Confindustria fortalece relação comercial com o
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Confindustria fortalece relação comercial com o
A M A I O R M Í D I A D A C O M U N I D A D E Í T A L O - B R A S I L E I R A www.comunitaitaliana.com.br Ano XIII – Nº 95 Esquerda festiva ISSN 1676-3220 R$ 7,50 Rio de Janeiro, abril de 2006 Prodi derrota Berlusconi Resultado mostra Itália dividida Voto no exterior decide eleição Confindustria fortalece relação comercial com o Brasil Witek Burkiewicz Abril de 2006 4 5 8 7Parliamone Editorial Hermanos, legislai por nós 22Notizie Cose Nostre Filme sobre Berlusconi é indicado para prêmio 24Saúde 38Decoração Marco Lucchesi Blok e Khliébnikov 12 46Sapori d’Italia Entrevista Gabriel Bahadian Reprodução Novo embaixador do Brasil na Itália, intensifica a cultura nacional na ‘bota’ Montezemolo leva 250 empresários ao Brasil e quer fazer do país a ponte italiana na América do Sul Kenia Hernandes CAPA Prodi é eleito na Itália Berlusconi esperneia, exige recontagem de votos, mas esquerda retorna ao poder Setur / Porto Seguro Porto Seguro Reprodução 34 26 Cidade baiana é paraíso dos italianos. Há cerca de mil deles que vivem na cidade Sem Wojtila Um ano depois da morte de João Paulo II, católicos ainda o reverenciam em todo mundo Reprodução 43 Ópera Festival do Amazonas completa 10 anos e homenageia a Itália 40 Ana Paula Torres 14 Confindustria COSE NOSTRE Julio Vanni ‘AMOR’ CANINO DIRETOR-PRESIDENTE / EDITOR: Pietro Domenico Petraglia (RJ23820JP) DIRETOR: Julio Cezar Vanni VICE-DIRETOR EXECUTIVO: Adroaldo Garani PUBLICAÇÃO MENSAL E PRODUÇÃO: Editora Comunità Ltda. TIRAGEM: 30.000 exemplares ESTA EDIÇÃO FOI CONCLUÍDA EM: 17/04/2006 às 17:30h DISTRIBUIÇÃO: Brasil e Itália REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Rua Marquês de Caxias, 31 Centro – Niterói – RJ – Brasil CEP: 24030-050 Tel/Fax: (21) 2722-0181 / (21) 2719-1468 E-MAIL: [email protected] SUBEDIÇÃO Luciana Bezerra dos Santos [email protected] REDAÇÃO: Giordano Iapalucci (repórter especial), Nayra Garofle e Rosangela Comunale REVISÃO / TRADUÇÃO Cristiana Cocco PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Alberto Carvalho FOTO DE CAPA Ricardo Stuckert / Arquivo Planalto COLABORADORES: Franco Vicenzotti – Braz Maiolino – Lan – Pietro Polizzo – Venceslao Soligo – Marco Lucchesi – Domenico De Masi – Franco Urani – Giovanni Meo Zilio – Fernanda Maranesi – Giuseppe Fusco – Beatriz Rassele CORRESPONDENTES: Guilherme Aquino (Milão) Ana Paula Torres (Roma) Renata Gonçalez (São Paulo) Comunità Italiana está aberto às contribuições e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, sendo assim, não refletem, necessariamente, as opiniões e conceitos da Revista. La rivista Comunità Italiana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori esprimono, nella massima libertà, personali opinioni che non riflettono necessariamente il pensiero della direzione. ISSN 1676-3220 Filiato all’Associazione Stampa Italiana in Brasile 4 U Hermanos, legislai por nós ma constatação podemos tirar das eleições italianas deste ano: a Itália foi promovida em todo o mundo. O principal marqueteiro desta campanha global foi, sem dúvida, o atual ex-premier Silvio Berlusconi. Desde o início da disputa eleitoral, com suas declarações de efeito e com a expectativa em torno dos debates entre ele e seu adversário vitorioso, fez deste o pleito mais assistido dos últimos tempos. A margem apertadíssima com que a esquerda do professor de economia Romano Prodi venceu serviu para codimentar ainda mais a bella pasta italiana. Nunca, na história, ouve tanta mobilização em torno de uma eleição que teve como decisivo o recém criado voto dos italianos no exterior. A esse propósito, segundo a imprensa italiana, o cavaliere havia ainda disparado a ofensiva: “questo Tremaglia è un coglione”. Visto que o atual ministro para os Italianos no Mundo foi o “criador” da lei que deu o direito aos cidadãos no exterior de votarem e perdeu para a esquerda a maioria no Senado. Dos 60 milhões de italianos e descendentes espalhados pelos continentes, somente 3 milhões tiveram a oportunidade de influenciar no rumo da história política da bota. Apesar dos 25 milhões de ítalo-brasileiros e da potência econômica e social que representa São Paulo, que chegou a ter metade da sua população de origem italiana no início do século passado, o país não conseguiu eleger nenhum representante. O resultado, que beneficiou a Argentina com dois senadores e dois deputados eleitos, surpreendeu até mesmo os mais céticos. A definição do cônsul Marco Marsilli de que “restiamo con l’amaro in bocca” é o sentimento de muitos que lutaram durante anos para defender os direitos dos ítalo-brasileiros. Perder para os argentinos é ainda pior. Diante disso, se procurarmos um culpado acharemos única e exclusivamente o Governo italiano. Durante décadas a política italiana só enxergou o país do tango na América Latina. Seus representantes quando aportavam por aqui confundiam o nome de nossa capital com Buenos Aires. O trabalho desenvolvido por lá é notório. Basta dizer que tinham o dobro de eleitores, devido ao maior número de consulados agilizarem o burocrático reconhecimento da cidadania. Nós passamos por diversas crises econômicas e nunca fomos lembrados. Lá, na crise que aportou há quatro anos, mais de 450 mil italianos compraram títulos públicos para ajudar o país a se reerguer. Também se arrependeram, pois tomaram calote. O que podemos esperar agora é que los hermanos legislem não só para o Pietro Petraglia seu eleitorado, mas para todo o continente. Editor M as não precisamos ficar tão tristes. Pelo menos temos um brasileiro eleito na Itália e pelos italianos de lá! Ele se chama José Luís Del Roio, tem 63 anos, nasceu em Bragança Paulista e milita desde os 17 pelo Partido Comunista. Dirigente do PCB desde 1960, ele se afastou do partido após o golpe militar. Fundou, junto de Marighella, a Aliança de Libertação Nacional (ALN), onde lutou com armas como forma de resistência. Se exilou no Chile e, depois do golpe de Pinochet, foi para a Argélia e em seguida foi para Moscou. Em 1975 voltou ao Brasil e juntou-se a Luís Carlos Prestes. Depois de um pedido de Prestes para levar farto material que documenta a história do PCB através da Fundação Giangiacomo Feltrinelli, em Milão, Del Roio nunca mais deixou a região da Lombardia, que o elegeu. Lá ele se casou e tem uma filha. Sua principal atividade, depois do mérito de ter sido durante anos o organizador do Archivio Storico del Movimento Operaio Brasiliano, é a de dirigente do Fórum Mundial das Alternativas, principal organização do Fórum Social Mundial. Sua rotina agora vai mudar porque, como ele mesmo afirma: “Temos uma maioria muito estreita no Parlamento. Meu voto pode ser decisivo em questões polêmicas”. A pesar de tanta vergonha política, o brasileiro tem motivos para se orgulhar. Com investigações profundas e capacidade de punir os responsáveis pela corrupção, o país vem demonstrando sua maturidade para o mundo. As instituições democráticas no país são sólidas e isso é observado quando, mesmo com meses de tensões, não se cogitam golpes ou ataques contra o Congresso. Nosso ministro da Fazenda Palocci cai e a economia se mantém em equilíbrio com o outro ítalo-brasileiro Mantega em seu lugar. Na América Latina é motivo de orgulho. Boa Leitura! EDITORIAL Entretenimento com cultura e informação COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 O milionário austríaco, Herbert Handler, de 50 anos, ficou desesperado com o seqüestro de sua cadelinha Grimaldi, em pleno centro de Viena, no inicio de abril. Segundo Handler, Grimaldi, que não tem uma só pulga, traz na orelha esquerda um reluzente diamante italiano Bulgari de três quilates, no valor de 60 mil euros (ou 73 mil dólares). A recompensa para o sortudo que achar o animal é a bagatela de 80 mil euros (aproximadamente 97,4 mil dólares), além da jóia. SOBREMESA COM CAFÉ EM NOME DO A SANTO Gelateria Parmalat e a Café Terra Brasil, empresa focada na produção e venda de cafés com blend’s especiais, firmaram parceria. A empresa vai desenvolver receitas exclusivas de sobremesas a base de café para o outono e o inverno nas lojas. Ao todo serão sete diferentes opções que poderão ser degustadas nas gelaterias a partir de maio. O clube italiano de Niterói realizou no último dia 02, festa em homenagem a São Francisco de Paula, protetor dos jornaleiros, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Carlos Henrique Segurase de Almeida, diretor de Assuntos Jurídicos da Instituição, e o jornaleiro Francesco Panaro foram homenageados. OBRIGADO, DOUTOR PINTURAS ITALIANAS A A partir de agora o serviço médico do Consulado Italiano no Rio de Janeiro será diário. As terças e sextas-feiras o atendimento acontece das 9h30 às 12h30. Nas segundas, quartas e quintas-feiras, o horário é das 14h às 16. Atualmente o serviço médico do Consulado atende cerca de 800 pessoas. Camargo & Balbino (Divulgação) FUNDADO EM MARÇO DE 1994 ‘JACARÉ’ PARA BERLUSCONI O filme sobre Silvio Berlusconi, do diretor Nanni Moretti, recebeu 13 indicações para o prêmio David di Donatello, edição 2006, da Academia Italiana de Cinema. “Il Caimano” (O Jacaré), apelido que setores da esquerda, inclusive a imprensa, deram ao primeiroministro da Itália. O longa retrata as tradições do cinema italiano de compromisso com a cidadania. A intenção de Moretti não é fazer com que as pessoas, e especialmente os eleitores, mudem de idéia em relação a Berlusconi, nem para assegurar ao público de esquerda as suas próprias certezas. Ele espera que o filme apenas suscite dúvidas. O fato é que mais do que dúvidas, a produção, que não deixa de ser bem-humorada, está causando polêmica, especialmente nesse período eleitoral. ITÁLIA EM JUNDIAÍ A 19ª edição da Festa Italiana de Jundiaí acontece de 20 de maio até 11 de junho, no bairro da Colônia, naquele município paulista. A festa é realizada pela comunidade italiana e pela paróquia do bairro desde 1987. ABRIL 2006 / A beldade acima é a oriundi Rafaela Zanella, de 19 anos, eleita a mulher mais linda do país, no concurso de Miss Brasil, realizado no último dia 08, no Rio de Janeiro. Além da coroa, a candidata gaúcha, que fala fluentemente a língua de seus antepassados, vai participar do concurso Miss Universo 2006 e pretende ser cirurgiã plástica. BRIGA DE VIZINHO I E m Nápoles, no sul da Itália, estão os vizinhos mais divergentes do país. Lá foi registrado o maior índice de pendências judiciais entre vizinhos, segundo a Associação Italiana dos Administradores Condominiais e Imobiliários. Os episódios de brigas entre condôminos estão cada vez mais freqüentes, mas a maioria dos litígios se resolve antes mesmo de chegar aos tribunais. Nos últimos cinco anos, o número de divergências entre condôminos cresceu muito, mas 73% se resolvem durante as reuniões de condomínio, outras 16% chegam a um acordo logo depois do início do processo judicial, enquanto apenas 11% chegam diante dos juízes. BRIGA DE VIZINHO II D urante o ano de 2003, 650 recursos envolvendo bate-boca entre vizinhos chegaram aos tribunais. Na média das capitais, como Roma e Milão, este índice não passou de 125. Os principais motivos das discussões são a utilização dos espaços comuns (24,6%), o excesso de barulho do vizinho (21,1%), as intervenções de manutenção extraordinárias (17,4%), os animais domésticos (16,4%), os orçamentos (10,6%) e a presença de animais de rua nos espaços dos condomínios (9,9%). Os casos que normalmente chegam aos tribunais são as divergências em relação à utilização dos espaços comuns (26%) e os orçamentos (22%). COMUNITÀ ITALIANA exposição Luz e Sombra na Pintura Italiana — Entre o Renascimento e o Barroco, que reúne 65 pinturas de artistas como Tiziano, Lorenzo Lotto, Tintoretto, Veronese, Guido Reni, Luca Giordano e Guercino, vai ficar até 30 de abril na Pinacoteca do Estado de São Paulo. A mostra inclui também obras de diversos artistas de outras regiões da Europa que viveram na Itália. A curadoria do evento ficou por conta de Vittorio Sgarbi, historiador e crítico de arte italiano. Pinacoteca do Estado. Mais informações pelo telefone (11) 3229-9844. COMO EM 1960... A Itália quer sediar os Jogos Olímpicos de 2016 e escolherá entre Roma e Milão como cidade sede. Segundo o presidente do Comitê Olímpico Italiano, Gianni Petrucci, a Itália é forte esportivamente e os recentes Jogos de Inverno em Turim, no nível organizacional, foram os melhores da história, segundo o site do jornal Gazzetta dello Sport. A próxima Olimpíada será realizada em Pequim, em 2008, enquanto os Jogos de 2012 serão em Londres. Roma, capital italiana, recebeu a Olimpíada de 1960 e concorreu pelos Jogos de 2004, que foram em Atenas. NOITE ITALIANA D ia 3 de maio, o Bistrô Itália, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, fará uma noite italiana com o Trio Agosto. Aliás, a casa vem promovendo todas as quartas-feiras música instrumental de primeiríssima qualidade. Imperdível. 5 con l’Avvocato Giuseppe Fusco [email protected] LA SOSPIRATA VIA MATERNA arliamone, ma senza molta polemica. Ci atteniamo ai fatti, alle leggi e alle sentenze. Cominciamo così, tanto per riagganciarci ad un precedente commento, dicendo cose tutto sommate già note. Partiamo da vicino per andare lontano. Con la Legge 21/04/1983, art. 5, è stato stabilito che è cittadino italiano il figlio di padre e madre cittadini con l’obbligo di opzione nell’ipotesi di doppia cittadinanza espressa dall’art. 26, comma 2º, della Legge 91/92. La stessa legge, all’art. 1, lettera a) dice che è cittadino italiano per nascita il figlio di padre e madre cittadini. Tuttavia, all’art. 20, si escludono gli effetti retroattivi. Pertanto, per i nati prima del fatidico 1 gennaio 1948, la fattispecie è disciplinata purtroppo dall’abrogato art.1, comma primo n.1 della arcinota legge n.555/1912 nel testo risultante dalla sentenza di illegittimità costituzionale n. 30 del 1983. Il problema è il seguente: la sentenza della Corte Costituzionale produce effetti nelle ipotesi in cui l’escluso dal riconoscimento della cittadinanza sia nato in epoca anteriore all’entrata in vigore della Costituzione repubblicana e se invece deve essere considerato cittadino italiano fino dalla nascita, oppure, a partire dal 1/1/1948. La risposta non è semplice, tuttavia si può senza dubbio affermare che esiste un chiaro contrasto tra la legge e la Costituzione della Repubblica. Parliamone meglio: la legge 555 del 13/06/1912, all’art. 1 stabiliva l’acquisto della cittadinanza per forza del rapporto di filiazione di padre cittadino. Abbiamo già detto che la sentenza della Corte Costituzionale, la n.30 del 9/ 2/83, dichiarò incostituzionale l’art. 1 della citata legge nella parte in cui escludeva la linea materna per conflitto con l’art. 3, comma 1º e con l’art. 29, comma 2º della Costituzione. Perché? Perché ferisce il principio dell’uguaglianza davanti alle legge senza distinzioni di sesso, razza, religione, opinioni politiche, condizioni personali e sociali. Ma anche perché è obbligo dello Stato rimuovere ostacoli di ordine economico e sociale che, limitando di fatto le libertà e l’uguaglianza dei cittadini, impediscono il pieno sviluppo della persona umana e la effettiva partecipazione di tutti i lavoratori all’organizzazione politica, economica e sociale del Paese. Inoltre, art.29, comma 2º: uguaglianza morale e giuridica dei coniugi, i diritti della famiglia come società naturale fondata sul matrimonio, ordinato sull’uguaglianza morale e giuridica dei coniugi e dell’unità familiare. Un altro interessante problema giuridico risulta essere il seguente: i limiti della retroattività delle dichiarazioni di incostituzionalità. Detti limiti sono regolati dall’art. 136, comma primo della Costituzione, e dall’art. 30, comma terzo della Legge n. 87 del 1953 che dice: 6 la dichiarazione di incostituzionalità fa venire meno l’efficacia della norma dal giorno successivo alla pubblicazione della decisione. L’art. 136 della Costituzione afferma infatti che quando la Corte dichiara l’illegittimità costituzionale di una norma di legge o di altra avente forza di legge, la norma cessa di aver efficacia dal giorno successivo alla pubblicazione della decisione. Pertanto non ci sono dubbi che dal giorno della sentenza (17/02/ 1983) tutti i nati da madre italiana dovevano aver acquisito ex lege la cittadinanza italiana iure sanguinis per discendenza materna. Tuttavia, una certa giurisprudenza ha stranamente limitato tali effetti ai soli nati dopo l’entrata in vigore della Costituzione della Repubblica. In questo senso, Cassazione n.1707/1963; Cassazione-Sezioni Unite n.2702/1963 e n.3226/63; Cassazione n.1959/1969; Cassazione n.2222/71; Cassazione n.903/1978 Esiste, poi, la Circolare n. K 60.1 del Ministero degli Interni, che interpreta la legge 05.02. 1992 n. 91) alla luce del parere n.105, Sezione V, del Consiglio di Stato emesso il 15.04.1983. Nella Circolare si stabilisce che è possibile attribuire la cittadinanza solo alle persone nate dopo il 01.01.1948 da donna cittadina. Perché? Ecco come il burocrate del Ministero lo spiega: in quanto l’efficacia del giudicato costituzionale non può retroagire oltre il momento in cui si è verificato il contrasto tra la norma di legge e il principio costituzionale. Il principio costituzionale stabilito in epoca successiva alla norma (legge 555/1912), che appunto contrasta con esso, è entrato in vigore in data 1/1/1948: da tale considerazione si è voluto far derivare che prima di questa data non esisteva alcun contrasto con il dettato costituzionale. Insomma, un’interpretazione puramente amministrativa che contrasta totalmente con l’essenza della questione: la cittadinanza deve essere riconosciuta perché il diritto di sangue non può essere annullato da leggi limitative e da interpretazioni ‘autentiche’ di carattere meramente tecnico/burocratico. Il sangue italiano scorre o non scorre nelle vene. Tutto il resto ferisce il principio di contraddizione: una cosa non può essere allo stesso tempo giusta o sbagliata considerata dallo stesso punto di vista. Comunque, per chi vuole saperne di più, ecco qualche suggerimento positivo: — Sentenza della Corte di Cassazione 1, 10 luglio 1996, n.6297: ‘Status di cittadino italiano iure sanguinis al figlio legittimo di madre cittadina nata prima del 1/1/1948’. Effetto della sentenza 9/02/83 n.30 della Corte Costituzionale. Fulcro: retroattività delle sentenza della C.C. — Sentenza della Cassazione n.10086 del 19/11/1996 — Sentenza del Tribunale di Torino del 12/04/1999 — Sentenza Cassazione, Sezione Prima, 22/11/2000 n.15062 — Decisione Corte Costituzionale n.87/75. Acervo Memorial do Imigrante P COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 Quando se pensa em Itália, as referências são as melhores. Quando você anuncia na ComunitàItaliana a referência passa a ser a sua empresa. ComunitàItaliana 12 anos Para falar com nossos representantes, ligue (21) 2722-0181 ou escreva para [email protected] ... Alberto Carvalho PARLIAMONE Marco Lucchesi - Articolo Blok e Khliébnikov L a Dama e il Mondo Il Simbolismo in Russia realizza con Aleksandr Blok il suo più elevato destino. Per Marina Tzvietáieva, Blok non era appena il poeta, ma l’incarnazione della Poesia, la più completa vocazione dopo Pushkin. Un destino luminoso... E come le notti bianche di Pietroburgo, dove nacque, e la trasparente Montsalvat che sognò, la sua opera coincide, in trasparenza e grandezza, con un delicato principio musicale. Da questo principio dipende il suo appello, di fronte ad un’inattingibile Beatrice — la bellissima Dama, prekrasnoia Dama —, la cui ombra non si traduce volendo neanche nel salto dantesco, fra dimensione ontica e meta-ontica, dal Paradiso all’Empireo. La Dama di Blok abita la distanza allo stato puro, e si traduce con parusia o mimesis neoplatonica, dove il reale si allontana infinitamente dal Modello, dall’Idea o dalla Verità. Un neoplatonismo vivo, soggiogato dalla nostalgia della luce (svietlaia radost’), accennando verso una remota possibilità di ritorno (epistrophé) al Principio dei principi. La Dama è festeggiata nella liturgia della vita, e i suoi vestigi devono essere cercati, ad ogni gesto e la mattina presto, nel desiderio insoddisfatto e nel dramma dell’aspettativa. No templo de naves escuras, celebro um rito singelo. Aguardo a Dama Formosura à luz dos velários vermelhos. À sombra das colunas altas, vacilo aos portais que se abrem. E me contempla iluminada Ela, seu sonho, sua imagem. All’ombra delle alte colonne Vacillo ai portali che si aprono E illuminata mi contempla Lei, il suo sogno, la sua immagine Sono affabili i ceri, o Sacra! Dolce il tuo viso splendente! Non sento suono o parola, Ma so, Diletta — sei qui presente.] (trad. de Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman) C’è il vestigio di un’assenza. E, comunque, un viso, allo stesso tempo fisico e metafisico, prossimo e distante. Era, questa, la dialettica di Soloviev — le cui idee fanno parte dell’universo mentale di Blok. Ma a tutto questo si aggiunge un diapason teosofico-simbolista, que ripercosse sulla ricezione dello stesso Blok, della sua lettura personale (lichnost’) e della sua opera, nei termini di una visione pluralistica e universale, retta da motivi segreti, attingibili appena attraverso la latenza del simbolo. Come disse il filosofo e critico Volynsky, il fenomeno a cui aderisce il simbolismo possiede una logica propria, idealista, nel quale “o visível e o invisível, o finito e o infinito, o real sensível e o místico apresentam-se reunidos numa indissolúvel unidade, como signos inalienáveis de dois mundos que se ligam um ao outro”. [il visibile e l’invisibile, il finito e l’infinito, il reale sensibile e il mistico si presentano riuniti in una indissolubile unità, come segni inalienabili di due mondi che si legano l’uno all’altro] La Dama vive nell’alto dei cieli e nelle profondità della terra, in valli e montagne, invisibile, indiretta, raggiungibile appena da specchi e enigmi. Principio-creatore nella Natura, la Dama regge l’armonia del Cosmo e domanda chiavi e interpretazioni per lasciarsi comprendere, in termini apofatici, negativi. Per Blok, dobbiamo risaltare E il poeta non è altro che colui che scrive in versi, “aquele que estabelece uma harmonia entre o som e a palavra” [colui che stabilisce un’armonia fra suono e parola] , il mare e la montagna, la voragine e gli elementi. Ma tutto questo, in Blok, in una lingua depurata, che si appoggia in un gioco dalle ampie vocalizzazioni, dagli accenti contrari, consonanti aspre e dolci, nell’uso dislocato del dativo e del genitivo. Altre novità riposano nel ritmo e nelle rime, nell’uso degli enjambements (che aumentano o riducono il flusso delle idee), così come nelle delicate assonanze, di quello che i futuristi russi — in un’altro contesto — chiameranno nebbia della parola, e che per Blok costituiva il tentativo simbolista di associare principi equivalenti, formando vasti paesaggi (e vertiginosi) in un solo verso, per raggiungere una ragione pitagorico-musicale, già oscura e nascosta, e rivelata adesso, stranamente, in una specie di nebbia numinosa. Ancora non è il momento del “buco nel cielo di carta”, che Pirandello identificò come la differenza fra la tragedia antica e la tragedia moderna. La prospettiva di Blok era tutt’altra. Cosa che non impedisce un parallelo: Khliébnikov usa sempre lo stesso piano. Come il Pagliaccio di Rouault. Lascia lo scenario al contrario. È un altro il suo infinito. Abbiamo adesso galassie di segni e costellazioni di numeri che formano la spina dorsale dell’Universo. Non esistendo niente oltre questo. La scrittura giammai trascende la dimensione del crittogramma, della metonimia, delle complesse analogie e degli osati paralleli. È caduta la quarta parete. Khliébnikov non oggettiva l’Arlecchino. Lo assorbe strutturalmente, in quanto maschera sonora. Interessante l’osservazione di Angelo Ripellino: “os vertiginosos confrontos e a repetição de nomes-guias instauram na dispersiva desordem uma álgebra de correspondências, uma densidade de correlatos, a soberba de um sistema” [i vertiginosi confronti e la ripetizione di nomi-guida instaurano nel dispersivo disordine un’algebra di corrispondenze, una densità di correlati, la superbia di un sistema]. Vediamo in Khliébnikov un esempio marcante: Dostoievismo de nuvem fugaz! [Dostoievismo di nuvola fugace! Pushkínotas de um lento meio-dia! Pushkinote di um lento mezzogiorno A noite tiucheviza sempre mais, La notte tiuchevisa sempre più cobrindo de infinito as cercanias. Coprendo le vicinanze d’infinito.] Un paesaggio d’ombre. Derivato e remissivo. Un paesaggio surreale, che corrisponde alle ricorrenti nomenclature e ai più svariati nomi-guida di Khliébnikov. Come sappiamo, la struttura assume un posto di distacco tra formalisti e futuristi. Nella pittura, è la fine del trompe l’oeil. Braque non credeva alle cose, ma alle relazioni mantenute tra loro. Kandinski guarda dieci volte la tela, una la tavolozza, e mezza la natura. Così in Mosca vista dalla finestra. Stravinsky riconosce il valore delle note nel loro insieme, nella loro ottava, nell’intervallo da loro occupato. Compara la musica alla matematica. Khliébnikov — nel suo linguaggio transrazionale (Zaúmny iaýk) — rielabora il tutto anche lui. Andando in direzione della “notte etimologica”, dei sottostrati dimenticati delle parole, declinandole internamente, si dedica ad ognuna di esse come un archeologo innamorato, e cerca la legge immanente dei segni. L’anello mancante tra suono, concetto e immagine. La parola assumendo il primo piano della letteralità, della literatúrnost. La poesia come vero eroe della poesia. Verbo del Verbo. Terre inesplorate di Parolaria. (testo originale in portoghese di Marco Lucchesi tradotto da Anna Palma) Abituatomi a questa casula Della maestosa Sposa Eterna Per le cornici fuggono Deliri, sorrisi e leggende. Witek Burkiewicz Acostumei-me a esta casula da majestosa Esposa Eterna. Pelas cornijas vão em fuga delírios, sorrisos e lendas. [Nel tempio dalle scure navate Celebro un rito semplice Aspetto la Bellissima Dama Alla luce dei rossi velari. São meigos os círios, Sagrada! Doce o teu rosto resplendente! Não ouço nem som, nem palavra, mas sei, Dileta — estás presente. “a harmonia das forças cósmicas. A ordem é o Cosmos, em oposição à desordem, ao Caos. Do Caos nasce o Cosmos, o Mundo, como ensinavam os antigos. O Cosmos é parente do Caos, como as altas ondas do mar são parentes das montanhas...” [l’armonia delle forze cosmiche. L’ordine è il Cosmo, in opposizione al disordine, al Caos. Dal Caos nasce il Cosmo, il Mondo, come insegnavano gli antichi. Il Cosmo è parente del Caos, come le onde alte del mare sono parenti delle montagne...] 8 COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 ABRIL 2006 / COMUNITÀ ITALIANA 9 Opinione Articolo Franco Urani 10 sue profonde carenze di gestione della pubblica amministrazione. Nel caso del petrolio, l’estrazione brasiliana ha presentato difficoltà enormi. La Petrobras era stata costituita quando gli unici giacimenti conosciuti erano quelli assai modesti del Reconcavo bahiano. Inutili e costose ricerche furono effettuate in terra ferma, specie a S. Paulo ed in Amazzonia ed il successo cominciò a profilarsi mondiali per le ricerche e estrazioni sottomarine. Alla riduzione dei costi di produzione corrispose – sia pure con grandi oscillazioni – un notevole aumento dei prezzi internazionali, con conseguenti risultati di gestione altamente positivi che consentono di investire somme ingenti in piattaforme marittime, petroliere, oleodotti, metanodotti, in tecnologie sempre più avanzate di sonde (che raggiungono ormai il fondo marittimo anche a 2.000 m. di profondità e ne estraggono il petrolio che spesso dista altri 2.000 m. dal fondale), in ricerca di nuovi campi petroliferi. A questo riguardo, assai favorevoli paiono le potenzialità delle piattaforme marittime continentali dello Stato di Espirito Santo e di Santos che potrebbero sommare al doppio di quelle di Campos. Altro settore nel quale la Petrobras ha mantenuto il monopolio e che si sta sviluppando a ritmo sostenuto è la raffinazione del petrolio. Le attuali 11 raffinerie erano state predisposte per la lavorazione preminente del petrolio leggero importato, mentre quello estratto a Campos è perlopiù di tipo pesante. Da qui, la necessità di scambi onerosi di petrolio pesante con leggero di altri Paesi. E’ di questi giorni la notizia che una grande raffineria per il petrolio pesante verrà realizzata dalla Petrobras ad Itaboraì, Stato di Rio de Janeiro, con previsione di assorbimento di migliaia di impiegati, parallela costituzione di industrie petrochimiche e servizi. Altro aspetto favorevole della produzione petrolifera, di cui finora ha soprattutto usufruito lo Stato di Rio de Janeiro ed i Municipi più prossimi ai locali estrattivi, è il pagamento delle royalties, che hanno trasformato il Municipio di Macaè e consentito varie azioni sociali al Governo di Stato. Gravi e assai preoccupanti per l’umanità sono i rischi ambientali connessi all’estrazione, trasporto e raffinazione del petrolio, nonché alla combustione dei suoi derivati. Anche in relazione all’entità eccezionale degli utili della Petrobras (il suo costo di estrazione deve superare di poco i US$ 20 al barile, contro US$ 70 del prezzo di vendita internazionale al quale essa si attiene anche per sostenere i grandi investimenti a cui si è sopra accennato), è doveroso pretendere che essa affronti — per quanto di sua competenza — con priorità e rigore tutti i complessi problemi connessi alla preservazione dell’ambiente in cui opera, che è di speciale bellezza e ricchezza biologica. Reprodução N el 1953 il Presidente brasiliano Getulio Vargas costituiva la Petrobras, azienda di stato preposta alla ricerca, estrazione e raffinazione del petrolio. Chi mai avrebbe potuto prevedere gli ingenti incrementi avvenuti da allora della popolazione brasiliana (da 50 a 190 milioni di abitanti), dei mezzi motorizzati (oggi oltre 30 milioni di auto, camion, moto, trattori, oltre a motori marittimi e stazionari), la costituzione ed espansione dell’industria petrolchimica, che hanno più che decuplicato nel cinquantennio trascorso il fabbisogno brasiliano di petrolio? I consumi di petrolio hanno raggiunto ora gli 1,8 milioni di barili al giorno, quindi 650 milioni di barili all’anno per un valore equivalente a 45 miliardi di dollari al prezzo internazionale attuale di US$ 70 al barile, ormai completamente coperti dalla produzione nazionale. E, per il 2010, si prevede una produzione di 2,3 milioni di barili al giorno con necessità nazionale di 2 e possibilità di esportare l’eccedenza valutabile a circa 7 miliardi di dollari all’anno. I consumi di petrolio potrebbero essere ancora maggiori se i governi brasiliani, dal 1950 in poi, non avessero parallelamente predisposto un vasto piano di costruzione di impianti idroelettrici che sopperiscono a quasi il 90% delle necessità energetiche abitative, urbane ed industriali del Paese, il piano di produzione dell’alcol combustibile oggi impiegato per circa la terza parte del fabbisogno di carburante automobilistico, se da qualche anno non si fosse scoperta la grande potenzialità e ridotto inquinamento del metano. Esso veniva prima bruciato nell’estrazione del petrolio ed oggi è totalmente utilizzato e portato ai locali di utilizzo mediante una rete in continua espansione di gasdotti con provenienza anche da Bolivia ed Argentina e in futuro Venezuela. Analogamente, grandi prospettive si possono prevedere per il recentissimo programma bio-diesel che prevede la miscelazione con il diesel derivato dal petrolio dell’olio di ricino, di soja e forse anche di varie palme dell’Amazzonia che potrebbero essere razionalmente piantate lungo i fiumi della regione, con trasporto dei cocchi su chiatte ed industrializzazione alla foce. Nessuna paese del pianeta presenta possibilità di produzione di energia idrica e vegetale comparabili al Brasile, e si tratta indubbiamente di uno dei motivi che inducono ad avere fiducia in questo grande Paese, nonostante le dagli anni ’80, con la scoperta dei giacimenti della piattaforma sottomarina continentale di Campos, Stato di Rio de Janeiro. Nel periodo 1985/95 la produzione stazionò sui 600.000 barili al giorno (1/3 dell’attuale), in quanto la Petrobras aveva il monopolio del settore, mancando così gli stimoli a progredire, ed i risultati finanziari della gestione non erano tali da incoraggiare pesanti investimenti. E’ con il Governo F.H. Cardoso che ha avuto inizio la svolta, con la cessione Petrobras di parte dei presunti campi petroliferi sottomarini a multinazionali del settore e, per competere con esse, fu costretta a razionalizzare gradualmente la sua gestione, assurgendo ormai come una delle più qualificate industrie COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 Ora i nostri problemi saranno risolti Ezio Maranesi A lcuni hanno vinto, altri speravano di vincere e sono stati delusi, altri ancora correvano per il gusto di farlo e si sono divertiti. Ma non è il caso di parlare dei corridori, vincitori o vinti. È ovvio che tutti loro avrebbero meritato i circa 20.000 euro mensili (stipendio e prebende varie) che noi contribuenti pagheremo ai vincitori. È più interessante capire le motivazioni per le quali i candidati correvano. Oltre, naturalmente, al senso della patria, all’ambizione e allo stipendio. Ricorrente, nelle piattaforme elettorali presentate, la dichiarazione di impegno a migliorare i servizi consolari. Si vuole che i consolati siano più attenti ai bisogni del cittadino italiano. Si vuole anche che i consolati siano in grado di evadere, subito, le migliaia di richieste di nuove cittadinanze. La performance dei consolati è migliorata parecchio negli ultimi anni; merito delle nuove leve di consoli. Si può fare sempre meglio ma, obiettivamente, i mezzi sono scarsi. Avrei dato il mio voto al candidato che avesse detto: mi batterò affinché la legge che concede la cittadinanza sia cambiata. Che chi la richiede sia soggetto ad un esame di lingua italiana, di geografia dell’Italia e – perché no? – di fede italiana. Che la cittadinanza sia tolta a chi non la merita. Che sia data la cittadinanza al marocchino che lavora onestamente in Italia e paga le tasse, e non al pronipote dell’emigrato che cerca solo di facilitare il suo viaggio a Orlando. Quante persone conosciamo, oriundi di terza o quarta generazione, che hanno o potrebbero avere a termini di legge la cittadinanza italiana, ma non hanno l’Italia nel cuore? Sono italiani i famosi 25 milioni di oriundi che vivono in Brasile o i 60 milioni che popolano il mondo? La retorica rituale vieta di dire con semplicità le cose come stanno. Suscita ben altre emozioni dire luoghi comuni in forma enfatica, roboante, patriottica e immaginare il tricolore sventolato da 60 milioni di persone nei cinque continenti. L’altro punto forte della piattaforma elettorale suona cosí: gli italiani all’estero devono avere gli stessi diritti degli italiani d’Italia. Cosa sacrosanta, in linea di principio. Quando si tratta di italiani DOC, e non di quelli che lo sono diventati per convenienza. Eroe è stato il trisnonno, che ha varcato l’oceano nel 1890 perché in Italia non c’era polenta per tutti. A lui l’Italia dovrebbe molto, se vivesse ancora. Al pronipote l’Italia non deve nulla. Ansa Il Brasile raggiunge l’autosufficienza nella produzione petrolifera È vero: ci sono italiani indigenti che vanno aiutati, ma sarebbe stato meglio dare ai patronati parte del costo che stiamo sostenendo per mandare a Roma 18 parlamentari. Si è parlato poco, nelle piattaforme elettorali, di misure a favore dei giovani. L’italiano di seconda generazione, il figlio dell’emigrato, potrà anche avere la cittadinanza italiana ma diverrà straniero se non sarà attratto culturalmente e sentimentalmente nel nostro giardino. Abbiamo quindi votato non tanto i programmi elettorali, che hanno poco fondamento, bensí la simpatia verso un candidato o l’idea politica che ciascuno di noi coltiva. Si ha la sensazione, e siamo in tanti ad averla, che si voglia dare alla presenza italiana nel mondo una dimensione surreale che non ha. Ci sono 3,5 milioni di cittadini italiani nel mondo, ma quando si parla di “altra Italia” ci riferiamo ai 60 milioni di oriundi. Essi possono anche avere simpatia e propensione per tutto ciò che è italiano, ma italiani non sono. Si parla sempre dei nostri “problemi” e io mi chiedo quale siano veramente questi problemi. Vediamo. Gli emigrati recenti vivono fuori dall’Italia per lavoro o per convenienza; potrebbero tornare e non lo fanno. Essi non sono un problema. I pronipoti di terza o quarta generazione sono ormai inseriti nelle comunità dove sono cresciuti; cosa dovrebbe fare l’Italia per loro? La seconda generazione, cioè i figli dei recenti emigrati, meriterebbero maggiore attenzione. Ma di essi, come ho appena detto, le varie piattaforme hanno parlato poco Sarebbe interessante conoscere, ed è un dato che non ho trovato, quanti sono, tra i 3,5 milioni di cittadini italiani, quelli di prima, seconda e successive generazioni. La conoscenza di questi dati ridimensionerebbe notevolmente il nostro problema. C’è molta retorica attorno a questo argomento e si ha l’impressione che esso sia un grande orto nel quale tanti vogliano raccogliere qualcosa; i politici o gli amministratori italiani che vengono in missione, tipo vacanza, ed i nostri attivisti locali, che ora si improvvisano politici allargando le fratture già esistenti nella nostra comunità già disunita. Avremmo preferito solo liste indipendenti, di cittadini conosciuti, stimati e poco ingaggiati nella politica. Era sacrosanto il nostro diritto di votare senza dover andare in Italia. Non era invece necessario eleggere 18 parlamentari che andranno a Roma a difendere cause che solo la retorica ha costruito. Entrevista Saudável invasão italiana Missão de empresários da Bota veio ao Brasil disposta a revigorar as relações bilaterais em vários setores Ana Paula Torres Correspondente • ROMA A Fotos: Reprodução dhemar Gabriel Bahadian, novo embaixador do Brasil na Itália, assumiu o seu novo cargo no início de janeiro. Após cerca de três meses, já é possível notar grandes mudanças na prestigiosa sede romana de Palazzo Pamphilj, que em 2005 foi comandada pelo ex-presidente Itamar Franco. Nascido em 22 de outubro de 1940, no Rio de Janeiro, Bahadian possui uma rica carreira diplomática, o que o torna figura fundamental para trabalhar na reaproximação de Brasil e Itália. Entre suas funções mais recentes, destacam-se a representação junto à Organização Mundial do Comércio e o cargo de Cônsul em Buenos Aires. Durante entrevista à Comunità, o Embaixador contou da colaboração na missão empresarial italiana e da programação cultural oferecida gratuitamente pela Embaixada ao público em geral. Também falou de política e da emoção de voltar à terra de sua avó como representante do Brasil. 12 Comunità Italiana — Com a sua nomeação, o Brasil volta a ter um embaixador com uma importante carreira diplomática em seu currículo. Quais teriam sido as intenções do presidente Lula ao propor seu nome para a sede de Roma? Adhemar Gabriel Bahadian — Estou certo de que minha designação pelo presidente Lula, por indicação do ministro Celso Amorim, tem por objetivo aprofundar os laços de amizade e intercâmbio entre o Brasil e a Itália, dando continuidade ao trabalho de meus ilustres antecessores. CI — Que impressões possui da Itália? Bahadian — Conheço a Itália e quero conhecê-la melhor ainda. Tenho profundo respeito por sua importância na formação de nossa cultura em seu sentido mais amplo. Estou a ela ligado por laços inclusive familiares. Minha avó materna foi uma imigrante italiana. Tenho especial orgulho de voltar à terra dela como representante de um país que a acolheu como a milhares de outros italianos. CI — Então esse cargo possui um valor especial? Bahadian — Sim. Ser embaixador do Brasil na Itália é a consagração de uma carreira profissional. É uma designação que muito me honra. CI — Como é que o senhor vê a delicada situação da política atualmente no Brasil? Bahadian — Em toda democracia a transparência do debate público tende a revigorar o compromisso do estado com o desenvolvimento social e econômico do país. CI — Acha possível a reeleição de Lula este ano? COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 Bahadian — Acho que ainda é cedo para se antecipar o debate eleitoral. Lembremo-nos do saudoso Ulysses Guimarães quando nos ensinava que a política é como as nuvens que mudam a cada momento. CI — Com sua experiência em assuntos comerciais e relações internacionais, como é que o senhor avalia a viagem dos empresários italianos ao Brasil, que ocorreu de 27 a 31 de março? Bahadian — Espero que tenha sido o início de uma retomada de investimentos italianos no Brasil, de encontros proveitosos entre empresários de pequenas e médias empresas e de jointventures satisfatórias para ambos os lados, utilizando-se inclusive os mecanismos das parcerias público-privadas, recentemente aprovados pelo Congresso brasileiro. CI — Qual foi o número de empresários que participaram dessa missão? Bahadian — A missão conta com cerca de duzentos empresários. Foi a primeira tentativa da Itália de retomar a marca "Itália" no Brasil. A Itália perdeu posição de investimentos no Brasil nos últimos anos, se comparada a Espanha e Portugal. Do lado brasileiro, quem organizou a viagem foi a Fiesp, e no lado italiano, a Confindustria. Nós, tanto governo brasileiro, como italiano, manifestamos apoio a essa iniciativa. CI — De que modo a Embaixada do Brasil colaborou? Bahadian — O apoio institucional que a Embaixada do Brasil pôde dar à missão empresarial foi o de trabalhar na facilitação da concessão de vistos permanentes para investidores. Desde que eu cheguei na Itália, no início de janeiro, procurei trabalhar junto às autoridades da Farnesina para ver se nós conseguíamos dar ao investidor que vai para o Brasil, sobretudo o pequeno e médio, facilidade para que ele possa ter um visto de residência, que o permita trabalhar como se brasileiro fosse. Esse é um problema que os investidores em geral possuem, porque, sem este visto, eles são obrigados a ter um sócio brasileiro, o que às vezes complica um pouco. Nós fizemos um acordo com as autoridades italianas e quando houver um investimento de no mínimo 50 mil dólares no Brasil, o investidor poderá receber o visto ainda na Itália. CI — Mas 50 mil dólares não é pouco? Bahadian — É que nós estamos procurando estimular exatamente as médias e pequenas empresas. As grandes empresas como Fiat, Pirelli, não precisam desse tipo de coisa. Nós queremos estimular o pequeno empresário, porque a estrutura da Itália é basicamente esta. A intenção é de facilitar a vida do pequeno investidor, também visando que ele se associe ao pequeno empresário brasileiro. Outro ponto fundamental, é a questão do risco-Brasil, que atualmente é classificado em claro descompasso com a realidade econômico-financeira do País. Hoje em dia, a classificação do risco brasileiro pelo Banco Central italiano faz com que os bancos italianos sejam obrigados a reter 15% do valor emprestado para investimentos no Brasil, em ABRIL 2006 / Gabriel Bahadian, em seu escritório, no Palazzo Pamphili, sede da embaixada do Brasil em Roma depósito não-remunerado, encarecendo demais os custos de financiamento. CI — Quais seriam os setores de maior interesse? Bahadian — A Confederação empresarial italiana está procurando combinar setores tradicionais no intercâmbio comercial entre o Brasil e a Itália, como máquinas, madeira, móveis de madeira, auto-peças e alimentos, com setores novos, que apresentam alta tecnologia, como aeronáutica, aeroespacial e eletrônica. CI — Passando agora à Embaixada do Brasil em Roma, quais iniciativas estão sendo organizadas para o público em geral? Bahadian — Em março demos início a "Música brasileira na sala Palestrina", uma programação com concertos mensais, sob a orientação do maestro Sílvio Barbato, diretor musical e regente titular da Orquestra sinfônica do Teatro Munici- Bahadian — O primeiro concerto foi realizado pelo pianista Sérgio Monteiro, jovem radicado em Milão que tem se destacado no cenário musical brasileiro, sul-americano e europeu. Ele foi selecionado para integrar a Academia internacional de piano, no lago de Como, aqui na Itália. Para abril teremos a apresentação da soprano Andrea Ferreira, que vai interpretar obras de renomados compositores brasileiros, como Carlos Gomes e Villa Lobos, ao lado de nomes clássicos como Rossini e Mozart. Essa soprano paulistana, formada em Canto e Piano pela Universidade Estadual Paulista, é um dos nomes mais promissores no cenário da ópera brasileira e já coleciona alguns prêmios importantes como o "Prêmio Eldorado de Música" e a vitória no "III Concorso di Canto Maria Callas". CI — Existem outros projetos em andamento? Bahadian — Outra iniciativa que está tendo bastante sucesso é "Cinema Brasileiro na Piazza Navona". Trata-se de uma série de projeções gratuitas de filmes, documentários e shows de artistas brasileiros em dvd, realizadas no Centro de Estudos Brasileiros, da Embaixada do Brasil. Dentro da programação de março, tivemos a primeira mostra "Cine Mulher", organizada em parceria com a Associazione Culturale Nuovi Orizzonti Latini. CI — E para abril, qual será a programação? Bahadian — Para abril continuaremos com as projeções de shows como "Musicalmente", show histórico de Vinicius de Moraes, Toquinho, Tom Jobim e Miúcha, "Vai Passar", de Chico Buarque, "Maricotinha ao vivo", de Maria Bethânia, Ney Matogrosso interpretando Cartola, além de obras raras como o especial de Elis Regina, gravado em 1973, e o show "Danado de Bom", do rei do Baião, Luiz Gonzaga, de 1984. Também teremos a exibição de filmes como "O homem que copiava", de Jorge Furtado, "Bicho de sete cabeças", de Laís Bodanzky, "Narradores de Javé", de Eliana Caffé, e "Deus é brasileiro", de Cacá Diegues. Como você vê, nossa intenção é de divulgar a cultura brasileira em seus mais variados aspectos. ‘Espero que seja o início de uma retomada de investimentos italianos no Brasil’ pal do Rio de Janeiro. As apresentações acontecem no prestigioso cenário da Sala Palestrina, no interior do Palácio Pamphilj, sede da nossa Embaixada, aqui em Roma. Nossa proposta é de divulgar músicos eruditos brasileiros na Europa, além de valorizar um dos mais tradicionais espaços musicais de Roma. A Sala Palestrina homenageia o célebre compositor Pier Luigi da Palestrina. A história desse espaço se confunde com a própria história da música erudita aqui na capital, pois este palácio, no passado, foi sede da Academia Filarmônica Romana. CI — O senhor poderia falar um pouco dos músicos escolhidos para esta programação? COMUNITÀ ITALIANA 13 Fotos: Kenia Hernandes Economia A missão de Montezemolo Grupo de 250 empresários italianos visita Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre com um único objetivo: marcar o Brasil como a principal extensão dos negócios da Itália na América Latina Ana Paula Torres R Correspondente • ROMA — “Estou muito contente por este encontro". Estas são as primeiras palavras de Luca Cordero di Montezemolo ao encontrar os jornalistas brasileiros em Roma, poucos dias antes de embarcar para o Brasil. "Fui ao Brasil pela primeira vez quando tinha 18 anos, hoje tenho 58". E, assim, o presidente da Confindustria começa a falar da sua ligação com o país. "Quando terminei o segundo grau e fiz o exame de estado, recebi como prêmio uma viagem para Argentina e Brasil. Era na década de 60, fiquei apaixonado pelo Brasil. Lembro-me de tantas coisas, de Ouro Preto, Bahia, Rio e São Paulo. Depois, comecei a ter contato com o Brasil por uma casualidade. Eu me 14 OMA tornei diretor esportivo da Ferrari e ia a Interlagos e Rio", continua, explicando como o Brasil sempre esteve presente na sua vida. "Depois, passei para a Fiat e trabalhei para o nascimento da filial em Minas Gerais, por isso agora vou ao Brasil para festejar os 30 anos de Fiat lá, onde somos líderes de mercado. Naquele período tive uma namorada brasileira, de Campinas". Uma época em que Montezemolo foi administrador da Cinzano e dos conseqüentes contatos no Brasil, das suas amizades com Pelé e João Havelange, do cargo de presidente da Ferrari e os contatos com Rubens Barrichello e Felipe Massa. A história de Montezemolo com o Brasil vai além da amizade com celebridades. Ele lidera um grupo de empresários que buscam no Brasil o melhor porto para negócios bilaterais com a Itália. Consolidar a presença das empresas italianas no mais importante mercado da América Latina foi o principal objetivo da missão empresarial, organizada pela Confindustria (Confederação das Indústrias Italianas), ABI (Associação Bancária Italiana), ICE (Instituto para o Comércio Exterior), com o apoio do Ministério das Atividades Produtivas e em colaboração com as associações empresariais e industrias brasileiras, como a Federação das Indústrias do estado de São Paulo (Fiesp) e Federação das Indústrias do estado de Minas Gerais (Fiemg). De 27 a 31 de março, os 250 empresários italianos sob a guarda de Montezemolo visitaram Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre para conhecer as oportunidades oferecidas pelo mercado brasileiro e realidade das áreas produtivas e dos setores de maior desenvolvimento da economia local. Além de Montezemolo, participaram da delegação ministro das Atividades Produtivas, Claudio Scajola, o vice-ministro, Adolfo Urso, e dos presidentes do ICE, Umberto Vattani e da ABI, Maurizio Sella. A missão teve como objetivo incrementar os fluxos recíprocos de investimento e as relações comerciais, com uma atenção especial no suporte às pequenas e médias empresas. A viagem ao Brasil ocorreu após o convite que o presidente Luís Inácio Lula da Silva fez aos empresários italianos, por ocasião de sua visita a Roma, em outubro do ano passado, durante o fórum econômico "Destino Brasil: novas oportunidades para as empresas italianas". Naquela ocasião, Lula citou os dados das relações comerciais entre Itália e Brasil e anunciou o desejo de aumentar as iniciativas entre os dois países. Lula também declarou que o Brasil tem "muito que aprender" com as empresas italianas, mas é capaz de oferecer produtos de qualidade e mão-de-obra qualificada. Falou do crescimento brasileiro, do controle da inflação, do desenvolvimento sustentável, das reformas das leis tributárias para facilitar as relações comerciais e concluiu convidando os empresários italianos a investir sempre mais no Brasil. Pouco antes de seu pronunciamento, Montezemolo, na recepção à Lula, no ano passado, o presidente da Fiat tinha declarado grande satisfação pela visita do presidente brasileiro: — Estamos felizes por poder acolher um homem político que possui conhecimento direto, profundo e verdadeiro da indústria. Isso porque o senhor se formou e viveu por muitos anos em uma fábrica, uma fábrica automobilística, infelizmente a Volkswagen e não a Fiat, mas conhece perfeitamente os mecanismos que levam à criação do valor em uma cadeia produtiva — declarou o presidente da Confindustria. — Saudamos principalmente o símbolo de uma mudança rápida nas hierarquias entre países, mercados, classes sociais que a nossa geração tem a sorte de se ver realizar — concluiu. Naquele mesmo encontro 2005, Paulo Skaf, presidente da Fiesp, assinou, em companhia de Luca di Montezemolo, um acordo que visava o apoio às pequenas e médias empresas dos dois países e a realização de iniciativas destinadas ao incentivo recíproco de fluxos de investi- COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 O primeiro fala em “mudança nas hierarquias entre países, mercados, classes sociais"; o segundo, em "relação afetiva com o Brasil". Acordos bilaterais amadurecidos têm tudo para dar certo mento em áreas de interesse prioritário, como infra-estruturas, agroindústria, eletrônica, eletrotécnica, moda, design e turismo. Além desses setores, as indústrias italianas têm interesse na construção civil, portos, logística e transportes. O interesse manifestado pelas empresas italianas colocou o Brasil como prioridade estratégica no quadro das iniciativas internacionais da Confindustria. Para Montezemolo, o Brasil possui as vantagens de ter uma cultura muito próxima à italiana, crescimento econômico e importantes tradições de relações entre italianos e brasileiros, "desde a época de Matarazzo". Sobre o problema nos mercados, provocado por fenômenos como a China, o presidente da Confindustria disse que se fará "uma grande aliança" entre as empresas italianas e brasileiras a favor de uma "concorrência leal" nos mercados, com "regras claras" de comportamento. MINAS E SÃO PAULO, ‘ALMA ECONÔMICA’ Os empresários italianos possuem uma visão bastante otimista do Brasil, considerando-o um "terceiro ocidente", ao lado da União Européia e dos Estados Unidos. Investiram 4 bilhões de dólares no Brasil nos últimos anos. Porém trata-se de resultados muito insatisfatórios, já que a Itália é somente o oitavo parceiro comercial do Brasil, com apenas 5 bilhões de dólares de intercâmbio. A delegação italiana visitou as cidades de Belo Horizonte e São Paulo, duas áreas que, segundo a Confindustria, representam bem o tecido econômico e industrial do país. A capital mineira foi a primeira etapa por apresentar potencialidades para novos investimentos. Os italianos consideram que se trata de uma área com indústrias desenvolvidas, boa infra-estrutura, mão-de-obra qualificada, administração pública eficiente e disposta a incentivar a chegada de novos investidores estrangeiros. Em Minas Gerais, já estão instaladas há anos várias empresas italianas, como: Fiat, Telecom Italia, Segafredo Zanetti, Ferrero e o distrito da madeira de Uberlândia. Em Belo Horizonte, foi realizado um seminário dedicado às oportunidades de investimento no estado, organizado em colaboração com a ABRIL 2006 / Fiemg, que contou com a presença do governador Aécio Neves. O encontro forneceu um quadro completo sobre os planos de incentivos fiscais oferecidos pelo governo estadual e as possibilidades de se realizar uma colaboração entre o setor público e o privado. Também foram ressaltados os setores que atualmente oferecem maiores perspectivas, que seriam: agroindústria, produção de móveis, eletrônica e eletrotécnica, logística e infra-estruturas, autopeças e mecânica instrumental, química, principalmente no campo de fertilizantes, e produção de jóias. ‘O interesse em intensificar os contatos com o Brasil continuará independentemente de quem será eleito presidente’ Na segunda etapa da viagem, na capital paulista, o fórum econômico Ítalo-brasileiro, organizado em parceria com a Fiesp, contou com a presença de várias autoridades, entre as quais, o presidente Lula. A mais articulada atividade missão italiana em território brasileiro. Foi o momento do lançamento oficial de uma forte e renovada mensagem de interesse das empresas italianas em se tornarem parceiras de referência para o Brasil, com o objetivo principal de promover um salto de qualidade nas relações econômicas entre os dois países. Relações que deverão ser ativadas não somente do ponto de vista comercial, mas através do incremento dos investimentos italianos e da realização de partnerships e joint ventures. Além do fórum, em São Paulo também foram realizados workshops, com a intenção de favo- COMUNITÀ ITALIANA recer um confronto mirado entre interlocutores italianos e brasileiros, além de definir projetos específicos de colaboração. Os setores técnicos tratados foram: infra-estrutura, agroindústria, moda e design, colaboração financeira, construção civil, ambiente, e o modelo italiano de sustento às pequenas e médias empresas. A delegação institucional encontrou tanto o atual presidente do Brasil, como o candidato do PSDB [partido do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso] às próximas eleições: Geraldo Alckmin. Vários membros da missão afirmaram que o interesse em intensificar os contatos com o Brasil continuará independentemente de quem será eleito presidente. Além de Belo Horizonte e São Paulo, uma parte da delegação demonstrou interesse em visitar Porto Alegre e conhecer as oportunidades oferecidas pelo Rio Grande do Sul. Federexport, Assindustria Vicenza, Assindustria Verona e Piccola Industria di Confindustria organizaram a etapa a pedido do consórcio export, em colaboração com a Federação das Indústrias do estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Nas três capitais visitadas, foram organizados encontros bilaterais entre as empresas italianas e brasileiras, tratando-se do verdadeiro momento de negócios da missão, onde empresários italianos puderam conhecer empresários brasileiros e ativar contatos e propostas de colaboração. Entre as inúmeras empresas italianas que participaram da missão, estavam presentes sociedades como Anas S.p.a, a maior em gestão de rodovias na Itália, Cassina S.p.a, produtora de Poltrona Frau, um dos maiores nomes em design de móveis de luxo, Danieli & C., que está instalando uma siderúrgica no Ceará com investimentos de 300 milhões de dólares, Ferrovie dello Stato, implantação de trens de alta velocidade, com uma primeira linha entre Brasília e Belo Horizonte, e projeto para o trecho São Paulo-Guarulhos, Snaidero Engineering & Trading S.p.a., uma das mais renomadas marcas de móveis, especialmente cozinhas, já está com uma fábrica em Uberlândia, produzindo para o mercado americano. 15 Economia Economia Fotos: Kenia Hernandes Em ‘Sampa’, otimismo e sem ‘paura’ Missão italiana ignora crise política no Brasil, mostra confiança no país e firma vários acordos durante encontros com empresários, em São Paulo Renata Gonçalez S Especial para Comunità ÃO PAULO — O otimismo de duas nações que, ao menos na economia, resolveram olhar para o mesmo horizonte foi a tônica da segunda etapa do Fórum Brasil-Itália, ocorrida no auditório da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista, nos dias 29 e 30 de março. O evento serviu de oportunidade para que cerca de 650 pequenos e médios empresários, entre os quais 250 italianos e 400 brasileiros, realizassem um amplo intercâmbio comercial, sobretudo nos campos da construção civil, indústria têxtil, design e arquitetura, entre outros. Mais de 1.600 encontros foram agendados pela organização do Fórum. Ao longo dos dois dias, algumas parcerias públicas e privadas foram firmadas entre empresas de grande porte dos dois países. Os investidores italianos estão confiantes na economia brasileira e vêem na baixa cotação do risco-país (que tem se mantido abaixo dos 300 pontos) um fator de garantia para bons negócios. Uma das principais parcerias foi assinada pelo grupo Maire Tecnimont, cuja sede fica em Roma, com as brasileiras Odebrecht e a Petroquímica Paulínia. O acordo vai viabilizar a nova unidade de produção de polipropileno em Paulínia, interior de São Paulo, e que deverá entrar em fase de pré-operação até o final de 2007. O investimento previsto é de 240 milhões de dólares. Outros empresários italianos aproveitaram a oportunidade para manifestar o desejo de realizar futuras parcerias com o Brasil. É o caso da Anas 16 (Associação Nacional de Auto-Estradas) e da Ferrovia dello Stato, que participaram de workshop com o secretário de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo, Martus Tavares. A Anas, por meio do presidente Vincenzo Pozzi, revelou interesse durante o encontro em investir em território brasileiro nas áreas de construção e gestão de estradas, modernização da rede rodoviária e assistência técnica. Já a Ferrovia dello Stato, por meio de seu porta-voz Giovanni Rocca, responsável pelas atividades internacionais da estatal italiana, mostrou ter os olhos voltados para projetos de transporte ferroviário, entre eles o metrô de São Paulo e um expresso que interligaria o Centro da capital paulista ao Aeroporto de Guarulhos. Brasil, principal parceiro da Itália em 2006. Pelo menos é assim que a Confederação das Indústrias Italianas (Confindustria) elegeu o Brasil, segundo seu presidente, Luca Cordero Mon- tezemolo, que também preside a Fiat e a Ferrari. Ele se pronunciou logo após a exibição de um documentário sobre a indústria brasileira, qualificada no vídeo como “l´industria più diversificata dell´America Latina”. — Brasil é o melhor investimento — enfatizou Montezemolo, que lembrou de empreendimentos italianos mais do que bem-sucedidos no Brasil, como os gigantes Fiat, Pirelli e a Tim — É quase um mercado doméstico. Temos em comum casos excepcionais de acordos bilaterais, a indústria, a cultura, o futebol e a Fórmula Um — emendou, em tom de brincadeira, sugerindo a união das bandeiras italiana e brasileira no domingo seguinte ao encontro, quando seria disputado o Grande Prêmio da Austrália, em Melbourne. Para o ministro das Atividades Produtivas da Itália, Claudio Scajola, Brasil e Itália possuem mercados que podem competir no exterior “sem comprometimento de qualidade”. Ele destacou a vinda da Simest, sociedade financeira da Itália que atua na promoção e desenvolvimento das empresas italianas no exterior e que tem como sócio majoritário o ministério comandado por Scajola, como importante fator que irá favorecer o “Made in Italy”. A fusão entre matéria-prima brasileira e mão-de-obra especializada vinda da Itália foi também citada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Luiz Fernando Furlan, que em seu discurso fez questão de mencionar ser um político brasileiro de origem italiana. São os casos das pedras preciosas brasileiras que, segundo o ministro, fariam excelente parceria com os designers de jóia italianos. — Poucos sabem, mas a bresaola [tipo de carne embutida italiana] é feita com carne importada do Brasil — exemplificou. DE PORTAS ABERTAS Convidados otimistas, anfitrião mais otimista ainda. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, discursou de modo expansivo e à vontade, demonstrando que a tumultuada substituição no Ministério da Fazenda — ocorrida às vésperas da etapa paulista do Fórum Brasil-Itália — em nada havia abalado seu entusiasmo em receber a delegação italiana. — Vocês acreditam no Brasil? Então vocês precisam aportar definitivamente no Brasil! — DESEMPENHO BRASIL X ITÁLIA O saldo comercial entre Brasil e Itália praticamente dobrou nos últimos três anos. Em 2003, foi registrado superávit de US$ 476 milhões, contra US$ 855 milhões em 2004 e US$ 948 milhões em 2005. Entre 2003 e 2005, a taxa média anual de crescimento das exportações do Brasil para a Itália foi de 21,1%, enquanto que as importações cresceram em média 9%. Itália ocupou a 9ª posição das exportações brasileiras nos dois primeiros meses de 2006, somando US$ 553 milhões, com crescimento de 15,1% em relação ao mesmo período de 2005. As importações obtiveram pequeno acréscimo de 1,1% no primeiro bimestre de 2006 em relação ao mesmo período do ano anterior, montante que equivale a US$ 342 milhões em compras. COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 Costruttori di macchine agricole puntano al mercato internazionale N Maurizio Sella, presidente da ABI disse Lula no auditório da Fiesp, recebendo em seguida muitos aplausos. Mediante possíveis críticas sobre a abertura comercial do Brasil aos empresários italianos, o presidente relembrou outras políticas de comércio exterior que foram inicialmente mal vistas, mas que depois obtiveram bons resultados. — Foi assim quando fiz minha primeira viagem à Espanha, quando visitei os países árabes e quando reconheci a China como uma grande economia de mercado. Ou quando disse que a China e a Índia são dois gigantes que têm de ser olhados com seriedade — disse. A obtenção do visto de entrada permanente no território brasileiro por parte dos investidores italianos que trouxerem recursos produtivos ‘Vocês acreditam no Brasil? Então vocês precisam aportar definitivamente no Brasil!’ LULA, EM DISCURSO NA FIESP ao Brasil foi a mais concreta medida anunciada por Lula durante o evento. Segundo o presidente, qualquer investidor que trouxer no mínimo 50 mil dólares poderá requerer o visto de residência permanente no país diretamente da Itália. O fim da retenção de 15% dos recursos aplicados no Brasil, provisão que era prevista por parte do credor por conta do risco de se investir no país, é mais uma vitória comemorada por investidores italianos. — Conseguimos reduzir esta taxa a zero graças ao rumo que a economia vem seguindo — afirmou o presidente da Associação Bancária Italiana (ABI), Maurizio Sella. — Brasil já não assusta — finalizou. Quanto às denúncias de corrupção que acompanham o governo Lula, Montezemolo foi enfático: — Prefiro não fazer nenhum comentário sobre esse assunto. ABRIL 2006 / oi rappresentiamo i costruttori di macchine agricole e siamo una voce importante nel campo meccanico italiano. Siamo secondi solo agli USA in quanto volume, ma siamo certamente i primi in diversificazione di produzione — ha dichiarato Massimo Goldoni. In seguito ha spiegato che buona parte della produzione è esportata verso i paesi europei, le Americhe e l’Asia. — Siamo presenti in 30 paesi come esportatori, perché abbiamo una grossa flessibilità nel sistema produttivo, con circa 3 mila aziende in Italia, responsabili della produzione di macchinario che varia dai trattori, alle attrezzature, dalle macchine per giardinaggio, a quelle per il movi- mento terra e per costruzioni — spiega Goldoni. — La nostra produzione, a partire dal dopoguerra ha seguito il passo dell’agricoltura molto diversificata, portando molto sviluppo all’irrigazione, alla fertilità dei terreni difficili, come in Africa — e continua — questa produzione la vediamo integrata nel settore primario, perché l’agricoltura in tutti i paesi, come in Brasile, è un po’ la prima fase dell’economia, da lì si dà origine a tutto il resto delle catene produttive e distributive. Goldoni conclude dicendo: — Noi ci sentiamo molto vicini, per vari motivi, a quella che è la mentalità del settore agroalimentare del Brasile e con il quale abbiamo grandi affinità culturali e mentali. Legami di amicizia facilitano affari I l presidente dell’Ice, Umberto Vattani, parla della missione imprenditoriale e della collettività italiana in Brasile. CI — Cosa c’è di nuovo in questa missione? Vattani — Una caratteristica di questa missione è che da una lato abbiamo il settore pubblico e dall’altro il privato. Abbiamo anche l’ABI, che comprende tutti gli istituti di credito. Questa missione è importante perché mette insieme la competitività, la capacità, la conoscenza dei problemi che tutti insieme sono in grado di presentare e di tentare di risolvere. La parte pubblica ha la responsabilità di favorire sempre più la presenza di imprese italiane all’estero e gli investimenti dall’estero in Italia, perché oggi non si tratta solo di esportare, ma di creare alleanze e partnership. CI — Come Lei vede il problema dell’assenza di banche italiane in Brasile? Vattani — Il sistema creditizio italiano ha sentito il bisogno, anni fa, di ristrutturarsi, di ripensare il suo modo di impegnarsi sui mercati internaziona- li, e questa attività ha portato anche ad una diversa distribuzione delle loro sedi per il mondo. CI — L’immagine dell’Italia in Brasile contribuisce al Vostro lavoro? Vattani — Qui in Brasile l’immagine reale dell’Italia corrisponde perfettamente alla straordinaria struttura nel campo della ricerca scientifica, dei beni strumentali e nei prodotti di consumo. Non c’è un settore in cui il prodotto italiano non si affermi, per qualità e per contenuto tecnologico. CI — Merito anche della collettività italiana presente in Brasile? Vattani — Sì, credo che tutto questo non sarebbe possibile se non ci fosse questa grande collettività italiana, che ha fatto sì che questa immagine fosse così positiva. Con il Brasile condividiamo valori, aspettative, il culto dell’amicizia, della cordialità, ci vogliamo gustare la pace, piuttosto che alimentare conflitti. C’è un po’ la gioia di stare insieme e questo credo che sia il sentimento più forte, il cemento di questa grande amicizia italo-brasiliana. Crescita per l’agroindustria in Brasile U go Calzoni, direttore generale dell’Ice, ha aperto la sessione dedicata all’agroindustria sottolineando che il Brasile può guardare alla filiera italiana con grande fiducia. Il settore è caratterizzato dalla tecnologia, ricerca, qualità dei prodotti, e da piccole e medie imprese con grande capacità imprenditoriale. Pietro Castelli invece ha detto: — Il Brasile rappresenta sicuramente una grande opportunità, che oggi però è un’ipotesi, non una realtà, perché i dati sono poco lusinghieri — e continua — salvo qualche eccezione non c’è presenza di prodotti dell’industria alimentare italiana qualificata, come c’è in tanti altri paesi. — Il Brasile rappresenta una scelta strategica non solo in quanto paese, ma anche come un punto di riferimento di maggiore possibilità all’interno del continente per raggiungere poi tutti i paesi limitrofi — afferma ancora Castelli. IMPORT-EXPORT ENTRE BRASIL E ITÁLIA Principais produtos exportados para a Itália - café, couro, minério de ferro, grãos de soja, celulose, carne bovina, borracha, pelas e equipamentos dos setores metalúrgico e aeronáutica. Principais produtos importados da Itália - óleo diesel, motores diesel e semidiesel, máquinas e aparelhos mecânicos e automobilísticos, produtos químicos e medicamentos. COMUNITÀ ITALIANA 17 Economia Confindustria in Brasile Alla fine del mese di marzo, esattamente dal 27 al 31 marzo, si è svolto in tre città brasiliane il Forum imprenditoriale tra Italia e Brasile. Un incontro che ha portato ad un salto qualitativo nei rapporti economici bilaterali, che in questi ultimi anni si erano allentati Giordano Iapalucci I circa 250 imprenditori accompagnati dal presidente della Confindustria, Luca Cordero di Montezemolo, dal ministro delle Attività Produttive, Claudio Scajola, dal vicepresidente per la piccola industria Giuseppe Morandini, dal presidente dell’Associazione Bancari Italiani (ABI), Maurizio Sella e dal presidente dell’Ice (Istituto per il commercio estero), Umberto Vattani, tra i tanti, hanno partecipato ad una due-giorni a Belo Horizonte, la prima città toccata da questo tour, per poi prendere parte agli oltre 1700 incontri organizzati a San Paolo dal 29 al 30 marzo e terminare il 31 nella capitale dello stato di Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Si è discusso 18 soprattutto di agroindustria, desing, edilizia, ambiente e elettronica. La stuttura economica italiana è fatta di piccole e medie imprese. Esistono sì, grandi multinazionali, ma la spina dorsale, come l’ha definita il ministro Scajola, si basa su imprenditori che decidono di investire e di scommettere su di loro senza appoggiarsi a grandi colossi industriali o commerciali. La missione italiana in Brasile punta proprio sul sostegno internazionale a queste realtà aziendali che spesso fanno più fatica delle grandi aziende nell’imporsi al di fuori dei confini italiani. Il mercato italiano, come per certi versi quello europeo se escludiamo quello dell’est, è saturo. L’espansione, sia per motivi geografici, sia per motivi demografici, arriva ad un punto in cui cresce ma con tassi non certo altissimi. Tesi questa confermata dal presidente di Confindustria. — Noi sappiamo che la partita non si gioca in Europa ma si gioca al di fuori di questa. Noi italiani abbiamo molta voglia di crescere qui in Brasile e nonostante sia per noi un mercato geograficamen- ‘Abbiamo fissato un calendario di incontri che partirà a ottobre con la delegazione imprenditoriale brasiliana a Roma’ UMBERTO VATTANI COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 L’Italia vede nel Brasile un grande mercato d’investimenti fino ad ora poco sfruttato. Attualmente l’Italia occupa un poco incoraggiante 10º posto in termini di investimenti diretti esteri in Brasile. Un numero che non corrisponde certo alle grandi opportunità offerte dalla solidità dell’economia brasiliana, dalla straordinaria ricchezza italiana e dal positivo clima di lavoro che qui trovano tutti gli imprenditori italiani. — Il commercio tra Brasile e Italia corrisponde a circa 5 miliardi e mezzo di dollari. Il numero può sembrare non grandissimo ma dobbiamo riconoscere il potenziale che può nascere tra i due paesi vista la grande integrazione culturale — ha fatto notare il presidente della Fiesp, Paulo Skaf. Non è poi mancata la presenza dei grandi gruppi imprenditoriali come la Fiat, la Tim e la Pirelli. Quest’ultima sta dimostrando una grande voglia di continuare ad investire nel paese sudamericano. — Il Brasile si è dimostrato capace di mantenere la stabilità economica e questo ha portato all’inaugurazione a metà marzo di un nuovo polo produttivo a Gravataí, nello Stato di Rio Grande do Sul, per pneumatici camion e bus con 500 dipendenti la cui capacità sarà di 12 mila tonnellate l’anno, che si sommeranno alle 64 già esistenti — ha voluto mettere in risalto il presidente della Pirelli, Giorgio della Seta. Ma la stagione della cooperazione tra i due paesi non si è certo conclusa nella “cinque giorni” brasiliana. Dopo la visita del presidente brasiliano Lula nell’ottobre scorso, questo appuntamento non è stato altro che un altro passo per rilanciare i rapporti tra i due paesi che, come ha definito Montezemolo, si erano un po’ affievoliti in questi ultimi anni. Sono infatti già previsti nuovi e importanti appuntamenti per il prossimo autunno (europeo) in Italia. — Abbiamo fissato un calendario di incontri e approfondimenti che te lontano, per tantissimi alpartirà a ottobre con la tri aspetti è quasi un mercadelegazione imprenditoto domestico vista la storia, riale brasiliana a Roma, le tradizioni e la cultura che successivamente si svolgeci accomunano — ha comranno incontri alla Fiera di mentato Montezemolo. Milano a febbraio (‘07) e Il Forum Italia-Brasile a marzo (’07) alla Fiera di rientra nella strategia itaSan Paolo in Brasile — ha liana dell’appoggio pubPirelli, il presidente Giorgio della Seta illustrato il presidente delblico alla internazionalizannuncia nuovi investimenti in Brasile. l’Ice, Umberto Vattani. zazione delle imprese nel In alto, il presidente di Confindustria, Il governo italiano, inprocesso di espansione del Luca Cordero di Montezemolo tanto, ha comunicato che sistema territorialmente integrato e complementare nei prodotti e servizi nei prossimi mesi saranno prese importanti deprestati come è quello tipicamente italiano dei cisioni per incentivare gli investimenti italiani “distretti industriali”, che nel corso degli anni in Brasile. Il ministro delle Attività Produttive italiano ha fatto sapere che è già stato previsto ha dimostrato di essere assai efficiente. — Il sostegno pubblico rappresenta un vero e uno stanziamento di circa 10 milioni di euro dal proprio valore aggiunto per un paese come il no- Comitato Interministeriale per la programmaziostro, in cui ci sono in grande maggioranza piccole ne economica (Cipe), organo ufficiale che stabie medie imprese che quando si affacciano sui mer- lisce le linee generali di politica economico-ficati esteri si trovano a fronteggiare nuove oppor- nanziaria italiane. La stessa Simest (la finanziatunità ma anche molte difficoltà — ha dichiarato il ria pubblico-privata per l’internazionalizzazione delle imprese italiane) ha firmato un’intesa con ministro alle Attività Produttive, Claudio Scajola. ABRIL 2006 / COMUNITÀ ITALIANA flashes NÃO DERAM BOLA PARA PALOCCI E mbora ocupe o sexto lugar entre os parceiros comerciais do Brasil e o décimo entre os países investidores, a Itália aparentemente deu pouca relevância à saída do ministro da Fazenda do Brasil, Antônio Palocci, um ítalo-brasileiro, cuja família possui cidadania italiana. Os principais jornais e agências noticiosas da Península fizeram apenas pequenas menções em suas edições eletrônicas. Na Itália, a família com o sobrenome Palocci está concentrada especialmente na região do Lazio. Também há pequenos núcleos em Marche, Emilia Romagna e Friuli Venezia Giulia. ALIÁS... A Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria de São Paulo aponta que o giro comercial entre Brasil e Itália, nos últimos anos, movimentou cerca de 5 bilhões de dólares. O fluxo das relações comerciais não somente das grandes empresas italianas já presentes no país, como também das pequenas e médias empresas, aumentou 20% nos últimos três anos. Entre os principais produtos que o Brasil exporta estão: a borracha, produtos alimentícios, couro, peças e equipamentos dos setores metalúrgico e aeronáutico. Já entre os importados, estão produtos químicos, medicamentos e equipamentos dos setores eletro-eletrônicos, metal-mecânico e automobilístico. la Banca nazionale per lo sviluppo (BNDES) per facilitare l’utilizzo di linee di credito a medio termine a tasso agevolato da parte degli investitori italiani. — Per favorire la crescita degli investimenti, se il Brasile manterrà i significativi miglioramenti degli indicatori economico-finanziari e di debito, come è prevedibile, già dal prossimo giugno la Banca d’Italia ridurrà gli accantonamenti richiesti alle banche dal 15 allo 0 per cento — ha dichiarato il ministro Claudio Scajola. Anche le autorità brasiliane si sono pronunciate in merito ad alcune misure per agevolare gli investimenti nel proprio paese. Chi per esempio, investirà in Brasile un minimo di 50 mila dollari potrà richiedere direttamente in Italia il visto di permanenza. A chiusura del Forum, il presidente brasiliano Luiz Inácio Lula da Silva ha incoraggiato gli imprenditori italiani a credere nel Brasile come il paese ideale per gli investimenti. — A voi italiani che siete venuti numerosi all’inizio del secolo XX, mi sento di dirvi: credete in noi e investite qui. Quando siete arrivati avevate poco, ma siete riusciti e ci avete aiutato a montare un grande commercio e una grande industria. Vedrete che i vostri affari saranno ottimi come lo sono stati quelli dei vostri connazionali che vi hanno preceduto. Sarete sempre ben accolti — ha concluso Lula. 19 Economia Relazione produttiva tra Brasile e Italia Intervista al ministro delle Attività Produttive, Claudio Scajola Dalla Redazione N ato ad Imperia il 15 gennaio del 1948 e laureato in giurisprudenza, l’attuale ministro della Attività Produttive italiano, Claudio Scajola, ha rappresentato il governo italiano nell’importante Forum imprenditoriale Italia-Brasile di fine marzo a cui era presente anche il presidente della Confindustria e della Ferrari, Luca Cordero di Montezemolo. Ha, inoltre incontrato personalmente il presidente Lula e il ministro dello Sviluppo, Industria e Commercio Estero, Fernando Furlan per discutere dell’avvicinamento delle relazioni commerciali e di collaborazione industriale tra i due paesi. Dopo un incontro con il presidente della Petrobrás, José Sergio Gabrielli, in cui ha discusso una collaborazione nella politica energetica, Comunità ha intervistato il ministro Scajola sotto la pergola della piscina del Copacabana Palace. ComunitàItaliana — È la prima volta che viene in Brasile? Claudio Scajola — Si, è la prima volta. Siamo molto vicini alle elezioni, gli impegni di governo sono pressanti ma era utilissimo essere presenti a questo incontro combinato in occasione della visita di stato di Lula a Roma a ottobre. Avevamo preso l’impegno che in pochi mesi avremmo messo insieme la nostra Confindustria, la Fiesp 20 e gli imprenditori italo-brasiliani per scambiare iniziative di commercio e industria. Quindi un viaggio molto veloce, di soli due giorni. Siamo però riusciti ad essere presenti a Belo Horizonte per i festeggiamenti del 30esimo anniversario della nascita della Fiat do Brasil; a San Paolo per il convegno sull’internazionalizzazione e sugli investimenti dell’Italia in Brasile e poi qui a Rio con Petrobras per parlare di politica energetica e di possibili investimenti comuni: in Brasile sulle esplorazioni a grande profondità nel mare per il petrolio dove la Saipem ha una tecnologia di avanguardia e di primordine nel mondo e poi sui nuovi gasdotti con interesse per le nostre aziende in questo settore. Poi ci siamo soffermati con particolare attenzione sui bio-carburanti: biodiesel e bioetanolo, dove il Brasile è leader al mondo con un’esperienza ultratrentennale e dove l’Italia, nella diversificazione energetica, è interessata ad aprire questo percorso. Gli studi brasiliani sostengono che il costo dei biocarburanti è inferiore di 1/3 al costo del petrolio ed è su costi simili a quelli del gas. Quindi è una fonte interessante, rinnovabile e quindi inesauribile. CI — Come considera la politica commerciale tra i due paesi? Scajola — I rapporti si sono intensificati, crescenti e sono significativi per entrambe le parti. Vediamo aziende italiane come la Pirelli e la Fiat che sono un po’ le motrici di questo processo. Deve crescere ulteriormente . Abbiamo annunciato ieri a San Paolo, con grande soddisfazione del presidente Lula, che l’Italia da giugno farà passare il rischio Brasile dalla categoria 2 a categoria 0. Questo significherà che le aziende italiane che intendono investire qui non dovranno più subire l’accantonamento bancario del 15%, che passerà a zero. Dopo questo annuncio la platea ha interrotto il discorso con un fragoroso applauso. CI — Il ministro Fulan ha citato la mancanza di voli diretti per l’Italia vista la quantità di italiani. Pensate di intervenire su questo aspetto? Scajola — Nell’incontro bilaterale che abbiamo avuto non sono stati evidenziati questi aspetti. Nel suo intervento ha detto riguardo all’ulteriore possibilità di incremento che ci deve essere tra i due paesi. Sono molto soddisfatto dell’accoglienza che loro riservano all’Italia, questo significa che gli italiani qui si sono fatti molto ben volere, significa che i 25 milioni di italiani che sono venuti in cento anni hanno prodotto un grande consenso nei confronti dell’Italia. Lula e Furlan hanno poi apprezzato l’opera di internazionalizzazione e di aiuto. CI — Come è nato questo incontro? Scajola — Lula è venuto in Italia ad ottobre. In realtà abbiamo avuto poco tempo per organizzare questo Forum ma il Sistema Italia in Brasile ha risposto bene. I risultati sono stati positivi. Più di 1700 incontri tra imprenditori sono avvenuti in due giorni. CI — Come valuta la politica di questo governo per gli italiani all’estero e di questo voto all’estero? Scajola — Questo è il governo che ha dato il voto all’estero. Ci ha lavorato Tremaglia, si sono impegnati i parlamentari della Repubblica. Siamo riusciti a fare questo perché c’è il momento favorevole. Ovvero una buona considerazione dell’Italia nel mondo che valutiamo da un dato: l’export. Nella zona extra-UE è cresciuto del 7,6%. Se voi andate per le strade di New York come quelle di San Paolo, di Bucarest, le vetrine e i ristoranti sono pieni dei prodotti italiani. Si inserisce molto bene il voto degli italiani all’estero. C’è stato chi ha detto una cosa molto azzeccata: gli italiani nel mondo sono 120 milioni, 60 giocano in casa e gli altri fuori. Questi’ultimi hanno svolto un ruolo ottimo all’immagine dell’Italia nel mondo. ‘Una rivista importante per il Sistema Italia’ COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 Assolan compra Etti por R$ 90 milhões Com o novo investimento, a receita da empresa para 2006 deve crescer em torno de R$ 200 milhões Christiane Bôa Viagem S Especial para Comunità ÃO PAULO (SP) — Um dos negócios que marcou este último período o mercado brasileiro foi a aquisição dos ativos da Etti pela Assolan Industrial, empresa da holding Monte Cristalina. A venda da Etti, divisão de atomatados e vegetais em conservas pertencente a Parmalat Alimentos S/A, fazia parte das estratégias da Parmalat de se reerguer do processo judicial pelo qual passa. A efetivação desta compra está prevista para este mês de março com a homologação do juiz responsável pela 1ª Vara de Falências e sua publicação no Diário Oficial, um trâmite de acordo com a Lei de Falências. O acordo para a compra da Etti passou primeiramente pela aprovação do Conselho de Administração da Parmalat, dos credores da empresa e da administração judicial. Dentre as marcas pertencentes a Parmalat, segundo a sua direção, a Etti foi a opção mais interessante para a venda, pois é uma marca forte, com 50 anos no mercado, e possui maior liquidez. Este negócio foi considerado um passo importante para dar continuidade ao plano de recuperação da Parmalat. Para a Assolan, segundo o seu presidente, Nelson Mello, a holding Monte Cristalina estava interessada em buscar um projeto na área de alimentos que agregasse faturamento ao que já é obtido pela Assolan. — Com a oportunidade criada com a oferta do ativo Etti pela Parmalat, buscou-se um diagnóstico rápido que resultou na nossa proposta — afirma Mello. Com a conclusão do processo de compra, a Assolan assumirá a fábrica de atomatados da Etti, localizada em Araçatuba, interior de São Paulo, que possui cerca de 500 funcionários, os quais, segundo a direção da Etti, serão mantidos pelos novos administradores. A aquisição inclui também todas as linhas de produtos como os molhos prontos (Salsaretti), catchup, condimentos, doces, geléias, legumes em conserva, extratos, polpas e purê. Este negócio representa também um retorno do grupo acionista, a holding Monte Cristalina, ao segmento de alimentos. — E acelera nosso crescimento [business Assolan], acrescentando algo em torno de R$ 200 milhões ao faturamento anual — completa Mello. RAÍZES Holding Monte Cristalina, pertencente ao Grupo Alves de Queiroz — antigos proprietários da Arisco — forma uma nova empresa chamada Assolan Industrial Ltda. A Etti foi fundada na década de 50 por Carmelo Pauletti, como uma modesta fábrica de processamento de azeitonas, em Várzea Paulista. Em 1974 foi transferida para Araçatuba e, em 1979, adquirida pelo Grupo Fenícia, que controlava também as lojas Arapuã. A Parmalat adquiriu o controle da unidade em 1998. Foi na década de 1930 que a família Pardelli iniciou as primeiras importações de esponjas de aço para o Brasil. Na década de 1950, com a aquisição de uma máquina vinda da Itália, começou a produção local voltada para o mercado de produtos de limpeza doméstica. As primeiras esponjas de aço com marca Assolan surgiram no ano de 1958, nome criado a partir das palavras lã e aço. Em 1996, a empresa Pardelli foi adquirida pelo Grupo Arisco, passando por outras fusões até o final de 2001, quando a Divulgação Fotos: Ernane D. Assumpção Reprodução Economia Ansa Reprodução Reuters Notizie TRENI SEMPRE IN RITARDO PRESO IL BOSS BERNARDO PROVENZANO D opo 43 anni di latitanza, gli agenti della squadra mobile di Palermo sono riusciti a prendere il capo dei capi della mafia. Bernardo Provenzano si nascondeva in un casolare vicino a Corleone, sua terra natale. Il boss è stato trovato grazie ad un’azione di intelligence durata mesi e condotta con i metodi più tradizionali, cioè: pedinamenti e intercettazioni. A stupire un po’ tutti sono state le prime immagini diffuse del più famoso latitante del mondo. Oggi, con settantatre anni, è un vecchietto curvo dal volto quasi dolce. Alla Polizia di Stato e al ministro dell’Interno, Giuseppe Pisanu, sono giunti i complimenti di tutti gli schieramenti e le congratulazioni del Presidente della Repubblica, Carlo Azeglio Ciampi. S econdo un monitoraggio di Altroconsumo, 8 treni su 10 arrivano in ritardo a destinazione, mentre il 42% si fa attendere per oltre mezz’ora. Al Sud la situazione è ancora più critica, con treni che ritardano anche di sette ore, mentre il ritardo medio è di 42 minuti. Un’attenzione speciale devono avere i pendolari, che tutti i giorni subiscono i disagi delle Ferrovie. Altroconsumo chiede a Trenitalia di rivedere il sistema dei rimborsi, intensificando l’orario e risarcendo chi arriva tardi sul posto di lavoro, e che per questo subisce un danno economico. CESTINO A PRANZO MISSIONARIO SPEZZINO UCCISO IN BRASILE C E’ giallo sulla morte di mons. Bruno Baldacci, sacerdote spezzino da anni missionario in Brasile che, secondo quanto riferisce la famiglia che vive alla Spezia, sarebbe stato assassinato questa mattina nella sua abitazione di Vitoria da Conquista nello stato di Bahia. La morte sembra risalire alla notte precedente: in serata il sacerdote aveva coordinato una riunione parrocchiale al termine della quale si era intrattenuto con una o più persone nell’appartamento attiguo alla parrocchia. Cosa sia accaudto in quei concitati momenti non è dato sapere, fatto sta che questa mattina la segretaria ha rinvenuto il corpo del sacerdote riverso a terra, in sala, ormai privo di vita, molto probabilmente ucciso a bastonate. Si ignorano i motivi alla base del delitto anche se l’ipotesi più probabile è quella di una aggressione a scopo di rapina. Don Bruno, 63 anni, era in Brasile da 42 anni — riferisce la famiglia — e nel 1968 era stato ordinato sacerdote dal cardinale Eugenio de Araujo Salles, attuale arcivescovo di San Salvador di Bahia. Alla Spezia vivono tre sorelle e un fratello che hanno appreso la notizia della morte dalla polizia locale che indaga sull’episodio. on l’euro il prezzo della pizza raddoppia. Rispetto al 2001, rialzi del 109% e i bar e ristoranti diventano locali d’oro. Per chi deve mangiare fuori casa, torna la moda forzata del cestino. Una grande percentuale dei lavoratori mangia attualmente in ufficio, presso la propria scrivania, o insieme ai colleghi. Ma al contrario di quanto si pensa, non è il panino il cibo prediletto, ma sì paste, riso, minestroni e cibi precotti da riscaldare al microonde. In pranzo in ufficio, però, comporta qualche inconveniente, come la mancanza di spazi adatti e la mancanza di privacy. CESTINO A PRANZO C on l’euro il prezzo della pizza raddoppia. Rispetto al 2001, rialzi del 109% e i bar e ristoranti diventano locali d’oro. Per chi deve mangiare fuori casa, torna la moda forzata del cestino. Una grande percentuale dei lavoratori mangia attualmente in ufficio, presso la propria scrivania, o insieme ai colleghi. Ma al contrario di quanto si pensa, non è il panino il cibo prediletto, ma sì paste, riso, minestroni e cibi precotti da riscaldare al microonde. In pranzo in ufficio, però, comporta qualche inconveniente, come la mancanza di spazi adatti e la mancanza di privacy. PROROGA LEGGE TRENTINI I l Parlamento Italiano ha prorogato di 5 anni il termine per il riconoscimento della cittadinanza italiana ad emigrati dai territori austroungarici sancito dalla legge n. 379 del 14.12.2000. DICHIARAZIONE DEI REDDITI I l Consolato Generale d’Italia di Rio de Janeiro comunica che i Modelli 730 e Unico 2005, eventualmente necessari per i contribuenti residenti in questa Circoscrizione consolare, potranno essere prelevati direttamente dal sito internet del Ministero dell’Economia e delle Finanze: www.agenziaentrate.it 22 COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 ABRIL 2006 / COMUNITÀ ITALIANA 23 Saúde Saúde SaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSalute SaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSalute Diabetes e um futuro que preocupa D Reprodução OMA 24 Marchitelli: Doença pode ser hereditária e afeta crianças e jovens. Exercicio físico ajuda a combater o diabetes sede, necessidade de urinar freqüentemente, fome excessiva e emagrecimento repentino. Uma regra que vale para qualquer pessoa é a ingestão de todo tipo de alimento, dando preferência a verduras, frutas e carnes magras, evitando, principalmente, pão, massas e doces em grandes quantidades. Praticar algum esporte, ou pelo menos fazer uma caminhada diária de 30 minutos, é um outro hábito importante para evitar o aparecimento da doença — alerta a médica. Outro fator que pode gerar alteração do valor da glicemia no sangue vem da combinação de alguma pré-disposição genética somada à utili- zação de remédios por um longo período, como no caso de terapias com cortisona. As mulheres em menopausa e em sobrepeso precisam ter uma atenção especial, porque possuem uma pré-disposição maior ao diabetes. No caso de gestantes, a doença pode ocasionar parto prematuro, aborto repetitivo e a criança pode ter crise hipoglicêmica no momento de seu nascimento, podendo a entrar em coma. Para o futuro, Marchitelli acredita que os diabéticos vão encontrar no mercado um spray nasal que substitua a injeção de insulina e o transplante de células tronco. (A.P.T) oses altas de suplementos vitamínicos podem aumentar o risco de préeclâmpsia durante a gravidez, diz um estudo feito pela organização beneficente britânica Tommy. Mulheres grávidas em todo o mundo são afetadas pela condição, que provoca um aumento na pressão sangüínea da mãe, colocando em risco a sua vida e a do bebê. A doença é hipertensiva e tem sido associada a produção de moléculas altamente tóxicas, conhecidas como radicais livres, pela placenta. Cerca de 2,4 mil mulheres grávidas com pressão alta, problemas nos rins, diabetes e dificuldades de coagulação ingeriram vitaminas ou um placebo. Os pesquisadores descobriram também que a préeclâmpsia apareceu uma semana antes nas mulheres que tomaram vitaminas. O índice de nascimentos de bebês com peso abaixo da média também foi 15% mais alto entre essas mulheres. Há quatro variações de TPM: Tipo A: o sintoma principal é a ansiedade. Porém podem aparecer a agressividade, irritabilidade, tensão nervosa e aquela sensação de estar “no limite”; Tipo H: prepondera à retenção hídrica. Neste tipo, são comuns alterações físicas, como o inchaço, volume no abdômen, dores mamárias e ganho de peso; Tipo C: a cefaléia (dor de cabeça) destaca-se entre os demais sintomas. Pode também apresentar a fadiga e o aumento de apetite (principalmente os doces). Tipo D: a depressão é o principal sintoma. Está associada à insônia, ao choro fácil, ao desânimo e ao esquecimento. PESQUISA COM TESTÍCULOS C ientistas alemães disseram que o testículo humano pode ser usado como fonte para pesquisas de células-tronco. Esse tipo de célula vem sendo apontado como a grande promessa para tratamentos de várias doenças devido a sua capacidade de se transformar em diferentes tipos de tecidos. As pesquisas vêm sendo cercadas de polêmica, já que, até agora, a forma mais flexível de célula-tronco foi encontrada em embriões humanos. De acordo com o estudo publicado na revista científica Nature, as células de testículos podem oferecer uma alternativa aos pacientes. SEM ASAS Reprodução As estimativas mostram que existe uma predominância de mulheres com diabetes. Cerca de 10% a mais do que os homens. A obesidade é considerada o principal fator de risco. Mais de 1,1 bilhão de pessoas tem sobrepeso e 320 milhões são obesas. A doença cardiovascular é o maior problema de saúde pública e o maior causador de mortes em países industrializados. Os custos anuais diretos com os cuidados com as pessoas com diabetes, entre 20 e 70 anos, são de aproximadamente 153 bilhões de dólares. (Fonte : International Diabetes Federation IDF) BEBÊ ESTRESSADO TRANSPLANTE DE TÓRAX BEBER SOCIALMENTE D R P ietas ricas em proteína e com pouco carboidrato devem ser evitadas durante a gravidez porque podem deixar o bebê estressado, de acordo com uma pesquisa realizada no Reino Unido. Cientistas acompanharam um grupo de 86 crianças nascidas em 1967 e 1968 de mães que receberam instruções para comer quase 500 gramas de carne por dia para evitar complicações na gravidez. O estudo realizado pelas Universidades de Edimburgo e de Southampton descobriu que quanto mais carne a mãe comia, mais alto o nível do hormônio cortisol, ligado ao estresse, foi encontrado na criança. ealizada em Nápoles a primeira cirurgia do mundo de reconstrução da caixa torácica, com o transplante de osso retirado de um cadáver. O experimento foi feito por especialistas italianos, no professor de letras, Luigi Gentilella, de 64 anos. Gentilella, que tinha um tumor na parede anterior do tórax, já havia perdido a esperança de sobrevivência. Hoje, o transplantado não vê a hora de voltar à vida normal, mas ainda é preciso esperar três meses para ter certeza do sucesso da cirurgia. O risco de infecção continua alto. COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 esquisadores ingleses verificaram que de 34 pacientes portadores de cirrose hepática causada pelo álcool apenas 9% tinham dependência severa da bebida. Segundo os especialistas, muitos pacientes que apresentaram a doença do fígado mantinham relacionamentos estáveis, estavam empregados e bebia apenas socialmente. Apenas na Inglaterra, onde foi feita a pesquisa, as mortes relacionadas ao álcool aumentaram oito vezes desde os anos de 70. A informação foi publicada na edição online da revista British Medical Journal. ABRIL 2006 / Reprodução R — Dados da International Diabetes Federation (IDF) são incisivos e preocupam: em 2025 vão existir cerca de 243 milhões de pessoas com diabetes no mundo. Atualmente, 122 milhões de indivíduos sofrem com a doença, com uma incidência mas acentuada nas áreas urbanas. A especialista em patologia clínica de Roma, Daniela Marchitelli, afirma que o diabetes — uma doença metabólica ligada à glucose — provoca muitos danos ao organismo, como insuficiência renal, perda da visão, distúrbios na circulação, problemas cardíacos, além da probabilidade de infecções de naturezas variadas. A doença pode ser hereditária (diabetes tipo I), afetando até mesmo crianças e jovens, e necessita de tratamento com insulina. Há também o diabetes causado pela alimentação (diabetes tipo II), que é mais fácil de se tratar, através de uma dieta alimentar e de medicação hipoglicemizante. Este último pode estar associado a fatores de risco como a obesidade, o fumo, a vida sedentária, a menopausa e a idade avançada. Segundo Marchitelli, é fácil de se diagnosticar o diabetes. — Aconselho um exame de sangue anual para saber o valor da glicemia. Mas o paciente também pode apresentar sintomas como muita ECLÂMPSIA ados apontam que a famosa Tensão Pré-Menstrual (TPM) atinge mais de 18,5 milhões de brasileiras de 10 a 49 anos. Nada menos do que 80% das mulheres em fase reprodutiva apresentam sintomas típicos, como irritabilidade, depressão, aumento de apetite e dores de cabeça. As mulheres mais sujeitas a este problema são aquelas que sofrem de algum episódio depressivo ou possuem algum parente com problemas de humor, assim como aquelas que tiveram depressão pós-parto. Outras causas médicas apontadas como agravantes da TPM são anemia, distúrbio autoimune, hipotireoidismo, diabetes, epilepsia, endometriose, síndrome da fadiga crônica e doenças do colágeno. Reprodução Mulheres em menopausa e acima do peso e gestantes precisam de atenção especial D Reprodução Reprodução Miguel Ugalde TPM ‘A BRASILEIRA’ BATATA FRITA, A ‘VILÃ’ B atatas fritas são praticamente uma unanimidade. Afinal, ninguém resiste àqueles palitinhos ou às porções redondinhas, amarelas e crocantes. O problema é que as benditas têm muitas calorias e gordura. E, se abusar, vai engordar. Além de ver as taxas de colesterol dispararem. Acompanhar as calorias ingeridas e controlar a tentação das batatas é fundamental. Uma grande porção tem, em média, 440 calorias. Vai encarar? COMUNITÀ ITALIANA A s pessoas que misturam álcool com bebidas energéticas se sentem menos bêbadas do que realmente estão, sugere um estudo realizado no Brasil. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) comparou as reações em 26 homens, que ingeriram, durante três sessões, álcool, energético ou uma combinação de ambos. Quando foi bebida a mistura, eles se sentiram menos debilitados, mas testes físicos indicaram o contrário. Segundo os especialistas responsáveis pelo experimento, no Brasil, assim como em outros países, as pessoas acreditam que as demais bebidas energéticas evitam a sonolência causada pelo álcool e aumentam a capacidade de energia do corpo. 25 Capa Vittoria sofferta di Prodi Unione vince alla Camera mentre al Senato è decisivo il voto degli italiani all’estero Ana Paula Torres L e votazioni del 9 e 10 aprile sono state caratterizzate dal ritorno del proporzionale, dopo un decennio di maggioritario. Il sistema proporzionale con premio di maggioranza e soglie di sbarramento non permette di scegliere preferenze. L’elettore ha dovuto esprimere il suo voto tracciando con la matita un solo segno nel riquadro che conteneva il simbolo della lista prescelta. Per l'elezione della Camera hanno votato l’83,6% dei maggiorenni aventi diritto, i cui voti hanno eletto 618 deputati. Mentre per l'elezione del Senato hanno votato l’83,5% di coloro che, alla data di domenica 9 aprile, avevano compiuto 25 anni di età, ed hanno eletto 309 senatori. Per la prima volta nella storia della Repubblica Italiana hanno votato gli elettori italiani appartenenti alla circoscrizione estero, suddivisa in 4 zone: Europa; Asia, Africa, Oceania, Antartide; America Settentrionale e Centrale e America Meridionale. Questi cittadini hanno eletto 12 deputati e 6 senatori. Saranno ricordate come le elezioni più sofferte della storia della Repubblica Italiana. Il premio di maggioranza previsto dalla riforma della legge elettorale ha mandato in tilt le previsioni. Per la Camera, gli exit poll della Nexus davano 26 Correspondente • ROMA all’Unione di Romano Prodi una percentuale tra il 50 e 54%, contro il 45 e 49% della Casa delle Libertà (Cdl) di Silvio Berlusconi. Ma la realtà è stata molto diversa, con una vittoria dell’Unione definita da un pugno di voti, circa 25 mila in più della Cdl. Il vantaggio dell'Unione si è così ridotto allo 0,1%. Alle 2:30 del mattino dell’11 aprile, dal Viminale è finalmente arrivato il risultato finale. Il centrosinistra ha toccato quota 49,8%, mentre il centrodestra si è fermato al 49,7%. Con questo risultato, all’Unione sono stati assegnati 348 seggi e alla Casa delle Libertà 281 seggi. In un paese spaccato in due, quello che preoccupa di più è il futuro politico e il rischio di governabilità Anche nel caso del Senato, le previsioni degli exit poll non sono state affidabili, visto che davano al centrosinistra un certo vantaggio, mentre dai veri risultati si è vista una situazione del tutto rovesciata con la vittoria per un solo seggio da parte del centrodestra. Ma non era ancora finita. Mancava aggiungere i voti degli italiani all’estero, che sono stati decisivi per l’elezione del Senato, ribaltando nuovamente il quadro e portando alla vittoria l’Unione di Prodi. Il risultato iniziale era dell'attribuzione di 155 senatori alla Casa delle Libertà e 154 all'Unione. Con il voto degli italiani all’estero, il quadro è cambiato nel seguente modo: 158 senatori all’Unione contro 156 per la Casa delle Libertà. In questo modo, l’Unione ha avuto la maggioranza non solo alla Camera, ma anche al Senato. Quattro dei sei senatori eletti dagli italiani all'estero sono stati scelti a larga maggioranza dalle liste dell'Unione, uno è andato a Forza Italia, e il sesto alla lista indipendente "Associazione Italiani in Sudamerica". Da quanto emerge, l’Unione potrebbe avere l’appoggio del senatore eletto tramite la lista indipendente. Infatti, Luigi Pallaro, eletto in Argentina, ha già annunciato che darà il suo sostegno alla maggioranza. Però, 158 seggi non costituiscono la maggioranza assoluta per il Senato, che è di 162 voti. Ciò vuole dire che l'Unione dovrà assicurarsi il voto di almeno quattro senatori a vita, che attualmente sono: Giulio Andreotti, Emilio Colombo, Francesco Cossiga, Rita Levi Montalcini, Giorgio Napolitano, Sergio Pininfarina, Oscar Luigi Scalfaro. Il primo a dire "Abbiamo vinto" è stato Piero Fassino, leader dei Ds. Subito dopo, nel cuore della notte romana, Prodi è andato a salutare le migliaia di militanti che si trovavano a piazza Santi Apostoli: "Abbiamo vinto, da oggi si volta pagina". Ma poco dopo, Paolo Bonaiuti, portavoce di Silvio Berlusconi ha rilasciato una dichiarazione: "La Cdl contesta che il centrosinistra abbia vinto politicamente le elezioni, perché la Cdl ha vinto al Senato con oltre il 50% e 350 mila voti di differenza – e continua dicendo che la Cdl - chiederà una verifica dei conteggi e dei verbali". Ma l'Unione continua a festeggiare, e Prodi annuncia: "Governeremo 5 anni uniti dopo questa vittoria bella, sofferta e incontestabile – e aggiunge – E' stata una vittoria molto sofferta, ma dicevamo che bastava un voto, ne abbiamo avuti un po' più di uno e quindi è una vittoria bella e incontestabile. E' stata come una maratona – e a Bonaiuti ha risposto – Si rivolga al Viminale". Anche Massimo D’Alema ha espresso la sua opinione dopo la vittoria del centrosinistra annunciata dal Ministero dell’Interno: "L'importante è aver vinto. Ora dobbiamo unire il Paese che queste elezioni hanno dimostrato essere diviso in modo preoccupante". E l’Ulivo ha risposto così alle dichiarazioni della Casa delle Libertà: "Perdere fa male e rende ancora più inutile chiedere per l'ennesima volta il rispetto delle regole anche nel COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 SENATO: 315 seggi Partiti Seggi Democratici sinistra — 62 DL. La Margherita — 39 Rifondazione Comunita — 27 Insieme con l’Unione — 11 Di Pietro Italia dei Valori — 4 Udeur Popolari — 3 L’Unione — SVP — 3 Svp — 2 Lista Consumatori — 1 L’Ulivo — 1 Autonomie Liberté Democratie — 1 Voto italiani residenti all’estero — 4 TOTALE UNIONE — ROMANO PRODI — 158 Forza Italia — 78 Alleanza Nazionale — 41 Udc — 21 Lega Nord — 13 Casa delle Libertà — 2 Voto italiani residenti all’estero — 1 TOTALE CDL — SILVIO BERLUSCONI — 156 Voto italiani residenti all’estero (lista indipendente) — 1 CAMERA: 630 seggi Partiti Seggi L’Ulivo — 220 Rifondazione Comunista — 41 La Rosa nel Pugno — 18 Comunisti Italiani — 16 Di Pietro Italia dei Valori — 16 Verdi — 15 Udeur Popolari — 10 Svp — 4 Antonomie Liberté Democratie — 1 TOTALE UNIONE — ROMANO PRODI — 348 Forza Italia — 137 Alleanza Nazionale — 71 Udc — 39 Lega Nord — 26 Dc—Nuovo Psi — 4 TOTALE CDL — SILVIO BERLUSCONI — 281 Italiani residenti all’estero (lista indipendente) — 1 conteggio dei voti. La Cdl, dopo aver svolto una campagna elettorale al limite della decenza e nella piena violazione della par condicio, questa volta non vuole nemmeno ammettere l'esito elettorale e il voto democratico di milioni di italiani". In un Paese spaccato in due, quello che preoccupa di più è il futuro politico e il rischio di governabilità. Da Berlusconi arriva l’idea di un governo comune: "Con il Paese diviso in due, 50%-50%, occorre sedersi a un tavolo e fare come in Germania". Il premier dice di non avere "ambizioni personali" lasciando capire di essere disponibile a fare un passo indietro, ma di pensare "al bene del Paese" e si dice pronto a incontrare Prodi "quando ci sarà la certezza ABRIL 2006 / dei numeri". Insomma, una proposta chiara di grande coalizione, perché "è interesse di tutti i cittadini, un governo che coinvolga tutte le forze. Sarebbe da irresponsabile escludere dal gioco democratico la metà del Paese". Ma Berlusconi mette in dubbio anche la legittimità del voto all’estero: "sul voto degli italiani all'estero ci sono molte irregolarità ed il voto potrebbe non essere valido". Mentre dal centrosinistra sono arrivati i primi commenti: "E' grave insinuare che l'esito elettorale sia stato falsato, alterato o manipolato e ciò dimostra la volontà di sovvertire l'ordine reale dei fatti: la vittoria indiscutibile del centrosinistra. Berlusconi accetti la legge elettorale imposta dal centrodestra: oggi, con un solo voto in più si vince". E Prodi risponde alla proposta di Berlusconi: "Riguardo alla grande coalizione, ci siamo presentati alle elezioni con una coalizione precisa e la legge elettorale ha assegnato un numero di parlamentari alla Camera e al Senato che ci permette di governare". Anche per Piero Fassino sarà possibile governare con questo risultato: "Abbiamo una maggioranza solida con cui si può governare bene sia alla Camera sia al Senato – e sottolinea – Una maggioranza solida perché c'è un grado di coesione forte di una coalizione che si identifica in un leader forte come Romano Prodi". Per il capogruppo di Forza Italia al Senato, Renato Schifani è invece difficile che Prodi possa governare: "Dubito fortemente che Prodi avrà una forte capacità governativa con questi numeri. La metà del paese ha votato Berlusconi, Prodi ha sostenuto in passato che lo avrebbe cacciato dall'Italia e invece non è stato così". Fatto è che il Presidente del Consiglio non ammette di aver perso e dice ancora: "Riconosceremo la vittoria dell'Unione, solo dopo la verifica del voto. Oggi nessuno può dire di avere vinto. In un comune della Sicilia abbiamo preso 1096 voti e ce ne hanno riconosciuti solo 96. Al Senato abbiamo la maggioranza assoluta dei voti. Alla Camera l'Unione ha una risicata maggioranza relativa – e continua – I dati elettorali presentano molti, troppi lati oscuri". Riguardo il comportamento del premier, il leader della Margherita, Francesco Rutelli, commenta: "Da chiunque ha perduto le elezioni, pur avendo condotto una battaglia estremamente forte, mi attendo il riconoscimento della sconfitta che è di misura ma inequivocabile – e continua – sarebbe un gesto di grande responsabilità e serietà dar atto a Prodi di aver vinto, come avviene in tutte le democrazie". Nell’esprimere la sua opinione a proposito delle elezioni, il sindaco di Roma, Walter Veltroni ha detto: "Ho apprezzato le parole di Prodi che ha detto che si propone di governare rispettando le opinioni anche di chi non lo COMUNITÀ ITALIANA ha votato. Bisogna ritrovare lo spirito nazionale cui a più riprese ci ha richiamato il Presidente della Repubblica". E, come se non bastassero le polemiche collegate alle elezioni due giorni dopo la chiusura dei seggi, alcune centinaia di schede elettorali timbrate e votate regolarmente sono state trovate dentro scatoloni abbandonati, vicino ad un cassonetto della spazzatura nel quartiere Tuscolano della capitale. La Procura di Roma ha aperto un'inchiesta, ma sembra che le schede erano state già conteggiate nei verbali consegnati alla Prefettura, dato che in questo seggio era attivo il servizio di scrutinio elettronico. Da adesso in poi sarà necessario lasciare da parte le polemiche e pensare ai primi appuntamenti. E’ stata fissata per il 28 aprile la prima riunione della Camera, quando si inizierà la procedura per designare i vertici di Camera e Senato, mentre il 18 maggio scade il mandato del Presidente Carlo Azeglio Ciampi, quando dovrà essere presentato il nuovo capo dello Stato. Per il 28 e 29 maggio, l’appuntamento invece sarà con le elezioni amministrative. Tra le varie congratulazioni ricevute da Prodi per la vittoria, sarà sicuramente arrivata anche quella del Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. I due leaders si sono incontrati in Italia, nell’ottobre dell’anno scorso, presso la sede dell’Ambasciata del Brasile a Roma. Era proprio il giorno delle primarie dell’Unione in cui Prodi veniva eletto candidato del centrosinistra per le elezioni ora concluse. Chissà se Lula avrà la stessa sorte del collega italiano il prossimo ottobre? 27 Capa Deu tango! Brasil perde para a Argentina, que terá quatro representantes no Parlamento Italiano R Rosangela Comunale e Renata Gonçalez SÃO PAULO — Nenhum candidato do Brasil ganhou a eleição que dispôs três cadeiras para o Congresso e duas para o Senado italiano. Nossos vizinhos portenhos levaram a melhor. A bancada da circunscrição sul-americana no Parlamento da Itália será formada basicamente por representantes vindos da Argentina, que é o maior colégio eleitoral da América Latina. Foi também deste mesmo país que foi eleito o senador com maior número de votos no exterior: Luigi Pallaro, da lista independente Associazioni Italiani in Sud America (Aisa), preferido por quase 50 mil eleitores. Acompanhado dele no Senado, estará Mirella Giai (Unione), também da Argentina. Para o Congresso, o país de Eva Perón, também figurará como maioria, já que terá Ricardo IO E Merlo (Aisa) e Giuseppe Angeli (Per l’Italia nel Mondo con Tremaglia). Com eles, estará a representante da Venezuela, Marisa Bafile (Unione). Alguns dados numéricos podem explicar a vitória dos candidatos da Argentina. Dos cerca de 3.5 milhões de cidadãos italianos no exterior [circoscrizione estero], 52% são da América do Sul. Só para se ter uma idéia, a Argentina possui um total de 379 mil eleitores, sendo que na capital Buenos Aires existem quase 144 mil. Pouco menos que o Brasil inteiro com seus 173.380 votantes. Segundo o membro do Comitato degli Italiani all´Estero (COMITES) e do Consiglio Generali degli Italiani all´Estero (CGIE), Claudio Pieroni, a maioria argentina da bancada pode enfraquecer a política relacional com outros países da América do Sul. — Quanto ao Brasil, realmente me sinto envergonhado pelos resultados. Que preço iremos pagar com o fato de não termos um parlamentar nosso? Isso já ficou evidente na primeira entrevista concedida pela senador Pallaro à agência Ansa. E nós, dos outros países da América do Sul, como ficamos? Ou a América do Sul é só a Argentina? — lembra Pieroni, referindo-se ao discurso feito pelo ítalo-argentino no dia 11 de abril, quando deixou claro que irá a Roma para defender um novo tipo de relação entre Argentina e Itália. No entanto, há quem acredite em terras brasileiras [com 17 candidatos em oito listas], que o processo eleitoral deva também ser aprimorado. Principalmente depois de terem sido constatados fatores que atrapalham o mecanismo da votação. Dentre eles, estão a falta de conhecimento sobre os candidatos e o curto tempo de campanha política. Mesmo assim, os números podem até ser considerados expressivos: pouco mais de 75 mil cidadãos italianos residentes no Brasil participaram das eleições. O Consulado de São Paulo enviou a maior quantidade de envelopes de votação, alcançando o retorno de 44, 72% dos que foram enviados. Em termos de proporção, ficaria na frente o de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, que chegou a receber 52,94% do total expedido. O presidente da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria, Edoardo Pollastri, que também foi candidato ao Senado pela Unione, lamentou os resultados: — Os italianos residentes no Brasil perderam uma grande oportunidade. Considero de extrema importância que tivéssemos um representante influente lá. Isso é, a comunidade italiana do Brasil foi infelizmente privada de ter pelo menos um parlamentar na Itália — salienta. No Rio de Janeiro, quase oito mil eleitores votaram na eleição que escolheu o bolognese Romano Prodi como primeiro-ministro. Segundo o cônsul geral da Itália, Massimo Bellelli, houve alguns transtornos no mecanismo de envio das cédulas e, conseqüentemente, mais de dois mil envelopes foram devolvidos sem chegarem a seus destinos. — Atualizamos mais de dez mil endereços no fim de 2005. Só que os municípios italianos tiveram dificuldades em fazer as modificações em tempo hábil. Mas, sem dúvida, um dos maiores problemas que tivemos foi a falta de conhecimento e de informação dos eleitores sobre estas eleições — diz o cônsul. Ainda segundo Bellelli, uma atenção especial deve ser dada em relação aos votantes do exterior, principalmente devido às diferenças nas dimensões territoriais. — Devemos levar em consideração a realidade do exterior, principalmente um país grande como o Brasil. Nós, por exemplo, recebemos a autorização para o andamento da campanha em Pouco mais de 75 mil cidadãos italianos no Brasil participaram das eleições meados de março, ou seja, poucos dias antes do término do prazo de envio dos envelopes, que foi em 07 de abril. E ainda, os candidatos só tiveram suas candidaturas reconhecidas em 12 de março. Muitos envelopes chegaram até depois do tempo estabelecido — comenta. Nem mesmo os transtornos gerados pelo vai-evem dos envelopes eleitorais conseguiram abalar o contentamento do ministro per gli Italiani nel Mondo, Mirko Tremaglia. Ele foi pessoalmente ao aeroporto de Fiumicino presenciar a chegada das 315 mil cédulas que vinham da América do Sul. — Foi um esforço político e uma organização excepcionais para este acontecimento histórico. Tivemos certamente alguns problemas que foram superados. Mas o sucesso é inegável e o mérito vai para todos os nossos compatriotas espalhados pelo mundo — revela. Presença de parlamentares italianos no mundo Ripartizione Europa Camera Franco Narducci Unione 28.839 Arnold Cassola Unione 19.192 Gianni Farina Unione 18.403 Massimo Romagnoli Forza Italia 8.323 Guglielmo Picchi Forza Italia 5.286 Antonio Razzi Italia dei valori 1.865 Senato Claudio Micheloni Unione 47.891 Antonella Rebuzzi Forza Italia 13.449 Ripartizione Centro e Nord America Camera Gino Bucchino Unione 10.332 Salvatore Ferrigno Forza Italia 10.093 Senato Renato Turano Unione 11.634 Ciscoscrizione estero in numeri: In totale, gli elettori italiani residenti all’estero sono 2.623.382 (per la Camera) e 2.358.521 per il Senato. L’Europa è la circoscrizione con il più alto numero di elettori (1.549.718 alla Camera e 1.383.262 al Senato). L’America meridionale ne ha 653.628 (584.815 Senato), l’America Settentrionale e Centrale 274.039 (257.646). Asia, Africa, Oceania e Antartide hanno 145.997 aventi diritto per la Camera e 132.798 per il Senato. Ripartizione Sud America Camera Ricardo Merlo Aisa 43.057 Marisa Bafile Unione 17.763 Giuseppe Angeli Lista Tremaglia 11.443 Senato Luigi Pallaro Aisa 49.903 Mirella Giai Unione 18.506 Ripartizione Asia Africa e Oceania Camera Marco Fedi Unione 11.494 Senato Nino Randazzo Unione 11.329 Confira númerodedevotos votospor por candidato Brasil: Confira oonúmero candidato no no Brasil: SENADO Walter A. Petruzziello (Aisa) 12.158 Niccolò Mazzola (Tremaglia) 2.793 Corrado Bosco (Usei) 3.280 Antonio A. Chianello (Forza Italia) 8.064 Edoardo Pollastri (Unione) 18.376 CONGRESSO Natalina Berto (Unione) 11.658 Fabio Porta (Unione) 14.693 Arduino Monti (Unione) 2.387 Diego Tomassini (Forza Italia) 6.624 Antonio Laspro (Tremaglia) 4.080 Piero S. Ruzzenenti (Tremaglia) 1.397 Adriano Bonaspetti (Aisa) 21.425 Luigi Barindelli (Tremaglia) 4.776 Gianni Boscolo (Aisa) 10.436 Sandro Pollastrini (Forza Italia) 1.373 Claudio Pezzilli (Udeur) 430 Marzio Arcari (Lega Nord) 742 Mas para um dos candidatos brasileiros a senador pela lista Unione Sudamericana Emigrati Italiani (Usei), Corrado Bosco, a votação por correspondência é questionável. Segundo ele, fatores operacionais dificultaram a votação no Brasil. — Cerca de dois milhões de eleitores não estão na lista do Ministério das Relações Exteriores. Daí, diz-se que os comuni também não estão atualizados. A burocracia é tanta que mais de 40% dos cidadãos não conseguem votar. Muitos nem souberam da campanha. Afinal de contas, nem todos têm TV a cabo para acompanhar as notícias da Itália — questiona Bosco, sugerindo que os eleitores poderiam ser contactados através das “anágrafes” [cadastros] consulares. Para Adriano Bonaspetti (Aisa), o candidato a deputado mais votado no Brasil, o sistema do voto por correspondência também deve ser aperfeiçoado já que, segundo ele, até cidadãos falecidos constavam nas listas de votantes. — Faltou atualização dos dados. Até pessoas já falecidas constavam na lista. Tiveram cinco anos para pôr os dados em ordem, já que a lei 459 [que rege as normas para o voto do exterior] foi criada em 2001. Mesmo assim, tenho que comemorar. Fui o mais votado com quase 22 mi votos — declara. DECISÃO QUE VEIO DE FORA Numa apuração que durou quase 28 horas em meio a uma disputa acirrada entre Silvio Berlusconi e Romano Prodi, o Senado acabou mesmo ficando por conta da decisão dos cittadini all’estero. — Os votos dos italianos no exterior demonstrou que realmente podemos decidir o futuro do nosso país. Ninguém imaginava que o resultado seria definido por nossa conta — afirma Bellelli. Dos 900 mil eleitores que votaram, 40% optaram pela coalizão Unione e 21% preferiram a Casa das Liberdades (CDL) de Berlusconi. Ao fim, a coalizão de Prodi foi a vencedora nas eleições legislativas conseguindo 158 cadeiras das 315 no Senado e 342 vagas das 630 da Câmara de Deputados, onde a vitória aconteceu por apenas 25.224 votos — menos de 0,1 ponto percentual. De acordo com o historiador João Fábio Bertonha, o fato não surpreende historicamente. E mais: segundo ele, a situação política italiana não deverá mudar muito. —- É natural que a decisão ficasse por conta do exterior já que os italianos de lá estão confusos. A verdade é que a Itália está dividida com uma metade para a centro-esquerda e a outra para a centro-direita, o que gerará instabilidade. Antes também era assim porque tínhamos a Democracia Cristã e o Partido Comunista. Nos últimos 20 anos, a margem de diferença na vitória sempre foi pequena — analisa. O historiador vai além e tece uma previsão sobre o governo de Prodi. Segundo ele, o novo primeiro-ministro enfrentará desafios. — Agora acontecerá o inverso com a oposição no poder depois desses resultados apertados. O Prodi enfrentará quase a metade do Parlamento. Já o Berlusconi, como primeiro-ministro, tinha a maioria com ele, o que era bem mais confortável. Governar a Itália será difícil — prevê Bertonha. 29 Capa Capa Quem não se comunica... Sem informações mais amplas sobre os candidatos do Brasil ao Parlamento italiano, houve até quem votasse em representantes políticos com plataformas pouco conhecidas F alta de esclarecimentos e, mais ainda, de tempo. Os dois fatores, segundo alguns eleitores, representaram uma espécie de fórmula fatal para que o Brasil não contribuísse de forma mais significativa durante o processo de eleição para o Parlamento italiano. Em meio aos quase 174 mil eleitores espalhados pelos estados brasileiros, houve até quem votasse em candidatos com plataformas de governo insuficientemente conhecidas. Assim aconteceu com o estudante Gustavo Carrilho Santoro, de 24 anos, do Rio de Janeiro. Ele recebeu o envelope com as cédulas de votação poucos dias antes do prazo de envio ao consulado. — Eu não conhecia os candidatos e acabei decidindo em quem votar em cima da hora. Não Rosangela Comunale tive tempo hábil para buscar mais informações, até mesmo porque o envelope chegou à minha casa cerca de quatro dias antes do prazo para o envio — lembra o estudante. Mas os obstáculos não pararam por aí para a família Santoro, residente no bairro do Leblon. A mãe de Gustavo, a advogada Maria Lúcia Carrilho Santoro, 59 anos, não recebeu o envelope com as cédulas de votação. — Nem sabíamos que podíamos votar no próprio consulado [no Rio de Janeiro, ao contrário da maioria dos estados brasileiros, uma caixa de correspondência foi instalada em um dos departamentos consulares para dar agilidade à votação] . Fomos realmente pegos de surpresa e despreparados para a votação — analisa. Um pouco mais ao Sul do país, a situação também se repetiu. Para o gerente administrativo Juarez César Frasseto, 53 anos, residente em Florianópolis, Santa Catarina, esta seria a primeira eleição na qual participaria. No entanto, as cédulas para a votação não foram por ele recebidas. — Procurei contatar o vice-consulado da minha região mas não obtive êxito. Ligava e ninguém atendia. Achei que pudesse participar desta eleição para o Parlamento. Mas, infelizmente, não consegui — lamenta Frasseto. Segundo o publicitário Sérgio Ricardo Guizzardi, 44 anos, um dos representantes ativos da comunidade italiana em Vitória, no Espírito Santo, os eleitores estavam muito confusos para a votação. Segundo o eleitor, eles buscavam informações mas o curto período de tempo de campanha — dois meses — não permitiu a concretização de um voto mais consciente. — Eu recebi pelo menos umas 20 ligações por dia. Eram amigos que queriam esclarecimentos sobre os candidatos pois estavam confusos. Esta campanha deveria ser feita com mais antecedência para que o eleitor pudesse melhor conhecer os candidatos e suas tendências políticas — reflete Guizzardi. Em São Paulo, a jornalista Luciele Velluto, 23 anos, moradora de São Bernardo do Campo, apreciou a simplicidade no mecanismo da votação, mesmo admitindo um certo desconhecimento em relação às plataformas dos candidatos. — Não achei nem um pouco difícil votar, aliás, o procedimento é bem simples. O mais complicado foi escolher o candidato. Tive que pedir ajuda para uma tia que estava mais por dentro — revela a jornalista. De acordo com o Ministero degli Affari Esteri, os eleitores que não haviam recebido o envelope até a data de 26 de março último, deveriam dirigir-se ao próprio Consulado para verificar a sua situação eleitoral e solicitar uma segunda via. Mesmo com todos os percalços ocorridos no Brasil, de acordo com dados da Farnesina [chancelaria italiana], a América Latina registrou o maior número de participação eleitoral com 44,37%, seguida pelo grupo África-Ásia-Oceania (42,04%), Europa (35,42%) e América do Norte (33,94%). Expectativa frustrada Renata Gonçalez S Especial para Comunità PAULO — O favorecimento das relações comerciais, sociais e culturais da Itália com o mundo, bem como a atualização da imagem do italiano moderno, será foco das próximas medidas políticas voltadas para os italianos residentes no exterior. A afirmação é do cônsul geral de São Paulo, Marco Marsilli, que assumiu o cargo há menos de dois meses. — Além de levar para Roma as reivindicações das comunidades a que pertencem, os eleitos têm agora a missão de trazer de volta a imagem da Itália moderna, o que irá favorecêla em diversos aspectos — afirmou o cônsul em entrevista à Comunità. ÃO Comunità Italiana — De modo geral, como o senhor avalia o resultado das eleições italianas? Marco Marsilli — Não tenho muito a dizer sobre como o resultado das eleições irá refletir na Itália, apenas que, a partir de agora, temos uma situação na qual a oposição de ontem é a vencedora. Com relação à forma como as eleições se desenvolveram no Brasil, creio que podemos ficar satisfeitos com a boa representação nas urnas, que ficou em torno de 44% do eleitorado italiano aqui residente. CI — O senhor achou satisfatória a participação de quase metade do eleitorado ítalobrasileiro? Marsilli — Sim, achei os 44% um ótimo resultado pelos mesmos motivos que acabei de mencionar [distância territorial e culturas diferentes]. Esse percentual superou inclusive as expectativas dos candidatos, que em reuniões feitas antecipadamente afirmaram que, se 40% do eleitorado participassem das eleições, já seria um resultado ótimo. CI — O que a comunidade residente no Brasil perde ao não conseguir eleger nenhum representante do país? Marsilli — Creio que ainda seja um pouco cedo para avaliarmos se essa situação será desfavorável ou não a nossa comunidade. Mas é claro que, o resultado sem nenhum eleito do Brasil, nos deixa com um certo amargo na boca, porque gostaríamos de ter alguém daqui sediado em Roma para nos representar, independentemente do partido político, mas que pudesse representar os interesses da comunidade daqui. CI — Quais foram os erros cometidos pelas candidaturas lançadas aqui no Brasil? Marsilli — Em relação a isso tenho uma opinião pessoal, que ao mesmo tempo é uma constatação óbvia. O alto número de cidadãos que se candidataram no Brasil e a qualidade deles, todos de grande porte e importância para a comunidade italiana daqui, são fatores que trouxeram algum desperdício [sic] de votos, além do fato de estarem representados por diferentes partidos. Enfim, não houve um candidato único, e is- ABRIL 2006 / so, acredito, acabou por impedir que tivéssemos um candidato brasileiro eleito. CI — A comunidade ítalo-brasileira teme que, por ser composta majoritariamente por argentinos, a repartição da América do Sul se transforme em uma “repartição argentina”. O que o senhor acha disso? Marsilli — Não é fácil de responder essa pergunta porque o voto no exterior é uma coisa totalmente nova para a Itália. Mas acho que, apesar da origem dos candidatos eleitos sugerir ‘O Brasil, segunda maior comunidade em termos numéricos, não pode ser esquecido’ uma representação mais forte do país de origem deles, creio que essas pessoas quando chegarem a Roma terão a responsabilidade de representar além do país de residência, mas muito mais o continente de proveniência, esse é o papel deles. Não são somente representantes da Argentina ou da Venezuela, mas sobretudo da América do Sul. E sendo o Brasil a segunda maior comunidade em termos numéricos, não pode ser es- COMUNITÀ ITALIANA quecido, não pode ter suas aspirações e pedidos não levados em conta. CI — E como os italianos residentes em toda a América do Sul podem cobrar essa postura imparcial dos representantes eleitos? Marsilli — É necessário que sejam estudadas formas de ligação entre os deputados eleitos com o continente de origem deles. Existem organismos como o CGIE (Consiglio Generale degli Italiani ll´Estero) e os Comites (Comitato degli Italiani all´Estero), que são unidades representativas das comunidades fora da Itália e que serão responsáveis pelo relacionamento com Roma para troca de experiências, sugestões, reivindicações, enfim, esses organismos serão um importante elo de ligação. CI — As longas filas de espera nos consulados da Itália no Brasil para obtenção da cidadania italiana podem ter prejudicado a vitória de um representante daqui para a Câmara e o Senado? Marsilli — Eu concordo, em parte, com isso. É verdade que as pessoas regularmente cadastradas nos consulados representam somente uma parte do eleitorado italiano do Brasil, mas o mesmo acontece em países como Argentina, Venezuela e Chile. Também nestes países somente uma parte do eleitorado pôde participar das eleições, esse é um problema geral do continente sul-americano. CI — O senhor prevê alguma medida que possa melhorar e agilizar o serviço consular? Marsilli — Esse problema da fila de espera para a obtenção da cidadania italiana é um problema de longo prazo. A nossa estrutura é muito limitada e, ainda que tenhamos equipes bastante articuladas, não poderá ser grande para satisfazer todo mundo. Creio que teremos possibilidade de estudar sistemas mais ágeis de atendimento, mas é claro que não podemos regularizar em pouco tempo o que não foi feito em séculos. É um problema que tem de ser enfrentado, mas seria ilusório pensar numa solução rápida, porém é claro que podemos avaliar a possibilidade a longo prazo. CI — Na sua opinião, o que se pode esperar a partir de agora em relação a políticas voltadas para o italiano residente no exterior? Marsilli — O processo eleitoral em si foi de extrema importância, o exercício eleitoral despertou um grande interesse da comunidade, o que é muito positivo. Sem dúvida, a presença de 18 pessoas eleitas no exterior irá despertar de uma forma geral a atenção para os problemas dos italianos fora da Itália. Ao mesmo tempo, essas 18 cadeiras não representam muito no Parlamento, mas temos de considerar que é melhor do que nenhuma. Portanto os pedidos e reivindicações terão uma atenção maior do que no passado, porque essas 18 pessoas estarão lá trabalhando todos os dias e a simples presença deles será motivo de considerar a Itália que mora fora da Itália. 31 Notizie Politiche 2006 BERLUSCONI: “NO ALL’ITALIA MULTIETNICA” “N MARISA BAFILE: DAGLI EDITORIALI AI PROGETTI DI LEGGE Dagli editoriali ai progetti di legge. Cambia così la vita di Marisa Bafile, giornalista professionista italo-venezuelana, eletta alla Camera dei deputati con 17.763 voti nella ripartizione Sud America con la lista dell’Unione. Marisa Bafile lavora dal 1982 nel quotidiano “Voce d’Italia”, unico giornale in lingua italiana dell’America Latina, fondato nel 1950. E’ stata per due anni presidente del Patronato INCA in Venezuela, e durante questo periodo ha partecipato a numerosi incontri continentali sui diritti degli italiani all’estero. Per la sua esperienza nel mondo dell’emigrazione, la Bafile ha partecipato a Congressi Mondiali degli italiani all’estero. Da molto tempo si occupa della problematica delle donne emigranti ed è presidente dello spazio “Sportello Donna” creato dalla Camera di Commercio Venezuelano-Italiana. “Come parlamentare degli italiani dell’America Latina”, sostiene Marisa, “sarà mio impegno innanzi tutto lottare per il riscatto della valigia di cartone, valigia dalla quale oggi è scaturita una generazione di persone che appartengono ai due mondi, che hanno un’ottima preparazione accademica e possono rappresentare per l’Italia un valore aggiunto di grande valore. RICARDO MERLO BISSA IL SUCCESSO DEL 2004 Il buon risultato della lista Associazioni Italiane Sud America ha assicurato l’ingresso nel Parlamento italiano al suo capolista alla Camera Ricardo Merlo, unico parlamentare “indipendente” ad assicurarsi un seggio. Laureato in Scienze Politiche all’Università di El Salvador, Ricardo Merlo è nato a Buenos Aires, 32 GIUSEPPE ANGELI: ROSARIO GLI DEVE UNA SCUOLA Giuseppe Angeli, eletto alla Camera dei Deputati, con 10.443 voti, nella ripartizione Sud America con la Lista Tremaglia, è nato il 5 aprile 1931 ad Orsogna, in provincia di Chieti. A 19 anni ha lasciato il paese natale, distrutto nei duri combattimenti della seconda guerra mondiale. Angeli si ì dedicato all’attività dell’imprenditoria edile fino 1963. Nel ‘64 ha fondato l’agenzia di turismo Transatlantica, oggi una delle più importanti agenzie a livello nazionale. Tra i meriti indiscussi che gli vanno ascritti quello di essere, dal 1986, membro fondatore della Scuola Bilingue Edmondo de Amicis, che conta oggi circa 1000 alunni. Dal 1986 è presidente del COEMIT (COMITES) Comitato degli italiani all’Estero e dal 1991 al 2004 é stato membro del C.G.I.E. “Essere un italiano all’estero”, ha affermato Angeli, “significa essere sempre informati su quello che accade in Italia ed anche essere consapevole di quello che succede nella terra che abbiamo scelto per vivere. Io non rappresenterò un partito politico, rappresenterò le ideologie e il sentire di tutti gli elettori italiani dell’America Meridionale. Il mio obiettivo prioritario è quello di tutelare la lingua e l’identità culturale italiana, potenziando e favorendo interscambi tra la collettività italiana in Argentina e l’Italia.” MIRELLA GIAI ELETTA SENATRICE AL PARLAMENTO ITALIANO: “UNA DONNA SEMPLICE E TENACE” Si chiama Mirella Giai la candidata de L’unione Ripartizione Sud COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 L e presenze in Italia sono raddoppiate in tre anni, arrivando oggi ai 3 milioni e 300 mila stranieri, compresi i 540 mila irregolari. Secondo la fondazione Ismu, gli stranieri rappresentano il 5,4% della popolazione, ma quasi il 32% di quella carceraria. Arrivano principalmente dall’Est europeo, sono giovani e lavoratori. Gli albanesi sono i più numerosi, seguiti dai romeni e dai marocchini. Poi ci sono gli ucraini, i cinesi e i filippini. Se i flussi migratori dovessero continuare con lo stesso ritmo, l’Istat calcola che nel 2050 gli stranieri sarebbero più degli italiani. DVD E LIBRO SULL’ERA BERLUSCONI LUIGI PALLARO, IMPRENDITORE ITALIANO IMPEGNATO NELLA COMUNITÀ Tra le nuove entrate al Senato d’Italia una delle più attese era quella di Luigi Pallaro, imprenditore italiano di Buenos Aires. La sua lista, Associazioni Italiane Sud America, ha fatto incetta di voti in Argentina ed è andata bene in tutto il Sud America. Luigi Pallaro è nato a San Giorgio in Bosco (PD) il 27 Giugno 1926, sposato, padre di due figlie, è attualmente presidente del COMITES di Buenos Aires, consigliere eletto con il maggior numero di preferenze nelle elezioni di marzo 2004 e riveste la carica di vice segretario generale del CGIE. Presidente della Camera di Commercio Italiana nella Repubblica Argentina, consigliere di Assocamerestero, consigliere della Fondazione Culturale Coliseum, consigliere dell’Ospedale Italiano di Buenos Aires sono gli altri incarichi che vedono il neo senatore impegnato a 360 gradi nella comunità italiana. Nel 1974, Pallaro ha fondato l’Associazione Padovani nel mondo di cui diventa Presidente fino al 1989 e poi fino ad oggi presidente onorario; nel 1976 è consultore della Consulta Regionale del Veneto per l’Emigrazione, nel ‘77 consultore Nazionale per l’emigrazione Italiana, a Roma. Nel 2003 partecipa, quale presidente del Comites Buenos Aires, alla Commissione Continentale Latino-americana del CGIE, tenuta a Montevideo, Uruguay, dal 8 al 10 Maggio. Nel 2004 è stato eletto al CGIE e successivamente eletto vice segretario generale per l’America Latina. PIÙ DI 3 MILIONI GLI IMMIGRATI S i chiama “Quando c’era Silvio – Storia del periodo berlusconiano” un film documentario dei giornalisti Beppe Cremagnani ed Enrico Deaglio, regia di Ruben Oliva. In vendita da marzo al prezzo di 17 euro, insieme al libro “Berlusconeide”, fa già discutere. L’idea è stata quella di raccontare l’era Berlusconi e i suoi miracolismi ormai arrivati alla fine. Si potrà scoprire un po’ di più del premier, come ad esempio, la tomba che si fece costruire in casa, una sorta di mausoleo alla Tutankhamon, in cui ci sono dei posti specifici non solo per lui, ma una stanza dedicata ai suoi fedelissimi collaboratori. MANCANO SACERDOTI IN ITALIA A Roma, il 10% delle parrocchie è retto da stranieri. Con la crisi di vocazioni sacerdotali, il numero di preti italiani di nuova ordinazione non riesce a coprire i pensionamenti. Da anni i fedeli romani si stanno familiarizzando con volti e pronunce linguistiche straniere. Il Lazio è la regione con il maggior numero di sacerdoti stranieri, tra i quali, soprattutto polacchi, spagnoli, sudamericani e africani. GIOVANI TRENTENNI DIMENTICATI L a generazione dei trentenni italiani si trova fuori dai posti di comando, ai margini dei processi decisionali del paese ed esclusa da incarichi dirigenzionali prestigiosi. L’età media della classe dirigente italiana è superiore ai 65 anni, quella in cui quasi tutti gli altri sono in pensione. Secondo la ricerca, solo il 5% dei leader italiani ha tra i 31 e i 40 anni, e meno dell’1% meno di 30 anni. Mentre all’università i docenti ultracinquantenni sono il 42%, contro il 27% di Spagna e Germania. Quelli con più di 60 anni sono il 22,5% a differenza di Francia (13,3%) e Regno Unito (8%). I docenti italiani "under 35" sono invece solo il 4,6% contro il 16% del Regno Unito e l’11,6% della Francia. TRA GLI ITALIANI CRESCE LA PASSIONE PER I PIATTI PRONTI P er 6 italiani su 10, a tavola ci si deve stare velocemente. Vanno di moda i risotti in busta, pronti in soli due minuti, i primi piatti surgelati come i bucatini all’amatriciana, le barrette di cereali, insomma, tutto ciò che sia gustoso e di facile preparazione. Tra le bevande più apprezzate, si trovano le acque prive o povere di sodio e gli energy drink, bevande che contribuiscono anche a ridurre il consumo di alcol nelle discoteche. ABRIL 2006 / COMUNITÀ ITALIANA Ana Paula Torres Senato America che con 18.506 voti è stata eletta al Senato italiano. La Giai è nata in provincia di Vercelli, ma residente a Rosario, in Argentina, dal 1951, dove si è trasferita con tutta la famiglia. Sensibile ai temi dello sradicamento, della solidarietà e del servizio, ha lavorato nel Patronato Inca di Rosario, ricoprendo nei vari anni il ruolo di presidentessa per tutta l’Argentina. Attualmente la senatrice presiede la Famiglia Piemontese ed è membro del Forum delle Donne Piemontesi dell’Argentina. La Giai presiede il partito dei Democratici di Sinistra e L’Unione della Seconda Circoscrizione Consolare e nel 1984 è stata onorata del titolo di “Cavaliere della Repubblica italiana”. Una donna semplice e tenace che ha vissuto e sofferto il cammino dell’emigrazione, che considera “prioritario lottare per la tutela dei diritti sociali, giuridici ed economici che la Costituzione italiana garantisce a tutti i suoi cittadini, siano essi dove siano”: così si definisce la neoeletta senatrice. Reprodução Camara 44 anni fa. Fin da giovane si è dedicato alla comunità italiana. È stato consigliere nel CGIE. Oggi è presidente del Comites di Buenos Aires, ed è stato, nelle elezioni per i Comites del marzo 2004, il secondo candidato più votato al mondo con 7.450 voti per la “Lista Associativa e Federativa”. In Argentina Merlo è anche presidente dell’Associazione Trevisani nel Mondo, presidente onorario “Gioventù Veneta Argentina” e presidente dell’Utrim (Unione Triveneti nel Mondo). Di professione imprenditore immobiliare, Merlo si è anche specializzato in Italia nel ’90 in diritto, economia e politica della Comunità Europea. È anche giornalista, direttore dei periodici “Titulares” e “L’aria veneta”. Reprodução R — Dieci seggi all’Unione, quattro a Forza Italia, due all’Aisa, uno alla Lista Tremaglia e all’Italia dei valori. Questa la distribuzione dei 18 seggi assegnati alla circoscrizione estero in occasione del primo, storico e determinante voto degli italiani all’estero. Molti i risultati attesi, poche le sorprese altrettante le delusioni. Reprodução oi non vogliamo un’Italia che diventi pluriculturale, plurietnica. Siamo fieri della nostra cultura e delle nostre tradizioni", ha detto il primo ministro Silvio Berlusconi in una trasmissione di Radio Anch’io, rispondendo a una domanda sull’immigrazione. Favorevole all’accoglienza degli immigrati, ma contrario a una società multietnica, ha aggiunto: "Mi sono venuti i brividi quando, parlando dell’insegnamento del Corano a scuola, Diliberto ha detto che non c’è nessun problema perché tra cinquant’anni avremo metà studenti cattolici e metà musulmani". Circoscrizione Estero: L’Unione fa il pieno ma è Pallaro (Aisa) il più votato Un solo seggio alla lista Tremaglia OMA Reprodução Capa Turismo Aconchego P SEGURO (BA) — Os portugueses podem até ter descoberto o Brasil há 500 anos. Mas hoje são os italianos que desfrutam das belezas da cidade de Porto Seguro, na Bahia, onde os lusitanos pisaram pela primeira vez em pindorama. Ao andar pela cidade baiana o idioma italiano pode ser ouvido em todos os cantos. A sensação é de que se está em alguma região da costa da Sicília, porém com um leve tempero baiano. Porto Seguro é mesmo única. É difícil descrever as belezas naturais encontradas naquele paraíso. Que o diga a cantora paraibana Elba Ramalho, ao interpretar a canção de Dominguinhos e Nando Cordel, “De volta pro meu aconchego”. Na música, Elba fala de saudade. E, a propósito, ela escolheu Trancoso, um distrito de Porto Seguro, para viver com a família. Se a cantora sente saudades da bela cidade, imagine os milhares de turistas que transitam por lá? A cidade de 140 mil habitantes, tão velha quanto o Brasil, não esconde em suas fachadas a arquitetura rústica de sua história. Diariamente turistas do mundo inteiro chegam para conhecê-la. A temporada do verão 2005/2006 na Bahia atraiu cerca de 2 milhões de turistas, um número recorde em relação aos anos anteriores, e 6% maior que no último verão. Muitos deles, com certeza, aportaram em Porto Seguro. A Secretaria estadual de Cultura e Turismo aponta que US$ 340 milhões foram movimentados pelo turismo, um crescimento de 8% em comparação ao ano anterior. Porto Seguro recebeu em 2005 cerca de 1,2 milhões turistas. Desse número, 1,2 mil eram italianos. ORTO para italiano Porto Seguro recebeu em 2005 cerca de 1,2 milhões de turistas. Desse número, 1,2 mil vieram da Itália. Alguns deles chegam e não vão mais embora Fotos: Setur / Porto Seguro Luciana Bezerra dos Santos 34 Localizada no sul da Bahia, a 730 quilômetros de Salvador, Porto Seguro ainda preserva paisagens intocadas, com praias tranquilas e belíssimas. São 90 quilômetros de litoral protegidos por recifes de corais, além de enseadas, rios e riachos, coqueirais e a exuberante Mata Atlântica. O Parque municipal Marinho do Recife de Fora, criado por lei municipal em 1997, é um espetáculo permanente de preservação. São 17,5 quilômetros quadrados de extensão, com profundidade média de seis metros. Segundo o guia receptivo da CVC na região, Eduardo Murtinho, o local que faz parte da vida porto-segurense desde tempos imemoriais é considerado a terceira maior plataforma de corais do Brasil. — Em Recife de Fora são encontrados 16 das 18 espécies de corais existentes no mundo, co- COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 mo o octoral, coral-cérebro, coral-de-fogo e peixes tais como paru, peixe-frade, moréia, arraia, budião-papagaio, além de moluscos e quelônios (tartaruga-verde e a tartaruga-de-pente). Dessa forma, o Parque constitui-se em uma das maiores biodiversidades do planeta — avalia Murtinho. A região conta ainda com 40 mil leitos catalogados, cerca de 900 restaurantes e pontos históricos de peso como o Centro Histórico e Acima, o Marco do Descobrimento, o Paço Municipal [a cadeia mais antiga do Brasil, de 1772] e a Igreja Nossa Senhora da Pena, de 1535. Ao lado, a Passarela do Álcool, palco das grandes festas populares da cidade a Passarela do Álcool, com lojas, restaurantes e barracas abertos a partir das 15h. Noventa e cinco por cento da economia do município vêm do turismo. Os 5% restantes estão também em atividades atreladas indiretamente a este setor. Segundo o secretário de Turismo de Porto Seguro, Anderson Guilherme, a expectativa é de que para 2006 o número de turistas cresça significativamente em relação ao do ano anterior. — Os vôos vindos da Itália começaram a operar em dezembro do ano passado. Este ano esperamos receber, até dezembro, 2,8 mil italianos. Isso em virtude dos vôos charter que a cidade receberá a partir de julho. A principio é um vôo por semana, a partir de janeiro de 2007 serão dois vôos semanais — adianta o secretário. A novidade para o segundo semestre, assinala Guilherme, é a implantação de um programa de visitação do Centro Histórico — uma parceria entre Governo Federal, Secretarias de Infra-Estrutura Urbana e de Turismo do município e o Sebrae Nacional — cujo objetivo é apresentar aos visitantes os principais pontos turísticos do lugar. O programa inclui nove atividades entre as quais visitas guiadas a igrejas e museus e um espetáculo cultural encenado por artistas locais. Para manutenção da região, o projeto prevê ainda uma taxa que ainda está sendo discutida pelos parceiros envolvidos. Pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo em 2004 apontou Porto Seguro como o terceiro pólo turístico mais visitado do Nordeste do Brasil, perdendo apenas para Salvador e Fortaleza. Os números da operadora turística CVC também elegem Porto Seguro como o destino mais procurado entre os brasileiros durante o ano inteiro. Na semana em que a reportagem esteve na cidade, cerca de quatro mil turistas entre brasileiros e estrangeiros visitavam a região, como o grupo de 16 turistas italianos, oriundos de diversas regiões da Itália. Atentos à explicação do guia, pareciam estupefatos com as belezas da cidade e do Centro Histórico. ABRIL 2006 / O milanês Maurizio Gaggianese, acostumado a passar férias por aqui, garante que já conhece mais o Brasil do que muitos brasileiros. — Sempre que posso venho ao Brasil. Já conheço Recife, Salvador e a Paraíba. E, agora, Porto Seguro. Meus próximos destinos serão o Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu e a Amazônia, programados para setembro — assinala Gaggianese. ‘Este ano esperamos receber, até dezembro, 2,8 mil italianos’ ANDERSON GUILHERME, SECRETÁRIO DE TURISMO DE PORTO SEGURO CIDADE PROTEGIDA Conforme afirmou a chefe regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a arquiteta Cássia Maria Boaventura, o tombamento do Centro Historico aconteceu em 1968. E desde 1973 o Iphan vem aplicando normas para manter as características naturais e culturais do lugar. Entre monumentos históricos como museus e igrejas centenárias está uma vila com cerca de 60 casas, a maioria habitada por pessoas que nasceram e cresceram junto com a região. Mas italianos também passaram e vivem por lá. O primeiro foi o médico oriundi Antônio Ricaldi, que construiu no local em 1885. Hoje o imóvel é ocupado por um fazendeiro da região e está calculado em R$ 500 mil. Ricaldi era bastante querido no povoado devido ao seu trabalho voluntário. Ulisse Bagi, COMUNITÀ ITALIANA cônsul honorário da Itália em Porto Seguro, é outro que mora no sítio histórico da Cidade Alta. Segundo a arquiteta, a reduzida equipe do órgão acaba dificultando uma inspeção mais rigorosa do patrimônio histórico. — A presença constante do Iphan na região ajuda a coibir certos abusos que degradam e descaracterizam o lugar. Infelizmente nossa equipe é bastante reduzida. Apenas três pessoas, para vistoriar os municípios de Porto Seguro, Caraíva, Arraial D’Ajuda, Trancoso, Vale Verde e Cabrália — enfatiza a arquiteta. Cássia Maria frisa também que o projeto de visitação proposto pelo Sebrae Nacional e parceiros será importante para a preservação do lugar. Já que os recursos arrecadados com a taxa de manutenção serão revestidos na conscientização e promoção da cidade histórica. Sobre a comunidade de italianos na região a chefe do Iphan, é incisiva. — O Brasil está de portas abertas para receber pessoas do mundo todo. Agora, assim como em seus países de origem, o Brasil também tem restrições. Até o momento os italianos se adaptaram a região e não fizeram nenhuma mudança — pondera Cássia. LENDAS Morador do Centro Histórico desde o nascimento, Giovani Souza Silva, 33 anos, há 15 como guia voluntário, conhece o lugar como a palma de sua mão. Segundo ele, lendas centenárias são passadas de geração a geração. Uma delas é a da Igreja da Misericórdia, que hoje abriga o museu de arte sacra, datada de 1526. — A Igreja da Misericórdia, também conhecida como Igreja do Senhor dos Passos, apresenta estilo primitivo em seu interior, onde estão guardadas imagens em estilo barroco, destacando-se a do Senhor dos Passos e um Cristo crucificado — assinala Silva. Outra relíquia desse sitio histórico é a Igreja Nossa Senhora da Pena, construída em 1535, pelo donatário da capitania, Pero de Campos Tourinho. Onde estão guardadas imagens sacras dos séculos XVI e VXII, entre elas a de São Francisco de Assis — primeira imagem sacra trazida para o Brasil — e a de Nossa Senhora da Pena, padroeira da cidade, que tem seus festejos no dia 8 de setembro. 35 Turismo Turismo Luciana Bezerra dos Santos Ela encontrou um porto seguro P Luciana Bezerra dos Santos SEGURO (BA) — O sambista Silas de Oliveira foi preciso na letra de “Aquarela brasileira”: o Brasil é mesmo “um episódio relicário” com belezas indescritíveis. Porto Seguro, onde tudo começou, ou seja, essa saudável mistureba chamada Brasil, é “maravilha de cenário” (olhe o Silas aí de novo!). Na Bahia, como no Rio, se respira samba e... praia. Após algumas entrevistas para esta reportagem, me permiti um dia de folga (ninguém é de ferro). No mapa, diversas praias me deixavam indecisa por sua exuberância. Resolvi conhecer a de Coroa Vermelha, a cerca de 19 quilômetros do Centro de Porto Seguro. Minha escolha não poderia ter sido melhor. Refestelada na cadeira sob um sol amainado por uma suave brisa uma voz ao longe atraiu a minha atenção. O sotaque, uma mistura de português e italiano, me fez levantar. De repente a voz estava ao meu lado perguntando: “Quer comprar óleo de coco?”. Percebi que estava diante da personagem principal da reportagem: A italiana de 32 anos Silia Vercesi, dona de uma história singular. Há quatro anos formou-se em pedagogia na Itália. Lá, como aqui, no Brasil, empregar-se é uma sina. Não pensou duas vezes. Pendurou a mochila nas costas e partiu rumo a América do Sul. Queria por em prática um projeto de graduação, trabalhar com crianças subnutridas. Tarefa que no Brasil, infelizmente, encontrou com facilidade. Ao chegar a Porto Seguro a primeira pessoa com a qual se deparou foi o paulista Paulo Rossi, que trabalhava como guia turístico na região. “O amor veio em dose dupla”, afirmou Vercesi. — Me apaixonei primeiro por Rossi, hoje meu marido, e em seguida por Porto Seguro — relembra a pedagoga. Em 2002, o que ela tanto sonhou aconteceu, foi trabalhar com crianças subnutridas numa casa de apoio em Arraial D’Ajuda a cinco quilômetros de Porto Seguro. Permaneceu na função solidária até o nascimento da sua filha. Depois disso, admite que não conseguiu “segurar o peso da morte”. — O Brasil me trouxe muitas alegrias dentre elas o prazer de por em prática meu sonho: trabalhar com crianças subnutridas. Mas infelizmente a gravidez me deixou fraca. Não conseguia mais ver aquelas crianças morrendo todos os dias, chegar em casa e olhar minha filhinha saudável. Era uma tortura para mim. Acho que não sou fria a esse ponto — garantiu Vercesi, que, ao contrário da maioria dos italianos que vive na cidade, é a única que não trabalha no ramo da gastronomia, hotelaria ou comércio. Seu negócio é ORTO Acima, Roberto Salvatore e Ricardo trocaram a Itália pelo calor da Bahia. Ao lado, o acarajé mais concorrido do Centro Histórico da cidade Mão na massa... na lagosta e no camarão! Italianos deixam sua terra natal em busca de novos desafios em solo brasileiro e misturam delícias da bota com temperos baianos Fotos: Luciana Bezerra dos Santos 36 Divulgação Setur / Porto Seguro A solidária Silia Vercesi largou tudo na Itália para cuidar de crianças carentes no Brasil. Casou, tem uma filha e se sustenta com a venda de óleo de coco no litoral baiano Luciana Bezerra dos Santos A italiana Silia Vercesi têm como local de trabalho uma das vistas mais exuberantes de Porto Seguro. Abaixo, o capoeirista literalmente o rebolado do baiano ‘Quando me perguntam o que faz uma italiana no Brasil [risos], eu respondo: ‘Che cosa fa un italiano in Italia?’’ o artesanato. Dentre os produtos que vende, a receita de um deles é segredo passado pelos nativos da região: o óleo de coco, cujos frascos são enviados via correio para a Itália. Da terra natal guarda apenas lembranças e muitas saudades de seus familiares. E sempre que pode dá uma volta por lá. Mas a paixão dessa italiana de olhos claros e dourada pelo sol da Bahia é mesmo o Brasil. Conta que não consegue descrever o amor que sente por essa terra que encantou os portugueses quando desembarcaram aqui há 500 anos. Àquela altura da entrevista sua voz fica embargada e os olhos marejados. — Agora meu lugar é aqui, no Brasil. Quando cheguei em Porto Seguro pela primeira vez, chorei de emoção. Nunca tinha me deparado com um lugar tão lindo como este. Na Itália, já foi tudo destruído. Para se ter uma idéia, até para sentar na praia e observar o mar as pessoas têm de pagar. Isso é um absurdo. Outra coisa que encanta o europeu quando ele chega aqui é a alegria e a gentileza do povo brasileiro. Totalmente diferente dos italianos, que estão sempre de mau humor. Hoje quando me perguntam o que faz uma italiana no Brasil [risos], eu respondo: ‘Che cosa fa un italiano in Italia?’ COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 P ORTO SEGURO (BA) — Nem Pedro Álvares Cabral poderia imaginar que, depois de 500 anos, o marco do descobrimento do Brasil se transformaria num dos mais importantes pólos turísticos do País. Mesmo diante de todo esse impasse político vivido nos últimos anos, a economia brasileira não caiu da corda bamba e continua atraindo capital estrangeiro. Porto Seguro é um exemplo disso, desde o início da década de 1980 a cidade vem atraindo cada vez mais os europeus, mas precisamente os italianos. Quando pisou em terras brasileiras pela primeira vez, o italiano Salvatore Cicale pressentiu que um dia moraria no País. Prevaleceu a intuição. Em 2003 vendeu o restaurante de Turim e rumou ao Brasil. Em Porto Seguro, juntamente com o antiquário Roberto Marola, investiu cerca de R$ 20 mil em uma cabana, na praia do Mutá, orla norte da região, e hoje atende cerca de 100 pessoas por dia na alta temporada e 60, na baixa. A vista, uma bela praia, muito verde e tranqüilidade, cenário em que Cicale nem imaginaria viver na Itália. Segundo ele, a escolha pelo Brasil foi motivada pela qualidade de vida dos brasileiros. — No Brasil, as pessoas vivem melhor, independentemente de condições financeiras. Na Itália, por exemplo, se trabalha muito, vive-se estressado e, no final do mês, o que se ganha não compensa. Aqui, misturo minhas receitas com os temperos da região e o resultado não poderia ser melhor — avalia Cicale. Há 18 anos no ramo da gastronomia, o chef começa a colher os frutos do capital investido no Brasil. Em parceria com Marola e o músico romano Roberto Zenobi, inaugurou em dezembro de 2005 ABRIL 2006 / o restaurante e pizzaria Mediterrâneo, em Taperapuã. No cardápio, massas, vinhos e a verdadeira pizza italiana. Tudo preparado com irreverência pelos “incríveis”, como são conhecidos em Porto Seguro. Enquanto Cicale prepara a massa, Marola atende aos clientes e Zonobi toca vários instrumentos ao mesmo tempo. A alegria contagia até a pessoa mais tímida que passar por lá. Para o futuro, Cicale pretende implantar na cidade uma pequena associação italiana. Segundo ele, apesar de pequena, cerca de mil pessoas, a comunidade ainda está dispersa. — Na Itália eu fazia parte da associação dos gourmet. Era bacana porque a cada mês havia uma reunião com palestras sobre vários temas, mas sempre voltados à gastronomia. A associação italiana daqui poderia ter, além das reuniões mensais, cursos de qualificação para a população local. Coisa escassa na região — sugere o chef. SORVETE DOS DEUSES Outro ponto de parada obrigatório na cidade é a sorveteria Coelhinho. Mesmo quem não conhece o local, enxerga de longe um despreocupado coelhinho de macacão pedalando, tomando o seu sorvete e olhando para uma vista, digamos, espetacular. Como a maioria das sorveterias artesanais italianas, a casa fabrica há dez anos um dos mais gostosos sorvetes da região. Bruno Maremmani e Giancarlo Cagnola, donos da Coelhinho, nem imaginariam que o lugar fizesse tanto sucesso. São 24 sabores que misturam cremes italianos com frutas regionais. Segredo que Maremmani guarda a sete chaves. Entre os preferidos estão os de chocolate com laranja, nutella e COMUNITÀ ITALIANA cookies, mas há quem prefira os de frutas, como limão, graviola e coco. — Todos os dias venho experimentar um sabor. E foi o melhor sorvete que já provei na cidade — afirma a contadora carioca Marly Maia, que gozava as férias em Porto Seguro. Maremmani, que faturou em 2005 cerca de R$ 180 mil com a sorveteria, criticou o governo municipal e as instituições bancárias do País. — A burocracia exigida pelos bancos no país atrapalha qualquer investidor. Outro fator também é que Porto Seguro precisa de quatro grandes obras emergenciais. A primeira é a revitalização da Passarela do Álcool; depois a do aeroporto internacional; em terceiro a duplicação da orla norte até o município de Coroa Vermelha e por último um píer de navios para receber os turistas que chegam pelo mar. Antes de a Secretaria de Turismo buscar turistas para a cidade, ela, primeiro, deve arrumar a casa. Vivemos num paraíso, mas tem alguém querendo matá-lo. A arrecadação do município não é voltada para a cidade. Aqui, não tem um cinema, teatro ou outro tipo de entretenimento para o próprio morador. Sinceramente, torcemos para que a cidade cresça, mas ordenadamente. Viemos para cá com um propósito: construir um negócio numa região, e nosso intuito é ver a região se desenvolvendo e não estagnada — assinala Maremmani. Os italianos não comandam apenas restaurantes, pizzarias ou sorveteria. Nicola Milani, 34 anos, que trabalhava na Itália no segmento de cosméticos, está no Brasil há 10 anos. Trocou a rica e industrializada Verona pelo Brasil. O motivo de mudança tão brusca? Crise econômica, falta de opção de investimento e muita concorrência. — Estava com capital para investir na Itália, mas a crise me fez mudar os planos. Foi por isso que decidi me transferir definitivamente para o Brasil. Claro que ninguém vai deixar a Itália para ganhar um salário mínimo aqui. No início cheguei com 100 mil euros. Comprei um lote de mil metros quadrados, onde já existiam quatro blocos de apartamentos. Comecei a alugar para os turistas da minha cidade e o negócio foi crescendo tanto que há três anos sou sócio da imobiliária Casa Própria, além de uma construtora. A empresa hoje está construindo mais 12 apartamentos que deverão ficar prontos até dezembro de 2006. Os imóveis são vendidos ou alugados. Isso depende do que o mercado vai nos oferecer em troca — pondera Milani. 37 Decoração M — Um gigantesco sofá ocupa parte da calçada diante do Arco da Paz. Uma cadeira enorme enfeita a via Moscova, no centro da cidade. Por quase todas as ruas e esquinas, instalações artísticas enchem os olhos dos visitantes e servem de aperitivo para o prato principal: a produção italiana de móveis e objetos de decoração. Mesas, porta-copos e lâmpadas voam pelas janelas das fachadas dos prédios históricos através de projeções de vídeo. Um espetáculo cenográfico que toma conta das praças, como a do teatro La Scala. As projeções colorem o cinza das estatuas e dos monumentos. Na noite de abertura do 45º Salão Internacional do Móvel, uma pequena multidão sentou no chão de cimento da praça Scala, entre o Palacio Marino, sede do “comune” e o famoso teatro lírico, para ouvir uma banda de jazz. Alguns quarteirões atrás um coquetel gratuito era servido ao público, que não pensou duas vezes em sair de casa para aproveitar o aumento da temperatura e os dias mais “longos” com a chegada da primavera. O Salão Internacional do Móvel acontece na nova feira de Milão, em Rho. Uma prova de fogo para o arrojado e moderno projeto de Massimiliano Fuksas. Uma obra ousada com a estrutura em vidro e aço. Vista de longe, recorta o horizonte como a vela de um barco. De perto, é uma resposta concreta ao futuro da arquitetura. A feira por si só já vale a visita. Com os seus 220 mil metros quadrados, ela se transformou numa mansão planetária com designers de todo o mundo, ainda que grande parte do “show” esteja nas mãos dos italianos, tradicionais líderes no setor e, por isso mesmo, copiados a exaustão. Juntos, somam nada menos que 2.549 expositores. Todos estão apresentando, segundo seus pontos de vista, a casa do amanhã. Ir a Roh vale o sacrifício. Com o que tem dentro, o bilhete já está pago — entenda-se, o de metrô, pois a última estação da linha vermelha fica exatamente no subsolo do prédio. Mesmo assim, as 200 mil pessoas que vieram visitar o salão enfrentaram atrasos longos por causa da falta de capacidade operacional do transporte subterrâneo, surpreendido com uma demanda sem igual. Mas valeu a pena, ainda mais levando em conta que se podia sentar, deitar, tocar em móveis e objetos, que normalmente são apenas vistos nas revistas especializadas. ILÃO Sofás e armários em cada esquina Salão de móveis de Milão reúne principais fabricantes e designers do mundo Guilherme Aquino Correspondente • MILÃO Uma atmosfera surreal dentro da casa do novo milênio. Cores fazem a diferença do moderno sofá e um mosaico neutro equilibram o ambiente relação ao ano de 2004. Por isso, mais do que nunca, o salão é uma gigantesca vitrine para o setor que se ressente da perda de competitividade do país. Não apenas o preço da matéria-prima subiu como o câmbio foi desfavorável para exportação. E com um crescimento muito reduzido do comércio entre os maiores clientes europeus, Alemanha, Reino Unido, Franca e Espanha, o setor aponta para novos mercados como China, Índia e Brasil. Números a parte, o que se viu foi um mosaico de produtos novos ou aperfeiçoados de qualidade ímpar. E deste seleto grupo de criações estão os “monstros” dos irmãos Campana para Edra: — Buscamos inspiração no crocodilo da fauna do pantanal, um gigantesco pufe, um entrelaçado de rabos de répteis — muito confortável — que atrai e, ao mesmo tempo, instiga e atemoriza a pessoa — enfatizou Humberto. — O Brasil ficou muito tempo sem ver a luz da liberdade política de expressão. Estamos neste momento resgatando esse valor e isso se reflete na produção cultural do país quer no cinema ou no design, por exemplo — arremata Fernando. O espaço para jovens desenhistas industriais com os seus protótipos maravilhosos também não fez feio. Representantes de 34 países dos cinco continentes, eleitos por uma comissão de especialistas, trouxeram uma releitura e uma reinterpretarão audaz de mesas, cadeiras, ventiladores e outros tantos objetos nossos de cada dia. Ao todo são cerca de 520 profissionais e pelo menos a metade já tinha participado do salão do ano passado ou ainda do ano precedente. Pelo regulamento, um profissional pode apenas estar presentes três vezes no Salão Sattelite. O Brasil estava representado pela Escola Superior de Desenho Industrial da UFRJ — única entre 22 escolas internacionais — com estudos de produtos de fibras naturais, e por Wagner e Gisela Archella com porta-jóias super-moderno em acrílico e lâmpada-escultura. Uma torre de Babel para troca de experiências entre os participantes. Liberdade de criação é o mote desta turma antenada com o futuro. Além do Salão Internacional do Móvel, em Rho, outros 350 eventos faziam parte de “Fuore Salone”. Muitas exposições foram montadas em locais próprios. O estilista Giorgio Armani “vestiu” uma cozinha no seu teatro. O lançamento deste ambiente dentro da coleção Casa Armani foi um dos principais eventos. O rei da moda encaixou num closet o espaço dedicado a culinária. Ao entrar no ambiente, todo revestido por madeira nobre, se nota que é uma cozinha apenas porque existe uma torneira da pia e fogão digitalizados. O resto está escamoteado, atrás de divisórias, basculantes e portas pantográficas que abrem e fecham como num passe de mágica. Já no setor “banheiros”, a italiana Teuco, apresentou uma banheira de hidromassagem silenciosa. Os técnicos encontraram um isolamento acústico perfeito e aquele barulho do motor não se escuta mais. Apenas o som das águas inunda a “sala de banho”. A zona Tortona, uma espécie de Fuori Salone oficial, e a Triennale se transformam em palcos de exibições, performances, mostras e retrospectivas que atraem artistas dos mais diferentes matizes e origens. A Triennale também foi ponto de encontro da juventude desenhista que aproveitou as festas noturnas nos jardins para abraçar a lua entre bancos e cadeiras projetadas por grandes mestres do design, como Gaetano Pesce, para quem a estética, a beleza e a funcionalidade devem ser a santíssima trindade da alma de um produto. Fotos: Guilherme Aquino CORRENDO ATRÁS DO PREJUÍZO 38 Como acontece em todos os anos, o salão é dividido por áreas: design, moderno e clássico. O tripé de sempre, mais as exposições de cozinhas e banheiros. De uma longa visita a todos esses cômodos se pode ter uma idéia da casa do amanhã, já disponível para quem pode e quer tê-la hoje. Naturalmente, o setor mais visitado foi o de design. Numa união perfeita entre a criatividade e a tecnologia o made in Italy segue respeitado por realizar um produto único, feito a mão, que não esquece as tradições e que transporta o estilo italiano para o resto do mundo. Ainda assim o ano que passou não rendeu os frutos esperados pelos empresários do ramo. O faturamento total de 2005, de 37 bilhões de euros, representou uma queda de 2,9% em COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 A clássica poltrona criada pelo finlandês Aluar Sauto. A peça parece laqueada de preto. Detalhe da queda d’água da cozinha contemporânea ABRIL 2006 / COMUNITÀ ITALIANA 39 Religione Fedeli rendono omaggio a Giovanni Paolo II Un anno fa il mondo piangeva commosso la sua morte Ana Paula Torres “V do prova immensa gratitudine e affetto. Molti sentono la sua mancanza, tanti altri affermano di sentirlo ancora più vicino dopo la sua morte. Quest’anno, il 2 aprile, percorrendo le vie che circondano il Vaticano si poteva respirare la stessa atmosfera di un anno fa. E’ come se la sua morte risalisse a l’altro ieri, data l’intensità dei sentimenti, delle emozioni. In piazza si vedeva una colonna umana già dall’alba, silente, ordinata, in attesa dell’orario di apertura delle Grotte Vaticane, dov’è sepolto Giovanni Paolo II insieme agli altri papi. C’è chi ha portato un biglietto scritto a mano, c’è chi ha preferito un fiore. I bambini invece hanno offerto alla memoria del Papa i loro disegni. La coda attraversava la piazza come se abbracciasse tutto il colonnato del Bernini e si snodava lungo via della Conciliazione. Il primo a rendere omaggio a Karol Wojtyla è stato in mattinata il Presidente Carlo Azeglio Ciampi che, in compagnia della moglie Franca, ha sostato per qualche minuto nelle Grotte Vaticane, deponendo un fiore ai piedi del sepolcro di marmo. Tanti i pellegrini, arrivati da tutto il mondo, numerosa la rappresentanza polacca: tutti in fila per poter dire una preghiera sulla tomba di Giovanni Paolo II, anche a costo di sottoporsi a lunghe attese e ai controlli dei metal detector. ne di Gesù risorto, speranza nel mondo", ha detto l’arcivescovo di Milano, Dionigi Tettamanzi. Sentiamo Wojtyla ancora nostro compagno di viaggio — conclude. Lunedì, 3 aprile, è stata celebrata sul Sagrato della Basilica Vaticana una messa in memoria del Santo Padre. Presieduta dal suo successore, nonché amico Papa Benedetto XVI, ha contato con la presenza di autorità religiose, del governo italiano e membri delle ambasciate presso la Santa Sede. La stessa folla di pellegrini del giorno precedente ha riempito Piazza San Pietro. LE CELEBRAZIONI La sera, con la veglia di preghiera, sono state ufficialmente aperte le commemorazioni. In Piazza San Pietro, centinaia di migliaia di persone si sono radunate con la stessa calma, pazienza e, soprattutto, rispetto dell’anno scorso. Erano più di 100 mila fedeli, in particolare giovani, riuniti per ricordare con la preghiera il momento del trapasso di Giovanni Paolo II, alle ore 21:37 di un anno fa. Una serie di canti che risuonavano per tutta la piazza, insieme ai lumi delle migliaia di candele, componendo un’atmosfera medievale e di intensa emozione. Dalla finestra del suo studio Benedetto XVI si è affacciato esattamente alle 21,37, ora della morte di Giovanni Paolo II, per pregare insieme alla gente. Poi, ha ricordato Wojtyla: — La sua memoria continua ad essere quanto mai viva, e lui è presente nella nostra mente e nel nostro cuore, continua a comunicarci il suo amore per Dio e il suo amore per l’uomo, continua a suscitare in tutti, specie nei giovani, l’entusiasmo del bene e il coraggio di seguire Gesù e i suoi insegnamenti. La veglia, organizzata dalla Diocesi di Roma, ha visto la partecipazione di fedeli da tutto il mondo, e soprattutto dalla Polonia, da dove treni speciali sono arrivati già dai giorni scorsi. Tutti "già lo sentono Santo, cioè, vero testimo- 40 COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 Da sinistra: Pellegrini salutano Papa Benedetto XVI. Signora prega per Papa Giovanni Paolo II. Due copertine del quotidiano l’Osservatore Romano ROMA E LE GRANDI CIFRE Fotos: Ana Paula Torres egliate, perché non sapete in quale giorno il Signore vostro verrà (Mt 24,42) — queste parole mi ricordano l’ultima chiamata, che avverrà nel momento in cui il Signore vorrà. Desidero seguirLo e desidero che tutto ciò che fa parte della mia vita terrena mi prepari a questo momento. Non so quando esso verrà, ma come tutto, anche questo momento depongo nelle mani della Madre del mio Maestro: Totus Tuus. Nelle stesse mani materne lascio tutto e tutti coloro con i quali mi ha collegato la mia vita e la mia vocazione. In queste Mani lascio soprattutto la Chiesa, e anche la mia Nazione e tutta l’umanità. Ringrazio tutti. A tutti chiedo perdono. Chiedo anche la preghiera, affinché la Misericordia di Dio si mostri più grande della mia debolezza e indegnità." Così inizia il testamento del Santo Padre Giovanni Paolo II, pubblicato dopo la sua morte dal quotidiano l’Osservatore Romano. Le preghiere richieste dal Papa sono state realizzate da tutti quelli che l’hanno conosciuto, ammirato e amato, come lo dimostra il fiume di gente che da un anno continua ad arrivare a Roma per rendergli omaggio. Un anno fa, il mondo piangeva commosso la morte di Giovanni Paolo II, il primo Papa slavo della Storia, eletto il 16 ottobre 1978 all’età di 58 anni. Impossibile dimenticare il suo sorriso, il suo carisma, la sua attenzione, soprattutto, verso i giovani. E’ stato il Papa che ha saputo comunicare con tutti e per il quale tutto il mon- Correspondente • ROMA A mezzogiorno, durante l’Angelus, Papa Benedetto XVI ha ricordato le ultime ore del suo predecessore: — L’amato Papa Giovanni Paolo II il 2 aprile dell’anno scorso stava vivendo in queste stesse ore, qui in questa stessa stanza, l’ultima fase del suo pellegrinaggio terreno — e in seguito ha parlato dell’eredità lasciata e dell’ultima benedizione di Wojtyla quando ormai non riusciva più a parlare — egli ha impresso un segno nella storia della Chiesa e dell’umanità. Non dimenticheremo mai questa benedizione. E’ stata la più sofferta e commovente che ci ha lasciato come estrema testimonianza della sua volontà di compiere il ministero fino alla fine. mi. Invece il personale impegnato nell’assistenza Roma, un’altra volta, ha saputo accogliere nei mi- è stato di 36 mila persone, tra volontari, addetti gliori dei modi il lungo pellegrinaggio per il primo alla sicurezza, vigili urbani, autisti, ferrovieri, soldati e vigili del fuoco. anniversario della morte di Giovanni Paolo II. — La macchina organizzativa è stata perfetta — ha detto il prefetto Achille Serra. Rin- IL LEGAME CON IL BRASILE grazio tutti per la collaborazione e per il lavoro Giovanni Paolo II è stato il primo pasvolto. Il piano messo a punto non ha trascurato pa a visitare il Brasile e lo ha fatto per nessun dettaglio. Dall’accoglienza alla viabilità, ben tre volte. La prima e più completa passando per la sicurezza e i controlli, tutto ha delle sue visite si diede nel 1980, due funzionato a dovere. Un ruolo molto importante anni dopo la sua elezione. Le altre inl’hanno svolto i circa 1.500 volontari, che hanno vece, nel 1991 e 1997, arrivando ad accudito i pellegrini dal loro arrivo, guidandoli un totale di 20 giorni di soggiorno. Questo Grande Papa ha dato al Braal meglio sino a Piazza San Pietro. — Si sono prodigati con la generosità di sile la sua prima santa il 19 maggio sempre – ha affermato il sindaco Walter Veltroni. 2002, celebrando in Piazza San Pietro, Il mio ringraziamento va a loro, come alle forze a Roma, la canonizzazione della beata dell’ordine e a tutti coloro che hanno contribuito italobrasiliana Amabile Lucia Visintaia rendere sereno un giorno tanto importante. Ro- ner. Nata il 16 dicembre 1865 a Vigolo ma ha dimostrato ancora una volta un incredibile Vattaro, in provincia di Trento, emigrò spirito di solidarietà. Una testimonianza di cui in Brasile con la sua famiglia all’età di dieci anni nello Stato di Santa Catarina, dove possiamo andar fieri — conclude Veltroni. L’anno scorso la Città Eterna ha vissuto dei oggi esiste il comune di Nova Trento. Il 18 ottomomenti mai visti prima nella sua storia. E sono bre 1991, in occasione della sua seconda visita al paese, Wojtyla beatifiproprio i numeri a far cò a Florianópolis Mapercepire le dimensioni dre Paolina, che undidelle giornate romane ci anni più tardi saprima e dopo la morte rebbe diventata santa di Giovanni Paolo II. Paolina del Cuore agoOltre 3 milioni di pellenizzante di Gesù. grini sono arrivati nella Il Papa da subito capitale dal 2 all’8 apriha sentito una grande le 2005. Alla celebrasimpatia per il Brasizione delle esequie erale, come dimostrò duno presenti sul Sagrato rante il suo saluto in della Basilica di San conclusione del primo Pietro 169 delegazioni viaggio: straniere, composte da HA DETTO BENEDETTO XVI — Porto con me, sovrani e capi di stato. negli occhi e nel cuoSecondo dati della Prore, tante immagini di tezione civile italiana, nei giorni precedenti ai funerali, 21 mila persone vita e bellezza che mi hanno impressionato in sono entrate ogni ora nella Basilica, mentre 13 ore questo dinamico paese pieno di promesse. E le era il tempo di attesa medio e 24 ore quello di at- ultime e più impressionanti saranno le prodigiotesa massimo per l’ingresso a San Pietro. C’era una se immagini di questi fiumi e di queste foreste fila lunga 5 km che riempiva le vie limitrofe fino dell’Amazzonia. Però, ancora più che le immaad attraversare il ponte sul fiume Tevere. Nel gior- gini delle innumerevoli meraviglie — opera sia no dei funerali 500 mila persone hanno seguito le della natura che dell’uomo — è l’immagine di celebrazioni presso Piazza San Pietro, mentre cen- questo uomo brasiliano che porto con me. Deltinaia di migliaia di pellegrini si sono riuniti nelle l’uomo concreto e storico che in questo momenvarie zone della città attrezzate con maxischer- to è il protagonista di un’ora importante per il ‘La sua memoria continua ad essere quanto mai viva, e lui è presente nella nostra mente e nel nostro cuore’ ABRIL 2006 / COMUNITÀ ITALIANA paese — disse l’11 luglio 1980, prima di partire per l’Italia. SANTO Per prendere in esame la candidatura alla beatificazione la Chiesa esige dei segni postumi alla morte di una figura in onore di santità. L’apertura della Causa di Beatificazione e Canonizzazione del Servo di Dio Giovanni Paolo II, è stata possibile grazie al miracolo compiuto ad ottobre del 2005: la guarigione di una suora francese dello stesso male che afflisse il papa: il Parkinson. E proprio nei giorni del primo anniversario della morte di Giovanni Paolo II, a Cracovia, il neocardinale Dziwisz ha realizzato le celebrazioni conclusive della fase polacca della causa di beatificazione. Però, data la quantità di documentazione che deve essere esaminata, i tempi di questo processo si preannunciano piuttosto lunghi. Nel frattempo, ogni giorno arrivano da tutto il mondo presso la sede del Vicariato di Roma centinaia di segnalazioni di grazie ricevute. Per chi fosse interessato, esiste anche una pubblicazione mensile ufficiale, Totus Tuus, in varie lingue tra cui anche il portoghese, che permette di seguire gli aggiornamenti legati alla causa di Giovanni Paolo II. Chi invece ha dimestichezza con internet può visitare la sezione del sito del Vicariato di Roma dedicata alla postulazione: http://www.vicariatusurbis.org/ beatificazione/. 41 Cultura L’Italia ha la peggiore gioventù d’Europa Gli adolescenti bevono, fumano e si drogano di più dei loro coetanei europei Ana Paula Torres Correspondente • ROMA E’ stata presentata a Firenze la ricerca dell’Oms (Organizzazione Mondiale della Sanità) e dell’Hbsc (Health behaviour in school-aged children) dal titolo "I determinanti sociali che influenzano le abitudini alimentari e l'attività fisica degli adolescenti". Per la ricerca italiana sono stati intervistati 4386 ragazzi e ragazze di 11, 13 e 15 anni. Dai risultati emerge che l’Italia ha la peggiore gioventù d’Europa, con ragazzi che bevono più dei loro coetanei europei, fumano e sono pigri nella pratica sportiva. La colpa sarebbe in gran parte dei genitori, che sono molto rigidi con i figli piccoli, ma fin troppo lassisti quando i ragazzi da 12 anni in poi diventano più autonomi e ribelli alle regole. Secondo quanto presentano i dati dell’indagine, gli adolescenti italiani bevono, fumano e fanno uso di sostanze stupefacenti molto di più rispetto ai loro coetanei europei. Per quanto riguarda il fumo si sapeva già che gli adolescenti italiani cominciano a fumare presto. Infatti, tra i quindicenni, 16% fanno uso quotidiano di sigarette, mentre gli undicenni e i tredicenni fumatori sono pochissimi. Spesso il fumo viene accompagnato dal consumo di alcolici. Il 12% degli undicenni beve almeno una volta alla settimana e la percentuale sale al 37% per i quindicenni. Questi ultimi sono precoci anche dal punto di vista sessuale, un quinto di loro ha già avuto rapporti. Ma l’allarme più grave è quello sull’utilizzo di sostanze stupefacenti. A dichiarare di averne fatto uso almeno una volta sono il 27% dei ra- 42 gazzi ed il 18% delle ragazze all’età di soli 15 anni. Il 2% ha provato droghe pesanti, il 2,6% la cocaina. Anche nel loro comportamento generale, nelle relazioni interpersonali, gli adolescenti italiani si fanno vedere ammalati. I rapporti con la famiglia sono peggiorati, in particolare quello con i genitori, soprattutto nel caso del padre. A scuola ci si va in molti casi solo per obbligo, infatti soltanto il 9% dei ragazzi dichiara di frequentarla con piacere. E nelle aule cresce il bullismo, il 35% degli undicenni dice di esserne stato vittima. Si tratta di una modalità relazionale basata su atteggiamenti di prevaricazione e di violenza che coinvolge gli adolescenti nel contesto scolastico. Il fenomeno può essere manifestato in vari modi: colpendo un collega fisicamente con pugni o calci, sottraendo o rovinando oggetti di sua proprietà. Esiste anche l’attacco di carattere verbale con insulti, prese in giro, sottolineamenti di aspetti razziali. Spesso non gli si dà molta importanza perché lo si confonde con i normali conflitti fra coetanei, invece è una cosa seria che provoca un danno all'autostima della vittima e induce la persona ad un considerevole disinteresse per la scuola, oltre alla possibilità che diventino a loro volta aggressori. Per completare negativamente il quadro, vi si deve aggiungere la cattiva alimentazione da parte dei nostri giovani che mangiano spesso ai fast food e iniziano precocemente con aperitivi e happy hour, con salatini, stuzzichini e primi superalcolici. Tra le ragazze c’è anche la moda di saltare con una certa regolarità i pasti, mentre cresce a dismisura il consumo di bevande gasate. Cattiva alimentazione e niente sport fanno in modo che la gioventù italiana abbia il primato anche della pigrizia, se paragonati ai ragazzi dei paesi vicini che praticano almeno 60 minuti di attività fisica 5 giorni la settimana. Solo il 37% degli undicenni considerano di avere un’ottima salute, mentre i quindicenni sono ancora più critici, il 24%. Le ragazze di quindici anni sono insoddisfatte del proprio corpo più dei maschi. E’ da sottolineare che a 11 anni il 25,6% dei maschi e il 13,5% delle femmine sono in sovrappeso, e il 5,5% dei maschi e l'1,5% delle femmine sono obesi. Invece da un’altra ricerca realizzata dal Cnr (Consiglio Nazionale delle Ricerche) risulta che un adolescente su tre passa tre ore al giorno con i videogame. Sono dati della ricerca "Minori in videogioco" del Centro Minori e Media, alla quale hanno partecipato 2037 studenti di scuola media e superiore di 18 città del nord, centro e sud Italia. L’altra compagna inseparabile è la televisione, e non riguarda solo gli adolescenti. Molte volte la tivù diventa la tata di tanti bambini che trascorrono periodi della giornata a casa in compagnia di uno dei genitori, che però è impegna- “L’allarme più grave è quello sull’utilizzo di sostanze stupefacenti” to in varie faccende domestiche, oppure si trova a casa con la collaboratrice familiare. Tanto piccoli come grandi, i ragazzi italiani perdono ore preziose della giornata guardando i programmi televisivi, mentre potrebbero approfittare questo tempo per dedicarsi adeguatamente ai compiti scolastici, oppure per praticare un’attività fisica. Tra i programmi più seguiti c’è "Uomini e Donne", in onda da lunedì a venerdì pomeriggio su Canale 5, con la conduzione di Maria De Filippi, ed è dedicato alla ricerca dell’anima gemella, con tanto di corteggiatori, corteggiati e pubblico opinionista. COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 Sopranos e tenores na floresta Festival de ópera do Amazonas completa dez anos e reverencia a ópera italiana Jony Clay Borges Especial para Comunità M ANAUS (AM) – Situada à beira da confluência entre os rios Negro e Solimões, no coração da Floresta Amazônica, a cidade de Manaus entre os meses de abril e maio dá um descanso às belas toadas do boi de Parintins e incorpora o que há de mais lírico e clássico em música. Falamos do famoso Festival Amazonas de Ópera (FAO), que todos os anos promove na capital amazonense espetáculos da rica tradição musical surgida na Europa Ocidental, no século XVII. Este ano o evento completa dez anos e, como presente, os organizadores homenageiam à ópera italiana. Aliás, foram os compositores italianos que escreveram as primeiras óperas barrocas e seu estilo predominou a ópera em todo esse período. Na programação, cinco óperas italianas, entre elas duas versões de “Otello”, de Gioacchino Rossini (1792-1868) e de Giuseppe Verdi (1813-1901). O “Otello” de Rossini, nunca fora apresentado integralmente no Brasil. Mesmo no cenário operístico internacional, a obra caiu um tanto no esquecimento, o que confere à nova montagem do evento amazonense um caráter de resgate musical. — Fazer o “Otello” de Rossini é um momento histórico, não só para nós, mas para o Brasil. É uma honra poder participar dessa ópera — afirma a soprano Gabriella Pace, que interpreta a Desdemona no espetáculo. Sua participação, aliás, é um ponto positivo para o festival, pois Gabriella tem Itália e ópera no sangue: filha de músicos criada no Brasil, ela nasceu em meio a uma apresentação de ópera no Teatro Massimo, em Palermo. Interpretar obras italianas, para ela, é participar de uma experiência vívida e presente. — É como se eu cantasse em português. Compreendo o universo de que trata a ópera — enfatiza. Outras pérolas na programação são “Fosca”, de Antonio Carlos Gomes (1836-1905), “La Gioconda”, de Amilcare Ponchielli (1834-1886), e “Gianni Schicchi”, única ópera cômica de Giacomo Puccini (1858-1924). As quatro primeiras serão apresentadas no Teatro Amazonas, com três récitas cada, enquanto “Gianni Schicchi” será encenada em duas récitas em praça aberta, no Largo de São Sebastião, em frente ao mesmo teatro. — Em conjunto, todas elas apresentam um grande panorama da ópera italiana, mostram o movimento de mudanças na criação operística da Itália. É interessante acompanhar essa progressão — atesta o maestro Luiz Fernando Malheiro, diretor do FAO e responsável pela regência do “Otello”, de Verdi, e de “La Gioconda”. Malheiro destaca também que todos os principais títulos do festival deste ano guardam uma quase insuspeita ligação entre si. Entre os “Otello” de Verdi e Rossini, a relação é óbvia: ambos são baseados no clássico de William ABRIL 2006 / COMUNITÀ ITALIANA Fotos: Reprodução Fotos: Ana Paula Torres Comportamento Shakespeare. Ainda assim, a diferença de mais de 80 anos entre as duas óperas resulta em visões bastante diversas da obra original do dramaturgo inglês. — São duas linguagens completamente diferentes. Rossini compôs uma ópera em estilo belcantista, tradicional do início do século XIX. Já Verdi lançou seu “Otello” em 1897, e era uma ópera moderna para a época — afirma o regente. O maestro Marcelo de Jesus, diretor-adjunto do FAO é fã confesso da ópera italiana, e de Rossini em especial. Não por acaso, ele vai conduzir a montagem do “Otello” rossiniano, e ainda a de “Gianni Schicchi” em praça aberta. Para além das diferenças estéticas, ele também aponta semelhanças entre as duas versões de “Otello”. — As duas têm uma grande cena de Desdemona, que é a despedida de Emilia (a criada), e outra em que Desdemona se prepara para dormir e canta uma oração. No Rossini, ela canta uma preghiera (prece), e em Verdi, uma Ave Maria inteira — conta o maestro. Conhecendo o universo operístico italiano, é possível descobrir a ligação entre os “Otello” e as demais óperas do FAO 2006. Veja só: o libreto do “La Gioconda” de Ponchielli foi escrito pelo compositor Arrigo Boito (1842-1918), integrante do movimento literário e artístico Scapigliatura (Descabelados), que denegria o tradicionalismo da ópera italiana e, em especial, de Giuseppe Verdi. Contra tudo isso, ambos acabaram trabalhando juntos para compor a segunda versão de “Otello”. O resultado, surpreendentemente, foi extraordinário. — Apesar das diferenças entre os dois, eles fizeram uma obra muito melhor. É uma ópera mais moderna, e até hoje uma das melhores de todos os tempos — afirma Malheiro. Em resumo: na história das ligações “perigosas” entre os “Otello”, “La Gioconda” e “Fosca”, há rivalidade, amor, ódio, inveja, reviravoltas, decepção. Qual a surpresa? É exatamente disso que as óperas são feitas. PROGRAMAÇÃO DO 10º FESTIVAL AMAZONAS DE ÓPERA De 21 de abril a 30 de maio “Otello”, de Gioacchino Rossini Dias: 25 e 28 de abril e 1º de maio “Otello”, de Giuseppe Verdi Dias: 23, 26 e 30 de abril “Gianni Schicchi”, de Giacomo Puccini Dias: 13 e 14 de maio “Fosca”, de Antonio Carlos Gomes Dias: 23, 26 e 28 de maio “La Gioconda”, de Amilcare Ponchielli Dias: 25, 27 e 30 de maio 43 Moda Artista plástica gaúcha transforma preservativos em peças e acessórios de moda Nayra Garofle Fotos: Rodrigo Cibantos A 44 o olhar as fotos, rapidamente, é possível ver vestidos e trajes coloridos que nem de longe nos fazem imaginar de que são feitos. Mas aos poucos, detalhe por detalhe, surge como uma luz no escuro e o que antes não era possível, agora é visível ao olho nu. É uma mistura de colagem e pigmentação que transforma, muitas vezes, milhares de camisinhas em vestidos glamourosos e qualquer outra coisa que esteja na mente criativa de Adriana Bertini, 34 anos. Bisneta de italianos de Padova, filha de um sociólogo voluntário da Anistia Internacional e de uma mãe envolvida com projetos indigenistas, Adriana descobriu que podia fazer inusitados artefatos de moda quando foi voluntária do Grupo de Prevenção a AIDS (Gapa). Desde 1996 milita na conscientização e combate à doença. Mas engana-se quem pensa que seus trabalhos sejam conhecidos apenas no Brasil. Suas peças já desfilaram em países como Portugal, Espanha, Holanda, França e Tailândia. Atualmente a ativista — e estilista autodidata — prepara nova turnê. No roteiro, Suécia, Nova Iorque, Guianas e África. Tudo começou quando recebeu de presente uma caixa com 144 preservativos fora do prazo de validade. Em vez de reclamar, começou a pesquisar sobre a matéria-prima: o látex. Partiu para o tingimento, recorte e colagem dos produtos. Uma arte — defende a estilista — que visa educar, informar e despertar no público novas reflexões sobre moda, comportamento, estética e saúde. — Eu dava aulas para crianças soropositivos quando ganhei uma caixa de camisinhas e comecei a fazer arte. O mais bacana do trabalho é a parte educacional porque envolve a discussão de um tema rompendo todas as barreiras que o assunto tem — conta Adriana, que nasceu em Porto Alegre. Apesar do sucesso, suas peças não têm valor comercial para as galerias e lojas porque as camisinhas se deterioram em dois ou três anos. Seu trabalho é exposto em sedes de Ongs e de entidades comunitárias. Apesar da ascendência italiana, nunca expôs na terra dos bisavós. Um sonho que a artista espera concretizar. — Nunca fui à Itália, mas tenho uma enorme vontade de expor por lá. Minhas origens estão em Padova e seria maravilhoso poder mostrar meu trabalho por lá — assinala Adriana. A propensão à moda originou-se da forma mais inusitada. Adriana, durante o segundo grau, chegou aos extremos da disparidade: fez curso de cenografia e de... criação de prótese odontológica. Da segunda carreira presume-se que ter herdado da mãe, dentista. Já a primeira, nasceu mesmo com a estilista, já que o pai é sociólogo. Adriana se “encontrou” nas artes. Estudou Artes Cênicas na Casa de Artes de Laranjeiras (CAL), no Rio de Janeiro, em 1989. Em 1991 mudou-se para São Paulo e começou a fazer desenvolvimento de acessórios para grifes conAdriana Bertini: desde sagradas, entre 1996 levanta a bandeira contra doença as quais: Fórum, Opera Rock e Carmin. Expôs pela primeira vez em 1997, em São Paulo. Empolgou-se passou a produzir mais. A falta de patrocínio atrapalhou, porém, as pretensões mais ousadas da artista. Por um ano interrompeu as exposições e passou a engordar o orçamento com a criação de cenários para anúncios de televisão. Célebres campanhas publicitárias como a dos bichinhos da Parmalat, McLanche Feliz, Fraldas Pampers, Amaciantes MonBijou... tudo isso teve o dedo artístico de Adriana. Mas o que mais a gratifica e motiva sua carreira são mesmo as camisinhas. Até a apresentadora de TV Babi, na época em que esteve no programa Erótica MTV, já rolou em uma cama de seu cenário cuja colcha foi confeccionada com preservativos. Inusitado, realmente inovador o trabalho de Adriana. AIDS NO MUNDO Quase 40 milhões de pessoas têm o vírus da Aids hoje. Cerca de 60% dos casos estão concentrados na África. O último Boletim Epidemiológico da Aids, divulgado pelo Ministério da Saúde em 2004, revela que a doença se alastra no Brasil, principalmente entre a população negra e parda de baixa escolaridade e renda. O estudo mostra que, em 2000, quando foram coletados dados por raça pela primeira vez, 13,2% das mulheres e 11,2% dos homens infectados naquele ano eram negros. No primeiro semestre de 2004, essa proporção subiu para 14,3% e 11,8%, respectivamente. Até 30 de junho do ano passado, foram notificados 13.844 novos casos da doença no país. Os outros 41.249 casos incluídos na estatística dizem respeito a contaminações em anos anteriores. Dos quase 363 mil doentes, cerca de 160 mil (44%) já morreram. COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006 O Código Da Vinci Milão Guilherme Aquino T odas as estradas levam ao castelo Sforszesco de Milão. São elas que desvendam o verdadeiro código de Leonardo Da Vinci. Uma série de painéis ilustra os desenhos e os projetos do gênio italiano ao longo da via Mercanti, que vai da igreja do Duomo às muralhas do castelo. Retornando a capital da Lombardia, após 500 anos o criador do afresco Santa Ceia e pintor da Monalisa tem os seus segredos descobertos por estudiosos e pesquisadores na cidade onde viveu entre 1506 e 1513. E o principal: são decifrados para o visitante comum, admirador de Leonardo Da Vinci. Está em exposição o Codice Atlantico e o famoso Codice Trivulziano, mais conhecido como o Codice di Leonardo da Vinci. Ele contém notas e desenhos do artista realizados entre os anos de 1487 e 1490. Além deste precioso e raro documento, estudos para a construção do Duomo e de armas militares podem ser observados bem de perto. E, com um pouco mais de imaginação, se pode até pensar que o mestre está ali, na sala ao lado. A mostra fica em cartaz até 21 de maio, no castelo Sforszesco. Fotos: Guilherme Aquino Fashion contra a Aids DO MAR AO MUSEU ARTE BANHO TURCO S O A e Milão não vai ao mar, o mar vem a Milão. Fechado desde 2003 para reformas, o Aquário Cívico reabriu ao público bem mais moderno. O velho palácio estilo “liberty” abriga no interior as “piscinas” panorâmicas projetadas para que os habitantes do mar se sintam em casa. A água que circula dentro do Aquário de Milão não serve apenas para exibir a fauna marinha, mas também mostra ao visitante todos os ciclos vitais para a existência da vida sobre a Terra. Do vapor a chuva, do rio ao mar, a água cumpre o seu papel em diferentes ambientes, desde um lago pré-alpino a um canal artificial para transporte de pessoas e mercadorias. O Aquário também ganhou uma biblioteca cientifica, livraria, laboratórios, salas para pesquisa e um bar. Loca: via Gadio 2. TEATRO A té sete de maio a obra-prima “Deixe o monte Morgan”, com Andréa Giordana e Benedetta Bucellato, estará em cartaz no tradicional Teatro Milano Manozoni. Dirigido por Sergio Fantoni, o espetáculo conta a história de um bígamo muito hábil em negociar, inclusive os assuntos do coração. No Milano Manozoni, significa assinalar sobretudo teatro de prosa, uma grade tradição de espetáculos, companhias, autores e diretores iniciada em 1850. Naquele ano, sete italianos milaneses fundaram a sociedade anônima Teatro Social de Milão com a intenção de renovar na Itália o grande teatro de prosa. ABRIL 2006 / s Jogos Olímpicos de Inverno de Turim transformaram a cidade. O metrô — ainda com apenas sete quilômetros de extensão e o único do mundo a funcionar com piloto automático — virou atração local. Um grande plano de reurbanização melhorou as ruas e as calçadas da primeira capital do reino de Itália. Mas no rastro deixado pelos esquis e patins de gelo está uma infinidade de mostras culturais espalhadas pelos principais palácios públicos e privados da cidade. Uma delas, em cartaz até 30 de julho, no Castelo de Rivoli, reúne uma série de instalações artísticas dedicadas aos anos 60 e 70 nos Estados Unidos. Vale a pena conferir. Museo D’Arte Contemporanea Castello Di Rivoli — Piazza Mafalda di Savoia, 10098 Rivoli (Torino). Funciona de segunda a domingo, das 10h às 17. Ingresso a 6,50 euros. vida em Milão é mesmo acelerada. Para aliviar o estresse do dia-a-dia na cidade existem alguns oasis onde o tempo não passa a custo de alguns bons euros, claro. São os banhos turcos, os famosos “hamman”. Tepidarium, calidarium e frigidarium garantem um relax para ninguém por defeito. Os turcos otomanos sabiam se cuidar. Os romanos aprenderam e adotaram a prática do banho turco. Os locais modernos não esquecem as velhas tradições e a arquitetura deles não deixa a desejar aos originais na margem do estreito do Bosforo. Moresko Hamman Café e Hamman della Rosa são os dois principais points dos amantes destes centros de prazer das Arábias. O primeiro, fica na rua Rubens 19, e o segundo, em viale Abruzzi 15. HAPPY HOUR O must de Milão é passar no Corso Como 10, um local com dois ambientes para recarregar as energias depois de bater pernas pela cidade. Sofisticados canapés, drinks criativos, além de uma cozinha para comensal nenhum colocar defeito, garantem um “happy and after the hours” para lá de chique. De verduras a sushis, passando por espaguetes e carnes, o cardápio é tão variado quanto a freqüência do restaurante/bar. A casa é ponto de encontro de modelos e gente muito descolada. Fica na via Como, número 10, bem ao lado da estação do Metro de Porta Garibaldi, onde vai nascer o novo centro da moda de Milão este ano. COMUNITÀ ITALIANA 45 Sapori d’Italia Nayra Garofle Fotos: João Carnavos Lombardia escondida no Leme Iguaria originária da região italiana, ossobuco de vitela conquista fãs cariocas P ara acolher gente de todo o mundo, é preciso prender o turista não apenas pelas belezas naturais que o Rio ostenta. A boca também é uma saudável armadilha para seduzir os estrangeiros que, uma vez e... outra também, se encantam com a terra cantada por Vinicius de Moraes em prosa, verso e bossa. Muita bossa. E como os italianos fazem da cidade a extensão de suas casas na Bota, não é de se espantar com a quantidade deles que circula por Copacabana. Mas é no bairro vizinho a “Princesinha do mar”, o Leme, que há 15 anos a família Brambini e Estelio Vegetti resolveram investir. Aposta precisa. Ao falar de comida italiana, no Rio, lembra-se logo do “Da Brambini”, um dos mais tradicionais da zona sul carioca. Os almoços e jantares diários têm um quórum singular. Nos fins de semana, cento e vinte pessoas aparecem no restaurante, algumas delas clientes de carteirinha dos 38 lugares disponíveis na casa, cujo bar é todo em madeira. Rusticidade ímpar. Fotos antigas da Itália também reforçam a nostalgia que o lugar inspira. Mas vamos deixar as delongas para depois. A seção da revista fala mesmo é da boa comida. E o ossobuco de vitela com polenta grelhada do chef “Bigode” — brasileiríssimo, por sinal — , que aprendeu o segredo da receita com seus patrões, é o que ajudou a construir a fama de ótimo restaurante do “Da Brambini”. A iguaria é originária da Lombardia e um dos destaques do cardápio, onde também fazem sucesso entre os clientes o prosciutto crudo e a polenta ao funhi porcini freschi. Segundo o restauranter Gilberto Brambini, as tradições da casa são de forma irrevogável mantidas de geração a geração, no melhor estilo “vecchia famiglia”. — Tudo começou quando minha família inaugurou o primeiro “Da Brambini”, há 80 anos, em Crema, província de Cremona, na região de Lombardia. Como vim morar no Brasil, resolvi instalar uma filial do restaurante aqui — recorda Gilberto, que hoje conduz o negócio com Umberto Vegetti, filho de Estelio Vegetti, que atualmente está aposentado e regressou a Itália. — Nossa relação com os clientes é tão boa que participamos da vida deles. É como se fôssemos uma grande família — diz Umberto Vegetti, feliz da vida porque vive no Rio e é casado com uma brasileira. — Eu me encontrei aqui — conclui. Ossobuco de vitela com polenta grelhada Rendimento: para 4 pessoas Ingrdientes: 1 kg de ossobuco de vitelo – cortado pequeno; 1⁄2 cebola roxa média; 2 cenouras médias; 3⁄4 folhas de louro; 1 pé de aipo; 1 pé de alho poró; 2 colheres de extrato de tomate; 1 copo de vinho branco seco; 1 litro de caldo de carne; 2 colheres de azeite extra virgem Modo de preparo: Em uma panela grande, deixar aquecer o azeite e adicionar a cebola, a cenoura, o aipo e o alho poró bem picadinhos. Quando os legumes estiverem dourados, juntar o ossobuco e as folhas de louro e deixar dourar por cerca de 10 minutos em fogo alto, sempre mexendo. Terminada essa fase, juntar o vinho branco e o extrato de tomate. Depois de ter evaporado o vinho, juntar aos poucos o caldo de carne. Cozinhar por mais ou menos 50 minutos em fogo baixo. Sal e pimenta a gosto. Dica: Se quiser, no final do cozimento, ralar a casca de 1⁄2 limão no composto e misturar. Polenta Grelhada: Deixar a Polenta já pronta esfriar em um tabuleiro raso. Cortar ela em retângulos de mais ou menos 10x15 centímetros e, uns 15 minutos antes de servir o prato, grelhálos em grelha bem quente, sempre virando dos dois lados. Aconchegante e de frente para o mar, o Da Brambini oferece pratos típicos do norte da Itália 46 SERVIÇO: AV. ATLÂNTICA, 514-B, LEME TEL.: (21) 2275-4346 COMUNITÀ ITALIANA / ABRIL 2006