O talento do oriundi Felipe Massa nas pistas de
Transcript
O talento do oriundi Felipe Massa nas pistas de
A m a i o r m í d i a d a c o m u n i d a d e í t a l o - b r a s i l e i r a www.comunitaitaliana.com Ano XIII – Nº 101 ISSN 1676-3220 R$ 7,90 Rio de Janeiro, novembro de 2006 É Massa! O talento do oriundi Felipe Massa nas pistas de fórmula 1 anima torcedores e mostra força da dobradinha Itália/Brasil Exclusivo: Costanza Pascolato fala sobre carreira e tendências Cezar Loureiro / Agência O Globo 40 CAPA Destaque ítalo-brasileiro Economia Piloto Felipe Massa é nova promessa da Fórmula 1 Costureiras brasileiras exportam produtos à base de fibra de bananeira para a Itália.......................................20 Editorial Rumo ao trabalho...........................................................................06 Cose Nostre Pesquisa revela que Brasil é país com mais oriundi no mundo...........................................................07 Opinione Qui Roma......................................................................................11 Brasileiros são maioria na Lombardia Notizie Governo italiano formalizza l´assegnazione di donativi a Bahia..................................................30 46 Moda Pernas de fora Tons vibrantes e roupas curtas marcam tendência em semana de moda em Milão Ana Paula Torres Estúdio Campana Pianista Stefano Bollani é revelação do jazz italiano e faz apresentação no Brasil...................................34 Divulgação Guilherme Aquino Il testo della nuova Finanziaria riporta numerevoli novità................16 Comunidade Imigração Universidade em Milão revela descoberta na luta contra o infarto cerebral.....................................................27 Arte Politica 42 Saúde 50 52 Turismo Luoghi di San Benedetto L´Abbazia di Montecasino è ammirata su tutta la valle del fiume Liri nel sud della regione Lazio Novembro 2006 / Design Criatividade & Estilo Irmãos Campana conquistam mercado italiano ComunitàItaliana COSE NOSTRE Julio Vanni FUNDADO EM MARÇO DE 1994 Diretor: Julio Cezar Vanni O utro dia, num almoço em São Paulo com os amigos Emilio Innocenzi e Fernando Garnero, respectivamente presidentes da Obiettivo Lavoro e da BrasilInvest, discutíamos sobre desocupação e nível da mão de obra italiana e brasileira. Não por acaso, a ocasião celebrava a joint-venture entre um dos maiores grupos de recursos humanos da Europa [a Obiettivo Lavoro emprega 35 mil pessoas e fatura anualmente 450 milhões de euros] e o respeitado banco privado brasileiro, para um ousado negócio que promete incrementar ainda mais as relações bilaterais entre as duas nações: intercâmbio de trabalho. Uma empreitada que, involuntariamente, ajuda os dois governos em problemas básicos que atingem italianos e brasileiros. De um lado a demanda de mão de obra em setores importantes para a estabilidade social, do outro, uma chance para o sonho de jovens que saem das universidades sem perspectivas de crescimento profissional. Na Itália, é cada vez mais raro encontrarmos jovens que façam carreira em áreas como a de enfermagem, metalurgia e serviços. A falta de estímulo parece ser derivada da influência de um mundo onde o click do mouse vem transformando o modo de pensar. Na contramão do que aconteceu na recuperação pós-guerra, quando o país crescia a passos largos, formando a base para ocupar o 6º lugar na economia mundial, hoje não observamos o apetite pelo trabalho. Com baixa taxa de natalidade e falta de incentivo para pesquisas, os chamados “cérebros” saem do país enquanto que os estrangeiros ocupam espaços considerados menos desafiadores. Por outro lado, para países como o Brasil, que enfrentam crises e têm como um dos problemas mais graves a falta de vagas de trabalho, esse intercâmbio pode ser considerado como um importante instrumento. Com um baixo crescimento econômico, burocracia e falta de incentivo às micro e pequenas empresas, a opção de emigrar é dolorosa, mas não descartável. Acessar uma vaga de trabalho num país onde existem melhores garantias e remuneração, somados a “afinidades sociais” entre os dois povos, não pode ser visto como uma fuga de valores nacionais, mas sim uma ocasião para o crescimento e a certeza de uma integração cada vez melhor Pietro Petraglia para o incentivo ao comércio e intercâmbio sócio-cultural enEditor tre a Itália e o Brasil. VICE-DIRETOR EXECUTIVO: Adroaldo Garani Publicação Mensal e Produção: Editora Comunità Ltda. Tiragem: 30.000 exemplares Esta edição foi concluída em: 12/11/2006 às 12:30h Distribuição: Brasil e Itália Redação e Administração: Rua Marquês de Caxias, 31 CEP: 24030-050 Tel/Fax: (21) 2722-0181 / (21) 2719-1468 e-mail: [email protected] SUBEDIÇÃO Rosangela Comunale [email protected] Redação: Nayra Garofle e Sílvia Souza (estagiária) REVISÃO / TRADUÇÃO Ana Paula Torres Cristiana Cocco Projeto Gráfico e Diagramação: Alberto Carvalho CAPA: Cezar Loureiro/Agência O Globo Colaboradores: Braz Maiolino – Pietro Polizzo – Venceslao Soligo – Marco Lucchesi – Domenico De Masi – Franco Urani – Fernanda Maranesi – Giuseppe Fusco – Beatriz Rassele N esta edição, fomos até a pequena cidade de Cerignola, na província de Foggia, no salto da bota, para falar da origem de uma parceria prometedora na Fórmula 1: Felipe Massa e Ferrari. Orgulhoso de suas origens italianas, o piloto esteve pela segunda vez na região Puglia de seus antepassados, onde foi recebido com emoção por toda a família e pelos cidadãos cerignolanos. A admiração pelo ítalo-brasileiro no paese, pode ser resumida na frase do prefeito Matteo Valentino: “Leio nos seus olhos o prazer de possuir sangue cerignolano. A esta cidade faltava um representante no esporte. Possuímos Pietro Mascagni na música, Nicola Zingarelli na cultura e, agora, temos você no esporte”. CorrespondenteS: Guilherme Aquino (Milão) Ana Paula Torres (Roma) Giordano Iapalucci (Florença) Marcos Petti (São Paulo) N a Lombardia, os brasileiros conquistam maior espaço e dados estatísticos confirmam a força verde e amarela na região italiana. Até mesmo na hora de serem remunerados, o fato de possuírem cidadania brasileira faz diferença em relação a outros estrangeiros. Você poderá acompanhar a evolução dessa presença na matéria do correspondente Guilherme Aquino, a partir da página 42. ComunitàItaliana está aberta às contribuições e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, sendo assim, não refletem, necessariamente, as opiniões e conceitos da Revista. A La rivista ComunitàItaliana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori e sprimono, nella massima libertà, personali opinioni che non riflettono necessariamente il pensiero della direzione. inda neste número, você pode conferir a arte dos irmãos Campana; a elegância de Costanza Pascolato; os rumos da economia italiana; as colunas Roma, Milão e Firenze; as novidades da Italian Style; dicas de gastronomia, turismo e comportamento; e muito mais. Boa Leitura! ISSN 1676-3220 Filiato all’Associazione Stampa Italiana in Brasile ComunitàItaliana editorial Entretenimento com cultura e informação / Novembro 2006 A ponte “caiu” Com “peito de aço” U m dos episódios mais marcantes da Copa 2006 vai ser lembrado por uma empresa de material esportivo. O italiano Marco Materazzi, que recebeu uma cabeçada do francês Zinedine Zidane na final da competição, estará vestido de Superman no novo comercial da marca. Na produção, Materazzi aparece “matando” uma bola de boliche, um jogador de futebol americano, uma viga de demolição e até uma caminhonete no peito. O Parlamento da Itália rejeitou os planos para construir uma ponte de oito quilômetros que ligaria a Ilha da Sicília à península. A construção começou a ser cogitada nos anos 60 e seria a via com o maior vão único suspenso no mundo. A proposta recebeu 272 votos contra e 232 a favor sob a alegação de que há outras prioridades para a Sicília. O projeto era orçado em US$ 5,5 bilhões [cerca de R$ 12 bilhões] e havia sido apresentado pelo ex-primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi. Investindo em modernidade O maior país italiano A Piraquê acaba de adquirir duas máquinas italianas de tecnologia de ponta para aumentar sua produção. A primeira delas já está no Porto do Rio de Janeiro e opera com a capacidade de produzir três mil quilos de massa comprida por hora. A segunda, que está a caminho, fará 3.600 quilos de massa cortada por hora. C Italianos no Mato Grosso Ansa Rumo ao trabalho Diretor-Presidente / Editor: Pietro Domenico Petraglia (RJ23820JP) A comunidade italiana em Mato Grosso já tem um dia específico para comemorar sua cultura: 19 de setembro. O governador Blairo Maggi sancionou lei do deputado João Malheiros. As comemorações farão parte do calendário escolar, cultural e turístico. O registro da presença dos primeiros imigrantes em Cuiabá foi feito em 1827. A data escolhida corresponde ao dia em que se comemora o milagre de San Gennaro, um dos maiores padroeiros italianos. Padre treinador de futebol O padre Michele Turso, de 37 anos, é o primeiro religioso na história do futebol da Itália. Depois de passar em exames de curso técnico para treinador, ele assumiu o Juvenilia, time da liga amadora. O esquema tático de organização de seu time segue o 44-2. Turso deixou sua carreira de jogador no Berretti de Bari quando decidiu estudar Teologia. Ele foi ordenado sacerdote há nove anos. U m momento de descontração em meio às discussões sobre a nova “finanziaria”. Na foto acima, o primeiro-ministro Romano Prodi experimenta a nova scooter da Piaggio durante a apresentação dos cincos novos modelos da marca no Palácio Chigi. À esquerda, o ministro dos transportes, Alessandro Bianchi. Rapidinhas O Comites da Circunscrição MG-GO-TO tem novos presidente e vice. Em assembléia plenária realizada no fim de setembro, Silvia Alciati e Giulio Mattiazzi foram eleitos respectivamente para os cargos. • A pianista Loraine Ferla Balen Tatto, diplomada em piano pelo Instituto de Artes da Universidade de Passo Fundo (UPF), no Rio Grande do Sul, receberá o prêmio de “Destaque Internacional de Cultura” no dia 16 de dezembro, na cidade de Pieve de Cadore, na região do Vêneto, Itália. • O ex-secretário municipal de Trabalho do Rio de Janeiro, André Urani, o presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Marcos Vilaça, e a professora de Língua Italiana da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Flora Simonetti, vão receber, respectivamente, os títulos de Comendador, Grande Oficial e Cavaliere, da presidência da República Italiana. A entrega da honrarias deve ocorrer no primeiro trimestre de 2007. • Marly Sampaio será a nova dirigente do Espaço Lounge e Wine Bar do Milano Doc, em Ipanema, que será inaugurado no próximo dia 22 de novembro. Novembro 2006 / om 31 milhões de pessoas descendentes, o Brasil desponta como o maior país com raízes italianas no mundo. O dado consta do último Rapporto Italiani nel Mondo, realizado pela Fondazione Migrantes, da Caritas. O estudo sobre o tema não era realizado há 20 anos e revela como os oriundi vivem, se foram bem sucedidos, seus níveis de formação e, inclusive, suas atuais contribuições para a economia do país. Depois do Brasil, a lista traz os Estados Unidos, com 15,7 milhões de oriundi; Argentina, com 15 milhões; Uruguai, com 1,5 milhão e a Austrália com 800 mil descendentes. No total, são mais de 60 milhões de homens e mulheres espalhados por todo o mundo cujos ancestrais são da Itália. O que eles são? Q uatro irmãos do sul da Itália entraram para a estatística de uma das mutações genéticas mais difíceis de se explicar. Tudo porque quem comparar o DNA com a aparência que têm pode até se assustar. Eles possuem dois cromossomos X, o que os faria mulheres, em vez de um X e outro Y, característico dos homens. Um estudo da Universidade de Pavia analisou o material genético dos irmãos e identificou o gene RSPO1 como responsável pela alteração. A mutação se manifesta quando o RSPO1 tem dupla alteração, ou seja, é modificado no pai e na mãe, o que pode ocorrer quando há casamentos entre parentes próximos. ComunitàItaliana opinião serviço agenda cultural Parliamone “Lo so, gliel’avevo detto a quella...” FIAT Mostra Brasil con l’Avvocato Giuseppe Fusco [email protected] Eros Ramazzotti, dopo la separazione con Michelle Hunziker, rispondendo a una fan quando gli ha detto che era un uomo da sposare. “Quero chegar aos 100 só para ‘sacanear’ a Previdência”. Lanfranco Vaselli, o chargista Lan, aos 81 anos, em palestra sobre História Política do Brasil em Juiz de Fora (MG). “A eutanásia é como o aborto planejado. Os parlamentares católicos devem defender a vida desde o seu início até seu fim natural e impedir que projetos de lei possam legalizar a eutanásia, como já ocorreu em outros países”. Il pensiero impertinente P ensavo di scrivere una cosa, invece me ne vuole imporre un`altra, il pensiero impertinente e screanzato. Mi arrendo o resisto e resisto? Ho letto da qualche parte che il pensiero è indipendente, autonomo e si produce da solo, cioè pensa quando gli pare e come gli pare. Avevo deciso di scrivere sul governo della Repubblica italiana, sulla florida situazione politica che ha trasformato il deserto italico in un lussureggiante giardino dove, tra fringuelli, allodole e cinciallegre, il popolo saltella felice. Poi, tra un urletto e l’altro, bagna le labbra e succhia il latte e il miele che, copiosi, sgorgano dai fusti e dai rigogliosi rami di querce centenarie dalle ghiande d’oro, e dai rami contorti di antichi ulivi. Ecco, volevo dire proprio questo, invece il maledetto si è messo a produrre fesserie per i cavoli suoi, lo giuro, contro la mia tenace volontà. Sono così stato costretto a pensare che a partire da oggi in Italia le tasse vecchie, e soprattutto quelle nuove di zecca, le pagheranno tutti, e meno male, che caspita, ci voleva proprio. Molti ricchi e pochi poveri, ma tutti pieni di felicità. O molti poveri e pochi ricchi, tanto fa lo stesso. Quello che importa è la grana che entrerà nella casse pubbliche da dove uscirà in fretta e furia per finanziare le grandi opere, le moderne infrastrutture, gli investimenti per frenare il mitico declino, migliorare la competività, rafforzare i servizi perché tutto diventi equo e solidale. Raffaele Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, sobre o pedido de Piero Welby, vítima de distrofia que solicitou o desligamento dos aparelhos que o mentem vivo. Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 20 e 24 de outubro. / Novembro 2006 A mostra da artista plástica Lucia Barata, radicada em Roma desde 1991, acontece na galeria de arte A Hebraica. Além das esculturas de prata e bronze já apresentadas em impor- A memória de Ulisses, de Marco Lucchesi. É uma coletânea de textos do escritor e colaborador de Comunità. Inclui o inédito Rachel Jardim: Anos 40, sobre a romancista e memorialista mineira. Dividido em cinco partes, o livro traz quase 50 dos melhores e mais interessantes textos de Lucchesi. Ele fala sobre Ibsen, Montaigne, Nietzsche e Gunther Grass. Revisita Descartes, analisa a poética de Quixote, disseca Schopenhauer e viaja para o universo de Goethe. Editora Civilização Brasileira, 350 págs., R$ 49,90. Gisele Guimarães de Oliveira, Funcionária Responsável da Biblioteca Copérnico Pinto Coelho Belo Horizonte - MG Não - 33.3% ComunitàItaliana Comer bem e com Saúde, de Andre Boccato. O autor, renomado chef, editor e diretor gastronômico, mostra-se preocupado com a alimentação voltada para o bem-estar e para a saúde. No livro, ele aborda a cozinha de qualidade, levando em consideração o equilíbrio dos prazeres da mesa com a boa forma e a saúde em receitas fáceis de preparar e com informações nutricionais. Editora Difusão Cultural do Livro, 433 págs., R$ 79,90. diretoria do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG) agradece à revista ComunitàItaliana. É um periódico de grande valia e que tem a mais atenta leitura dos nossos consulentes. Sim - 66.7% Exposição: “Mamas - Do traço à forma” tantes espaços expositivos dos EUA, Austrália, América do Sul e Europa, Lucia mostra pela primeira vez os desenhos que lhes deram origem. O evento é paralelo a 27° Bienal de Arte de São Paulo. Local: Galeria de Arte “A Hebraica”Rua Hungria, 1000 - Jd. Paulistano. Horário: das 12h às 15h. Até 29 de novembro. Informações na Central de Atendimento: (11) 3818-8888 / 8889. click do leitor A O Conselho de Ministros da Itália autorizou o uso medicinal da maconha. Você concorda com a medida? o evento apresenta 30 artistas. Local: Porão das Artes, Fundação Bienal de São Paulo Parque Ibirapuera. Horário: das 10 às 22h. De 8 a 30 de novembro. Entrada Franca. na estante cartas enquete Cerco di soffocarlo, ma il cervello se ne infischia dello sforzo e continua a sfornare corbellerie. Allora, la grana finanziaria arriverà velocemente anche all’estero e i parlamentari eletti hanno già pronti i forzieri per riceverla e per finanziare l’espansione della lingua e della cultura italica, per arricchire l’informazione, per migliorare l’assistenza sociale e sanitaria, per dare più opportunità ai giovani e agli “oriundi”, per, insomma, aprire rosei orizzonti alla nostra paziente collettività: magari linee orizzontali e trasversali tracciate con mano decisa sui pingui assegni sociali di solidarietà che finalmente voleranno da Roma a Rio, direttamente nelle mani tremanti degli italiani socialmente esclusi e svantaggiati, senza passare tra le dita adunche e ossute di burocrati occhiuti e ottusi. Ecco, la mente continua a pensare per i cavoli suoi e se non la fermo, mi metterò nei guai. In questi casi dicono che un bel mantra serve per neutralizzare i pensieri indesiderati e pericolosi per la mia salute fisica e mentale. Ma quale mantra scegliere, anche per non cadere in una cupa depressione? Come smettere di pensare? Come cacciare i pensieri politicamente malefici? Scelgo un mantra scemo? O uno ben serio? Potrei ripetere cento volte al giorno: Ci ho creduto, ci ho creduto, ci ho creduto.... Oppure: Guaranà, Guaranáà, Guaranà... O meglio ancora: Vedrai, vedrai, vedrai.... Ci penserò un po’ meglio, poi ne parleremo. Ao completar 30 anos no Brasil, a empresa italiana traz uma seleção nacional de arte contemporânea que abrange as mais diversas manifestações das artes plásticas e visuais. Com curadoria de Eduardo de Jesus, Maria Ivone dos Santos, Marcos Hill, Marisa Mokarzel, Jaréd Domício, Giselle Beiguelman e Stéphane Huchet, Arquivo pessoal frases E m 2005 estive na Itália e conheci Assisi, na Umbria. Foi uma experiência inesquecível. De todas as igrejas visitadas, a de Santa Maria degli Angeli me deixou um marco eterno. Elisa Isabel Machado — São Gonçalo, RJ Mande sua foto comentada para esta coluna pelo e-mail: [email protected] T S enho a satisfação de encaminhar este e-mail parabenizando mais uma vez essa conceituada revista ComunitáItaliana. Quero aproveitar para dizer que o sucesso da Edição 100ª se faz com a competência e a dedicação desses funcionários, superando a cada mês, obstáculos e somando muita luta e garra para que a revista possa chegar em nossa residência de forma brilhante. Sou assinante e com muito orgulho. Parabéns a todos os envolvidos nesse sucesso. ou estudante de italiano e acabei de me tornar assinante da revista. Desde o início, o que mais me interessou foi a língua italiana na revista, o seu conteúdo e diagramação. Acho importante termos um veículo como esse, que vai de encontro aos interesses não só dos oriundi e estudantes de italiano, mas também dos que, como eu, amam a itália e tudo que a cerca. Parabéns pelo número 100. A revista está simplesmente fantástica. Carlos Alberto Tavolaro, São Sebastião - SP Pedro Derbli, por e-mail Novembro 2006 / ComunitàItaliana articolo opinione rapporto Reprodução Europa-Africa Fenomeno recente: l’emigrazione clandestina di migliaia di disperati africani nell’Unione Europea L’ Franco Urani Africa mediterranea ha avuto storicamente con l’Europa – fin dai tempi dell’Impero Romano - relazioni complesse, spesso competitive, ma di possibile comprensione e collaborazione; fu sede di eccelse civiltà come l’antico Egitto, Cartagine e, più recentemente, le popolazioni islamiche che dal 1200 al 1500 avevano anche validamente occupato parte della penisola iberica. Con la cosiddetta Africa nera, di difficile accesso per foreste equatoriali e deserti, con organizzazioni prevalentemente tribali, culturalmente poco sviluppata, il rapporto dei bianchi con le popolazioni locali è stato invece generalmente improntato ad una convinzione di loro superiorità razziale e ad un presunto diritto di dominio sulle persone e sul loro territorio. 10 Il grande sfruttamento cominciò verso il 1600 con la tratta degli schiavi portati in massa dagli europei emigrati in America, una delle pagine più tragiche e penose della nostra storia, con un processo di emancipazione che neppure oggi si può considerare compiuto. Nel 1800 seguì, da parte delle maggiori potenze europee, il periodo coloniale basato sulla conquista militare e sfruttamento in loco di mano d’opera a bassissimo costo per la produzione di materie prime da industrializzarsi nei paesi padroni. Dal 1950, il colonialismo fu superato ed i paesi africani conquistarono una formale indipendenza alla quale non erano preparati, per mancanza di infrastrutture, scuole, risorse finanziarie, mentalità solidaria nazionale, profondi dissidi interni, esplosione demografica, carestie ricorrenti, ComunitàItaliana / costa, a quanto si dice, mediamente in dollari 2.000 per persona, importo questo che dovrà venire pagato dal cliente all’onnipresente organizzazione mafiosa con il lavoro, costituito all’inizio da raccolti agricoli manuali, sfruttamento di piccole miniere, prostituzione per le giovani donne, traffico di droga per i minorenni e commercio ambulante o umili servizi nel migliore dei casi. L’atteggiamento europeo è difficile da intendere, in quanto l’accoglienza è umana in speciali campi di raccolta; poi – nonostante molte idee o leggi poco applicate – nulla in concreto si fa per far ritornare gli emigranti o per cercare di integrarli nel contesto sociale. Dopo qualche giorno di riposo, essi lasciano i campi di raccolta e – probabilmente guidati dall’organizzazione mafiosa – si spostano in treno per raggiungere le località stabilite nell’Unione Europea. Il fenomeno, prima marginale, è ormai diventato talmente vasto che finalmente pare si stia internazionalmente pensando di creare, con le dovute garanzie, iniziative e posti di lavoro nei paesi di provenienza, operazione questa di enorme complessità anche per la generale mancanza di validi interlocutori governativi. Il problema è soprattutto europeo, in quanto l’America è separata dall’Oceano Atlantico, “Il colonialismo fu superato ed i paesi africani conquistarono una formale indipendenza alla quale non erano preparati” noti che la grande maggioranza non sa nuotare). Le destinazioni devono essere le più vicine possibili, e cioè l’isoletta di Lampedusa in Italia, talvolta qualche spiaggia siciliana, le isole Canarie e le coste sud per la Spagna. Evidentemente, i naufragi sono frequenti e talvolta – per sfuggire ai controlli della Guardia costiera – i traghettatori abbandonano imbarcazione e passeggeri prima dell’arrivo. Un’operazione di trasferimento come sopra indicata Novembro 2006 l’Asia pare poco appetibile per poveri immigranti e molte sono le ONGs europee interessate ad operare seriamente nell’Africa povera e ad unire gli sforzi sulla base di programmi concreti e controllabili. Dopo secoli e secoli di sfruttamento integrale, forse ci stiamo avvicinando – per le attuali difficoltà – al tempo di ripagare con lavoro, risorse, umiltà, competenza e senso di solidarietà, un debito enorme materiale e morale, nel nostro stesso interesse. Qui Roma Ezio Maranesi leggerezza quando traggo le mie conclusioni: per me è chiaro che la relazione esiste. Resta semmai da capire quale è la causa e qual è l’effetto. Il teorema è intrigante, ma rischia di diventare antipatico se ci si ferma a indagare la distribuzione territoriale della nostra ignoranza cibernetica. Oppure se si cerca di capirne le radici. Ma il problema è troppo serio l’articolo, 59 italiani su 100 non sanno come comportarsi di fronte a un computer, contro i 37 su 100 della media europea. Solo la Grecia avrebbe un tasso di analfabetismo informatico superiore al nostro. Ciò significa che nelle altre 23 nazioni europee la popolazione ha conoscenze informatiche di gran lunga migliori. Il nostro “analfabetismo” non è ristretto ai vecchietti; anche i giovani italiani sono molto indietro rispetto ai colleghi europei. Sempre in questi ultimi giorni i media ci hanno dato altre notizie poco lusinghiere. Per esempio: l’Italia cresce ad un tasso di sviluppo inferiore a quello della maggior parte dei Paesi europei. Oppure: il numero dei poveri, in Italia, è cresciuto di un milione di persone negli ultimi tempi. E ancora, dal Corriere del 28 settembre: nel ranking della competitività, “il nostro Paese passa dal 38/mo al 42/mo posto, appena davanti a Kuwait, India e Sud Africa”. Mi chiedo se c’è relazione tra queste tre notizie e la nostra ignoranza informatica. Forse pecco di presunzione e di e la sua analisi ha bisogno di conoscenze sociologiche e strumenti di analisi di cui non dispongo. Limitiamoci a qualche benevolo e scherzoso (ma non tanto) flash, sempre facendo ricorso alle notizie che ci pervengono dall’Italia attraverso i media. Secondo il Corriere del 19 settembre, il 43% dei cittadini del Belpaese usa i videogiochi. Il commento dice: “non siamo più dei navigatori (almeno in internet) ma siamo sempre dei sognatori”. Sarebbe profondamente ingiusto se arrivassimo alla conclusione che quel 40% (o poco più) di praticanti della informatica usasse il computer solo per “giocare”. Ma perché tanti italiani amano i videogiochi? Cosa li spinge a giocherellare? Anche questa sarebbe materia di indagine sociologica interessantissima. Forse l’interesse degli italiani si sta spostando dalla televisione ad altri divertimenti meno passivi e piú stimolanti. Oppure, secondo una interpretazione ottimistica, fuggono tediati dalla sciatteria di certi programmi televisivi. Vedasi infatti, a proposito di TV, un Un flash facendo ricorso alle notizie che pervengono dall’Italia attraverso i media Reprodução Il difficile impossibilità di costituire governi stabili anche per la dilagante corruzione, infiltrazioni comuniste fino ad un 20 anni fa ed ora affermazione crescente del fondamentalismo islamico. Il fenomeno recente che stiamo vivendo in Europa e sul quale intendo brevemente soffermarmi è l’emigrazione clandestina di centinaia di migliaia di disperati dall’Africa centromeridionale nell’Unione Europea per qui cercare migliori condizioni di vita. Per consentire questa complessa operazione si è costituita un’organizzazione mafiosa che recluta i candidati emigranti, spesso di classe sociale non infima ed alfabetizzati, che si occupa del trasferimento via terra per migliaia di chilometri e su scassati autocarri (tipo i nostri paus de arara del Nord-Est) stipati all’inverosimile, fino alla costa dell’Africa mediterranea, specie Libia, Tunisia, Algeria e Marocco, che nulla fanno per impedire il passaggio sul loro territorio (sia per difficoltà e forse anche per convenienza) o per trattenerli. Sulla costa, i poveri ed esausti emigranti cambiano il camion con mezzi di navigazione in rottamazione, quali pescherecci in disuso, barconi, gommoni, con vecchi e inaffidabili motori, sempre caricati all’inverosimile, senza alcuna norma di sicurezza (e si L a gioia e la commozione esplosero quando la TV mostrò che, sul calcio di rigore decisivo, la palla era entrata nella rete francese. Campioni del mondo. Quando mostrò Bettini il ciclista, campione del mondo. Quando mostra la Ferrari, Valentino Rossi... campioni del mondo. Gonfiamo le penne e facciamo la ruota, come i pavoni e i tacchini. Piangiamo di orgoglio: sono italiani, come me. Vengono da un paesello vicino al mio; siamo quasi parenti. Hanno sangue italiano nelle vene, come me. Non c’è nulla di razionale in questo meraviglioso sentimento; forse un desiderio inconscio di identificarci con i nostri eroi, di trasferire in noi la loro capacità di fare prodezze. Non importa; godiamoci i momenti indimenticabili che questi bravi italiani ci hanno regalato. Ma non sempre è festa. Il 30 agosto, per esempio, leggi il Corriere della Sera. Titolo: “Il nostro Paese è al penultimo posto in Europa per alfabetizzazione informatica. Ed è l’ultimo per l’utilizzo di internet.” Secondo Novembro 2006 / titolo del Corriere del 31 agosto: “L’isola (dei famosi) al via senza nomi famosi”. Mamma RAI, per favore, basta con queste fesserie. Altre “perle” televisive: le interminabili serate in cui le candidate a miss Italia ci hanno elettrizzato raccontandoci i dettagli delle loro giovani vite e ci hanno deliziato con le loro penose performances di danza, canto e dizione; le decine di trasmissioni sui premi letterari di Casalpusterlengo o di Pizzighettone, con l’immancabile partecipazione del sindaco, ruspante ma orgoglioso nella sua fascia tricolore; il giochino monotono di Pupo, al quale recentemente se ne é aggiunto un altro, altrettanto penoso, il Grande Fratello, e cosí via. Noi, italiani d’America, potremmo anche sorridere ironici pensando alle tristi serate davanti alla TV dei nostri fratelli d’Italia. Il problema è che la RAI, sadica, non ha voluto privarci di questo calice amaro. Fortunatamente abbiamo i canali che offrono film in inglese, che magari abbiamo già visto tre volte ma sono sempre meglio che lo starnazzare di Pupo. I media esistono per informare, ma anche per divertire ed educare. I nostri media ci danno le notizie buone e quelle cattive, come è loro dovere, ma ci inondano anche di veline semianalfabete, di “famosi” patetici e di sciocchezze tremende. Dicono che danno ciò che la gente vuole. Sarà vero che la gente vuole veramente queste cose? Se è cosí dobbiamo tristemente prenderne atto e sperare in tempi migliori. Il quadro del nostro popolo che i media ci stanno dando, per le notizie che ci trasmettono e per il livello di certi messaggi, è deludente. Il nostro Paese, senza dubbio, ha seri problemi. Ha un debito pubblico enorme che condiziona il nostro sviluppo e la volontà dei vari governi. Ha gravi squilibri territoriali ecc... L’elenco è lunghissimo. Ma ha anche sempre avuto una grande ricchezza: la sua gente. La gente modesta e laboriosa che ha costruito l’Italia sulle rovine della seconda guerra, portandola ad essere in pochi decenni la quinta potenza economica mondiale. La gente che ha superato vittoriosa gli anni “di piombo” agli inizi della decade del ’70. Dove è finita la nostra voglia di vincere? ComunitàItaliana 11 A morte de Ivan Ilitch, U de Tolstói ma cena inesquecível, a do Cavaleiro Blok, jogando xadrez com a própria morte. Bergman usa imagens dos cemitérios da Idade Média: o Triunfo da morte, terrível, universal, niveladora, indiferente a monarcas e camponeses, santos e assassinos. As famosas e terríveis danças macabras. E, por outro lado, essa tremenda força da morte, que transforma a vida numa biografia. Talvez o que se discuta seja uma arte de morrer. Como na obra de Tolstoi ou de Machado. A morte que pode ser iluminadora. Que pode reescrever uma vida. Mesmo no instante final. Esses laços que integram a vida e a morte. Uma arte de morrer importa uma arte de viver. Um projeto existencial. O triunfo da morte não sendo maior que o triunfo de uma ética possível e necessária. Podemos tentar sempre uma forma nova de iludir a indesejada no tabuleiro de xadrez. Platão, desde o Fédon, ensina que a filosofia é um aprendizado para a morte. A morte dos sentidos. E para a descoberta de uma segunda navegação, libertadora, como quem ultrapassa a dimensão da sombra e da caverna. Jankelevitch escreve um livro memorável sobre a morte como que para reafirmar o silêncio que se lhe deve atribuir. Como se fora uma dança sobre a impossibilidade de dançar. Pois é certo que quando a morte chegar já não estaremos. E enquanto estivermos, ela não há de chegar. Um desencontro radical. E a filosofia respondeu de muitas maneiras. A morte como porta e janela da transcendência. A morte como o volta à fonte primordial de todas as coisas. A morte como fim. Desespero. Esperança. Um problema adiado... Para alguns existencialistas, a saída possível. O salto para além do absurdo. A cerimônia de um adeus corajoso. O sangue correndo nas veias do tempo... 12 ComunitàItaliana / A arte é uma espécie de bel-canto para espantar a escuridão absoluta. Um triunfo aparente sobre o nada. A arte e a morte guardam um largo parentesco. Desde Homero e Dante. A forma de estabelecer uma vida eterna como autor e personagem. Machado e Dom Casmurro. Cervantes e Dom Quixote. Drummond e José. Adiar ao máximo o xeque-mate. Como demonstraram diversos estudiosos, a morte em nosso tempo é como se fosse um delito, a ser escondido, um estorvo a ser evitado. Um problema de hardware. De disco rígido. Vemos isso em Tolstoi, no terrível A morte de Ivan Ilitch. O que se mostra mais e mais inaceitável. Se desejarmos uma cultura para a vida, precisamos incluir uma arte de morrer, coletiva e pessoal, como a culminância de um processo. A juventude eterna, afinal, não representa o melhor lance diante da Indesejada. O desafio é integrar em nosso horizonte uma compreensão mais generosa com a morte e com as formas de aderir às formas luminosas de estarmos vivos. Novembro 2006 il lettore racconta seus Para encontrar loísa leitora He a , s e t n e r pa se dirige Maria Santana O resultado: à internet. tro cível encon um inesque ena res na pequ ia il m fa m o c anza, na cidade de S e Salerno. província d Fotos: Arquivo pessoal marco lucchesi / articolo epórter Depoimento à r unale Rosangela Com Da esquerda para direita: os primos Aurelio, Gelsomina, Gianfranco e a nova integrante da família, Heloísa, durante recepção feita em sua homenagem A prendi a amar os meus antepassados ainda menina, ouvindo minha mãe falar sobre eles nas suas longas noites de serão costurando vestidinhos para mim. Também convivi com a minha avó italiana até 10 anos de idade. Falava muito mal o português, entremeando nas frases palavras do seu dialeto napolitano. Emigrou em 1896 com o marido e dois filhos. Os outros quatro, [inclusive a minha mãe], nasceram aqui no Brasil, em Bagé, no Rio Grande do Sul. O fato é que sempre desejei fazer uma homenagem aos meus antepassados italianos. A impulsionar-me somente a tradição oral do que ouvira de minha mãe e uma atração, um amor muito louco pela Itália. E assim, esvaía-se no tempo o meu antigo desejo, mesmo porque havia outras prioridades, ou seja; trabalho, marido e filhos. Um dia, comecei a pesquisar na Internet. Google. Achei Sanza, a terra da minha avó. É um dos pequenos c“ omuni” entre os 158 que fazem parte da Província de Salerno. Também achei Castel San Giorgio, terra do meu avô, igualmente na Província de Salerno. Continuando a pesquisar, consegui entrar na lista de endereços e telefones de Sanza e de Castel San Giorgio! Agora não dava mais para parar. Resolvi mandar uma carta para cada assinante “Bianculli” de Sanza, e para cada assinante “Citro” de Castel San Giorgio. Corri atrás de um tradutor, e coloquei no correio 31 cartas! Dizia-lhes entre outras coisas que, em setembro, iria à Itália, pretendia conhecer a terra dos meus antepassados e, se possível, encontrar-me com eles, pois possivelmente seríamos parentes, ainda que em grau afastado. Estas cartas foram enviadas no dia 07 de julho de 2005. Por dois meses, ninguém se deu ao trabalho de responder a minha carta. Fiquei literalmente desolada. Em setembro, no dia 11, recebi a primeira carta em resposta. Vinha de Sanza, e trazia uma mensagem muitíssimo afetuosa. O remetente: Aurélio Bianculli. Dizia que me esperava e que teria muito prazer em conhecer uma descendente Bianculli do Brasil. Pedia que informasse o dia da minha chegada e justificava o atraso em responder por estar passando as férias de verão a“ l mare” e, só na volta a casa, ter encontrado a minha carta. Fiquei radiante! Como devíamos viajar alguns dias depois, preferi responder-lhe por telefone, quando chegasse a Roma. Passei a dormir e a acordar pensando nisso, impulsionada por uma c “ uriosidade amorosa” que me possuía todinha. Ia conhecer a terra dos meus antepassados! Finalmente! Encurtando: coloquei numa pastinha as fotos antigas dos avós, bisavós, outros parentes e a lista dos endereços e telefones de Sanza e Castel San Giorgio. Lá fui eu. Chegando lá, poucos dias depois, telefonei para o Aurélio dizendo que chegava a Sapri . De lá, tomaria um táxi para Sanza. Respondeu que não. Segundo ele, faziam [ele e a mulher] questão de nos buscar em Sapri e levar para Sanza de carro. Assim, no dia 08 de outubro chegamos. E lá estava o casal Bianculli à nossa espera! Que alegria! E quando eu me “enrolava” ao falar, todos se esforçavam ao máximo para me aju- Novembro 2006 dar e a coisa saía. Sapri é uma linda cidadezinha à margem do Mar Tirreno, que dista de Sanza 40 km. Fomos passeando. Eles paravam na outras cidadezinhas por onde passávamos, enfim, foi agradabilíssimo. Enfim no meio do campo, resolvi perguntar: “Dove è Sanza?” O Aurélio apontou para uma colina adiante, de onde surgia a cidade, e disse: Lá “ está Sanza!” Quando olhei, a emoção foi tanta, tanta, que comecei a chorar. As lágrimas caíam aos borbotões e eu não conseguia contê-las. Não tinha lenço. Fiquei com o rosto todo molhado. O Aurélio me abraçou e me dava pancadinhas nas costas, sem falar nada. Ninguém falava nada. Eu também não conseguia dar uma palavra. Eu tinha a sensação [que coisa mais esquisita] que todos os meus antepassados estavam ali para me receber! Bem, o fato é que o Aurélio abriume as “portas” de Sanza. Apresentoume ao “sindaco”, que me permitiu o acesso aos livros de registro do comune. E, no mesmo dia de nossa chegada, à noite, reuniu e levou ao restaurante do Hotel, todos os Bianculli de Sanza para nos conhecer! Comemos pizza e bebemos do bom vinho italiano. Foi uma festa muito alegre! E o mais importante de tudo: consegui, pesquisando no Servizio “ di Anagrafe del Comune di Sanza”, fazer um levantamento de todos os meus antepassados até a quinta geração. Deus seja louvado. Rio de Janeiro, Heloísa Maria Santana, 66 anos Mande sua história com material fotográfico para: [email protected] / ComunitàItaliana 13 entrevista Simplesmente Costanza Costanza Pascolato é a elegância em pessoa. Aos 67 anos, a italiana que chegou ao Brasil aos cinco, tornou-se empreendedora e alavancou a marca da famosa tecelagem Santa Constancia, fábrica idealizada pelos seus pais, em São Paulo. Oriunda de Siena, na Toscana, a empresária deixou sua terra natal fugindo da Segunda Guerra Mundial. Sua trajetória profissional teve início nos anos 70 e, até hoje, a consultora é um ícone referencial no mundo da moda. Tanto que depois de escrever dois livros, agora ela é tema de uma obra, a ser lançada neste mês, escrita pelo publicitário Dráuzio Gragnani, contando sobre sua representatividade na moda brasileira. Com muita desenvoltura e, acima de tudo, simplicidade ao se expressar, Costanza se considera uma pessoa muito tímida [apesar de não aparentar] e fala sobre sua vida profissional e pessoal à ComunitàItaliana. C Nayra Garofle omunitàItaliana — Sua trajetória começou por intermédio de seus pais que fundaram a fábrica de tecidos Santa Constancia. Como define, hoje, a sua carreira? Costanza Pascolato — Mamãe dizia que eu sempre gostei de moda, desde criancinha. Isso tudo foi uma grande aventura, porém, tive a sorte e o privilégio de ter nascido numa família empreendedora. Tive a sorte, também, de ter começado nos anos 70 com toda a estrutura que eu tinha. Tudo aconteceu na hora e no lugar certos, mas eu trabalhei feito louca. Aliás, com o tempo, o trabalho tem aumentado cada vez mais. Mas eu amo o que faço. CI — Apesar de ter vindo para o Brasil com apenas cinco anos de idade e ser, praticamente, uma brasileira, a senhora fez várias especializações na sua área no exterior. Há uma carência de bons cursos por aqui? Costanza Pascolato — Antigamente sim, hoje não. Há oito, nove anos surgiram faculdades por aqui e vários cursos também com ótimos profissionais. Mas uma coisa é certa: é preciso se especializar sim e quem tiver a oportunidade de ir lá pra fora tem que aproveitar. É uma questão de elite também. A respeito de dar aulas em cursos, não me sinto à vontade. Tenho experiência de vida, mas acho que é preciso mais para isso. CI — A Itália é um dos berços internacionais do mundo fashion. O Brasil acompanha tendências e 14 ComunitàItaliana / Novembro 2006 lança outras tantas. Qual a diferença entre os dois países quando o assunto é moda? Costanza Pascolato — A Itália tem uma história interessante porque sempre esteve envolvida com a arte. Nenhuma nação ocidental, depois dos romanos e gregos, tem um acervo tão importante como a Itália, que continua sendo o lugar onde se produz a maior moda pronta do mundo. Já o Brasil, na verdade, tem pouco tempo nessa área. O grande “lance” da moda brasileira começou há uns quinze anos e quando o Paulo Borges [criador do São Paulo Fashion Week] tomou a frente das passarelas. Nós tivemos uma mudança radical em termos de profissionalização. O que eu quero dizer é que a nossa moda tem uma cara independente do que acontece lá fora. CI — Quando falamos em moda, as pessoas logo pensam em roupas caras. É possível estar bem vestido e na moda usando coisas baratas? Costanza Pascolato — Esta é uma época ideal. Hoje você encontra moda nos grandes magazines, ou seja, a moda se democratizou. Você só precisa saber combinar as peças. Antigamente, quem acompanhava a moda era considerado como revolucionário e isso já não acontece hoje em dia. Essa democratização da moda está acontecendo no mundo inteiro e é possível se vestir bem com coisas bem acessíveis. É o que chamam de high-low. CI — O que se vê na Itália é diferente do que se vê no Brasil. Mas podemos considerar que as italianas estão cada vez mais importando nossas idéias? Costanza Pascolato — Elas já ouviram muito da moda brasileira porque o Brasil já teve uma divulgação muito importante lá fora. Normalmente, o que faz sucesso lá está sempre ligado às férias e ao verão porque a nossa moda é como um referencial de lazer para elas. Hoje, para fazer sucesso em moda deve haver o corporativismo. É preciso ter dinheiro para se promover e investir. Há muitas empresas de moda barata mas que são poderosíssimas e ditam a moda. CI — Como funciona a Santa Constancia em termos de relação com os clientes? Costanza Pascolato — Temos em média cerca de oito mil clientes. Claro que nem todos são ativos, alguns vão e voltam. Nossa prioridade é o mercado brasileiro e nossos clientes são do pequeno ao grande porte. O que interessa mesmo é priorizar o cliente e não escolher para quem vamos vender. CI — Como surgiu a parceria Santa Constancia – Lycra? Costanza Pascolato — Somos parceiros desde os anos 70. Eles têm o elastano de melhor qualidade do mundo. Até mesmo quando outras empresas arriscaram em outros elastanos, nós continuamos fiéis à marca. E, com isso, resolvemos criar uma etiqueta de Denominação de Origem Controlada [D.O.C], ou seja, para controlar a qualidade de nossos produtos. E o mais curioso também é que somos a única empresa intermediária cujos clientes exigem nossa etiqueta junto à roupa. Isso é muito bom. CI — Quais são as tendências para esta estação? Costanza Pascolato — Cores claras e menos exuberantes. Depois do vestidão do verão passado, agora as túnicas com legging estão em alta. Os tecidos estão menos bordados e mais drapeados. Os decotes estão mais discretos. Os vestidos também estão em alta mas eu confesso que adoro os shorts. CI — Quanto à sua vida pessoal, como a senhora consegue dar conta de todos os compromissos fazendo parte da Academia Brasileira de Moda, sendo consultora para a H.Stern, escrevendo para a Vogue e ainda cuidar da Santa Constancia? Costanza Pascolato — Minha prioridade sempre foi a fábrica. Meu dia começa às 6h30, faço pilates, meditação e, às 10h30, chego na Santa Constancia. Fico o dia todo em Guarulhos! Viajo muito, pelo menos umas cinco vezes por ano. Eu tenho uma vida muito agitada mas gosto de me cuidar e tudo é feito com muita disciplina. Tenho uma filha que mora em Florença e ela nos representa lá passando todas as informações novas do mundo da moda no exterior. CI — A senhora já escreveu dois livros “O essencial: o que você precisa para saber viver com mais estilo” e “Como ser uma modelo de sucesso”. O publicitário Dráuzio Gragnani preparou uma obra com previsão de lançamento para este mês. O tema é a sua trajetória profissional. Qual a sua opinião sobre o livro? Costanza Pascolato — É chato dar uma opinião sobre isso porque fico sem graça. Pode não parecer, mas sou muito tímida. A verdade é que eu preciso aceitar que eu tenho uma trajetória sim e, que, de repente, ela pode interessar a muita gente. Mas confesso que, pra mim, não melhora nem um pouco o meu ego. “A Itália continua sendo o lugar onde se produz a maior moda pronta do mundo” CI — A senhora já foi casada três vezes. Hoje prefere ficar sozinha? Costanza Pascolato — Foi uma decisão minha mesmo. Tive casamentos interessantes. Com meu último marido [o produtor Nelson Motta], por exemplo, chegou uma hora que ele estava lá, eu estava aqui e vice-versa. Tem um momento em que ou você cuida da pessoa ou cuida de você. Eu segui a segunda opção. Na verdade, nesta idade, ou você arruma alguém muito jovem, o que acho muito ruim, ou arruma alguém que precise de cuidados. Estou bem, magrinha, cuidando de mim. Gosto do que faço, amo meu trabalho, curto meus netos e minha família. É o que quero. Novembro 2006 / ComunitàItaliana 15 politica Approvata la nuova Finanziaria que punti del cuneo fiscale, che è la differenza tra costo del lavoro e retribuzione netta, valore costituito da imposte e contributi previdenziali, assicurativi e assistenziali. Per ottenere la riduzione si è agito sul fisco e, per quel che riguarda i lavoratori, anche sugli assegni. Per questo provvedimento sono stati destinati nove miliardi di euro, dei quali 3,8 sono per i lavoratori e il restante alle imprese. Per quanto riguarda le misure fiscali e il cosiddetto effetto redistributivo, ci sono guadagni o perdite in base allo stipendio di ogni lavoratore. Prendendo come esempio una famiglia tipo, composta da un lavoratore dipendente, con moglie e due figli a carico e che riceve 1.468 euro netti al mese, guadagnerà 61 euro netti al mese. Se lo stipendio netto mensile arriva invece a 4.133 euro si perderanno 66 euro ogni mese. L’intenzione del governo è di dare un sollievo alle classi di reddito più basse a svantaggio di chi sta meglio. I tecnici che si sono occupati della formulazione della nuova Finanziaria hanno distribuito le classi nel seguente modo: Tra le novità, aiuto alle famiglie numerose, tagli alle spese pubbliche e controllo afferrato contro l’evasione fiscale Ana Paula Torres ante sono state le polemiche che hanno circondato la nuova Finanziaria nelle ultime settimane. Ma ormai è fatta e il testo della manovra, lungo 253 pagine, riporta innumerevoli novità che, da adesso in poi, influenzeranno la vita di ogni singolo cittadino italiano. Tagli alle spese pubbliche, controllo più afferrato per evitare l’evasione fiscale, imposta più elevata a chi guadagna uno stipendio più alto, ecco alcune delle novità del decreto legge. Novità anche nel mondo delle auto con l’esenzione, per due anni, dal pagamento del bollo per le nuove macchine Euro 4 e Euro 5. In caso di auto con cilindrate inferiori a 1.300, l’esenzione si estende a tre anni. In arrivo cambiamenti anche per i trasporti, con il potenziamento dei servizi di trasporto pubblico locale. La spesa autorizzata è di 300 milioni di euro per il triennio 2007-2009 e interesserà l’acquisto di treni per il trasporto regionale e per le metropolitane, tram e filobus, e autobus ad alimentazione non convenzionale. Ci saranno nuovi fondi anche per l’aggiornamento dei piani della sicurezza stradale, nella misura di 60 milioni di euro all’anno a partire dal 2007, per tre anni. Per la sicurezza delle ferrovie, invece, dieci milioni l’anno per tre anni, il 2007 il 2008 e il 2009. 16 La scuola subirà dei tagli nel totale di 448,20 milioni di euro per il 2007, 1,3 milioni per il 2008 e 1,4 milioni nel 2009. Di positivo c’è che nel triennio 2007-2009, verranno assunti a tempo indeterminato 150 mila docenti, e 20 mila tra bidelli e amministrativi. Inoltre, saranno resi disponibili 30 milioni per dotare le classi di personal computer e programmi di formazione per personale degli asili nido, e per i docenti allo scopo di intensificare l’insegnamento dell’inglese anche nella scuola materna. Inoltre, sarà autorizzata una spesa di 50 milioni per il 2007 e 100 milioni per ciascuno degli anni 2008 e 2009. L’obbligo scolastico verrà elevato a 16 anni con l’istituzione di un biennio unitario e il conseguente innalzamento dell’età per l’accesso al lavoro dai 15 ai 16 anni. Gli studenti universitari potranno detrarre dalle tasse le spese di locazione per un massimo di 2.633, se affitteranno una casa almeno 100 chilometri lontana dal Comune di origine, per frequentare l’università in un’altra città. Chi ha intenzione di ristrutturare la casa avrà la possibilità di detrarre il 36% delle spese sostenute, nei limiti di 48 mila euro per unità immobiliare. Gli sconti fiscali sono maggiori per gli interventi finalizzati al risparmio energetico. In particolare, la de- ComunitàItaliana / Divulgação T Corrispondente • Roma trazione è del 55% sulle spese di installazione di impianti di climatizzazione invernale che riducono del 20% il fabbisogno di energia. È già entrata in vigore la nuova tassazione per il passaggio di beni con donazioni a titolo gratuito o per successione. Aumentano le imposte ipotecarie, catastali e di registro. Non viene reintrodotta la tassa di successione, ma delle franchigie per gli immobili trasferiti tra parenti. Per quanto riguarda gli stipendi, 800 milioni di euro saranno destinati nel 2007 al rinnovo del contratto del pubblico impiego, e 2,1 miliardi nel 2008. Mentre per i ministri e sottosegretari ci sarà una riduzione del 30% nei Novembro 2006 loro stipendi, a partire del prossimo anno. Previsti 300 milioni di euro per finanziare le misure di stabilizzazione dei rapporti di lavoro, in risposta al fenomeno del lavoro precario. L’iniziativa prevede anche il versamento agevolato dei contributi da parte del datore di lavoro, mentre nessun pagamento va richiesto al dipendente. Per le imprese che investono in ricerca, la Finanziaria prevede un credito di imposta nella misura del 10% dei costi sostenuti per attività di ricerca industriale e di sviluppo pre competitivo. La misura sale al 15% qualora i costi di ricerca e sviluppo siano riferiti a contratti stipulati con univer- sità ed enti pubblici di ricerca. Il tetto dei costi è fissato in 15 milioni di euro. Inoltre è previsto un piano straordinario di assunzione di ricercatori, mediante l’attribuzione dell’idoneità scientifica nazionale. Gli stanziamenti sono di 20 milioni per il 2007, 40 milioni per il 2008, e 80 milioni a decorrere dall’anno 2009. Con la nuova Finanziaria arriva una consistente riduzione dell’Irap [Imposta sul reddito delle attività produttive] per le imprese e un aumento medio del 2% in busta paga per i lavoratori dipendenti, derivante da una combinazione della rimodulazione dell’Irpef e degli assegni familiari. Si tratta della riduzione di cin- “Per quanto riguarda le misure fiscali e il cosiddetto effetto redistributivo, ci sono guadagni o perdite in base allo stipendio di ogni lavoratore” controlli sugli oneri detraibili, gli enti e casse aventi esclusivamente fine assistenziale dovranno comunicare in via telematica all’Anagrafe tributaria gli elenchi dei soggetti ai quali sono state rimborsate spese sanitarie. Grande l’attenzione anche alle spese a favore dell’ambiente. Si potrà detrarre il 20% del costo sostenuto per cambiare un vecchio frigorifero o congelatore fino a un massimo di 200 euro. Reddito Stipendio Beneficio Aggravio annuo lordo netto mensile netto al mese netto al mese 21.500 euro 1.468 euro 61 euro -------- 25.000 euro 1.651 euro 52 euro -------- 28.000 euro 1.807 euro 43 euro -------- 50.000 euro 2.829 euro -------- 30 euro 80.000 euro 4.133 euro -------- 66 euro 200.000 euro 9.432 euro -------- 137 euro Un’altra novità riguarda il condominio, che opererà all’atto del pagamento una ritenuta del 10% a titolo di acconto dell’imposta sul reddito, sui corrispettivi dovuti per prestazioni relative a contratti di appalto di opere o servizi, anche se rese a terzi o nell’interesse di terzi. Per evitare l’evasione fiscale, nella dichiarazione dei redditi si deve indicare il codice fiscale del coniuge che riceve gli assegni in caso di separazione. Da inserire anche i dati Ici che serviranno ad incrociare i dati fiscali relativi agli immobili, in modo da ridurre l’area della possibile evasione sull’Ici. Riguardo invece le spese mediche rimborsate, ai fini dei Ma il nuovo dovrà essere in regola con le norme comunitarie. Per le caldaie nuove (nei condomini e aziende) il bonus può arrivare fino a 100 mila euro da spalmare in tre anni, che scende a 60 mila per interventi su pareti e infissi. Stesse agevolazioni per chi acquista pannelli solari. Ci sarà anche un bonus da 200 euro per sostituire il frigorifero o la caldaia e un altro per installare i pannelli solari, mentre fino a 210 euro si potranno detrarre le spese per lo sport dei figli. Ci sarà la possibilità di risparmiare fino a 45 mila euro di reddito se si è lavoratore dipendente con coniuge e un figlio a carico. Per un dipendente single, invece, la Novembro 2006 / soglia si ferma a 38 mila euro e sale a 40 mila se solo il coniuge è a carico. Viene garantita l’erogazione degli assegni al nucleo familiare già dal primo gennaio del prossimo anno. E per le famiglie con più di tre figli vengono poi innalzate le soglie di reddito fino alle quali si usufruisce dell’assegno. Novità in arrivo anche per i single con figli, che avranno lo stesso trattamento fiscale delle famiglie con entrambi i genitori, nel caso di uno o due figli. Nel caso di tre figli e oltre ci sarà un assegno aggiuntivo. La Finanziaria offre ai Comuni la possibilità di aumentare la quota dell’addizionale Irpef (Imposta sul reddito delle persone fisiche), dall’attuale tetto dello 0,5% allo 0,8%. Tra le novità, anche l’istituzione della tassa di soggiorno a decorrere dal primo gennaio 2007. Il contributo, che non può superare i 5 euro a notte, è dovuto dai soggetti non residenti che prendono alloggio, in via temporanea, in strutture alberghiere, campeggi, villaggi turistici, alloggi agrituristici. Con la manovra sono stati stanziati per il progetto “Roma capitale” 150 milioni di euro per ciascuno degli anni 2007, 2008 e 2009. Autorizzata anche la spesa di 20 milioni di euro per ciascuno degli anni appena citati, per la realizzazione del nuovo palazzo dei Congressi al quartiere Eur e di 42,5 milioni di euro per ciascuno degli anni 2007 e 2008 per la realizzazione della città dello sport a Tor Vergata. Per la salvaguardia di Venezia, invece, è autorizzata la spesa di 15 milioni di euro per ciascuno degli anni 2007, 2008 e 2009. All’Istituto nazionale per la promozione della salute delle popolazioni migranti andranno 25 milioni di euro per contrastare le malattie della povertà. Mentre un totale di 3 miliardi di euro andranno alle missioni internazionali di pace. Per contrastare gli episodi di violenza contro le donne, il governo ha deciso di istituire presso la presidenza del Consiglio un Osservatorio specifico al quale andranno 3 milioni di euro l’anno. Nel triennio 2007-2009, un totale di 9 milioni di euro saranno destinati alla demolizione di opere abusive che si trovano nelle aree naturali di protezione nazionale. ComunitàItaliana 17 Fotos: Roberth Trindade economia Itália à vista Presença Italiana em Feira de Turismo no Rio divulga novas rotas E scolher um destino inesquecível, aprender sobre história, arte, cultura, costumes, ou simplesmente reunir um grupo de amigos para aproveitar belas praias e hotéis. Experimentar uma culinária diferente e sair da rotina com atividades impensáveis de se praticar no dia-a-dia. Tudo isso faz parte da viagem dos sonhos de qualquer pessoa, mas como pesquisar preços, saber que empresas oferecem as melhores opções de pagamento e manter-se informado das principais rotas e atrações turísticas do Brasil e do mundo? O 34° Congresso Brasileiro de Agências de Viagens e Feira das Américas – ABAV 2006 tentou fazer sua parte e, de 26 a 28 de outubro, reuniu no Riocentro, no Rio de Janeiro, as melhores empresas do ramo para de modo 18 convidativo mostrar ao público seus planos para o segmento turístico em 2006/2007. Este ano, a organização do evento prestou uma homenagem ao centenário do vôo de Alberto Santos Dumont que, a bordo do 14 Bis, percorreu durante 30 minutos, a seis metros de altura, uma distância de 220 metros. Enquanto isso, italianos e oriundi que vivem no Rio de Janeiro comemoravam a implantação de um vôo semanal de escala Rio-Milão. A ligação direta será feita pela BRA Transportes Aéreos através de um fretamento. O contrato é válido até o dia 12 de abril, mas pode ser prorrogado. O Rio não tinha vôos para a Itália desde outubro de 2001, quando a Alitalia, a empresa aérea do país, cancelou a oferta de vôos com destino a Milão e Ro- ComunitàItaliana / ma. Há três meses como novo diretor da Alitalia para o Brasil, Alessandro Amadeo conferiu o atendimento e a estrutura apresentada pela companhia no estande italiano, ponderou sobre a importância do mercado brasileiro, mas evitou dar entrevistas. Enit divulga Opera Unica Pela sexta vez na coordenação do espaço italiano na Feira, a Agência Nacional oe Turismo da Itália (Enit), que é o órgão oficial de promoção da Itália no exterior, previa um aumento entre Novembro 2006 30 a 40% em vendas de pacotes para a bota. O estande ocupado no Riocentro também aumentou em relação a 2005. Oito operadoras de viagem puderam distribuir material como catálogos e mapas para uma estimativa de dois mil visitantes. — Este ano, estamos promovendo a Opera Única, chamando atenção para toda área de montanhas, lagos, termas e cidades das artes. Em 2005, recebemos entre 350 a 400 mil brasileiros e a procura pela Itália cresce entre 4 a 7% ao ano. O turismo religioso é muito grande — comenta a diretora do Enit no Brasil, Fernanda Morici. Para fomentar essa procura a Enit apresentou o pacote em seis capitais brasileiras. Além do Rio de Janeiro [sede da ABAV], rece- “Nosso melhor argumento é concentrar 70% do patrimônio histórico cultural do mundo. Ir à Itália é passar pelo centro dos grandes acontecimentos dos últimos séculos” Fernanda Morici, diretora do Enit beram folheterias São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Curitiba. Mesmo assim, a diretora da entidade acredita que não necessárias muitas explicações para convencer o turista a apostar viajar para a Itália. — Nosso melhor argumento é concentrar 70% do patrimônio histórico cultural do mundo. Ir à Itália é passar pelo centro dos grandes acontecimentos dos últimos séculos — descreve Fernanda. Presente à feira, o cônsul da Itália no Rio de Janeiro, Massimo Bellelli, contava que além da demanda turística, geralmente manifestada nos meses de meio de ano, ítalo-brasileiros carecem de pontes aéreas diretas com a Itália. — Geralmente utilizamos a TAP e a AirFrance. Agora a TAM solicitou autorização para operar em sete vôos para a Itália e o nordeste deve ganhar quatro a cinco dessas linhas. Faltam cerca de duas mil vagas por dia em vôos para a Europa e a Varig deixou um vazio que deve demorar de dois meses a um ano para ser preenchido — salienta Bellelli. Ainda segundo o cônsul, é interessante que a Itália esteja atenta e garanta, principalmente aos italianos no exterior, um incentivo ao retorno a seu país. — Para a Itália faltam cerca de mil vagas por semana nos vôos que saem do Brasil. É necessário que se barateie e garanta vantagens em hospedagem, alimentação e áreas visitáveis, como museus, para suprir o transtorno causado pelas escalas e fazer com que mais pessoas optem por conhecer ou voltar a Itália em suas férias, por exemplo — analisa o cônsul. Quem também esteve no espaço destinado à Itália na Feira das Américas foi o presidente do Comites do Rio de Janeiro, Franco Perrotta. Dono da Lusitalia Viagens e Turismo, Perrotta vibrou com a oportunidade de cariocas e ítalo-descendentes poderem ir sem escala a Milão. Ele ainda aproveitou para anunciar uma promoção de sua agência. — Por conta desse novo vôo que começou a operar em 27 de outubro, ao preço de 900 dólares, quem comprar passagem para a Itália pode marcar a volta até 12 de abril. Perdemos muitos turistas por conta dessa baixa oferta. Usando empresas como AirFrance e outras estrangeiras, quem vai para a Itália enfrenta uma viagem de 20 horas, o que é muito dispendioso e cansativo — avalia Perrota. Os números da ABAV 2006 Profissionais inscritos previamente – 22.824 (todas as categorias) Agentes de Viagens inscritos previamente – 8.989 Delegações estrangeiras – 39 Ranking dos estados que mais inscreveram agentes de viagens previamente - Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Paraná, Espírito Santo e Pernambuco Evolução do número de inscrições prévias de Agências de Viagens e Operadoras ABAV: Em 2005 – 4.875 Em 2006 – 8.556 Metragem útil da ABAV 2006 – 27.585 Comparativo da metragem útil nas últimas duas edições 2005 – 24.094 m² 2006 – 27.585 m² Crescimento médio anual – 12% ao ano Ainda segundo Perrotta, a falta de vôos diretos do Rio para a Itália ocorreu em reflexo à crise desencadeada após o ataque terrorista sofrido pelos Estados Unidos. Na ocasião, as companhias aéreas tiveram de reorientar seu investimento. — A Alitalia me parece ter optado por manter os vôos São Paulo – Milão, seguindo a demanda de turismo de business já que as duas cidades são referências com seus centros industriais e volume de negócios — analisa. Em pesquisas de consumo, estimativas de agências de viagens mostram que a maior procura por destinos italianos acontece de abril a setembro. Já os destinos brasileiros recebem mais visitantes de novembro a fevereiro. Um fator estimulante para o turismo na Itália será o 5º centenário da morte de São Francisco de Paula. Perrotta acredita que a região da Calábria terá forte incremento turístico no período comparando-se as visitações em Roma, Veneza e Florença, as cidades italianas que recebem maior número de turistas. Ministro faz balanço de governo Acompanhado pelo presidente da ABAV, João Martins Neto, do diretor da Agência Nacional de Aviação Civil, Milton Zuanazzi, dos diretores das principais companhias aéreas do país e dos ministros do Turismo dos países do Mercosul, o ministro do Turismo do Brasil, Walfrido dos Mares Novembro 2006 / Cônsul Bellelli (de óculos) se reúne com representantes da região do Piemonte Guia compôs a mesa solene de abertura da ABAV 2006. Ele ressaltou que o sucesso do trabalho à frente da pasta ratificou a necessidade de se destinar maior verba ao setor. Segundo ele, o Brasil é produto e deve saber utilizar-se de seus benefícios naturais. — Começamos com 135 milhões de reais em 2002 e hoje a nossa verba é de 1 bilhão e 350 milhões, o que é extraordinário. Multiplicamos o orçamento por 10 — fala. Mares Guia enumerou o crescimento no movimento dos cruzeiros marítimos, a expansão de todos os segmentos do ramo, a criação de novos roteiros com padrão turístico internacional, o aumento no volume de dinheiro gasto por estrangeiros no país e a consolidação do turismo como a 5° atividade na balança comercial do país como conquistas obtidas pelo ministério. Outro assunto destacado pelo ministro diz respeito ao combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. — Nós não podemos fazer o papel de polícia. Nosso papel é prevenir a exploração. Temos que conhecer os problemas, nos mobilizar e agir. Para isso, treinamos mais de 40 mil pessoas que trabalham no setor como hotelaria, restaurantes, etc., para que sejam vigilantes contra a exploração — destaca. ComunitàItaliana 19 economia Com os pés na bota Cooperativa de costureiras exporta para a Obiettivo Lavoro e quer colaboradores italianos O Sílvia Souza Natal bate à porta e 2007 é logo ali. Parece exagero mas, no fim de outubro, e com mais dois ou três feriados para o término de 2006, as pessoas já começam a pensar nas festas de fim de ano. É claro, todo mundo pensa em como fazer para aumentar a renda da família e garantir ceias e presentinhos mais fartos. A Trama e Raízes, uma 20 cooperativa de costureiras em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, antecipou para julho seus preparativos de fim de ano. Tudo graças à boa comunicação italiana, já que a Obiettivo Lavoro encomendou cerca de 6.200 peças confeccionadas a partir de fibra de bananeira, ao grupo. O contato com a empresa italiana de gestão de recursos humanos começou na Festa da República deste ano e provocou a capacitação de 150 artesãos, além das 20 mulheres cooperativadas desde agosto de 2005. — Nós sempre estamos com um pezinho na Itália. Aprendemos a trabalhar com a fibra de bananeira na ONG Brasil-Itália num curso de três meses e fundamos nossa cooperativa. E no meio do ano, o cônsul Massimo Bellelli gostou de nossos produtos e nos apresentou a Obiettivo — conta Sandra Cavedo, 40 anos, presidente da Trama e Raízes. ComunitàItaliana / A idéia de formar a cooperativa, que fica ao lado da ONG Brasil-Itália, surgiu depois do curso. Sem emprego e perspectivas de colocação no mercado de trabalho, cerca de 50 mulheres, que tinham entre 18 e 75 anos, começaram a fabricar bolsas, almofadas, porta-copos, cestas e pantufas. A matéria-prima é formada por fibra de bananeira, mas o trabalho também requer uso de linho ou algodão cru. — A cooperativa tem características de projetos que devem ser apoiados pelos governos. A situação econômica daquelas mulheres é difícil. Muitas delas susten- das mulheres da Trama aumentasse. Mas disso elas não reclamam. — A cooperativa funciona das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira. Mas tivemos de trabalhar aos sábados para conseguir enviar os produtos no prazo. Também capacitamos 150 pessoas em núcleos de outros municípios, como Paty do Alferes e Piabetá que nos ajudaram a confeccionar as peças. Fizemos um modelo exclusivo de sacola para a Obiettivo e outras empresas estão nos procurando para ter referências de nossas mercadorias. Todo esse trabalho renderá um salário mínimo a mais para cada cooperativada — explica Sandra. Estar com o “pezinho na Itália”, como diz Sandra, é lembrar que essa não é a primeira vez que a bota, de alguma forma, influencia na vida das cooperativadas. Segundo a presidente da Trama e Raízes, as ONGs Istituto Sindacale per la Cooperazione e lo Sviluppo (Iscos) e Nexus são outras duas parceiras que contribuíram doando ou financiando o maquinário utilizados pelas costureiras [o que inclui máquina industrial, overlock e de corte]. Aliás, foi através do trabalho delas que a ONG BrasilItália conseguiu oferecer a atividade profissional das costureiras do bairro da Cerâmica. No próximo ano, a idéias das artesãs é diversificar os produtos de seu catálogo. Para tanto, elas já estão em fase de desenho e corte de modelos de nécessaire e porta- ”Fizemos um modelo exclusivo de sacola para a Obiettivo e outras empresas estão nos procurando para adquirir nossas mercadorias” Sandra Cavedo, presidente da Trama e Raízes tam seus filhos sozinhas. Então, oferecemos o stand na tentativa de valorizar o trabalho delas e dar oportunidade de divulgação — explica o cônsul Bellelli. A iniciativa parece ter dado certo. A encomenda da Obiettivo será um brinde de Natal que a empresa oferecerá a seus parceiros. São 2.600 jogos americanos, com duas peças cada e mais mil bolsas de embalagem. O pedido fez com que o ritmo de trabalho Novembro 2006 canetas, itens que eram muito procurados em seus stands em feiras. — Estamos em conversa com o Sebrae. Mas nossa grande preocupação é ampliar nossa rede de colaboradores. Como vivemos de encomendas, temos receio de ficarmos a espera por novos pedidos. Todas nós temos famílias, filhos. Mas estamos com esperança de fincar os pés na Itália. Cada kit da Obiettivo levará nossos contatos — assinala a presidente. Belezza Americana Fotos: ICE Fotos: Divulgação economia Fiera di cosmetica è la più grande in America del Sud e attrae 78 mila visitatori T utti siamo un po’ vanitosi. Ed è stato proprio attraverso l’unione tra estetica e affari che si è avuta la 16ª edizione della maggior fiera del settore di bellezza del Sudamerica, la Cosmoprof Cosmetica 2006. Realizzata nel Padiglione delle Esposizioni dell’Anhembi, a San Paolo, tra il 23 e il 26 settembre, la fiera ogni anno attrae la partecipazione dei principali rifornitori di prodotti e servizi per i segmenti di cosmetica, profumeria, estetica, materie prime e packaging. La Cosmoprof conta sul supporto ufficiale dell’Associazione Brasiliana dell’Industria di Igiene Personale, Profumeria e Cosmetici (Abihpec) insieme ad altre entità significative coinvolte nel settore. Secondo l’associazione, i risultati ottenuti nel primo semestre di quest’anno dimostrano buone prospettive. Il fatturato ha registrato un aumento del 13,3% in paragone a quello dello stesso periodo del 2005, sommando 7,78 miliardi di reali. Su questa base, le proiezioni di crescita per quest’anno raggiungono il 14%, con un fatturato di circa 17,5 milioni di reali. Per le esportazioni, il valore dovrebbe essere superiore ai 500 milioni di dollari, il che significherebbe una crescita del 25% per il 2006. Marcos Petti Ma l’evento di quest’anno non ha rappresentato soltanto una vetrina di opportunità per espositori nazionali. L’Italia è sbarcata su suolo paulista con la venuta di imprese interessate ad incontrare operatori del settore e presentando, nei loro prodotti, packaging diversificati e con valore aggregato. L’Associazione Italiana delle Imprese Cosmetiche (Unipro) sta già pensando alla visibilità internazionale. Dovuto a questo, l’entità, rappresentativa nel settore, adesso vuole aumentare la ripercussione nelle divulgazione dei prodotti Beauty Made in Italy. L’iniziativa riceve anche il supporto dell’Istituto Italiano per il Commercio Estero (ICE). Le esportazioni italiane hanno raggiunto 2.100 milioni di euro nel 2005 e nel mercato interno questa industria ha accusato una lieve crescita lo stesso anno. Il suo fatturato ha raggiunto i 4.987 milioni di euro, contro i 4.979 milioni dell’anno prima. L’Italia occupa, in questo settore, la terza posizione in Europa. Tra le imprese che si sono fatte presenti in questa edizione, c’erano la Farmen S.p.A, con sede a Torino, fabbricante di cosmetici per capelli rivolta a professionisti, e la Colordesign, che produce tinture per capelli e conta su di un importatore in Brasile per la vendita dei suoi prodotti. La Olivella, impresa umbra legata al mercato degli oli extra vergine d’oliva, sta puntando, dopo anni di ricerche, sulla commercializzazione di prodotti cosmetici con la materia prima che già usava. Alla fiera, i prodotti che l’impresa ha divulgato – creme e saponi liquidi a base di olio d’oliva – appartengono alla linea di cosmetici anti-aging. Invece, la Janus S.r.L., di Bari, lavora alla produzione di piccole attrezzature per estetica e medicina estetica, che combattono la cellulite e tonificano la pelle. L’impresa, che è in fase di crescita di esportazioni per la Cina, l’Africa del Sud e paesi del nord d’Europa, vede un buon potenziale nel mercato brasiliano, malgrado abbia dichiarato che si tratti di un “mercato protezionista”, riferendosi all’entrata dei prodotti. Secondo il direttore dell’ICE di San Paolo, Riccardo Landi, “il Brasile ha regole molto complesse” e “il governo brasiliano non spiega come far entrare i prodotti italiani nel paese”. Secondo l’Agenzia Nazionale di Vigilanza Sanitaria (Anvisa), nel caso che i documenti per l’importazione siano incompleti, l’entrata del prodotto viene trattenuta da una delle sedi competenti, sia da parte della Receita Federal, della Polìcia Federal o dalla stessa Agenzia. Secondo uno dei direttori della Federazione delle Industrie dello Stato di San Paolo (Fiesp), Novembro 2006 / sono necessarie iniziative diverse affinché la situazione cambi. — Noi, come organismo di classe, siamo molto dispiaciuti dovuto a questo atteggiamento. Consideriamo fondamentale la separazione della dogana dalla Receita Federal e il doverla passare al Ministero dello Sviluppo dell’Industria e Commerico Estero, affinché possa contribuire e non creare ostacoli – afferma il direttore di Relazioni Estere e per il Commercio Estero della Fiesp, Carlos Cavalcante. Per il Mercosul, le esportazioni italiane nel 2005 – secondo un rilevamento della Unipro – hanno rappresentato un aumento del 35,3% quando paragonate con l’anno prima, dopo aver sofferto una leggera caduta tra gli anni 2003 e 2004. In parallelo all’evento, la Unipro con la Cosmexport e la Camera di Commercio di Milano (Promos), hanno presentato all’Hotel Renaissance, a San Paolo, il workshop Meet the Italian Cosmetics, che ha avuto per obiettivo la presentazione del settore ai suoi futuri partner e rappresentanti locali. Secondo un sondaggio realizzato nel 2005 dall’istituto internazionale Euromonitor, con filiale nel nostro paese, il Brasile occupa la quarta posizione nel mercato di igiene personale, profumeria e cosmetici e il terzo per prodotti per capelli e profumeria. I prodotti italiani risultati significativi nelle vendite sul mercato brasiliano nel 2005 sono legati all’igiene del corpo e profumeria. Le esportazioni italiane per il Brasile nel 2005 hanno significato il 45,6%, perdendo appena per l’Argentina. Secondo dati dell’Anvisa risalenti al giugno 2006, delle 1.415 imprese che lavorano sul mercato di igiene personale, profumeria e cosmetici in Brasile, 656 si trovano concentrate a San Paolo, il che corrisponde alla maggior fetta di mercato. ComunitàItaliana 21 atualidade atualidade Matera, città storica in Basilicata, soffre con modernizzazione Guilherme Aquino Correspondente • Milão M È la vecchia storia del “comunque si fa, si sbaglia”, visto che il traffico inquina l’ambiente e gli imbottigliamenti sono costanti. Praticamente esiste soltanto una via che fa il giro completo [della città, n.d.t.], ed è già saturata. Inoltre, strati di asfalto e cemento coprono il pavimento originale e portano allo stesso livello scalini di importanza storica. Ma Matera ha già avuto giorni ben peggiori, giacché è sempre stata scenario della lotta tra l’uomo e la natura, o meglio, dell’adattamento dell’uomo ad un luogo così inabitabile. La scarsezza delle piogge ha obbligato l’uomo a creare una cisterna capace di captare non solo la poca acqua che cade dal cielo, ma anche quella prodotta dalla brezza, ossia, la condensa naturale dell’acqua, che si forma dovuto agli sbalzi di temperatura. Una struttura ad arco, seminterrata nella superficie ma profonda qualche metro, era capace di permettere l’infiltrazione dell’acqua. Proprio come se fosse una specie di pozzo al contrario con una vasca in fondo per accumulare il liquido raccolto. Un’ingegnosa soluzione usata più tardi in altri paesi desertici. Risolto il problema dell’acqua, così come quello delle abitazioni. Le grotte naturali, quando si è cominciato a trasformarle in case, si sono adattate alle condizioni climatiche. Man mano che l’uomo scavava aprendo e creando sempre più spazio interno, l’ambiente diventava più grande. Ma le entrate seguivano una saggia interpretazione del ciclo delle quattro stagioni. Erano fatte tenendo conto dei movimenti di traslazione e rotazione della Terra. Si scavava la terra in modo Reprodução atera è una città del tempo delle caverne. Ma tanta storia e modernità sembrano trovarsi in continuo confronto in questo luogo. Malgrado questo, segni dei tempi preistorici di questa città ancora echeggiano dentro le innumerevoli grotte naturali. Viste da lontano sembrano macchie scure disegnate sulla parete di roccia calcarea affacciata su di un canyon. In tempi non proprio distanti, gli uomini vivevano in queste “case” incastonate nella pietra. Col passare dei millenni, hanno costruito una vera e propria città ai due margini di Valle Gravina, in Basilicata. Un labirinto di viuzze percorre centinaia di chilometri in tutte le direzioni, aprendo strada tra i Sassi – veri e propri isolati scavati nella roccia. Quest’architettura unica al mondo ha trasformato Matera in Patrimonio Culturale dell’Umanità. Una città con un’insegna importante come questa attrae il 30% in più di turisti, se paragonata a qualsiasi altra località non riconosciuta culturalmente. Fino a qualche decennio fa, gli abitanti si spostavano sulla groppa di asini e cavalli. Oggi, vanno in giro in macchina o in moto. Il progresso è arrivato e ha portato con sé l’idea di creare un parcheggio sotterraneo, in pieno centro. Gli ambientalisti non sono d’accordo su questi lavori capaci di ‘far fuori’ le ricchezze del sottosuolo, come antiche vie di accesso del periodo napoleonico. La guerra non si concentra appena nel sottosuolo, ma emerge anche in superficie. Il comune di Matera ha approvato l’uso di “telepass” per orientare il parcheggio nella città, con l’implementazione di una zona di traffico limitato. Abitanti, commercianti, negozianti e ambulanti non sono d’accordo e pensano che la delimitazione dell’area potrà impacciare la mobilità e, è chiaro, provocare una diminuzione di vendite col minore flusso di movimento. 22 ComunitàItaliana / Novembro 2006 È trentina la Miss Italia 2006 Fotos: Ansa Tra il progresso e l’indifferenza da impedire che i raggi del sole arrivassero al fondo durante l’estate, altrimenti la casa si sarebbe trasformata in un forno. Con l’inclinazione giusta, i raggi del sole arrivavano sul fondo del “buco” durante l’inverno, quando il sole è più basso, portando la luce e riscaldando l’ambiente nei mesi più freddi. Il materiale raccolto durante gli scavi per la costruzione era usato per coprire l’entrata della grotta, creando una facciata tutta speciale. La vita non è mai stata facile per gli abitanti di Matera, ed è diventata ancora più complicata col passare degli anni e con l’impressionante aumento della popolazione. Qualche cisterna è stata trasformata in stanza. Molti abitanti hanno cominciato a portare gli animali dentro le residenze, creando un ambiente molto promiscuo. Nemmeno le chiese rupestri, con altari scavati dentro la roccia, hanno resistito all’invasione dei nuovi abitanti. L’alto tasso di mortalità era spaventoso. Nel 1949 in Italia si piangevano 112 nati morti per ogni 1000 nascite. A Matera, questo numero era quattro volte tanto. Nel 1953, l’allora primo ministro De Gasperi autorizzò la rimozione di due terzi della popolazione, ossia 15 mila persone dovettero abbandonare le loro “case-grotte”. Lo spostamento ai nuovi quartieri popolari creati e costruiti seguì le regole di urbanisti, architetti e sociologi. Per ogni spostamento, l’abitante rinunciava alla proprietà della vecchia casa per averne una nuova. Lo stato italiano è praticamente proprietario delle grotte dei Sassi. Il problema è che mancano risorse per la manutenzione. Sono perlomeno 70 milioni di euro per la ristrutturazione delle case originali e i lavori di riurbanizzazione, tra cui quelli di sicurezza civile. A gennaio dell’anno scorso, una studentessa si è suicidata e, nello stesso posto, mesi fa una coppia di innamorati è morta cadendo in un precipizio – protetto soltanto da un parapetto molto basso – di uno dei luoghi più belli e visitati. La mancanza di cartelli e di sbarre di sicurezza è una minaccia per i turisti che, incantati dal paesaggio, corrono il rischio di dare un passo in falso e morire nel “paradiso”. Malgrado Matera abbia ora una certa dose di glamour dovuto al fatto di essere servita da scenario cinematografico naturale di film come “La passione di Cristo” di Mel Gibson, la sua storia è minacciata da un finale triste. Soltanto il tempo lo dirà. Vince Claudia Andreatti, unica candidata con i capelli corti Ana Paula Torres É Corrispondente • Roma Claudia Andreatti la Miss Italia 2006, incoronata da Sylvester Stallone, ospite d’onore e presidente della giuria artistica, in diretta su Raiuno lo scorso 22 settembre, durante la 67ª edizione del concorso condotta da Carlo Conti a Salsomaggiore. Originaria della provincia di Trento, Claudia ha 19 anni, 1,80m di altezza, occhi azzurri e capelli castani. Si tratta della prima Miss Italia del Trentino Alto Adige e per lo più l’unica candidata tra le 194 ragazze arrivate alle pre-finali di Jesolo con i capelli corti. Secondo Patrizia Mirigliani, ideatrice del concorso insieme al padre Enzo, Claudia ha “una bellezza moderna, sofisticata e internazionale”. Per Claudia Andreatti, invece, la vittoria è un sogno che si realizza, ma anche una rivincita perché quando piccola si sentiva poco bella. – Mi sentivo un po’ un rospetto, un po’ bruttina – racconta –, stavo sempre rannicchiata perché mi vergognavo. Quanto al taglio dei capelli, Claudia spiega: – Mi piace portarli corti, mi sento più a mio agio e in famiglia tutti facciamo così. Claudia è arrivata in finale insieme a Elisa Silvestrin, 19 anni, rappresentante del Veneto, rimasta seconda classificata, e Ylenia De Valeri, 23 anni, del Lazio, terza classificata. La sua vittoria è stata decisa per il 50% dal televoto e per il 50% dalla giuria, composta da un 30% di commissione tecnica e un 20% di artistica. La giuria artistica, presieduta da Sylvester Stallone, era composta da Martina Stella, Ilary Blasi, Luisa Corna, Moran Atias, Daniele Lotti e Teo Teocoli. La commissione tecnica, La vincitrice vive a Pergine Valsugana Claudia Andreatti con la madre e la nonna invece, è stata presieduta da Lucia Bosé. È stata una lunga diretta tv con musica e spettacolo, tra cui le esibizioni di Zucchero, che ha firmato la sigla di Miss Italia Bacco perbacco, e Tiziano Ferro. Presenti anche le due comiche Katia e Valeria, con la parodia delle due finaliste in gara, e Gabriele Cirilli. Durante l’ultimo appello prima del televoto decisivo, Claudia aveva detto di voler regalare un sogno alla sua regione, che non ha mai avuto una Miss Italia. La vincitrice vive a Pergine Valsugana, in provincia di Trento, ma è nata nel capoluogo trentino il 29 marzo 1987. Ha due fratelli e due sorelle, frequenta il liceo scientifico ed è recentemente tornata dal Texas, negli Stati Uniti, dove ha trascorso un anno di studio. Le piacerebbe studiare Pubbliche Relazioni a Milano e diventare manager nel settore della moda. Ma allo stesso tempo sogna un posto nel mondo dello spettacolo, magari come presentatrice, seguendo l’esempio di Simona Ventura, la conduttrice di sua preferenza. Inoltre, Claudia dichiara di amare lo sport, soprattutto quello all’aria aperta, come andare in bicicletta, sciare e nuotare. Novembro 2006 / Claudia è stata proclamata anche Miss Novella 2000 e Miss Dermogella. La prima proposta di lavoro è arrivata proprio da Novella 2000, uno dei più noti settimanali italiani dedicati alla cronaca rosa italiana e internazionale. Il suo direttore, Luciano Regolo, ha detto che intende proporle il ruolo di inviata speciale nel mondo dello spettacolo. Dopo la vittoria Al suo ritorno a casa con addosso la corona di oro bianco e diamanti che porterà per tutto l’anno, Claudia Andreatti è stata accolta da circa 10 mila persone radunate presso piazza Santa Maria, di Pergine Valsugana. Provenienti da tutta la provincia di Trento, le persone volevano orgogliosamente festeggiare la prima Miss Italia di origine trentina. La cittadina dove risiede Claudia conta 18.500 abitanti e si trova allo sbocco della Valle del Fersina. È dominata dallo storico Castel Pergine, una fortificazione di origine medievale costruita sul colle di Tegazzo. – I trentini hanno fama di serietà e laboriosità, ma forse difettano un po’ in simpatia. – afferma il governatore del Trentino, Lorenzo Dellai – La vittoria conquistata da Claudia con uno stile di serenità ed ottimismo fa sì che anche tutti i trentini siano più simpatici – ha detto Dellai durante la calorosa accoglienza che Claudia ha ricevuto al ritorno a casa. Secondo invece l’assessore al turismo, Tiziano Mellarini, la vittoria di Claudia è stata “uno spot degno del miglior esperto di marketing”. – Nonostante qualche polemica, ho vissuto benissimo questo concorso – ha detto Claudia durante la festa per il suo ritorno – A Salsomaggiore non ho sentito né invidie né gelosie. Le brutte cose a me entrano da un orecchio ed escono dall’ altro, senza lasciare traccia. Siamo sempre state coccolate dallo staff – aggiunge – e io in particolare ho sentito la vicinanza del Trentino attraverso tanti messaggini, telefonate, articoli di giornale e servizi radiotelevisivi. L’ importante – conclude – è seguire i propri sogni perché sono convinta che i sogni sono il motore della vita. ComunitàItaliana 23 Fotos: Reprodução atualidade Polemica tra il Papa e l’Islam Tensione in Italia, soprattutto a Roma e in Vaticano, dopo le minacce di attacco da estremisti islamici Ana Paula Torres L’ Corrispondente • Roma allarme sembra rientrato e intanto viene confermato il viaggio di Papa Benedetto XVI in Turchia. L’annuncio è stato fatto il 16 ottobre, dopo le polemiche e minacce di alcuni membri del mondo islamico, innalzate contro il pontefice in seguito al suo discorso presso l’Università di Ratisbona, in Germania, lo scorso 12 settembre. Il Papa visiterà Istanbul, Efeso ed Ankara, dal 28 novembre al primo dicembre. Tutto è iniziato lo scorso settembre, durante un viaggio di Benedetto XVI alla regione tedesca della Baviera, sua terra di origine. In quell’occasione, tra le altre attività in programma, c’era un incontro con i rappresentanti della scienza, presso l’Università di Ratisbona. Dal 1969 al 1971, Ratzinger è stato titolare della cattedra di dogmatica e storia del dogma presso questa università, ricoprendo anche l’incarico di vice-rettore. Nel suo 24 ComunitàItaliana / discorso, il Papa ha presentato una riflessione sul rapporto tra fede e ragione, essendo la controversia con l’Islam nata dalla citazione di una frase dell’imperatore bizantino Manuele Il Paleologo a proposito della guerra santa. L’assenza della citazione dell’intero periodo del discorso di Benedetto XVI in cui era presente la frase contestata ha aperto spazio a speculazioni e reazioni negative, soprattutto da parte del mondo musulmano. – Conquisteremo Roma come promesso dal Profeta – ecco quanto dichiarato su una delle minacce che prometteva di continuare la guerra santa fino alla sconfitta dell’Occidente. –Diciamo al servo dei crociati: aspettatevi la sconfitta. Noi diciamo agli infedeli e ai tiranni: aspettatevi ciò che vi affligge. Proseguiremo la nostra jihad. Ci fermeremo soltanto quando la bandiera dell’unità sbandiererà in tutto il mondo. Novembro 2006 Apparsa su internet, questa dichiarazione è stata lanciata dal Consiglio dei Mujaheddin, guerriglia irachena che comprende anche la cellula di Al Qaeda. Sempre in Iraq, centinaia di manifestanti di Bassora hanno bruciato delle fotografie di Benedetto XVI e hanno chiesto le scuse del pontefice, oltre ad un vero e proprio processo di fronte a un tribunale internazionale. I seguaci dell’ayatollah Mahmud alHassani hanno bruciato anche bandiere tedesche e americane. In Italia, invece, è stata intensificata la vigilanza sul Vaticano e sulle più importanti basiliche del Paese. Ma il piano di sicurezza ha tenuto in considerazione anche il rischio di un possibile attacco presso una qualsiasi chiesa nei quartieri cittadini. L’immagine del Papa è stata aggredita anche tramite alcune vignette pubblicate nei siti di estremisti islamici. Benedetto XVI appare come Dracula, mentre dalla sua bocca scorre del sangue. Completano il quadro una serie di frasi raccapriccianti: “Decapitatelo”, “Allah lo maledica”, “Vampiro che succhia sangue”, “Maiale servo della croce”, “Adora una scimmia inchiodata sulla croce”, “Odioso malvagio”, “Satana lapidato”. In altre vignet te, si vede invece la Basilica di San Pietro con la bandiera dell’Islam e la scritta: “Non vi è altro Dio al di fuori di Allah e Maometto è il suo profeta”. La televisione Al Jazeera ha trasmesso una vignetta animata creata dal disegnatore satirico pachistano Shujaat. All’inizio viene esibita l’immagine di Papa Giovanni Paolo II mentre sorride e libera delle colombe bianche da una scatola con la scritta “armonia ecumenica”. Di seguito, appare Papa Benedetto XVI con un fucile e uccide le tre colombe. Nella scena finale si vede la soddisfazione di Ratzinger, mentre Wojtyla è seduto sul trono, regge il bastone della Croce e con una mano nei capelli, guarda le colombe morte ai suoi piedi. Le reazioni Il neosegretario di Stato del Vaticano, Bertone, dopo il discorso del Papa a Ratisbona ha fatto una dichiarazione alla stampa: – Benedetto XVI – ha detto – è dispiaciuto che alcuni passi del suo discorso abbiano potuto suonare come offensivi della sensibilità dei credenti musulmani e che siano stati interpretati in modo del tutto non corrispondente alle sue intenzioni. Molte le parole di sostegno al Papa arrivate dai vari vertici italiani ed internazionali. – Non ci può essere alcuna polemica. – ha detto il primo ministro Romano Prodi – Il Papa ha già chiarito il senso autentico del suo pensiero. Il dialogo religioso e il rispetto di ogni fede – ha ricordato – sono oggi essenziali e la religione non giustifica alcuna violenza. Tutte le religioni devono essere perciò impegnate per il dialogo, la reciproca convivenza e la pace nel mondo. Per Massimo D’Alema, ministro degli Affari Esteri, le precisazioni della Santa Sede hanno chiarito completamente il vero senso delle parole espresse da Benedetto XVI. – Mi auguro sinceramente che ogni possibile malinteso sia dissipato e che possano perciò rientrare le reazioni emotive generatesi nel mondo islamico. Il presidente dell’Udc, Rocco Bottiglione, ha detto che “Il Papa è stato fortemente incompreso anche a causa dei media che non aiutano a comprendere”. Ha poi aggiunto: “Ma cosa ha detto il Papa? Ha detto che il cristianesimo mette insieme libertà e verità. L’occidente secolarizzato – ha cercato di spiegare – vuole una libertà senza verità, mentre il fanatismo islamico vuole una verità senza libertà, una verità che si impone e chi non la accetta è un maledetto eretico cui va tagliata la testa”. Per Marco Rizzo, rappresentante del Pdci al Parlamento europeo: “Occorre scongiurare lo scontro di civiltà. Certamente è necessario rispettare le credenze, i pareri e le religioni di tutti, – ha affermato – ma credo che a nessuno debba essere consentito strumentalizzare singole frasi al fine di accreditare o, peggio ancora, imporre la propria visione del mondo”. Anche Angelo Bonelli, capogruppo dei Verdi alla Camera, è dello stesso parere: “Le parole del Papa sono state fraintese. Il Vaticano – ha detto – ha avuto in questi anni un forte ruolo nel dialogo interreligioso e nella costruzione della pace”. – Nessuno mette in dubbio la buona fede di Papa Ratzinger, che certo non aveva l’intenzione di suscitare gravi reazioni nel mondo islamico come quelle che ci sono state. – è quanto afferma Enrico Boselli, segretario dello Sdi – In un contesto di tensioni diffuse “Non ci può essere alcuna polemica. Il Papa ha già chiarito il senso autentico del suo pensiero. Il dialogo religioso e il rispetto di ogni fede”, Romano Prodi è necessario evitare che si rinfocoli un conflitto tra fondamentalismi religiosi. Ciò però – sottolinea – non deve limitare la libertà di opinione, soprattutto quando è necessario denunciare gravi atti illiberali e repressivi ovunque si verifichino. – E conclude – speriamo che la precisazione fatta dal nuovo segretario di stato vaticano serva a calmare gli animi”. Gianni Alemanno, di Alleanza Nazionale, dice di essere d’accordo con il senatore Alfre- L’immagine del Papa è stata aggredita anche tramite alcune vignette pubblicate nei siti di estremisti islamici dove appare come Dracula do Mantovano sulla necessità di presentare una mozione parlamentare a difesa della libertà religiosa. – Dopo le parole del Cardinale Bertone che sottolineano ulteriormente l’intento pacificatore e non offensivo dell’intervento del Santo Padre, è infatti necessario che l’Italia e l’Europa si muovano per respingere l’attacco ingiustificato che oggi proviene da molte parti del mondo islamico. Per Antonio Di Pietro, dell’Italia dei Valori e ministro delle Infrastrutture: “In un momento delicato come questo, nessuno, nemmeno il Papa, si può permettere di lasciarsi anche solo sfuggire affermazioni che possano alimentare una situazione già esplosiva. – e aggiunge – Hanno messo benzina sul fuoco ed è giusto, almeno per carità cristiana, che egli si scusi e dia le spiegazioni dovute. Nel Vangelo – continua –, Gesù insegnava di porgere l’altra guancia e il primo esempio lo dovrebbe dare lui stesso. In ultimo – sottolinea Di Pietro – le spiegazioni dovrebbero arrivare direttamente dal Papa, perché la questione non può essere lasciata nelle mani di un portavoce”. Infatti, per cercare di calmare gli animi e chiarire il malinteso, Benedetto XVI ha inviato i rappresentanti del mondo islamico ad un incontro presso la residenza estiva di Castel Gandolfo, lo scorso 25 settembre. – Assicuro stima e rispetto per il mondo musulmano – ha detto il Papa in quell’occasione – dal dialogo con l’Islam dipende il nostro futuro. Durante il colloquio, Papa Ratzinger ha sottolineato l’importanza del rispetto reciproco della differenza religiosa. – Il rispetto richiede la reciprocità, soprattutto per quanto riguarda la libertà religiosa. – ha detto – Abbiamo assolutamente Novembro 2006 bisogno di un dialogo autentico tra le religioni e le culture, un dialogo in grado di aiutarci a superare assieme tutte le tensioni in uno spirito di proficua intesa. Erano presenti quaranta rappresentanti del mondo islamico, tra questi, 22 ambasciatori dei Paesi a maggioranza musulmana accreditati presso la Santa Sede, mancando solo il Sudan. All’udienza hanno partecipato, inoltre, 16 membri della Consulta islamica in Italia e tre rappresentanti del Centro islamico culturale in Italia e della Lega musulmana mondiale, invitati dal Pontificio consiglio per il dialogo interreligioso. L’incontro è stato trasmesso in diretta televisiva da Al Jazeera, mentre il discorso del Papa, tradotto in arabo, è stato pubblicato in prima pagina dall’Osservatore Romano. Ad oggi, sembra rientrata la polemica e lo scorso 14 ottobre, in una lettera aperta a Benedetto XVI, 38 rappresentanti del mondo islamico, tra capi spirituali e teologi, accolgono il rammarico espresso dal Papa per la vicenda di Ratisbona e rispondono positivamente all’invito al dialogo per la pace nel mondo. Il testo è stato pubblicato sulla rivista americana Islamica Magazine, e in Italia da Asia News, l’agenzia del Pontificio Istituto Missioni Estere. Nella lettera viene precisato che la citazione di Manuele II Paleologo, motivo di tutta la polemica, non riflette il pensiero personale del Papa. / ComunitàItaliana 25 Marcos Petti F ormas bastante arredondadas e exageradas chegam a chamar a atenção e são o estilo inconfundível dos quadros do pintor colombiano Fernando Botero. Quem já os viu pôde perceber essa peculiaridade. Por falar nisso, a obesidade tem sido tema relevante não só no Brasil como em outros países industrializados. E não muito diferente, na Itália. O acompanhamento dos pais nestes casos é imprescindível. Tanto que o problema é o tema atual na nova novela das 18h, O Profeta, de Ivani Ribeiro, onde a atriz Fernanda Souza vive o papel de uma “gordinha” rejeitada. Hoje, a criança acompanha um ritmo de vida diferente daquela do passado e muitos de seus hábitos mudaram em conseqüência de uma vida mais sedentária, à base de uma alimentação voltada ao consumo de gordura, açúcares e produtos industrializados. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em conjunto com o Ministério da Saúde, na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) realizada em 2002 e 2003, classifica a obesidade em tipos divididos por sexo, idade e região e condição sócio-econômica e, na categoria dos sobrepesos, os que estão com excesso de quilos e, por fim, os obesos. A faixa etária vai de 10 a 19 anos, tomando-se como cálculo a relação peso/altura pelo Índice de Massa Corpórea (IMC). O que chama a atenção na pesquisa é que 17,9% dos meninos estão com excesso 26 ComunitàItaliana / de peso e as meninas, 15,4%. Constatouse ainda que a maior incidência de excesso de peso está nas regiões Sul e Sudeste do país. Médicos pediatras afirmam que a cada dez crianças brasileiras, três apresentam obesidade. Dados recentes da International Obesity Task Force (IOTF), com sede em Londres, indicam que crianças italianas estão em primeiro lugar na Europa em relação ao sobrepeso. Um documento apresentado pela IOTF em 2004, numa conferência em Milão, mostra que 36% delas estão com sobrepeso, seguidas dos espanhóis e gregos (27%), suíços e ingleses (24%) e franceses (19%). Uma em cada quatro crianças italianas é considerada obesa, segundo o Ministério da Saúde italiano, no que diz respeito à superação do IMC em 20% do peso ideal. Para os especialistas, as crianças têm se movimentado pouco, ou seja, com menos brincadeiras ao ar livre e mais horas diante da TV. Eles são unânimes quanto à prática de uma atividade física, de uma alimentação saudável e de redução d o Novembro 2006 Reprodução rês em cada dez crianças italianas sofrem de dores de cabeça em decorrência de stress, tensão emocional e uma vida cheia de ocupações. Segundo o diretor do Centro de Cefaléia Infantil do Hospital San Carlo di Nancy, em Roma, Davide Moscato, o fato é preocupante já que é provocado, na maioria das vezes, pela ausência dos pais e as numerosas atividades extra-escolares. “É importante ensinar essas crianças a não abusarem dos remédios”, alerta o médico. Para o corpo e o coração A Sucos contra o Alzheimer O mal de Alzheimer não tem cura e pode atingir qualquer pessoa, mas segundo um estudo publicado no American Journal of Medicine, ingerir sucos de frutas e vegetais com freqüência pode diminuir em até 76% o risco de se contrair a doença. A pesquisa foi realizada com quase duas mil pessoas que foram acompanhadas por dez anos. As que beberam sucos, pelo menos três vezes por semana, apresentaram redução nas chances de desenvolver a doença. Este resultado ajuda a reforçar a idéia de que as substâncias antioxidantes presentes nas frutas e nos vegetais, conhecidas como polifenóis, evitam a acumulação, no cérebro, de proteínas que estão ligadas ao mal de Alzheimer. mada mas também odiada por muitos, estudos deram conta de que a berinjela ajuda no tratamento de doenças como artrite, reumatismo e problemas digestivos. E mais: pessoas que passaram a consumir regularmente o vegetal na alimentação diária chegaram a ter uma redução de quase 80% no nível de colesterol no sangue. A berinjela é rica em vários nutrientes vitais para a saúde e é boa para o funcionamento do organismo uma vez que, em sua composição, é encontrada uma grande quantidade de proteínas, cálcio, fósforo, ferro e as vitaminas B1, B2 e C. É pouco calórica, com aproximadamente 28 calorias para cada 100 gramas. A berinjela também pode ser bastante útil na redução da ação das gorduras no fígado, auxiliando na digestão de alimentos mais “pesados”. Esperança italiana Adeus dieta V Pode chorar! S im, as lágrimas fazem bem. Ao chorarmos, liberamos substâncias químicas que proporcionam a sensação de alívio quase imediato. A média de duração do choro é de dois minutos, mas chega a durar 15 o pranto compulsivo, aquele em que a pessoa soluça, emite sons e até sente dificuldade para respirar. Cerca de 73% dos homens sentem-se melhor depois de chorar, já as mulheres ficam ainda mais satisfeitas, com um percentual de 85%. Conter as lágrimas pode gerar um quadro grave de depressão, segundo a psicóloga Junia Cicivizzo Ferreira, especialista em psicologia comportamental pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Com as emoções contidas, algumas doenças podem surgir, como a pressão alta, a úlcera e a gastrite. O em de Milão a probabilidade de se obter a primeira ajuda contra o chamado ictus, o infarto cerebral que atinge 200 mil pessoas por ano, uma em cada três minutos, na Itália. Um estudo coordenado pelo departamento de Ciências Farmacológicas da Università degli Studi di Milano revelou a descoberta de um “interruptor” do dano que causa a morte dos neurônios, após o ictus. Os estudiosos identificaram o receptor da lesão isquêmica: a proteína denominada GPR17. A pesquisa foi financiada pelo Ministero dell´Istruzione dell´Università e della Ricerca (Miur), pela Fondazione Cariplo e pela Comunidade Européia. s italianos esnobam a dieta mediterrânea [popular por atrair longevidade e conduzir à uma vida mais saudável] e comem de maneira pouco equilibrada na hora do almoço. A informação foi divulgada através de um estudo feito pela Cibis, uma sociedade presente no mercado gastronômico, com base no consumo efetuado em uma cadeia de restaurantes self-service que recebe mais de sete milhões de pessoas por ano. A pesquisa também indicou que, nos últimos anos, diminuiu o número de pratos na refeição: hoje, em média, o almoço é composto por um ou no máximo dois. Moscas “do bem” A pesar de parecerem repugnantes, as moscas varejeiras [de cor verde] podem ajudar a curar feridas, segundo uma técnica conhecida como bioterapia, que consiste no uso das larvas vivas, esterilizadas e criadas em laboratório. O biomédico Carlos Brisola Marcondes, da Universidade Federal de Santa Catarina, diz que “além de comerem o tecido necrosado, elas liberam agentes semelhantes aos dos antibióticos e de algumas substâncias cicatrizantes, como alantoína e uréia”. Novembro 2006 / Jean Scheijen Crianças italianas estão em primeiro lugar quando o assunto é obesidade na Europa T Ian Britton na infância Crianças em risco Reprodução Os quilos a mais fast-food, ou seja, evitando alimentos gordurosos e refrigerantes nas escolas. — O ideal é preparar seu próprio lanche em casa e incluir no cardápio sanduíches naturais, frutas, iogurtes e sucos de frutas no lugar de refrigerantes — orienta a médica pediatra e coordenadora do departamento de Obesidade Infantil da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), Lílian Zaboto. O Centro para a Prevenção e o Tratamento da Obesidade em Idade Evolutiva, do hospital pediátrico Giannina Gaslini, de Gênova, na Ligúria, em conjunto com a Universidade de Gênova, dispõem do programa Alimentazione, Abitudini e Attività, chamado AAA [www.aaaprevenzione.com] e que atende crianças da região fazendo uma avaliação dos seus hábitos alimentares, trabalhando a reeducação alimentar, o autocontrole, e um estilo de vida ativo. Segundo a médica Marina Vignolo, responsável pela Clínica Pediátrica do Gaslini, 30% das crianças genovesas em idade escolar estão acima do peso e 11% são obesas. Na Europa, já são 14 milhões de crianças européias com excesso de peso e três milhões obesas, conforme estudo feito pela Comissão Européia. — A obesidade infantil é uma doença multifatorial e pode ser genética, psicológica ou ambiental. Os pais devem procurar um apoio profissional que seja multidisciplinar, ou seja, de um médico pediatra ou um endócrino, por um psicólogo, um nutricionista, e um educador físico — aconselha a médica Lílian Zaboto. O Ministério da Saúde em conjunto com o da Educação do governo federal assinaram em maio passado a portaria interministerial nº 1.010, que visa promover a alimentação saudável e mudança nos hábitos alimentares das crianças nas escolas de educação infantil, ensino fundamental e médio das redes pública e privada no Brasil, incentivando-as ao consumo de frutas, legumes e verduras no lugar de refrigerantes e alimentos açucarados e gordurosos. Em alguns estados, como em Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Distrito Federal já são feitos trabalhos desse gênero, tendo uma legislação que restringe a comercialização de alimentos prejudiciais à saúde das crianças. Josee Holland Reprodução aluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSalut ComunitàItaliana 27 weekend notizie G enerare impieghi per brasiliani in Europa, nelle aree di Infermeria e Tecnologia dell’Informazione. Questa è la meta della joint-venture firmata tra il Banco BrasilInvest e la Obiettivo Lavoro, il 7 novembre. Il presidente della Obiettivo – che vanta un fatturato di 450 milioni di euro in Italia e dà impiego ad oltre 35 mila persone -, Emilio Innocenzi, è stato a San Paolo nella sede della BrasilInvest, dove si è incontrato con il presidente dell’impresa, Fernando Garnero. — Sono contento di essere insieme alla BrasilInvest, in una relazione che apre opportunità tra Italia e Brasile, nel settore di subappalto di servizi – segnala Innocenzi. E Garnero mette in risalto che la partnership “è un nuovo passo nelle relazioni commerciali e sociali tra Italia e Brasile”. Giuseppe Barbato, amministratore della Obiettivo Lavoro, ricorda che il lavoro di captazione di manodopera brasiliana è iniziato sei anni fa, con risultati numerici in ascesa. — Da sei anni portiamo infermieri in Italia. In Valle d’Aosta, oggi esiste una piccola comunità brasiliana,dovuto al lavoro che abbiamo fatto coll’ospedale locale. Abbiamo già portato circa 500 persone per lavorarci e nei prossimi due anni la meta è quella di portarne un altro milione. Vogliamo offrire condizioni di lavoro e di sviluppo professionale a coloro che vanno in Italia. Siccome ci serve manodopera, e il Brasile ha buoni professionisti, abbiamo un matrimonio perfetto – conclude. Omaggio I l direttore-presidente di ComunitàItaliana, Pietro Petraglia, ha ricevuto il titolo di onore al merito, dalle mani del presidente del Comitato Olimpico Nazionale Italiano (CONI), Alfredo Apicella, durante cerimonia realizzata al Consolato Generale d’Italia a Rio de Janeiro. Nell’occasione, altri professionisti sono stati onorati come lo speaker José Carlos de Araújo e Luiz Mendes. I giornalisti sono stati omaggiati per il loro lavoro collegato all’Italia nel mondo desportivo. Italia e Brasile sulla stampa A San Paolo, ha avuto luogo la seconda edizione del workshop della Stampa Italo-brasiliana. L’evento ha avuto come obiettivo quello di riunire la stampa dei due paesi per discutere problemi tra cui la formazione, la sicurezza dei giornalisti e la democratizzazione della stampa. L’apertura dell’incontro è ricaduta sul Console Generale a San Paolo, Marco Marsilli. Dalla parte italiana, il presidente dell’Ordine dei Giornalisti (ODG), Lorenzo Del Boca ha detto che il “diploma non è un obbligo”, ma “quello che conta sono i principi” del giornalista. Era presente anche il coordinatore dei giornalisti italiani nel mondo, Franco Pò. Dalla parte brasiliana, si è avuta la partecipazione della Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), che completa 60 anni di attività quest’anno, grazie alla presenza del presidente Sérgio Murillo de Andrade, oltre al presidente del Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, José Augusto Camargo. Hanno favorito lo scambio di idee ed esperienze con l’Ordem dos Jornalistas, che ha presentato un manuale tradotto in lingua portoghese sulla riforma della professione del 2002. Assocamerestero: nuovo presidente I l senatore Edoardo Pollastri è il nuovo Presidente di Assocamerestero, l’Associazione delle Camere di Commercio Italiane all’Estero (CCIE). È stato eletto a Lecco dal Consiglio Generale, organizzato nel quadro dei lavori della XV Convention delle CCIE. Pollastri è nato ad Alessandria nel 1932. Imprenditore e commercialista, è presidente della Camera di San Paolo e per Assocamerestero. Negli ultimi anni ha ricoperto la carica di presidente vicario. Nello scorso aprile è stato eletto nella circoscrizione estera dell’America Meridionale e ha aderito al gruppo dell’Ulivo. Piemonte I l Piemonte si conferma ancora la regione italiana con il maggior numero di bar premiati dalla terza edizione della Guida del Gambero Rosso. Dei 19 che rappresentano il meglio del meglio [‘tre tazzine e tre chicchi’], ben 6 sono nella regione subalpina, e di questi, quattro a Torino. Il premio Illy-Bar dell’anno va, invece, in questa edizione della Guida, al ‘Biasetto’ di Padova per ‘la grande eccellenza’ dei lieviti e della pasticceria. Approvato bilancio L’ Aula del Senato ha approvato il progetto di bilancio interno per il 2006 e al rendiconto per il 2004. In tre anni, come ha sottolineato il senatore questore Gianni Nieddu, ci saranno tagli per 70 milioni: in particolare per 14 milioni nel 2006, 23 milioni nel 2007 e 33 milioni nel 2008. Anche se è prevista una riduzione del 10% sull’indennità e vitalizi dei senatori, vi sarà un aumento del trend complessivo di spesa che è cresciuta del 3,4 per cento. TENCO 2006 V inicio Capossela, Simone Cristicchi, Lucilla Galeazzi e Petra Magoni sono i vincitori delle Targhe Tenco 2006. Capossela si è aggiudicato il premio per il miglior disco dell’anno con ‘Ovunque proteggi’; Galeazzi quello per il miglior disco in dialetto con ‘Amore e acciaio’; Cristicchi quello per la miglior opera prima con ‘Fabbricante di canzoni’, mentre la Magoni grazie al disco ‘Musica nuda 2’. Le premiazioni si svolgeranno dal 9 all’ 11 novembre a Sanremo. Reprodução Opportunità di lavoro Mercato Abruzzese a San Paolo Aziende abruzzesi vengono in Brasile per affari L a Camera di Commercio di San Paolo ha organizzato il mese scorso nella sua sede l’evento “Antichi Sapori d’Abruzzo” in collaborazione con il Consorzio Abruzzo Quality Food. Le missioni imprenditoriali tra Brasile e Italia stanno dando opportunità alle imprese italiane di far promuovere in Brasile i loro prodotti e viceversa. In quell’occasione, sono state presentate dal Consorzio alcune aziende che producono i migliori vini D.O.C. (Denominazione di Origine Controllata), olio extra vergine, miele e pasticceria nella regione. Tra i vini, le Cantine Spinelli hanno dimostratato le cinque varietà che producono nella loro sede ad Atessa, detta la ‘città del vino’, in provincia di Chieti. Montepulciano, Trebbiano, Cerasuolo, Chardonnay e Sangiovese sono alcuni di esse che l’azienda intende far entrare nel mercato brasiliano, oltre alla produzione d’olio extra vergine abruzzese, che conferisce al prodotto una qualità superiore in quella zona. Sono stati esibiti dei marchi che si distinguono grazie alla produzione di oli aromatizzanti, al gusto di limone, peperoncino ed aglio che aggiungono un sapore speciale al prodotto. Libri su Internet C ontinuano a crescere le vendite di libri su Internet: nel 2005 hanno fatto registrare un aumento del 28%. Lo ha annunciato l’Associazione italiana editori, che come ogni anno nel giorno di apertura della Buchmesse di Francoforte presenta i dati che fotografano la situazione dell’editoria. Il mercato librario e l’editoria digitale hanno raggiunto il valore a prezzo di copertina di 3.621 milioni di euro, con una crescita dello 0,4% rispetto al 2004. Lucio Dalla L ucio Dalla festeggia i suoi 40 anni di carriera con l’uscita di ‘12,000 lune’, raccolta nei negozi a partire da venerdi’ 6 ottobre. Un triplo cd con 53 brani, di cui 3 inediti, che ripercorre i 40 anni della sua attività, iniziata nel 1966 con ‘Lei [non è per me]’. Il cofanetto, arricchito da una bellissima copertina disegnata appositamente da Milo Manara, racchiude brani che vanno da ‘Caruso’ a ‘Futura’ fino ad arrivare ai 3 nuovi brani ‘Stella’, ‘Sottocasa’ e ‘Dark Bologna. Novembro 2006 / ComunitàItaliana 29 notizie notizie Risorse italiane a Bahia Negócios na ponta da língua F I Roberth Trindade Venceslao Soligo l governo italiano ha formalizzato l’assegnazione di donativi per sei milioni di euro assegnati ad investimenti in progetti sociali e tecnici del programma “Viver Melhor”. Le risorse sono state assicurate durante una riunione del Comitato Tripartito formato da rappresentanti del governo italiano, della Banca Mondiale e del governo di Bahia. I donativi servono all’implementazione del Programma di Appoggio Tecnico (PAT) che sostituirà il Programma di Appoggio Tecnico e Sociale (Pats), portato avanti dentro al Ribeira Azul, vertente del Viver Melhor della comunità Alagados, con la partecipazione della Cities Aliance e della ONG Associazione Volontari per il Servizio Internazionale (AVSI). Il Pats ha reso benefici a 40mila famiglie per mezzo di sport, alfabetizzazione di adulti, assistenza agli anziani, ripetizioni scolastiche e generazione di reddito. P iccole e medie imprese brasiliane hanno partecipato ad una missione imprenditoriale dal 20 al 27 ottobre a Roma e Milano. La venuta della Confindustria italiana a San Paolo il marzo scorso ha permesso di stringere un rapporto commerciale tra i due paesi. Questa volta, sono in giro per le due principali città italiane circa 250 imprenditori brasiliani associati della Fiemg (Minas Gerais) e dalla Fiesp (S.P.) di settori diversi che intendono di costituire delle joint ventures. I settori scelti per questa missione sono stati l’agroindustria, quello dei mobili, dei marmi e graniti, quello tessile, dell’edilizia e l’outsourcing. —Sono fiducioso che stiamo lavorando in un settore molto concreto nell’interesse degli imprenditori dei due paesi e i risultati già si vedono dalle relazioni tra le nostre imprese e quelle brasiliane che sono molto positive e promettenti — dichiara l’ambasciatore italiano in Brasile, Michele Valensise. Il Brasile presenta superavit nella bilancia commerciale dal 2002. Lo scorso anno, il nostro Paese ha esportato US$ 3,22 miliardi e le importazioni hanno sommato US$ 2,28 miliardi. E il risultato di questo rapporto bilaterale si riflette anche nella presenza di grandi multinazionali. Nel 2004, gli investimenti italiani in Brasile sono stati pari a US$ 429,2 milioni. Per quanto riguarda i ritorni degli investimenti, il direttore per il Commercio Estero e Relazioni Internazionali della Fiesp, Carlos Cavalcanti, ha detto: “la nostra alleanza è di lungo termine, l’unica certezza è che il commercio bilaterale è inferiore a come ci piacerebbe che fosse e dobbiamo lavorare per ampliarlo. S i chiama José Serra il candidato italo-brasiliano eletto nuovo governatore di San Paolo, il maggiore collegio elettorale del Brasile, durante le consultazioni elettorali svoltesi nel paese all´inizio del mese di ottobre. Serra, di origini calabresi, cambia dunque casa: da Sindaco di San Paolo si trasferisce al Morumbi, sede del Governo paulistano. Il candidato dei “tucanos”, ha ottenuto il 57,94% dei voti e nella sua prima dichiarazione dopo il successo elettorale ha affermato a chiare lettere che il suo “sarà un governo popolare, rivolto soprattutto a coloro i quali si trovano in situazioni critiche, un governo per i più vulnerabili”. Candidato italiano all´Oscar È il Nuovomondo di Crialese il film che concorrerà all’Oscar per l’Italia. La saga sull’emigrazione italiana dell’inizio ‘900 è stata presentata in anteprima alla Mostra di Venezia e ha vinto il Leone d’argento come rivelazione. Grande soddisfazione ha espresso il presidente di Cinecittà Holding, Alessandro Battisti, alla notizia che Nuovomondo è stato designato a rappresentare l’Italia nella corsa all’Oscar per il miglior film in lingua non inglese. “Ci fa particolarmente piacere, tra l’altro - ha detto Battisti - , aver scelto proprio Nuovomondo per inaugurare in questi giorni la rassegna di cinema italiano Cinema Italian Style, che sta portando a Los Angeles, grazie anche all’impegno di Cinecittà Holding, il meglio della nostra produzione recente. Ci sembra un ottimo auspicio per il percorso verso il Golden Globe e verso l’Oscar del film di Crialese”. ComunitàItaliana / Novembro 2006 Eugenio Barba no Rio D irigido por um dos maiores pesquisadores e diretores de teatro, o italiano Eugenio Barba, o Odin Teatret apresenta cinco espetáculos, sete demonstrações de trabalho, onze mostras de vídeo e quatro workshops no Rio. A iniciativa promete mostrar ao público os motivos que encantaram platéias ao redor do mundo em 42 anos de carreira do grupo europeu. A passagem do Festival Odin Teatret pelo Centro Cultural Banco do Brasil ainda contou com a conferência “Encontro com Eugenio Barba”. Mercado de ações A Terna Participações S.A., o segundo maior grupo privado de trasmissão de energia elétrica no Brasil, com sede em Roma, acaba de entrar no mercado da Bovespa (SP). O valor das ações no primeiro dia do pregão, em 27 de outubro, abriu com 21 reais e foi fechado a 23,04 reais por Units (certificados de depósitos de ações representativos), sendo cada um composto de uma ação ordinária e duas preferenciais de emissão da companhia., alta que corresponde a 9,7%. Pelo bom resultado obtido, a empresa se coloca no nível 2 de Governança Corporativa totalizando 557 milhões de reais negociados. Fazem parte da Terna Participações as subsidiárias Transmissora Sudeste-Nordeste S.A. e Novatrans Energia S.A. Tércio Lima Missione imprenditoriale Italo-brasiliano eletto 30 acilitar o cotidiano dos varejistas e abrir novas frentes para negócios ligados aos setores de equipamentos, produtos e serviços para hospedagem e alimentação. Com esse objetivo, cerca de 150 expositores se reuniram no Riocentro, Rio de Janeiro, em torno da 10ª Equipar Riopan 2006. A feira, realizada de 24 a 27 de outubro, mais uma vez contou com a presença italiana, comumente associada à inovação no mercado com modernas máquinas para massas, sorvetes e cafés. Neste ano, os organizadores do evento estimam que a feira tenha movimentado R$ 130 milhões em negócios. Além disso, cerca de 40 mil pessoas ligadas aos segmentos compareceram ao pavilhão no centro de convenções. No estande da Itália, numa área de cerca de 30 metros quadrados, mais de 20 empresas apresentaram seus produtos. Um dos destaques foi o concurso de risoto promovido pela Região do Piemonte, a maior produtora de arroz da Europa. (S.S) Itália solidária na Feira da Providência D izem que a Itália é um país de povo muito generoso e hospitaleiro. E no que depender de boas intenções geradas por quem vem da bota, a 46ª edição da Feira da Providência está cheia. Inspirada no “salto” dado pelo estande italiano ao sair do 9º lugar em vendas, no ano de 2004, e alcançar a 2ª colocação, em 2005, a consulesa Matilde Bellelli, responsável pela organização do espaço, conta que a participação na Feira traz benefícios, inclusive econômicos, para as mais de 80 trabalhadores no evento. — Estamos recrutando interessados. Há voluntários do próprio Consulado, do Hospital Italiano e do Comites. Participar da Feira da Providência é incentivar o Made in Italy. Adoro apresentar produtos que raramente são vistos nas lojas daqui e abrir as portas para empresas italianas, e tudo isso, num exercício de solidariedade já que a arrecadação com a Feira é destinada ao Banco da Providência, que dá assistência a mais de três milhões de pessoas — assinala a consulesa. O espaço italiano na Feira da Providência que, em 2005, arrecadou 16% do total obtido no evento, tem como novidade o lançamento do champanhe Berlucchi. O produto chega ao mercado brasileiro no dia 15 de dezembro, mas na Feira [realizada nos dias 6 a 10 de dezembro, das 12h às 23h] será oferecida degustação da bebida. Entre as novidades deste ano está a apresentação de uma mesa de frios com a oferta de presunto de Parma e de San Daniele, além de queijo parmesão. Também serão vendidas pastas Garofalo em todas as variedades ao valor de R$ 2,80, o pacote, e pela primeira vez peças como óculos de sol, bijuterias, echarpes, gravatas e lenços poderão ser encontradas no estande. (S.S) Missão empresarial D ezessete pequenas e médias empresas da região da Emília-Romanha estiveram no Brasil para uma missão empresarial e a manutenção de um acordo com universidades rumo ao desenvolvimento industrial. No evento, realizado no Hotel Renaissance, em São Paulo, o tema “As Excelências Tecnológicas na Emília-Romanha – Sinergias entre Universidade e Indústria” inspirou o Fórum Permanente das Universidades na discussão da aproximação do mundo acadêmico com o empresarial em vários setores dessa Região. A empresa Morara S.p.A. estuda, por exemplo, a viabilidade de estabelecer um acordo de colaboração industrial com uma empresa local para a fabricação, no Brasil, de máquinas retificadoras cilíndricas externas e internas e, principalmente, a assistência técnica para seus clientes. Paralela ao Fórum, uma jornada de negócios foi o primeiro passo para empresas italianas e brasileiras estabelecerem parcerias em âmbito comercial e industrial. A região italiana está entre as 15 mais ricas da Europa e uma das mais industrializadas. É na sua capital, Bolonha, onde fica a mais antiga universidade da Europa, a de Bolonha, datada de 1088. Novembro 2006 Lula de novo O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi reeleito no segundo turno para outros quatro anos de mandato, por mais de 58 milhões de brasileiros. Tanta popularidade sobreviveu a um ano e meio de ataques diários da oposição ao seu governo e partido, o PT. Tudo começou quando foi deflagrada a chamada “crise do mensalão” no Congresso. Apesar disso, o presidente recebeu 60,82% dos votos válidos. / ComunitàItaliana 31 Milão italian style Guilherme Aquino Um vôo sobre o bel paese Gelado, gelado A Itália vista do céu com os pés na terra. Burgos medievais, plantações, praias paradisíacas, parques naturais, montanhas nevadas, tetos, cúpulas, pontes e estradas. Uma série de painéis fotográficos está distribuída pela via Cordusio, no centro de Milão. Uma Itália com paisagens de tirar o fôlego de tanta beleza e que, até pouco tempo atrás, era um privilégio de pássaros e pilotos. Agora, um simples pedestre pode admirar, por exemplo, as torres de San Gimignano, na Toscana e a Piazza di San Marco, em Veneza, com um olhar de cima para baixo. As 100 fotografias ficam em cartaz até o dia 27 de dezembro. Guilherme Aquino Agora aquela famosa granita italiana pode ser feita em casa. É só inserir os cubos de gelo e o triturador de gelo faz todo o serviço graças aos dois “dispensers” nele contidos. Depois basta acrescentar o extrato desejado. A potência é de 75 watts e o produto é da marca Ariete. E 43,90 Chega de insetos! O símbolo da art déco R oberto Capucci e seus vestidos realizados como esculturas sempre dão panos para as mangas. Do ferro, ouro, bronze e prata, ele pegava emprestado apenas as cores para dar vida às suas criações costuradas em seda, algodão, linho. A mostra do grande estilista acontece na cidade de Como, às margens do lago homônimo, a cerca de uma hora de Milão. A exposição ocorre durante a edição de Miniartetextil, um dos eventos mais importantes no âmbito internacional da área da fibra têxtil. Ela fica em exibição até o dia 12 de novembro. S ComunitàItaliana Reprodução ó se fala dele no setor hoteleiro de Milão. E já nasceu cult. O Nhow Hotel é o resultado da transformação de uma velha fábrica da General Eletrics em um hotel de luxo, na zona Tortona, uma das mais chiques da cidade. Ele tem 249 quartos [com três suítes spa] e um centro de convenções com capacidade para acolher até 2 mil pessoas. Design, criatividade e estilo fazem parte das colunas e sapatas que suportam este moderno colosso. Obras contemporâneas e instalações fazem parte da decoração deste novo hotel, criado para ser referência entre os freqüentadores do planetinha fashion e do mundo dos negócios. Uma visita virtual pode ser feita através do endereço www.nhow-hotels.com. / Novembro 2006 Esta máquina prepara, em pouquíssimos minutos, pipoca sem gordura e sem precisar untar o aparelho. São 900 watts de potência para um resultado rápido! E 14,90 Coração nas chuteiras O calendário da Série A sempre dá uma brecha aos torcedores-turistas de passagem por Milão para assistir a um ou mais jogos. Ver em campo boa parte da ”azzurra” e da seleção é um programa imperdível para quem ama o futebol e estará pela cidade. Kaká, Serginho, Cafu, Dida e Ricardo de Oliveira de um lado e Adriano e Julio Cesar do outro, fora os Pirlos, Gatusos, Inzaghis da vida, campeões mundiais. Não é complicado tentar comprar o ingresso para uma partida. O site do estádio San Siro é www.sansiro.net. Se não conseguir o bilhete, vale visitar o templo do futebol milanese, com um belo museu e fotografias históricas para os torcedores fiéis. Macio, colorido e sobretudo divertido! Uma idéia para dar um toque de alegria ao seu banheiro e também um presente original para dar boas risadas com os amigos. O papel higiênico decorado está disponível em oito estampas diferentes: halloween, beijos, euro, dólar, arame farpado e bolas. Que tal colecionar? E 7,90 Cheiro de pipoca no ar! Em clima retrô Fotos: Divulgação O “escultor” de roupas Nhow Hotel 32 foi uma das protagonistas daqueles “loucos anos 20”. A artista plástica chegou a flertar com o poeta italiano Gabrielle D’Annunzio e a sua paixão pelas tintas fortes, de cores iluminadas, cortes assimétricos e linhas puras também era um reflexo de uma personalidade amante dos excessos. A mostra de suas obras está no Palazzo Reale, no centro de Milão, até o dia 14 de janeiro de 2007. Reprodução E la visitou a Itália em 1911 e ficou impressionada com a obra de Michelangelo. O encontro com a legítima italiana seria um dos ingredientes da pintura de Tamara de Lempicka, artista russa radicada em Paris, também muito influenciada pelo cubismo, ganhando corpo e telas naquele período. Criadora de um estilo sensual e muito sofisticado, Tamara de Lempicka Humor no banheiro Num instante e sem sujeira, um potente instrumento é capaz de matar insetos. Com esta raquete elétrica, você elimina aquela mosca indesejável em segundos. Ela possui uma tela eletrificada bem estreita que nem o menor inseto é capaz de escapar. Funciona com duas pilhas e você pode levar para qualquer lugar. E 9,90 Já imaginou poder torrar o seu pão com um fundo musical? Isso é possível e no mesmo objeto com a ajuda do radio toaster retrô. Com a tecnologia Aríete, o aparelho é rádio AM/FM, tem estrutura em metal termorresistente, uma antena regulável, potência de 700 watts e timer programável em seis tempos que permite regular diversas funções: cozimento, aquecimento e descongelamento. E 49,90 Os produtos acima mencionados estão disponíveis apenas no mercado italiano. Novembro 2006 / ComunitàItaliana 33 Roma arte Ele mostrou Ana Paula Torres amigo meu as gravava pra mim e eu ia aprendendo. Aprecio muito a bossa nova e a MPB — revela Bollani à Comunità. E a paixão pela música brasileira já lhe rendeu dois cds gravados. O primeiro intitulado “Falando de amor”, de 2003, é inteiramente dedicado à obra de Tom Jobim. Agora, ele acaba de gravar o segundo no Brasil, com previsão de lançamento para abril do ano que vem. Desta vez, a idéia será enfocar outros ritmos bem brasileiros: o samba e o choro. — O cd contará com os vocais de Zé Renato e Mônica Salmaso. O trabalho será focado em compositores cariocas como Ismael Silva, Jacob do Bandolim e Pixinguinha — explica o músico, que além desses dois cds, também traz no currículo três outros discos: Piano solo [do selo ECM], Jazz italiano live 2006 [distribuído pelo veículo L´Espresso] e o cd duplo “I visionari” [em que mistura jazz e influências operísticas]. Para o produtor musical, Thiago Pellegrino, de 28 anos, o pianista consegue equilibrar importantes ingredientes musicais e, com isso, cativa os aficionados do jazz. — Conheci Bollani através de um primoroso disco com a cantora Barbara Casini e com o saxofonista Phil Woods, só com músicas brasileiras. O toque de Bollani é espetacular. Há um perfeito equilíbrio entre ritmo, melodia e harmonia numa sonoridade “sequinha”, praticamente sem o uso do pedal de sustentação. Fico realmente encantado com a beleza, a inventicidade melódica dos seus solos, bem como a competência rítmica com que ele acompanha andamentos rápidos, lentos e faz a marcação do baixo — detalha. E o produtor vai mais além: — Há tanto de qualidade em Bollani quanto de novidade, pois, é muito raro um pianista desta categoria não se deixar levar pelas vias do virtuosismo, da velocidade — complementa. Ao falar sobre a popularidade do jazz na Itália, Bollani rebate a visão na qual os fãs de jazz são considerados esnobes. Ele diz que os italianos estão cada vez mais aderindo ao ritmo. — Até pouco tempo atrás, o jazz era um gênero para poucos. Agora não é mais assim. Bollani (à esquerda) atraiu uma platéia de cerca de mil pessoas no Rio de Janeiro 34 ComunitàItaliana / Novembro 2006 Saiba mais sobre o festival O TIM Festival 2006 aconteceu em outubro no Rio de Janeiro, com edições especiais em São Paulo e Vitória. Na capital fluminense, essa foi a primeira vez que foi realizado na Marina da Glória, trazendo mais de 30 atrações do melhor do cenário musical nacional e internacional como os franceses do Daft Punk e os americanos do Beastie Boys. O evento foi distribuído em quatro palcos: o TIM Stage, dedicado aos grandes nomes do mundo musical, o TIM Lab, cujo foco são os grupos mais experimentais, o TIM Club [onde se apresentou Stefano Bollani] para as atrações do jazz e o Motomix, uma grande pista de dança que trazia os melhores DJs do mundo. Petros Eni I naugurada no dia 12 de outubro a mostra “Petros Eni” [Pedro está aqui], dedicada à Basílica de São Pedro, no Vaticano, e ao santo de mesmo nome. Neste ano, o santuário festeja os 500 anos de sua fundação. A exposição é composta por mais de cem obras originárias dos museus mais famosos do mundo. É subdividida em seis seções que recordam o evento histórico da fundação, os artistas e arquitetos definidores do projeto da nova basílica, a antiga basílica constantiniana, o confronto entre as personalidades e as obras dos apóstolos Pedro e Paulo. Entre as obras-primas e desenhos ex- Convite à leitura S ucesso para o primeiro romance escrito pelo atual prefeito de Roma, Walter Veltroni. O livro “La Scoperta dell’Alba”, publicado pela editora Rizzoli, encontrase entre os mais vendidos desde o lançamento, semanas atrás. O autor conta sobre um doloroso mistério e as feridas provocadas pelos anos de chumbo. O personagem Giovanni Astengo procura desvendar os mistérios ligados ao desaparecimento de seu pai. Veltroni traz a força dos sentimentos, uma imprevisível busca na trama dos dias atuais e uma dramática imersão na história. postos, encontram-se documentos inéditos como plantas e protótipos referentes à construção da basílica, além de objetos preciosos, livros e manuscritos. Como testemunhos dos santos e beatos, são exibidas algumas relíquias como a túnica de São Francisco de Assis, proveniente do convento de La Verna e as sandálias de Madre Teresa de Calcutá. A grande mostra estará aberta ao público até o dia 8 de março de 2007, na Fabbrica di San Pietro no Vaticano. As visitas acontecem todos os dias das 10h às 19h, salvo às quartas-feiras das 13h às 19h. O ingresso inteiro custa E 7,00 e reduzido E 5,00. Berço da civilização A partir de 29 de outubro, nove historiadores italianos contarão nove jornadas cruciais da história mundial que tiveram Roma como teatro. As aulas serão ministradas no Auditorium Parco della Musica pelos professores Andrea Carandini, Luciano Canfora, Andrea Giardina, Alessandro Barbero, Antonio Pinelli, Anna Foa, Vittorio Vidotto, Emilio Gentile e Alessandro Portelli, aos domingos, às 11h, a cada duas semanas. “Lezioni di storia: i giorni di Roma” será uma ocasião para refletir sobre as raízes da cidade e sobre a sua complexa identidade. Novembro 2006 Ansa uem disse que o jazz é ritmo para americanos? Aqueles que pensam assim, certamente não sabem que a Itália é a pátria-mãe de uma das grandes revelações do segmento: o pianista Stefano Bollani. Em recente visita ao Brasil e antes de embarcar para uma apresentação no Japão, esse milanês, de 34 anos, de toques suaves ao piano e gestos fortes ao falar, como todo italiano que se preze, participou da quarta edição do TIM Festival. O evento, realizado no Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba, em outubro, é considerado “de peso” para quem aprecia o trabalho de cantores e músicos que não circulam pelo “main stream”. Bollani dividiu o palco com nomes consagrados do jazz mundial como Ahmad Jamal e Herbie Hancock. Em meio à platéia composta por 960 pessoas, esteve presente o cônsul geral da Itália no Rio de Janeiro, Ernesto Massimo Bellelli e sua esposa Matilde, em uma das tendas instalada na Marina da Glória, no Rio. Quanto ao show, a comunicação foi algo constante durante a apresentação já que o pianista mostrou-se bem à vontade com a língua portuguesa. — Aprendi a língua ouvindo as canções de grandes compositores brasileiros como Nelson Cavaquinho e Cartola. Um oma foi o centro italiano da filosofia em 19 e 20 de outubro na hospedagem de um congresso extraordinário da Sociedade Filosófica Italiana, em ocasião de seu centenário. O evento se une ao Festival Internacional da Filosofia que acontece há dois anos em Roma. Debates e apresentações tiveram como temas principais o centenário da sociedade, a sua atividade, o diálogo entre as culturas, a filosofia no contexto feminino da Europa, além de uma reflexão sobre o ensino da filosofia nas escolas e universidades. Reprodução Q Rosangela Comunale R Reprodução Stefano Bollani vem ao Brasil, participa de festival, grava cd e reafirma talento do jazz mediterrâneo Capital da filosofia Roberth Trindade Divulgação a que veio! Mesmo que ainda esteja na moda dizer “vou a um show de jazz”, na verdade, quem aprecia o ritmo são sempre as mesmas pessoas. Mas jornais como La Repubblica e outros veículos já noticiam fatos ligados ao jazz. Na Itália, existem vários lugares para concertos de jazz,. Em Roma, há muitos. Em Milão, o Blue Note é um sinal dessa tendência — justifica. Com um sorriso estampado no rosto, aos leitores de ComunitàItaliana, Bollani manda um recado, como se quisesse demonstrar o orgulho de representar a Itália num festival em terras brasileiras. — Espero que “si facciano vedere e vengono a salutarmi in Italia” [“que apareçam e venham me saudar na Itália”] — fala. Cinema R oma se transformou na capital mundial da cinematografia de 13 a 21 de outubro com “Cinema – Festa internazionale di Roma”. Cerca de cem filmes estiveram em cartaz no Auditorium Parco della Musica, e também em outros pontos da cidade. Muitas estrelas internacionais compareceram ao evento, entre elas, o convidado de honra, Sean Connery, a madrinha da festa, Nicole Kidman, e outras celebridades como Richard Gere, Leonardo DiCaprio, Martin Scorsese e Monica Bellucci. Um dos eventos ligados à festa foi a retrospectiva em homenagem a Marcello Mastroianni, na Casa do Cinema, pelos dez anos da sua morte. / ComunitàItaliana 35 comunidade San Gennaro Mio! Santo è festeggiato a San Paolo con miglioramenti dell’infrastruttura della festa alla Mooca L Marcos Petti [non ancora finita], dove è stato costruito un ristorante per ricevere meglio il pubblico che si fa presente tutti gli anni in questa che è una delle feste più popolari di San Paolo. Lì, si sono stabilite 7 delle 22 bancarelle presenti e ha la capacità di mille persone a notte. Le altre bancarelle sono rimaste all’aperto, servendo il pubblico che è potuto entrare a pagamento, ma che ha contato su di uno schermo gigante per vedere ciò che succedeva all’interno della festa. Per entrare al ristorante e vedere gli show, bastava comprare il biglietto individuale, con diritto ad un antipasto, un piatto di pasta e due pezzi di pizza. Per i Fotos: Elisangela Andrade a festa di San Gennaro di quest’anno, nel tradizionale quartiere della Mooca, a San Paolo, ha attirato un pubblico stimato di 200 mila persone, il doppio in confronto all’anno scorso, secondo numeri forniti dagli organizzatori della festa. I festeggiamenti si sono avuti tutti i fine settimana di settembre e sono durati fino al 14 ottobre. Oltre agli abitanti di quartieri vicini, hanno partecipato anche carovane da Rio de Janeiro e da altre città dell’interno di San Paolo. In questa 33ª edizione, parte del luogo dove si è tenuta la festa è stata coperta in muratura 36 ComunitàItaliana / bambini, è stato creato uno spazio dedicato ai divertimenti. Provenienti da vari quartieri di San Paolo, la maggior parte dei frequentatori è venuta con la famiglia. Lunghe tavolate erano poste una accanto all’altra perché c’entrassero tutti. — È sensazionale, è allegria pura. Si incontrano moltissimi amici, è un punto d’incontro con la famiglia – racconta l’oriundo Antonio Carlos Caruso, di Interlagos, che ha partecipato alla festa per la seconda volta. E in mezzo a tanta agitazione, com’è normale che succeda in feste di questo tipo, ballerini conducevano le persone in giro per il salone del ristorante, formando un enorme trenino,. Sul palco, le presentazioni degli show sono state condotte dal cantante Fred Rovella, un’icona dell’espressione musicale per la comunità italiana a San Paolo. Anzi, chi va alle feste italiane si aspetta sempre di sentire le tradizionalissime O’ sole mio, Torna Surriento, Amore scusami, Sapore di sale, Dio come ti amo e Nel blu dipinto di blu e le immancabili tarantelle Funiculì funiculà, Reginella campagnola, così come la famosa Quel mazzolin di fiori. Le canzoni animavano la platea, anche le più ‘attuali’ come Con te partirò, Imbranato, La forza della vita, tra le tante. Novembro 2006 — Noi apprezziamo il moderno, ma ai più anziani piacciono quelle tradizionali – aggiunge la frequentatrice Estela Rossi, di São Caetano, riferendosi alle canzoni cantate. La principale attrazione di questa edizione è stata la cantante Innocenza, nata a San Paolo, ma trapiantata in Italia fin dagli anni ’80. Aiutata dai nonni, ha seguito la vocazione per la musica e ora sta facendo una tournée per lanciare il suo lavoro in Brasile, rivisitando i luoghi della sua origine. Il coordinamento della festa è stato responsabilità di padre Pasquale Priolo, della Parrocchia São Januário, che ha approfittato della notte del 30 settembre, con un minuto di silenzio, per ricordare le vittime del volo 1907 della Gol. Gli introiti dell’evento saranno usati per pagare le spese della costruzione del nuovo ristorante, delle opere sociali della parrocchia e della manutenzione dell’asilo nido Menino Jesus, nel quartiere. La festa ha contato pure sulla partecipazione e la dedicazione di 400 volontari per, letteralmente, ‘mettere le mani in pasta’. Luiza Lanni Ribeiro è una delle colllaboratrici che si dedica a questo lavoro da 27 anni. — La Mooca non sarebbe niente se non ci fosse la festa – dice con soddisfazione. San Gennaro L’ origine di San Gennaro, o São Januário, com’è stata battezzata la chiesa del quartiere, viene dall’Italia del sud, dalla Campania. Secondo i registri, è nato a Napoli nel 270 d.C. È stato ordinato sacerdote e, più tardi, vescovo di Benevento. In vita, San Gennaro si è dedicato al lavoro di recupero di detenuti e alla visita a malati, secondo quello che ci racconta il padre Pasquale. Dovuto alle sue idee sull’uguaglianza sociale, il vescovo non era visto di buon occhio dall’élite politica di quei tempi e neanche dall’imperatore romano Diocleziano che, verso l’anno 305 d.C., lo fece decapitare. Fotos: Divulgação comunità E tudo acaba em polenta Festa de imigrantes italianos no Espírito Santo associa comida ao bem comum através do voluntariado C omer, divertir-se e praticar algum trabalho voluntário. Talvez esses fatores conjugados possam definir um pouco da chamada “buona gente” italiana. E foi assim que cerca de 800 pessoas, a maioria oriundi, ofereceram seus serviços durante a realização da 28ª edição da Festa da Polenta, em outubro, em Venda Nova do Imigrante, no Espírito Santo, onde compareceram pouco mais de 26 mil pessoas. Desde 2004, a Associação Festa da Polenta (Afepol), responsável pelo evento, investe no trabalho voluntário a fim de tornar o cidadão vendanovense o “artista” dos festejos. — O que motiva a festa é a realização do serviço voluntário feito por pessoas que se juntam com um único propósito: o bem- Rosangela Comunale estar da própria comunidade — declara o diretor cultural da Afepol, Higino Junior Falchetto. Como em toda festa italiana, a comida é o centro das atenções. E, como não poderia deixar de ser, a polenta, neste caso, é um show à parte. Segundo Falchetto, a iguaria é o elo que une as pessoas em busca da preservação das tradições italianas. — Ela é a atração, é ela que traz o turista para a festa e desperta a curiosidade das pessoas para que venham aproveitar e ver o que tem de novo na festa. Este ano, por exemplo, as pessoas encontraram mais agilidade nos serviços e não precisavam ficar esperando na fila — ressalta. Mas o momento mais esperado da festa é o chamado “tom- bo da polenta”. Nos três dias de realização da festa, foram feitos quatro em um panela gigante, gerando cada um 1.200 kg colocados nas fôrmas, fatiadas e fritas para serem servidas com queijo, filé de boi ou frango. Por conta disso, não é surpresa saber que, nesta edição, houve um recorde de quase 9,6 mil pratos típicos vendidos. E isso não é tudo. Além do “personagem principal”, a polenta, é claro, atrações culturais também acompanharam o evento. Uma visita à “casa da nonna” e ao “paiol do nonno” era como fazer uma viagem ao passado. Detalhadamente decorada, a primeira reproduziu elementos da cozinha, da sala e do quarto. A prática da culinária podia ser vista e degustada pelos visitantes. Já no paiol, a movimentação também foi intensa já que a música sertaneja tomou conta do ambiente onde se produzia açúcar mascavo ao vivo, debulhavase milho e assava-se banana na chapa do fogão à lenha. De acordo com Falchetto, a Afepol já pensa na próxima edição. O diretor pretende manter os bons resultados que podem ser revertidos em mais desenvolvimento para Venda Nova do Imigrante. — Para o próximo ano, pretendemos continuar com este número de público, até mesmo porque já temos visitantes cativos que comparecem todo ano. Torcemos para que possamos arrecadar mais ainda, pois, os recursos voltam para o desenvolvimento do município — revela. Novembro 2006 Com a renda gerada por 26.155 pagantes [o saldo exato da festa ainda não foi divulgado], os lucros da festa serão distribuídos entre entidades filantrópicas, dentre elas, estão a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e o Hospital Padre Máximo. Em 2004, este último recebeu uma UTI móvel comprada com os lucros da festa e a Apae ganhou uma ajuda na compra de um veículo para o transporte de crianças. Venda Nova do Imigrante Os primeiros italianos chegaram à região em 1891. Na época, eles avistaram clareiras abertas na mata onde havia culturas de café prestes ao abandono. Com o dinheiro economizado durante anos, as famílias puderam comprar partes das grandes fazendas deixadas pelos lusitanos. Assim, começava a nascer a cidade de Venda Nova do Imigrante. Atualmente, não é difícil perceber que boa parte dos cerca de 18 mil habitantes da cidade, é de origem italiana. De acordo com informações do arquivo público do estado do Espírito Santo, 64% dos descendentes de italianos tem raízes trevisanas e 94% são veneti. Mas não é só de história e cultura que vive a cidade. Ela também é um “prato cheio” para quem gosta de esportes radicais e aprecia o agroturismo. Em Venda Nova, é possível comprar diversos produtos caseiros no local onde são produzidos e ainda visitar propriedades rurais. Iguaria atrai a visita de milhares de visitantes / ComunitàItaliana 37 comunidade comunidade Roberth Trindade Como uma fênix O médico Braz Maiolino mostra vigor e vitalidade a toda prova com inauguração de novo laboratório A Rosangela Comunale os 82 anos de idade, o médico Braz Maiolino, é pura energia. Ao explicar suas vivências, história é que não falta. Tudo isso porque, segundo ele próprio, a reciclagem de suas experiências é um dos quesitos que o movem numa trajetória de vida recheada de desafios e aventuras. Como aquela em que deixou a terra de seus antepassados, a Calábria, na Itália, em busca de novos ares, e por que não, prosperidade, ainda no início da década de 50. Definindo-se como uma fênix [pássaro com penas brilhantes, douradas e vermelho-arroxeadas que, segundo a mitologia grega, vivia cerca de 500 anos e depois de passar por uma pira funerária, reerguia-se das cinzas], ele, agora, acaba de inaugurar, no número 6 da avenida Almirandte Barroso, no Centro da cidade do Rio de Janeiro, uma nova unidade de atendimento laboratorial vinculada à Rede Labs D’Or e com a colaboração do médico Jorge Moll Filho. Ao falar de seu novo posto de coleta de material, a modernização é um fator que Maiolino define como primordial para o avanço da medicina. Inevitável, portanto, a comparação com a 38 época na qual sua carreira profissional foi iniciada. — Com a modernização, a situação melhorou. Os resultados podem ser recebidos pela internet, tudo é feito com mais rapidez. Os dados são precisos e dificilmente ocorre erro humano. Venho de uma medicina caseira, dos tempos do microscópio monocular. Atualmente, a única coisa que piorou foi a qualidade de vida. A industrialização feznos deixar as comidas mais simples e optar pela vida sedentária. Antes, andávamos a pé e subíamos escadas, pois não tínhamos elevador. A comodidade traz isso — analisa Maiolino, que iniciou sua vida profissional aos 20 anos, trabalhando no laboratório do Hospital Militar Central de Bari, na Puglia. A história do médico pode ser juntada a tantas outras referentes à imigração italiana. Vindo de uma família humilde, estabelecida em Scalea, na Calábria, sua mãe, dona de casa, com 10 filhos, era equatoriana e seu pai, calabrês, marechal da marinha de guerra. O dom para a medicina foi herdado pelos seus tataravô e bisavô. — Aos 15 anos, pesquisando minhas origens, principalmente ComunitàItaliana / sobre meus tataravô e bisavô, tive certeza que queria ser médico — lembra. Mas engana-se quem pensa que Maiolino é italiano, mesmo ao constatar um significante sotaque, peculiar a quem vem da terra de Dante. Apesar de ter passado parte da sua juventude na Itália, o médico nasceu no Brasil. — Meus pais passaram um tempo no Brasil antes do meu nascimento, também em busca de melhoria de vida. Daí, nasci em São Paulo e, com um ano, meus pais me levaram para a Itália. Lá estudei, cresci e me formei em medicina, defendendo uma tese experimental em clínica médica, em 1949. Militei na esquerda italiana — conta. Ainda sobre sua juventude na Itália, Maiolino ressalta um dos episódios mais marcantes ocorridos. Ao ser convocado para se alistar no exército, recorreu ao consulado brasileiro de Nápoles a fim de obter mais informações sobre o que poderia ser feito já que se recusava a ingressar na vida militar. — Foi quando me deram uma carta de recomendação e me falaram sobre um navio, o Vera Cruz, que partiria naquela semana. Resolvi ir, mesmo sabendo que não haveria ninguém no Brasil para encontrar. Apesar das péssimas condições da embarcação, a viagem era só mar, sol e alegria — fala. Novembro 2006 A memória sobre esse tempo ainda é vívida e sobram detalhes na narração da história de Maiolino. De acordo com ele, ao desembarcar no Rio de Janeiro, decidiu hospedar-se em um hotel, o Tropical, na Praça Tiradentes. Nesse local, resolveu procurar pessoas de sua família em um catálogo telefônico. — No bairro do Méier, encontrei uma pessoa com o mesmo sobrenome que o meu, Francesco Maiolino. Através dele, descobri um primo de primeiro grau, Gaetano Maiolino, que era comissário de polícia — diz. Na vida acadêmica do recémformado médico, no entanto, foram necessárias algumas complementações no Brasil para que seu diploma fosse validado. Em seguida, pelo destaque obtido, principalmente no Colégio Pedro II, na atual capital fluminense, ele recebeu uma carteira de jornalista, ainda nos anos 50. — Além disso, meu primeiro emprego foi em um laboratório na Cinelândia onde, por sinal, conheci minha esposa Rebeca. Em seis meses, tornei-me sócio do laboratório, às custas de muito esforço. Acordava cedo e trabalhava ininterruptamente, inclusive aos sábados e domingos. Depois de aproximadamente quatro anos, montei meu próprio laboratório, na avenida Almirante Barroso, e fundei a rede de laboratórios Maiolino— recorda o médico, cujo sobrenome virou sinônimo de tradição na medicina no Brasil. Ao revelar o segredo da energia, Maiolino destaca as palavras de Santo Agostinho como a máxima de sua vida: “Não quero o aplauso fácil que corrompe, mas as críticas honestas de quem constrói”. — Adoro desafios. Toda minha vida foi cheia deles. Passei fome, procurei comida mas nunca fui desonesto. Digo o que penso — explica Maiolino, pai de três filhos, um já falecido, a outra, Paola, formada em Ciências Políticas, casada com um diplomata francês, residente em Paris, na França e, Angelo Maiolino, médico hematologista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de Coordenador do Programa de Transplante de Medula Óssea do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, também pertencente à instituição. À moda italiana, uai! II Seminário sobre a Imigração Italiana em Minas Gerais reúne centenas de pessoas em Barbacena A contar pelos versos de José Duduca de Morais [“Oh, Minas Gerais! Oh, Minas Gerais!”], o refrão, apesar de batido, não será esquecido. Pelo menos para as mais de 300 pessoas que participaram, em Barbacena, do II Seminário sobre a Imigração Italiana em Minas Gerais. Intimamente ligado à imigração italiana, desde o resgate da Casa d’Itália da cidade, em 2003, o estado ainda herda lembranças da ocupação dos primeiros italianos. Como prova disso, basta perceber a utilização da tradicional valsa Viene sul mare como hino [não oficial] mineiro. Sílvia Souza Situada a 1.200 metros de altitude, no planalto central da Serra da Mantiqueira, Barbacena foi escolhido como sede para o levantamento de resgate da cultura italiana em Minas Gerais. Já que abrigou, a partir de 1888, a colônia Rodrigo Silva com italianos chegados ao Brasil para a agricultura e construção civil. É conhecida como Cidade das Rosas, mesmo nome da tradicional festa que agita o município no mês de outubro. Seu clima e temperatura, que tem média de 17°C, favorecem a fruticultura e a floricultura, lembrando o ambiente campestre dos Apeninos. Promovido pela agência consular de Barbacena, pelo Comitato degli Italiani all´Estero (Comites), a Associação Ponte Entre Culturas, e patrocinado pela Fiat Automóveis, o II Seminário, coordenado por Giusi Zamana, caracterizou-se pela apresentação de pesquisas inéditas, com destaque ao levantamento microrregional da imigração [italianos na Zona da Mata, a colônia Constança de Leopoldina, colônia Santa Maria de Astolfo Dutra e imigração no Vale do Rio Doce, além de Juiz de Fora e São João Del Rei]. As estimativas apontam para um número de 1,5 milhão de descendentes no território mineiro, mas poucos são os relatos e estudos sobre como se desenrolou a influência dos italianos na formação da sociedade mineira. — Muito já se falou sobre imigração italiana em São Paulo e no Sul do Brasil. Mas, de uns anos para cá, três estados têm se destacado na busca pelas raízes e a presença italiana em sua formação: Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. Sendo que, neste último, as pesquisas sobre a cultura italiana são muito recentes — informa o jornalista e escritor Julio Vanni, um dos palestrantes do II Seminário. Vanni, que é nascido em Pequeri [Zona da Mata] e é colunista de Comunità, apresentou em sua explanação uma bibliografia sobre a imigração italiana em Minas Gerais. — O que estamos fazendo hoje em Barbacena, e onde quer que haja colônias e oriundi em Minas, é deixar para as gerações futuras um legado cultural, ou seja, informações sobre seus antepassados. Não pode existir uma sociedade sem passado. Negar ou esquecer a influência italiana na história de Minas é um erro que está sendo reparado para as gerações que virão — assinala o jornalista. Professor de História Contemporânea da Universidade de Verona, Emilio Franzina foi outro destaque durante o evento. Ele abriu e encerrou as palestras, que aconteceram nos últimos dias 21 e 22. Autor do livro “A grande emigração – O êxodo dos italianos do Vêneto para o Brasil”, lançado no seminário, Franzina apresentou uma pesquisa que reconstrói a relação complexa da emigração em grande escala com a economia e a política italiana, focando a região do Vêneto nas últimas décadas do século 19. E como entre os objetivos do seminário estava a valorização da importância histórica dos imigrantes na formação da identidade sócio-política-cultural do estado, não se podia deixar de lado a manifestação teatral e musical. Em “Nas Nuvens”, o grupo de teatro de rua italiano Giullari Del Diavolo retratou o confronto entre o anjo Gabriel, um malabarista perfeccionista e sua ajudante Querubina, uma sambista. Criado em 1993, o Giullari tem como característica o uso do humor. Segue os passos de bobos da corte, menestréis, saltimbancos e charlatões medievais e conta com a participação da brasileira Rose Zambezzi que, desde 2000, acompanha os artistas e conferiu maior feminilidade e dança às apresentações do grupo. Utilizando-se de técnicas sofisticadas de malabarismo e elementos como contact, christal balls e fogo, o grupo encerrou com chave de ouro as atividades do seminário. Nelson Coelho / Agência O Globo A vez do Brasil O Grande Prêmio do Brasil, no último 22 de outubro, serviu de cenário para um acontecimento histórico. Depois de 13 anos de jejum, os torcedores puderam festejar a vitória do brasileiro Felipe Massa. Mas esta corrida foi uma etapa decisiva também por outros motivos. O alemão Michael Schumacher, sete vezes campeão do mundo, disse adeus à Fórmula 1 [ao menos como piloto], com um dos testes de direção mais incríveis da história do automobilismo. Com a sua saída de cena, torna-se grande a expectativa por um retorno do triunfo verde e amarelo, como aquele da era Ayrton Senna. 40 Não terá sido por acaso que Felipe Massa conseguiu a autorização da Ferrari para correr com um macacão com as cores da bandeira brasileira. Assim como não espantoso ver um grande sorriso de satisfação impresso no rosto do presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, no dia seguinte em Roma, durante um encontro entre empresários brasileiros e italianos. A mítica escuderia italiana, com a vitória de um jovem piloto brasileiro, demonstra o bom relacionamento entre os dois povos e sugere, otimista, que vale a pena intensificar os contatos no setor econômico a fim de aumentar os negócios. ComunitàItaliana / Schumacher se despede da Fórmula 1 e o piloto Felipe Massa se torna a grande esperança brasileira Ana Paula Torres Corrispondente • Roma Com a saída de Schumacher, terá início uma nova era na Ferrari que poderá influenciar todo o quadro desse esporte. Kimi Raikkonen será o novo parceiro de Felipe Massa, a partir de janeiro de 2007, mas ainda não é certeza se o finlandês será o novo número um do time. De fato, Massa fez a seguinte advertência: — Não vou tirar o pé do acelerador para que Kimi me passe. Quando cheguei à escuderia, sabia que era o segundo piloto. Ajudei como pude e acho que aquilo que fiz foi bem feito. Agora estamos no mesmo nível, por isso não vou tirar o pé para ele — garante o piloto brasileiro. Novembro 2006 A vitória de Massa levou a torcida, que lotava o autódromo de Interlagos, ao delírio. Ele foi o quinto piloto brasileiro a vencer o GP do Brasil em 35 anos de história. Esse jovem, de 25 anos, repetiu o feito de Emerson Fittipaldi, José Carlos Pace, Nelson Piquet e Ayrton Senna, que venceu pela última vez em 1993. Desde então, os torcedores brasileiros não tinham tido mais motivos para festejar. Durante a coletiva de imprensa, logo após o término da corrida, Massa disse que aquele era o dia mais feliz da sua vida. — É impressionante vencer no Brasil, vencer em casa. Acredito que o macacão verde e amarelo e a torcida me deram muita força. É um dia muito especial para mim, devo ser iluminado — conta. Não foi somente a vitória de um brasileiro, depois de tantos anos, que provocou grande alegria entre os torcedores, mas também o gesto de Ayrton Senna, repetido com grande emoção por Massa, ao pegar a bandeira brasileira. Por coincidência, ele a recebeu das mãos da mesma pessoa que a deu pela primeira vez ao falecido piloto. — Foi a primeira coisa que procurei depois de cruzar a linha de chegada. Vi uma primeira pessoa correndo com uma bandeira na mão. E quando ergui a bandeira, me lembrei de Senna, de como ele erguia a bandeira do Brasil de dentro do carro. Foi um momento de grande emoção para mim — recorda. Mas a emoção não aconteceu somente para ele, mas para todo o Brasil e, em especial, para a família Senna. — Fiquei extremamente emocionada. Foi uma surpresa quando ele começou a parar para pegar a bandeira. Eu não esperava por isso — confessa a irmã de Ayrton, Viviane Senna ao periódico Gente — “ Com esta vitória, Massa fecha com chave de ouro o seu primeiro ano como piloto oficial da Ferrari. A sua popularidade está aumentando e ele afirma que deseja trabalhar sempre mais e melhor, para manter o ritmo e começar a pensar também na conquista do campeonato. Ele já começou a receber até reconhecimento oficial. Em 24 de outubro, Massa recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a medalha de mérito esportivo pela vitória em Interlagos. Os primeiros passos Felipe Massa estreou na Fórmula 1 em 2002, com a Sauber, durante o Grande Prêmio da Austrália. Nos últimos tempos, ele foi o protagonista de uma das mais significativas mudanças, passando da Sauber à Ferrari, primeiro como piloto de testes e depois como titular, substituindo Rubens Barrichello, atualmente na Honda. A paixão de Massa pelos motores e a velocidade nasceu muito antes, levando-o a um percurso vitorioso nas categorias de base, até chegar na Fórmula 1. Ele venceu o campeonato da F-Chevrolet brasileira em 1999, da F-Renault italiana em 2000, e da F-3000 européia em 2001. Depois, correu pela Sauber em 2002, 2004 e 2005, até chegar à Ferrari. Em 2006, o piloto obteve duas vitórias: no GP da Turquia e no GP do Brasil. Mas subiu ao pódio por 7 vezes, nas provas da Europa, Estados Unidos, França, Alemanha, Turquia, Japão e Brasil. São de sua autoria 3 pole positions: na Turquia, Japão e Brasil, e 2 melhores voltas nos Grandes Prêmios da Espanha e Hungria. Origem italiana: a relação com Cerignola Foi grande a festa para Felipe Massa durante a sua segunda visita a Cerignola, na província de Foggia, cidade de origem da sua família, de onde, em 1921, partiu seu bisavô paterno, Giuseppe Massa. Muitos parentes acolheram Felipe e seus pais Ana Elena moso literato humanista e filólogo, Nicola Zingarelli, autor de um dos mais importantes dicionários da língua italiana; do secretário geral da Confederazione Generale Italiana del Lavoro (CGIL) desde 1945 e presidente da Federação Sindical Mundial (FSM) Giuseppe Di Vittorio e do autor de “La cavalleira rusticana”, Pietro Mascagni, faltava exatamente um grande representante no esporte. Hoje, Felipe é considerado uma pessoa de casa. Ele esteve em Cerignola pela primeira vez em 2004 mas, naquela ocasião, ainda não tinha chegado ao sucesso, ou seja, era simplesmente o novo piloto da escuderia do “cavalinho”. Dessa vez foi diferente. Massa chegou à Puglia cinco dias após a sua primeira vitória, no Grande Prêmio de Istambul, fazendo com que a admiração dos cidadãos cerignolani por ele aumentasse. — Cerignola o acolhe com orgulho e gratidão. É uma honra têlo aqui. Leio nos seus olhos o prazer de possuir sangue cerignolano. A esta cidade faltava um grande representante no esporte. Possuímos Pietro Mascagni na música, Nicola Zingarelli na cultura e, agora, temos você no esporte — diz o prefeito Matteo Valentino em coletiva à imprensa. Durante a visita de Massa, o prefeito Valentino organizou uma reunião extraordinária entre os vereadores para decidir sobre a concessão da cidadania honorária ao piloto. “Cerignola o acolhe com orgulho e gratidão. É uma honra tê-lo aqui. Leio nos seus olhos o prazer de possuir sangue cerignolano” Prefeito de Cerignola, Matteo Valentino e Luiz Antonio, mas uma pessoa estava especialmente emocionada: a “nonna” Titina, 88 anos, irmã do bisavô de Felipe. A alegre senhora procurava sempre ficar junto do sobrinho-neto e lhe deu um conselho: — Faça sempre o sinal da cruz antes da largada — recomenda. Os habitantes de Cerignola vêem em Felipe Massa um retorno às origens. Na cidade do fa- — Agora que ele venceu o grande prêmio, sentimos o dever de anunciar a Felipe Massa a entrega das chaves da cidade. Infelizmente, existem atos burocráticos para aprovar e serão necessárias algumas semanas para que todos os componentes políticos, já de acordo em unanimidade, possam completar os documentos. É como se ele já fosse um de nós. Certamente teremos uma outra ocasião, mais concreta, para lhe Comune di Cerignola capa entregar a cidadania honorária de Cerignola — declara Valentino. E, como não poderia deixar de ser, o piloto, emocionado, como todo descendente de italianos, demonstrou carinho e orgulho por seus antepassados. — Estou feliz por estar aqui. Sei que meu avô me guia sempre do alto. Sinto que neste momento ele está feliz por me ver aqui na cidade que o viu crescer. É maravilhoso sentir o calor de vocês que levo sempre comigo. Com quem eu falo, conto das minhas origens. Sou orgulhoso por isso — salienta. Na realidade, Massa admite que conhece muito pouco de Cerignola. Mesmo assim, parece que isso não tem grande importância, principalmente depois das suas declarações: — Meus pais sempre me falaram de Cerignola. A cidade me pareceu mais bonita do que eu esperava. Quando eu for embora, nas minhas recordações sempre existirá um lugarzinho para Cerignola — confessa. O piloto entregou um macacão de corrida ao presidente pugliese da Associação para a Pesquisa sobre o Câncer Michele Mirabella. A vestimenta foi, em seguida, vendida através do site de leilão online Ebay por 3.240,00 euros. — Também vou organizar corridas de kart no Brasil para ajudar as crianças doentes de câncer da associação que minha mãe preside — promete. Na ocasião, Massa recebeu muitos presentes, mas provavelmente o mais tocante foi uma reprodução da imagem da padroeira de Cerignola, a Madonna di Ripalta, uma recordação dos seus parentes. Novembro 2006 / Massa recebe, na Itália, imagem da padroeira de Cerignola, a Madonna di Ripalta — Felipe é uma pessoa simples, ama a Itália, e com os italianos é extremamente disponível — explica a irmã do bisavô de Massa, Iride Antonellis, que é filha de “nonna” Titina. Esta última, por sua vez, complementa: — Nele, vejo uma semelhança extraordinária com minha avó Felicia e com minha irmã Rosa. Os olhos, o olhar de Felipe são típicos do nosso sangue. Vou continuar rezando e me entusiasmando por ele. Fico sempre colada à televisão — ressalta a nonna. Os pais de Felipe Massa também ficaram emocionados com a recepção especial. Segundo eles, o piloto guardará boas lembranças com a visita. — Felipe levará consigo o carinho desse povo. Isso vai servir para ele enfrentar as suas corridas. Nós sempre o acompanhamos, mas agora sabemos que conosco sempre estará a população de Cerignola — fala a mãe Ana Elena. Assim como Felipe, seu pai Luiz Antonio, aproveitou a ocasião para destacar a firmeza e a coragem de seus antepassados. — Cada vez que penso nessa cidade, reflito sobre a grandeza de meu avô José. Quando estourou a primeira guerra mundial, ele partiu para o Brasil, com a cara e a coragem, exatamente como os grandes homens. Eu já tinha vindo aqui dois anos atrás. Eu e a minha família voltaremos a Cerignola. E, quem sabe, não encontremos um modo para criar uma relação comercial entre essa cidade e a minha atividade no setor do plástico — reflete. ComunitàItaliana 41 comunidade Lombardia em verde e amarelo S e na Copa do Mundo deste ano, o Brasil não emplacou, o mesmo não se pode dizer quando o assunto é imigração na Itália. Os cidadãos da nação “canarinho” somam cerca de 37 mil pessoas em todo o território italiano. Destes, 29% vivem na região da Lombardia, onde reside mais de um imigrante latino-americano para cada três presentes na Itália. Os equatorianos e os peruanos são em maior número: 89 mil e 78 mil habitantes, respectivamente, em todo o país. O Brasil está no meio da “imigração hispanoamericana”, pois, logo em seguida, aparecem os colombianos, com 23 mil e os dominicanos, com 21 mil indivíduos. Esses dados são referentes até o dia 1 de julho de 2005 e estão sendo divulgados agora pela Fondazione Iniziative e Studi sulla Multietnicità (ISMU) com a Università degli Studi di Milano-Bicocca, institui- Dados estatísticos confirmam domínio brasileiro na região Guilherme Aquino Correspondente • Milão Fotos: Guilherme Aquino A baiana Alexia Fernandes e sua colega mineira (esquerda) ao lado de um “carabiniere” em Milão 42 ComunitàItaliana / Novembro 2006 ção responsável pela atualização das informações do Observatório Regional para Integração e Multietnia. Eles foram revelados em primeira mão num encontro com a comunidade brasileira na sede do Instituto Brasil Itália (Ibrit), no centro de Milão. Na ocasião, estava presente o responsável cultural da Província de Milão, Massimo Cecconi, que aproveitou para refletir sobre a presença dos brasileiros na região da Lombardia. — Tenho a sensação de que o brasileiro na Itália não seja considerado um imigrante. Talvez pela matriz cultural, pela presença no esporte. O brasileiro é considerado como aquele que faz parte da comunidade e não apenas mais um pertencente a uma etnia a ser integrado — afirma. — Em Milão temos cerca de 180 mil imigrantes contra uma população de 1, 2 milhão de pessoas. Este não é um fenômeno qualquer. É importante e relevante. Como tal, deve ser estudado e interpretado — complementa o professor Giancarlo Blangiardo, da Fondazione ISMU. Ainda segundo ele, dados oficiais podem dificultar a análise das estatísticas reais. Estima-se que a população de brasileiros na Itália supere as cem mil pessoas. — A dificuldade aparece porque devemos nos ater aos dados oficiais. O Ministero dell´Interno nos informa que existem 2,55 milhões de imigrantes em toda a Itália e sabemos que um “permesso di soggiorno” pode conter a autorização para outras pessoas menores de idade. Então, fica difícil fechar este número corretamente, mas estas são as fontes oficiais com as quais trabalhamos, além daquela s anagráficas —ressalta ele. Brasileiros no trabalho ganham mais O Brasil, sendo o maior país da América Latina, tem uma imigração com um perfil diferente daquele de seus vizinhos de continente. Se, por um lado, 22,8% dos brasileiros conquistam um “permesso di soggiorno” para familia, 4% a mais dos que os outros imigrantes latino-americanos, por outro, perdem por 62,3% a 74,9% quando a autorização para estar no país depende de contrato de trabalho. O placar verde e amarelo dá um “banho” no latino-americano quando o tema é o tipo de ocupação: 14,9% dos brasileiros têm empregos no setor de serviços e 17,8% na área de hotelaria e de restaurantes mais nobres, contra 5,8% e 8,8% respectivamente de equatorianos e peruanos. O resultado também é maior nos ganhos mensais. Na faixa de 1.001 a 1.500 euros, os brasileiros ganham por 27,9% contra 21,6% da média latino americana. E perdem por 36,8% a 44,7% quando a renda mensal fica na faixa de 751 a mil euros. Em geral, o desemprego atinge 8,5% dos brasileiros em contraste com 11,5% dos latinoamericanos. Esses dados refletem o nível de estudo maior dos brasileiros imigrantes, já que 58,4% terminaram o Ensino Médio contra 50,9% da média continental. Novembro 2006 / Ainda entre os brasileiros, 40,5% são do sexo masculino e 59,5% do sexo feminino ao passo que a porcentagem é de 37% de latino americanos e 63% de latino-americanas. Ou seja, no quadro imigratório existem mais brasileiras e mais “hispanoamericanas”. O fluxo imigratório do Brasil se caracteriza principalmente por ser de jovens entre 25 a 29 anos. Esta faixa etária ocupa 25,5% contra 22,1% de quem vem do Equador, Peru, Colômbia e República Dominicana. Brasileiros na fé e na sociedade No campo religioso, o catolicismo ganha de longe, mesmo assim, talvez por influência da “mãe África”, os brasileiros são menos “cristãos” do que os imigrantes do resto da América Latina. Os dados revelam que 73,4% se declararam católicos contrastando com uma média de 85,2% dos vizinhos imigrados do continente. Já 13,9% dos brasileiros responderam que pertencem a outras religiões das quais não fazem parte nem a mu- “Tenho a sensação de que o brasileiro na Itália não seja considerado um imigrante. Talvez pela matriz cultural, pela presença no esporte” Massimo Cecconi, responsável cultural da província de Milão çulmana, nem o judaísmo ou o budismo, contra apenas 6,7% da média dos latino-americanos. No aspecto social os brasileiros são “mais” casados do que os seus companheiros latino-americanos. As estatísticas mostram que 58,1% prometeram no altar ComunitàItaliana 43 traste aos 60,3% dos equatorianos e peruanos. Em um país que está segurando a “lanterna” européia no campo da produtividade, do crescimento econômico e demográfico, além da geração de riqueza, a chegada do imigrante deve ser bem vista . — Afinal, eles são jovens, mais ativos e mais produtivos” — declara Blangiardo, consciente de que o fenômeno imigratório na Itália é bem diferente daquele da França, por exemplo, que recebe os “filhos e netos” das suas colônias africanas. — Esta não é a nossa história. Nós já fomos um país de imigrantes, nos Estados Unidos e América do Sul e, hoje, estamos recebendo novos imigrantes — acrescenta Blangiardo, quando o longametragem italiano, candidato ao Oscar de melhor filme estrangeiro, é “Novo Mundo”, do diretor Emanuele Crialese, que mostra a viagem dos sicilianos rumo à América, a terra prometida. A brasileira Alexia Fernandes, de 37 anos, fez a sua travessia do Brasil para a Itália há onze anos. — Eu morava em Teixeira de Freitas, no estado da Bahia. Sem- Fotos: Guilherme Aquino e no cartório civil o amor e o respeito eternos aos seus parceiros de vida. Já em espanhol, esta cerimônia foi realizada apenas por 43,9% daqueles que atravessaram o Oceano Atlântico em busca de novas oportunidades. Os brasileiros parecem mais dispostos a continuar no país. Os números dão conta que 20,1% compraram casa própria contra 14,7% dos latino-americanos. — Este dado demonstra que o horizonte de permanência no pais é de longo prazo. Estes números são bastante consideráveis e estão crescendo com o tempo, ainda que estejam longe da realidade dos italianos com 70% de proprietários de uma residência — esclarece o professor Giancarlo Blangiardo, diretor da ISMU. E apenas 24% vivem de aluguel com contrato enquanto há 40,7% dos hispano-americanos. O famoso “jeitinho” surge ao interpretar-se o dado de que 42,5% dos brasileiros vivem com um amigo ou conhecido contra apenas 23,2% dos latino-americanos. Os imigrantes brasileiros com filhos respondem por 35,2% em con- comunidade Os números foram divulgados à comunidade brasileira em Milão 44 ComunitàItaliana / pre fui muito bem recebida pelos italianos, trabalhei direitinho, nunca tive nenhum problema. Eu comecei na Itália sendo acompanhante de pessoa idosa, de anciãos. Agora estou num bar, em Turim. A minha irmã tem um bar que divide com um amigo italiano. Eu sou a “cuoca” deste bar, sou cozinheira — conta ela, de passagem pelo centro de Milão e se corrigindo, ao misturar o português com o italiano, criando um dialeto que une os dois idiomas num só. E complementa ainda com o sotaque baiano: — Ah, mas este sotaque eu não perco, não. De acordo com Alexia, as sobremesas fazem um enorme sucesso já que os italianos adoram as tortas brasileiras. Ela foi casa- “Eu penso um dia em voltar ao Brasil. É o meu sonho. Mas, por enquanto, acho melhor ficar por aqui” Alexia Fernandes, 37, brasileira residente em Milão da durante os 11 anos de Itália com um brasileiro que a “traiu” durante uma visita à terra natal. — Mas ele é uma boa pessoa, sabe?— enfatiza. Como ambos ainda não têm idéia de onde vão viver ou podem morar [os custos são altos], o casal continua, amigavelmente, dividindo a mesma casa, porém, cada um vai para uma cama separada. — Eu penso um dia em voltar ao Brasil. É o meu sonho. Mas, por enquanto, acho melhor ficar por aqui. A minha família toda está lá, mas preciso ter algo seguro, concreto para depois fazer o caminho de volta — resigna-se Alexia. Ao lado dela, está uma mineira, de Timóteo. A história assemelha-se com a de Alexia. Novembro 2006 — Vim para cá através de uma amiga que já estava aqui e me deu uma mão. Trabalho num bar. A vida aqui é um pouco difícil, pois você não está no seu país. Não tenho documentos, mas mesmo assim dá para levar em frente — desabafa a mineira, que preferiu não dar o nome já que está na Itália desde 2002 como clandestina. A mineira afirma que ainda pretende ficar em terras italianas, ainda que o namorado queira voltar ao Brasil. — A vida aqui é cara, mas sempre tem trabalho. Se você tiver a cabeça no lugar, dá para conseguir poupar um dinheirinho. Eu não penso em voltar para o Brasil, mas o meu namorado, que é de Governador Valadares e com quem divido a casa onde moro, quer voltar, sim. Já disse que ele vai mas eu fico — garante. De acordo com ela, a intenção é conseguir comprar uma casa no Brasil para depois pensar na hipótese de retornar. Os sonhos da baiana e da mineira passam pelos caixas dos bancos e das agências de remessas de dinheiro para o exterior. A Itália é o segundo maior mercado no mundo para este tipo de operação e perde apenas para os Estados Unidos. Quase um bilhão e meio de remessas são realizadas anualmente. Fontes revelam que 20% dos envios de dinheiro para o exterior são de chineses, considerados os campeões, com uma transferência de aproximadamente três mil euros, muito superior a de um brasileiro que gira em torno dos 300, dentro da média de outras populações de imigrantes. O Brasil recebe cerca de oito milhões de euros de seus imigrantes, legais ou clandestinos, na Itália. O país é derrotado apenas pela Colômbia, com 12 milhões, Marrocos, com 21, Romênia, com 23 milhões de euros. A comunidade brasileira [e com ela o giro de negócios] cresceu tanto que o Banco do Brasil abriu uma agência dentro do Consulado Brasileiro de Milão [em término de reforma] não apenas para oferecer o serviço bancário, que antes era feito pelos funcionários da representação diplomática, mas também para aumentar a sua clientela verde e amarela. A imigração gera riqueza e disso sabem muito bem os italianos que conquistaram a América. Guilherme Aquino comunidade Nascidos um para o outro O convite de casamento não deixa dúvidas. Pinuccia Manenti, de 66 anos, e Rodolfo Montaguti, 68, anunciam o matrimônio para o sábado, 23 de setembro de 2006, às onze horas da manhã no Instituto dos Cegos, em Milão. Ambos são cegos e surdos. A falta da audição comprometeu ainda o desenvolvimento da fala: a dela, quando tinha apenas 13 meses de idade e a dele, desde o nascimento. E, em tempos de internet, os dois, participando de um chat na rede, acabaram descobrindo que estavam apaixonados um pelo outro. — Eles se conheceram há alguns anos durante os passeios promovidos pelos institutos e organizações que dão assistência às pessoas deficientes. Mas, de dois anos para cá, eles passaram a se comunicar através da internet e deu no que deu — conta Maria Rosa, amiga fiel de Pinuccia, desde 1970. À confidente, ela ainda revela que está apaixonada. No entanto, a noiva não deixa escapar detalhes que deixariam qualquer um curioso. — Este é o primeiro grande amor de ambos. Um segredo que ela não revela de jeito nenhum é sobre quem tomou a iniciativa, ou melhor, quem deu o primeiro passo rumo ao altar e acabou pedindo a mão do outro em casamento — comenta Maria Rosa, com uma pequena dose de indiscrição. Casal de cegos e surdos selam união fomentada pela internet em Milão Guilherme Aquino Correspondente • Milão Na véspera do casório, Pinuccia foi ao cabelereiro, bem perto do Instituto dos Cegos. De tarde, a agenda dos noivos previa uma visita ao confessionário da vizinha igreja. O casal é muito religioso e o casamento seria realizado por um padre da paróquia de Milão, no salão central do Instituto. O fotógrafo e o cinegrafista já tinham sido contratados para registrar, em áudio e vídeo, toda a cerimônia, como manda o figurino. O que eles não sabiam é da existência da concorrência da imprensa de toda a Itália. O vestido da noiva era uma surpresa, claro. A Terra Santa foi o local escolhido para a lua de mel. Depois Pinuccia e Rodolfo viverão num pequeno apartamento dentro do Instituto, onde ela passou praticamente toda a sua vida. — Não é um apartamento qualquer. Tem a vista para a Madoninna, no topo da igreja do Duomo — diz à Comunità, o presidente do Instituto dos Cegos de Milão, Rodolfo Masto. Pelas mãos da professora Cherubina Bancolini, já falecida, Pinuccia aprendeu a ler e a escrever pelo método “Braille” no Instituto. Ainda viva, ela chegou a falar sobre a técnica. — Ela seguia os sinais que traço com o meu indicador na palma da mão e eu fazia o mesmo com o seu dedo escorrendo sobre as letras em alto-relevo — fala a “mentora” numa velha entrevista sobre a sua pupila. Novembro 2006 A partir daí, Pinuccia descobriu o mundo. Ela estudou até chegar na universidade. Além do italiano, aprendeu o inglês, o francês e passou a trabalhar como tradutora de livros. O conhecimento era uma fonte de vida para a jovem Pinuccia. Diante da chegada da informática, já com a idade um pouco avançada, não recuou. Pelo contrário, quis aprender a usar aquele instrumento que a levaria a conhecer o futuro marido. — Demos o curso de informática para a senhora Pinuccia, uma pessoa muito inteligente que consegue até mesmo se expressar escrevendo na palma da mão. Agora, quando vou encontrá-la, ela me lê através de um programa chamado “sintesi vocale”. Ele transfere de viva-voz o texto escrito, num display drive, um instrumento acoplado ao teclado do computador capaz de transformar o material falado e/ou impresso em escritura “Braille”, em tempo real — explica o diretor de informática do Instituto dos Cegos, Franco Lisi. — Este avanço da tecnologia permite que o deficiente visual ganhe maior autonomia e poder de comunicação com o mundo, com melhor acesso ao mercado de trabalho — acrescenta. Os funcionários e alunos do Instituto acolheram a notícia do casamento com muita alegria. — É um momento feliz para todos nós e que passa uma mensagem de esperança e de integração a todos que sofrem de algum tipo de deficiência — reflete uma das diretoras, Raffaela Caporaso, complementando que este não é o primeiro caso de amor entre as paredes da instituição. Pinuccia subiria ao altar pelas mãos do presidente do Instituto, Rodolfo Masto. Ela seria levada pela longa escada do hall principal do Instituto dos Cegos, dentro de um vestido de seda rosa, caminhando sobre os degraus cobertos com tapete vermelho, com o corrimão de mármore ornamentado através de centenas de pequenos buquês de rosas e flores do campo. O percurso, ela já conhecia de cor e salteado e poderia tê-lo feito sozinha. Mas o ritual falou mais alto. E desta vez, o trajeto, em vez de conduzi-la a mais um dia de trabalho no Instituto, a levaria a um outro: Rodolfo, o Montaguti, que a prometeria respeitá-la e amá-la, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Não sem antes ouvir o sermão do padre. As palavras do sacerdote eram simultaneamente traduzidas na palma da mão dos noivos, por meio da linguagem que ambos aprenderam quando eram pequenos. Até o Papa Bento XVI enviou uma mensagem aos noivos. A cerimônia teve música ao vivo e um almoço para cerca de 100 pessoas. Na saída, os noivos tiveram que enfrentar um batalhão de repórteres, fotográfos e cinegrafistas brigando pelo melhor ângulo. O casal deu um apaixonado e cinematográfico beijo na porta do Instituto dos Cegos, selando um amor nascido pela internet. “Eu te email”, diriam eles. / ComunitàItaliana 45 cultura Pernas, volver! Roupas mais curtas decretam toque de feminilidade na temporada fashion em Milão Guilherme Aquino Correspondente • Milão A semana da moda em Milão transformou a capital da Lombardia no centro das atenções do planeta fashion. Estilistas, compradores e clientes muito vips de todo o mundo lotaram os hotéis, os desfiles e as festas. De Leonardo DiCaprio, convidado de Armani, a Prince, criador da trilha sonora do desfile de Versace, passando por ilustres anônimos ou famosos como o diretor da Vogue Americana, Andre Leon Talley, várias personalidades marcaram presença e não se iludiram diante da criatividade do made in Italy. As coleções Primavera-Verão para o próximo ano, ainda que com alguns contrastes e contra-tendências, prometem usar e abusar das cores fortes e colocar, a toda prova, as pernas femininas. E não é para menos. O desfile de tons fortes e vibrantes mostrou uma tendência que veio para ficar. A marca Gucci brincou com o volume, abusou das cores e mostrou que a moda vai do longo ao muito, muito curto. Já a famosa Prada foi mais longe. Pernas de fora são essenciais nos mini-vestidos e turbantes pra lá de chiques que prometem fazer a cabeça da mulherada. Eles são de cores bem vivas 46 ComunitàItaliana / e combinam com as roupas luminosas propostas pela casa dos Bertelli. Tudo muito refinado, precioso e criativo, como a coleção de Moschino, com roupas inspiradas nos anos 50 ornamentadas com pérolas de vidro de Murano, taillers com calças compridas, daquelas usadas em Capri, bem justas e terminando na metade da canela, e o must da estação: uma bolsa enorme chamada de muffin. Já a Dolce&Gabbana jovem, a D&G, surpreendeu nas passarelas. Arrojou com um misto de tendências e mostrou jersey, zebra e organza, com meiões e também fitinhas penduradas no pulso, uma moda muito “mulherzinha”. No entanto, incrementou o uso das roupas metalizadas, para compensar. — É a celebração das roupas curtas, pernas de fora, vestidos trapézio e salto alto. Cores prateadas, detalhes siderais, com um pouco de fúcsia. Salto alto, altíssimo, com tacos de plexiglass…Tem que saber usar — diz à Comunità a jornalista de moda da rede de televisão La 7 e condutora do programa M.O.D.A, Cinzia Malvini. Já para Talley, diretor criativo da Vogue Americana, a bíblia do mundinho fashion, “as coleções são bonitas e Novembro 2006 bronzeadas, como se aprecia no Brasil, com uma saúde incandescente, uma moda muito Copacabana”, fala ele, com ironia, enquanto caminha apressado rumo ao Mercedes Benz estacionando do outro lado da da rua Solferino, no coração de Brera, o quarteirão chique de Milão. Na contra-mão está, quase como sempre, o estilista Giorgio Armani. Ele mostrou a linha jovem pela primeira vez fora da Itália. O desfile foi em Londres. No de Milão, o rei da moda tirou do guarda-roupas uma coleção trés chic. Calças de seda, lenços cobrindo o colo, chapéus em forma de folhas e, não podiam faltar, os terninhos. Isso sem falar nos vestidos longos com decotes de tirar o fôlego e transformando as costas da mulher num verdadeiro objeto do desejo, numa irresistível arma de sedução e feminilidade. — Eu trouxe para a passarela aquela mulher que eu gostaria que existisse. Este é o meu trabalho, a minha missão. Trouxe uma mulher que não se deixa levar pelo excesso de exibicionismo e que tenta, no uso de um terno importante, com calças compridas, achar ou dar um sentido à modernidade. Esquecer as regras, enfrentá-las, fazer outras. Acho que vestir um terno, mas usado com um jeito masculino, ou seja, com salto baixo e calças compridas, de satin flutuante, é um estilo que cai bem para a mulher em todas as horas — comenta Giorgio Armani, o rei que nunca perde a majestade, criador do estilo easy-chic, como ele próprio define a sua ultima coleção. Paralelamente a isso tudo, mostrou-se intimidada, em Milão, a onda de protestos contra a magreza exibida pelo número de roupa 38, padrão europeu, que começou em Madri, capital da Espanha, e ganhou força na semana de moda de Londres, na Grã-Bretanha. Na capital da Lombardia, a preocupação era com a “anorexia” das vendas que, finalmente, receberam peso. Os grandes estilistas celebravam as magras saudáveis e comemoravam um aumento dos lucros médios em 80% no ano passado em relação a 2004, o que pressupõe uma retomada nos números, podendo ser projetada para este ano. Armani lidera com ganhos de 154 milhões de euros. Já Versace tenta sair do vermelho e sai de um prejuízo de 95 milhões de euros para apenas 5. Valentino, que de rosso tem apenas os seus famosos vestidos, mostra um azul na balança da rentabilidade líquida com 90 milhões de euros. A dupla Dolce & Gabbana festeja, outros 98 milhões de lucratividade, Prada, como referência ao recente filme estrelado pela atriz americana Meryl Streep, manda ao diabo o ano de 2004 e fecha 2005 com mais 47 milhões em caixa, enquanto Mariella Burani segue a sua ascensão financeira “azzurra” faturando 18 milhões. Correndo, por fora, a todo gás, aparece a Diesel engordando em 129 milhões o cofrinho. E tudo isso se reflete nos flashes dos fotográfos e cinegrafistas apontados para as passarelas. Uma idéia na cabeça e um garfo na mão VI Semana da Língua Italiana no Mundo mistura culinária, música, cinema e literatura no Rio e em São Paulo “O Sílvia Souza que é a glória de Dante comparada à glória do espaguete?” Lembradas pelo diretor do Istituto Italiano di Cultura (IIC-RJ), Rubens Piovano, as palavras do escritor Giuseppe Prezzolini, enquanto lecionava na Universidade de Columbia, em Nova York, poderiam dar o gosto da mistura entre literatura e linguagem oral adicionadas à cozinha italiana. Esses dois encantos reconhecidos mundialmente foram o prato principal da VI Semana da Língua Italiana no Mundo. Com o tema “A comida e as festas na língua e na cultura italiana”, as atividades apresentadas no Rio de Janeiro, mesclaram conferências, mesa redonda, cinematografia e música. Tudo isso espalhado entre as instituições de ensino superior [a abertura da VI Semana se deu na Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ, e a programação continuou na Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)] com o apoio do IIC. Neste ano, o evento teve como organizadores o Ministério das Relações Exteriores Italiano e a Accademia della Crusca numa parceria que visa estimular os centros onde se estuda a língua. Segundo Rubens Piovano, a variedade de festas e a cultura italiana apontam para esse interesse na culinária do país. — Se você pegar uma revista conhecida, por exemplo, a Veja Rio, verá que o número de restaurantes premiados italianos é superior ao de outros países europeus. Além disso, no cardápio de restau- rantes internacionais, a massa e a pizza estão sempre presentes. E é claro que, ao fiscalizar essa qualidade dos produtos comercializados, a credibilidade da cozinha italiana aumenta — avalia. Ainda segundo o diretor do IIC, o governo italiano oferece 276 professores de italiano nas universidades no mundo. Outro apoio é visto na forma de incentivo à tradução dos livros italia- nos e, ainda, na concessão de prêmios em concursos literários, uma constante na bota. Aproveitando as reflexões sobre a palavra, o cônsul da Itália no Rio de Janeiro, Massimo Bellelli, fez a entrega do título de Comendadora à escritora Marina Colasanti. A honraria foi conferida pela Presidência da República Italiana por conta da contribuição de Marina na divulgação da cultura italiana e entregue durante a apresentação do concerto “Cabaret lírico: Una seria opera buffa”, com o grupo italiano Amarcord. A professora Flora de Paoli Faria, uma das coordenadoras da VI Semana, conta que a participação dos alunos na programação deste ano foi o diferencial do evento. Fotos: Roberth Trindade Fotos: Divulgação moda Marina Colasanti recebe honraria das mãos do cônsul Bellelli Novembro 2006 / — Ao todo somos 20 professores e temos um grupo de cerca de 400 alunos. Neste ano, eles se dedicaram mais. Apresentaram trabalhos que contribuíram para a formação acadêmica deles e deram significação ao evento, já que nosso objetivo é despertar nesses estudantes um maior interesse pela cultura do país onde se fala a língua escolhida para trabalhar. Usamos esse espaço como amplificador da capacidade de aprendizagem do discente — assinala. Já em São Paulo, os eventos da VI Semana de Língua Italiana no Mundo foram marcados pela redução no número de projeções cinematográficas e a ausência da Universidade de São Paulo (USP) que, nos anos anteriores, colaborava na divulgação do evento. Fontes do Istituto Italiano di Cultura revelaram que a programação para a semana deste ano teria sido reduzida pela diminuição das verbas por parte do Ministério das Relações Exteriores italiano. Mas, questionado sobre o assunto, o adido cultural do Instituto, Lillo Guarneri, preferiu não responder. Apesar dessas modificações, o IIC de São Paulo está oferecendo um curso experimental para nível básico de italiano [“L’Italiano in 14 ore”] a 15 pessoas selecionadas de um total de 50 inscritas. Inteiramente gratuito, as aulas prezam pela boa noção da língua para quem tem interesse em aprender o idioma. Ainda no IIC-SP, uma exposição de livros, vindos do Ministério das Relações Exteriores italiano e do acervo da biblioteca da escola, remetiam a temas sobre culinária, festas populares e tradições da gastronomia italiana. No último dia 25, no colégio Dante Alighieri, um dos eventos da semana foi uma mesa-redonda sobre o tema “A revalorização de comidas e festas no terceiro milênio” com a participação dos professores Aniello Angelo Avella, da Universidade “Tor Vergata” de Roma, e Lorena De Cecco, da Universidade de Padova. Giuseppe Marcheggiano, responsável pela Accademia della Cucina Italiana, foi quem moderou a palestra. Na ocasião, em relação aos filmes exibidos, três clássicos chamaram atenção: La Dolce Vita (1960), de Federico Fellini; Parenti e Serpenti (1992), do diretor Mario Monicelli; e La Famiglia (1986), de Ettore Scola. ComunitàItaliana 47 cultura cultura Rio se rende a cinema italiano Ugo Gregoretti vem ao Festival do Rio e faz pit-stop no Istituto Italiano di Cultura Rosangela Comunale Italiana (RAI), Ugo Gregoretti recebeu o Prêmio Itália. No filme, o diretor pesquisa lugares do famoso romance ”O Gattopardo”, “Eu sou imprevisível, não estou nunca desocupado. Fiz poucos filmes e hoje me arrependo de ter feito pouco”, Ugo Gregoretti cinematografia nesta fase e o Festival do Rio é de extrema importância. Nós, na Itália, veneramos Glauber Rocha e vocês [brasileiros] têm um ótimo cinema. Além disso, o Brasil é um país rico em realidades contrastantes, muito estimulantes — analisa o diretor. Por La Sicilia del Gattopardo, produzido pela Radiotelevisione 48 de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, e foca questões básicas da sociedade siciliana aristocrática. — Reflete um pouco desse extraordinário passado, as tradições das grandes famílias aristocráticas, dos cemitérios, da clausura, todo o mundo. Foi fascinante não por mérito meu. Tive sorte de ser talvez o primeiro ComunitàItaliana / a mostrar “O Gattopardo” através do instrumento de filmagem cinematográfica. Depois Visconti fez seu grande filme “O leopardo”, transformando o livro em objeto de culto universal — destaca. Mas 46 anos depois da estréia, a obra continua sendo apreciada. Ainda assim, Gregoretti é cauteloso e diz que se a possibilidade de refilmar a narrativa existisse, ele não a faria. — Tinha 29 anos e começado há pouco nessa profissão. Posso definir como minha obra-prima e, com o passar dos anos, tenho feito tantas outras coisas: de cinema, de teatro, de opera, televisão. Eu vivo com a suspeita de que o melhor de tudo foi realmente esse documentário, o mais antigo que eu fiz. Não mudaria porque é vital até hoje — explica. Novembro 2006 Essa não é a primeira vez que esse “inconstante artista”, como ele mesmo se define, vem ao Brasil. Em 1957, Gregoretti recebeu proposta de trabalho no Brasil, mas conta que, apesar de ter encontrado italianos aqui, “teve pouco tempo para entender o Brasil”. Nascido em Roma, em 1930, o diretor é considerado precursor da multimídia italiana, sendo definido como um dos mestres da sátira de costumes. Entre as suas produções, os destaques são Il Circolo Pickwick (1968); Le tigri di Mompracem (1973); Romanzo popolare italiano (1975) e Il conto Montecristo (1996). No teatro, Gregoretti atuou como diretor do Teatro Stabile di Torino, no final da década de 1980, de “Benevento città spettacolo”, da “Academia Nacional de Arte Dramática Silvio D’Amico”. — Digamos que a ligação de todas essas experiências é o meu defeito que se chama inconstância. Eu sou imprevisível, não estou nunca desocupado. Se tiver a crise no cinema, vou fazer teatro, e dali para a opera. A minha preferida é a mesma que por muitas razões, não pude amadurecer: o cinema. Fiz poucos filmes e hoje me arrependo de ter feito poucos — recorda. Os 75 minutos de duração do documentário, que tem fotografia de Adriano Maestrelli e música de Gino Pecuri, atraíram um público acostumado a acompanhar a trajetória da linguagem cinematográfica. Uma dessas pessoas era o ator Paulo Betti. O global promoveu a estréia de “Cafundó”, longa-metragem que dirigia quando concedeu entrevista à Comunità [edição 87 – agosto de 2005]. Vencedor de quatro Kikitos no último Festival de Gramado, “Canfundó” narra a religiosidade e foi rodado em diferentes ambientes, que vão desde a Lapa, no Rio de Janeiro, a Ponta Grossa, no Paraná. — É um filme sobre um menino escravo, devoto de uma cruz. Sobre ela, constrói uma religião própria, fundamentada na água, na pedra e na verdade, misturando elementos das religiões católica e espírita, com ritos africanos. É a história de um homem negro que através da fé encontrou seu lugar num mundo dominado por brancos — diz o diretor, no site www.cafundo.com.br. Il “gigante” sconfitto Domenico Losurdo presenta Contraddizioni del Liberalismo, in cui demistifica la filosofia degli USA L Roberth Trindade Roberth Trindade O primeiro evento da gestão de Rubens Piovano à frente do Istituto Italiano di Cultura (IIC) teve um quê de “escurinho do cinema”. Rendendo-se à sétima arte, o novo diretor promoveu a exibição de La Sicilia del Gattopardo com a presença do responsável pelo documentário, o produtor, diretor de cinema, televisão, teatro e opera e também, jornalista e roteirista, Ugo Gregoretti. A obra, escrita e dirigida em 1960, foi uma atração paralela ao Festival do Rio [evento de cinema que, neste ano, projetou 27 obras produzidas ou coproduzidas na Itália], na primeira semana de outubro. — Nunca pensei que começaria minha carreira aqui no Rio com esse encontro. Lembro-me de quando era pequeno e a televisão italiana era algo aborrecedor. Mas cada vez que eu via Ugo Gregoretti na TV esperava algo forte. Ele falava lentamente e sempre deixava o entrevistado com um comentário inesperado. Era uma das pessoas mais inteligentes e provocativas da TV italiana, quando ela ainda não era atraente — avalia Piovano. Gregoretti, que é presidente da Associação Nacional dos Autores Cinematográficos (ANAC), veio ao Brasil a convite da organização do festival. Ele apontou Nuovo Mondo, indicado italiano ao Oscar 2007, como uma das melhores apostas desta participação italiana na edição 2006 do Festival do Rio. Além disso, também ponderou que a história dos ítalo-brasileiros poderia render uma boa narrativa no cinema. — O filme de Emanuele Crialese é um dos melhores produtos da Sílvia Souza e contraddizioni che reggono la dottrina politica ed economica chiamata liberalismo sono state il bersaglio di interesse del pubblico, che ha riempito l’Istituto Italiano di Cultura (IIC) di Rio de Janeiro agli inizi del mese. Ma d’altronde, l’autore del libro Contraddizioni del liberalismo [che in un anno è già alla terza edizione], il professore di Storia della Filosofia dell’Università di Urbino, Domenico Losurdo, sembra proprio che abbia presentato un’oralità simile alla ripercussione positiva della narrativa sviluppata nei suoi lavori. E la notte del lancio del suo più nuovo libro in Brasile non poteva essere diversa: un luogo che gli ricordava il suo paese, tenendo una conferenza sulle ideologie post moderne. La presentazione di Losurdo fa parte di un seminario di Filo- Losurdo: Una controstoria degli Stati Uniti d’America lingua corrente si ignora il lato oscuro del liberalismo. Questo libro ha il merito di avere la caratteristica di riscattare l’attenzione sull’orribile storia dell’occidente liberale e il coinvolgimento dell’Inghilterra e degli USA nella terribile pratica della schiavitù – analizza il filosofo. Accompagnato dal direttore dell’IIC, Rubens Piovano, e dal professor Giovanni Semeraro, del Nucleo di Studi e Ricerca in “Abbiamo subito un tentativo di Bonapartismo soft, con Berlusconi. Per fortuna, mi mi sembra che questo episodio sia terminato e spero che sia una conclusione definitiva” sofia Politica tenuto presso l’Universidade Federal Fluminense (UFF). Durante una settimana, il professore ha presentato le visioni che possono essere trovate in opere quali Democrazia o Bonapartismo, Controstoria del liberalismo, Fuga dalla Storia e dalla politica, Il revisionismo storico: problemi e miti, tutti libri che riflettono il pensiero e gli studi del marxista nato a Sannicandro di Bari nel 1941. — La discussione sul liberalismo è molto attuale, ma nella Filosofia, Politica e Educazione (Nufipe) della UFF [che ha fatto la traduzione della conferenza], Losurdo si comunicava inoltre a gesti e attraverso sguardi severi, specialmente quando parlava delle ambizioni nordamericane da Thomas Jefferson ai giorni d’oggi, con George W. Bush. — In primo luogo, questo libro è una controstoria degli Stati Uniti d’America. Già con Jefferson, gli Stati Uniti mostravano l’ambizione di costruire un impero della libertà, come lo stato non aveva mai conosciuto fin dal momento della sua creazione. Gli Stati Uniti sono un paese in cui l’istituzione della schiavitù si fa presente tanto in ambito socialeconomico, quanto in quello socialpolitico – spiega. Piovano ci ha tenuto a mettere in risalto che la presenza del professore dell’Università di Urbino era stata una conquista, tanta è la richiesta per i suoi lavori. Ha ricordato che anche se la conferenza riguardava i primordi del liberalismo, mettendo a fuoco Inghilterra e Stati Uniti, il fenomeno, che è globale, non dev’essere ignorato né dai governi, né, molto meno, dalle società. — È curioso che il professor Giovanni Semeraro abbia già presentato proposte per ottenere la presenza del professor Losurdo all’Istituto e che ci sia riuscito solo ora. Questa mi sembra una mancanza di interesse che, a mio vedere, pone in scacco matto il lavoro dell’IIC. Come fonte della cultura italiana nei paesi in cui ci facciamo presenti, non possiamo negare l’importanza delle tematiche che si legano direttamente alla nostra vita, come quella del liberalismo e di tutto ciò che ne è venuto in seguito – sottolinea. Secondo Domenico Losurdo, il tema è così ampio e ricorrente da considerare Contraddizioni del Liberalismo come il libro scel- Novembro 2006 / to per essere scritto durante tutta la vita. Il professore crede che la sua più recente opera demistifichi l’attuale ideologia di visione che caratterizza gli USA. Un’idea che, secondo lui, celerebbe caratteristiche fortemente puritane. — I puritani si caratterizzano proprio per questo: hanno letto nell’Antico Testamento l’episodio del popolo eletto e ci si sono identificati. E, quando sono arrivati in America, si sono anche identificati con la terra promessa. Considerano gli indios [abitanti, n.d.t.] abusivi di questa terra promessa. Io noto che, con questa ideologia, Bush ha conquistato la presidenza degli USA portando avanti, in modo esplicito, la campagna elettorale con il dovere di guidare il mondo attraverso lo slogan: “Gli USA sono il popolo eletto da Dio” – ironizza. Ma, e quale sarebbe la visione del professore per ciò che riguarda le contraddizioni di questa ideologia liberale in Italia? Losurdo rivela che la situazione nel suo paese, così come in altri paesi occidentali, è stata descritta in Democrazia e Bonapartismo, opera pubblicata in Italia nel 1993 e tradotta qui in Brasile. Senza peli sulla lingua e con un discreto sorriso sulle labbra, il professore racconta che il governo Berlusconi è un buon soggetto per la convalida delle sue ricerche. — Esiste una certa tendenza dei paesi occidentali di portare la democrazia dal suo contenuto reale [sic] invece di instaurare una specie di regime che io definisco Bonapartismo. Credo che in Italia, già da un po’ di tempo, abbiamo sofferto un tentativo di Bonapartismo soft con Silvio Berlusconi che, secondo me, aveva una tendenza a ridurre la democrazia al momento del risultato del plebiscito [sic – si legga ‘elezioni’]. E questo leader, grazie all’apparato multimedia che controllava, voleva rivolgersi soltanto al popolo legato ai partiti politici e sindacati per farsi acclamare di nuovo come leader. Per fortuna, mi sembra che questo episodio sia terminato e spero che sia una conclusione definitiva – dichiara. ComunitàItaliana 49 Firenze turismo San Benedetto Casa madre dei Benedettini, l’Abbazia di Montecassino è meta importante del turismo storico-religioso Ana Paula Torres Fotos: Ana Paula Torres Corrispondente • Roma no, conservava le caratteristiche dell’antico monastero, ricostruito nel 1366 dopo il terremoto del 1349. Quella che il visitatore può ammirare oggi è una fedele riproduzione dell’architettura distrutta, ricostruzione realizzata dal 1948 al 1956. La basilica, posta al termine di una lunga scalinata, è ricca di marmi policromi e di affreschi di Pietro Annigoni e presso l’altare maggiore sono custodite le reliquie di San Benedetto e quelle di sua sorella, Santa Scolastica, ritrovate nel 1950. Da visitare an- R oma, Firenze, Venezia, Milano, sono sicuramente le città che richiamano maggiormente l’interesse dei turisti, ma una volta conosciute, giunge il momento di andare alla scoperta di altre località che ospitano importanti tesori storici. È il caso dell’Abbazia di Montecassino, un maestoso edificio che ospita il monastero benedettino ed è impossibile da sfuggire allo sguardo di chi percorre l’autostrada del Sole, nel tratto tra Roma e Napoli, nei pressi della città di Cassino, in provincia di Frosinone, nel sud della regione Lazio. Situato a 520 metri di altezza, il complesso architettonico può essere ammirato su tutta la valle del fiume Liri. La storia dell’abbazia, lunga 1.500 anni, si intreccia a quella dell’Italia, delle guerre e delle invasioni. Fondata nel 529 d.C. da San Benedetto da Norcia, fu distrutta e ricostruita diverse volte. Nel 580 subì l’attacco dei Longobardi, successivamente fu devastata anche dai Saraceni 50 nell’883, poi da un terribile terremoto nel 1349 e per la quarta volta, il 15 febbraio 1944, durante un violento bombardamento della Seconda guerra mondiale. Fino a quella data, periodo in cui venne massicciamente bombardata dalle forze alleate durante la Battaglia di Montecassi- ComunitàItaliana / che il Chiostro di Bramante, del 1595, e il Chiostro dei Benefattori, così chiamato per le statue dei papi e sovrani che durante i secoli sono stati legati alla storia del monastero. Il museo, sorto nel 1980, in occasione della celebrazione del XV centenario della nascita di San Benedetto, oltre ad illustrare la storia dell’abbazia, conserva dei tesori dell’arte sacra. La biblioteca contiene più di 150 mila volumi, sopravvissuti alla guerra grazie agli stessi monaci che, poco prima dei bombardamenti del 1944, ebbero l’intuito di trasferirli presso il Vaticano. Situato subito dopo l’uscita della Basilica è suddiviso in sale che contengono innumerevoli oggetti come gioielli, vasellame, capitelli medievali, i bozzetti degli affreschi di Luca Giordano andati perduti, opere pittoriche di grandi artisti quali il Cavalier D’Arpino e, soprattutto, vi è ben custodito il Placido Cassinese, dell’anno 960, il documento che racchiude il Novembro 2006 primo periodo in lingua volgare, cioè, in italiano. Il grande fondatore San Benedetto nacque a Norcia, in provincia di Perugia, in Umbria, verso l’anno 480, in un’agiata famiglia in cui il padre era Capitano Generale dei Romani e la madre Contessa di Norcia. Dopo essere vissuto per un periodo a Roma, dove era stato inviato per compiere i suoi studi, abbandonò tutto e si ritirò in vita monastica. A Subiaco, vicino Roma, visse per circa trent’anni, prima da eremita e poi predicando la “parola del Signore” ed accogliendo discepoli sempre più numerosi, fino a creare una vasta comunità di dodici monasteri, ognuno con dodici monaci ed un proprio abate, tutti sotto la sua guida spirituale. Arrivò a Cassino nel 529 dove, sopra i resti di un’antica torre e di un tempio dedicato al dio Apollo, fondò l’Abbazia di Montecassino. Proprio lì San Benedetto trascorse il resto della sua vita, dedicandosi all’assistenza dei bisognosi, compiendo numerosi miracoli e, soprattutto, scrivendo la sua storica Regola, tuttora seguita dall’ordine monastico dei Benedettini. Composta da 73 capitoli, la Regola riguarda i tre voti di povertà, castità e obbedienza, con l’aggiunta dell’obbligo del lavoro. San Benedetto visse a Montecassino fino alla morte avvenuta il 21 marzo 543. Secondo la leggenda, si racconta che morì in piedi, sostenuto dai suoi discepoli, dopo aver ricevuto la comunione e con le braccia sollevate in preghiera, mentre li benediceva e li incoraggiava. Il 24 ottobre 1964 San Benedetto da Norcia fu proclamato patrono d’Europa da Papa Paolo VI perché ritenuto un messaggero di pace, operatore d’unità, maestro di civiltà, nonché iniziatore della vita monastica in Occidente. È inoltre patrono degli ingegneri, degli speleologi e delle opere di bonifica. Per rendere omaggio a San Benedetto, dal 1994, nella settimana antecedente al 21 marzo di ogni anno, si realizza il corteo storico “Terra Sancti Benedicti”. Si tratta di una manifestazione composta da circa 350 figuranti che ricostruiscono il tratto di storia locale che va dalla seconda metà del XIII secolo fino al periodo feudale. Roselle, la città etrusco-romana P er gli appassionati di archeologia e non solo, la Toscana offre molte alternative. Quella che vi vogliamo segnalare questo mese è una importante città etrusca sorta nel VII secolo a.C.: Roselle(Rusel in etrusco). La rilevanza strategica di questo centro abitato risiede nel fatto che si trovava sulla via verso la costa. Dal 1950 (anno in cui sono cominciati gli scavi) sono affiorate ampie porzioni del tessuto urbano che arrivano a coprire due colline contigue e la valle tra di esse. Di notevole interesse sono le ciclopiche mura formate da blocchi color rosa (la pietra locale) considerate tra le più maestose fortificazioni nella storia di questa civiltà. Nel fondovalle sono da ammirare le rovine e i resti del foro e della imponente basilica. L’immancabile anfiteatro è posto sulla cima di una delle due colline, insieme al complesso delle terme. Questi etruschi non si facevano mancare proprio nulla! Per arrivarci prendere la superstrada Firenze-Siena e continuare per Grosseto. Seguire le indicazioni per Roselle. Tempo di percorrenza da Firenze circa 2 ore. Fotos: Reprodução Sui luoghi di Giordano Iapalucci 1° Museo Nazionale della fotografia Musica dei Popoli I mportante inaugurazione a Firenze. Si tratta del 1° Museo Nazionale della fotografia presso il prestigioso Atelier Alinari. La galleria fotografica si snoda in un itinerario che affronta la vita quotidiana, lavorativa in Italia temi storici fino ad arrivare a quelli più contemporanei. La particolarità più “palpabile”, unica al mondo nel suo genere, sarà il percorso tattile per i ciechi e non solo. Si tratta di una tecnica adottata per “far vedere” le fotografie ai non vedenti. Grazie al lavoro congiunto della Stamperia Braille, l’Istituto nazionale per ciechi e la stessa Fratelli Alinari, sono state ricreate fedelmente ben 20 immagini fotografiche. Piazza Santa Maria Novella, 14a. Dalle 9.00 alle 19.30. Chiuso il mercoledì. Ingresso 9 euro. F ino al 21 novembre si può assistere nella città di Firenze alla 31° edizione della rassegna musicale “Festival Musica dei popoli”. Organizzata dalla F.L.O.G (Fondazione Lavoratori Officine Galileo) con il sostegno del Ministero per i Beni e le Attività Culturali, Regione Toscana, Provincia e Comune di Firenze, l’evento raccoglie artisti e musicalità internazionali: dalla Costa d’Avorio alla Colombia, dalla Mongolia al Sudafrica fino al Mali, solo per citarne alcuni. Il titolo dell’edizione 2006 è “Il canto dell’anima” e l’attenzione sarà focalizzata su uno degli aspetti che più attirano i cultori della musica, ovvero la voce e il canto. Sarà un percorso che vi porterà nel folklore, nelle tradizioni e in progetti musicali contemporanei e tradizionali delle nazioni d’origine dei vari musicisti. “Musica dei Popoli” esibisce le avanguardie musicali di oggi che prendono come riferimento i modi di canto di alcuni particolari gruppi etnici. Flog (Via Michele Mercati, 24/b) – Teatro Verdi. Prezzo dai10 ai 40 euro. “La mente di Leonardo” D Apoxyomenos, l’atleta croato P opo il successo di “Il Codice da Vinci”, Leonardo è diventato uno dei personaggi storici più discussi in questi ultimi tempi. La Toscana, terra natale del “genio”, propone insieme all’Istituto e Museo di Storia della Scienza e la Soprintendenza Speciale per il Polo Museale Fiorentino, una interessantissima e innovativa mostra intitolata “La mente di Leonardo”. L’esposizione si pone come obiettivo di rivelare come l’attività del maestro partisse da stimoli e metodi di analisi, sicuramente inquadrati nel contesto del suo tempo storico, ma assolutamente comuni e allo stesso tempo incredibilmente suggestivi. Il visitatore si troverà nella condizione di capire i nessi dei collegamenti della sua mente che riusciva a spaziare da ricerche di natura artistica, dalla pittura all’ingegneria, dalla scienza all’architettura fino all’anatomia. Chi avrà la fortuna di partecipare all’esposizione verrà trasportato verso l’esplorazione del modo di pensare del grande maestro di Vinci. Vengono proposte numerose opere e disegni originali nonché una serie di modelli delle sue macchine e degli esperimenti più spettacolari e geniali. Presso la Galleria degli Uffizi fino al 7 gennaio 2007. Dal martedì alla domenica 8.15-18.30. Prezzo euro 9,50 intero – 4,75 ridotto. er chi calcasse il suolo fiorentino entro il 30 gennaio 2007 non può perdersi un evento assolutamente straordinario: l’Apoxyomenos, l’Atleta della Croazia. Si tratta di una monumentale statua di bronzo alta circa due metri ritrovata nelle acque a largo dell’Isola di Lussino (Croazia) nel 1997. Grazie all’analisi al carbonio 14 è stata possibile la datazione che si colloca verso il 5040 a.C. Sullo stile dei due bellissimi “Bronzi di Riace” di origine greca, la statua rappresenta un atleta nudo, forse un pugile o un lottatore, che con la mano destra doveva impugnare uno strigile (strumento con il quale gli atleti si detergevano dal sudore, dagli oli o dalla polvere dopo una gara). E’ interessante notare nella struttura un elemento: la capigliatura è intrisa di sudore. Questo dimostra una prima crisi dello stile classico greco e l’apertura ad una successiva fase dell’ellenismo, meno interessato alla perfezione ma più propenso al naturalismo, dottrina estetista che si svilupperà appieno molto tempo dopo in Francia. La presenza straordinaria di tale statua nella città rinascimentale è dovuta all’importante supporto, nella fase di restauro, che l’Opificio delle Pietre Dure di Firenze ha dato all’Istituto Croato per il restauro di Zagabria. Palazzo Medici Riccardi. dalle 9:00 alle 19:00. Chiusura il mercoledì prezzo: 5,00 (include visita al percorso museale di P. M.Riccardi) . Novembro 2006 / ComunitàItaliana 51 design O toque de arte dos Campana Conhecidos mundo afora, os mestres do design conquistaram, de vez, a Itália Nayra Garofle Luiz Calazans panorama do design brasileiro de objetos se modifica a cada geração, da mesma forma que os materiais utilizados para a produção variam de acordo com a opção escolhida por seu criador. Foi assim, do ferro e alumínio a materiais naturais, como o bambu, o vime e o papel artesanal reciclado, além do poliéster, tubos de PVC e chapas de policarbonato que os Irmãos Campana, Fernando e Humberto, 45 e 53 anos respectivamente, conquistaram o mercado italiano. Em especial o de Milão, onde estre- 52 aram com uma luminária batizada de Estela. Aliás, os Campana conquistaram um lugar não muito desconhecido já que a família de sua mãe é de Rovigo, no Veneto e a do pai, de Lucca, na Toscana. Os paulistas, de uma inventividade criativa infinita, utilizam todos os recursos inimagináveis para produzir suas cadeiras, seus sofás, suas luminárias. Os objetos, que não passam despercebidos ao olhar, convidam ao toque, ou seja, é preciso pegar para acreditar que tal obra foi confeccionada com um certo tipo de material. — Nosso olhar, instintivamente, percebe o diferente, o inusitado. Trabalhamos com materiais esquecidos, desconsiderados e pouco valorizados, na tentativa de renovar o uso, o olhar e de dar elegância e nobreza — conta Fernando. E foi justamente o inusitado que conquistou os italianos. Os trunfos dos Irmãos Campana estão na “brasilidade” e nos coloridos de suas peças. A luminária Estela foi a primeira obra a ser confeccionada por uma fábrica da Itália, a O Lucce. Tudo começou em 1994, quando o jornalista Marco Romanelli publicou ComunitàItaliana / Fernando Campana Estúdio Campana O “Nosso olhar, instintivamente, percebe o diferente, o inusitado” o primeiro artigo sobre o trabalho dos Campana na revista italiana Domus. A parceria com a O Lucce aconteceu, em seguida, a convite do próprio Romanelli que era diretor de Arte da empresa em 1997. Hoje, os designers produzem suas emblemáticas criações para outras fábricas italianas, entre elas a Edra e a Alessi. Segundo Alberto Alessi, proprietário da empresa cuja sede é em Milão, Fernando e Humberto conseguem levar novos ares ao panorama doméstico. — Apesar das evidentes origens italianas, os irmãos Campana são completamente brasileiros e eles, sem dúvida, estão Novembro 2006 “Nossa responsabilidade aumentou, pois levamos o nome do nosso país a um posto importante dentro da cultura de design mundial” Humberto Campana inseridos entre um dos mais interessantes fenômenos do novo design internacional. Eles têm dado um fôlego saudável do ar brasileiro sub-equatorial e poesia para o design europeu — afirma o empresário. A sutileza e a inovação, presentes no design dos irmãos, também repercutiu na Edra. A empresa fabrica as cadeiras Vermelha, Favela e o sofá Boa, dentre várias outras curiosas peças. O proprietário Massimo Morozzi revela-se surpreendido com o trabalho dos Campana que, se- gundo ele, tem os componentes manual e artesanal. — Eles têm uma dimensão, uma origem local muito forte. É só pensar na cadeira Favela. Existe um mix de localização e globalização e esta é uma qualidade muito, mas muito rara de encontrar. Com essa dimensão local, aquilo que transmitem tem um valor universal e repito, é muito raro conseguir isto — declara Morozzi. F+H: uma fórmula de sucesso Depois de 23 anos de carreira, os irmãos Campana possuem um currículo invejável de palestras, workshops, exposições e prêmios. Quando o assunto é o reconhecimento profissional, eles são categóricos: — Isso é bom porque coroa o esforço do nosso trabalho, mas nós sentimos que a nossa responsabilidade aumentou, pois levamos o nome do nosso país a um posto importante dentro da cultura de design mundial e isso nos torna mais atentos e cuidadosos com os próximos passos e projetos — relata Humberto. Sobre o relacionamento profissional entre os irmãos, ambos afirmam que discutem muito, mas tudo em prol de um bom resultado. — Como todos os descendentes de italianos, temos o sangue quente e uma “paixão latina” correndo nas nossas veias. De fato, quando um tenta convencer o outro de que tem razão, quem olha pensa que estamos brigando, mas na verdade estamos só discutindo as idéias — diz Fernando. Com tanto sucesso no exterior e, principalmente na Itália, por que será que os Campana, são mais reconhecidos fora do Brasil? Segundo Humberto falta um melhor entendimento da cultura do design. — Faltam tempo, história, tradição e, sobretudo, a coragem e a ousadia por parte do empresariado, o que na Itália é sinônimo de estratégia e gestão de empresa — reflete. Negócios à parte, definitivamente a Itália é a segunda casa dos designers. A relação com o país vai muito além do trabalho e do sobrenome. — Lá temos bons amigos, apreciamos a história, a culinária, o bom vinho, as belas paisagens e, claro, sentimos carinho e gratidão — diz Fernando. (Colaborou Guilherme Aquino) As cadeira sushi (à esquerda), vermelha (acima) e o sofá Boa são algumas das peças criativas elaboradas pelos Irmãos Campana Novembro 2006 / ComunitàItaliana 53 Sapori d’Italia Nayra Garofle De dar água na boca! Prato à base de funghi é uma das especialidades da autodidata Silvana Bianchi S Fotos: Roberth Trindade e olharmos no dicionário o significado da palavra “gastronomia” veremos que se traduz como “a arte de bem cozinhar, a fim de proporcionar o maior prazer a quem come e até mesmo a arte de comer bem”. E ao que tudo indica, Silvana Bianchi, de 57 anos, seguiu à risca a descrição da palavra. A brasileira, que se diz italiana de corpo e de alma, aprendeu em casa as artimanhas da culinária de seus ancestrais. Na infância, via a mãe preparar as massas e, assim, surgiu o interesse que a levou ter, hoje, um restaurante na Zona Sul carioca, o Quadrifoglio. — Cresci comendo a pasta feita em casa. Quando pequena, passava longos períodos na Itália. Seis meses lá, seis meses aqui. Então, tenho muito da cultura de meus pais em minha vida — explica Silvana. Todos os pratos oferecidos no cardápio do Quadrifoglio são elaborados pela própria Silvana que nunca fez um curso de gastronomia. O pai, italiano de Milão, e a mãe, da Calábria, contribuíram com a cultura de suas terras possibilitando à Silvana ter idéias no preparo das inúmeras variedades do menu. — São 23 anos dedicados ao restaurante. Alguns ingredientes como o arroz, os cogumelos, e os queijos são importados, pois só assim consigo o verdadeiro sabor dos pratos italianos. Um fato curioso é que há alguns anos, o famoso risoto não era tão desejado por aqui. Várias vezes, uns clientes me chamavam na mesa dizendo que não queria aquele arroz “em papa”, e eu tinha que explicar que o risoto italiano não era como o “arroz de forno”, conhecido aqui no Brasil. Hoje, ele é um sucesso – relata, orgulhosa. Ao longo de sua trajetória profissional, a gourmet diz estar realizada e que adquiriu boas experiências. — É muito gratificante porque eu sei que consegui ensinar a muita gente. A comida italiana é rica, à base da dieta mediterrânea. Fico feliz em transmitir para muitas pessoas o que eu sei — afirma. Para a ComunitàItaliana, Bianchi preparou o Tris di Funghi. Um prato à base de cogumelos e que dá água na boca só de sentir o seu aroma. Criado por Silvana Bianchi Tris de Funghi é um dos pratos mais pedidos da casa 54 ComunitàItaliana / Novembro 2006 Tris di funghi Rendimento: 4 pessoas 8 champignons de Paris bem grandes; 50 g de cogumelo seco; 100 g de shimeji; 100 g de shitake; 2 colheres de sopa de manteiga; 2 colheres de sopa de azeite; 250 ml de creme de leite; 2 colheres de sopa de parmesão; 2 colheres de sopa de cebola ralada; ½ copo de vinho branco seco; Papel alumínio. Limpe os champignons, retire os talos. Lave rapidamente e enxugue. Deixe os cogumelos secos de molho por no mínimo duas horas. Lave bem, pois costumam guardar terra. Lave os outros cogumelos e pique grosseiramente os três tipos: shimeji, shitake e o cogumelo séc. Pique também os talos dos champignons de Paris. Numa panela, coloque duas colheres de sopa de manteiga e duas de azeite. Junte a cebola e deixe suar. Adicione os três cogumelos. Mexa e ponha o vinho branco. Corrija o sal. Salpique pimenta do reino a gosto. Deixe cozinhar alguns minutos em fogo bem baixo e panela tampada. Depois, junte o creme de leite. Cozinhe mais um pouco e coloque uma colher de sopa de farinha de trigo dissolvida em um pouquinho de água. Junte a mistura e deixe ferver mais três minutos. Retire do fogo. Recheie as cavidades dos champignons de Paris. Polvilhe com parmesão. Embrulhe cada um em papel alumínio e leve ao forno médio em tabuleiro com um dedo de água no fundo por 15 minutos. Os embrulhos devem ter as pontas viradas para cima para não entrar água nos cogumelos. Sirva a seguir. Serviço: Rua J J Seabra, 19, Jardim Botânico - Rio de Janeiro - RJ Tel.: (21) 2294-1433