, Matteo Valentino
e Luiz Antonio, mas uma pessoa
estava especialmente emocionada: a “nonna” Titina, 88 anos, irmã do bisavô de Felipe. A alegre
senhora procurava sempre ficar
junto do sobrinho-neto e lhe deu
um conselho:
— Faça sempre o sinal da
cruz antes da largada — recomenda.
Os habitantes de Cerignola
vêem em Felipe Massa um retorno às origens. Na cidade do fa-
— Agora que ele venceu o
grande prêmio, sentimos o dever de anunciar a Felipe Massa
a entrega das chaves da cidade.
Infelizmente, existem atos burocráticos para aprovar e serão
necessárias algumas semanas para
que todos os componentes políticos, já de acordo em unanimidade,
possam completar os documentos.
É como se ele já fosse um de nós.
Certamente teremos uma outra
ocasião, mais concreta, para lhe
Comune di Cerignola
capa
entregar a cidadania honorária de
Cerignola — declara Valentino.
E, como não poderia deixar
de ser, o piloto, emocionado, como todo descendente de italianos, demonstrou carinho e orgulho por seus antepassados.
— Estou feliz por estar aqui.
Sei que meu avô me guia sempre
do alto. Sinto que neste momento
ele está feliz por me ver aqui na
cidade que o viu crescer. É maravilhoso sentir o calor de vocês que
levo sempre comigo. Com quem eu
falo, conto das minhas origens. Sou
orgulhoso por isso — salienta.
Na realidade, Massa admite
que conhece muito pouco de Cerignola. Mesmo assim, parece que
isso não tem grande importância,
principalmente depois das suas
declarações:
— Meus pais sempre me falaram de Cerignola. A cidade me
pareceu mais bonita do que eu
esperava. Quando eu for embora,
nas minhas recordações sempre
existirá um lugarzinho para Cerignola — confessa.
O piloto entregou um macacão de corrida ao presidente
pugliese da Associação para a
Pesquisa sobre o Câncer Michele Mirabella. A vestimenta foi,
em seguida, vendida através do
site de leilão online Ebay por
3.240,00 euros.
— Também vou organizar
corridas de kart no Brasil para ajudar as crianças doentes de
câncer da associação que minha
mãe preside — promete.
Na ocasião, Massa recebeu
muitos presentes, mas provavelmente o mais tocante foi uma reprodução da imagem da padroeira
de Cerignola, a Madonna di Ripalta,
uma recordação dos seus parentes.
Novembro 2006
/
Massa recebe, na Itália, imagem
da padroeira de Cerignola, a
Madonna di Ripalta
— Felipe é uma pessoa simples, ama a Itália, e com os italianos é extremamente disponível — explica a irmã do bisavô
de Massa, Iride Antonellis, que é
filha de “nonna” Titina. Esta última, por sua vez, complementa:
— Nele, vejo uma semelhança extraordinária com minha avó
Felicia e com minha irmã Rosa.
Os olhos, o olhar de Felipe são típicos do nosso sangue. Vou continuar rezando e me entusiasmando por ele. Fico sempre colada à
televisão — ressalta a nonna.
Os pais de Felipe Massa também ficaram emocionados com a
recepção especial. Segundo eles,
o piloto guardará boas lembranças com a visita.
— Felipe levará consigo o carinho desse povo. Isso vai servir
para ele enfrentar as suas corridas.
Nós sempre o acompanhamos, mas
agora sabemos que conosco sempre
estará a população de Cerignola —
fala a mãe Ana Elena.
Assim como Felipe, seu pai
Luiz Antonio, aproveitou a ocasião para destacar a firmeza e a
coragem de seus antepassados.
— Cada vez que penso nessa
cidade, reflito sobre a grandeza
de meu avô José. Quando estourou a primeira guerra mundial,
ele partiu para o Brasil, com a
cara e a coragem, exatamente
como os grandes homens. Eu já
tinha vindo aqui dois anos atrás.
Eu e a minha família voltaremos
a Cerignola. E, quem sabe, não
encontremos um modo para criar
uma relação comercial entre essa cidade e a minha atividade no
setor do plástico — reflete.
ComunitàItaliana
41
comunidade
Lombardia
em verde
e amarelo
S
e na Copa do Mundo deste ano, o Brasil não emplacou, o mesmo não se pode dizer quando o assunto
é imigração na Itália. Os cidadãos
da nação “canarinho” somam cerca de 37 mil pessoas em todo o
território italiano. Destes, 29% vivem na região da Lombardia, onde
reside mais de um imigrante latino-americano para cada três presentes na Itália. Os equatorianos
e os peruanos são em maior número: 89 mil e 78 mil habitantes,
respectivamente, em todo o país.
O Brasil está no meio da “imigração hispanoamericana”, pois,
logo em seguida, aparecem os colombianos, com 23 mil e os dominicanos, com 21 mil indivíduos. Esses dados são referentes até o dia
1 de julho de 2005 e estão sendo
divulgados agora pela Fondazione
Iniziative e Studi sulla Multietnicità (ISMU) com a Università degli
Studi di Milano-Bicocca, institui-
Dados estatísticos confirmam domínio brasileiro na região
Guilherme Aquino
Correspondente • Milão
Fotos: Guilherme Aquino
A baiana Alexia Fernandes e sua
colega mineira (esquerda) ao lado
de um “carabiniere” em Milão
42
ComunitàItaliana
/
Novembro 2006
ção responsável pela atualização
das informações do Observatório
Regional para Integração e Multietnia. Eles foram revelados em
primeira mão num encontro com a
comunidade brasileira na sede do
Instituto Brasil Itália (Ibrit), no
centro de Milão. Na ocasião, estava presente o responsável cultural da Província de Milão, Massimo
Cecconi, que aproveitou para refletir sobre a presença dos brasileiros na região da Lombardia.
— Tenho a sensação de que o
brasileiro na Itália não seja considerado um imigrante. Talvez pela matriz cultural, pela presença
no esporte. O brasileiro é considerado como aquele que faz parte da comunidade e não apenas
mais um pertencente a uma etnia
a ser integrado — afirma.
— Em Milão temos cerca de
180 mil imigrantes contra uma
população de 1, 2 milhão de pessoas. Este não é um fenômeno
qualquer. É importante e relevante. Como tal, deve ser estudado
e interpretado — complementa
o professor Giancarlo Blangiardo,
da Fondazione ISMU.
Ainda segundo ele, dados oficiais podem dificultar a análise
das estatísticas reais. Estima-se
que a população de brasileiros na
Itália supere as cem mil pessoas.
— A dificuldade aparece porque devemos nos ater aos dados
oficiais. O Ministero dell´Interno
nos informa que existem 2,55 milhões de imigrantes em toda a Itália e sabemos que um “permesso di
soggiorno” pode conter a autorização para outras pessoas menores
de idade. Então, fica difícil fechar
este número corretamente, mas
estas são as fontes oficiais com as
quais trabalhamos, além daquela s
anagráficas —ressalta ele.
Brasileiros no
trabalho ganham mais
O Brasil, sendo o maior país da
América Latina, tem uma imigração com um perfil diferente daquele de seus vizinhos de continente. Se, por um lado, 22,8%
dos brasileiros conquistam um
“permesso di soggiorno” para
familia, 4% a mais dos que os
outros imigrantes latino-americanos, por outro, perdem por
62,3% a 74,9% quando a autorização para estar no país depende
de contrato de trabalho. O placar
verde e amarelo dá um “banho”
no latino-americano quando o tema é o tipo de ocupação: 14,9%
dos brasileiros têm empregos no
setor de serviços e 17,8% na área
de hotelaria e de restaurantes
mais nobres, contra 5,8% e 8,8%
respectivamente de equatorianos
e peruanos. O resultado também
é maior nos ganhos mensais.
Na faixa de 1.001 a 1.500 euros, os brasileiros ganham por
27,9% contra 21,6% da média
latino americana. E perdem por
36,8% a 44,7% quando a renda
mensal fica na faixa de 751 a mil
euros. Em geral, o desemprego
atinge 8,5% dos brasileiros em
contraste com 11,5% dos latinoamericanos. Esses dados refletem
o nível de estudo maior dos brasileiros imigrantes, já que 58,4%
terminaram o Ensino Médio contra 50,9% da média continental.
Novembro 2006
/
Ainda entre os brasileiros,
40,5% são do sexo masculino e
59,5% do sexo feminino ao passo que a porcentagem é de 37%
de latino americanos e 63% de
latino-americanas. Ou seja, no
quadro imigratório existem mais
brasileiras e mais “hispanoamericanas”. O fluxo imigratório do
Brasil se caracteriza principalmente por ser de jovens entre 25
a 29 anos. Esta faixa etária ocupa 25,5% contra 22,1% de quem
vem do Equador, Peru, Colômbia e
República Dominicana.
Brasileiros na fé e na sociedade
No campo religioso, o catolicismo ganha de longe, mesmo assim, talvez por influência da “mãe
África”, os brasileiros são menos
“cristãos” do que os imigrantes do
resto da América Latina. Os dados
revelam que 73,4% se declararam
católicos contrastando com uma
média de 85,2% dos vizinhos imigrados do continente. Já 13,9%
dos brasileiros responderam que
pertencem a outras religiões das
quais não fazem parte nem a mu-
“Tenho a
sensação
de que o
brasileiro na
Itália não seja
considerado
um imigrante.
Talvez pela
matriz cultural,
pela presença
no esporte”
Massimo Cecconi,
responsável cultural da
província de Milão
çulmana, nem o judaísmo ou o
budismo, contra apenas 6,7% da
média dos latino-americanos.
No aspecto social os brasileiros são “mais” casados do que os
seus companheiros latino-americanos. As estatísticas mostram
que 58,1% prometeram no altar
ComunitàItaliana
43
traste aos 60,3% dos equatorianos e peruanos.
Em um país que está segurando a “lanterna” européia no campo
da produtividade, do crescimento
econômico e demográfico, além da
geração de riqueza, a chegada do
imigrante deve ser bem vista .
— Afinal, eles são jovens,
mais ativos e mais produtivos”
— declara Blangiardo, consciente de que o fenômeno imigratório
na Itália é bem diferente daquele
da França, por exemplo, que recebe os “filhos e netos” das suas
colônias africanas.
— Esta não é a nossa história.
Nós já fomos um país de imigrantes, nos Estados Unidos e América
do Sul e, hoje, estamos recebendo novos imigrantes — acrescenta Blangiardo, quando o longametragem italiano, candidato ao
Oscar de melhor filme estrangeiro,
é “Novo Mundo”, do diretor Emanuele Crialese, que mostra a viagem dos sicilianos rumo à América, a terra prometida.
A brasileira Alexia Fernandes,
de 37 anos, fez a sua travessia do
Brasil para a Itália há onze anos.
— Eu morava em Teixeira de
Freitas, no estado da Bahia. Sem-
Fotos: Guilherme Aquino
e no cartório civil o amor e o respeito eternos aos seus parceiros
de vida. Já em espanhol, esta cerimônia foi realizada apenas por
43,9% daqueles que atravessaram o Oceano Atlântico em busca
de novas oportunidades.
Os brasileiros parecem mais
dispostos a continuar no país. Os
números dão conta que 20,1%
compraram casa própria contra
14,7% dos latino-americanos.
— Este dado demonstra que
o horizonte de permanência no
pais é de longo prazo. Estes números são bastante consideráveis e estão crescendo com o
tempo, ainda que estejam longe da realidade dos italianos
com 70% de proprietários de
uma residência — esclarece o
professor Giancarlo Blangiardo,
diretor da ISMU. E apenas 24%
vivem de aluguel com contrato
enquanto há 40,7% dos hispano-americanos. O famoso “jeitinho” surge ao interpretar-se o
dado de que 42,5% dos brasileiros vivem com um amigo ou
conhecido contra apenas 23,2%
dos latino-americanos. Os imigrantes brasileiros com filhos
respondem por 35,2% em con-
comunidade
Os números foram divulgados à comunidade brasileira em Milão
44
ComunitàItaliana
/
pre fui muito bem recebida pelos
italianos, trabalhei direitinho,
nunca tive nenhum problema. Eu
comecei na Itália sendo acompanhante de pessoa idosa, de anciãos. Agora estou num bar, em
Turim. A minha irmã tem um bar
que divide com um amigo italiano. Eu sou a “cuoca” deste bar,
sou cozinheira — conta ela, de
passagem pelo centro de Milão e
se corrigindo, ao misturar o português com o italiano, criando
um dialeto que une os dois idiomas num só. E complementa ainda com o sotaque baiano:
— Ah, mas este sotaque eu
não perco, não.
De acordo com Alexia, as sobremesas fazem um enorme sucesso já que os italianos adoram
as tortas brasileiras. Ela foi casa-
“Eu penso um
dia em voltar
ao Brasil. É o
meu sonho.
Mas, por
enquanto,
acho melhor
ficar por aqui”
Alexia Fernandes, 37,
brasileira residente
em Milão
da durante os 11 anos de Itália
com um brasileiro que a “traiu”
durante uma visita à terra natal.
— Mas ele é uma boa pessoa,
sabe?— enfatiza.
Como ambos ainda não têm
idéia de onde vão viver ou podem
morar [os custos são altos], o casal continua, amigavelmente, dividindo a mesma casa, porém, cada
um vai para uma cama separada.
— Eu penso um dia em voltar
ao Brasil. É o meu sonho. Mas, por
enquanto, acho melhor ficar por
aqui. A minha família toda está lá,
mas preciso ter algo seguro, concreto para depois fazer o caminho
de volta — resigna-se Alexia.
Ao lado dela, está uma mineira, de Timóteo. A história assemelha-se com a de Alexia.
Novembro 2006
— Vim para cá através de uma
amiga que já estava aqui e me deu
uma mão. Trabalho num bar. A vida aqui é um pouco difícil, pois
você não está no seu país. Não tenho documentos, mas mesmo assim dá para levar em frente — desabafa a mineira, que preferiu não
dar o nome já que está na Itália
desde 2002 como clandestina.
A mineira afirma que ainda
pretende ficar em terras italianas, ainda que o namorado queira voltar ao Brasil.
— A vida aqui é cara, mas
sempre tem trabalho. Se você
tiver a cabeça no lugar, dá para conseguir poupar um dinheirinho. Eu não penso em voltar para
o Brasil, mas o meu namorado,
que é de Governador Valadares
e com quem divido a casa onde
moro, quer voltar, sim. Já disse
que ele vai mas eu fico — garante. De acordo com ela, a intenção
é conseguir comprar uma casa no
Brasil para depois pensar na hipótese de retornar.
Os sonhos da baiana e da mineira passam pelos caixas dos
bancos e das agências de remessas de dinheiro para o exterior. A
Itália é o segundo maior mercado
no mundo para este tipo de operação e perde apenas para os Estados Unidos. Quase um bilhão e
meio de remessas são realizadas
anualmente. Fontes revelam que
20% dos envios de dinheiro para
o exterior são de chineses, considerados os campeões, com uma
transferência de aproximadamente três mil euros, muito superior a
de um brasileiro que gira em torno dos 300, dentro da média de
outras populações de imigrantes.
O Brasil recebe cerca de oito
milhões de euros de seus imigrantes, legais ou clandestinos, na
Itália. O país é derrotado apenas
pela Colômbia, com 12 milhões,
Marrocos, com 21, Romênia, com
23 milhões de euros. A comunidade brasileira [e com ela o giro
de negócios] cresceu tanto que o
Banco do Brasil abriu uma agência dentro do Consulado Brasileiro de Milão [em término de reforma] não apenas para oferecer o
serviço bancário, que antes era
feito pelos funcionários da representação diplomática, mas também para aumentar a sua clientela verde e amarela. A imigração
gera riqueza e disso sabem muito
bem os italianos que conquistaram a América.
Guilherme Aquino
comunidade
Nascidos um
para o outro
O
convite de casamento não deixa dúvidas. Pinuccia Manenti, de 66 anos,
e Rodolfo Montaguti, 68, anunciam o
matrimônio para o sábado, 23 de setembro de 2006, às onze horas da manhã no
Instituto dos Cegos, em Milão. Ambos são cegos e surdos. A falta da audição comprometeu ainda o desenvolvimento da fala: a dela, quando tinha apenas 13 meses de idade
e a dele, desde o nascimento. E, em tempos
de internet, os dois, participando de um chat
na rede, acabaram descobrindo que estavam
apaixonados um pelo outro.
— Eles se conheceram há alguns anos durante os passeios promovidos pelos institutos e
organizações que dão assistência às pessoas
deficientes. Mas, de dois anos para cá, eles
passaram a se comunicar através da internet
e deu no que deu — conta Maria Rosa, amiga
fiel de Pinuccia, desde 1970.
À confidente, ela ainda revela que está
apaixonada. No entanto, a noiva não deixa escapar detalhes que deixariam qualquer
um curioso.
— Este é o primeiro grande amor de ambos. Um segredo que ela não revela de jeito
nenhum é sobre quem tomou a iniciativa, ou
melhor, quem deu o primeiro passo rumo ao
altar e acabou pedindo a mão do outro em
casamento — comenta Maria Rosa, com uma
pequena dose de indiscrição.
Casal de cegos
e surdos selam
união fomentada
pela internet
em Milão
Guilherme Aquino
Correspondente • Milão
Na véspera do casório, Pinuccia foi ao cabelereiro, bem perto do Instituto dos Cegos.
De tarde, a agenda dos noivos previa uma visita ao confessionário da vizinha igreja. O
casal é muito religioso e o casamento seria
realizado por um padre da paróquia de Milão,
no salão central do Instituto. O fotógrafo e o
cinegrafista já tinham sido contratados para
registrar, em áudio e vídeo, toda a cerimônia,
como manda o figurino. O que eles não sabiam é da existência da concorrência da imprensa de toda a Itália. O vestido da noiva era
uma surpresa, claro.
A Terra Santa foi o local escolhido para
a lua de mel. Depois Pinuccia e Rodolfo viverão num pequeno apartamento dentro do
Instituto, onde ela passou praticamente toda
a sua vida.
— Não é um apartamento qualquer. Tem a
vista para a Madoninna, no topo da igreja do
Duomo — diz à Comunità, o presidente do
Instituto dos Cegos de Milão, Rodolfo Masto.
Pelas mãos da professora Cherubina Bancolini, já falecida, Pinuccia aprendeu a ler e a escrever pelo método “Braille” no Instituto. Ainda viva, ela chegou a falar sobre a técnica.
— Ela seguia os sinais que traço com o
meu indicador na palma da mão e eu fazia o
mesmo com o seu dedo escorrendo sobre as
letras em alto-relevo — fala a “mentora” numa velha entrevista sobre a sua pupila.
Novembro 2006
A partir daí, Pinuccia descobriu o mundo.
Ela estudou até chegar na universidade. Além
do italiano, aprendeu o inglês, o francês e
passou a trabalhar como tradutora de livros.
O conhecimento era uma fonte de vida para a
jovem Pinuccia.
Diante da chegada da informática, já com a
idade um pouco avançada, não recuou. Pelo contrário, quis aprender a usar aquele instrumento
que a levaria a conhecer o futuro marido.
— Demos o curso de informática para a
senhora Pinuccia, uma pessoa muito inteligente que consegue até mesmo se expressar
escrevendo na palma da mão. Agora, quando
vou encontrá-la, ela me lê através de um programa chamado “sintesi vocale”. Ele transfere
de viva-voz o texto escrito, num display drive,
um instrumento acoplado ao teclado do computador capaz de transformar o material falado e/ou impresso em escritura “Braille”, em
tempo real — explica o diretor de informática do Instituto dos Cegos, Franco Lisi.
— Este avanço da tecnologia permite
que o deficiente visual ganhe maior autonomia e poder de comunicação com o mundo,
com melhor acesso ao mercado de trabalho
— acrescenta.
Os funcionários e alunos do Instituto
acolheram a notícia do casamento com muita alegria.
— É um momento feliz para todos nós e
que passa uma mensagem de esperança e de
integração a todos que sofrem de algum tipo
de deficiência — reflete uma das diretoras,
Raffaela Caporaso, complementando que este
não é o primeiro caso de amor entre as paredes da instituição.
Pinuccia subiria ao altar pelas mãos do presidente do Instituto, Rodolfo Masto. Ela seria
levada pela longa escada do hall principal do
Instituto dos Cegos, dentro de um vestido de
seda rosa, caminhando sobre os degraus cobertos com tapete vermelho, com o corrimão de
mármore ornamentado através de centenas de
pequenos buquês de rosas e flores do campo.
O percurso, ela já conhecia de cor e salteado e poderia tê-lo feito sozinha. Mas o
ritual falou mais alto. E desta vez, o trajeto,
em vez de conduzi-la a mais um dia de trabalho no Instituto, a levaria a um outro: Rodolfo, o Montaguti, que a prometeria respeitá-la
e amá-la, na alegria e na tristeza, na saúde
e na doença. Não sem antes ouvir o sermão
do padre. As palavras do sacerdote eram simultaneamente traduzidas na palma da mão
dos noivos, por meio da linguagem que ambos aprenderam quando eram pequenos. Até
o Papa Bento XVI enviou uma mensagem aos
noivos. A cerimônia teve música ao vivo e um
almoço para cerca de 100 pessoas.
Na saída, os noivos tiveram que enfrentar um batalhão de repórteres, fotográfos e
cinegrafistas brigando pelo melhor ângulo.
O casal deu um apaixonado e cinematográfico beijo na porta do Instituto dos Cegos, selando um amor nascido pela internet. “Eu te
email”, diriam eles.
/
ComunitàItaliana
45
cultura
Pernas, volver!
Roupas mais curtas decretam toque de
feminilidade na temporada fashion em Milão
Guilherme Aquino
Correspondente • Milão
A
semana da moda em Milão transformou a capital da Lombardia no centro
das atenções do planeta fashion. Estilistas, compradores e clientes muito
vips de todo o mundo lotaram os hotéis, os
desfiles e as festas. De Leonardo DiCaprio,
convidado de Armani, a Prince, criador da
trilha sonora do desfile de Versace, passando por ilustres anônimos ou famosos como o
diretor da Vogue Americana, Andre Leon Talley, várias personalidades marcaram presença e não se iludiram diante da criatividade
do made in Italy. As coleções Primavera-Verão para o próximo ano, ainda que com alguns contrastes e contra-tendências, prometem usar e abusar das cores fortes e colocar,
a toda prova, as pernas femininas.
E não é para menos. O desfile de tons fortes e vibrantes mostrou uma tendência que
veio para ficar. A marca Gucci brincou com
o volume, abusou das cores e mostrou que a
moda vai do longo ao muito, muito curto. Já
a famosa Prada foi mais longe. Pernas de fora
são essenciais nos mini-vestidos e turbantes
pra lá de chiques que prometem fazer a cabeça da mulherada. Eles são de cores bem vivas
46
ComunitàItaliana
/
e combinam com as roupas luminosas propostas pela casa dos Bertelli.
Tudo muito refinado, precioso e criativo,
como a coleção de Moschino, com roupas inspiradas nos anos 50 ornamentadas com pérolas de vidro de Murano, taillers com calças
compridas, daquelas usadas em Capri, bem
justas e terminando na metade da canela, e
o must da estação: uma bolsa enorme chamada de muffin. Já a Dolce&Gabbana jovem,
a D&G, surpreendeu nas passarelas. Arrojou
com um misto de tendências e mostrou jersey, zebra e organza, com meiões e também
fitinhas penduradas no pulso, uma moda muito “mulherzinha”. No entanto, incrementou o
uso das roupas metalizadas, para compensar.
— É a celebração das roupas curtas, pernas de fora, vestidos trapézio e salto alto.
Cores prateadas, detalhes siderais, com um
pouco de fúcsia. Salto alto, altíssimo, com
tacos de plexiglass…Tem que saber usar —
diz à Comunità a jornalista de moda da rede
de televisão La 7 e condutora do programa
M.O.D.A, Cinzia Malvini. Já para Talley, diretor criativo da Vogue Americana, a bíblia do
mundinho fashion, “as coleções são bonitas e
Novembro 2006
bronzeadas, como se aprecia no Brasil, com
uma saúde incandescente, uma moda muito
Copacabana”, fala ele, com ironia, enquanto
caminha apressado rumo ao Mercedes Benz
estacionando do outro lado da da rua Solferino, no coração de Brera, o quarteirão chique
de Milão.
Na contra-mão está, quase como sempre,
o estilista Giorgio Armani. Ele mostrou a linha jovem pela primeira vez fora da Itália.
O desfile foi em Londres. No de Milão, o rei
da moda tirou do guarda-roupas uma coleção
trés chic. Calças de seda, lenços cobrindo o
colo, chapéus em forma de folhas e, não podiam faltar, os terninhos. Isso sem falar nos
vestidos longos com decotes de tirar o fôlego e transformando as costas da mulher num
verdadeiro objeto do desejo, numa irresistível
arma de sedução e feminilidade.
— Eu trouxe para a passarela aquela mulher que eu gostaria que existisse. Este é o
meu trabalho, a minha missão. Trouxe uma
mulher que não se deixa levar pelo excesso de exibicionismo e que tenta, no uso de
um terno importante, com calças compridas,
achar ou dar um sentido à modernidade. Esquecer as regras, enfrentá-las, fazer outras.
Acho que vestir um terno, mas usado com um
jeito masculino, ou seja, com salto baixo e
calças compridas, de satin flutuante, é um estilo que cai bem para a mulher em todas as
horas — comenta Giorgio Armani, o rei que
nunca perde a majestade, criador do estilo
easy-chic, como ele próprio define a sua ultima coleção.
Paralelamente a isso tudo, mostrou-se intimidada, em Milão, a onda de protestos contra a magreza exibida pelo número de roupa
38, padrão europeu, que começou em Madri,
capital da Espanha, e ganhou força na semana de moda de Londres, na Grã-Bretanha. Na
capital da Lombardia, a preocupação era com
a “anorexia” das vendas que, finalmente, receberam peso. Os grandes estilistas celebravam as magras saudáveis e comemoravam um
aumento dos lucros médios em 80% no ano
passado em relação a 2004, o que pressupõe
uma retomada nos números, podendo ser projetada para este ano.
Armani lidera com ganhos de 154 milhões
de euros. Já Versace tenta sair do vermelho
e sai de um prejuízo de 95 milhões de euros
para apenas 5. Valentino, que de rosso tem
apenas os seus famosos vestidos, mostra um
azul na balança da rentabilidade líquida com
90 milhões de euros. A dupla Dolce & Gabbana festeja, outros 98 milhões de lucratividade, Prada, como referência ao recente filme
estrelado pela atriz americana Meryl Streep,
manda ao diabo o ano de 2004 e fecha 2005
com mais 47 milhões em caixa, enquanto Mariella Burani segue a sua ascensão financeira “azzurra” faturando 18 milhões. Correndo,
por fora, a todo gás, aparece a Diesel engordando em 129 milhões o cofrinho. E tudo isso
se reflete nos flashes dos fotográfos e cinegrafistas apontados para as passarelas.
Uma idéia na
cabeça e um
garfo na mão
VI Semana da Língua
Italiana no Mundo
mistura culinária,
música, cinema e
literatura no Rio e em
São Paulo
“O
Sílvia Souza
que é a glória de
Dante
comparada
à glória do espaguete?” Lembradas
pelo diretor do Istituto Italiano di Cultura (IIC-RJ), Rubens
Piovano, as palavras do escritor
Giuseppe Prezzolini, enquanto
lecionava na Universidade de Columbia, em Nova York, poderiam
dar o gosto da mistura entre literatura e linguagem oral adicionadas à cozinha italiana. Esses dois
encantos reconhecidos mundialmente foram o prato principal
da VI Semana da Língua Italiana no Mundo. Com o tema “A comida e as festas na língua e na
cultura italiana”, as atividades
apresentadas no Rio de Janeiro,
mesclaram conferências, mesa
redonda, cinematografia e música. Tudo isso espalhado entre as
instituições de ensino superior
[a abertura da VI Semana se deu
na Universidade Federal do Rio de
Janeiro, a UFRJ, e a programação
continuou na Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro
(UERJ)] com o apoio do IIC.
Neste ano, o evento teve como organizadores o Ministério
das Relações Exteriores Italiano
e a Accademia della Crusca numa parceria que visa estimular os
centros onde se estuda a língua.
Segundo Rubens Piovano, a variedade de festas e a cultura italiana apontam para esse interesse na culinária do país.
— Se você pegar uma revista conhecida, por exemplo, a Veja
Rio, verá que o número de restaurantes premiados italianos é superior ao de outros países europeus.
Além disso, no cardápio de restau-
rantes internacionais, a massa e a
pizza estão sempre presentes. E é
claro que, ao fiscalizar essa qualidade dos produtos comercializados, a credibilidade da cozinha
italiana aumenta — avalia.
Ainda segundo o diretor do
IIC, o governo italiano oferece
276 professores de italiano nas
universidades no mundo. Outro
apoio é visto na forma de incentivo à tradução dos livros italia-
nos e, ainda, na concessão de
prêmios em concursos literários,
uma constante na bota.
Aproveitando as reflexões sobre a palavra, o cônsul da Itália
no Rio de Janeiro, Massimo Bellelli, fez a entrega do título de
Comendadora à escritora Marina
Colasanti. A honraria foi conferida
pela Presidência da República Italiana por conta da contribuição
de Marina na divulgação da cultura italiana e entregue durante a
apresentação do concerto “Cabaret lírico: Una seria opera buffa”,
com o grupo italiano Amarcord.
A professora Flora de Paoli Faria, uma das coordenadoras da VI
Semana, conta que a participação
dos alunos na programação deste
ano foi o diferencial do evento.
Fotos: Roberth Trindade
Fotos: Divulgação
moda
Marina Colasanti recebe honraria das mãos do cônsul Bellelli
Novembro 2006
/
— Ao todo somos 20 professores e temos um grupo de cerca de 400 alunos. Neste ano, eles
se dedicaram mais. Apresentaram
trabalhos que contribuíram para
a formação acadêmica deles e deram significação ao evento, já que
nosso objetivo é despertar nesses
estudantes um maior interesse pela cultura do país onde se fala a
língua escolhida para trabalhar.
Usamos esse espaço como amplificador da capacidade de aprendizagem do discente — assinala.
Já em São Paulo, os eventos
da VI Semana de Língua Italiana
no Mundo foram marcados pela
redução no número de projeções
cinematográficas e a ausência da
Universidade de São Paulo (USP)
que, nos anos anteriores, colaborava na divulgação do evento.
Fontes do Istituto Italiano di Cultura revelaram que a programação
para a semana deste ano teria sido reduzida pela diminuição das
verbas por parte do Ministério das
Relações Exteriores italiano. Mas,
questionado sobre o assunto, o
adido cultural do Instituto, Lillo
Guarneri, preferiu não responder.
Apesar dessas modificações, o
IIC de São Paulo está oferecendo
um curso experimental para nível
básico de italiano [“L’Italiano in
14 ore”] a 15 pessoas selecionadas de um total de 50 inscritas. Inteiramente gratuito, as aulas prezam pela boa noção da língua para
quem tem interesse em aprender o
idioma. Ainda no IIC-SP, uma exposição de livros, vindos do Ministério das Relações Exteriores
italiano e do acervo da biblioteca
da escola, remetiam a temas sobre
culinária, festas populares e tradições da gastronomia italiana.
No último dia 25, no colégio
Dante Alighieri, um dos eventos
da semana foi uma mesa-redonda
sobre o tema “A revalorização de
comidas e festas no terceiro milênio” com a participação dos professores Aniello Angelo Avella, da
Universidade “Tor Vergata” de Roma, e Lorena De Cecco, da Universidade de Padova. Giuseppe
Marcheggiano, responsável pela
Accademia della Cucina Italiana,
foi quem moderou a palestra.
Na ocasião, em relação aos
filmes exibidos, três clássicos
chamaram atenção: La Dolce Vita (1960), de Federico Fellini; Parenti e Serpenti (1992), do diretor Mario Monicelli; e La Famiglia
(1986), de Ettore Scola.
ComunitàItaliana
47
cultura
cultura
Rio se rende
a cinema
italiano
Ugo Gregoretti vem ao Festival do Rio e faz
pit-stop no Istituto Italiano di Cultura
Rosangela Comunale
Italiana (RAI), Ugo Gregoretti
recebeu o Prêmio Itália. No filme, o diretor pesquisa lugares do
famoso romance ”O Gattopardo”,
“Eu sou imprevisível, não estou
nunca desocupado. Fiz poucos
filmes e hoje me arrependo de ter
feito pouco”, Ugo Gregoretti
cinematografia nesta fase e o Festival do Rio é de extrema importância. Nós, na Itália, veneramos
Glauber Rocha e vocês [brasileiros] têm um ótimo cinema. Além
disso, o Brasil é um país rico em
realidades contrastantes, muito
estimulantes — analisa o diretor.
Por La Sicilia del Gattopardo,
produzido pela Radiotelevisione
48
de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, e foca questões básicas da
sociedade siciliana aristocrática.
— Reflete um pouco desse
extraordinário passado, as tradições das grandes famílias aristocráticas, dos cemitérios, da
clausura, todo o mundo. Foi fascinante não por mérito meu. Tive sorte de ser talvez o primeiro
ComunitàItaliana
/
a mostrar “O Gattopardo” através
do instrumento de filmagem cinematográfica. Depois Visconti fez
seu grande filme “O leopardo”,
transformando o livro em objeto
de culto universal — destaca.
Mas 46 anos depois da estréia, a obra continua sendo
apreciada. Ainda assim, Gregoretti é cauteloso e diz que se a
possibilidade de refilmar a narrativa existisse, ele não a faria.
— Tinha 29 anos e começado
há pouco nessa profissão. Posso
definir como minha obra-prima e,
com o passar dos anos, tenho feito tantas outras coisas: de cinema, de teatro, de opera, televisão.
Eu vivo com a suspeita de que o
melhor de tudo foi realmente esse
documentário, o mais antigo que
eu fiz. Não mudaria porque é vital
até hoje — explica.
Novembro 2006
Essa não é a primeira vez
que esse “inconstante artista”,
como ele mesmo se define, vem
ao Brasil. Em 1957, Gregoretti recebeu proposta de trabalho
no Brasil, mas conta que, apesar
de ter encontrado italianos aqui,
“teve pouco tempo para entender o Brasil”. Nascido em Roma,
em 1930, o diretor é considerado
precursor da multimídia italiana, sendo definido como um dos
mestres da sátira de costumes.
Entre as suas produções, os
destaques são Il Circolo Pickwick (1968); Le tigri di Mompracem
(1973); Romanzo popolare italiano (1975) e Il conto Montecristo (1996). No teatro, Gregoretti
atuou como diretor do Teatro Stabile di Torino, no final da década de
1980, de “Benevento città spettacolo”, da “Academia Nacional de
Arte Dramática Silvio D’Amico”.
— Digamos que a ligação de
todas essas experiências é o meu
defeito que se chama inconstância. Eu sou imprevisível, não estou nunca desocupado. Se tiver
a crise no cinema, vou fazer teatro, e dali para a opera. A minha
preferida é a mesma que por muitas razões, não pude amadurecer:
o cinema. Fiz poucos filmes e hoje me arrependo de ter feito poucos — recorda.
Os 75 minutos de duração do
documentário, que tem fotografia
de Adriano Maestrelli e música de
Gino Pecuri, atraíram um público
acostumado a acompanhar a trajetória da linguagem cinematográfica. Uma dessas pessoas era o
ator Paulo Betti. O global promoveu a estréia de “Cafundó”, longa-metragem que dirigia quando
concedeu entrevista à Comunità
[edição 87 – agosto de 2005].
Vencedor de quatro Kikitos
no último Festival de Gramado,
“Canfundó” narra a religiosidade
e foi rodado em diferentes ambientes, que vão desde a Lapa,
no Rio de Janeiro, a Ponta Grossa, no Paraná.
— É um filme sobre um menino escravo, devoto de uma cruz.
Sobre ela, constrói uma religião
própria, fundamentada na água,
na pedra e na verdade, misturando elementos das religiões católica e espírita, com ritos africanos.
É a história de um homem negro
que através da fé encontrou seu
lugar num mundo dominado por
brancos — diz o diretor, no site
www.cafundo.com.br.
Il “gigante” sconfitto
Domenico Losurdo
presenta Contraddizioni
del Liberalismo, in cui
demistifica la filosofia
degli USA
L
Roberth Trindade
Roberth Trindade
O
primeiro evento da gestão
de Rubens Piovano à frente do Istituto Italiano di
Cultura (IIC) teve um quê
de “escurinho do cinema”. Rendendo-se à sétima arte, o novo
diretor promoveu a exibição de La
Sicilia del Gattopardo com a presença do responsável pelo documentário, o produtor, diretor de
cinema, televisão, teatro e opera
e também, jornalista e roteirista,
Ugo Gregoretti. A obra, escrita e
dirigida em 1960, foi uma atração
paralela ao Festival do Rio [evento de cinema que, neste ano, projetou 27 obras produzidas ou coproduzidas na Itália], na primeira
semana de outubro.
— Nunca pensei que começaria minha carreira aqui no Rio
com esse encontro. Lembro-me
de quando era pequeno e a televisão italiana era algo aborrecedor. Mas cada vez que eu via
Ugo Gregoretti na TV esperava
algo forte. Ele falava lentamente
e sempre deixava o entrevistado
com um comentário inesperado.
Era uma das pessoas mais inteligentes e provocativas da TV italiana, quando ela ainda não era
atraente — avalia Piovano.
Gregoretti, que é presidente
da Associação Nacional dos Autores Cinematográficos (ANAC),
veio ao Brasil a convite da organização do festival. Ele apontou
Nuovo Mondo, indicado italiano
ao Oscar 2007, como uma das
melhores apostas desta participação italiana na edição 2006 do
Festival do Rio. Além disso, também ponderou que a história dos
ítalo-brasileiros poderia render
uma boa narrativa no cinema.
— O filme de Emanuele Crialese é um dos melhores produtos da
Sílvia Souza
e contraddizioni che reggono la dottrina politica ed
economica chiamata liberalismo sono state il bersaglio
di interesse del pubblico, che ha
riempito l’Istituto Italiano di
Cultura (IIC) di Rio de Janeiro
agli inizi del mese. Ma d’altronde, l’autore del libro Contraddizioni del liberalismo [che in un
anno è già alla terza edizione], il
professore di Storia della Filosofia dell’Università di Urbino, Domenico Losurdo, sembra proprio
che abbia presentato un’oralità
simile alla ripercussione positiva della narrativa sviluppata nei
suoi lavori. E la notte del lancio
del suo più nuovo libro in Brasile non poteva essere diversa:
un luogo che gli ricordava il suo
paese, tenendo una conferenza
sulle ideologie post moderne.
La presentazione di Losurdo
fa parte di un seminario di Filo-
Losurdo: Una controstoria
degli Stati Uniti d’America
lingua corrente si ignora il lato
oscuro del liberalismo. Questo libro ha il merito di avere la caratteristica di riscattare l’attenzione
sull’orribile storia dell’occidente liberale e il coinvolgimento
dell’Inghilterra e degli USA nella terribile pratica della schiavitù
– analizza il filosofo.
Accompagnato dal direttore dell’IIC, Rubens Piovano, e
dal professor Giovanni Semeraro,
del Nucleo di Studi e Ricerca in
“Abbiamo subito un tentativo di
Bonapartismo soft, con Berlusconi.
Per fortuna, mi mi sembra che questo
episodio sia terminato e spero che
sia una conclusione definitiva”
sofia Politica tenuto presso l’Universidade Federal Fluminense
(UFF). Durante una settimana, il
professore ha presentato le visioni che possono essere trovate in
opere quali Democrazia o Bonapartismo, Controstoria del liberalismo, Fuga dalla Storia e dalla
politica, Il revisionismo storico:
problemi e miti, tutti libri che
riflettono il pensiero e gli studi
del marxista nato a Sannicandro
di Bari nel 1941.
— La discussione sul liberalismo è molto attuale, ma nella
Filosofia, Politica e Educazione
(Nufipe) della UFF [che ha fatto
la traduzione della conferenza],
Losurdo si comunicava inoltre a
gesti e attraverso sguardi severi, specialmente quando parlava delle ambizioni nordamericane da Thomas Jefferson ai giorni
d’oggi, con George W. Bush.
— In primo luogo, questo libro è una controstoria degli Stati
Uniti d’America. Già con Jefferson, gli Stati Uniti mostravano
l’ambizione di costruire un impero della libertà, come lo stato
non aveva mai conosciuto fin dal
momento della sua creazione. Gli
Stati Uniti sono un paese in cui
l’istituzione della schiavitù si fa
presente tanto in ambito socialeconomico, quanto in quello socialpolitico – spiega.
Piovano ci ha tenuto a mettere in risalto che la presenza del
professore dell’Università di Urbino era stata una conquista, tanta è la richiesta per i suoi lavori. Ha ricordato che anche se la
conferenza riguardava i primordi
del liberalismo, mettendo a fuoco
Inghilterra e Stati Uniti, il fenomeno, che è globale, non dev’essere ignorato né dai governi, né,
molto meno, dalle società.
— È curioso che il professor
Giovanni Semeraro abbia già presentato proposte per ottenere la
presenza del professor Losurdo
all’Istituto e che ci sia riuscito
solo ora. Questa mi sembra una
mancanza di interesse che, a mio
vedere, pone in scacco matto il
lavoro dell’IIC. Come fonte della
cultura italiana nei paesi in cui ci
facciamo presenti, non possiamo
negare l’importanza delle tematiche che si legano direttamente
alla nostra vita, come quella del
liberalismo e di tutto ciò che ne è
venuto in seguito – sottolinea.
Secondo Domenico Losurdo,
il tema è così ampio e ricorrente da considerare Contraddizioni
del Liberalismo come il libro scel-
Novembro 2006
/
to per essere scritto durante tutta
la vita. Il professore crede che la
sua più recente opera demistifichi
l’attuale ideologia di visione che
caratterizza gli USA. Un’idea che,
secondo lui, celerebbe caratteristiche fortemente puritane.
— I puritani si caratterizzano proprio per questo: hanno letto nell’Antico Testamento l’episodio del popolo eletto e ci si sono
identificati. E, quando sono arrivati in America, si sono anche
identificati con la terra promessa. Considerano gli indios [abitanti, n.d.t.] abusivi di questa
terra promessa. Io noto che, con
questa ideologia, Bush ha conquistato la presidenza degli USA
portando avanti, in modo esplicito, la campagna elettorale con il
dovere di guidare il mondo attraverso lo slogan: “Gli USA sono il
popolo eletto da Dio” – ironizza.
Ma, e quale sarebbe la visione
del professore per ciò che riguarda le contraddizioni di questa
ideologia liberale in Italia? Losurdo rivela che la situazione nel
suo paese, così come in altri paesi occidentali, è stata descritta in
Democrazia e Bonapartismo, opera pubblicata in Italia nel 1993 e
tradotta qui in Brasile. Senza peli sulla lingua e con un discreto
sorriso sulle labbra, il professore
racconta che il governo Berlusconi è un buon soggetto per la convalida delle sue ricerche.
— Esiste una certa tendenza
dei paesi occidentali di portare
la democrazia dal suo contenuto
reale [sic] invece di instaurare
una specie di regime che io definisco Bonapartismo. Credo che
in Italia, già da un po’ di tempo, abbiamo sofferto un tentativo di Bonapartismo soft con Silvio Berlusconi che, secondo me,
aveva una tendenza a ridurre la
democrazia al momento del risultato del plebiscito [sic – si legga ‘elezioni’]. E questo leader,
grazie all’apparato multimedia
che controllava, voleva rivolgersi
soltanto al popolo legato ai partiti politici e sindacati per farsi
acclamare di nuovo come leader.
Per fortuna, mi sembra che questo episodio sia terminato e spero che sia una conclusione definitiva – dichiara.
ComunitàItaliana
49
Firenze
turismo
San Benedetto
Casa madre dei Benedettini, l’Abbazia
di Montecassino è meta importante
del turismo storico-religioso
Ana Paula Torres
Fotos: Ana Paula Torres
Corrispondente • Roma
no, conservava le caratteristiche
dell’antico monastero, ricostruito nel 1366 dopo il terremoto
del 1349. Quella che il visitatore
può ammirare oggi è una fedele riproduzione dell’architettura
distrutta, ricostruzione realizzata dal 1948 al 1956.
La basilica, posta al termine
di una lunga scalinata, è ricca di
marmi policromi e di affreschi di
Pietro Annigoni e presso l’altare
maggiore sono custodite le reliquie di San Benedetto e quelle di
sua sorella, Santa Scolastica, ritrovate nel 1950. Da visitare an-
R
oma, Firenze, Venezia, Milano, sono sicuramente le
città che richiamano maggiormente l’interesse dei
turisti, ma una volta conosciute,
giunge il momento di andare alla
scoperta di altre località che ospitano importanti tesori storici. È il
caso dell’Abbazia di Montecassino,
un maestoso edificio che ospita il
monastero benedettino ed è impossibile da sfuggire allo sguardo di chi percorre l’autostrada del
Sole, nel tratto tra Roma e Napoli,
nei pressi della città di Cassino,
in provincia di Frosinone, nel sud
della regione Lazio.
Situato a 520 metri di altezza, il complesso architettonico può essere ammirato su tutta
la valle del fiume Liri. La storia
dell’abbazia, lunga 1.500 anni, si
intreccia a quella dell’Italia, delle
guerre e delle invasioni. Fondata
nel 529 d.C. da San Benedetto da
Norcia, fu distrutta e ricostruita diverse volte. Nel 580 subì l’attacco
dei Longobardi, successivamente
fu devastata anche dai Saraceni
50
nell’883, poi da un terribile terremoto nel 1349 e per la quarta
volta, il 15 febbraio 1944, durante
un violento bombardamento della
Seconda guerra mondiale.
Fino a quella data, periodo in
cui venne massicciamente bombardata dalle forze alleate durante la Battaglia di Montecassi-
ComunitàItaliana
/
che il Chiostro di Bramante, del
1595, e il Chiostro dei Benefattori, così chiamato per le statue
dei papi e sovrani che durante i
secoli sono stati legati alla storia
del monastero.
Il museo, sorto nel 1980, in
occasione della celebrazione del
XV centenario della nascita di
San Benedetto, oltre ad illustrare la storia dell’abbazia, conserva
dei tesori dell’arte sacra. La biblioteca contiene più di 150 mila
volumi, sopravvissuti alla guerra
grazie agli stessi monaci che, poco prima dei bombardamenti del
1944, ebbero l’intuito di trasferirli presso il Vaticano. Situato
subito dopo l’uscita della Basilica
è suddiviso in sale che contengono innumerevoli oggetti come
gioielli, vasellame, capitelli medievali, i bozzetti degli affreschi
di Luca Giordano andati perduti,
opere pittoriche di grandi artisti quali il Cavalier D’Arpino e, soprattutto, vi è ben custodito il
Placido Cassinese, dell’anno 960,
il documento che racchiude il
Novembro 2006
primo periodo in lingua volgare,
cioè, in italiano.
Il grande fondatore
San Benedetto nacque a Norcia,
in provincia di Perugia, in Umbria,
verso l’anno 480, in un’agiata famiglia in cui il padre era Capitano Generale dei Romani e la madre Contessa di Norcia. Dopo essere
vissuto per un periodo a Roma, dove era stato inviato per compiere
i suoi studi, abbandonò tutto e si
ritirò in vita monastica.
A Subiaco, vicino Roma, visse
per circa trent’anni, prima da eremita e poi predicando la “parola
del Signore” ed accogliendo discepoli sempre più numerosi, fino a
creare una vasta comunità di dodici monasteri, ognuno con dodici
monaci ed un proprio abate, tutti
sotto la sua guida spirituale.
Arrivò a Cassino nel 529 dove,
sopra i resti di un’antica torre e di
un tempio dedicato al dio Apollo,
fondò l’Abbazia di Montecassino.
Proprio lì San Benedetto trascorse
il resto della sua vita, dedicandosi
all’assistenza dei bisognosi, compiendo numerosi miracoli e, soprattutto, scrivendo la sua storica
Regola, tuttora seguita dall’ordine
monastico dei Benedettini. Composta da 73 capitoli, la Regola riguarda i tre voti di povertà, castità e obbedienza, con l’aggiunta
dell’obbligo del lavoro.
San Benedetto visse a Montecassino fino alla morte avvenuta
il 21 marzo 543. Secondo la leggenda, si racconta che morì in
piedi, sostenuto dai suoi discepoli, dopo aver ricevuto la comunione e con le braccia sollevate
in preghiera, mentre li benediceva e li incoraggiava.
Il 24 ottobre 1964 San Benedetto da Norcia fu proclamato
patrono d’Europa da Papa Paolo
VI perché ritenuto un messaggero di pace, operatore d’unità,
maestro di civiltà, nonché iniziatore della vita monastica in Occidente. È inoltre patrono degli ingegneri, degli speleologi e delle
opere di bonifica.
Per rendere omaggio a San Benedetto, dal 1994, nella settimana
antecedente al 21 marzo di ogni
anno, si realizza il corteo storico
“Terra Sancti Benedicti”. Si tratta
di una manifestazione composta
da circa 350 figuranti che ricostruiscono il tratto di storia locale
che va dalla seconda metà del XIII
secolo fino al periodo feudale.
Roselle, la città etrusco-romana
P
er gli appassionati di archeologia e non solo, la Toscana offre molte
alternative. Quella che vi vogliamo segnalare questo mese è una importante città etrusca sorta nel VII secolo a.C.: Roselle(Rusel in etrusco). La rilevanza strategica di questo centro abitato risiede nel fatto
che si trovava sulla via verso la costa. Dal 1950 (anno in cui sono cominciati gli scavi) sono affiorate ampie porzioni del tessuto urbano che
arrivano a coprire due colline contigue e la valle tra di esse. Di notevole
interesse sono le ciclopiche mura formate da blocchi color rosa (la pietra locale) considerate tra le più maestose fortificazioni nella storia di
questa civiltà. Nel fondovalle sono da ammirare le rovine e i resti del
foro e della imponente basilica. L’immancabile anfiteatro è posto sulla
cima di una delle due colline, insieme al complesso delle terme. Questi
etruschi non si facevano mancare proprio nulla! Per arrivarci prendere la
superstrada Firenze-Siena e continuare per Grosseto. Seguire le indicazioni per Roselle. Tempo di percorrenza da Firenze circa 2 ore.
Fotos: Reprodução
Sui luoghi di
Giordano Iapalucci
1° Museo Nazionale
della fotografia
Musica dei Popoli
I
mportante inaugurazione a Firenze. Si tratta del 1° Museo Nazionale della fotografia presso il prestigioso Atelier Alinari. La
galleria fotografica si snoda in un itinerario che affronta la vita quotidiana, lavorativa in Italia temi storici fino ad arrivare a quelli più
contemporanei. La particolarità più “palpabile”, unica al mondo nel
suo genere, sarà il percorso tattile per i ciechi e non solo. Si tratta
di una tecnica adottata per “far vedere” le fotografie ai non vedenti.
Grazie al lavoro congiunto della Stamperia Braille, l’Istituto nazionale per ciechi e la stessa Fratelli Alinari, sono state ricreate fedelmente ben 20 immagini fotografiche. Piazza Santa Maria Novella, 14a.
Dalle 9.00 alle 19.30. Chiuso il mercoledì. Ingresso 9 euro.
F
ino al 21 novembre si può assistere nella città di Firenze
alla 31° edizione della rassegna musicale “Festival Musica
dei popoli”. Organizzata dalla F.L.O.G (Fondazione Lavoratori
Officine Galileo) con il sostegno del Ministero per i Beni e le Attività
Culturali, Regione Toscana, Provincia e Comune di Firenze, l’evento
raccoglie artisti e musicalità internazionali: dalla Costa d’Avorio
alla Colombia, dalla Mongolia al Sudafrica fino al Mali, solo per citarne alcuni. Il titolo dell’edizione 2006 è “Il canto dell’anima” e
l’attenzione sarà focalizzata su uno degli aspetti che più attirano i
cultori della musica, ovvero la voce e il canto. Sarà un percorso che
vi porterà nel folklore, nelle tradizioni e in progetti musicali contemporanei e tradizionali delle nazioni d’origine dei vari musicisti.
“Musica dei Popoli” esibisce le avanguardie musicali di oggi che
prendono come riferimento i modi di canto di alcuni particolari gruppi etnici. Flog (Via Michele Mercati, 24/b) – Teatro Verdi. Prezzo
dai10 ai 40 euro.
“La mente di Leonardo”
D
Apoxyomenos, l’atleta croato
P
opo il successo di “Il Codice da Vinci”, Leonardo è diventato uno
dei personaggi storici più discussi in questi ultimi tempi. La Toscana, terra natale del “genio”, propone insieme all’Istituto e Museo di
Storia della Scienza e la Soprintendenza Speciale per il Polo Museale Fiorentino, una interessantissima e innovativa mostra intitolata “La
mente di Leonardo”. L’esposizione si pone come obiettivo di rivelare come l’attività del maestro partisse da stimoli e metodi di analisi, sicuramente inquadrati nel contesto del suo tempo storico, ma assolutamente comuni e allo stesso tempo incredibilmente suggestivi. Il visitatore
si troverà nella condizione di capire i nessi dei collegamenti della sua
mente che riusciva a spaziare da ricerche di natura artistica, dalla pittura all’ingegneria, dalla scienza all’architettura fino all’anatomia. Chi
avrà la fortuna di partecipare all’esposizione verrà trasportato verso
l’esplorazione del modo di pensare del grande maestro di Vinci. Vengono
proposte numerose opere e disegni originali nonché una serie di modelli
delle sue macchine e degli esperimenti più spettacolari e geniali. Presso
la Galleria degli Uffizi fino al 7 gennaio 2007. Dal martedì alla domenica
8.15-18.30. Prezzo euro 9,50 intero – 4,75 ridotto.
er chi calcasse il suolo fiorentino entro il 30 gennaio
2007 non può perdersi un evento assolutamente
straordinario: l’Apoxyomenos, l’Atleta della Croazia. Si
tratta di una monumentale statua di bronzo alta circa
due metri ritrovata nelle acque a largo dell’Isola di Lussino (Croazia) nel 1997. Grazie all’analisi al carbonio 14
è stata possibile la datazione che si colloca verso il 5040 a.C. Sullo stile dei due bellissimi “Bronzi di Riace”
di origine greca, la statua rappresenta un atleta nudo,
forse un pugile o un lottatore, che con la mano destra
doveva impugnare uno strigile (strumento con il quale
gli atleti si detergevano dal sudore, dagli oli o dalla polvere dopo una gara). E’ interessante notare nella struttura
un elemento: la capigliatura è intrisa di sudore. Questo dimostra una prima crisi dello stile classico greco e l’apertura
ad una successiva fase dell’ellenismo, meno interessato alla
perfezione ma più propenso al naturalismo, dottrina estetista che si svilupperà appieno molto tempo dopo in Francia. La presenza straordinaria di tale statua nella città rinascimentale è dovuta all’importante supporto, nella fase di
restauro, che l’Opificio delle Pietre Dure di Firenze ha dato
all’Istituto Croato per il restauro di Zagabria. Palazzo Medici
Riccardi. dalle 9:00 alle 19:00. Chiusura il mercoledì prezzo:
5,00 (include visita al percorso museale di P. M.Riccardi) .
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/
ComunitàItaliana
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design
O toque de
arte dos
Campana
Conhecidos mundo afora, os mestres do
design conquistaram, de vez, a Itália
Nayra Garofle
Luiz Calazans
panorama do design brasileiro de objetos se modifica a cada geração,
da mesma forma que os
materiais utilizados para a produção variam de acordo com a
opção escolhida por seu criador.
Foi assim, do ferro e alumínio a
materiais naturais, como o bambu, o vime e o papel artesanal
reciclado, além do poliéster, tubos de PVC e chapas de policarbonato que os Irmãos Campana,
Fernando e Humberto, 45 e 53
anos respectivamente, conquistaram o mercado italiano. Em
especial o de Milão, onde estre-
52
aram com uma luminária batizada de Estela. Aliás, os Campana conquistaram um lugar não
muito desconhecido já que a família de sua mãe é de Rovigo,
no Veneto e a do pai, de Lucca,
na Toscana.
Os paulistas, de uma inventividade criativa infinita, utilizam
todos os recursos inimagináveis
para produzir suas cadeiras, seus
sofás, suas luminárias. Os objetos, que não passam despercebidos ao olhar, convidam ao
toque, ou seja, é preciso pegar
para acreditar que tal obra foi
confeccionada com um certo tipo de material.
— Nosso olhar, instintivamente, percebe o diferente, o
inusitado. Trabalhamos com materiais esquecidos, desconsiderados e pouco valorizados, na tentativa de renovar o uso, o olhar
e de dar elegância e nobreza —
conta Fernando.
E foi justamente o inusitado
que conquistou os italianos. Os
trunfos dos Irmãos Campana
estão na “brasilidade” e nos coloridos de suas peças. A luminária
Estela foi a primeira obra a ser
confeccionada
por uma fábrica da Itália, a O
Lucce. Tudo começou em 1994,
quando o jornalista Marco Romanelli publicou
ComunitàItaliana
/
Fernando Campana
Estúdio Campana
O
“Nosso olhar,
instintivamente,
percebe o
diferente, o
inusitado”
o primeiro artigo sobre o trabalho dos Campana na revista italiana Domus. A parceria com a
O Lucce aconteceu, em seguida,
a convite do próprio Romanelli
que era diretor de Arte da empresa em 1997.
Hoje, os designers produzem
suas emblemáticas criações para
outras fábricas italianas, entre
elas a Edra e a Alessi. Segundo
Alberto Alessi, proprietário da
empresa cuja sede é em Milão,
Fernando e Humberto conseguem levar novos ares ao panorama doméstico.
— Apesar das evidentes origens italianas, os irmãos Campana são completamente brasileiros e eles, sem dúvida, estão
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“Nossa
responsabilidade
aumentou, pois
levamos o nome
do nosso país
a um posto
importante dentro
da cultura de
design mundial”
Humberto Campana
inseridos entre um dos mais interessantes fenômenos do novo
design internacional. Eles têm
dado um fôlego saudável do ar
brasileiro sub-equatorial e poesia para o design europeu —
afirma o empresário.
A sutileza e a inovação, presentes no design dos irmãos,
também repercutiu na Edra. A
empresa fabrica as cadeiras Vermelha, Favela e o sofá Boa, dentre várias outras curiosas peças.
O proprietário Massimo Morozzi
revela-se surpreendido com o
trabalho dos Campana que, se-
gundo ele, tem os componentes
manual e artesanal.
— Eles têm uma dimensão,
uma origem local muito forte. É
só pensar na cadeira Favela. Existe um mix
de localização e globalização
e esta é uma qualidade muito,
mas muito rara de encontrar.
Com essa dimensão local, aquilo que transmitem tem um valor universal e repito, é muito
raro conseguir isto — declara
Morozzi.
F+H: uma fórmula de sucesso
Depois de 23 anos de carreira,
os irmãos Campana possuem um
currículo invejável de palestras,
workshops, exposições e prêmios.
Quando o assunto é o reconhecimento profissional, eles são categóricos:
— Isso é bom porque coroa
o esforço do nosso trabalho,
mas nós sentimos que a nossa responsabilidade aumentou,
pois levamos o nome do nosso país a um posto importante dentro da cultura de design
mundial e isso nos torna mais
atentos e cuidadosos com os
próximos passos e projetos —
relata Humberto.
Sobre o relacionamento profissional entre os irmãos, ambos
afirmam que discutem muito,
mas tudo em prol de um bom resultado.
— Como todos os descendentes de italianos, temos o
sangue quente e uma “paixão
latina” correndo nas nossas
veias. De fato, quando um tenta
convencer o outro de que tem
razão, quem olha pensa que estamos brigando, mas na verdade
estamos só discutindo as idéias
— diz Fernando.
Com tanto sucesso no exterior e, principalmente na Itália,
por que será que os Campana,
são mais reconhecidos fora do
Brasil? Segundo Humberto falta
um melhor entendimento da cultura do design.
— Faltam tempo, história,
tradição e, sobretudo, a coragem
e a ousadia por parte do empresariado, o que na Itália é sinônimo de estratégia e gestão de
empresa — reflete.
Negócios à parte, definitivamente a Itália é a segunda casa dos designers. A relação com o
país vai muito além do trabalho
e do sobrenome.
— Lá temos bons amigos,
apreciamos a história, a culinária, o bom vinho, as belas paisagens e, claro, sentimos carinho e
gratidão — diz Fernando.
(Colaborou Guilherme Aquino)
As cadeira sushi (à esquerda), vermelha (acima)
e o sofá Boa são algumas das peças criativas
elaboradas pelos Irmãos Campana
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ComunitàItaliana
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Sapori d’Italia
Nayra Garofle
De dar água
na boca!
Prato à base de funghi é uma das
especialidades da autodidata Silvana Bianchi
S
Fotos: Roberth Trindade
e olharmos no dicionário o significado da palavra “gastronomia” veremos que se traduz como “a arte de bem cozinhar, a
fim de proporcionar o maior prazer a quem come e até mesmo a
arte de comer bem”. E ao que tudo indica, Silvana Bianchi, de
57 anos, seguiu à risca a descrição da palavra.
A brasileira, que se diz italiana de corpo e de alma, aprendeu em
casa as artimanhas da culinária de seus ancestrais. Na infância, via a
mãe preparar as massas e, assim, surgiu o interesse que a levou ter,
hoje, um restaurante na Zona Sul carioca, o Quadrifoglio.
— Cresci comendo a pasta feita em casa. Quando pequena, passava
longos períodos na Itália. Seis meses lá, seis meses aqui. Então, tenho
muito da cultura de meus pais em minha vida — explica Silvana.
Todos os pratos oferecidos no cardápio do Quadrifoglio são elaborados pela própria Silvana que nunca fez um curso de gastronomia. O
pai, italiano de Milão, e a mãe, da Calábria, contribuíram com a cultura de suas terras possibilitando à Silvana ter idéias no preparo das
inúmeras variedades do menu.
— São 23 anos dedicados ao restaurante. Alguns ingredientes como o arroz, os cogumelos, e os queijos são importados, pois só assim
consigo o verdadeiro sabor dos pratos italianos. Um fato curioso é que
há alguns anos, o famoso risoto não era tão desejado por aqui. Várias
vezes, uns clientes me chamavam na mesa dizendo que não queria
aquele arroz “em papa”, e eu tinha que explicar que o risoto italiano
não era como o “arroz de forno”, conhecido aqui no Brasil. Hoje, ele é
um sucesso – relata, orgulhosa.
Ao longo de sua trajetória profissional, a gourmet diz estar realizada e que adquiriu boas experiências.
— É muito gratificante porque eu sei que consegui ensinar a muita
gente. A comida italiana é rica, à base da dieta mediterrânea. Fico feliz em transmitir para muitas pessoas o que eu sei — afirma.
Para a ComunitàItaliana, Bianchi preparou o Tris di Funghi. Um
prato à base de cogumelos e que dá água na boca só de sentir o
seu aroma.
Criado por Silvana Bianchi Tris de Funghi é um dos pratos mais pedidos da casa
54
ComunitàItaliana
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Tris di funghi
Rendimento: 4 pessoas
8 champignons de Paris bem grandes; 50 g de cogumelo seco; 100
g de shimeji; 100 g de shitake; 2 colheres de sopa de manteiga;
2 colheres de sopa de azeite; 250 ml de creme de leite; 2 colheres de sopa de parmesão; 2 colheres de sopa de cebola ralada; ½
copo de vinho branco seco; Papel alumínio.
Limpe os champignons, retire os talos. Lave rapidamente e enxugue. Deixe os cogumelos secos de molho por no mínimo duas
horas. Lave bem, pois costumam guardar terra. Lave os outros
cogumelos e pique grosseiramente os três tipos: shimeji, shitake
e o cogumelo séc. Pique também os talos dos champignons de
Paris. Numa panela, coloque duas colheres de sopa de manteiga
e duas de azeite. Junte a cebola e deixe suar. Adicione os três
cogumelos. Mexa e ponha o vinho branco. Corrija o sal. Salpique
pimenta do reino a gosto. Deixe cozinhar alguns minutos em fogo bem baixo e panela tampada. Depois, junte o creme de leite.
Cozinhe mais um pouco e coloque uma colher de sopa de farinha
de trigo dissolvida em um pouquinho de água. Junte a mistura e
deixe ferver mais três minutos. Retire do fogo. Recheie as cavidades dos champignons de Paris. Polvilhe com parmesão. Embrulhe
cada um em papel alumínio e leve ao forno médio em tabuleiro
com um dedo de água no fundo por 15 minutos. Os embrulhos
devem ter as pontas viradas para cima para não entrar água nos
cogumelos. Sirva a seguir.
Serviço: Rua J J Seabra, 19, Jardim Botânico - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (21) 2294-1433