San Marino é conhecida pela paisagem medieval

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San Marino é conhecida pela paisagem medieval
A
m a i o r
m í d i a
d a
c o m u n i d a d e
í t a l o - b r a s i l e i r a
www.comunitaitaliana.com
Ano XIII – Nº 104
ISSN 1676-3220
R$ 7,90
Rio de Janeiro, fevereiro de 2007
Paraíso
das compras
San Marino é conhecida pela paisagem medieval
e por não cobrar taxas alfandegárias. Turistas
brasileiros estão entre os que mais consomem
Fenavinho: safra nacional atrai mais de 150 mil
O espaço de uma ‘razão social’ evolui com a comunicação.
fazendo seu papel.
Para falar com nossos representantes,
ligue (21) 2722-0181 ou escreva para
[email protected]
Divulgação
56
CAPA Livre de impostos
San Marino, de beleza histórica,
atrai milhões de turistas às compras
Politica
Nuovo pacchetto dovrà favorire
crescita economica e l´occupazione...............................................18
Editorial
Mudando o foco.............................................................................06
Cose Nostre
Ministro da Infra-Estrutura Antonio Di Pietro usa o
site You Tube para prestar contas à população italiana...................07
Opinione
Attualità
San Paolo celebra anniversario di 453 anni e ComunitàItaliana offre
uma retrospettiva sugli italiani che si sono innamorati della città....32
Comportamento
Yunus: la scommessa sui poveri.......................................................10
Pesquisa revela que motoristas com mais
de 65 anos tomam conta das ruas da Itália.....................................39
Intervista
Coluna Milão
Economia
Comércio da moda
Fashion Business: Itália é um dos
países que importa peças através
de lojas multimarcas
Turismo
Patrimonio dell’Umanità
Assisi, la città di San Francesco e
Santa Chiara: meta indispensabile
per ogni turista
Italianos organizam manifestação contra
a pressa e defendem a idéia do “slow-life”......................................43
Teatro
Gianni Ratto
In Brasile, l´italiano ha dedicato
più di 50 anni di lavoro alla
dramaturgia brasiliana
Fevereiro 2007
/
45
Roberth Trindade
40
Divulgação
28
Ana Paula Torres
20
Roberth Trindade
Il sottosegretario del Ministero degli Affari Esteri, Donato di Santo,
parla di progetti, risultati e traccia um ritratto del Brasile...............14
Máscaras venezianas
Encanto e mistério
Exposição fotográfica, no Rio
de Janeiro, mostra personagens
simples e luxuosos observados
durante 17 dias na Itália
ComunitàItaliana
COSE NOSTRE
Julio Vanni
FUNDADA EM MARÇO DE 1994
Diretor:
Julio Cezar Vanni
Q
Mudando o foco
uando iniciamos um texto jornalístico, seja uma reportagem, uma crônica ou
um editorial, devemos nos colocar no papel de leitor e tentar entender como
será a “digestão” do conteúdo a que nos propomos dissecar.
A função de um veículo de comunicação, além obviamente de informar, é também educativa. Faz parte deste cenário sensibilizar o cidadão com o calor dos fatos. Não
fosse assim, a capacidade de mobilização da sociedade estaria prejudicada. A dosagem
aplicada para determinados assuntos fica a cargo das diversas editorias. A exploração de
notícias de cunho violento, porém, parece não ter fim. A maneira com que cada revista
ou jornal trata um tema influencia diretamente o leitor à medida que este dedica parte
do seu tempo àquela leitura. Quem não se comoveu com a morte do menino João no
Rio de Janeiro? A morte de um torcedor italiano, agredido por neofascistas num estádio
de futebol da Catânia, na Sicília, percorreu o mundo. Ambas as tragédias causaram firme
reação da sociedade civil.
A capacidade de gerar emoção é um atributo das publicações. Por isso a preocupação com o exagero se faz necessária. Temos que ter a responsabilidade com o paladar
do próximo. O nível de estresse que se gera atualmente é algo absurdo. As imagens, rica
de sórdidos detalhes, chegam em papel, televisores, celulares... Dessa forma, está se acabando até com o dom de sonhar. Nem a utopia do carnaval
consegue apagar a barbárie do nosso dia-a-dia.
VICE-DIRETOR EXECUTIVO:
Adroaldo Garani
Publicação Mensal e Produção:
Editora Comunità Ltda.
Tiragem:
30.000 exemplares
Esta edição foi concluída em:
14/02/2007 às 12:30h
Distribuição:
Brasil e Itália
Redação e Administração:
Rua Marquês de Caxias, 31
CEP: 24030-050
Tel/Fax: (21) 2722-0181 /
(21) 2719-1468
e-mail:
[email protected]
SUBEDIÇÃO
Rosangela Comunale
[email protected]
C
omunità busca, desde a origem do texto, nas reuniões de
pauta, um conteúdo diversificado. Que contribua à sociedade, que agregue valor, ou simplesmente proporcione o
prazer da leitura. Colocamos mais uma vez o bloco na rua e
a edição 104 chega com uma reportagem especial sobre o sucesso dos vinhos nacionais. Em Roma, o vice-ministro Donato
di Santo, responsável pelas relações italianas com os países da
América Latina, dá entrevista exclusiva à nossa correspondente. Nela, ele reafirma a intenção de contribuir para programas
Pietro Petraglia
sociais no Brasil e unir a União Européia ao Mercosul: “assim
Editor
teríamos o maior mercado econômico do mundo, com 650
milhões de habitantes”.
E se existe unanimidade quando o assunto é moda italiana, a seleção de estilistas canarinhos entra em campo e surpreende pela criatividade e pelo custo da roupa que está
sendo exportada para o mundo. A sessão de saúde vem repleta de dicas. Você já ouviu falar
sobre os benefícios que a amora traz ao nosso organismo? Entre nos caminhos encantadores de Assisi, cidade da Úmbria notável pelas suas riquezas histórica, religiosa, artística e
natural. Para que os italianos tenham idéia do que significa carnaval no Brasil, nossa equipe caiu no samba e mostra algumas dicas para se divertir nas regiões sudeste e nordeste do
país. A mais italiana de todas as cidades no exterior completou 453 anos. Veja como São
Paulo prosperou desde os Matarazzo até os dias de hoje na matéria de marcos Petti.
O presidente da Câmara dos Deputados Italiana, Fausto Bertinotti, visitou o Brasil e se
reuniu com o presidente Lula. Sempre acompanhado do embaixador Michele Valensise, em
entrevista exclusiva, ele comparou a situação de pobreza de cidades brasileiras às periferias
de Nápoles. Em Florença, os amantes de essências agora podem visitar o museu do perfume, criado num simpático ambiente Fiorentino, como revela nosso correspondente Giordano Iapalucci, em sua coluna. A elegância da histórica arte da esgrima você poderá conferir
na reportagem que dá continuidade à série especial sobre os jogos Pan-Americanos.
A reportagem de capa mostra quais são as características de uma pequena república italiana que atrai o interesse do mundo todo. San Marino, enclave de fadas, parece
tirar-nos da rotina transportando-nos pelo tempo.
Essas e outras matérias, colunas e artigos nesta edição.
Boa Leitura!
Redação:
Nayra Garofle
e Sílvia Souza (estagiária)
REVISÃO / TRADUÇÃO
Ana Paula Torres
Cristiana Cocco
Projeto Gráfico e Diagramação:
Alberto Carvalho
CAPA:
Divulgação
Colaboradores:
Braz Maiolino – Pietro Polizzo – Venceslao
Soligo – Marco Lucchesi – Domenico De
Masi – Franco Urani – Fernanda Maranesi
– Giuseppe Fusco – Beatriz Rassele
CorrespondenteS:
Guilherme Aquino (Milão)
Ana Paula Torres (Roma)
Giordano Iapalucci (Florença)
Marcos Petti (São Paulo)
ComunitàItaliana está aberta às contribuições
e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos
e estrangeiros. Os artigos assinados são de
inteira responsabilidade de seus autores, sendo
assim, não refletem, necessariamente, as
opiniões e conceitos da Revista.
La rivista ComunitàItaliana è aperta ai
contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti
brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori
e sprimono, nella massima libertà, personali
opinioni che non riflettono necessariamente il
pensiero della direzione.
editorial
ISSN 1676-3220
Filiato all’Associazione
Stampa Italiana in Brasile
ComunitàItaliana
Cidade das rodas
Senna ou Schumi?
R
oma tem 732 veículos para cada mil habitantes e, em
2005, três novos carros foram registrados por hora, segundo um relatório publicado pela Agência para a Proteção
do Meio Ambiente. De acordo com o terceiro documento sobre a qualidade do ambiente urbano em 24 cidades italianas,
a Itália, permanece como um dos países europeus com mais
automóveis per capita de todo o mundo. O documento revela
que, em junho do ano passado, 77% dos municípios analisados superavam o valor limite diário de concentração de PM10
[partículas poluentes perigosas para a saúde] estabelecido pela legislação européia.
U
ma enquete sobre quem seria o piloto de todos os tempos na Fórmula
1 deu o que falar no Brasil. A pesquisa foi veiculada no site do periódico Corriere della Sera e trazia entre as opções o brasileiro Ayrton Senna,
morto em 1994, e o heptacampeão mundial Michael Schumacher. O curioso
é que Schumi, como é conhecido o alemão, ganhava na preferência dos internautas, até que a enquete foi descoberta e passou a ser alvo de e-mails
em toda a rede, caindo no apelo dos brasileiros. Resultado: até o dia 6 de
fevereiro, Senna liderava a pesquisa com 43,9% dos votos, enquanto o expiloto da Ferrari obtinha 40,5%. No duro páreo, os outros pilotos citados
eram o argentino Juan Manuel Fangio e o francês Alain Prost.
Ministro
high tech
Italiano
no comando
O
O
general italiano Claudio Graziano assumirá o cargo de comandantechefe das Forças das Nações
Unidas no Líbano (Unifil) no
próximo dia 17 de fevereiro.
A Unifil conta atualmente
com 11.500 soldados, tendo
ampliado a tropa em agosto passado devido ao conflito entre o exército de Israel
e as milícias do Hezbollah.
A Itália participa da missão com um contingente de
2.450 soldados.
Prodi no Brasil
O
primeiro-ministro da
Itália, Romano Prodi, deve passar três dias no
Brasil, em março. A estada
seria entre os dias 27 e 29,
com passagens por Brasília, onde se encontraria com
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e por São Paulo,
onde teria reunião com representantes da comunidade
italiana.
Ansa
Diretor-Presidente / Editor:
Pietro Domenico Petraglia
(RJ23820JP)
O
tempo não pára para Rocky Balboa, personagem do ator e
diretor Sylvester Stallone, que esteve recentemente em Roma
para a pré-estréia de seu último trabalho no cinema, “Rocky VI”.
Na ocasião, o ítalo-americano, aos 60 anos, deu uma entrevista
coletiva de 25 minutos em para promover o filme “Rocky VI” no
qual, segundo ele, interpreta um “Rambo animalesco”.
”Fiquei decepcionado com ‘Rocky V’ e queria muito que este
personagem tivesse outro fim. Agora já se passaram 14 anos e
queria mostrar como poderia ter sido dura a vida”, disse ele.
Amor à árvore
U
m frondoso cedro do Líbano, plantado em 1814 no parque central de
Barga [província de Lucca], teve de ser derrubado por causa de fungo
que atacou suas raízes, condenando-o à morte. Consternada, a população
acompanhou a derrubada precedida de uma cerimônia promovida pelo prefeito Umberto Sereni, que pretende plantar no local outro cedro importado
do Líbano. Milhares de pessoas recolheram pedaços da árvore. O tronco
principal foi dividido em partes e entregue a escultores para transformá-lo
em peças de arte, que continuarão a enfeitar o parque.
Gôndola na Sapucaí
P
ara que os foliões realmente se sintam em Veneza, a Brahma
colocará uma gôndola com quase quatro metros na Piazza Brahma, em plena Marquês de Sapucaí, no Sambódromo, no Rio de Janeiro. Única área externa e representante da Itália no camarote da
cervejaria durante o carnaval, o espaço terá uma piscina de 14,30
metros de comprimento. Com o tema “Brahma. Todo Mundo Ama”, o
17º Camarote da Brahma no Rio de Janeiro vai mostrar, pelos olhos
de Brahma, a cultura cervejeira brasileira pelo mundo afora.
ex-magistrado Antonio
Di Pietro, símbolo da
Operação Mãos Limpas e, hoje, ministro de Infra-Estrutura
da Itália, usou o site YouTube
para explicar diretamente aos
cidadãos italianos como o
governo toma suas decisões.
No vídeo, Di Pietro, líder do
partido Itália dos Valores, da
coalizão de centro-esquerda
que governa o país, aparece
sentado numa poltrona e se
dirige aos italianos como se
estivesse na sala de sua casa. Em tom coloquial, ele esclarece porque acha importante contar o que acontece
nas reuniões do conselho de
ministros. “É para mostrar
que nestas reuniões não há
só brigas, mas trabalho, como decidir nomeações importantes e as leis que serão
levadas para a aprovação do
parlamento”, diz o ministro.
Di Pietro prometeu um vídeo
a cada semana, logo depois
das reuniões, que ocorrem
nas sextas-feiras. O primeiro
foi gravado no dia 19 e dura
cerca de seis minutos.
Adeus a Leopoldo Pirelli
L
eopoldo Pirelli, presidente de honra da fabricante italiana de
pneus Pirelli, morreu no último dia 23, aos 81 anos. Ele era neto
de Giovanni Battista Pirelli, que fundou a empresa em 1872. Leopoldo tornou-se vice-presidente do grupo em 1956 e assumiu a presidência em 1965 , conduzindo-a até 1996. Além de ser considerada
gigante no setor de pneus, a Pirelli também está presente nos setores
imobiliário e de componentes de telecomunicações. Leopoldo morreu
em sua casa em Portofino, no norte da Itália, e deixa dois filhos.
Entretenimento com cultura e informação
/
Fevereiro 2007
Fevereiro 2007
/
ComunitàItaliana
opinião
serviço
Parliamone
“Ele é um homem
muito bonito
e sua carreira
no futebol
pode estar se
aproximando
do fim”
[email protected]
Mater semper certa est, pater numquam
“Os gays estão todos do outro lado”
Ex-premier e líder da oposição Silvio
Berlusconi, em conversa com o
candidato de centro-direita à prefeitura
de Monza, Marco Maria Mariani,
afirmando que os homossexuais são
simpatizantes da esquerda.
C
osì dicevano i nostri saggi antenati latini:
la madre è sempre certa, il padre non lo è
mai (o quasi mai).
Insomma, difficilmente si hanno dubbi
sulla madre. Chi è la mamma? La legge dice che è quella che risulta nell’atto di nascita trascritto nei registri di stato civile. È
senz’altro cosí, perché, si sa, la verità non è
quella a cui noi crediamo, ma è quella che
viene certificata dall’atto. Cosí vanno le cose
nello stato di diritto, e non potrebbe essere
altrimenti.
Cosí, la legge ha stabilito che non sempre la mamma è giuridicamente certa, anche
se nelle sue vene scorre il sangue, che fino al
31/12/1947 non è italiano, ma d’incanto lo
diventa dal 1/1/1948.
La signora Giuseppina ogni mattina saluta i suoi adorati figli e tutte le volte pensa la
stessa cosa: se avesse saputo che il suo sangue non trasmetteva, avrebbe programmato
la nascita di Alberto e lo avrebbe fatto nascere alle ore otto del 1 gennaio 1948, invece
che alle ore 20 del 31 dicembre 1947.
cartas
E
xcelente a matéria “E o hospital ficou
doente”. É o maior da Itália e é um
descaso para a população a falta de higiene e segurança. Quero parabenizar o jornalista Fabrizio Gatti que fez a denúncia, trabalhando por um mês no hospital como se
fosse funcionário e sequer foi abordado por
alguém para saber quem era ele.
Cosí Alberto è solo brasiliano, mentre Airton Caramella Rocha da Silva Junior, nato nel
1949 è anche italiano. Beato lui, sospira il
fratello. Comunque, il fortunato Airton si è
beccato un bel decreto emesso dall´Ufficiale
dello Stato Civile di Vattelapesca....vista la
legge tale, il regolamento talaltro, la circolare
bis, ter e quater, si è proceduto alla rettificazione dei suoi dati: a partire da oggi la S.V. si
chiama Rocha da Silva Junior Airton. Se non
è d’accordo, può fare ricorso, entro 30 giorni
dall’avvenuta comunicazione, alla Procura della Repubblica presso il Tribunale di Roma.
Ma come, grida la Signora Giuseppina, e il
Caramella che fine ha fatto?
Signora, abbia pazienza, le risponde il
funzionario interpellato da dietro lo sportello:
la legge è la legge, in Italia il cognome della
mamma non conta, vale quello del padre.
Insomma, sbotta l’infelice, prima non trasmettevo il sangue, adesso non trasmetto
nemmeno il cognome.
Ecco, appunto, mater sempre certa est....
tuttavia dipende.
É
revoltante saber das condições em que
são apresentados os hospitais italianos.
Desse jeito não está devendo nada para os
brasileiros. E o pior é saber que parentes,
ainda que distantes podem acabar passando
por esse descaso das autoridades. Não podemos deixar que fatos como estes apresentados na reportagem fiquem impunes.
Beatriz Rassele,
Vitória, ES,
por e-mail
M
uito graciosa a reportagem que nos esclareceu sobre cães de raças italianas
que têm criadores no Brasil. Tenho um Cane Corso e tudo o que vocês falaram sobre a
espécie é verdadeiro. Jack está comigo há 3
anos e é muito dócil. Gostaria de sugerir que
pesquisassem para as próximas edições outras
espécies de animais da nossa Itália querida.
Anna Rosa Canuto,
São Paulo, SP,
por e-mail
ComunitàItaliana
IX Festa Nacional da Vindima
con l’Avvocato Giuseppe Fusco
Giorgio Armani,
estilista italiano,
que acredita que
David Beckham vai
se tornar ator e fez
a escolha certa ao deixar
o time do Real Madri para jogar no Los
Angeles Galaxy.
agenda cultural
/
Fevereiro 2007
Franco Martinelli,
Curitiba, PR,
por e-mail
Q
ue beleza poder ler matéria tão descritiva quanto a que desvendou as
maravilhas da Costa Amalfitana. E as fotografias também nos fazem querer pegar
o primeiro avião e aproveitar aquele cenário. Eu que já estive lá, fiquei encantado com a riqueza de detalhes comentados
nesta edição.
Gianluca Ascoli,
Gramado, RS,
por e-mail
A celebração da colheita da uva promete envolver todos que passarem por Flores da Cunha. A
Rua Borges de Medeiros abrirá passagem para
o “Corso Alegórico” que, nesta edição, contará
com dez carros oficiais destacando os principais símbolos da cidade. Elaborados pelo artista plástico Luís Henrique Costa, os veículos
lembrarão o tema da festa “Retratos da Nossa
História”, enfocando também o marco das edições anteriores da Festa Nacional da Vindima
(Fenavindima). As apresentações ocorrem en-
tre 23 de fevereiro e 18 de março. Informações
pelo site www.fenavindima2007.com.br ou pelo telefone (54) 3292-1722 ramal 216.
Curso de Degustação
O Ristorante Don Ziero e a vinícola Cordelier,
no Vale dos Vinhedos (RS), promovem um
curso exclusivo de degustação de vinhos e
espumantes. O programa é iniciado com visita aos parreirais até chegar aos sentidos mais
aguçados pela arte de degustar vinhos, permitindo aos participantes entender o que há
na estante
de melhor na produção desta bebida milenar.
Além do certificado de participação, será entregue um CD com todo conteúdo do curso e
um vinho Cordelier Reserva. O curso somente será realizado com um mínimo de 15 e o
máximo de 30 pessoas, a partir do dia 4 de
março. Local: Ristorante Don Ziero, junto à
Vinícola Cordelier, em Bento Gonçalves. Valor
por pessoa: R$ 85,00. Outras informações no
site www.cordelier.com.br e inscrições pelo
telefone (54) 3453-7593 ou pelo e-mail [email protected]
click do leitor
Arquivo pessoal
frases
Conclave. O livro de Roberto
Pazzi faz de um evento histórico do Ocidente a ocasião para uma indiscreta radiografia da
nossa sociedade: um retrato da
Itália de hoje erguido numa atmosfera vagamente grotesca,
profanadora e santa. Depois de
meses em que os cardeais reunidos em Roma não chegam a
um acordo sobre a eleição do
novo Papa, boatos começam a
surgir num enredo de misteriosos acontecimentos. Editora Alfaguara, 258 págs., R$ 39,90.
Zarattini – A paixão revolucionária. O novo livro de José Luiz Del
Roio trata de uma época de dores
e apreensão no Brasil: a ditadura militar. No seqüestro do então
embaixador dos Estados Unidos no
Brasil, Charles Burke Elbrick, entre
os tantos prisioneiros torturados
em quartéis e prisões, Ricardo Zarattini acabou trocado, junto a 14
companheiros, pela libertação do
diplomata norte-americano. A vida
do cidadão que lutava pelo Brasil é
acompanhada por uma rica documentação, às vezes inédita. Editora Ícone, 336 págs., R$ 27.
E
m outubro de 2005 visitei a Itália e achei Veneza um espetáculo. Seus passeios de gôndola pelos canais ou de barco
por suas ilhas e suas máscaras, além de seu cristal murano me
encantaram muito. Foi uma viagem inesquecível.
Telma Cristina Guerrante da Silva - Niterói - RJ
Mande sua foto comentada para esta coluna
pelo e-mail: [email protected]
enquete
Revolta de torcedores da Inter pode gerar
represálias a Ronaldo Fenômeno?
71,4% - Sim.
28,6% - Não.
Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com
entre os dias 30 de janeiro e 1 de fevereiro.
Italianos gostariam de ter a Lira de volta
como moeda. Você acha que:
66.7% - O Euro prejudicou a economia do
país e seria mais viável a volta da Lira.
33.3% - Apesar do saudosismo,
a volta não faria diferença.
Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 2 e 5 de fevereiro.
Fevereiro 2007
/
ComunitàItaliana
articolo
10
nei sacchi
La strada intrapresa da Prodi sembra una corsa nei
sacchi, in cui si corre a saltelli, inciampando spesso
Muhammad Yunus, vincitore del premio Nobel per
la pace del 2006 e fondatore della Grameen Bank
Franco Urani
sponsabile in solido dei prestiti
contratti da tutti gli altri membri. Ed ancora, la quasi totalità
dei beneficiati sono donne, per
natura e ruolo sociale assai più
affidabili degli uomini.
“La quasi totalità dei beneficiati
della Grameen Bank sono donne,
per natura e ruolo sociale assai più
affidabili degli uomini”
sociali. E cioè, prima di concedere un prestito, la Grameen
Bank organizza i debitori in vari
gruppi, ciascuno di questi re-
La corsa
Reprodução
Yunus: la
scommessa
sui poveri
re alla popolazione più povera,
indicabile in un 8/10 milioni
di persone o in un 2 milioni di
famiglie, analoghe condizioni
che non peserebbero praticamente sul bilancio dello Stato,
incentivando nel contempo la
potenzialità dei beneficiati.
Credo che il grande problema
attuale sia l’entità assurda degli interessi, tra i più alti del
mondo.
La formula reperita dal Governo F.H. Cardoso ed ampliata
Reprodução
C
ome molti ricorderanno,
il premio Nobel per la
pace è stato assegnato nell’ottobre 2006 a
Muhammad Yunus, che aveva
fondato una ventina di anni fa
nel Bangladesh, suo paese natale, la Grameen Bank, iniziativa
di concezione rivoluzionaria,
che si è poi diffusa in molti altri
paesi poveri del mondo con esiti
sorprendenti.
Yunus, economista di formazione USA, maomettano e professore universitario in Bangladesh, ricevette “l’illuminazione”
nel 1980 incontrando Sufia,
donna poverissima che sopravviveva costruendo seggiolini di
bambù per conto di una locale
organizzazione, senza avere alcuna possibilità di aspirare ad
un minimo di capitale per acquistare la materia prima e quindi
mettersi in proprio.
Questa e molte successive
esperienze convinsero Yunus
che una delle principali cause
di povertà del mondo è l’impossibilità di accedere al credito
che avrebbe potuto trasformare
il lavoratore sfruttato in piccolo imprenditore, dandogli così
l’opportunità di realizzare il suo
potenziale ed aumentare sostanzialmente il suo reddito.
Il problema consisteva nel
reperire un sistema finanziario
affidabile, in quanto nessuna
banca era disposta a dare ai
più poveri qualsiasi prestito in
quanto essi non sono in grado
di offrire alcuna garanzia. Da
qui e dopo molteplici esperienze
personali, nasce la decisione di
Yunus di costituire la Grameen
Bank, un tipo particolare di
banca specializzata nella concessione di prestiti minimi di un
50/100 dollari. A differenza delle banche tradizionali, essa non
guarda al patrimonio dei suoi
debitori, bensì ai loro rapporti
opinione
I risultati del Grameen Bank,
i cui azionisti sono gli stessi beneficiati e che opera con
equi tassi d’interesse, sono stati
ComunitàItaliana
/
ovunque straordinari, limitandosi l’insolvenza ad appena un 3%
e trasformandosi questa azione
prettamente umanitaria anche
in un business vantaggioso,
tanto è vero che vari poderosi
gruppi bancari cominciano a dimostrare ora interesse per analoghe operazioni.
In tal modo, è stata reperita
una razionale, umanitaria e conveniente procedura per contribuire al progressivo sradicamento
della profonda povertà che affligge almeno 2 miliardi di persone
del nostro pianeta, che si affianca
alle ormai moltissime altre azioni
internazionali di volontariato.
In Brasile sarebbe senz’altro auspicabile pensare di offri-
Fevereiro 2007
dal Governo Lula consiste invece nelle note sovvenzioni a fondo perduto rivolte alle famiglie
povere di studenti che abbiano
esiti scolastici favorevoli. L’operazione, anche se onerosa (ma
poche sono le spese generali),
sarebbe efficace se la sovvenzione fosse un’integrazione ai
magri guadagni famigliari; ma
in molti casi si sta dimostrando purtroppo controproducente
in quanto gli adulti, ottenendo
mensilmente in regalo un importo equivalente o superiore al
loro sudato guadagno, tendono
ad abbandonare il lavoro non
più considerato indispensabile
per la sopravvivenza. Lo stimolo viene quindi limitato all’impegno scolastico dei figli, fatto
certo importante, ma occorre
reperire con urgenza soluzioni
anche per la manutenzione o
trasformazione del lavoro degli
adulti.
Q
ualche giorno fa il premier spagnolo Zapatero ha detto che entro tre
anni il reddito pro-capite
spagnolo supererà quello italiano
e raggiungerà presto quello inglese. È passata solo una decina
di anni da quando l’Italia riuscì a
superare il prodotto lordo inglese e passare al quinto posto tra
i paesi più ricchi del mondo. La
Spagna era tra i parenti poveri
d’Europa, insieme a Portogallo e
Grecia. In pochi anni le cose sono cambiate. Gran Bretagna e Cina ci sono ora davanti, in valore
assoluto di PIL, la Spagna è in
agguato e ci supererà in PIL procapite. Perché gli spagnoli sono
più bravi di noi?
Siamo condannati a correre.
Sognamo, a volte, di vivere in una
specie di comunità Amish, dove si
vive coltivando la terra, il cavallo è l’unico mezzo di trasporto e
Ezio Maranesi
il bue tira l’aratro. Poi ci svegliamo e ci accorgiamo che dobbiamo
correre per non essere gli ultimi.
È il sistema; chi corre più forte arricchisce di più degli altri. Allora
dobbiamo produrre e consumare
di più inventandoci nuovi bisogni. E accelerando l’effetto stufa.
Potrà non piacerci, ma neppure
Sisifo, pure lui condannato, si divertiva a spingere il macigno su
per la montagna senza mai arrivare in cima.
L’Italia ha ostacoli immensi
da affrontare, ed è responsabile per averli creati. Ne cito alcuni. Il debito pubblico italiano ha
raggiunto la cifra record di 1.605
miliardi di euro nell’ottobre scorso: 106% del PIL. Siamo primi in
classifica in Europa, e tra i più
indebitati al mondo. Se ne parla poco; si ha pudore di parlare
dei propri peccati. Questo debito è frutto della irresponsabilità
dei governi passati, di qualsiasi colore, in particolare di quelli
che hanno retto l’Italia negli anni ’80 e primi anni ’90. L’Italia ha
convissuto in quel periodo con
un disavanzo annuale rispetto al
PIL dell’ordine del 10% con punte del 13%. Ciò significa che, in
termini estremamente semplificati, spendevamo molto al di sopra
delle nostre possibilità. Vivevamo
nell’abbondanza, con l’euforia di
sentirci ricchi, lasciando il conto
da pagare ai figli, che oggi giustamente si lamentano perché si
sono scoperti poveri. Non ho trovato, in internet, quanto spende
l’Italia in interessi passivi. Poiché
si afferma che il costo percentuale è dell’ordine del 4 o 5 % il peso degli interessi si dovrebbe aggirare sui 70/80 miliardi di euro.
Cosa potrebbe fare in più l’Italia
se disponesse di questa somma?
E senza essere costretta a frugare nelle tasche degli italiani per
cercare quei 3 o 4 miliardi che le
servono per chiudere in pareggio
i suoi conti?
Un altro ostacolo alla possibilità di andare più veloci va sotto
il nome di “questione meridionale”. Se ne parla da 150 anni, cioé
da quando è nata politicamente
l’Italia, e non siamo stati capace
di risorverla. La no stra gente del
sud non se ne risenta: la colpa è
di tutti. Il fatto è che oggi il Meridione è, per molte ragioni, una
zona economicamente e socialmente depressa. Anche l’Andalusia
lo era; oggi non lo è più. Merito
di chi ha trovato i cammini per il
suo riscatto.
Altre palle al piede ci affliggono. Mi limito a fare una riflessione su una di esse, che assume
vari nomi: burocrazia, inefficienza, spirito cartoriale, malinteso
spirito liberale che diventa anarchia, buonismo, tolleranza eccessiva, corporativismo, culto della
polemica, collusione tra politica
e economia, e tanti altri ancora.
In nome di questa nostra cultura
i processi giudiziari durano anni,
l’Italia non ha l’energia nucleare, l’autostrada Salerno-Reggio
Calabria non finirà mai, gli investimenti in infrastrutture non si
fanno, il turismo ha perso le posizioni di leadership che ha sempre
avuto, le coste sono deturpate, i
prezzi sono tra i più alti d’Europa, l’italiano non eccelle in conoscenze informatiche, ecc. La lista
sarebbe lunghissima. La Cina cre-
Fevereiro 2007
/
sce anche perché il governo dirige
con il pugno di ferro, decide di
fare e fa, ma non è ciò che auspichiamo. Gran Bretagna, Irlanda
e Spagna dimostrano che si può
crescere celermente nel pieno rispetto della democrazia e dei diritti umani. Ma c’è anche chi pensa che la Spagna ha le condizioni
culturali per accettare i cambiamenti perché il franchismo, morto
da soli trent’anni, ha condizionato gli spagnoli a discutere poco
e realizzare molto. Trieste voleva ospitare la Expo 2008; avrebbe dovuto riconvertire il porto
vecchio, e l’avrebbe fatto. Napoli voleva ospitare l’American Cup;
avrebbe dovuto riconvertire l’area
di Pozzuoli, e forse l’avrebbe fatto. Sono state entrambe “fregate” da Valencia, che quando ha
presentato la sua candidatura era
già pronta: aveva già fatto tutto
ciò che c’era da fare. Le macchine italiane sono migliori di quelle
spagnole, ma chi vende macchine
italiane in Brasile sa quanto sia
difficile vincere l’agilità finanziaria che la Spagna offre.
Il governo Prodi dà segnali di volere meno burocrazia e
una economia più libera. Ce ne
compiacciamo, ma l’impressione
che si ha è che ci vorrebbe più
di quanto Prodi o qualsiasi altro
governo potrebbero dare in pochi
anni: cambiare la nostra sottocultura e indurci a recuperare la voglia di faticare. L’unica cosa che il
governo può fare oggi è procedere a piccoli passi, e se è vero che
con un piccolo passo dietro l’altro si percorrono lunghe distanze,
è anche vero che gli altri corrono e noi no. Il nostro cammino è
simile alla corsa nei sacchi della
festa di São João, a saltelli, come i canguri; non si va lontano e
spesso si incespica. Tanto più che
ogni tanto torniamo indietro per
disfare quanto l’avversario politico ha appena realizzato. Non mi
si accusi di essere fascista o cattivo italiano: amo profondamente
l’Italia e conosco il valore dei nostri lavoratori e dei nostri imprenditori. Ne conosco però anche le
debolezze e penso che avremmo
bisogno di uno statista che avesse il potere e il carisma di poter
dire agli italiani, ed in particolare
ai politici: smettiamola di litigare
e rimbocchiamoci le maniche, per
noi e per i nostri figli. Ma non lo
dica, per carità, dal balcone di Palazzo Venezia.
ComunitàItaliana
11
intervista
L’Italia punta
all’America Latina
Abruzzese di Bomba, in provincia di Chieti, Donato Di Santo è il sottosegretario
del Ministero degli Affari Esteri incaricato delle relazioni con l’America Centrale e Meridionale,
al fine di favorire l’intensificazione dei rapporti con i paesi presenti in questa area geografica e
l’azione italiana nelle diverse Organizzazioni intergovernative regionali e sub regionali.
Ha iniziato presto a lavorare come operaio metalmeccanico in aziende della Lombardia,
regione in cui si era trasferito con la famiglia quando ancora bambino. Da molti anni è impegnato
politicamente, motivo per il quale ha potuto svolgere diversi incarichi come quello di Responsabile
per le relazioni politiche con l’America Latina dal 1989 al 2004, presso il partito Comunista
Italiano e successivamente nel partito Democratico della Sinistra e nei Democratici di Sinistra.
Durante intervista a Comunità, Donato Di Santo ha parlato del suo ruolo di sottosegretario,
dei primi risultati ottenuti e dei progetti in corso. Inoltre, ha tracciato un ritratto dell’America
Latina e del Brasile, basato sulle sue lunghe conoscenze.
“L’interesse
dell’Italia è
verso tutta
l’America
Latina e
Caraibi”
Ana Paula Torres
12
sciuto dal presidente del Consiglio, Romano Prodi, e dal mdegli
Affari Esteri, Massimo D’Alema,
che hanno voluto che tutta questa grande esperienza e, direi,
competenza, fosse messa a servizio di questo lavoro più istituzionale.
C.I. – Potrebbe spiegare in cosa
consiste il suo attuale lavoro?
Donato Di Santo – Siamo vari sottosegretari e poi ci sono alcuni
vice-ministri, tra cui Franco Danieli, che si occupa degli italiani
all’estero. Tutti lavorano insieme
al ministro degli Esteri D’Alema.
Dopo un lungo periodo di disattenzione e disinteresse dell’Italia
verso l’America Latina, l’impegno che hanno preso il presidente Prodi e il ministro D’Alema è
stato quello di rimettere la politica estera verso l’America Latina tra le priorità. Non dico tra
le emergenze, perché purtroppo
non le decidiamo noi, ma i fatti.
E stando l’Italia collocata proprio
nel centro del Mediterraneo, sappiamo tutti quali sono. Ma oltre
alle emergenze, ci sono poi delle priorità, che sono delle decisioni politiche, e tre quelle del
governo Prodi c’è anche l’Ameri-
ComunitàItaliana
/
ca Latina. Io sono lo strumento
di attuazione di questa decisione. Il mio compito è fare tutto il
possibile per rilanciare la presenza italiana in America Latina e i
rapporti dell’America Latina con
l’Italia.
C.I. – Un esempio concreto?
Donato Di Santo – Innanzitutto
riprendere la presenza diretta in
molti di questi paesi. In questi
primi mesi di governo, sono già
stato in missioni istituzionali in
quindici paesi dell’America Latina. In particolare, per quanto riguarda il Brasile, nella mia prima
missione da sottosegretario (in
Brasile sono andato tantissime
volte nel corso di vent’anni), a
luglio ho accompagnato una delegazione di regioni e città italiane che andavano in Brasile per
fare dei progetti di cooperazione
decentrata. E in quella occasione, ho potuto avere un incontro
in Itamaraty con il mio omologo,
oltre che ad incontrare dei vecchi amici che adesso sono nel
governo. In quella riunione, fatta a fine luglio dell’anno scorso,
ci siamo resi conto che l’Italia
e il Brasile avevano già firmato
nove anni prima un accordo che
Fevereiro 2007
Ana Paula Torres
C
Corrispondente • Roma
omunità Italiana – Tra
le deleghe che ricopre
attualmente presso la
Farnesina, una delle più
importanti riguarda le relazioni con l’America Centrale e Meridionale. La sua esperienza in
questo ambito è però decennale. Potrebbe parlare delle attività da lei svolte in questo precedente periodo?
Donato Di Santo – Da molti anni, più della metà della mia vita,
mi occupo dell’America Latina.
All’inizio lo facevo da giovane
appassionato della letteratura,
delle problematiche varie, poi
dal 1989 sono stato nominato
responsabile per le relazioni con
l’America Latina nel mio partito. Allora era il PCI (Partito Comunista Italiano ndr) poi è diventato Democratici di Sinistra.
Quindi, dal 1989 fino a due anni fa, sono stato il responsabile
delle relazioni con l’America Latina dei Democratici di Sinistra
e ho potuto conoscere, attraverso decine di viaggi e di incontri,
tutti i paesi dell’America Latina
e quelli dei Caraibi. Tutto questo
lavoro, che ho svolto per circa
sedici anni, è stato poi ricono-
prevedeva che periodicamente si
dovesse tenere la commissione
economica mista Italia e Brasile. Nonostante l’accordo avesse
già nove anni, la commissione
non era mai stata fatta. Allora,
abbiamo deciso di avviare subito
il lavoro. Il 28 settembre scorso
si è tenuta la commissione mista
con addirittura agosto in mezzo,
che in Italia è come se non esistesse questo mese. Quindi, questo esempio indica che quando
c’è la volontà politica si spostano le montagne.
C.I. – Proprio in questa riunione
del Consiglio italo-brasiliano
per la Cooperazione Economica, Industriale, Finanziaria e allo Sviluppo che Lei ha citato, è
stata annunciata l’apertura, all’inizio del 2007, di un gruppo di
lavoro intitolato “Tavolo Brasile”.
Che cosa sarebbe?
Donato Di Santo – E’ il momento
in cui sotto il coordinamento del
Ministero degli Esteri e del ministro D’Alema le istituzioni, altri
ministeri che interagiscono con
noi, come: Agricoltura, Ambiente, Commercio Internazionale,
discutono di tutte le cose che
hanno a che vedere con il paese, nel caso il Brasile. Il prossimo
incontro si terrà verso la metà di
marzo. E a fine marzo il presidente del Consiglio, Romano Prodi,
andrà in Brasile.
C.I. – Allora è confermato il viaggio? E il presidente Prodi andrà
anche in altri paesi?
Donato Di Santo – Sì. Andrà in
Brasile e Cile. Quindi, il tavolo
Brasile è anche in previsione di
questo importante viaggio del
nostro presidente del Consiglio e,
entro la fine dell’anno o poco dopo, si terrà il secondo Consiglio
italo-brasiliano per la Cooperazione Economica, Industriale, Finanziaria e allo Sviluppo, questa
volta in Brasile, perché il primo
si è fatto qui.
C.I. – All’Italia interessano tutti i
paesi latinoamericani?
Donato Di Santo – L’interesse dell’Italia è verso tutta l’America Latina e Caraibi. Naturalmente, ci
sono delle cose più o meno mature, paesi più importanti, com’è
il caso del Brasile, ma diciamo
che l’interesse è verso tutte le
realtà latinoamericane.
C.I. – Lei potrebbe fare qualche
anticipazione riguardo il viaggio
del presidente Prodi in Brasile?
Fevereiro 2007
/
ComunitàItaliana
13
intervista
Donato di Santo,
sottosegretario del
Ministero degli Affari
Esteri, mentre legge
Comunità Italiana
Ana Paula Torres
Donato Di Santo – Sicuramente
ci sarà un incontro con i membri
del governo, con il presidente Lula. Anche la parte economica sarà molto rilevante e poi vorremmo con questa visita sviluppare
la presenza delle regioni italiane
che sono tante e diversissime tra
di loro, dei distretti industriali,
della società civile, della cooperazione, dell’università e della cultura. Parlando in particolare della
cooperazione, un’idea che è stata
lanciata nell’incontro che abbiamo fatto il 31 dicembre nella residenza di Lula, insieme al ministro
degli Esteri D’Alema, è stata quella della possibilità di avere della
cooperazione tra l’Italia e il Brasile per operare in iniziative verso paesi in maggiori difficoltà. Il
Brasile è in condizioni non solo di
ricevere cooperazione, ma di dare.
Sappiamo che in alcuni casi è ancora necessario l’aiuto, che ci sono i problemi sociali, ma il Brasile
è un grande paese. Possiamo dire,
una potenza mondiale. Quindi, è
in grado di collaborare insieme all’Italia per fare una triangolazione:
cooperazione Italia-Brasile verso
un paese che ha bisogno di aiuto.
Per esempio, un’idea che abbiamo
sottoposto al presidente Lula è di
fare una cooperazione verso l’isola
di Haiti, perché il Brasile dirige le
forze delle Nazioni Unite in Haiti, avendo così una presenza diretta e tra l’altro, molto difficile.
L’Italia è presente in cooperazione sia ad Haiti che in Repubblica
Dominicana. Uno dei problemi che
marco lucchesi / articolo
C.I. – Sappiamo che i rapporti
universitari tra Brasile e Italia
non sono ancora ben sviluppati
come invece succede con il Brasile e altri paesi. E’ in programma
un avvicinamento anche in questo settore?
Donato Di Santo – Sì, questo è
vero. Sul versante universitario ci sono molti contatti. Molte università italiane collaborano
con delle università brasiliane.
Qualche passo in avanti è stato
fatto, però, i veri passi in avanti
arriveranno non solo dalla buona
volontà di tanti professori, lettori, operatori che pure già c’è, ma
quando ci saranno le risorse per
pagare alcune decine o centinaia
“Se si facesse l’accordo tra
l’Unione Europea e il Mercosud si
creerebbe il principale mercato
economico del mondo”
c’è su quell’isola è la frontiera, la
deforestazione dell’Haiti, le centinaia di migliaia di haitiani che
entrano in Repubblica Dominicana
e vengono usati come manodopera con una serie di problemi sociali molto forti. Allora, se questi
nostri due paesi collaborassero in
un progetto di cooperazione verso
una realtà molto meno sviluppata,
sarebbe una grandissima opportunità di pensare al futuro, superando vecchi schemi e facendo cose
molto utili.
14
di borse di studio per studenti,
laureati brasiliani che possano
essere interessati ad un master
o altro tipo di approfondimento
delle proprie specialità in Italia
e viceversa. Il 28 settembre, nel
Consiglio italo-brasiliano, c’erano dei rappresentanti del mondo accademico e uno dei temi
era proprio questo. Ovviamente,
nessuno ha la bacchetta magica
per risolvere dei ritardi di decenni, però abbiamo individuato il
problema.
ComunitàItaliana
/
C.I. – Attraverso i suoi viaggi, che
idea si è fatto di questa America Latina che cambia e in modo
piuttosto veloce?
Donato Di Santo – L’idea di una
realtà molto viva, dinamica, soprattutto che ha voltato pagina
rispetto alla corsa delle due “g”.
C’è stato un periodo in cui sembrava che ovunque dovesse cadere o nel versante “golpe” o nel
versante “guerriglia”. Finalmente, grazie ad una grande evoluzione culturale, ha superato o sta
superando questa dualità e sta
scoprendo sempre di più se stessa. Negli ultimi dieci anni, ben
quattordici presidenti sono stati
cambiati prima dello scadere del
proprio mandato, però mai attraverso il golpe, ma sempre con un
percorso istituzionale. Questa è
una novità importantissima che
vuole dire che anche in situazioni di tensione prevale la volontà democratica. L’Italia vuole
contribuire alla coesione sociale
e alla stabilità democratica dei
paesi dell’America Latina. Questo significa collaborare alla crescita economica, all’integrazione
commerciale. Siamo a livello europeo uno dei paesi che più spinge perché si facciano gli accordi
tra Unione Europea e le singole
regioni latinoamericane. Quindi,
la nostra volontà è di lavorare
perché l’integrazione latinoamericana non guardi solo al proprio
interno ma al proprio esterno e
che l’Europa sia uno dei punti di
riferimento centrali, superando
anche certe chiusure protezioni-
Fevereiro 2007
stiche. Se si facesse l’accordo tra
l’Unione Europea e il Mercosud
si creerebbe, forse, il principale mercato economico del mondo con 650 milioni di abitanti.
Quindi, con molta pazienza e
tranquillità, ma anche tanta determinazione, stiamo lavorando
perché questo dialogo Europa e
blocchi regionali dell’America Latina avvenga velocemente.
C.I. – In base a quello che ha potuto conoscere, che impressioni
si è fatto del Brasile e del suo popolo?
Donato Di Santo – Ci sono dei
grandi cambiamenti rispetto ai
primi tempi, quando mi trovavo in Brasile per i primi contatti
politici, per esempio con il Partito dei Lavoratori che iniziava a
fare i primi passi, con altre forze politiche e sindacali. Adesso
vedo una situazione molto più
matura, anche con tutti i problemi e difetti che possono sorgere. Noto che la popolazione ha
un atteggiamento vigile, critico. Non ci sono tabù. Se c’è una
critica da fare, anche allo stesso
presidente Lula, la gente non ha
problemi a farlo. Direi che attraverso il ritorno alla democrazia,
i governi post periodo militare,
dopo il periodo di Collor, dopo
l’esperienza del presidente Cardoso, che ha avuto tante ombre
come tutti, ma sicuramente ha
dato un grande contributo alla stabilizzazione democratica,
adesso c’è la fase della maturità, dove finalmente si comincia
a pensare al futuro.
Um café para
Marin Sorescu
P
arte essencial da história
da literatura repousa na
poética do encontro. Tramada pelos anjos que movem as letras do livro do mundo,
os anjos da cabala, tão abissais
em seus mistérios.
Não tenho como provar o que
digo. Mas sei que existe uma verdade imponderável.
Abismo de palavras em branca superfície: espaço apontado
por Lucian Blaga como sendo a
imagem de um saber que cria camadas mais profundas de não saber (minuscunoastere).
Tive um desses encontros que
me levou ao impacto da língua romena. George Popescu foi o meu
Virgílio. Poeta de águas claras.
Metade anjo. Metade abismo.
A Romênia era e continua sendo para mim uma transcendência
no campo da latinidade. E ela saltava dos olhos de George. Olhos
difíceis de alcançar, os seus, como que habitados por uma rara e
espessa neblina, mensageiros de
verdades esquecidas, tal como os
espelhos de Jean Cocteau.
George é um poeta habitado
pelo futuro. Futuro mais longo
que o passado. Tal como o destino da literatura romena.
Craiova. Strada Brestei 59.
Conversas infinitas, no calor da
biblioteca. Uma floresta de poetas
e palavras. Densas madrugadas.
Cigarros. E charutos. Para espantar
os vapores frios da noite. George
me deu uma língua e uma constelação no céu de minhas buscas.
Essa língua, tão cheia de claroescuros, cujo léxico impressiona.
Ouço a polifonia de dácios, getas, gregos e romanos. A fronteira
da latinidade, tão viva e porosa,
com seu amplo acervo de palavras
turcas e francesas. O mundo eslavo – formando um continuum admirável com o latino– apressa as
núpcias de Cadmo e Harmonia.
Uma língua ao mesmo tempo
rural e urbana, popular e erudita,
dentro de cujas fronteiras as línguas ciganas perfazem uma circulação capilar.
Anoto três formas de dizer
pôr-do-sol e meus possíveis devaneios:
Asfintit. Como que o Sol tocasse em pleno ocaso o Mar Negro e liberasse um vapor imenso,
através do f e do t, tornado agudo pelos dois i.
Amurg. Sinto como que uma
grande desolação: a consoante final tão abrupta e esse u tão escuro. Um resto de luz se perde à medida que avanço palavra adentro.
Apus. A sensação de um anoitecer precipitado, que começa no
u e se prolonga nas horas mortas
do s, que pronuncio como duas
semibreves.
Nosso diálogo girava em torno
do labirinto da palavra e do fio de
ouro da etimologia: Lauras, Verônicas, Ariadnes. Mas era a Helena
de Pierre Jean Jouve aquela que
me parecia melhor atender à síntese do feminino e seus arcanos.
Por que nossas latinidades
iam tão esquecidas, diante de
tantas convergências?
O romeno e o português são
as flores últimas do Lácio. Extremos que coincidem (como ver-
tentes marginais) em relação a
um possível centro de latinidade.
E todavia estas flores parecem de
todo solitárias.
Talvez a solução estivesse nas
mãos dos poetas, em seu imaginário inquieto e gentil. Um passaporte para toda a latinidade.
Assim, passavam pela biblioteca – como os reis diante de um
Macbeth siderado – os maiores
poetas da Romênia. Macedonski e
sua melodia, tão alta como as torres-agulha de Istambul e aquelas
coloridas e aceboladas de Moscou.
O verbo iridescente de Ion Barbu,
criador inatingível, e a liberdade,
brilhando a cada estrofe. As remissões de Arhgezi, com seu modo firme, delicado, irregular. Bacovia e sua tremenda melancolia,
preso aos brancos e aos cinzas. A
impertinência de Geo Bogza com
o seu belo circo semântico. Gherassim Luca e o golpe de estado
no seio da linguagem. Além da luminosa poesia de Blaga, a partir
do cemitério romano, das aldeias
e do espaço miorítico.
Mas George, e quanto a Eminescu, seria possível interpretarlhe a força de tanta e afortunada solidão, como sendo afluente
e tributário, síntese e manancial
de uma líquida poética, capaz de
conjugar passado e futuro num
só gesto?
George abre um livro e vocifera a plenos pulmões o grande poema de Marin Sorescu. Que começa
assim: Eminescu nunca existiu...
Esse poema antológico me
toma de assalto. Tudo cabe dentro dele. Eminescu surge mais co-
Fevereiro 2007
/
mo um universal poético do que
como biografia, tal como Homero na obra máxima de Vico. Eminescu aqui é um destino. Síntese de coisas plurais. Cicatriz para
tantas feridas. Mas com um lirismo surpreendente.
Foi assim que descobri a grande poesia de Marin Sorescu (1936
- 1996 ) e dela me ficou a idéia
de um mistério que se radica na
própria ausência de mistério, como disse Elie Faure sobre a pintura de Leonardo.
Uma poesia que parece tão
simples de se fazer. Assim como
a Mona Lisa e a Senhorita Pogany nos parecem tão simples,
tão singulares no brilho da solidão que as atravessa.
Os poemas de Sorescu sofrem
dessa mesma irrepetível solidão.
Sublinho essa grande solidariedade entre as partes convidadas para a ceia de Sorescu. Não
existem distâncias que não se comuniquem. Diferenças que não
se entrelacem. E nem tampouco
opostos que não se desfaçam para uma solução de continuidade.
Tudo a partir de planos e enfoques oblíquos, imagens deslocadas, fantasmas de palavras,
palpitantes de vida, livres, muito
embora, do significado de que seriam historicamente portadoras.
Sorescu atravessa uma zona
de dissonância. Mas não procura
ruídos ou excessos. Ao fim e ao
cabo, Mozart prevalece. Tudo caminha para uma relativa (ou suspirada) pax soresciana. O atonalismo emerge, mas algo tímido e
sutil.
ComunitàItaliana
15
politica
economia
Nuove regole dovranno favorire la crescita economica e l’occupazione
Ana Paula Torres
A
pprovato il nuovo pacchetto
liberalizzazioni
voluto dal ministro dello
Sviluppo Economico, Pier
Luigi Bersani. Secondo dati diffusi dal ministero, le nuove regole serviranno a rendere migliore
la vita di tutti i giorni, semplificare l’accesso dei giovani alle
attività economiche, favorire la
crescita economica e l’occupazione, rendere l’Italia più competitiva nel mondo.
Allora che cosa cambia? Tra
le nuove misure, una molto voluta dai cittadini che non dovranno più pagare i costi di ricarica
dei cellulari. Inoltre, il credito
telefonico delle carte prepagate
non avrà più una scadenza.
Per quanto riguarda il capitolo ‘strade e autostrade’, il governo richiede trasparenza sui
prezzi dei carburanti e su avvisi
tempestivi in caso di incidenti.
Queste informazioni dovranno
essere disponibili su dei tabelloni posti all’inizio e lungo il
percorso. Apposite convenzioni
consentiranno all’automobilista
di ricevere le stesse informazioni via radio e sms.
Novità anche per il trasporto aereo. D’ora in poi le compagnie dovranno indicare nelle tariffe il reale prezzo del biglietto,
contenente anche le tasse e altri oneri aggiuntivi in modo che
il consumatore sappia subito
quanto dovrà effettivamente pagare per quel servizio. Per gli alimenti confezionati, invece, sarà
obbligatoria l’esibizione in modo facile e leggibile della data
di scadenza del prodotto al pari delle cifre che ne indicano la
quantità.
Cambiamenti anche nel settore delle assicurazioni per auto.
Le compagnie non potranno più
offrire polizze pluriennali con il
vincolo decennale di durata, com’era previsto fino ad oggi dal
Codice Civile. In pratica, il consumatore potrà disdire il contratto, di anno in anno, senza costi
aggiuntivi, cosa che prima non
18
Reprodução
Corrispondente • Roma
era possibile. Un altro problema
che non ci sarà più è quello riguardante la classe bonus-malus
Rc auto. Una persona che firma
un nuovo contratto di assicurazione auto mantiene la classe di
merito risultante dall’ultimo attestato di rischio. E in caso di
incidente, la società assicurativa
non potrà variare in senso sfavorevole all’automobilista la classe
di merito fino a quando non sarà accertata l’effettiva responsabilità. Inoltre, il Ministero dello
Sviluppo Economico organizzerà
un servizio on line per consentire la scelta della polizza Rc auto
più conveniente, a seguito della
comparazione tra i prezzi di mercato offerti per il singolo profilo
individuale.
Un altro decreto legge riguarda invece i mutui immobiliari.
Dopo aver pagato interamente il
ComunitàItaliana
/
mutuo bancario gli italiani non
dovranno più affrontare nuove
spese per avere la piena disponibilità del proprio immobile.
Per cancellare l’ipoteca sulla casa, non sarà più necessaria l’autentica del notaio. Da ora in poi
l’istituto di credito farà la comunicazione di estinzione del mutuo alla Conservatoria, la quale provvederà alla cancellazione
dell’ipoteca.
Il pacchetto Bersani riporta
un nuovo disegno di legge che
favorisce l’estensione dei pagamenti con sistemi elettronici.
Attualmente in Italia le transazioni in contante arrivano
al 90% del totale, contro una
media del 69,3% dei paesi dell’Unione Europea. Per adeguarsi agli altri paesi europei e favorire la modernizzazione degli
strumenti di pagamento, nonché
Fevereiro 2007
la riduzione dei costi finanziari
ed amministrativi, l’Italia dovrà
adottare una o più misure per
ridimensionare il suo sistema di
pagamento.
Arriva anche l’accesso libero all’attività di parrucchiere,
estetista, pulizia, disinfezione,
facchinaggio e autoscuola. Il
decreto legge prevede che per
accedere al mestiere basta fare la dichiarazione di inizio attività. Restano però i requisiti
di qualificazione professionale,
nonché la conformità degli stabilimenti commerciali a quanto
stabilito in termini urbanistici
ed igienici.
Facilitazioni anche per chi
lavora come guida e accompagnatore turistico. Per esercitare
questa attività basterà attestare i requisiti professionali previsti dalle leggi regionali, mentre
non serviranno più le autorizzazioni preventive e l’obbligo di
residenza.
Modifiche anche nel settore
della distribuzione di carburanti.
Non ci sono più i vincoli di distanza tra un impianto e l’altro.
Lo scopo del governo è assicurare un corretto funzionamento
del mercato, favorendo la concorrenza e una maggiore accessibilità al servizio da parte del
consumatore.
Un decreto legge anche per
facilitare l’apertura di nuove imprese. Da adesso in poi sarà necessaria un’unica comunicazione
al registro delle imprese. Una ricevuta verrà rilasciata in tempo
reale, il che permette di dare subito via libera alla nuova attività. Semplificazioni delle procedure anche per aprire un’attività
produttiva intesa come produzione di beni e servizi, incluse
le attività agricole, commerciali
e artigiane, attività turistiche ed
alberghiere. Da quanto emerge,
l’imprenditore potrà rivolgersi
ad un unico ufficio in cui svolgere tutte le pratiche relative
alla realizzazione o modifica di
impianti.
Um padre
em missão
Divulgação
Via alle liberalizzazioni
1998, quando foi assassinado de
volta ao seu barraco, na própria
favela onde morava.
— Não tem como dizer se foi
premeditado. Eu acredito na tese
de que foi um engano — declara
Bonello.
Mas as opiniões se dividem.
Os comentários de pessoas da
Centro de formação comemora 10 anos
de atividades realizadas em prol de uma
comunidade do ABC paulista e homenageia
o “padre dos pobres” Leo Commissari
O
sábado do dia vinte de janeiro de 2007 foi de festa
e homenagens. Uma grande movimentação de pessoas começava a chegar ao casarão de três andares que hospeda
o Centro de Formação Profissional Padre Leo Commissari (CFP),
na periferia de São Bernardo do
Campo (SP), cidade do Grande
ABC. A região abriga as mais importantes indústrias automobilísticas do país e foi palco das lutas sindicais nos anos 80 de Lula
e da Central Única de Trabalhadores (CUT). Logo na entrada, a
foto e o histórico de um homem
simples. Bandeiras do Brasil e da
Itália no salão dos fundos ocupavam lado a lado a mesma parede.
Enquanto uma parte dos convidados assistia a um vídeo institucional, a outra acompanhava
um homem de terno alinhado falando um italiano fluente. A história desta associação está ligada à vida do já falecido padre Leo
Marcos Petti
Commissari, nascido em Bubano,
província de Ravenna.
— Desde jovem, ele se preparou para ser missionário com o
objetivo de chegar à América Latina — ressalta a presidente da
associação, irmã Daniela Bonello.
Chegando ao Brasil nos anos
70, o padre Leo conheceu Itapetininga, na Bahia, e lá ficou por
sete anos. Voltando à Itália pretendeu, junto ao Bispo, envolvêlo num projeto de missão diocesana. Sendo assim, nos anos
80, seu sonho se realizou e, com
seu trabalho, estabeleceu-se
um intercâmbio entre os bispos
de Imola e da diocese de Santo
André, no ABC. Em seguida, escolheu viver na periferia de São
Bernardo, na favela do Oleoduto,
junto ao povo carente, sempre
em prol dos excluídos.
Mas sua determinação de dar
continuidade a um projeto de cidadania, de resgate do homem,
se interrompeu em junho de
região divergem dessa tese. Em
abril próximo, o padre Leo completaria 65 anos.
— Era uma pessoa que tinha
uma marcha a mais. Gostava de
criar, estava sempre insatisfeito
com o que fazia e buscava coisas
novas. Ele era hiperativo — continua Bonello, dizendo que, um
ano após sua morte, a rua onde
está o CFP, passou a ser chamada
de rua Padre Leo Commissari em
homenagem a ele.
O fato é que seu legado está
firme e forte em mãos que apostam na promoção social e humana. Na primeira fila, a presença de entidades e uma comissão
de cidades italianas imperavam.
Além do prefeito de Imola, Massimo Marchignoli, compareceram ao
evento representantes das cidades
de Imola (BO), Dozza (BO), Castel San Pietro (BO) e Lugo (RA),
o padre Gigino Savorani, em nome do bispo de Imola, o deputado
da região da Emília-Romanha, Daniele Manca, o prefeito de Castel
Bolognese (RA), Silvano Morini, o
vice-prefeito de São Bernardo, José Roberto de Melo, os líderes das
empresas Sacmi, com filial em São
Paulo, Cefla (de Imola) e do Comitê de Solidariedade Imola-São
Bernardo, representado pela presidente Nadia Bassi.
Fevereiro 2007
/
— São todos co-autores deste grande projeto. Temos acompanhado esta associação mantendo-os economicamente. Tudo
começou quando os missionários
voltavam a Imola e nos contavam sobre as experiências deles
no Brasil — revela Bassi.
Em seu discurso, o prefeito
de Imola, Massimo Marchignoli
também mostrou sua admiração
pelo padre Leo:
— Ele pregava a paz, a justiça e o trabalho, por isso esta
associação promove justiça e paz
— justifica.
Hoje o CFP oferece cerca de
24 cursos profissionalizantes, entre os quais estão os de vidraceiro,
cabeleireiro, eletricista residencial, mecânica de auto, padeiro e
confeiteiro, de construção civil,
culturais e de idiomas. A instituição ainda oferece atendimento à
população de fonoaudiologia, psicoterapia e massoterapia. As parcerias são de peso: com o Senai,
que certifica os cursos, e com o
Sebrae-SP, desenvolvendo a formação empreendedora. Com o Banco
do Povo é possível conceder créditos aos alunos que desejam iniciar
e investir no seu próprio negócio.
Na esfera federal, é parceira do
Programa Nacional de Estímulo ao
Primeiro Emprego (PNPE). O CFP
conta também com um programa
de inclusão digital, do qual a comunidade tem acesso livre a vários
novos computadores adquiridos.
Todas as ações se voltam para a criação de grupos de trabalho e para a geração de renda.
Tanto que foi criada a Rede de
Economia Solidária e Alternativa
do ABC, em 2004, focada no empreendedorismo, transformando
os alunos em futuros empreendedores, gerando trabalho e renda por meio de micro e pequenas
empresas. A instituição mantém
também a Creche Margarida. Com
essas atividades, a associação
acredita na educação e na profissionalização das pessoas e no
seu desenvolvimento humano.
Todo ano, no mês em que
é lembrado o assassinato, uma
marcha de paz percorre o bairro.
— O importante é não perder tempo e viver amando. Estou
vivendo uma experiência nova:
o fato de morar em favela e de
viver numa cidade onde está a
maior concentração do movimento operário do Brasil — disse o
padre em vida.
ComunitàItaliana
19
economia
Moda também
é negócio!
Edição do Fashion
Business 2007
movimenta mercado
interno e exportações
Divulgação
20
ComunitàItaliana
/
Fevereiro 2007
O presidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa
Vieira em discurso de abertura do evento
Eloysa Simão é organizadora do
evento que, para esta edição, trouxe
78 compradores estrangeiros
como diferencial: a criatividade
e a originalidade de seus produtos. O sucesso é total. Tivemos
um volume de vendas no Fashion
Business nunca antes atingido. O
Rio mais uma vez está de parabéns — ressalta.
Em 2001, os produtos fluminenses eram exportados para 40
países e os principais destinos
eram Estados Unidos, Argentina, Chile, Bolívia e Uruguai. Em
2006, o Rio de Janeiro exportou
para 57 países e ampliou seus
domínios para a Europa. Hoje,
Portugal e Itália fazem parte do
grupo dos países que mais importam a moda fluminense.
Segundo o diretor-superintendente do Sebrae-RJ, Sergio
Malta, o resultado do Fashion
Business demonstra a força do
setor de confecções no Estado
do Rio de Janeiro, formado, em
sua maioria, por micros e pequenas empresas.
— A habilidade de nossas
empresas de imprimir aos produtos características fluminenses é muito bem recebida pelos compradores estrangeiros
— garante.
E esta aceitação é notável
nos corredores do evento que
atrai compradores e personalidades do mundo da moda dos quatro cantos do planeta. Não é por
acaso que inúmeras marcas consolidaram-se e cresceram com a
bolsa de negócios fluminense.
O mercado europeu está de olho
no que o Rio tem para oferecer.
Estilistas e expositores fecham
contratos com compradores nacionais e internacionais. A Itália
é um dos países cuja relação comercial é bastante estreita, importando peças através de lojas
multimarcas, por exemplo.
Durante a abertura do evento, Eloysa Simão destacou o
crescimento do setor de moda
do Brasil.
— A primeira semana de moda que organizei custou US$15
mil, todo mundo sabe quanto
custou essa e é inegável o crescimento do Rio como palco para agrupamento da moda brasi-
Comemoração
Dos 80 expositores presentes ao
Fashion Business, muitos estreantes, estão ainda comemorando
as vendas. Entre eles, as marcas:
“Jonny Size”, “Espaço Fashion”,
“Empório Anna” e “Patogê”, de
Minas Gerais.
Patrícia Castro, da estreante
mineira Patogê, afirma estar satisfeita com o Fashion Business.
— Fomos convidados pela Firjan. Nessa primeira vez já fizemos
muitos contatos — diz a gerente
da marca que fechou 18 pedidos,
mas realizou 61 novos contatos
com compradores nacionais e cinco do exterior, entre eles, a Itália.
Pela primeira vez “sozinha”
na bolsa de negócios [e não mais
participando do Pólo Niterói],
Gisele Barbosa era só alegria. A
estilista, que já exportava para o Japão, fez novos contatos
com ingleses e americanos, além
de vendas para a Austrália e para novas multimarcas em Natal,
João Pessoa e Piracicaba.
— Para a Itália, já exportamos há um ano através do Brasil
Artes. Temos representantes que
participam de showroom em Milão — comenta.
Sucesso de estréia
N
os corredores do Fashion
Business duas figurinhas fizeram a festa. Entre farras e malabares, eles chamaram a atenção de pessoas que passavam
por ali pensando em negócios.
Convidados pela estilista Kananda Soares, da Favela Hype, Bruno
e Breno Braz, de 13 e 11 anos,
eram a felicidade em pessoa.
— A gente faz malabares na
Princesa Isabel [uma avenida
em Copacabana] e um dia passou a Kananda num fusca rosa e
viu a gente. Ela queria dois garotos para “vender” bala aqui na
frente do estande e achou que
a gente poderia fazer o serviço
— fala o mais velho.
Com uma desenvoltura de
dar inveja, Bruno contou que,
no início Kananda, ofereceu
R$50 para cada um por dia, mas
depois viu que não poderia pagar isso aos dois.
Roberth Trindade
A brasileira Gisele
Bündchen encerrou
com glamour o
Fashion Rio desfilando
pela Colcci
(Apex) e do Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RJ).
— Desde 2002, quando o
Sistema Firjan decidiu realizar
o Fashion Rio e o Fashion Business, as exportações da moda fluminense cresceram 58% e
passamos da quinta para a terceira posição entre os estados
exportadores. Isso é fruto de um
trabalho árduo e planejado, que
promove aquilo que o Rio tem
Roberth Trindade
M
uito mais que um cenário com passarelas e
modelos desfilando as
tendências das próximas estações, o Rio tornou-se, de
vez, um palco de relações comerciais. A 9ª edição do Fashion
Business, a bolsa de negócios
que abre a temporada da
moda brasileira outono-inverno 2007, registrou um
crescimento de 9,2% com
relação à última edição,
em 2006. Foram cerca de
R$ 332 milhões em vendas para o mercado interno e US$ 14 milhões em exportações.
De acordo com a idealizadora e organizadora do Fashion Business, Eloysa Simão, a presença
de 78 compradores estrangeiros
foi a grande surpresa desta edição, que teve um forte comparecimento da mídia internacional
também.
— Isso só demonstra a força
do Fashion Business como ferramenta de inserção da moda brasileira no mercado estrangeiro
— afirma.
Para o presidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, o sucesso nas vendas
nacionais e internacionais mostra que o Fashion Rio [enfocado
na moda propriamente dita através de desfiles de diversas grifes]
e o Fashion Business se consolidaram como a grande expressão
da indústria da moda brasileira.
Além da Firjan, os dois eventos
foram realizados também com o
apoio da Associação Brasileira da
Indústria Têxtil e de Confecção
(ABIT), da Agência de Promoção
de Exportações e Investimentos
Roberth Trindade
Nayra Garofle
leira, assim como é inegável o
crescimento do Fashion Business
— destaca.
Kananda Soares apresenta os
encantadores Bruno e Breno Braz:
charme e risadas na Feira
— Foi quando falei: Kananda, paga R$25 pra cada e “tá”
tudo certo — revela.
Bruno é mais desinibido que
o seu irmão. É carregando Breno
nos ombros, enquanto o irmão faz
malabares, que os dois faturam
R$ 60 nas ruas do Rio num dia
bom, como ele mesmo afirma.
Fevereiro 2007
/
— Teve uma vez que um carro, cara, me deu R$ 150. Aqui,
estamos tendo uma oportunidade muito boa também. Você vê
como Deus é bom, não é? Vamos
ganhar dinheiro e a galera “tá”
fazendo uma “vaquinha” pra dar
um playstation pra gente — conta Bruno com entusiasmo.
No stand do Favela Hype,
decorado com um mini-cinema,
os dois irmãos ofereciam balas,
chicletes e pirulitos aos visitantes. Ao tirar uma foto para a revista, Bruno exigiu uma “princesa” ao seu lado.
— Eles são uma figura —
brinca Kananda.
Presença marcante nos quatro dias do evento, os irmãos
fizeram sucesso entre os visitantes.
— Caramba! Vou sair na revista? Vou mostrar pra todo mundo da escola! — exclama Bruno.
ComunitàItaliana
21
Gisele
Barbosa e sua
produção.
A estilista
importa há
um ano para
Itália
Pólos Nacionais
A indústria têxtil fluminense tem
em seus pólos de moda importantes aliados na busca do posto de
referência nacional e internacional do segmento. Vários estados
brasileiros participam do Fashion
Business desde sua primeira edição. Um levantamento realizado
pelos sindicatos do interior do
Rio de Janeiro revela que, em toda a cadeia produtiva da moda,
são gerados 92 mil empregos diretos e indiretos. O estado possui 10 pólos de moda que reúnem
22
cerca de quatro mil empresas. O
setor é o terceiro empregador
fluminense de mão-de-obra.
Márcio Duque, da grife Homem de Barro, do Pólo Niterói, é
presença certa no Fashion Business há dois anos. Segundo o dono da marca, o evento abriu lhe
abriu portas.
— A Homem de Barro cresceu aqui dentro! Aqui fizemos
vários contatos e já exportamos
nossas peças até mesmo para a
Itália — ressalta.
Erika Facuri, estilista também
da marca que leva o seu nome,
Parcerias
A bolsa de negócios de moda teve
como novo patrocinador o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES). O
serviço disponibilizado pela instituição foi o mais procurado no
estande, no lounge do Fashion
Business. O cartão BNDES é uma
linha de crédito portátil que dá
direito ao financiamento de máquinas e equipamentos necessários ao processo de produção das
confecções nacionais, com valor
pré-aprovado até R$ 250 mil.
ComunitàItaliana
Vitrine do artesanato
Pela segunda vez no Fashion Business, a Ong “Artesãs da Maré”,
o núcleo Costurando Ideais, a cooperativa Nós da Trama e o grupo
Mulher em Ação mostram talento, criatividade e estilo.
As quatro instituições, que
estrearam em junho no Fashion
Business, fazem parte da se-
Sônia Maria de
Oliveira e Leidimar
Alves mostram
o artesanato
criativo do núcleo
“Costurando
Ideais” e da
“Mulher em Ação”
Roberth Trindade
Segundo Kananda Soares, da
“Favela Hype”, a “Love Therapy”,
de Elio Fiorucci, a contatou para
iniciarem uma parceria. A marca,
iniciante também no Fashion Business, fechou vendas para Brasília e fez contatos com os estados
de São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Pernambuco e Santa Catarina.
Andréa Rodrigues, dona da
marca Empório Anna, de Goiás, está satisfeita. Ela vendeu para o Rio
de Janeiro, São Paulo, Paraná, Maranhão e Alagoas. Além dos contatos para exportação com compradores dos Unidos, França e Itália.
O evento, que recebeu cerca
de nove mil visitantes, dos quais
108 eram estrangeiros, teve a
presença de mais de 150 compradores “vips”, convidados de 24
estados brasileiros, além de mais
30 internacionais.
Além do cartão, o banco disponibilizou um serviço conhecido como BNDES Automático, que
financia os investimentos fixos
até o valor de R$ 10 milhões. Outra modalidade operacional com
mais pedidos de informações foi
a de crédito de importação. Ela
funciona através de instituições
financeiras com cinco linhas de
crédito em todas as etapas da
produção destinada ao mercado
internacional, desde o pré-embarque até o pós-embarque.
A operadora Oi também lançou no Fashion Business o Oi Paggo. Nos quatro dias de evento,
foram cadastrados 230 lojistas
interessados em obter o serviço
de crédito via celular. O produto
permite ao cliente fazer compras
via telefone móvel da operadora.
Para a subgerente de Comércio Exterior dos Correios, Marilene Ferreira, a exposição da marca
como parceira dos empreendedores que estiveram no Fashion Business foi fundamental.
— É importante a visibilidade da marca da empresa e os
empreendedores saberem que
os Correios estão presentes para
ajudá-los — avalia.
/
Fevereiro 2007
Márcio Duque, da “Homem de
Barro”: contatos são primordiais
no Fashion Business
gunda fase do projeto “Arte-Indústria”. Na primeira, que durou
dois anos, foram atendidas outras quatro instituições, que participaram de quatro edições do
evento. Nos três anos de projeto, o Arte-Indústria atingiu seu
principal objetivo: a geração de
trabalho e renda. Além disso, as
coleções foram comercializadas
para grifes nacionais.
— Hoje nós temos uma grande
ampliação do trabalho. É um crescimento fantástico — conta Leidimar Alves, do grupo “Mulher em
Ação” que reúne mulheres de algumas comunidades do Rio, entre
as quais: Acari, Vila Aliança, Rocha Miranda, Minha Deusa, Bangu,
Prazeres, Saúde e Oswaldo Cruz.
Além da capacitação, as instituições contam com uma parceria fundamental de estilistas
que criam com elas as coleções
que são apresentadas no evento.
As estilistas parceiras da segunda fase do Projeto Arte-Indústria
são Sol Azulay [Artesãs da Maré],
Layana Thomaz [Costurando Ideais], Maria Fernanda Lucena [Nós
da Trama] e Alessandra Migani, a
Alessa [Mulher em Ação].
— Com a ajuda das estilistas
a qualidade do produto melhora
bastante — afirma Sonia Maria,
do Núcleo Costurando Ideais.
A moda pulsa
No maior evento de moda do Rio
de Janeiro, foi lançada uma campanha que visa chamar a atenção
para o aumento de mortes provocadas por doenças cardiovasculares entre pessoas do sexo feminino. O Sistema Firjan, em parceria
com o Senai Moda e Sesi-RJ escolheu A Moda Pulsa como tema
para a campanha.
A estilista Layana Thomaz
nasceu com uma doença cardíaca congênita e já passou por três
cirurgias corretivas. Por esse motivo, ela é a madrinha da campanha, pois decidiu encerrar a
carreira de modelo devido a uma
cicatriz no peito.
A gerente de produção do
Senai Moda, Cristiane Alves,
afirma que o objetivo da campanha é utilizar a moda para conscientizar. Isso porque o público
mais expressivo do Fashion Rio
é a mulher.
— O presidente da Firjan
sempre teve o interesse de mostrar no Fashion Rio, para o público de moda, que o sistema Firjan
é muito maior do que sua atuação setorial — salienta.
A cada edição, o Fashion Rio
aborda um tema usando a moda
voltada para o lado social. Mais
comum entre os homens, as doenças do coração, hoje, são as
principais causas de morte em
mulheres no mundo.
— Pouca gente sabe, mas este tipo de doença mata mais do
que câncer de mama e de útero
— informa Cristiane.
Além de divulgar informações
sobre os cuidados com o coração,
a Sala Vip da Firjan teve uma programação especial voltada para a
prevenção. Lá, os visitantes puderam receber cartilhas contendo dicas para garantir a saúde do
coração, buffet light, sessões de
shiatsu com 15 minutos de duração e contaram com a presença de profissionais de saúde que
mediram a pressão arterial dos
freqüentadores.
Mas não foi só o coração que
recebeu a atenção no evento. O
fim do ano passado foi marcado
por tristes notícias de meninas
e modelos que morreram vítimas
de anorexia. A doença, comum
no mundo da moda, “saiu” das
passarelas e atinge milhares de
moças nos dias de hoje. Apesar
de beleza não ser mais sinônimo de magreza, inúmeras mulheres ainda investem num corpo com medidas mínimas. Dessa
forma, o Fashion Business realizou palestras sobre o assunto
para alertar as pessoas sobre os
riscos da doença.
— Fui modelo durante anos e
nunca fui anoréxica, mas é preciso alertar — declara a atriz Beth
Lago na abertura do evento, em
coletiva de imprensa.
Modelo mostra
peças da coleção
inverno da grife
mineira “Patogê”
Fevereiro 2007
Roberth Trindade
Roberth Trindade
presente também no Pólo Niterói
era só sorrisos.
— O Fashion Business te dá
um crescimento profissional muito grande e as vendas crescem
muito — conta a expositora que,
junto da figurinista Emilia Duncan, desenvolveu e bordou as
roupas utilizadas por Vera Fischer
e Cristiane Torloni na minissérie
Amazônia, no ar na Rede Globo
de Televisão.
O pólo de Londrina, no Paraná, teve a sua primeira participação na bolsa de negócios muito
bem sucedida e deve atrair confecções de todo o estado do Paraná para a próxima edição primavera-verão, em junho. “Mulher
Elástica”, “Silvia Doré”, “Luca” e
“Zue” fizeram vendas para Campo
Grande, no Mato Grosso do Sul,
Belo Horizonte, em Minas Gerais,
as capitais fluminense e paulista,
Gramado, no Rio Grande do Sul e
Brasília, no Distrito Federal, além
de muitos contatos para outras
praças do Brasil e do exterior.
Roberth Trindade
economia
/
ComunitàItaliana
23
Roma
economia
Artesanato das raças
24
Talento que veio da Itália
Bastante conhecida por arriscar
desfiles fora do ambiente cogitado do Fashion Rio, Alessandra
Migani (ou Alessa), mais uma
vez, surpreendeu a todos com a
escolha do local para apresentar sua coleção outono-inverno:
uma concessionária de luxo do
Rio de Janeiro.
Esta brasileira de sangue veramente italiano é designer, pu-
ComunitàItaliana
/
Fevereiro 2007
para cá, acontece justamente o
contrário. A artista exporta para 13 países e a Itália, claro, é
um deles.
O tema do desfile “O luxo
nosso de cada dia” teve tudo a
ver com o local escolhido para a
apresentação. A relação moda/
carros, para Alessa, remete a aspectos como renovação constante e novos modelos. Essa relação
envolve dinamismo, velocidade
e desejo, seja na concepção de
quem cria ou na percepção de
quem consome.
(colaborou Sílvia Souza)
Nada de convenções
A
lessa sempre encontrou
maneiras diferentes de
apresentar suas coleções. Confira as inovações realizadas nas
mais recentes:
2004 — na Casa Julieta de
Serpa, os modelos trajavam
roupas feitas de materiais como perfex;
2005 — no Copacabana Palace, as meninas invadiram a cozinha integrando-se à equipe
do chef em tarefas como cortar
cebolas, mas devidamente vestidas com figurinos de inspiração mexicana;
2006 — para expressar sua
paixão pelo Rio de Janeiro, o
desfile foi no Pão de Açúcar,
onde Alessa investiu em cores
fortes e formas inusitadas;
Janeiro 2007 — entre carros
de luxo, as modelos exibiram
trajes elaborados com seda,
malha e quebra-cabeça de espelho.
Segredos de Roma
E
ngana-se quem pensa que tudo já
foi descoberto a respeito da antiga
vida da Cidade Eterna. Há algumas
semanas, durante escavações para a construção da linha C do metrô, vieram à tona
antigas galerias subterrâneas de época romana, localizadas no coração do bairro de
Centocelle, região sudeste da capital, nas
proximidades da futura estação de Piazza
dei Mirti.
As galerias passam por baixo dos edifícios residenciais e foi descoberto o acesso
às cavidades através de um portão de uma
casa que ficou fechado desde antes da Primeira Guerra Mundial e nunca foi aberto
pelos atuais proprietários. É provável que
Brasil em destaque
O
lançamento do livro “O sisal do Brasil”,
na sede da Food and Agriculture Organization (Fao) da Organização das Nações
Unidas (ONU), em Roma, proporcionou visibilidade ao trabalho do Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais do Estado da Bahia
(Sindifibras), que vem desempenhando importante papel no desenvolvimento da fabricação e comercialização do sisal, gênero de
fibra do qual o Brasil desponta como o maior
produtor e exportador do mundo. O lançamento do livro contou com a presença do
presidente do Sindifibras, Wilson Andrade.
os túneis tenham sido utilizados como refúgio durante a Segunda Guerra Mundial.
Os arqueológos não excluem a possibilidade de uma ligação com antigas necrópoles. Nas proximidades, estão situadas
as catacumbas de San Marcellino e Pietro,
que estão entre as maiores da zona sul
de Roma.
O nome do bairro tem origem na Antiga Roma. De fato, nos tempos de maior
expansão do Império Romano, nesta região
foi construída uma verdadeira cidade militar, a Centum cellae, formada por inúmeros
cômodos que serviam de alojamento para
os cem melhores cavaleiros da guarda imperial do Imperador Constantino I.
“La Traviata” em cartaz
O
Teatro da Ópera de Roma apresenta “La
Traviata”, melodrama em três atos com
música de Giuseppe Verdi e libreto de Francesco Maria Piave. Foi baseado no romance
“A Dama das Camélias”, de Alexandre Dumas,
que estreou em 1852 no Teatro Fênix, em Veneza. As dez exibições se realizarão de 20 de
abril a 03 de maio de 2007. O custo do ingresso varia de E 17 a 130. O teatro fica na
Piazza Beniarnino Gigli, 1 – Roma. O Telefone
é 06/4816-0255. Para mais detalhes sobre a
apresentação, basta acessar o site http://
www.opera.roma.it/
Fevereiro 2007
Divulgação
Alessa Migani brinca com
um carro. Concessionária foi
cenário para desfile
e 10 de fevereiro a primeiro de abril,
o Museu de Roma no bairro de Trastevere vai hospedar “Roberto Rossellini. Arte
e Ciência do Humanismo”, projeto que conclui o primeiro ano de celebrações do centenário de nascimento do famoso diretor
cinematográfico. A mostra tem como objetivo apresentar ao público um Rossellini desconhecido, como aquele que projetou uma
enciclopédia. Trata-se de uma mostra multimídia que engloba fotos, manuscritos, filmagens, uma retrospectiva temática e aulas.
A exposição acontece na Piazza S. Egidio,
1 b. De terça-feira a domingo. Ingresso:
E 4 e 5,50.
Ana Paula Torres
blicitária e artista plástica. Seu
estilo inusitado foi novamente
comprovado na 10ª edição do
Fashion Rio. Seja nos vestidos
de alta costura, nas malhas do
dia-a-dia ou nos veludos com
efeitos Tie-Dye, os tons apostados por Alessa trafegam entre
preto, branco, cinza, metálicos
e dourados. Mas, a única cor em
destaque na nova coleção é o
roxo.
Outra característica marcante desta ítalo-brasileira é a irreverência. As modelos exibiram,
nas peças, inscrições como “Lovemaniacs”, “God Laughs”, “Love & Diamonds Last Forever” e
“7 Pecados”.
Todo este talento tem origem
em seus antepassados. Filha de
um italiano originário de Roma,
Alessa é tataraneta de um alfaiate do Papa Pio XII.
— Eu trabalho com criação.
Tenho uma agência e sou publicitária. Então, pra mim, a moda
tem que ter uma criatividade, ela
tem que trazer uma emoção diferente para o dia a dia das pessoas. Não é só vestir, tem que
vestir com emoção também —
argumenta a estilista.
Dentre as matérias-primas
utilizadas, a seda, a malha e até
quebra-cabeça de espelho são
peças que fazem parte da coleção. Apesar de viajar sempre para a Itália, Alessa garante que
não costuma trazer idéias de lá
A outra face de Rossellini
D
Roberth Trindade
A semana teve início com
desfile de Walter Rodrigues no
Real Gabinete de Leitura Português. Em seguida, foi a vez da
grife Sommer mostrar sua coleção sob as estrelas do Planetário.
Alessa, sempre apresentando suas peças da forma
mais inusitada
possível, elegeu
uma concessionária de luxo, em
Botafogo, como
palco para seu
desfile. Mas não
foi só a estilista
ítalo-brasileira
que decidiu usar
carros luxuosos
como decoração.
Mara Mac “estacionou”, numa
das tendas montadas na Marina
da Glória, carros
de luxo que serviram para compor a cenografia
de seu desfile.
A
miscigenação brasileira,
através do artesanato têxtil, pôde ser vista na
passarela,
que
reuniu marcas de
diversos estados
do Brasil; na cenografia criada
por Muti Randolph, que fez uma
releitura digital
de rendas e tramas; e nos estandes do Fashion Business, que
reuniu marcas de 13 estados.
Divulgação
O
tema da 10ª edição do
Fashion Rio – Evento
Oficial da Moda Brasileira no Rio de Janeiro, realizado pelo Sistema Firjan foi a
miscigenação cultural brasileira.
Os desfiles, realizados entre os
dias 14 e 19 de
janeiro, na Marina da Glória,
apresentaram peças de puro artesanato.
— O objetivo era retratar a
fusão cultural do
Brasil, que se reflete também na
moda nacional:
essa mistura de
um país mestiço,
com tantas diferenças de Norte a
Sul — diz a idealizadora e coordenadora do evento,
Eloysa Simão.
Orçada em R$
6,5 milhões, o
Fashion Rio trouxe algumas novidades como a
estréia das grifes
Eliza Conde, Chiaro, que fez uma
instalação no mídia center, e a
Reserva, que se
inspirou na Califórnia para o seu
desfile. Já no time dos novos talentos, estrearam as estilistas
Caroline Rossato, destaque por
seu trabalho com couro e Luciana
Galeão, conhecida pelos detalhes
artesanais em suas peças.
Cerca de 80 mil pessoas compareceram no evento para conferir, de perto, as tendências da nova temporada. Num clima ameno,
nada que lembrasse o verão carioca, 44 grifes apresentaram suas
coleções. O sol resolveu aparecer
somente no último dia, talvez para prestigiar a data em que a top
Gisele Bündchen desfilaria nas
passarelas representando a Colcci.
Ana Paula Torres
Renato Zero:
contagem regressiva
J
á estão à venda os ingressos para
os shows da turnê 2007 de Renato Zero. O artista romano se apresentará na capital dia 2 de junho, no estádio Olímpico. Os preços variam de E
30 a 45, além do custo adicional de
pré-venda. Renato Zero conquistou o
prêmio “Telegatto” na categoria “música” como melhor turnê do ano com
“Zeromovimento Tour 2006”. Em 2007,
ele fará seis exibições de 26 de maio a
20 de junho, em Pádua, Roma, Milão,
Florença, Bari e Palermo. Mais informações, inclusive sobre como efetuar
a compra de bilhetes, pelo site http://
www.ticketone.it/
/
ComunitàItaliana
25
aluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSalut
O
26
ComunitàItaliana
/
Reprodução
A
o observarmos o tamanho da amora preta, torna-se difícil imaginar
os múltiplos benefícios que ela proporciona. Uma das grandes descobertas é
que a amoreira serve como planta anticancerígena pela ação do ácido elágico
e também para o combate à osteoporose, devido à alta concentração de cálcio
[46 miligramas por 100 gramas de fruto].
Nas práticas desportivas, a amora é usada como tônico muscular por conta do
alto teor de potássio nela encontrado. O
fruto da amoreira é depurativo do sangue, antisséptico, vermífugo, digestivo,
calmante, laxativo, além de ainda ter outros atributos.
o
çã
du
pro
Reprodução
P
or que não agradar ao paladar e gerar prazer através de uma alimentação saudável? Pois é justamente essa a
filosofia da alimentação biológica. A recomendação é usar temperos como canela,
cravo, salsa, coentro, cominho, páprica,
manejricão, curry, pimenta, cebola, alho e
manjerona. Mas, ao mesmo tempo, devese evitar o álcool, qualquer tipo de carne e
também o fumo, além de diminuir a ingestão de café, refrigerantes, frituras, margarinas, manteigas e produtos industrializados. A idéia deste tipo de alimentação é
ter bom senso, evitando exageros e optando por produtos mais leves e saudáveis,
aproveitando o sabor dos temperos.
A voz do povo
U
ma pesquisa realizada pelo Centro Studi
Investimenti Sociali (Censis) dá conta de
que, segundo 75% dos italianos, os tumores
podem ser curados. Já para 68% dos entrevistados, trata-se de uma doença que, uma vez
detectada, pressupõe um longo controle médico. De acordo com 67% deles, é a patologia
que mais compromete a saúde e a qualidade
de vida. E ainda, 57% dos italianos acreditam
que o paciente tem o direito de escolher o
interrompimento da cura, caso sofra de uma
doença grave.
Fevereiro 2007
R
ica em ferro, a manga é indicada para
tratamentos de anemia e é benéfica
para quem está grávida ou em período de
menstruação. A alta concentração de potássio e magnésio existente na fruta ajuda as pessoas que sofrem de câimbras, estresse, acidose problemas cardíacos. Uma
manga fresca contém cerca de 15 por cento de açúcar, até um por cento de proteína, além de vitaminas, minerais e anti-oxidantes. Na Índia, acredita-se que as
mangas estancam hemorragias, fortalecem
o coração e trazem benefícios ao cérebro.
Beleza com saúde
A
liado das mulheres no mundo dos cosméticos, o pêssego vira também colaborador quando o assunto é saúde. Além do
baixo teor calórico, o fruto é rico em fibras, essenciais para o bom funcionamento do intestino. Apesar de apresentar menor quantidade
de niacina, uma das
vitaminas do Complexo B, ele ainda ajuda a evitar problemas de
pele, do aparelho
digestivo e do
sistema nervoso.
O pêssego combate o reumatismo e
é indicado para qualquer tipo de dieta.
o
Do bem
Fevereiro 2007
Doce cura
Alimentação
biológica
Câncer de próstata:
Sintomas
- Levantar várias vezes, à noite, para
urinar;
- Dor ou queimação ao urinar;
- Jato urinário fraco;
- Presença de sangue na urina
Prevenção
- Fazer, no mínimo, 30 minutos diários de
atividade física;
- Alimentação saudável;
- Manter o peso na medida certa;
- Não fumar;
- Diminuir o consumo de álcool
Tratamento
Para doença localizada – cirurgia, radioterapia e observação vigilante;
Para doença localmente avançada – radioterapia ou cirurgia em combinação
com tratamento hormonal;
Para doença metastática [formação de
uma nova lesão tumoral a partir da primeira] - hormonioterapia
Lauri Koski
s pólens encontrados em plantas como
aveleiras e ciprestes já estão em circulação na Itália. São eles os responsáveis pelas alergias do inverno. Os dados foram divulgados pelo Istituto Agrario di San Michele,
em Trentino. Eles também se referem a explicações sobre como os pólens surgem em
meados de janeiro e atingem altos números
entre fevereiro e março até então diminuírem
gradativamente. Mas invernos “quentes”, como o atual na Itália, fazem com que o florescimento e a conseqüente liberação de pólens
no ar se antecipem.
Re
Cheiro de doença
Sasha Dunaevski
Q
que retal, há também o exame medidor da
dosagem do antígeno específico da próstata
(PSA), uma substância produzida apenas pela
glândula prostática e que vai para o sangue.
Em casos de câncer, a quantidade torna-se
ainda maior e, daí, a utilidade do procedimento para a constatação da doença.
No Brasil, o mal é a segunda causa de
óbitos por câncer em homens, sendo superado apenas pelo o de pulmão. Os números
ainda não foram divulgados, mas em 2005
estimava-se a ocorrência de cerca de 47 mil
novos casos.
Enquanto na região Norte e Centro da
Itália os diagnósticos, em 2005, chegaram a
100 para cada 100 mil homens, na região Sul
o índice ficou em 60 por cada 100 mil. Em
termos de mortalidade, no entanto, há quase
uma homogeneidade entre as regiões, embora aconteçam em menor número no Norte e
no Centro, especialmente devido a uma maior
utilização do exame PSA, que antecipa o
diagnóstico em muitos pacientes, aumentando a taxa de sobrevivência.
er
jen
Karolina Golba
Nayra Garofle
cesso e cigarros. Uma boa alimentação rica
em frutas, verduras e grãos pode reduzir o
risco.
Quando o assunto é o tão falado exame,
através do toque retal, muitos homens acreditam que isso possa afetar a masculinidade
e deixam de fazê-lo.
— Mesmo assim, já tenho muitos pacientes que vão ao consultório pelo menos uma
vez por ano. Esse preconceito diminuiu bastante. Alguns chegam “arrastados” pelas esposas e depois do exame me questionam “Era
só isso?” — conta o urologista.
Segundo o Inca, a idade e o histórico familiar são fatores associados a um aumento do
risco do desenvolvimento do câncer de próstata. Fazer o exame periodicamente é fundamental para diagnosticar a doença no princípio,
pois, quando o paciente chega ao consultório
com os sintomas, na maioria das vezes, é sinal de que o câncer está num estágio
avançado.
Para detectar precocemente a doença, além do to-
m dias mais quentes,
nada melhor do
que se refrescar com
as frutas. Entre elas, a
pedida é o suco de uva que
hidrata e possui nutrientes
importantes. Além disso, é
estimulante digestivo porque
acelera o metabolismo e evita
a fadiga através da eliminação
do excesso de ácido úrico. É
também uma boa fonte de energia já que restabelece o equilíbrio
de ácido alcalino. Mas cuidado! Só
pode ser ingerido sob orientação médica por diabéticos ou pessoas com tendência à alta taxa glicêmica no sangue.
U
Prática de exercícios e cuidado com a alimentação previnem o câncer de próstata
uando a célula começa a produzir cópias de si mesma, sem parar e sem nenhuma ordem, nasce o câncer. Entre
os tumores malignos, o de próstata é
o que mais atinge os homens italianos, liderando as ocorrências. Segundo o Istituto dei
Tumori de Milão, a incidência tem aumentado
nos últimos 30 anos.
Só em 2005 foram constatados cerca de
40 mil novos casos. Com a divulgação da
campanha de prevenção à doença, após a
introdução de novos procedimentos para o
diagnóstico, cresceram os números de ocorrência, a partir de 1990.
— O que se deve fazer é isso: reportagens
que falem sobre o câncer para incentivar os
homens a fazerem exames periódicos — afirma o médico Aristóteles Wisnescky, chefe da
seção de urologia do Instituto Nacional do
Câncer (Inca).
Não há uma receita para evitar o câncer
de próstata. Qualquer homem pode ter a doença. Então, um estilo de vida saudável é primordial. Nada de bebidas alcoólicas em ex-
E
m estudo italiano revelou novas
descobertas sobre os mecanismos
que causam a doença degenerativa das
artérias, a arteriosclerose. Pesquisadores
da Universidade de Palermo divulgaram
que o risco de desenvolver o mal, para os
hipertensos, não fica somente por conta
da pressão alta mas também de algumas
alterações químicas do endotélio [revestimento interno das artérias]. Essas
diferenças causam o “stress oxidativo”,
causador da formação de placas que obstruem a artéria.
ja G
San
Homens na mira
Para o verão
Não é só a pressão
/
ComunitàItaliana
27
turismo
Fotos: Ana Paula Torres
Patrimonio
mondiale
dell’umanità
Alla scoperta della città di San Francesco e Santa Chiara
Ana Paula Torres
N
Corrispondente • Roma
el
2000,
dichiarata Patrimonio Mondiale
dell’Umanità, Assisi, nel
cuore della regione Umbria dovrebbe essere meta indispensabile per ogni turista che
visita l’Italia, sia per la sua importanza storico-religiosa, sia per
le bellezze artistiche, architettoniche e naturalistiche che è in
grado di offrire ai suoi visitatori.
Un vero gioiello da non perdere!
Con circa 26mila abitanti,
Assisi, che si trova nella provincia di Perugia, è conosciuta mondialmente per essere la città dove nacquero, vissero e morirono
San Francesco e Santa Chiara. Ma
le sue origini sono molto più antiche, come si attesta dai numerosi reperti archeologici che indicano la presenza di un piccolo
villaggio abitato dagli Umbri già
nel periodo compreso fra i secoli
IX e VIII a.C.
Fra i numerosi monumenti che
fanno di Assisi una delle località
turistiche italiane più ricche artisticamente, vi sono soprattutto la Basilica di San Francesco,
quella di Santa Chiara e la Cattedrale di San Rufino. Inoltre, meritano un’attenzione speciale anche il Palazzo dei Priori, situato
sulla piazza del Comune, il duecentesco Palazzo del Capitano
del Popolo con la Torre Civica, e
il Tempio di Minerva, tempio romano che risale al I secolo a.C. e
si trova in perfetto stato di conservazione.
Appena fuori le mura della
città, il turista può ammirare
la Rocca Maggiore, ricostruita
nel 1367 dal Cardinale Albornoz
28
su una precedente struttura del
1174, appartenente ad un antico castello feudale. Sempre vicino ad Assisi, è possibile visitare i
luoghi legati alla vita di San Francesco, come l’Eremo delle Carceri, immerso in un fitto bosco sulle pendici del Monte Subasio, e
il Convento di San Damiano. C’è
poi l’imponente Basilica di Santa
Maria degli Angeli, costruita fra
il 1569 e il 1679 per proteggere
la Porziuncola, una piccola chiesa che accolse la prima comunità dei francescani, e la Cappella
del Transito, dove San Francesco
morì il 4 ottobre 1226. Per quanto riguarda invece la natura, vale la pena fare una visita al Parco Regionale del Monte Subasio,
istituito per proteggere un ambiente di grande valore ambientale e mistico.
Se poi si ha la possibilità di
visitare la città durante lo svolgimento di qualche manifestazione, allora sì che si riesce a penetrare ancora di più nell’anima
di questa particolare cittadina.
Durante la settimana santa viene
realizzata la Processione del Cristo Morto. Ad aprile e maggio si
svolge l’Assisi Antiquariato, mentre il primo giovedì, venerdì e
sabato non festivo dopo il primo
maggio occorre il Calendimaggio.
Ad agosto la città rende omaggio a Santa Chiara e a San Rufino
Patrono, mentre la festa di San
Francesco, che è patrono d’Italia,
è il 3 e 4 ottobre.
ne proclamato santo da papa
Gregorio IX. Il giorno dopo, 17
luglio, lo stesso Papa e il generale dell’Ordine minoritico, frate
Elia, posero le prime pietre per la
costruzione dell’attuale Basilica
inferiore che avrebbe custodito i
resti mortali del santo. Secondo
la tradizione, fu lo stesso Fran-
Basilica di San Francesco
Il 16 luglio del 1228, a soli due
anni dalla morte, Francesco ven-
ComunitàItaliana
/
Fevereiro 2007
Una delle viuzze di Assisi, che
conserva lo stile medioevale
Vetrate dell’abside della
Basilica di San Francesco
Basilica Superiore di
San Francesco, dove
hanno luogo le riunioni
ufficiali del clero
cesco ad indicare il luogo in cui
voleva essere sepolto. Si tratta
della collina inferiore della città dove, abitualmente, venivano
sepolti i condannati dalla giustizia. Alle splendide decorazioni
della Basilica hanno collaborato
i più illustri artisti del tempo,
da Giotto a Cimabue a Simone
Martini.
Nel 1230 la salma di San
Francesco viene trasferita dalla
chiesa di San Giorgio (la futura
chiesa di Santa Chiara) per essere tumulata nella basilica costruita in suo onore. Sepolto sotto l’altare maggiore in un luogo
inaccessibile nei secoli, si perde nella memoria il punto preciso dove si trova il suo corpo. In
seguito al ritrovamento nel XIX
secolo, viene scavata la cripta.
Assisi diviene così, per tutti i
pellegrini, una tappa fondamentale lungo il viaggio per Roma.
Sempre nella Basilica inferio-
re è situato uno spazio che ospita le reliquie di San Francesco,
un insieme di oggetti appartenuti al Santo. Sopra la forma romanica della Basilica Inferiore venne realizzata un nuova Basilica in
stile gotico, entrambe realizzate
con la pietra rosa del Monte Subasio. Con la costruzione della
Basilica Superiore si completa la
realizzazione della Basilica nel
suo complesso. La Basilica Inferiore è destinata ai pellegrini ed
alla venerazione alle reliquie del
Santo, mentre la Basilica Superiore è adatta alle riunioni ufficiali, essendo anche in grado di
ospitare il Papa, il quale può accomodarsi sul trono a lui riservato. Le due basiliche sono collegate tra di loro tramite una scala
e formano così un grande complesso architettonico.
La Basilica superiore presenta una facciata semplice a forma
di capanna e ospita la più completa raccolta di vetrate medievali presenti in territorio italiano. Poco dopo la fine dei lavori
di costruzione della chiesa superiore sarebbero iniziate anche le
decorazioni ad affresco delle due
basiliche con l’obiettivo di esaltare la figura di San Francesco.
Fra i grandi artisti che vi lavorarono c’erano Cimabue e Giotto.
La fascia inferiore della navata
della Basilica superiore è occupata dal ciclo di affreschi più famoso, quello sulla Vita di San
Francesco, raffigurata in ben 28
scene tratte dalla Legenda maior
di San Bonaventura.
Il terremoto
Il 26 settembre del 1997, una
forte scossa di terremoto ha
colpito le regioni dell’Umbria e
delle Marche, causando il crollo
di parte degli affreschi e delle volte della Basilica superiore di San Francesco. Il crollo
ha provocato quattro vittime,
due tecnici della Soprintendenza e due frati. E’ stata distrutta
parte degli affreschi sulla volta
della prima campata: il San Girolamo, dove erano raffigurati
i Quattro dottori della Chiesa.
Anche la figura di San Matteo,
di Cimabue e la volta stellata
ridipinta nell’Ottocento sono
state danneggiate. Sull’arco di
contro-facciata e sul costolone,
anch’essi crollati, sono rovinate
a terra otto figure di santi e altre decorazioni.
Fevereiro 2007
/
Subito dopo il terremoto, due
sono state le preoccupazioni immediate: mettere in sicurezza il
complesso architettonico e recuperare centinaia di migliaia di
frammenti degli affreschi fra le
macerie.
La basilica è rimasta chiusa
fino al 29 novembre 1999 per interventi di conservazione e restauro. Sono stati raccolti oltre
300 mila frammenti in corrispondenza dell’arcone dei santi e della
vicina vela di San Girolamo, come della vela stellata e di quella
di San Matteo. A questa prima
fase ne è seguita una successiva per un lavoro di selezione e
di classificazione dei frammenti,
in base alle sfumature, al colore,
alla tecnica esecutiva. Successivamente si è passati al riconoscimento fotografico, seguito da
tentativi di individuazione, in
base ai punti di frattura, dei possibili punti di attacco. Indispensabile è stato l’ausilio delle fotografie a colori scattate prima del
sisma e la loro stampa a grandezza naturale, sulle quali è stato
possibile effettuare le prove di
corrispondenza dei frammenti.
Grazie all’impagabile lavoro
di tecnici, restauratori e tanti
volontari giunti da tutta l’Italia,
nel 2006 è stato possibile concludere il lavoro di restauro. Purtroppo non si è riusciti a recuperare tutto il materiale, visto che
già prima del crollo le condizioni dell’affresco non erano buone.
L’abitudine di Cimabue di usare
biacca, mescolata ad altre vernici, ha fatto sì che il colore, a
distanza di tempo, diventasse
via via evanescente, quasi monocromatico.
Basilica di Santa Chiara
Realizzata in stile gotico, richiama la linea della Basilica Superiore di Assisi, con ampie colonne esterne e con il motivo della
facciata in pietra rosa e bianca,
sempre proveniente dal Monte Subasio. Il corpo della santa, deceduta l’11 agosto 1253,
fu trasferito dalla chiesa di San
Damiano in questa basilica nel
1260. Inoltre, in una cappella
della navata destra, è conservato il crocefisso che parlò a San
Francesco. Purtroppo, la chiesa è
stata molto danneggiata dal terremoto del 1997 e attualmente
può essere visitata solo in modo
parziale.
ComunitàItaliana
29
atualidade
30
È carnevale!
Comunità mostra cosa succede nei principali
luoghi brasiliani dove il carnevale impazza
ponenti: imperatore, imperatrice, il
popolo, i senatori e un giovane, oltre a due gladiatori e alla ballerina,
la passista Queila Mara.
— Porteremo sull’Avenida il
Colosseo di Roma, con tutte le
manifestazioni dell’epoca, ossia,
drammatizzando. Il carro avrà un
ascensore idraulico e il Colosseo s’innalzerà fino ai 10 metri
d’altezza. È una replica, illuminatissima – rivela il carnevalesco
Max Lopes in intervista recente.
Invece, le vicine ‘Unidos da Tijuca’ e ‘Vila Isabel’ parlerenno del
Rinascimento. La Tijuca verrà con
il tema “Ad ogni ‘Lambida’ la Tijuca fa un click nell’Avenida’ [riferendosi ai lambe-lambe, primi fotografi di piazza agli inizi del ‘900,
ndt]”, cioè il passaggio dalla pittura alla fotografia partendo dal
ritratto più famoso della storia.
Monna Lisa, di Leonardo da Vinci
Una delle coppie di mestre-sala
e porta-bandeira della Unidos do
Viradouro (sopra). Il bassista Paolo
Andreolo “accompagna” la cuíca.
A Recife, i blocos per le vie (sotto)
Roberth Trindade
Roberth Trindade
Q
Sílvia Souza
20 minuti di ‘riscaldamento’ degli strumenti – Se me lo permettessero, mi metterei pure a suonare il tamburello o lo chocalho
[altro strumento a percussione
tipo tamburello, solo che lungo e
stretto, n.d.t] – continua.
ll bassista, che conosceva
già Maceió e Salvador, si trovava
per la prima volta nel ginnasio di
prove di una scuola di samba e
rimarrà a Rio de Janeiro fino ad
aprile. Paolo e il chitarrista Stefano Scutari si sono presentati al
ristorante Da Carmine, a Niterói,
con musiche tipicamente italiane, ma ben poco capivano del
carnevale carioca.
— Mi piace lo chorinho. E
devo tornare a Venezia proprio
perché ho impegni con il carnevale di là —, spiegava Scutari,
ammiratore della musica popolare brasiliana.
ComunitàItaliana
/
Oltre ai turisti, le scuole di
samba carioca si rifanno sempre
un po’ alla storia dello Stivale.
La propria ‘Unidos do Viradouro’ conterà la storia dei giochi
sull’Avenida. Delle carte, dadi,
roulette, scacchi, dama e molti altri. Il domino prende il suo
nome dai frati italiani che, nel
XVII secolo, avevano l’abitudine
di giocarci e quando perdevano
la partita ringraziavano usando l’espressione dominus gratias
(Grazie a Dio, in latino).
La Viradouro si presenta con
3800 componenti divisi in 32
gruppi e otto carri allegorici.
Della comunità sono 1800 persone e i mascherati da domino
appaiono nel gruppo 18, con 100
componenti. Seguendo una decisione del presidente della scuola,
il poliziotto Marco Lira, i turisti
stranieri non potranno partecipa-
Fevereiro 2007
re alla sfilata, che quest’anno ha
per titolo “La Viradouro ribalta il
gioco”. La norma è dovuta ad un
criterio tecnico, perc hé cantare
e muoversi bene durante la sfilata nel sambodromo fanno parte
della valutazione dei giurati.
Un’altra scuola che si riferisce
alla forza dell’Italia è la ‘Mangueira’. Già all’inizio della sfilata, la verde-e-rosa porterà sul primo carro
di 55 metri una rappresentazione
dell’Impero Romano, con una replica del Colosseo. Il carro presenta
nove metri di altezza e mostra le
origini della lingua portoghese nel
latino, con il tema “La mia patria
è la mia lingua, Mangueira grande amore mio. Il mio samba va al
Lazio e coglie l’ultimo fiore” [riferendosi ai primi versi del poema
‘Língua Portuguesa’ de Olavo Bilac,
n.d.t]. I personaggi dell’allegoria
saranno rappresentati da 68 com-
Divulgação
uem me vê sempre parado, distante garante que
eu não sei sambar. Tô me
guardando pra quando o
carnaval chegar. Eu tô só vendo,
sabendo, sentindo, escutando e
não posso falar. Tô me guardando
pra quando o carnaval chegar. [Chi
mi vede sempre fermo, distante,
garantisce che non so sambare. Mi
sto risparmiando per quando arriverà il carnevale. Sto solo guardando, sapendo, sentendo, ascoltando e non posso parlare. Mi sto
risparmiando per quando arriverà
il carnevale.] La canzone di Chico
Buarque, cantata da Maria Bethânia, riscalda coloro che amano il
carnevale e aspettano l’inizio della
maggior festa popolare del pianeta. Scuole di samba, ‘blocos’ che
sfilano per le vie, diversi show: il
periodo, che in molti posti inizia il
17 febbraio, attira già centinaia di
visitatori e turisti. A Rio de Janeiro, la stima dell’Empresa de Turismo do Município, la Riotur, è che
la città ospiterà 694mila turisti, di
cui circa il 20% di stranieri, inclusi gli italiani.
Nel 2005, secondo sondaggi
dell’ Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), circa 1,8 milione
di turisti stranieri ha visitato Rio,
di cui il 5,9% erano italiani.
Nel 2006, da sondaggi della
Riotur nella Passarela do Samba durante le sfilate, gli italiani
erano il 4,3% dei turisti stranieri
intervistati. I numeri danno una
dimensione di ciò che significa
un’iniezione di redditi di 500 milioni di dollari agli introiti della
città. E non è solo questo: la diversità di opzioni di programmi
questa fase dell’anno fa sì che le
persone si dedichino a provare
nuove e vecchie attrattive.
Di passaggio nello stato di
Rio de Janeiro, il bassista Paolo
Andreolo, 42, è uno di loro. Dopo essersi recato a Bùzios (dove
un’influenza gli ha impedito di
sfruttare meglio gli incanti della
Regione dei Laghi), il musicista è
venuto a riposarsi a Niterói, provincia di Rio, e ha fatto una visita
alle prove della scuola di samba
‘Unidos do Viradouro’. Diffidente,
Paolo, che era in compagnia di altri tre amici, notava tutto il movimento della comunità presente ed
è anche riuscito a fotografare la
batteria della scuola, che ne viene
considerata il cuore.
— È molto rumoroso, non è
vero? — domanda dopo i primi
(che compie 500 anni nel 2007)
apre la sfilata. Con l’aiuto di effetti speciali e d’illuminazione, la
scuola rappresenterà la rottura tra
la pittura e la fotografia e la Gioconda “uscirà dalla tela per divertirsi a carnevale”.
La ‘Vila Isabel’, scuola che ha
vinto l’anno scorso, presenta “Metamorfosi: dal Regno Naturale alla
Corte Popolare del Carnevale – Le
trasformazioni della Vita” e uno
dei carri di maggior impatto sarà “Medioevale/Rinascimentale”.
L’allegoria simbolizza il passaggio
dal Medioevo, quando l’uomo vedeva in Dio la ragione di tutte le
cose, al Rinascimento, periodo in
cui l’uomo si vede capace di giudicare e creare. Ispirata in una
cattedrale, l’allegoria mostrerà,
nella prima parte della sfilata, luci rosse e vetri colorati. Dopo, la
luce cambia in azzurro e appaiono
pannelli con pitture d’importanza
storica, come la Monna Lisa e il
David di Michelangelo.
Per chi si troverà a San Paolo, Roma – culla politica del grande Impero dei Cesari, fondata dai
mitici Romolo e Remo – farà parte
della sfilata della scuola ‘Império
de Casa Verde’. Con il tema “Glorie
e Conquiste – La forza dell’Impero
si trova nel Salto della Tigre”, la
scuola dai colori azzurro e bianco racconta parte della storia da
cui abbiamo ereditato la lingua
latina e il Diritto Romano. E spiega come l’apogeo espansionistico
portò l’impero di Ottavio Augusto ad organizzarsi militarmente e
politicamente, fino al declino con
l’espansione del Cristianesimo.
“Atrás do trio elétrico
só não vai quem já morreu”
Per i più di tre milioni di persone
che accompagneranno i giorni di
festa a Salvador e Recife la frase
della canzone di Moraes Moreira è
una verità indiscutibile. A Salvador, più di 220 entità (16 afoxés,
41 afro, 15 alternativi, 45 blocos
de trio, tre speciali, due di indios,
sette infantili, 17 piccoli gruppi,
33 di percussione, sei orchestre,
12 di travestiti e 30 trios indipendenti) sono registrati presso
l’Empresa de Turismo S/A, (Emtursa), che organizza la festa.
Contrariamente agli amanti
di maschere e carri allegorici, lo
spettacolo è svolto nelle vie dalle migliaia di turisti e cittadini
con o senza ‘abadá’ [tipico indumento del carnevale di Salva-
Fevereiro 2007
/
“La verde-erosa porterà
sul primo carro
di 55 metri una
rappresentazione
dell’Impero
Romano, con
una replica del
Colosseo”
dor, n.d.t]. I percorsi Osmar, nel
quartiere Avenida, Dodô, a Barra-Ondina e Batatinha, nel centro storico, promettono concerti
di Ivete Sangalo, Babado Novo,
Margareth Menezes, del ministro
della Cultura Gilberto Gil, tra le
tante icone della musica baiana
e afro. Secondo il comune di Salvador, la Città del Carnevale occupa un’area pari a 25 km², e ospita palchetti, gradinate, pronto
soccorso, cabine di polizia, oltre
a tutta un’infrastruttura speciale
montata dai vari organismi municipali, statali e federali.
La festa ha come simbolo il tema “Il cuore del mondo batte qui”
e farà, nel 2007, un omaggio al
samba. Ufficialmente il carnevale baiano comincia il 15 febbraio,
nel quartiere Liberdade, dove il
sindaco João Henrique consegna
le chiavi della città al Rei Momo,
alla regina e alle principesse. In
seguito, il corteggio reale va a Cajazeiras (maggior quartiere della
capitale), dove si organizza un
carnevale in separato, così come a
Itapuã, Periperi e Pau da Lima.
Invece il comune di Recife ha
organizzato il carnevale di strada dal 12 con il suo programma
del ‘Carnaval Multicultural 2007’
e commemora i 100 anni del Frevo. L’idea fa sì che il ritmo che
caratterizza il popolo di Pernambuco sia omaggiato da artisti e
associazioni in 40 punti ben distribuiti per la città.
Il programma è composto per il
90% da attrattive di Pernambuco,
come associazioni carnevalesche,
orchestre di frevo e nomi come
Lenine, Alceu Valença e il gruppo
‘Cordel do Fogo Encantado’. La città ha anche invitato artisti da fuori, come Maria Bethânia, Gal Costa, Chico César, Paulinho Moska e
Elba Ramalho.
ComunitàItaliana
31
attualità
“San Paolo, terra boa”
Capitale paulista celebra anniversario e riceve una retrospettiva sugli italiani
che si sono innamorati di questa città ed hanno aiutato a costruirla
T
Marcos Petti
Secondo il console generale
d’Italia a San Paolo, Marco Marsili, la città non sarebbe riuscita a
rivelarsi nella sua industrializzazione e nel suo sviluppo econômico se non fosse stato grazie
alla collaborazione degli immigranti e, in particolare, alla collettività italiana.
- Oltre al lavoro e alla capacita artística ed innovatrice, loro
hanno anche contribuito alla città
portando tecnologia – dichiara.
Uno degli immigranti italiani
che hanno domato le terre paulistas è stato il Conte Francisco
Matarazzo, nato a Castellabate
in provincia di Salerno. Lascia la
sua terra natale e, col coraggio di
raggiungere un territorio fino ad
allora sconosciuto, fa fortuna negli affari ed costruisce un impero
fatto di 365 industrie. Non è necessario dire che è stato uno dei
fautori della modernizzazione del
Brasile. Dai registri storici, verso
il 1881 l’italiano si stabilisce a
Sorocaba e comincia timidamente la sua produzione. Nel 1890,
si trasferisce a San Paolo e fonda, con i fratelli Giuseppe e Luigi, l’impresa Matarazzo & Irmãos.
Così il gruppo via via si rafforza,
costruendo fabbriche e generando impieghi ovunque si stabilisce, come a São Caetano do Sul
(SP), dove fonda le Indústrias
Reunidas Francisco Matarazzo
S.A. (IRFM). Qui, a partire dal
1912, prosperano con l’installazione di fabbriche di vario tipo,
come quelle per il processamento della carta, cartone e cellulosi, ceramica, tessuti, piatti, soda
caustica, tra le tante altre.
Anche per il professor Virginio Mantesso Neto, che tiene
corsi sull’immigrazione italiana
stata sentita nell’architettura dei
principali monumenti di San Paolo. Firmato dall’ingegnere e architetto italiano Tommazo Gaudenzio
Bezzi, il Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP), conosciuto come Museu do Ipiranga, viene inaugurato nel 1895 e
attira turisti da tutto il mondo. È
stata una delle prime costruzioni
in muratura fatte a San Paolo. La
storia rivela inoltre la partecipazione alla costruzione del Teatro
Municipal degli architetti Claudio
e Domiziano Rossi, insieme all’ingegnere Ramos de Azevedo nel
1895, data della sua ideazione.
Victor Brecheret, nato a Farnese, in provincia di Viterbo nel
1894, è stato considerato uno
dei più importanti scultori del
Paese e considerato responsabile
dell’introduzione del modernismo
nella scultura brasiliana. La sua
opera più grande e conosciuta è
il Monumento às Bandeiras, che
gli ha avvalso, nel 1920, la vittoria in un concorso internazionale di plastici per la costruzione di questa scultura. Nel 1923
il governo dello stato sollecita
l’esecuzione di quest’opera, che
viene inaugurata molto più tardi, il 25 gennaio 1953. Sparsi nei
vari quartieri della capitale paulista, i suoi lavori si trovano in
luoghi pubblici come quello per
Duque de Caxias, in Piazza Princesa Isabel e Depois do Banho,
nel Largo do Arouche, tra tanti
altri. I suoi lavori si trovano anche sparsi nei musei più frequentati come il Museu de Arte di San
Paolo (Masp), il Museu de Arte
Contemporânea (MAC) e il Museu de Arte Moderna (MAM). Nel
1922 ha partecipato, insieme ad
Il conte Francesco Matarazzo,
fondatore di un impero
imprenditoriale
ralmente, i termini già adottati
in Brasile come ‘tchau’ e nomi di
piatti come ‘pizza’, ‘nhoque’ e ‘capeletti’ hanno i loro registri iniziali a San Paolo – ricorda.
Per ciò che riguarda l’espressione italiana nelle arti, essa è
altri ‘rivoluzionari’ delle arti alla Semana de Arte Moderna con
opere esposte nell’atrio del Teatro Municipal di San Paolo.
Parlando di questo, è impossibile non ricordare la storia del talento delle mani dei due italiani,
che hanno dato vita ad uno dei
principali musei dell’Avenida Paulista, il Masp, l’unico che presenti
un vano libero. Lui, Pietro Bardi,
nato a La Spezia, ha esercito la
sua principale attività professionale, il giornalismo, scrivendo per
vari giornali italiani, ed era anche
critico d’arte. Lei, nata nella città
eterna, architetta dell’Università
di Roma, si è naturalizzata brasiliana appena arrivata qui. Ambedue hanno lasciato a San Paolo questa importante eredità, che
da allora movimenta l’isolato con
esposizioni significative e corsi
d’arte. Nel 1946 si sono sposati
e hanno visto nel Brasile nuove
prospettive nello scenario dell’architettura, visto che in Europa la
lenta ricostruzione del dopoguerra li aveva obbligati ad emigrare.
Arrivando a Rio, hanno conosciuto personalità come Lúcio
Costa, Oscar Niemeyer, Rocha Miranda, Burle Marx e Assis Chateaubriand, fondatore dei Diários
Associados, da cui Pietro riceve
l’invito per fondare e dirigere un
museo d’arte nel Paese. Lina Bo
Bardi ha progettato la parte architettonica del palazzo del Masp.
Per conservare la vista pretesa per
il centro della città, l’architetta ha
pensato ad un edificio sostenuto
da quattro pilastri laterali. Con il
corpo principale posato su di essi,
ha reso possibile la presenza del
vano libero di 74 metri. Costruita
dal 1956 al 1968, la nuova sede
Fotos: Reprodução
utti gli anni il 25 gennaio è così: San Paolo fa
una pausa, diminuisce il
suo ritmo, ma non si ferma
mai. La città arriva ai suoi 453
anni sostenuta da un passato costruito dalla sua gente e anche
dalle mani di stranieri. Molti sono già passati e hanno fatto storia in questa città divenuta gigantesca. Gli italiani lungo gli
anni hanno conquistato spazi e
fornito un profilo a questo luogo.
Il primo gruppo è arrivato qui nel
1870, durante la grande immigrazione, e si è sparsa ai quattro
angoli di questo stato che oggigiorno raggiunge i 40 milioni di
abitanti.
a San Paolo, la storia mostra che
non è di oggi la marcante presenza degli italiani nella città.
Una delle caratteristiche più
significative per ciò che riguarda
l’influenza italiana a San Paolo,
secondo lui, è l’inclusione della
lingua di Dante nella vita di tutti
i giorni delle persone.
- Il ritmo accellerato e la
sonorità dell’accento paulistano
sembrano avere origine nella mescolanza del portoghese con l’italiano, facilitata dalla comune origine latina. Il plurale senza la ‘s’
[come il famoso ‘me dá dois pastel
(sic), le espressioni come ‘mamma
mia’, ‘espaventado’, oltre a, natu-
Il grattacielo di 30 piani dell’America
Latina: l’edificio Martinelli
32
ComunitàItaliana
/
Fevereiro 2007
Il Museo de Arte di San Paolo
(Masp) nell’Avenida Paulista
del Masp è stata inaugurata il 7
novembre 1968 alla presenza della Regina d’Inghilterra, Elisabetta
II. Di sua ideazione è anche la
Casa de Vidros, sua prima residenza nel quartiere del Morumbi,
una costruzione di settemila metri quadrati conclusa nel 1951.
Il Terraço Itália, uno dei punti
turistici più conosciuti del centro,
situato all’ultimo piano dell’Edifício Itália, è servito da ispirazione all’italiano Evaristo Comolatti
per la costruzione di un ristorante
specializzato in culinaria italiana
e, grazie ad esso, ora è possibile garantire ai visitatori una vista
panoramica della città dal suo 42°
piano. Nello stesso edificio si trova il Teatro Italia e il Circolo Italiano; in quest’ultimo c’è la scuola di lingua italiana e, allo stesso
tempo, è punto di ritrovo per feste della comunità italiana.
Ancora passeggiando per il
centro, l’Edificio Martinelli è conosciuto come il grattacielo di
30 piani dell’America Latina, che
spaventava i passanti che vi passavano davanti. In stile art decò, oggigiorno si trova in mezzo
a tanti altri uguali ad esso. La
sua costruzione fu terminata all’epoca del crash della Borsa di
New York, nel 1929, comandata
dal Commendator Giuseppe Martinelli, nato a Lucca, in Toscana. Martinelli arrivò nel 1888 per
lavorare nella città, al contrario
della maggioranza, che venivano
a lavorare nei campi. Nel 1906,
lui e i suoi soci avevano già una
banca a Santos e a San Paolo, e
cominciavano ad essere cercati da rappresentanti di imprese esportatrici italiane. La parte
Fevereiro 2007
/
esterna dell’edificio è ornata da
pietre rosate portate dall’Italia.
L’ultimo piano è servito da attico
del Commendatore ed è stato frequentato dall’élite di San Paolo
negli anni ’30. Ma, dovuto all’incuria del potere pubblico, l’Edificio ora si trova in decadenza.
Cosa dire di certi quartieri
della città che sono direttamente legati alla cultura italiana? Il
tradizionale quartiere Bixiga è
uno di essi. Ha avuto un ruolo
storico e culturale nel XIX secolo per aver accolto gli immigranti italiani e, con loro, cultura e
tradizioni. Di conseguenza è visibile la presenza di artisti e teatri, le varie ‘cantine’ italiane e
la festa della santa Achiropita.
È anche il luogo dove ha vissuto
João Rubinato, più conosciuto
come Adoniran Barbosa, il cantante, compositore e sambista
nato a Valinhos e figlio di immigranti di Cavarzere, in provincia
di Venezia.
Questo senza parlare di un
altro quartiere che ha queste caratteristiche. Si tratta della Mooca, all’est della città. Là non si
possono negare le origini della
parlata dei discendenti di italiani, un segno inconfondibile del
quartiere. È proprio da lì che, insieme agli immigranti, è venuta
la devozione al patrono [di Napoli, n.d.t], San Gennaro o São Januário, com’e anche conosciuto.
E non è finita: ci sono ancora
molte storie da essere raccontate
del passato di questo gigante, di
molti personaggi che sono arrivati, si sono rimboccati le maniche e hanno fatto di San Paolo
un simbolo del Paese.
ComunitàItaliana
33
attualità
attualità
Presentato a Roma il progetto editoriale
per la nuova Rai International
Ana Paula Torres
Corrispondente • Roma
U
n nuovo nome, un nuovo logo, delle modifiche
sostanziali nel palinsesto. Nasce la nuova Rai
International. Il nuovo progetto editoriale è stato presentato
recentemente dal direttore Piero
Badaloni ai giornalisti, in presenza di esponenti del governo e del
mondo dello spettacolo, presso
la sede Rai di viale Mazzini.
Da Rai International passa a
chiamarsi “Rai Italia”, aggiungendo al nuovo nome anche lo storico logo Rai, la farfalla. Per quanto riguarda invece la sostanza,
il nuovo progetto editoriale darà
più spazio alle notizie, in sinergia
con tutte le strutture Rai, ma anche più spazio all’arte e al cinema
italiano, alla cultura e ai giovani.
− Abbiamo proposto di cambiare il nome in “Rai Italia” – ha
spiegato il direttore Piero Bada-
loni durante la conferenza stampa – magari con il sottotitolo “Al
servizio di tutti”. E ci piacerebbe
inserire nel logo la farfalla Rai, per
favorire un maggior senso di identificazione. – E aggiunge –Vorremmo riscoprire le Americhe, ma
anche l’Australia, l’India, il resto
d’Europa oltre a quella orientale,
l’Asia intera e rafforzare la nostra
presenza in Africa, migliorando la
distribuzione del segnale.
Il piano di rilancio di Rai International arriva per soddisfare
le innumerevoli richieste degli
italiani all’estero, che come ha illustrato Badaloni, scrivono spesso alla Rai chiedendo programmi
di livello culturale più elevato. Le
modifiche sono inoltre il risultato
del lavoro che la Rai ha svolto insieme al vice ministro per gli Italiani nel Mondo, Franco Danieli, e
ai parlamentari eletti all’estero.
Rubriche informazione Tv
Italia on Demand
quotidiano
30 minuti
La Giostra dei gol
settimanale
270 minuti
Cristianità
settimanale
30 minuti
Sestante
settimanale
30 minuti
Next
settimanale
60 minuti
Italia world
mensile
90 minuti
34
ComunitàItaliana
/
Badaloni, inoltre, desidera arrivare allo stesso livello delle più
grandi Tv internazionali, che hanno diversificato il loro palinsesto
nazionale da quello globale e,
successivamente, hanno anche reso differenti i palinsesti a seconda delle aree geografiche. Per recuperare il tempo perduto, la Rai
può farcela lavorando in sinergia
con tutte le testate nel mercato
globale. Diventa perciò essenziale collaborare con tutte le testate
Rai a partire da Rainews 24 nel
comune interesse e in quello dell’azienda in generale.
tro nuovi contenitori da novanta
minuti, che andranno in onda in
onda alle 6, alle 12, alle 18 e alle
24, ora di Greenwich. Inoltre, vi
saranno le varie edizioni dei telegiornali alle 13.00, alle 20.00
e alle 24.00, insieme a cinque
flash da integrare eventualmente con notizie mirate e due nuovi Giornali radio alle 2.00 e alle
22.00, accompagnati da tre novità in diretta sotto forma di contenitori di sessanta minuti.
Ma non è finita. Da aprile partiranno alcuni nuovi programmi.
Gloria De Antoni e Oreste De Fornari condurranno “Idioma gentile”, spazio dedicato alla lingua
italiana in collaborazione con
la tradizionale Accademia della
Crusca. Poi ci sarà “Next”, coprodotto con RaiNews 24, “Italia Award”, mensile sulla politica
internazionale. “Italian Factory”,
invece, toccherà i temi del made
in Italy. Oliviero Beha presenterà “Italia on demand”, programma che aiuterà i connazionali all’estero a risolvere delle questioni
di carattere burocratico e istituzionale. Da aggiungere ancora al
palinsesto le manifestazioni tradizionali come il Festival della
Canzone Italiana di Sanremo. Con
il ministero degli Esteri si lavora
a un nuovo format sulle attività
degli Istituti Italiani di Cultura
presenti in tutto il mondo.
Un’altra novità interessante è
lo spazio che si vuole dare all’informazione di ritorno, ossia, notizie dall’estero che riguardano in
Rubriche Radio
Italia chiama Italia
dal lunedì al venerdì
40 minuti
Rotosette
settimanale
30 minuti
Tutto cinema
settimanale
30 minuti
Italia delle regioni
settimanale
30 minuti
Rassegna stampa
dal lunedì al venerdì
30 minuti
Sport Italia
settimanale
45 minuti
Nonsolocalcio
settimanale
45 minuti
I commenti del lunedì
settimanale
15 minuti
I nuovi programmi
Saranno mantenute le trasmissioni di successo come “Che
tempo che fa”, “Parla con me”,
“Porta a Porta”, “Ballarò”, “Anno
Zero”, “Tg2 dossier”, “Speciale
Tg1” e “Domenica sportiva”. Arrivano invece, nuove trasmissioni
di carattere informativo. Dai primi di marzo prendono il via quat-
Fevereiro 2007
qualche modo l’Italia. Il ministro
Danieli, che era presente alla
conferenza stampa, ha espresso
il desiderio di diffondere in Italia informazioni anche sulle comunità italiane all’estero, in modo da far conoscere agli italiani
residenti nello Stivale quell’altra
Italia che si trova sparsa per tutto il mondo.
Bisogna
stare attenti
Roberth Trindade
Ana Paula Torres
Nasce la
Rai Italia
− Puntiamo di chiudere questo percorso ideale di restyling
il 21 giugno, data del solstizio
d’estate. − afferma Badaloni −
Il mio obiettivo è aumentare la
platea degli abbonati al canale,
attualmente due milioni, sapendo che possiamo raggiungerne
potenzialmente dieci milioni.
Il ginocchio è la parte del corpo più colpita durante la pratica sportiva e tema
porta il medico Gianluca Camillieri della Federazione Italiana di Nuoto a Rio
S
e un giorno qualcuno ti
domandasse qual è la parte
più bella del corpo, forse le
ginocchia occuperebbero
l’ultimo posto della tua lista. Fatto di legamenti, menischi e cartilagine, quest’articolazione è ricordata poco dai semplici mortali. A
meno che non si stia parlando di
donne che hanno l’abitudine di tenersi in equilibrio su altissimi tacchi in notti di glamour o di atleti
non abituati a sforzi, che ‘danno il
sangue’ in partite con amici. Ma,
maltrattate dai non sportivi, le
ginocchia meritano le attenzioni
degli atleti, ed è stato pensando
a questo trattamento che il Comitato Nazionale Italiano (CONI)
ha portato a Rio de Janeiro un Seminario di Medicina Sportiva, che
aveva per tema “Qualità di vita e
tecniche di recupero del ginocchio
in traumi sportivi”.
Per parlare di questo argomento, il professore Gianluca Camillieri, medico ufficiale della
Federazione Italiana di Nuoto, è
stato convocato. Secondo lui, i
problemi alle ginocchia si presentano con maggior frequenza nei
calciatori, giocatori di pallacane-
Sílvia Souza
stro e pallamano, che usano molto gli impulsi. L’invito e l’interesse di parlare di questa parte del
corpo è venuto durante i Mondiali
di Nuoto, che sono stati tenuti a
Rio de Janeiro l’anno scorso.
— Ciò che accade è la mancanza di tempo per la preparazione fisica e l’aumento del numero
di partite, che contribuiscono ad
un maggior logorio dell’area compromessa – chiarisce il professore
ad una platea formata maggiormente da fisioterapisti, studenti
di Educazione Fisica ed atleti.
Interagendo con il pubblico,
Gianluca Camillieri ha spiegato
che i traumi del ginocchio possono inglobare danni come contusioni, lesioni [del menisco, delle
cartilagini, dei legamenti, del legamento anteriore, comune in calciatori] e fratture. Per spiegare la
sua presentazione, ha usato diapositive con immagini di chirurgie e processi di recupero di pazienti. Secondo il professore, che
tra il 2000 e il 2002 ha fatto parte
dell’équipe medica della A.S. Roma Calcio, soltanto a Roma vengono realizzate tremila chirurgie
al ginocchio all’anno.
— Insegno all’Università [a
Roma, La Sapienza], sono ricercatore e faccio esperimenti su nuove
tecniche chirurgiche e di recuper
del ginocchio e nuovi materiali
per trapianti. Nel 2000, negli Stati
Uniti sono stati registrati 95mila
casi di rottura dei legamenti delle
ginocchia. Di questo totale, 45mila sono stati operati. Gli americani
dicono che tra l’80 e il 90% delle
operazioni hanno successo e che
in 2 anni l’atleta torna alla sua
“La maggior
responsabilità in
caso di interventi
è ancora del
chirurgo. Soltanto
il 40% del risultato
dipende dal
giocatore e dalla
riabilitazione”
Gianluca Camillieri
Fevereiro 2007
/
normalità. Io non ci credo, perché
loro non calcolano gli interventi
di controllo che si fanno in questo
periodo – analizza.
Ancora secondo lo specialista, l’obesità, il diabete e la
pratica di sport estremi possono
rappresentare delle complicazioni
per le ginocchia. E, nel caso dei
calciatori, che subiscono la pressione dei club affinché si recuperino rapidamente, la situazione è
preoccupante.
— Stiamo accompagnando il
numero crescente di ricostruzioni primarie e a seconda dei casi,
la recuperazione può durare dalle 3 fino alle 12 settimane. Ma la
maggior responsabilità in caso di
intervento è ancora del chirurgo.
Soltanto il 40% dei risultati dipende dal giocatore e dalla riabilitazione – segnala Camilllieri.
Presidente del Coni, Alfredo
Apicella ha ricordato che il 2007
sarà un anno dedicato allo sport
e che le entità legate alla promozione di pratiche sportive devono
approfittare per rendere noti i loro progetti e attività.
— A Rio de Janeiro ci saranno i Giochi Panamericani a metà
dell’anno. Ma non è solo questo.
Noi realizzeremo i Giochi della
Gioventù, la cui finale sarà a marzo, a Curitiva. E questi giochi sono speciali visto che, per la prima
volta, parteciperanno i disabilli
– sottolinea.
Anche lui presente alla conferenza, il direttore dell’Istituto Italiano di Cultura di Rio de Janeiro
(IIC-RJ), Rubens Piovano, ha sottolineato l’associazione dello sport
ad iniziative positive, come il suo
significato di miglioramento della
salute associato alla sua pratica.
— Lo sport è, al di sopra di
tutto, salute. E niente di meglio
che occuparsi di un’area così colpita e poco ricordata come quella del
ginocchio, che sorregge il corpo.
Ma lo sport, oltre a trasformare la
vita, è capace di fermare le guerre.
È fondamentale che si dia il dovuto
valore alle pratiche sportive, inserendole nel quotidiano della cultura della società – riflette.
Per concludere, Gianluca Camillieri ha parlato della responsabilità
di difendere l’Italia, un tema che è
divenuto sinonimo di gloria.
— Non è un peso e sì un onore accompagnare una squadra nazionale. Da quasi 14 anni seguo
la squadra nazionale di calcio e di
nuoto.
ComunitàItaliana
35
comportamento
Política a serviço
da cooperação
Depois de D´Alema, o presidente da Câmara de Deputados italiana,
Fausto Bertinotti, visita o Brasil e promete acompanhamento
político das relações econômicas entre Brasil e Itália
O
Fábio Lino
Especial para Comunità
ano de 2007 será marcado pelo estreitamento de
laços político-econômicos entre o Brasil e Itália.
Pouco mais de um mês depois da
vinda do ministro das Relações
Exteriores, Massimo D´Alema e de
uma provável visita do premier
Romano Prodi no próximo mês, a
vez agora foi a do presidente da
Câmara dos Deputados italiana,
Fausto Bertinotti.
O acompanhamento político das relações econômicas entre Brasil e Itália foi o principal
resultado de sua visita. Em um
almoço com o colega brasileiro
Arlindo Chinaglia ficou acertada
a ida de uma delegação de parlamentares brasileiros à Itália para
promover essa cooperação.
— Encontramos o presidente da Câmara [Arlindo Chinaglia]
e ressaltamos a importância da
cooperação entre os dois países
— informa Bertinotti.
A agenda de Bertinotti foi intensa. Durante dois dias, ele visitou duas capitais [Salvador, na
36
Bahia e Brasília, no Distrito Federal]. Em Brasília, no dia último dia
7, o parlamentar italiano esteve
com o presidente Luis Inácio Lula
da Silva e foi recebido no plenário da Câmara dos Deputados com
honras de chefe de estado. No Palácio do Planalto, após o encontro com Lula que durou cerca de
uma hora, Bertinotti afirmou que
o chefe do Executivo brasileiro
está aumentando sua influência
no cenário mundial por meio do
“protagonismo(sic)” que exerce
na integração dos países sul-americanos e na América Latina.
— A representatividade do
Brasil no mundo vem da força do
presidente Lula no processo de
integração da América do Sul —
comenta o deputado italiano no
Palácio do Planalto.
De acordo com Bertinotti,
o Brasil de Lula deve continuar
usando sua força e facilidade de
diálogo com todas as lideranças
regionais. A assessoria do presidente Lula não divulgou nota sobre o que foi tratado.
ComunitàItaliana
/
— Vejo que o presidente Lula
trabalha por uma integração de todos os países e economias da América do Sul. As diferenças não impedem a unidade. Parece-me uma
política certa — avalia Bertinotti.
— O Brasil lidera um processo de integração na América
Latina e com isso pode aspirar
a ser uma locomotiva do mundo
— acrescenta Bertinotti.
Antes de ir a Brasília, no
dia 6, o italiano visitou a capital baiana, se reuniu com organizações sociais e falou sobre a
possibilidade de se combater a
pobreza e injustiça através das
alianças de instituições, políticas e da sociedade civil.
— A pobreza, a marginalização e a injustiça podem ser
combatidas quando se cria uma
aliança entre as instituições, a
política, a sociedade civil e a cooperação internacional, com associações que dão voz ao povo
local e a instituições internacionais, como o Banco Mundial, que
ajuda financeiramente — diz.
Fevereiro 2007
Ao visitar o projeto Ribeira
Azul, financiado por organizações italianas sem fins lucrativos, Bertinotti disse, de maneira
comovida, que essa experiência
serve de exemplo para a Itália.
— Não entendo por que experiências como essa podem ser
feitas aqui, mas não nas dramáticas periferias de Nápoles e Palermo. Esta é uma experiência que
pode dar certo não só na Bahia,
mas também em países de elevado desenvolvimento capitalista
— opina.
As ações do projeto permitiram sanear uma das áreas mais
pobres de Salvador onde, até
há alguns anos, cerca de quatro
mil núcleos familiares viviam em
3.500 palafitas. Graças às intervenções coordenadas pelos cooperadores italianos hoje a iniciativa
se transformou em um modelo.
As palafitas são poucas e quase desapareceram. No lugar existem casas simples com luz e água,
onde as pessoas têm uma vida
digna. Mas não é só isso: ao lado
das casas surgiram centros sociais,
estruturas educacionais e, principalmente, adotou-se um modelo
de programação urbanística, permitindo que a região se desenvolva ordenada e construtivamente.
O presidente da Câmara,
acompanhado pelo embaixador
da Itália no Brasil, Michele Valensise, destacou que “é a política que deve se tornar um serviço
para as experiências de cooperação, o que levará à redescoberta da política verdadeira”. E citou
uma frase de “um grande sacerdote”, o teólogo francês Chenu:
— Aquele sacerdote dizia
que a solidariedade é muito importante, porquanto junta a idéia
de caridade cristã com a de justiça das forças de liberação. O prenúncio então é que a solidariedade sirva de guia da nova política
— reflete.
Da Ribeira Azul Bertinotti foi
até o coração de Salvador, onde
é operado o projeto Axé, fundado
em 1990 pelo italiano Cesare de
Florio La Rocca. Na sede da associação, o presidente da Câmara visitou os laboratórios de confecção, assistiu às danças e aos
cantos das crianças que recebem
educação e formação.
— É importante renovar o
apreço por aqueles que, todos os
dias, trabalham para combater a
pobreza — afirma.
O
s motoristas com mais
de 65 anos de idade tomam contas das ruas italianas. Uma pesquisa do
Automóvel Clube da Itália revela que esses idosos são e serão
sempre mais presentes nas vias,
com claras conseqüências para a
indústria automobilística, para
as seguradoras e para o trânsito
urbano em si.
Os números não mentem: em
2006, os italianos com idades
entre 18 e 29 anos chegavam a
7,9 milhões. E, segundo as projeções mais otimistas, em 2051,
esta faixa etária terá apenas cerca de 5,5 milhões motoristas, ou
seja, 29,5 por cento a menos. Do
outro lado da esquina, no mesmo
período, os idosos com mais de
65 anos passarão dos atuais 10,8
milhões para 17,1 milhões, o que
significa um crescimento de 58
por cento.
A verdade é que o aumento
na expectativa de vida e o baixo
índice na taxa de natalidade, retratos da sociedade italiana atual, formam um coquetel explosivo na curva demográfica do país.
A população está envelhecendo a
olhos vistos, em casa e no trânsito. O estilo de vida de uma pessoa hoje com 65 anos de idade
será o mesmo de uma outra com
75 no futuro próximo.
A falta de uma política de
transporte urbano também focada
no envelhecimento da população
contribui para que a pessoa idosa
tire o carro da garagem para se locomover em vez de pegar um ônibus, bonde, trem ou metro. Não
por acaso, os idosos usam sempre, cada vez mais, o carro para ir
de um lugar a outro.
A pesquisa mostra que 80,4
por cento dos “velhinhos” preferem sair com o veículo próprio,
um dado muito perto dos motoristas com menos de 30 anos,
dos quais 86,4 por cento usam
o carro para se locomover. Porém, quando o tema da pesquisa é a motocicleta e os seus riscos, os velhinhos mostram que
são muito mais prudentes e tem
mais amor à vida do que os jovens. Circulam sobre duas rodas
O seguro
morreu
de velho
Guilherme Aquino
Divulgação
atualidade
Pesquisa revela que idosos ao
volante são maioria na Itália
Guilherme Aquino
Correspondente • Milão
37,8 por cento na faixa dos 18
aos 29 anos de idade, contra 1
por cento dos que têm mais de
65 anos. A boa forma física também influencia nas caminhadas.
Os mais jovens trocam o volante
pelas caminhadas e ganham dos
idosos por 20,3 por cento a 16,5
por cento respectivamente.
Mas entre aqueles que usam
os meios de transportes públicos,
os velhinhos continuam a dar o
bom exemplo, apesar dos percalços com 35,9 por cento dos passageiros acima de 65 anos contra
33,4 por cento dos mais jovens.
São heróis que enfrentam alguns
problemas mais do que crônicos
e inimagináveis para um país do
primeiro mundo, em plena Europa, ou seja: sobre a falta de conforto reclamam 39,7 por cento
dos passageiros “velhinhos”; das
poucas conexões sofrem 34,6 por
cento; 27,3 por cento indignamse com as tabelas de horários incompatíveis com as necessidades
dos usuários anciãos. Todos esses fatores afastam o idoso do
transporte público e os aproximam do carro.
O envelhecimento dos motoristas tem conseqüências imediatas na industria automobilística
e no fluxo do trânsito nas cidades. A pesquisa revela que os estilos de vida e as suas mudanças
acompanham e se refletem no
jeito de guiar um carro. Usa-se,
hoje, menos o automóvel e poucos quilômetros são percorridos.
Em compensação, as pesquisas
de mercado das montadoras indicam que existe uma exigência
maior por parte do cliente de
carros. A maioria prefere veículos mais cômodos, de fácil manobra e com a marcha automática,
Fevereiro 2007
/
além de sinais com dimensões
maiores e mais luminosos.
No campo da segurança o envelhecimento do população de
motorista representa uma faca
de dois gumes. Com o aumento da idade são diminuídos os
reflexos e a capacidade de concentração. Mesmo com o código
das estradas sendo muito severo
e, como conseqüência direta, o
declínio no número de acidentes
e de vítimas, a questão continua
bastante preocupante. As infrações são ainda muitas e as mais
graves acabam sendo as menos
multadas.
Ainda assim, os mais velhos
dão uma aula de direção aos
mais novos. Entre os motoristas
com mais de 65 anos e os mais
jovens, entre 18 e 34 anos, o segundo grupo é o recordista de
multas por velocidade excessiva,
com 40,6 por cento dos “pilotos”
infratores. Já na turma idosa, este percentual cai para 13,2 por
cento. O placar do avanço de sinal mostra 19,3 por cento contra
3,5 por cento a favor dos anciãos. E mais: 12,4 por cento dos
velhinhos ao volante não usam o
cinto de segurança contra 36,7
por cento dos mais jovens.
O italiano Giorgio Costa tem
67 anos de idade e vive na ponte
aérea Milão, Buenos Aires.
— Tenho carteira desde os
18 anos e nunca me envolvi em
acidentes sérios. Quando estou
em Milão, recebo algumas multas porque, sem querer, uso uma
faixa exclusiva fora de horário ou
estaciono mal. Afinal, em Milão,
não tem lugar para parar o carro.
Com a idade, estou ainda mais
atento, não com a minha direção
mas com a dos outros — diz ele,
sorrindo.
Segundo ele, nas últimas férias, ele dirigiu até não poder
mais nas estradas sem fim da Patagônia argentina. De volta para
Milão, ele continua a guiar sem
problemas. Mas, ultimamente,
prefere mesmo é dirigir o carrinho de bebê do neto Michele, fazendo um pit-stop no parquinho,
no caminho entre a creche e a
casa da filha.
ComunitàItaliana
37
notizie
L’
età per andare in pensione deve
aumentare: ne è convinto il presidente della Corte dei Conti Francesco
Staderini che spiega che “essendo aumentata l’età media della vita deve aumentare anche l’età lavorativa perché
l’onere per il sistema cresce con l’aumentare degli anni”.
Staderini sottolinea inoltre che
“nonostante gli effetti benefici portati
dalle recenti riforme il sistema rischia
di non essere più sostenibile: nel 2038
la spesa pensionistica aumenterebbe
di circa il 2%. Se non si modifica la
legge Dini la revisione dei coefficienti
di trasformazione va fatta. E’ un obbligo di legge” ha anche sottolineato il
presidente rispondendo alle domande
dei giornalisti sulla necessità di riformare il sistema previdenziale italiano.
La revisione dei coefficienti sarebbe per Staderini un “passaggio essenziale per la sostenibilità del sistema”.
Corso di risotto
F
acile e rapido. Agli interessati ed
amanti di cucina italiana, lo chef
Flávio Braul, dell’Alquimia dos Chefs, di
San Paolo, realizzerà un corso che si propone di preparare un tipico risotto del
Nord d’Italia. Il corso sarà nel pomeriggio del prossimo 23 febbraio, dalle 14.00
alle 17.00. In Brasile, il piatto si è adattato agli ingredienti
usati
qua, con il nostro riso. Quello italiano invece si fa con
tre tipi di riso
più adeguati,
tra cui il carnaroli, che sarà usato per la
preparazione del piatto. I tre tipi si possono trovare nei migliori negozi d’importati. Gli alunni potranno preparare il loro
piatto in maneira molto pratica e mettere in pratica le idee suggerite in occasioni speciali. Il corso sarà svolto all’Atelier
Gourmand. Le iscrizioni saranno ricevute
al numero (11) 3060-9547. (M.P.)
Reprodução
L’età pensionabile
aumentata
notizie
La telenovela finisce
L’
attaccante Ronaldo è il più nuovo rinforzo del Milan per la stagione 2006/2007. In gennaio, il Real
Madrid ha accettato la proposta di 7,5
milioni di euro e ha permesso al Fenomeno di firmare contratto con la squadra italiana.
Oltre al valore ricevuto per liberare il
giocatore, il Real Madrid potrà guadagnare ancora 500mila euro con l’affare. Questo perché l’accordo prevede anche il pagamento di questa somma nel caso che il
Milan garantisca un posto nella Champion
League in questa o nella prossima stagione. Il trasferimento di Ronaldo segna il
ritorno del brasiliano al calcio italiano
dopo cinque anni. Stavolta, il Fenomeno difenderà la maglia della grande rivale
dell’Inter, club in cui ha giocato dal 1997
al 2002. Anche se non più legato al club,
gli interisti si sono dimostrati indignati
con l’arrivo del calciatore e lo hanno accusato di essere un ‘traditore’, il che ha
provocato un’onda di questionamenti nel
mondo del calcio italiano.
Motivare gli studenti
U
n’opportunità per l’aggiornamento e
la motivazione propria e degli altri
per gli insegnanti di lingua italiana. Così
è stato nel corso della mattinata del 18
scorso al 7º Incontro di Ferie di Gennaio
SBS, nella sede della libreria SBS. Uno degli autori del libro Progetto Italiano, Telis
Marin, dell’Edilingua, ha parlato del tema
“La motivazione nell’apprendimento di
una Lingua Straniera: come motivare i nostri studenti?”. Secondo lui diverse sono
le maniere per motivare gli alunni in classe quando si applica una buona didattica,
però si rischia di demotivarli quando si
perde lo scopo. Nel ruolo dunque di “studenti” gli insegnanti hanno svolto delle attività pratiche con il libro nel quale
hanno rivisto delle procedure di glottodidattica. Una delle professoresse presenti,
Maria Eugenia Savietto, 29, di Jundiaí, ha
detto che “Ormai si sa che gli alunni demotivati non imparano e abbandonano il
corso. Cerco sempre di aggiornarmi sulle
attività e fare le lezioni basate sul piacere
dell’apprendere e dell’insegnare”. Secondo
un’altra professoressa, Naide Brunelli, 46,
“Dobbiamo sempre proporre una varietà di
esercizi per non essere ripetitivi”. (M.P.)
L’emigrazione
di Schio
L’
ultimo 9 febbraio dalle 9.00 alle
17.00 si terrà presso la sede del
Rettorato dell’Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) a
San Paolo il 1º Incontro dei Discendenti
degli Immigrati di Schio (VI) in Brasile.
La tavola rotonda avrà come moderatore il prof. dr. Antonio Folquito Verona e
intende riannodare i fili della memoria e
gli intrecci tra famiglie con questi cognomi. Secondo il professore, in Brasile
sono circa 16 mila tra immigrati e discendenti sparsi. Nella sua tesi di dottorato il prof. Verona ha studiato come
loro ci si sono inseriti.
Tra il 1891 e il 1895, quasi cento famiglie della Val Leogra arrivarono nello
stato di San Paolo in cerca di fortuna. Gli
scledensi [abitanti di Schio] arrivarono a
Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas
Gerais e Espírito Santo. Nel pomeriggio,
dopo la visita al Museu da Imigração e all’Hospedaria dos Imigrantes, nel quartiere
Brás, si discuteranno le fonti documentali ed orali disponibili e in seguito ci sarà
un dibattito sulla costruzione di un grande progetto di ricerca comune”. L’incontro
sarà in via Quirino de Andrade, 215, vicino alla stazione Anhangabaú. (M.P.)
Violenza calcio
L
a morte di un poliziotto e la prigione
di oltre 30 persone durante la partita
tra il Catania e il Palermo hanno provocato
una serie di reazioni in Italia nella prima
settimana di febbraio. Il governo italiano
ha subito approvato un decreto legge che
include urgenti misure contro la violenza
nei campi di calcio, tra cui la realizzazione
di partite senza la presenza del pubblico.
“Negli stadi che non presenteranno
condizioni di sicurezza, le partite saranno realizzate a porte chiuse”, ha avvisato il viceministro degli Interni, Marco
Minitti. Secondo il documento, anche le
autorità potranno impedire l’entrata negli stadi ai sospetti, anche non avendo
antecedenti criminali.
Il Papa Benedetto XVI, a sua volta, ha
lanciato un appello ai giovani perché evitino la violenza. “Siate ovunque testimoni
di non violenza e di pace”. Gli scontri sono
avvenuti nello stadio Massimino, a Catania. Le partite della Nazionale e quelle del
primo fine settimana di febbraio erano state momentaneamente sospese in Italia.
Studi abbandonati
Un’altra di Berlusconi
L’
ex premier del governo italiano
Silvio Berlusconi ha chiesto pubbliche scuse a sua moglie Veronica Lario
all’inizio del mese. Il fatto è successo dovuto ad una serie di commenti seduttori
diretti alla giovane e bella deputata italiana Mara Carfagna durante una cerimonia trasmessa in tv alla fine di gennaio.
“Cara Veronica, eccoti le mie scuse”, ha
scritto Berlusconi, 70, in una lettera resa
nota dall’agenzia Ansa.
Il testo è stato pubblicato in risposta alla lettera di protesta di sua moglie
resa nota, il giorno prima, dal quotidiano La Repubblica e nella quale lei chiedeva pubbliche scuse. Nella lettera, lei
spiegava i motivi personali, etici e morali che l’avevano portata a decidersi per la
richiesta. Alla signora Berlusconi non è
piaciuto lo stile effusivo del marito, che
quando la deputata gli ha detto “Con lei
andrei su un’isola deserta” le ha risposto
“Io con te andrei dappertutto” e poi “Se
non fossi già sposato, la sposerei subito”. Nella richiesta di scuse, l’ex premier
ha detto che la dignità della moglie non
è in gioco: “È un bene prezioso nel mio
cuore anche quando dalla mia bocca esce
la battuta spensierata”, ha ammesso.
U
na matricola su 5 lascia gli studi, i
laureati sono pochi e la loro condizione occupazionale è in flessione. Secondo il ‘Consorzio interuniversitario Almalaurea’ nella fascia d’età 25-34 anni
in Italia ci sono 15 laureati contro 38 in
Francia e 31 nel Regno Unito. Il 21,5%
delle matricole lascia gli studi. In compenso l’età in cui ci si laurea scende da
28 a 25 anni e aumentano sia la frequenza alle lezioni che le esperienze di
stage e tirocini durante gli studi.
Fevereiro 2007
Gastronomia
A
gli inizi di febbraio, il presidente della ‘Accademia Italiana della
Cucina’, professor Giuseppe Dell’Osso,
è stato in Brasile, quando ha partecipato ad una cena al ristorante “Pomodorino”. L’Accademia è l’unica istituzione che valorizza la gastronomia
italiana nel mondo.
/
ComunitàItaliana
39
teatro
Reprodução
Il teatro di
Gianni Ratto
sieme a Fernanda Montenegro,
Ítalo Rossi, Sérgio Britto e al Teatro Novo. Durante la sua carriera Ratto ha firmato allestimenti
importanti per il periodo politico come “Gota D’Água”, di Chico
Buarque e Paulo Pontes, preso di
mira dalla dittatura e “Se Correr
o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho
Si è dedicato alla scenografia e alla direzione di pièce teatrali. In Brasile,
ha dedicato più di mezzo secolo di lavoro alla drammaturgia brasiliana
“I
Marcos Petti
l teatro non ha bisogno di scenografia; il
teatro contiene già la
scenografia in se stesso, la crea dal momento in cui
lo spettacolo è messo in scena
dagli attori, dalla magia delle
parole, dalla ricchezza dei pensieri espressi, dall’atmosfera
poetica, dal clima drammatico,
dall’integrazione palco-platea...”
Ispirato dalle sue stesse parole,
Gianni Ratto ha dedicato intensamente la vita al teatro. È nato
e ha fatto carriera a Milano, ma
ha vissuto parte della sua vita
accanto alla madre, a Genova. È
morto nel dicembre 2005, a San
Paolo, di tumore alla vescica, ad
89 anni.
In Italia ha lavorato in più di
100 pièce come scenografo ed ha
partecipato alla fondazione del
Piccolo Teatro di Milano insieme
a Paolo Grassi e Giorgio Strehler, l’allora direttore. Per il Teatro
alla Scala di Milano ha fatto scenari d’opera. Ma alcune pagine
della sua vita avrebbero cambiato la rotta della storia. Nel 1954
ricevette un invito dall’attrice
40
di allora Maria Della Costa per
l’apertura del suo proprio teatro.
— Il Brasile gli era piaciuto,
pensava che la tendenza in Italia
sarebbe stata quella di sedimentarsi e qui avrebbe avuto l’opportunità
di cominciare un lavoro nuovo e la
possibilità di fare regia – dice, in
intervista a ComunitaItaliana, la
moglie di Gianni Ratto, Vaner Maria Birolli Ratto, nel suo appartamento a San Paolo.
Ratto ha calcato le scene di
San Paolo con la regia e gli scenari di “O canto da Cotovia”, di Jean
Anouilh. Un anno dopo ha diretto “A Moratória”, di Jorge Andrade
che, secondo Vaner, “ha lasciato le
persone in Brasile a bocca aperta
dovuto alla capacità che ha avuto,
parlando ancora poco il portoghese, di percepire l’ambiente della
pièce, che era tipico del mondo
rurale brasiliano. In questo senso
è stato un pioniere.”
Partendo da questa nuova realtà percepita, ha fissato radici
ed è ritornato nel suo Paese natale soltanto per riscattare i suoi
ricordi. Qui a Rio è stato uno dei
fondatori del Teatro dos Sete, in-
ComunitàItaliana
/
Come”, di Oduvaldo Vianna Filho.
In poco più di cinquant’anni di
lavoro nella drammaturgia brasiliana ha sommato più di 150 lavori. Ha vinto vari ed importanti
premi, tra cui quello dell’APCA,
un Premio Shell ed altri.
Ricordi della sua infanzia ed
adolescenza, come la relazione
con il padre che gli ha portanto
tanti interrogativi, la sua convivenza con gli animali, passano
tra le righe della sua biografia. Tra
le sue passioni, i lavori sul teatro
e l’opera gli hanno reso un libro
narrativo “A Mochila do Mascate”,
del 1996, (Casa Editrice Hucitec).
Secondo il critico di teatro Sábato Magaldi, tra tutti i registi stranieri che, dopo la Seconda Guerra
Mondiale, hanno deciso di lavorare in Brasile, Gianni Ratto è stato
senza dubbio quello che ci si è
identificato meglio.
— Lasciando l’Italia nel 1954,
dove era già considerato uno dei
maggiori scenografi internazionali, il suo obiettivo ha cominciato ad essere quello di integrarsi
profondamente al nostro teatro,
diventando una delle forze vive
Fevereiro 2007
della sua affermazione – dichiara
Magaldi nella prefazione del libro.
Negli ultimi anni di vita, obbligato su una sedia a rotelle,
Ratto si è dedicato alla scrittura
di libri. “Crônicas Improváveis” e
“Noturno” sono stati due racconti
che ha scritto. E inoltre “Antitratado de Cenografia” e “Hipocritando”, rivolti alle arti sceniche.
Dieci anni più tardi, la biografia
ha ispirato un documentario dallo
stesso nome, prodotto e scritto da
sua figlia Antonia, che l’ha dedicato al padre senza aver fatto prima
niente di simile. È partita con il
padre per l’Italia, rivedendo città
importanti per loro come Genova e
Milano, e poi per San Paolo e Rio
de Janeiro. La regia è stata assegnata a Gabriela Greeb, al suo primo
lungo. Testimonianze di colleghi
con cui ha lavorato, come Fernanda Montenegro, Millôr Fernandes e
Dario Fo, tra gli altri, danno rilievo
al film. Fino alla chiusura di questa edizione, Fernanda e Millôr non
avevano risposto al contatto fatto
da Comunitaitaliana per essere intervistati.
Al di fuori del lavoro, Gianni
Ratto è stato molto irrequieto nelle sue passioni. Sposato sette volte, ha avuto figli nei vari matrimoni: Andrea, Antonia e Bernardo.
E ci sarebbe molto ancora da
dire di questo regista e scenografo. Carlos Eduardo Carneiro,
38, laureatosi in Arti Sceniche
alla USP (SP) sta per concludere la sua tesi di post laurea che
ha per titolo “Gianni Ratto – Artigiano del Teatro”. Carneiro dice
che già conosceva il suo lavoro e
gli piaceva molto, e per questo
l’ha scelto come tema della sua
tesi. Secondo lui, Ratto si preoccupava dell’armonizzazione dello
spettacolo in generale.
— Era una persona estremamente generosa, aperto al dialogo. Ma non aveva molta pazienza
con i cretini – conclude.
Sponsorizzato dalla Caixa Cultural da Sé, il progetto ‘Caixa Cênica – Memória do Teatro’ presenta
tutti i martedì letture di pièce che
Ratto ha diretto e scritto per vari
autori. L’organizzazione è di Vaner
Ratto. Il ciclo di letture avviene
due volte al mese e si concluderà in aprile. Altre informazioni
sul programma al tel.: (11) 33214400. In luglio, nello spazio della
Caixa, nell’Av. Paulista, una mostra fornirà un panorama della vita
del regista in Brasile.
Em cena, as
superprotetoras
Comédia em São Paulo trata do excesso de cuidados das mães
judias e italianas com seus filhos até a fase adulta da vida.
A
s cortinas ainda não se
abriram, mas um telefone já
começa a tocar. O que terá
acontecido para alguém ligar às 04 horas da manhã? É a mãe
de Mendel que telefona contandolhe ter quebrado a perna enquanto
se dedicava ao preparo do guelfilte fish [comida típica judaica] que
tradicionalmente faz ao ‘filhinho’
de 35 anos, casado. Este, preso à
culpa que atribuiu a si mesmo, sai
às pressas para a casa dela. Como
forma de chamar a atenção dele,
a mãe judia usa seu artifício da
chantagem emocional.
— O filho se sente em débito
com a mãe pelo fato de ele não
reconhecer tudo o que ela fez por
ele — explica o psiquiatra e supervisor do Instituto de Psquiatria
do Hospital das Clínicas de São
Paulo, Eduardo Ferreira-Santos.
Assim a comédia “Iídiche
Mamma Mia”, escrita por Márcio
Pitliuk e dirigida por Alexandre
Reinecke, em cartaz desde o mês
passado em São Paulo, fala de
maneira bem humorada sobre as
figuras arquétipas de mães judias
e italianas e seus filhos homens,
enfocando o lado possessivo e o
excesso de cuidado, que são características comuns de ambas.
Márcio Pitliuk fez da peça uma
Marcos Petti
adaptação do seu livro homônimo, que já está na terceira edição. “Iídiche” quer dizer “mamme” [mães] na língua judaica.
No elenco, Angela Dip, figura consagrada para comédia em
teatro, já atuou em séries televisivas, como “A Ilha Rá-Tim-Bum”
e “O Castelo Rá-Tim-Bum” da TV
Cultura. Enquanto se maquia,
pouco antes de começar o espetáculo, Angela, que incorpora as duas mães, fala à ComunitàItaliana
sobre a distinção entre elas.
— A diferença é que a mãe
judia quer se matar e a mãe italiana quer matar o filho — brinca.
De fato, essa é uma das cenas
mais engraçadas, quando a mãe
judia se joga ao chão enquanto
a italiana apresenta seu rolo de
macarrão. Entre as características que se popularizaram das
mamme, a atriz dá o exemplo:
— A mãe italiana é espalhafatosa, exagerada, bate no filho
e tem a voz mais grave. Ela ficou muito marcada pela dramatização das coisas em si, pela
hiperbolização, que é um exagero no cuidado com os
filhos — diz o
psiquiatra Eduardo Ferreira
Santos.
Da ficção para a vida real,
a tradutora Maria Lúcia Cavinato, de 63 anos, não se considera
uma ‘mamma’ possessiva.
— Eu nunca os obriguei a
comer nada. Comiam o que queriam. Embora meus
filhos pensem que
eu seja controladora, acho que eu não
sou — fala a mãe
de Brenno, 33, e
Flávio, 36.
Para o ator André Abujamra, no
papel de Mendel,
essa situação na vida real de um homem é aceitável.
— Acho que depois que tive meus
filhos, entendo o
amor sufocante das
mães. Filho é útero. É difícil não sufocar um filho, pois o amor que sentimos é
maior que tudo — avalia.
No entanto, seu personagem
se vê numa situação opressiva
num determinado momento de
sua vida e busca ajuda por meio
de um gênio a transformar sua
mãe judia em italiana.
A equipe da comédia espera receber um público que se
identifique com o enredo e,
conseqüentemente, se divirta,
como foi o caso da empresária
Rosely Nicodemus:
— Eu gostei porque
reconheci a situação. Tenho um irmão que vive
isso até hoje. Acho que
eles mostraram pouco
as conseqüências. Se
estivesse a mulher
do Mendel presente
ia dar muita
confusão —
pressupõe.
Fevereiro 2007
/
De acordo com a nutricionista Roseli Nanami, 28, esse tipo de relacionamento pode gerar
dependência psicológica e atrapalhar o senso de responsabilidade dos filhos.
— A insegurança gerada pelo excesso de proteção faz com
que o indivíduo se torne dependente psicologicamente do apoio
da mãe, gerando conflitos internos. Esse “poder” que a mãe usa
para controlar sua vida impede
que ele desenvolva suas próprias
responsabilidades — comenta.
— Um ponto negativo muito
importante é de impedir a maturidade do filho por mantê-lo sempre atado a ela — acrescenta o
psiquiatra.
São muitas as similaridades entre a peça e as situações
vivenciadas pela maioria dos des-
Fotos: Marcos Camargo
teatro
cendentes ou filhos de italianos
no cotidiano. Roberto Cavinato,
65 anos, diz que a relação chega a ser sufocante. Ele nos conta,
por meio do Skype [programa de
conferência pelo computador], de
Padova, na Itália, as recomendações de alimentação que a mãe
lhe dá aos 93 anos.
— Ela sempre fala para eu comer três vezes ao dia, senão fico
doente. Se eu não comer o que ela
fez, fica de mal e fecha a cara —
lembra, complementando que sua
mãe, apesar de lhe dar liberdade, o
induz a agir à maneira dela ou pelo
modo que ela julga ser correto.
Serviço: Em cartaz até o dia
25 de março no Teatro Cultura Artística. Rua Nestor Pestana, 196,
Consolação. Acontece às sextas e
aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 18h. O teatro possui 333
lugares, entrada e assento para
deficientes. Informações pelo telefone: (11) 3258-3344.
ComunitàItaliana
41
Milão
italian style
Guilherme Aquino
Tudo de fora
Organização
O
Fotos: Reprodução
Fotos: Divulgação
Você tem inúmeras
jóias, mas falta lugar
para guardá-las?
Problema resolvido.
Com este portajóias você economiza
espaço e ainda pode
organizar brincos,
anéis e pulseiras
separadamente. E o
que é melhor, ainda
pode usar para viajar.
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tema do corpo nunca sai de moda. Por
isso o risco de uma repetição está sempre na espreita. O que não acontece com o
trabalho da italiana Maria Puglia. Ela é uma
fotógrafa de olhar atento e os seus “clicks’
estão ganhando as galerias italianas. Quem
estiver de passagem por Milão e gostar de
belas e sugestivas imagens pode visitar a
mostra Nuovi Nudi, em cartaz na galeria Open
Mind, na via Dante 12, até o dia 2 de março. A idéia foi de concentrar a exposição em
apenas sete imagens. Desta forma, o visitante pode se concentrar melhor e criar na sua
própria imaginação o restante da fotografia
exposta. As cenas retratadas são fragmentos
corpóreos, como os cílios dos olhos e outras
partes mais ou menos reveladas, focadas ou
desfocadas e que criam um diálogo silencioso
com o observador.
À luz de velas
Deixe o seu jantar mais romântico
decorando a mesa com esses dois
candelabros que tornam o ambiente
muito mais fantasioso. Em puro
cristal, é uma ótima idéia para
presentear alguém! E 19,90
Tic Tac
No mês dos namorados na Itália, este é um
presente bem criativo para quem costuma
“perder” a hora. São dois relógios em uma
caixa para o casal. Assim, não haverá mais
desculpas pelo atraso. E 57,90
A
Detalhes tão pequenos...
Você vai receber seus amigos em casa e precisa
preparar uma linda mesa de frios? Que tal diferenciar
a decoração de queijos, legumes e até manteigas com
a ajuda deste conjunto de utensílios? Apoiando os
carimbos, é possível conseguir formas de coração e
estrela. E 9,90
Praticidade
Deixe sua cozinha
mais prática e
moderna com este
conjunto em madeira
genuína e inox.
Com três peças
indispensáveis: sacarolhas, abridor e
espremedor de alhos,
este acessório une
utilidade, praticidade
e nobreza.
E 34,90
Os produtos acima mencionados estão disponíveis apenas no mercado italiano.
42
ComunitàItaliana
/
Teatro mágico
Fevereiro 2007
contece, em Milão, uma mostra
que, através de mais de cem trabalhos, revela a relação do mestre
suíço Paulo Klee [1879-1940] com a atmosfera fantástica. O fio condutor da exposição é a ligação entre o artista e outros do
calibre de Goya, Piranesi, Klinger, Kubin e
Kreidof. Trata-se de uma das maiores mostras jamais realizadas na Itália em homena-
Folia momesca
A
festa sonora brasileira honra o mês de fevereiro e o carnaval. “Carnavale in Corso”
ganha as ruas de Milão com a apresentação de
percussões, capoeira e danças populares no Corso Garibaldi, um dos endereços mais nobres de
Milão. No dia 24, a moderninha rua milanesa
vai dar lugar ao samba de roda, no pé e tantas
outras modalidades ligadas às suas tradicionais
raízes. Percussionistas, capoeiristas e membros
da comunidade brasileira e quem mais chegar
vão fazer aquela batucada para gringo nenhum
colocar defeito. Vale a pena esquentar o corpo
na folia de Momo em pleno inverno europeu.
Integrantes da Associazione Mitoka Samba, G.
R. E. S Feliz da Vida, Capoeira di Angola e Ibrit
Milano já confirmaram presença...E você?
gem ao grande mestre. A primeira em vinte
anos. São quatro seções temáticas com as
características de seu mundo e influências
da musica, da literatura, da arte infantil e
primitiva. Para quem estiver de passagem
pela capital lombarda, eis um programinha
cultural de bom tom. A exposição fica em
cartaz até o dia 29 de abril, na Fondazione
Mazzota, no Foro Buonaparte, 50.
Impressionismo
Sem pressa
B
rescia, a segunda principal cidade
da Lombardia, a cem quilômetros
de Milão, oferece, no complexo de Santa
Giulia, a mostra “Turner e os Impressionistas”. Foram quatro anos de preparação, 285 obras de arte, das quais 261
inéditas na Itália. Elas chegaram de 98
museus e 15 colecionadores privados de
20 países. Tudo com um seguro de 1,8
bilhões de euros. A exposição percorre
o nascimento, a evolução e a afirmação
da paisagem impressionista a partir das
obras de Turner e Constable e através
da escola de Barbizon, até chegar aos
mestres Manet, Monet, Van Gogh, Sisley,
Gauguin, dentre outros.
N
o dia de São Valentino, o dos namorados na Itália, 14 de fevereiro, a cidade da pressa vai diminuir o passo. Depois
do slow-food, chega o slow-life. Muitas organizações não governamentais, entre elas,
a “Arte de Viver Lentamente”, irão participar deste protesto em câmera lenta contra
o excesso de velocidade dos pedestres milaneses. A idéia é mostrar que o mundo está
girando rápido demais e isso é prejudicial
à saude. Um “passovelox’ vai ser instalado
e multar simbolicamente quem estiver caminhando contra as regras da natureza. A
manifestação será às 11 horas da manhã,
em Corso Vittorio Emanuele, em pleno centro
histórico da cidade.
Fevereiro 2007
/
ComunitàItaliana
43
curiosità
moda
cultura
44
La moda
siderale
Dolce & Gabbana mostrano tendenze maschili
ispirate agli astronauti e Versace dà un tono
“clero-fashion” alla prossima stagione
Guilherme Aquino
Correspondente • Milão
Missoni cerca di sfuggire all’inquinamento e sale sulle
montagne. In una collezione che
si ispira agli sciatori (di neve naturale e non artificiale, comune
ai giorni nostri), la tradizionale
casa delle righe e linee presenta camicie con disegni di cristalli
di ghiaccio. Ci sono anche giacconi e maglioni a collo alto con
bellissimi disegni grafici.
Una sfilata di moda maschile a
Milano può anche sorprendere con
delle innovazioni qui e lì, ma chi
ha sempre quel ‘di più’ da far vedere e provocare è la stilista inglese
Vivienne Westwood, ex figurinista
di gruppi punk, da uno scenario di
Londra anni ’80. E ha sorpreso veramente. Ha portato sulla passerella
modelli in gonna che seguivano
l’onda di questo stile musicale con
un po’ di biancheria evidente, tempestata di cristalli, non di ghiaccio, ma di preziosi Swarovsky.
ComunitàItaliana
/
La settimana di moda serve da
piattaforma per l’esibizione della
comunione tra la creatività e
la produzione in scala industriale. Una ricerca mano
nella mano con il
mondo imprenditoriale. Una
vetrina
per
nuovi tessuti
che arrivano
insieme alle collezioni, alcuni
creati su
misura per
gli altri e
Creazione
dell’Emporio
Armani per
la stagione
autunno/
inverno 2008
Fevereiro 2007
viceversa. Nuove combinazioni
e possibilità in un gioco delimitato soltanto dalla tecnologia e
dall’immaginazione. La griffe Isaia
ha presentato un cashemere resistente all’acqua, invece la Giramondo ha portato un giacchetto di
velluto lavato, Calvin Klein scommette sull’uso del PVC per vestire i
suoi modelli e proteggerli dal freddo. La Moncler rivela un cappotto impermeabile con piume d’oca
nutrita con vitamine speciali. La
Bestaff fa un omaggio all’attore
Steve McQueen con il giacchetto Trialmaster, versione fredda
d’estate e calda d’inverno. Infine,
la Iceberg porta sugli scaffali vestiti con un tessuto di nylon imbottito mai visto prima.
Ma esagerare non è facile per
tutti. Qualcuno ha già esagerato pure troppo. Il re del mondo
della moda, Giorgio Armani, ha
decretato:
— Cavoli, una giacca è
una giacca e basta!
No, Armani non perde tempo
a reinventare la ruota e scommette sull’eleganza semplice, naturale, senza eccessi, quasi discreta, per non richiamare tanto
l’attenzione. L’effetto, è chiaro, è
inverso. Come non notare uomini vestiti alla Luchino Visconti,
Gabriele D’Annunzio? Indumenti
aristocratici, un po’ eccentrici,
ma facili da usare e, specialmente, molto belli. Una camicia polo
sotto una bella giacca è permessa. Velluto e cuoio scivolano sulla
passerella dello stilista che ha
avuto come attrazione-modello
il torero Cayetano Rivera. Olé,
Olé... alla concorrenza.
O mistério
que encanta
e exposição], entre as principais
diferenças entre o carnaval da
Itália e o do Brasil, está a encenação presente nas ruas italianas.
— O Rio de Janeiro e o Recife são as únicas cidades por
onde passou a família imperial
portuguesa e nesses lugares o
Roberth Trindade
Fotos: Divulgação
2
008, odissea nello spazio.
Questo potrebbe essere il
titolo di una delle sfilate
più audaci della settimana di moda maschile Autunno/
Inverno a Milano. La coppia di
stilisti Dolce & Gabbana ha omaggiato il film del regista Stanley
Kubric ai suoi astronauti urbani
e li ha portati sulla passerella. Le
tute brillanti sembrava fossero
uscite da un’invisibile astronave
posata sul tetto del teatro dove è
stata realizzata la sfilata.
— Ci siamo ispirati a Kubrick,
sì, ma non c’è niente di fantascienza. Il nostro futuro è oggi –
affermano gli stilisti ai giornalisti presenti alla fine della sfilata.
La coppia ha aperto lo ‘show’
della nuova collezione che ha proposto completi e smoking aderenti.
Il pezzo viene modellato e incollato sull’utente e si trasforma letteralmente in una seconda pelle. Pantaloni lunghi e stretti alla caviglia
e scarpe per trovarsi al passo della
tendenza del momento. E in questo
gli italiani sono maestri. La Camoscio, di Sergio Rossi, lancia uno stivaletto con fila di laccetti laterali,
per uomini con la ‘u’ maiuscola o
minuscola, è lo stesso.
Le linee rigorose della sfilata di apertura hanno tracciato
la tendenza mostrata dalle altre
collezioni. La stilista Donatella
Versace esalta un uomo bello e
sicuro di sé vestito da indumenti
dalla forte influenza del mondo
religioso, con il colletto alto, come nello stile orientale e, perché
non dirlo, sacerdotale. Un tocco “clero-fashion” per scherzare
con il sacro ed il profano. Giacche di cadetti appena usciti dalla
scuola militare, senza parlare dei
completi colorati ispirati all’arte
costruttivista del russo Malevic.
Anche la moda è cultura.
Invece la griffe Costume National gioca con la dura realtà di
Milano, che d’inverno si trasforma
in una vera e propria camera a gas
dovuto all’eccesso di particelle in
sospensione nell’aria, il famoso
smog. Ciò che si vede per la strada diventa moda. Ossia, al posto
di maschere antinquinamento, gli
stilisti hanno portato sulla passerella una specie di cuffia di Diabolik, con il naso e la bocca coperti,
fatta di pelle. Chissà, magari così
non si potrebbe filtrare meglio
l’aria che si respira oltre a, è chiaro, proteggere il viso dal freddo
che taglia e secca la pelle.
Exposição de máscaras recorda sedução
e alegria dos carnavais de Veneza
U
m músico dá um tom e os
convidados que passeiam
em meio a painéis coloridos são embalados por
um clima de sedução e aparente
mistério. No acordeão, canções
tipicamente italianas, a exemplo
de “O Sole mio”, mesclam duas
Venezas: a italiana e a brasileira.
E foi assim, misturando sentidos
e elementos diversos, que o fotógrafo Henrique Pontual aportou
no Rio de Janeiro. Veio trazer a
exposição “Máscaras Venezianas”, que os cariocas e visitantes podem conferir até março no
Centro Cultural Justiça Federal
[Avenida Rio Branco, 241, Centro] ou na Villa Riso [Estrada da
Gávea, 728, São Conrado].
Na mostra, que foi apresentada pela primeira vez em agosto,
em Recife, Pontual traz mais de
60 fotografias que retratam personagens simples e luxuosos observados durante uma estada de
17 dias na Itália, em 2006. A via-
Sílvia Souza
gem era desejo antigo do fotógrafo, que também é arquiteto e,
há mais de 15 anos, estudava as
máscaras e sua dualidade.
— Fiz um curso de design e
moda em Milão e acabei passando por Florença e Veneza. Os italianos sabem “se vender”, mostrar seu trabalho o ano inteiro,
gerando emprego. No caso do
carnaval, isso é fascinante, pois a
iniciativa mexe com a sociedade
e não há a necessidade de vínculos governamentais. Os artesãos
são sofisticados e muito criativos
— analisa.
Para o projeto, Henrique
convidou outras três fotógrafas de Recife, considerada a Veneza brasileira. A intenção era
contrastar e comparar o carnaval mais charmoso e clássico do
mundo com a simplicidade e a
alegria do brasileiro. Segundo o
fotógrafo [que estuda a Commedia dell’Arte e pretende transformar em livro sua pesquisa, clicks
baile de máscaras saiu da corte. O “clóvis” no Rio é o “papaangu” de Recife. Mas em Veneza
você nota os mascarados clássicos, a exemplo dos franceses e
alemães; os ricos, com fantasias
do século 17 inspiradas em reis,
guardiões e etc; e o povão, que
são os que decidem na hora a capa e a máscara que vão usar —
explica Pontual, que montou em
Recife a “Casa das Máscaras” e
“O carnaval de
Veneza mexe
com a sociedade
e não há a
necessidade
de vínculos
governamentais.
Os artesãos são
sofisticados e
muito criativos”,
Henrique Pontual
Fevereiro 2007
/
já ofereceu oficinas sobre como
produzir o objeto até mesmo no
Amazonas.
O fascínio produzido pela
máscara faz com que, durante todo o tempo de visitação, o artista indague sobre se, afinal de
contas, ela revela ou esconde detalhes. Mas isso é uma questão
que cada espectador, segundo
Henrique, deve opinar.
— O baile na Itália antigamente era sinônimo de convivência familiar. Há toda uma questão de tradição. No século 18,
somente pelo uso de máscaras
que os casos de adultério eram
liberados e só com Napoleão essa permissão foi encerrada. Hoje,
cabe ao mascarado escolher se
quer revelar ou esconder — diz
Henrique, sem apontar sua definição para o objeto.
Veneza pronta para a folia
De nove a 20 de fevereiro, quem
passar por Veneza não conseguirá
ficar parado. O carnaval da cidade
tem como fio condutor as memórias do escritor e dramaturgo Carlo
Goldoni e é ambientado na perspectiva de que a festa está intimamente ligada à liberdade, tolerância e também à transgressão.
Goldoni nasceu em Veneza
em 1707, numa família burguesa,
que acabou passando por dificuldades financeiras. Mas foi em Perugia que o escritor iniciou seus
estudos e leu a primeira ópera
cômica. Carlo Goldoni é considerado um dos maiores autores europeus de teatro e um dos escritores italianos mais conhecidos
fora da Itália. Alguns estudiosos
dizem que suas obras, junto às
de Pirandello, constituem o principal veículo de difusão da arte
dramatúrgica italiana no mundo.
Espetáculos como o Corteo
delle Marie, a Commedia dell’arte
e Bandi di Venezia vão saudar
sons e ritmos de outros países,
nas ruas da cidade de Veneza. Para as crianças, a edição 2007 do
carnaval trará uma atração especial: os alunos de todas as escolas participarão do concurso “O
bosque encantado”. A competição vai acontecer em 10 de fevereiro e inclui um desfile na Praça São Marcos. Já no dia 17, os
adultos é que serão recompensados. O mais célebre baile de máscaras do carnaval veneziano [o
baile da Cavalchina] está sendo
reavivado.
ComunitàItaliana
45
cultura
46
Em busca
do “tesouro”
Comunidade italiana se une para divulgar a
importância histórica e cultural dos antiquários
Rosangela Comunale
ras porque encontram preços negociáveis.
— É um mundo mágico porque você nunca encontra a mesma coisa a cada edição semanal.
É uma caça ao tesouro — define.
Para ilustrar a verdadeira “garimpagem” que acontece, Cidade
lembra de uma história inusitada
ComunitàItaliana
mas sempre presente na vida de
quem gosta de colecionar objetos antigos.
— Certa vez, uma senhora,
em Minas Gerais quis se desfazer de seu acervo de arte sacra e presenteou sua empregada com uma antiga imagem de
Santo Antonio, meio carcomida.
Fotos: Roberth Trindade
Q
uem já não flagrou a
mamma contando a história de objetos trazidos da Itália? Sejam eles
baús, pinturas, artigos em porcelana, esculturas e artesanatos em
geral. Pois é justamente a tradição à la italiana de colecionar
objetos, muitos, inclusive, de valor afetivo, que impulsionou alguns italianos e descendentes,
no Brasil, a promover a idéia de
resgatar relíquias e incentivar a
curiosidade histórica.
De origem italiana, mais precisamente da província de Cosenza, na Calábria, o diretor-presidente da Associação Brasileira de
Antiquários (ABA) do Rio de Janeiro, Marcos Russo Cidade, narra, com orgulho, como começou
sua paixão em juntar peças antigas. De acordo com ele, tudo começou quando houve a partilha
de pertences de seus antepassados imigrantes.
— Com a morte de meu avô,
houve a divisão dos objetos, dentre eles, várias pinturas de escolas
italianas. Uma vez, um antiquário
esteve na minha casa e identificou obras muito importantes e
decidiu comprar algumas. A partir daí, despertou-me o interesse
em fazer o mesmo — fala.
A associação existe há 36
anos e tem mais de dois mil membros. A entidade promove uma
feira todos os domingos, das 8 às
20h, na Praça Santos Dumont, na
Gávea, no Rio de Janeiro. Cerca
de mil pessoas, muitas delas turistas, circulam pelas 80 barracas
distribuídas no local. E detalhe:
20 por cento dos expositores são
descendentes de italianos.
O jornalista Stenio Sarubbi
Filho, de 55 anos, herdou o talento para as artes do avô italiano Pietro Sarubbi, vindo de Potenza, na Basilicata. Atualmente,
ele tem uma barraca na feira e
trabalha como restaurador de peças há 17 anos.
— Meu avô chegou ao Brasil logo depois da Primeira Guerra Mundial e trouxe novas técnicas de cromagem de metais para
Pernambuco. Ele também importava murano da Itália para o Brasil. Herdei dele esse tipo de vocação. Em minha barraca, vendo
muito azulejo e bonecas antigas
— conta Sarubbi.
De acordo com o diretor-presidente da ABA, donos de lojas
costumam freqüentar essas fei-
comunità
Cidade (esquerda) e Di Luca: presenças constantes em feira do Rio
/
Fevereiro 2007
A moça resolveu vender a estátua por R$300 a dois comerciantes que tentaram revendê-la em
várias feiras no Rio. A peça ficou passando por várias mãos
até chegar a um antiquário que
a restaurou e negociou por um
preço bem alto. Finalmente ela
foi parar na casa de uma personalidade política do Maranhão.
Era simplesmente uma obra de
Aleijadinho e por muito tempo
ninguém sabia — diz.
No entanto, Cidade alerta
aos interessados por antiquários
quanto à falsificação de peças.
Para ele, deve-se buscar ajuda
por meio de pessoas especializadas na área, antes de comprar
qualquer peça.
— A cópia é um dos grandes problemas. Recomendamos
sempre que o comprador busque a assessoria de conhecedores de obras de arte. Uma outra
maneira para se prevenir é freqüentar feiras de antiquários e
criar contatos com os expositores e, assim, trocar informações
— aconselha.
Cidade, ainda, faz questão de
ressaltar o objetivo da ABA. Segundo ele, o elo entre todos os
associados é o congraçamento da
classe e a proteção de todos os
antiquários e também dos que
militam na área, dando apoio a
escolas com cursos e palestras.
— Partimos em defesa de
todo patrimônio cultural e artístico. Apoiamos a preservação
da arte e da cultura. Tudo aquilo de ontem será antigo lá pra
frente. Uma das metas da feira é
também mostrar a idéia de continuidade de um hábito através
da família, que é um elo forte.
O que dá alegria é ver famílias
visitando a feira com crianças.
Pelo menos uma delas vai continuar freqüentando no futuro por
conta da tradição — reflete.
O presidente da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro e sócio
honorário da Associação, o napolitano Raffaele Di Luca, é fã declarado da arte de colecionar e
até de presentear antiguidades.
— Gosto de presentear meus
amigos com peças antigas. São
coisas diferentes que proporcionam cultura. Ao dar um presente assim, acabo ensinando a
história daquele objeto e estimulando a idéia da preservação
— afirma.
È festa tutto l’anno!
Associazioni preparano calendario di eventi per festeggiare i 130 anni di presenza veneta a Santa Catarina
I
l quartiere Bixiga, a San Paolo. Nella capitale dello stato
del Paranà, c’è Santa Felicidade. E così via. Non è una
novità accorgersi della presenza
della cultura italiana in Brasile
nelle colonie delle regioni sudest e sud. Sono già passati 130
anni da quando è stata fondata,
nel 1877, la prima ‘città italiana’ a Santa Catarina, a cominciare da Azambuja. Per commemorare la presenza veneta, sono
programmati vari spettacoli per
tutto l’anno, con l’appoggio della regione italiana.
Tra le molte città fondate da
immigranti, Nova Veneza è diveuta una pietra miliare nella storia
della colonizzazione italiana al
sud di Santa Catarina. Siccome
è stata pianificata da un’impresa
privata, vari immigranti, già residenti ad Urussanga e dintorni, si
interessarono e si offrirono come
manodopera per la costruzione
della nuova colonia.
I festeggiamenti per i 130 anni di immigrazione sono cominciati nel novembre 2006, quando
Nova Veneza ha ricevuto in regalo una gondola originale donata
dall’Associazione dei Gondolieri di
Venezia, ed ha ispirato il tema di
una cartolina. È l’unica gondola
dell’America Latina e la quarta del
mondo. Un lago artificiale è stato
costruito a Praça Humberto Bortoluzzi per ospitare l’imbarcazione.
Nayra Garofle
La cultura venetà è così presente nel sud di Santa Catarina che il 10 marzo 2001 è stato
fondato, nel comune di Caravaggio, in provincia di Nova Veneza, il ‘Comitato delle Associazioni Venete di Santa Catarina’
(Comvesc).
— Secondo i dati del governo catarinense, il 67% della popolazione è di origine italiana,
di cui il 100% è di veneti o trentini. Ogni città ha la sua associazione veneta. Oggi ce ne sono
circa 32 e, tra l’altro, tutte hanno già mandato il loro programma per le commemorazioni dei
130 anni di immigrazione – racconta il presidente del Comvesc,
Itamar Benedet.
È attraverso il Comitato che i
rappresentanti delle associazioni
si riuniscono per prendere decisioni su temi legati alla cultura
italiana della regione. Il Comvesc
è un organo rappresentativo della Regione veneto ed è legato alla Direzione Sicurezza Pubblica e
Flussi Migratori. Il Comitato ha
lo scopo di rappresentare tutte
le associazioni venete dello stato di Santa Catarina.
— Qualsiasi associazione che
abbia origine e nome del Veneto o delle sue province, oltre a
dover avere sede a Santa Catarina, può far parte del Comvesc
— spiega Benedet.
Il calendario del 2007 promette innumerevoli eventi in
omaggio ai 130 anni di presenza veneta nello stato catarinense. La ‘Associazione Bellunesi
nel Mondo’, per esempio, afferma che insieme ad altre entità
ha già in mano progetti come le
Miniolimpiadi Venete, incentivi
e aiuti per la manutenzione dei
dialetti veneti, concorsi di racconti sull’immigrazione italiana,
tra i tanti.
— I festeggiamenti spaziano dall’esposizione della gondola di Nova Veneza e le sue case
di pietra, alla ‘Festa Ritorno alle Origini’ ad Urussanga; la ‘Festa do Vinho Ghett’ ad Azambuja
e feste nella regione di Jaraguá
do Sul con l’inaugurazione della
‘Casa dei Bellunesi’ di Criciúma,
restaurata, che chiude le commemorazioni – rivela il presidente.
Per ottenere informazioni su
tutti gli eventi, che non sono pochi e che sono stati già annunciati dalle associazioni al Comvesc,
si deve entrare in contatto all’indirizzo elettronico comvesc@
terra.com.br e tenere d’occhio
la rivista Comunità, perché i festeggiamenti saranno pubblicati,
a seconda delle date.
Come gli immigranti veneti sono arrivati a SC
L’
impiegato
dell’epoca imperiale Joaquim
Vieira Ferreira, fu nominato
per comandare la commissione incaricata della misurazione delle terre restituite [che
erano pubbliche, ancora non
occupate né distribuite dal
governo nel sistema di sesmarias] nel sud catarinense, nel
1877. Insieme ai suoi aiutanti, Augusto Barrancon e Braz
Nogueira Pinto, cercarono un
luogo dove stabilire la colonia
italiana. Dopo vari sopralluoghi, Azambuja fu il posto prescelto.
Nel 1878, vari immigranti
furono sistemati ad Urussanga.
Nel 1880, 22 famiglie italiane
fondarono la città di Criciúma
e subito dopo Nova Veneza.
Da quel momento, molte
città sorsero con la prima e la
seconda generazione di italobrasiliani, tra cui: Içara, Turvo, Meleiro, Siderópolis, Treviso, Jacinto Machado, Maracajá,
Orleans, Lauro Muller, Sangão,
Morro Grande e molte altre.
comunidade
A imperatriz da festa
Suelen Brandelli (centro),
acompanhada das
damas de honra Raquel
de Marco (esquerda) e
Caroline Carraro saúdam
o público na Fenavinho.
Abaixo, o vinho encanado
no centro de Bento
Gonçalves, e ao lado,
autoridades federais,
estaduais e municipais
abrem o evento
Qualidade da bebida made in Brazil aquece
o mercado e 2007 desponta com a Festa
Nacional do Vinho em Bento Gonçalves
T
Sílvia Souza
udo indica que 2007 vai
ser o ano do vinho brasileiro. Depois do segmento
de espumantes, que cresce
20% ao ano, o investimento em
equipamentos e técnicas tem garantido a produção de vinhos finos de qualidades numa evolução
observada desde 1999. Dados da
União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra) expressam que, de janeiro a novembro de 2006, foram
comercializados no país mais de
307 milhões de litros da bebida
e seus derivados. Enquanto isso,
48
foram vendidos mais de seis milhões de litros para o exterior.
Uma das provas dessa confiança foi a recente conquista na
competição do disputado mercado europeu. Vinhos do Vale dos
Vinhedos [que compreende Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte
Belo do Sul, em 81 quilômetros
quadrados] são os primeiros do
Brasil a ter sua denominação de
origem reconhecida pela União
Européia (UE). O reconhecimento
foi dado no fim de janeiro e significa que os vinicultores da re-
ComunitàItaliana
/
gião podem estampar no rótulo
de seus produtos todas as informações relativas a cada tipo de
vinho, como o ano de fabricação
e a variedade da uva, ou seja,
trazer a identidade que diferencia um vinho de qualidade de um
simples vinho de mesa. Antes do
Vale dos Vinhedos, apenas os vinhos de Napa Valley [Califórnia]
tinham esse direito.
Os critérios de avaliação que
permitiram o reconhecimento
aos produtores relacionam-se à
existência de uma região bem
delimitada e com um nome que
a distinga de outras regiões, como acontece com Champagne e
Bordeaux. Os vinhos brasileiros fecharam 2006 com um total de 926 mil euros vendidos
e esse pode ser um importante
passo para incrementar em pelo
Fevereiro 2007
menos 50% o valor final daqueles produzidos na região, segundo estimativas da Associação dos
Produtores de Vinhos do Vale dos
Vinhedos (Aprovale).
Que o diga Bento Gonçalves,
na Serra Gaúcha. A cidade detém
o título de capital brasileira do
produto e comprovou durante a
Festa Nacional do Vinho (Fenavinho 2007) seu potencial de produção. Em meio a outros cinco
pólos vitivinicultores no Rio Grande do Sul [que concentra 90% da
produção no segmento, com cerca
de 13 mil famílias e 700 unidades
de vinificação], o município se
esforça para promover a bebida e
toda a cultura que se atrela a seu
processo de feitura.
Discursos que evidenciaram
o potencial empreendedor da comunidade local marcaram a aber-
Fotos: Serravip
“O Brasil que faz o vinho”
tura da festa que completa 40
anos. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel,
representou o presidente Luis
Inácio Lula da Silva e elogiou o
trabalho coletivo e solidário dos
empresários e do governo na realização da festa. Para o ministro,
a união de esforços ajudou a tirar
o setor vitivinícola da crise e demonstrar que ela está superada.
Já o secretário de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais, Nelson Proença [que representou a governadora gaúcha
Yeda Crusius], afirmou que a realização da Fenavinho é “resultado do esforço dos imigrantes italianos em tornar a região a maior
produtora de vinhos do Brasil e
uma demonstração do empreendedorismo do município”.
De acordo com o presidente
da Fenavinho 2007, o empresário
Tarcísio Michelon, o perfil do consumidor brasileiro já mudou significativamente e a fase é de incentivo para que a população conheça
“o Brasil que faz o vinho”. Ainda
em 2004, uma pesquisa do Insti-
Curiosidade
E
ntre as substâncias que
compõem o vinho, duas são
especiais à saúde. Quanto mais
intensa for a cor do vinho ou
das uvas, maior o seu conteúdo
em polifenóis, que geram o resveratrol. Ele ajuda a diminuir os
níveis de lipoproteínas de baixa
densidade [também conhecidas
como colesterol “ruim” ou LDL]
e aumentar os níveis de lipoproteínas de alta densidade [cha-
Fevereiro 2007
/
tuto Datafolha mostrava que 37%
dos brasileiros afirmavam beber
vinho e a idade média para o consumo caía. Há dois anos, 44% dos
jovens entre 16 e 24 anos degustavam a bebida.
Mas Michelon destacou dificuldades que o setor vitivinícola
ainda enfrenta, como a esperança que o governo federal reduza
o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) do vinho. Outro
desejo é que o governo estadual
realize a efetiva fiscalização em
relação à entrada de vinhos estrangeiros.
— Lutamos para divulgar a
nossa imagem. A Fenavinho passou 20 anos sendo feita no inverno, ou seja, fora da safra.
Só em 2005 que essa realidade
mudou. Retomamos com muitas
dificuldades e acertos. Já nessa
13ª edição podemos observar um
crescimento de mais de 100%. Tínhamos 42 vinícolas expondo em
2005 e agora são 84, isso sem falar da participação da agricultura
familiar, com produtos típicos e
do Projeto Comprador, que trará
madas de colesterol “bom” ou
HDL]. Assim, as plaquetas que
provocam coágulos e obstruem
as artérias são eliminadas.
Aliados ao bom vinho, os
flavonóides cuidam da renovação do organismo. Responsáveis pela antioxidação que
inibe a formação de radicais
livres e conseqüentemente resultam no envelhecimento das
células, eles impedem que o
organismo fique vulnerável a
doenças.
ComunitàItaliana
49
comunidade
infarto do miocárdio. Não havia
nenhum estudo no mundo que
fizesse esta relação — afirma
Moura, no site da Uerj.
De acordo com o Ministério da Saúde o gasto anual com
medicamentos para combater a
Sílvia Souza
demia de cólera, em 1886. Representante dessa
legião de vênetos que chegaram ao Brasil, a dama
de honra Caroline Carraro expressa a ligação que a
Festa do Vinho tem com a Itália.
— A nossa geração se preocupa muito com
a cultura. Estamos divulgando nossas raízes. Conhecer a Itália, por exemplo, seria um sonho, ainda mais por sermos netas de italianos. A minha
família é oriunda de Padova — conta a dama Caroline, que é professora de línguas estrangeiras.
pressão alta chega a 100 milhões
de reais e 40 milhões de brasileiros são acometidos pela doença.
Netos de italianos, Waldyr e
Lídia Batistella, de 72 e 67 anos,
respectivamente, se deslocaram
de Rosário do Sul [quase fronteira com Uruguai] e aproveitaram
a Fenavinho para fazer compras e
atualizar a adega de sua residência. Para o casal, um bom almoço
e jantar deve ser acompanhado
de um cálice de vinho. Mas não
o suave, procurado pela maioria
dos brasileiros que residem no
Sudeste e em outras regiões diferentes da do Sul.
— Descendente de italiano tem
que tomar vinho seco. É a segunda vez que participamos e achamos curioso encontrar uma vinícola quase com o mesmo sobrenome
que o nosso — diz a funcionária
pública aposentada, referindo-se
à Battistello, que apresentava sua
safra de 2005, com vinhos finos
de Merlot, Tannat, Cabernet Sauvignon, entre outros, com garrafas
a partir de R$ 15.
Quem disse que é só pra beber?
A estimativa da Fenavinho Brasil
2007 é de que as 84 vinícolas expositoras comercializem nos 14
Visitantes se divertem com roupas
e cenário tipicamente italianos (no
alto). Waldyr e Lídia Batistella no
estande da vinícola Battistello.
50
ComunitàItaliana
/
Fevereiro 2007
dias do evento mais de 150 mil
garrafas de vinho, espumante e
suco de uva, o que corresponde a
25 mil caixas e totaliza R$ 1 milhão. Mas os 150 mil visitantes
que devem passar pelo Parque
de Exposições de Bento Gonçalves até o dia 20 precisam ir com
tempo para aproveitar as diversas atrações que a Festa proporciona. Sendo 95% de sua população descendente de italianos [e
a maioria vinda da região do vêneto, como mostra o box], os primeiros a habitarem Bento Gonçalves foram homenageados no
discurso animado do prefeito de
Bento Gonçalves. Ainda na abertura do evento, Alcindo Gabrielli
só iniciou seu pronunciamento
depois de beber um pouco de vinho e empolgado convidou a todos que acompanhavam a cerimônia para erguer um brinde em
homenagem aos colonizadores.
É possível voltar às raízes
na Festa jogando bocha e cartas
[quatrilho e canastra, principalmente], além de deparar-se com
grupos de mulheres dedicadas ao
artesanato de costume. A Villa
Típica congrega réplica das primeiras igrejas e casas construídas pelos colonizadores.
— Se nem no interior tem mais
esse tipo de costume, imagine o
que significa para nós poder estar
junto partilhando esse momento.
O Cabernet Sauvignon da Dal
Pizzol era um dos mais procurados.
Abaixo, a primeira cena do
espetáculo cênico que narrou a
“História Cultural do Vinho”
rintins, famosos pelos espetáculos dos bois do Amazonas.
A museóloga e diretora geral
do espetáculo, Maria Stefani Dalcin e o diretor de arte e cenografia,
Antônio Cansanção, de Parintins,
apostaram suas fichas para criar as
esculturas e alegorias do espetáculo que tem quase duas horas de duração. Do carro abre-alas que traz
a imagem gigantesca de Deus em
movimento, à chegada da cultura
egípcia, quando o vinho ganha uma
divindade [Osíris, o Deus do Vinho],
a força que o vinho traz foi amplamente trabalhada e assim, um público de mais de 4,5 mil pessoas
acompanhou processo de vinificação e colheita. Passou Dionísio, o
Deus Grego do Vinho que, com festas famosas, ultrapassou fronteiras
até chegar ao território romano, e
se transformar em Baco.
Beleza que põe mesa
Distribuir sorrisos, divulgar o município, sua cultura e passar por
situações que renderiam um livro.
A rotina da imperatriz e das damas de honra da Festa dos Vinhos
em Bento Gonçalves foi totalmente alterada em novembro de 2005
e, mais ainda, nos três meses que
antecederam a abertura do evento. As descendentes de italianos
Suelen Brandelli, Caroline Carraro, ambas de 21 anos, e Raquel
de Marco, de 24, dizem que não
se arrependem de ter mudado a
Os números da Fenavinho 2007
- Orçamento geral: R$ 4 milhões
- Expectativa de venda: R$ 2
milhões através de venda direta ao consumidor e de negócios a médio e longo prazo
- Estados representados: Bahia,
Paraná, Rio Grande do Sul e
Santa Catarina
- Caminhão do Vinho: Distribuição gratuita de 5 mil litros
de vinho e suco de uva
- Espetáculo Cênico: 500 pessoas entre atores e equipe técnica. São 22 alegorias em movimentos, que chegam a medir 16
metros de altura. O kartódromo
tem capacidade para receber
4,5 mil pessoas (até o final da
festa espera-se receber 35 mil)
- Gastronomia: em média 50
mil refeições entre lanches, pizzas, prato típico e Filó Gastronômico
- Número de vinícolas expositoras: 84 empresas em 142 estandes no Pavilhão A
- Número de expositores no Espaço Variedades: 85 empresas
em 92 estandes no Pavilhão C
- Mix de produtos: couro, vestuário, bijuterias, semi-jóias,
artesanato, lingerie, móveis e
acessórios para churrasco.
- Feira da Agroindústria: 158
espaços no Pavilhão A
- Feira de Tecnologia para a
Vitivinicultura: 11 empresas
ocupando os 16 espaços
Gilmar Gomes
ocalizado na Serra Gaúcha, Rio Grande do
Sul, a 120km de Porto Alegre, Bento Gonçalves é um dos municípios do Rio Grande do Sul,
e mais precisamente da Serra gaúcha, que recebeu os milhares de oriundos da região italiana
do Vêneto. Estimativas de institutos de pesquisa
e historiadores dão conta de que, entre 1871 e
1901, emigraram da Itália, mais de seis milhões
de pessoas. No norte da “bota”, a região foi dominada pela Áustria [das invasões napoleônicas,
onde foi cedida em troca da Bélgica, até 1866] e
era habitada por pessoas muito pobres. Cerca de
60 a 70 mil pessoas oriundas do vêneto teriam se
estabelecido no Sul do Brasil até 1900.
O ano de 1878 foi considerado de má colheita,
tal qual é representado em “A História Cultural do
Vinho” inspirando a emoção dos que visitam a Fenavinho. A praga da “filoxera” dizimou parreirais.
Abalados pelas perdas e vitimados pela guerra,
fome e violência, os atores encenam o momento
em que milhares de italianos deixam sua pátria e
rumam a lugares como a antiga Colônia Dona Isabel [hoje Bento Gonçalves]. Outro problema que
culminou com a vinda dos imigrantes foi uma epi-
Serravip
L
Meu avô era italiano e contava sobre os campeonatos que existiam
de bocha — defende o agricultor
e vice-prefeito do Distrito de São
Pedro, Leocir Lerin.
— Nossa atividade começou
há dois anos, na Festa da Polenta,
mas o artesanato a gente aprende
de pequenininha. — acrescenta
Juraci de Mozzi, coordenadora do
grupo Ricordarevivere, que reúne
12 mulheres, uma vez por semana, para reviverem as tradições
de seus antepassados.
Xodós do presidente da Fenavinho, os ambientes recreativos também estiveram na Festa
de 2005, mas com o reaproveitamento de materiais foi possível
investir em outras áreas da Festa
dos Vinhos do Brasil.
— Pude ousar no espetáculo
cênico porque o que me custou
cerca de R$ 220 mil em 2005, saiu
agora por R$ 10 mil. Isso sem falar na visão de corredores, que davam um tom cansativo ao visitante. A 13ª Fenavinho tem as praças
temáticas com bancos e cadeiras
para o descanso e cartazes informativos, como os das poesias, os
da saúde, os dos cartoons e muitos outros — enfatiza Michelon.
Mas além de apreciar atrações
como o Vinho Encanado, a Maratona do Vinho, a Enoteca [com
a exposição de vinho brasileiro
desde 1920] entre outras atividades, ficou por conta de “A História Cultural do Vinho”, o charme desta edição da Fenavinho
2007. Para provar que a presença
da bebida é constante no mundo,
foram recrutados os índios de Pa-
Sílvia Souza
Vêneto: onde tudo começou
Sílvia Souza
30 supermercadistas brasileiros e
dez potenciais importadores para
rodadas de negócios — salienta.
Um brinde à saúde
Além de prestigiar o produto nacional, feito com uma mãozinha
dos antepassados italianos, quem
degusta o vinho brasileiro ainda
pode se prevenir contra a hipertensão arterial. Uma pesquisa da
Universidade Estadual do Rio de
Janeiro (UERJ) concluiu que o vinho tinto pode ser usado no tratamento desta doença. A tese foi divulgada recentemente no Journal
of Cardiovascular Pharmacology,
da Lippincott Williams & Wilkins,
da Filadélfia, nos Estados Unidos.
Segundo o professor Roberto
Soares de Moura, um dos coordenadores do estudo, já em 1979 foi
observado que países consumidores de vinho tinto, como a Itália,
apresentavam uma menor incidência de infarto do miocárdio.
Nas experiências, descobriu-se
algumas propriedades da bebida
como a antioxidante, redutora da
agregação plaquetária e dilatadora das coronárias, entre outras.
— Usando o Cabernet Sauvignon, produzido no Rio Grande
do Sul, vimos que o vinho combateria a pressão alta, um dos
principais fatores de risco para o
rotina para dedicarem-se a defender o vinho brasileiro em todas as
instâncias. Ainda, segundo as soberanas, sacrifícios como ostentar
um vestido, que pesa entre quatro
e seis quilos, além de uma coroa
com 1,5 quilo, é uma honra.
— É um trabalho onde nos
cansamos e nos divertimos muito.
E só termina no segundo semestre de 2007. Para não sair da boa
forma, há quatro anos faço uso de
suplementos alimentares e, apesar
de não gostar de malhar, às vezes
acabo me entregando aos exercícios. Isso sem falar nos três litros
de água que bebo diariamente —
salienta a imperatriz Suelen, consultora de vendas.
A dama Raquel de Marco conta
das saias-justas que o trio já pas-
Fevereiro 2007
/
sou viajando pelo Brasil para divulgar a Fenavinho. Segundo ela, desde a coroa caída ao tomar uma taça
de vinho, até apresentar-se sem sapatos, tudo que se possa imaginar
de inusitado já pode ter acontecido
com as estrelas da Festa.
— Mas sem dúvida, foi um
taxista no Rio de Janeiro, que
nos fez dar mais risadas. Onde
quer que nos apresentássemos
ele agia como nosso “damo” de
companhia e acabava de papagaio de pirata em todas as fotos — lembra a turismóloga, que
junto às amigas levava em média
uma hora e meia para se arrumarem, logo que foram eleitas.
*A repórter viajou a convite da
organização do evento
ComunitàItaliana
51
Firenze
música
“Queremos
manter viva a
memória de
um italiano
que divulgou o
nome da Itália
fora dos confins
nacionais
da música
italiana, tendo
reconhecimento
mundial”
Paolo Cento
52
O mundo lembra os 50 anos de morte
do maestro italiano Arturo Toscanini
Rosangela Comunale
manha, o público poderá conferir
diversos concertos durante todo
o ano. Além disso, foi reaberto
o museu dedicado à memória do
músico, instalado na mesma casa
onde ele nasceu em 25 de março
de 1867.
Além disso, o Tesouro Italiano, na ocasião da celebração,
lançou uma moeda de prata da
série especial referente a cinco
euros. O subsecretário do Ministério da Economia, Paolo Cento,
justifica o motivo:
— Queremos manter viva a
memória de um italiano que divulgou o nome da Itália fora dos confins nacionais da música italiana,
tendo reconhecimento mundial.
ComunitàItaliana
/
Segundo o jornalista e crítico
musical Renzo Allegri, o músico
não foi somente um mito, mas
também um símbolo político.
— Ele foi um homem que fez
oposição determinada ao fascismo, ao nazismo e ao racismo —
lembra.
A vida
Arturo Toscanini estudou violoncelo no Conservatório de Parma
e tornou-se violoncelista da orquestra do Teatro alla Scala de
Milão. A partir daí, apresentouse, tocando o instrumento, na
estréia mundial de Otello de Verdi. Em 1886, quando o músico
completou 19 anos, apresentou-
Fevereiro 2007
O museu
Uma das pedidas para quem é fã
do músico e estiver em Parma é
visitar a casa onde nasceu Toscanini, no antigo Borgo San Giacomo. A residência foi comprada,
em 1967, pelos descendentes do
maestro. Logo após foi doada à
Prefeitura de Parma a fim de que
fosse instalado um museu aberto
ao público, com documentos históricos, imagens e objetos.
Na ocasião de seu aniversário
de morte este ano, o local recebeu reformas estruturais e organizacionais. Dentre elas, agora,
os objetos são expostos de modo com que sejam garantidas as
condições de conservação. O prédio ganhou um elevador, novos
sistemas de iluminação, refrigeração e controle de umidade. Tudo sem alterar as características
originais da casa.
Durante a visita, o público poderá conhecer detalhadamente a vida do maestro. Os
cômodos da residência ganharam temas como “Parma e Toscanini”, “A sua vida”, “A imagem
do Mito, “Seus companheiros de
viagem”,”Toscanini, o disco e
outros meios”. Graças a ferramentas de tecnologia atual, o percurso oferece uma visão mais ampla
do que aquela oferecida pela mera exposição de objetos.
Fotografie fiorentine
È
uscito di recente un nuovo libro su Firenze: Details a Florentine Walk/passeggiata fiorentina. Non si tratta delle solite
pagine che parlano delle bellezze artistiche
e architettoniche della città rinascimentale
con commenti tecnici annessi e connessi,
ma bensì di un album fotografico immortalando angoli cittadini che spesso sfuggono
anche agli stessi abitanti. La bravura del fotografo Franco Casini è quella di riuscire ad
esaltare la bellezza e l’originalità dei dettagli che una città come Firenze contiene a
migliaia. € 9.
Michelangelo
e i suoi disegni
U
na mostra d’eccezione si è inaugurata presso la Casa Buonarroti
sul grande personaggio Michelangelo. Verranno messi in luce molti dei suoi
disegni di architettura. Oltre all’enorme
interesse che questi rivestono, si potran-
Palazzo Strozzi
P
alazzo Strozzi ospiterà dal 2 marzo fino al 29 luglio un’importante mostra su
Paul Cezanne. I dipinti provengono dai più
importanti musei del mondo e rappresentano un’occasione unica per ammirare le circa 50 opere dell’artista francese di cui l’anno passato si celebrava il centenario della
scomparsa (1839-1906). Tra le sue opere più
importanti presenti all’esposizione ci saranno “La signora Cezanne sulla poltrona rossa”, “Casa sulla Marna”, “Frutteto” e “Le Bagnanti”. Aperta tutti i giorni dalle 9 alle 20.
Ingresso 10 euro.
Divulgação
sem ele
se no Rio de Janeiro e estreou
também como diretor na orquestra da companhia de ópera Rossi.
Na Argentina, o maestro realizou
quatro temporadas em Buenos
Aires, em 1902.
A partir daí, Toscanini regeu
a estréia mundial de várias óperas de Puccini e estabeleceu-se
em Nova Iorque, onde se tornou
regente do Metropolitan Opera
House e da Orquestra Sinfônica de Nova Iorque. Durante várias décadas, ele deu destaque à
cidade americana no mundo da
música erudita, tanto como o
existente em Viena, Paris, Londres, Berlim ou Milão.
Mas as spotlights não ficaram
apenas voltadas a Toscanini em
decorrência de seu talento artístico. Ele é até hoje lembrado por
ser opositor ferrenho ao fascismo.
O maestro era um rival tão determinado que, certa vez, chegou a
afirmar: “Abram as portas das prisões, soltem todos os criminosos.
Não encontrarão nenhum bandido pior que Mussolini”.
Reprodução
Meio século
Reprodução
O
artista vai embora mas a
obra sempre fica. E quanto mais renomado, mais
intensas as lembranças.
Assim acontece com o maestro
italiano Arturo Toscanini, falecido, em 16 de janeiro de 1957, em
Riverdale, nos Estados Unidos.
Por conta disso, vários eventos
foram programados para recordar
os 50 anos da morte do músico.
Nos Estados Unidos, de 11 a
28 de setembro, serão recriadas
as etapas da famosa “Symphony
on the Air”, por ele criada em
1920. Na Itália, as homenagens
ficam por conta do comitê internacional “Viva Toscanini”, presidido pelo compositor Roman Vlad
e com colaboração de Emanuela
Di Castelbarco, que não esconde
o orgulho de ser sua neta:
— Era uma pessoa muito
modesta, marca típica dos que
nascem em Parma. Acho que ele
nunca imaginaria ter um tributo
assim. Ele era um revolucionário.
Vlad, por sua vez, também
não poupa elogios ao falar do
trabalho de Toscanini. Segundo
ele, o músico foi o destaque do
século passado.
— Toscanini foi o maior maestro do século passado e, durante muito tempo, foi discutido se
ele deveria ser considerado mais
um intérprete do que um simples
executor. Seu exemplo foi extraordinário — define Vlad.
Como não poderia deixar de
ser, na cidade natal do músico,
Parma, na região de Emilia-Ro-
Giordano Iapalucci
no notare e ammirare versi poetici appuntati dal maestro accanto agli schizzi dei
suoi lavori architettonici. Michelangelo,
infatti, era solito dilettarsi anche in lavori poetici. Aperta fino al 17 marzo dalle
9.30 alle 16.00.
Nuovo Outlet
I
mmaginate di entrare in un piccolo paese
dai classici palazzi e colori toscani, tutto
circondato da splendide colline. Queste ultime al naturale, i primi costruiti ad hoc per la
creazione di uno dei più grandi outlet di tutta
Italia con i suoi oltre 90 negozi. Tutte le migliori marche italiane ed internazionali sono
raccolte qui: Prada, Missoni, Benetton, Guess,
Calvin Klein, ecc. Il vantaggio: prezzi scontati
dal 30 al 70%. Aperto dal martedì alla domenica dalle 10 alle 21. Ingresso gratuito. Con
€ 9 a/r si prende un autobus delle autolinee
Sita, dalla Piazza della Stazione di Firenze.
Fevereiro 2007
Museo del Profumo
È
nato a Firenze, per gli amanti delle
essenze e dei profumi artigianali, il
museo del profumo. Nello storico negozio “Officina Profumo Farmaceutica di
Santa Maria Novella”, in Via della Scala
n. 16, si possono osservare i processi per la creazione dei profumi ed altri
estratti naturali come pomate, spiriti,
balsami e liquori. Si tratta di una delle
più antiche farmacie del mondo, creata dai frati domenicani intorno all’anno 1221 e diventata casa farmaceutica nel 1612. Nei progetti futuri, anche
la creazione di un’ Accademia dell’Arte
del Profumo che ospiterà inoltre un’olfattoteca. Tra le personalità di spicco
conquistate dalle sue essenze si annoverano Caterina Zeta Jones, Carolina di
Monaco e Elisabetta d’Inghilterra. Ingresso gratuito.
/
ComunitàItaliana
53
cinema
il lettore racconta
L’
Locandina
del film di
Federico Fellini
“La Strada”,
prodotto nel ‘54
da Carlo Ponti
Loren, aiutandola
fin dall’inizio della carriera. Ponti cominciò a produrre film negli anni ’40, dopo aver conseguito la laurea in Giurisprudenza.
All’inizio si dedicò soprattutto
a pellicole di origine letteraria
che rivelavano i suoi gusti, come
“Piccolo mondo antico”, “Sissignora” e “Giacomo l’idealista”.
Nel 1950, insieme a Dino De
Laurentiis, realizzò innumerevoli
film come “Anna” di Alberto Lattuada, “Anni facili” di Luigi Zampa,
“La strada” di Federico Fellini, “Europa ‘51” di Roberto Rossellini, “L’
oro di Napoli” di Vittorio De Sica.
Torna poi a produrre da solo e,
verso la fine degli anni ’50, inizia
il suo rapporto con Sophia Loren,
allora giovane attrice che Ponti
54
Reprodução
Italia ha perso uno dei
suoi più importanti produttori
cinematografici del dopoguerra. Carlo Ponti, 94 anni, è deceduto lo
scorso 10 gennaio all’ospedale
cantonale di Ginevra, in Svizzera, per una complicazione polmonare. Dal 1941 ha prodotto circa
150 film, tra i quali “La strada”
di Federico Fellini, nel 1954, “Il
dottor Zivago” di David Lean, nel
1965 e “Blow-Up” di Michelangelo Antonioni, nel 1966.
Ponti era sposato con Sophia
Loren dalla quale aveva avuto
due figli, Carlo Jr. ed Edoardo. I
funerali si sono svolti in forma
strettamente privata a Magenta,
in provincia di Milano, città in
cui nacque l’11 dicembre 1912.
Presenti alle esequie, oltre ai familiari, due soli volti noti, lo stilista Giorgio Armani e l’attrice
Sabrina Ferilli.
In tutto il
mondo Carlo
Ponti era conosciuto come
l’ artefice del
successo artistico di Sophia
Una vita dedicata al cinema
Ana Paula Torres
Corrispondente • Roma
aveva conosciuto in un concorso di bellezza. Per lei cominciò a produrre
dei film di grande diffusione internazionale, come “Orchidea nera” di Martin Ritt, “Il diavolo in
calzoncini rosa” di George Cukor,
“Lady L” di Peter Ustinov, e “I sequestrati di Altona” di Vittorio De
Sica. Nel frattempo si impegnò
anche in produzioni nazionali come “L’isola di Arturo” e “La noia”
di Damiani, “La donna scimmia”
di Ferreri, “La decima vittima” di
Petri, legando la propria attività soprattutto al nome di Michelangelo Antonioni, di cui produce “Blow Up”, “Zabriskie Point” e
“Professione reporter”. Però è “Il
dottor Zivago” uno dei veri grandi
successi di Ponti. Si tratta di una
coproduzione internazionale con
la regia di David Lean basata sul
ComunitàItaliana
/
romanzo dello scrittore russo Boris Pasternak.
Le reazioni
− Scompare con Carlo Ponti uno
dei maggiori rappresentanti dell’imprenditoria cinematografica
italiana ed internazionale, un uomo sensibile, coraggioso e innovativo, come ha mostrato la sua
lunga e brillante carriera. − ha
affermato il Presidente della Repubblica Giorgio Napolitano in un
messaggio inviato a Sophia Loren
− Negli oltre sessanta anni di attività, Carlo Ponti ha firmato importanti produzioni cinematografiche: un percorso di eccellenza
iniziato con pellicole di origine
letteraria, fino ai grandi successi
internazionali, con cui ha onorato
la storia del cinema. La scomparsa
di Carlo Ponti − aggiunge Napolitano − rappresenta una grave per-
Fevereiro 2007
dita per la cinematografia italiana. In questo momento di grande
dolore, sono vicino alla signora
Loren, ai suoi figli e a tutti i familiari, ai quali esprimo, insieme
a mia moglie Clio, sentimenti di
tristezza e partecipe cordoglio.
Sulla scomparsa di Carlo Ponti
ha invece dichiarato il vice presidente del Consiglio e ministro per
i Beni e le Attività Culturali, Francesco Rutelli: − Dotato di una fortissima intuizione artistica e industriale, Carlo Ponti ha segnato,
con le sue produzioni nazionali e
internazionali, gli anni del grande
cinema di Federico Fellini, Vittorio De Sica, Michelangelo Antonioni per citarne alcuni.
La sua passione − continua
Rutelli −, la sua intelligenza unita
al coraggio di investire in progetti non sempre stereotipati hanno reso possibile la realizzazione
di film che sono parte integrante
della storia del cinema italiano nel
mondo. Sono vicino a Sophia Loren, ai suoi figli, Edoardo e Carlo
Jr., a cui invio un fraterno abbraccio e le mie più sentite condoglianze − conclude il vice premier.
Peccato però che l’Italia rimpianga il grande produttore solo
adesso, dopo la sua morte. Carlo
Ponti in passato fu costretto ad
abbandonare il suo paese quando
ancora avrebbe avuto molto da fare. Se ne andò alla fine degli anni
’70, lasciando un vuoto che nessuno è più riuscito a colmare. Dopo
aver prodotto uno dei capolavori
di Ettore Scola, “Una giornata particolare” con Marcello Mastroianni
e Sophia Loren, Ponti decise infatti di chiudere il suo ufficio romano
e di trasferire gran parte dei suoi
interessi negli Stati Uniti.
Nel 1979 venne condannato
a quattro anni di reclusione e 22
miliardi di lire di multa per esportazione di valuta. Inoltre, Ponti
dovette affrontare una decina di
procedimenti giudiziari anche con
l’accusa di truffa ai danni dello
stato ed evasione fiscale, uscendo
assolto da tutte le imputazioni.
Ma ciò non riportò al normale rapporto fra Ponti e l’Italia. Infatti,
pur tornando ogni tanto nel Belpaese, svolse le sue attività fra gli
Stati Uniti e la Svizzera.
Arquivo pessoal
Addio a Carlo Ponti
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epórter
Depoimento à r fle
Nayra Garo
A
história de minha família se
iniciou em 1898 quando meu
bisavô, Antonio Caonetto, desembarcou do Città di Milano no porto do Rio de Janeiro com
a minha bisavó Giudetta, dois filhos,
Giuseppe, de 27 anos, com sua esposa Giovanna, 26, e Marco, 12. Meu
bisavô veio para o Brasil trazendo
em sua bagagem um sonho compartilhado com mais de um milhão de
italianos que, deixando sua terra,
vieram construir um novo lar.
Para trás, meus queridos antepassados deixaram as marcas de tempos difíceis vividos na Itália, além
do caçula Luiggi. Isso porque, segundo relatos que ouvi de meu pai
[que certamente ouviu de meus avós]
ele era criança de colo e uma tia
que o amava muito, no embarque, o
raptou, não permitindo sua travessia do Atlântico. Foi a primeira vez
que a família se dividiu.
Apesar da fama que o Brasil tinha de ser um país de esperanças, os
tempos por aqui também não foram
fáceis. Meus bisavós foram para Minas Gerais, onde se formavam colônias nas fazendas para o cultivo do
café. Havia apenas 10 anos da abolição
da escravatura no Brasil e muitos
“barões” do café teimavam em dar aos
imigrantes italianos o tratamento que recebiam os escravos, fazendo
com que, com o tempo, desiludidos
com a nova vida, eles buscassem novos
trabalhos, em outros estados.
Foi assim que o meu patriarca viu
seu clã crescer e formar a família
Cauneto aqui no Brasil. Isso porque
devido ao a“ portuguesamento” dos no-
mes, o original italiano Caonetto
tornou-se Cauneto, existindo até outras variantes.
O filho mais velho de meu bisavô
Giuseppe teve quatro filhos. Seu irmão
Marco, que se casou aqui no Brasil
com Rosa Graziere, também filha de
imigrantes italianos, teve oito filhos.
Um deles é meu pai, Sebastião Otávio.
Os tempos difíceis em Minas
Gerais motivaram a família a migrar novamente, em busca de melhores condições de vida, desta vez
para São Paulo, no início da década
40. Assim, os descendentes de meu
avô Marco, vieram primeiro e escolheram a região de Presidente
Prudente, fixando-se nas cidades
próximas. Os descendentes de Giuseppe ficaram em Minas. A família , pela segunda vez, se dividia.
No início da década de 1950, após
um período no estado de São Paulo, alguns dos descendentes de meu
avô decidiram migrar novamente.
O destino foi o Paraná, na cidade
de Paranavaí, onde ocorria uma retomada do desbravamento de toda a
região que, nas décadas anteriores,
estavam sob domínio da colonizadora Braviaco. Ou seja, alguns permaneceram em Presidente Prudente,
enquanto outros em Paranavaí. Mais
uma vez, a família se separou.
Se o contato com os meus ascendentes já era difícil morando no
mesmo país, com os familiares de
Luiggi Caonetto [o irmão caçula que
ficou na Itália] já havia cessado,
retomado apenas recentemente,
quando alguns netos e bisnetos de
Mário Cauneto, meu tio, mudaram-
Fevereiro 2007
se para a Itália e fizeram uma busca descobrindo duas filhas de Luiggi e mais alguns parentes.
Com a internet surgiu a possibilidade de mudar a história. Em meados
de 1998, quando residia em Jacarezinho, no Norte do Paraná, publiquei
uns escritos poéticos, assinando-os com
o com o meu sobrenome. Assim, um dos
bisnetos de Giuseppe, de Marília, ao
fazer pesquisas na internet em busca
de informações sobre a família encontrou os poemas, enviando em seguida um e-mail apresentando-se
como um membro da família.
Do primeiro contato à realização
do 1º Encontro da Família Caonetto/Cauneto foi uma questão de tempo. E, por fim, nos dias 20 e 21 de
janeiro de 2007, comemorando o
109º aniversário da chegada do imigrante italiano Antonio Caonetto ao
Brasil, realizamos na cidade de Paranavaí, o primeiro encontro reunindo toda a família, a qual contou
com a participação de 270 pessoas
de 32 cidades dos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais e Rondônia.
A nossa festa marcou o início de
um novo tempo para a família. E, para o próximo encontro, em janeiro de 2008, certamente, contaremos
com a presença dos descendentes de
Luiggi Caonetto, que vivem na Itália.
Paranavaí (PR)
José Aparecido Cauneto,
45 anos
Mande sua história com material fotográfico para:
[email protected]
/
ComunitàItaliana
55
curiosidade
Enclave
de fadas
Clima temperado, cenário medieval, castelos e
montanhas. San Marino é assim: um paraíso
histórico que atrai milhões de turistas todos os anos
Nayra Garofle
A origem do país remonta ao
século 4, segundo conta a sua
tradição. Uma lenda afirma que o
pedreiro São Marinho e um grupo de discípulos deixaram a Croácia para trabalhar nas obras de
restauração da cidade romagnola
de Rimini. Em meio a perseguições lideradas pelo imperador
Diocleciano, a única saída foi se
refugiar no Monte Titano e, assim, a “Serenissima Repubblica
di San Marino” foi fundada. No
fim do século 12, o lugar já tinha
56
uma configuração política. Houve algumas tentativas de anexação aos Estados Pontifícios, mas
quando Napoleão invadiu a Itália
respeitou a independência da república e até propôs a extensão
de seu território em 1797. Hoje,
o lugar é um verdadeiro paraíso
para as compras. Livre de impostos, o país oferece a seus visitantes boas mercadorias por um
preço muito mais acessível.
— Apesar do comércio ser livre de taxas alfandegárias, San
Marino não é um paraíso fiscal
— afirma o cônsul Samarinense
no Brasil, Giuseppe Lantermo di
Torre di Montelupo.
Segundo o cônsul, o fato de
San Marino ser livre de impostos
é uma questão de marketing. Os
cidadãos têm uma boa qualidade de vida, não necessitando de
recursos adquiridos com o dinheiro das taxas. Então o
governo acredita que,
assim, os turistas gastam muito mais.
— Aliás,
os brasileiros
são
muito
bem recebidos em San
Marino porque consomem muito,
ComunitàItaliana
centro de filatelia e numismática.
Cerca de 10 escritórios vendem os
produtos.
— Os selos e as moedas são
produzidos com um extremo carinho e muito profissionalismo.
Em 2005 fomos o único país do
mundo que emitiu três selos em
homenagem aos 450 anos de São
Paulo — conta Giuseppe.
A taxa de desemprego do país
é a mais baixa de toda a Europa e
o padrão de vida é parecido com
o da Itália. No passado, a agricultura, a criação de gado bovino
e o trabalho das pedras extraídas
das pedreiras do Monte Titano foram as principais atividades econômicas. A partir dos anos 60, o
campo começou a ser progressivamente abandonado e foi rápido e difuso o desenvolvimento
industrial, artesanal e comercial,
também como conseqüência direta do acelerado fluxo de turistas.
Além da indústria do turismo, San
Marino extrai renda da indústria
de operações bancárias e da manufatura [além de exportação]
de cerâmicas, de telhas,
de móveis, de
Giuseppe Lantermo, cônsul
samarinense no Brasil
raíso de compras disponibilizando
produtos luxuosos e sem falsificação, San Marino é também o “lugar dos sonhos” dos colecionadores de selos e
moedas. Essa indústria
é a fonte de renda mais
alta do turismo local.
Isso torna a república um importante
/
Fevereiro 2007
roupas, de pintura de telas e
de vinhos.
No Brasil, há somente um
consulado geral de San Marino, em São Paulo, inaugurado
em 2002. Antes, havia o
consulado honorário, existente desde 1986. O cônsul revelou que, através da
representação samarinense,
várias famílias do país estão
adotando crianças brasileiras.
— Há, junto ao Ministério
da Justiça de Brasília, uma organização chamada “Sorriso”.
Através dela e do consulado, os samarinenses
encontram a possibilidade de adotar uma
criança — afirma.
Aqui há 101 famílias reconhecidas
como
verdadeiros
descendentes de San
Marino. A colônia está localizada no Espírito Santo, mais precisamente nas cidades de Muqui, Cachoeiro de Itapemirim e Mimoso.
— É claro que temos descendentes espalhados por todo o
Brasil, mas no Espírito Santo se
concentra a maior parte — diz
o cônsul.
Entre as comemorações em
San Marino, a festa dedicada à
Santa Ágata é uma das mais importantes. Desde então,
tal aconteci-
Centro de filatelia e numismática San
Marino é o sonho de colecionadores
do mundo inteiro. Livre de impostos,
o país recebeu mais de 13 milhões de
turistas em 2005
mento é festejado com uma procissão, que sai do Burgo Maior,
se deslocando até a Basílica do
Santo, situada no centro histórico de San Marino.
País pequenino e encantador,
San Marino tem muitas histórias
para contar. Conhecer o local é
sinônimo de voltar ao passado e
reviver os tempos medievais com
o conforto e modernidade
dos dias de hoje.
San Marino
O Monte Titano é a principal
colina de San Marino. Com
uma altitude de 750 metros
ele está localizado a 10
quilômetros de distância do
mar Adriático
Fotos: Divulgação
A
mais antiga república da
Europa está localizada
perto da cidade costeira de Rimini, na costa do
Mar Adriático. Cercada por muralhas e governada por dois capitães-regentes para 61 quilômetros quadrados, San Marino é
um dos dois enclaves italianos [o
outro é o Vaticano] que atrai turistas por suas histórias curiosas
emolduradas pelos cenários medievais e por ser o paraíso de colecionadores de selos e moedas.
vão aos melhores restaurantes —
conta Lantermo.
Em 2005, a república recebeu
cerca de 13 milhões e meio de
turistas de todo o mundo. A alta
temporada ocorre nos meses que
vão da Páscoa até setembro.
Por que San Marino faz tanto
sucesso? Porque o país é um museu que vive e possui uma beleza
histórica enorme.
Castelos, igrejas e casas de
pedra despontando entre as montanhas fazem parte da exuberante
paisagem medieval que mais parece um cenário de contos de fadas. O enclave possui nove regiões
com uma torre cada uma: a capital
San Marino, Chiesa Nuova, Fiorentino, Montegiardino, Faetano,
Domagnano, Borgo Maggiore,
Acqua Viva e Serravalle.
O local merece uma visita até mesmo devido a seus
monumentos que compõem o
patrimônio histórico como a
Basílica de San Marino [que
guarda as relíquias do santo
italiano], além dos vários
museus. Outro fato
curioso é que durante o movimento
de unificação da
Itália, a república ofereceu
asilo a revolucionários, entre os quais
Giuseppe Garibaldi.
Além de
ser conhecido
como um pa-
Clima — temperado com atenuação das
pontas máximas invernais e estivais
Geografia — 61km2. Superfície ocupada por colinas com o Monte Titano no
centro. Está rodeado por toda a extensão das suas fronteiras por duas regiões
italianas: a Emilia Romagna a Noroeste
e Marche-Montefeltro a Sudoeste.
População — 25.921 habitantes.
Idioma oficial — italiano.
Serviço:
Consulado Geral da República de San Marino
Rua XV de novembro, 228, 1º andar
São Paulo — SP
Tel.: (11) 3168-9725
Fevereiro 2007
/
ComunitàItaliana
57
No Pan-Americano do Rio, esgrimistas tentam voltar
ao topo num esporte dominado pelo prestígio italiano
A
Sílvia Souza
de Esgrima. Já nas últimas Olimpíadas, a bota sagrou-se campeã
no Florete por equipes [masculino], no Florete individual feminino [com Valentina Vezzali] e no
Sabre individual masculino [com
Aldo Montano, atleta apontado
como um dos principais divulgadores do esporte atualmente].
A primeira aparição da esgrima nos Jogos Pan-Americanos
data de 1951. As competições
acontecerão no Pavilhão três do
Complexo Esportivo Riocentro.
E quem está treinando duro para conseguir uma vaga na festa
do esporte é o esgrimista Athos
Schwantes.
São cinco horas por dia, de
segunda a sábado, tendo a companhia do irmão Ivan numa saga
que tenta honrar e homenagear
seu pai, Ronaldo Schwantes. Tudo
isso porque a esgrima brasileira
não sobe ao pódio em Pan-Americanos desde 1979. Na época, em
San Juan [Porto Rico], Ronaldo
fazia parte da equipe de espada
que trouxe a medalha de bronze.
— A Confederação Brasileira de Esgrima ainda não liberou
o calendário para as eliminatórias, mas já estamos treinando.
Podem ser classificados quatro
atletas, que jogaram na equipe,
e os dois melhores desse grupo é
que têm direito a disputar também individualmente — explica
Athos, que é curitibano e está
morando na cidade que sedia os
jogos a fim de se preparar melhor
para o evento.
Divulgação
Divulgação
s mãos se movimentam
com uma classe semelhante ao ir e vir das batutas de um maestro. Os
pés dão o apoio que, como num
balé, remetem à elegância de
seus personagens principais. Assim a esgrima, conhecida como a
arte de duelar com armas brancas traz aos jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro,
uma apresentação de um esporte muito ligado às guerras e ao
aperfeiçoamento de armas, mas
ainda pouco popular no Brasil. E,
além de participar efetivamente
na consolidação da atividade, é
a Itália que detém os melhores
resultados em competições: em
2002, Simone Vanni conquistava ouro no Florete, no Mundial
Em dois tempos: um duelo nas
Olimpíadas de Atenas (2004)
e a disputa no século 19
Reprodução
Um duelo
elegante
Primeiro no ranking brasileiro, o atleta foi contemplado com
a Bolsa Atleta [um programa do
governo federal que financia esportistas a partir dos resultados
por eles apresentados]. Surfista
nas horas vagas, Athos conta que
a dedicação à esgrima é uma influência familiar, mas que o basquete, outro esporte que o motiva, teve de ser deixado de lado
para evitar contusões.
— O meu avô praticou esgrima e depois o meu pai. Meu irmão
e eu formamos a terceira geração
de praticantes. Eu comecei a treinar com sete anos e aos nove
estava em minha primeira competição. Adoro surfar e curtia jogar basquete, que quase não faço
mais devido ao esforço nas pernas e pés. Agora todo esforço é
poupado pensando na esgrima —
conta o esgrimista de 21 anos.
Com três tipos de armas diferentes nos combates: espada,
florete e sabre, os esgrimistas
competem em pistas de 14 metros de comprimento por 1,5 metro de largura. O objetivo na luta é tocar o adversário sem ser
tocado. Em disputas classificatórias, ganha quem somar cinco
toques ou ficar quatro minutos
sem ser atingido. Nas eliminatórias, o número de toques sobe para 15 e o tempo, para nove
minutos. Através de fios e roupas
especiais, os competidores estão
ligados a um sistema eletrônico
que conta cada toque.
Entre os países favoritos para
o Pan do Rio, Athos cita Estados
Unidos, Canadá, Cuba e Venezuela, cuja equipe mora na Europa. É
de lá que, de acordo com o espada brasileiro, surgem as maiores
potências na modalidade.
— Treinar na Itália então, é o
sonho dos esgrimistas. Basta dizer que a equipe do país é a atual campeã olímpica e que o Montano é o destaque no sabre. Mas
ir para temporadas nesses países
requer investimentos e infelizmente a esgrima ainda não tem
a visibilidade necessária — avalia Athos, que na bota já disputou campeonatos em Mazara Del
Vallo, Traconi e Legnano.
A experiência do sabrista Renzo Agresta, também de 21 anos,
ratifica a “teoria” de Athos. Morando na Itália, Renzo participou
dos Jogos Sul-Americanos na Argentina, conquistou o bronze no
individual e é o único esgrimista
que já tem vaga garantida para o
Pan. Em Santo Domingo, Renzo
terminou em sexto lugar.
História
Na esgrima antiga eram utilizadas armaduras com um pulôver
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tecido em fios de ferro e aço para proteger o corpo contra flechas, machado, bastão e lança.
Os “torneios” eram exercício de
nobres, onde só os homens, representantes da nobreza, podiam
participar. Eram festas solenes
onde os cavaleiros mostravam
sua agilidade e em combates corteses com armas brancas.
Os juízes ou “marechais de
campo” eram auxiliados pelos
“conselheiros” que tinham lugares
marcados no campo de batalha.
Depois da descoberta da pólvora
e do desenvolvimento das armas
de fogo, como canhões e pistolas,
“Treinar na
Itália, é o sonho
dos esgrimistas.
Basta dizer que a
equipe do país é
a atual campeã
olímpica”
Athos Schwantes
somente os “grandes nobres” usavam armaduras, por tradição.
A espada usada no início da
prática da esgrima era feita em
ligas de bronze e ferro, geralmente, de dois gumes. Não havia
a proteção para as mãos, conhecida como “copo”. O florete, arma
fina e longa, foi aperfeiçoado pelos italianos e aproveitado pelos
alemães, enquanto o sabre, arma
reta ou curva, com corte lateral,
é tipicamente oriental.
Em 1410, foi publicado pelo
mestre italiano Fiori Dei Liberi
um tratado de esgrima chamado
“Fior di Battaglia”, mostrando o
desenvolvimento do esporte na
Itália. Em 1531, Antônio Mansiolino escreveu o primeiro tratado
com movimentos similares aos de
hoje e três posições de “guarda”
[que permitem ao esgrimista deslocar-se para frente e para trás
estando igualmente pronto para
atacar e defender-se].
Mas o marco da esgrima contemporânea foi o aparecimento
da “máscara”. O utensílio trouxe segurança e permitiu a difusão do esporte e aproximando, o
máximo possível da realidade, a
esgrima ao duelo. Mesmo assim,
alguns afirmam que seu uso teria feito a esgrima perder o porte
acadêmico e a posição clássica.
Rapidinhas
- O Comitê Organizador dos Jogos Pan-Americanos (CO-RIO)
pretende começar a venda dos
ingressos para o evento em março. Segundo estimativas, serão
vendidos 2,1 milhões de ingressos, em três etapas diferentes. O
processo ocorrerá pela Internet;
em 12 mil postos de vendas, entre eles as agências da Caixa Econômica Federal e casas Lotéricas;
e em julho, nas bilheterias dos
locais de competição. Planeja-se
oferecer ingressos personalizados
e a possibilidade de fazer o pagamento parcelado no cartão de
crédito. Os espectadores ainda
poderão comprar o ingresso-multieventos para acompanhar várias modalidades no mesmo dia.
- Três mil privilegiados vão
carregar a tocha Pan-Americana.
A trajetória do símbolo-mor das
competições começa na Cidade
do México e 42 cidades brasilei-
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ras que irão representar, respectivamente, os países participantes
do evento. A maratona nacional
começa em Brasília até chegar à
Cidade Maravilhosa, após 50 dias
de desfile em praça pública.
- A maratonista Márcia Narloch, campeã do Jogos de Santo
Domingo, anunciou que pretende
encerrar sua carreira com ouro no
Rio. Depois de 18 anos de seleção
brasileira, Márcia, que já está préclassificada para o evento, precisa
correr até abril para garantir sua
vaga. Ela treina mais de 200 quilômetros por semana e prevê a importância do desempenho dos brasileiros no Pan. Segundo ela, “cada
um que se classificar vai ter uma
responsabilidade muito grande de
defender o país dentro de casa”.
- Quando faltarem 100 dias
para o início dos Jogos [em 4 de
abril], duas moedas
comemorativas alusivas ao Pan serão lançadas pelo
Banco Central do
Brasil. Elas terão
valores de face de
R$ 2 e de R$ 5, mas
custarão R$ 15 e R$
106, respectivamente.
A mais barata será feita
de cobre e níquel. Em
seu anverso, o logotipo dos XV Jogos Pan-Americanos, e no reverso,
a
representação
de um atleta correndo com as raias de
uma pista de atletismo
ao fundo. Ela terá tiragem
de 50 mil moedas. A mais cara,
feita de prata, trará, além do logotipo dos Jogos, o Pão de Acúcar e
uma representação do Calçadão de
Copacabana. Este modelo terá tiragem de apenas 20 mil moedas.
- A Confederação Brasileira
de Atletismo (CBAt) suspendeu
os atletas Sebastião Ferreira da
Guia Neto e Matusalém de Lima.
Eles estavam afastados desde que
apresentaram resultados positivos
no teste antidoping. Sebastião foi
pego em uma competição militar
em 2005 e fica suspenso até 17
de agosto deste ano. Já Matusalém teve problemas no dia 22 de
outubro de 2006, durante a realização de uma prova de rua. Ele já
estava afastado, preventivamente,
desde o último dia 29 de dezembro. Sua suspensão só termina em
28 de dezembro de 2008.
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Banco Central
esporte
Sapori d’Italia
Marcos Petti
A Bela e a Fera
O chef Marco Paulo
Peluso ensina a
preparar a sobremesa
O “amaro” do limoncello somado
ao leite condensado formam dupla
imbatível em típica sobremesa italiana
S
Fotos: Marcos Petti
ão Paulo – Um dos segredos desta sobremesa italiana, o Semifreddo di Limoncello, está na sua consistência cremosa.
Devido à presença de gordura [ele pode ser feito com nata
ou creme de leite], a sensação é de ‘derreter na boca’, até
se esquecendo que é um sorvete. Diferente do sorvete comum que,
geralmente, é feito com leite ou mesmo água e acaba tomando uma
consistência muito sólida em contato com as baixas temperaturas.
E não fosse a ajuda da gelatina não seria possível dar a firmeza
à sobremesa. A presença do leite condensado é percebida logo no
primeiro paladar, levando o gosto à tendência adocicada, bem à preferência do brasileiro. Mas o toque das raspas do limão siciliano...
Humm!!! Segundo a chef, Roseli Nanami, o limão siciliano é extremamente perfumado e tem menor teor de acidez.
— A casca tem um perfume bem pronunciado, diferente dos outros tipos de limões — compara.
— A história conta que esta sobremesa era tradicionalmente servida no inverno, ao contrário das nossas tradições de se consumir
sorvete nesse período — acrescenta o mineiro de Belo Horizonte há
cerca de três meses em São Paulo, Marco Paulo Peluso, do In Città
Magazzino Gastronomico.
O Semifreddo di Limoncello está chegando aos poucos à mesa
dos restaurantes para se tornar uma especialidade diferente da que
já estamos acostumados a saborear. Por conta disso, muito ainda vai
se falar sobre sorvetes, gelati e semifreddi.
— Durante anos, restaurantes ficaram reservados a sobremesas de
domingo para almoço de família. Os chefs mais importantes do Brasil
estão criando sobremesas sofisticadas e variações de sorvetes para
serem degustadas com saladas e pratos quentes — fala Peluso.
O limoncello, que serviu de acompanhamento meramente sugestivo para esta receita, é uma bebida muito consumida na Itália no
verão e corresponde no Brasil a um licor caseiro, segundo Peluso.
É feito pela infusão da casca do limão amarelo [parecida com a do
tipo siciliano encontrado no Brasil] e álcool de cereais. O limoncello
deve ser consumido moderadamente por causa de seu alto teor alcoólico, chegando a cerca de 32 por cento. Seu sabor varia de re-
Semifreddo di limoncello
500 ml de creme de leite fresco
1 lata de leite condensado
100 ml de limoncello
suco de 1 limão siciliano
raspas de limão
1 saquinho de gelatina em pó hidratada.
Modo de preparo:
Bater o creme de leite em ponto de chantilly, juntar o restante
dos ingredientes e levar ao freezer por 5 horas. Servir em taças ou
dentro da casca do limão siciliano, se preferir.
É uma receita rápida e fácil aos que apreciam o sabor do Limoncello. No lugar deste, pode-se trocar por qualquer outra bebida.
gião para região e cada família tem a sua receita, aliás, guardada
a sete chaves.
Revelações à parte, um fato curioso e a ser desvendado sobre a
bebida é que ela não deve ter a parte branca da casca do limão em
contato com o álcool.
A história do sorvete no mundo nos revela algumas curiosidades.
Segundo Nanami, pesquisas mostram que ele surgiu há cerca de três
mil anos pelas mãos dos chineses. A receita básica incluía neve, suco
de fruta e mel. Já outras pesquisas relatam que Alexandre, o Grande,
o introduziu na Europa e a receita se diferenciava da dos chineses. A
sobremesa era composta de salada de frutas embebida em mel e resfriada em potes de barro guardados na neve, certamente para mantêla bem gelada. Daí a origem da palavra em italiano: gelato.
Mas, em 1292, o desbravador italiano Marco Polo, em 1292, voltando da China para a Itália, trouxe na bagagem o consagrado macarrão e, finalmente, o sorvete feito com leite. A partir daí, ninguém
resistiu a esta doce delícia conhecida, hoje, como “gelato”. Atualmente, a iguaria é consumo nacional entre os italianos e, agora, está
associada ao Made in Italy. Irresistível.
Serviço: In Città Magazzino Gastronômico.
Rua Dr. Melo Alves, 651 – Jardins (SP). Tel.: (11) 3063-5707
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