Berlusconi faz visita histórica ao Brasil. Em clima

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Berlusconi faz visita histórica ao Brasil. Em clima
Economia
Confindustria jovem
comemora 40 anos
pleiteando mudanças
Turismo
Os encantos de Capo
d’Orlando, uma das
atrações da Sicília
Politica
Deputato italiano
vuole farla finita
col voto all’estero
www.comunitaitaliana.com
Ano XVII – Nº 145
Dupla
popular
ISSN 1676-3220
R$ 11,90
Rio de Janeiro, julho de 2010
Berlusconi faz visita histórica ao Brasil.
Em clima de euforia, encontra o presidente
Lula e juntos assinam acordos que renderão
frutos para a relação entre os dois países
O polêmico projeto apresentado pelo arquiteto italiano David Fisher
Claudio Cammarota
18
CAPA
Acompanhado por uma comitiva de 60 empresários italianos, Silvio Berlusconi fez uma visita
histórica ao Brasil. Em São Paulo, encontrou-se com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula
da Silva para assinatura de acordos comerciais entre Brasil e Itália. Carisma, bom-humor e
simpatia marcaram a passagem de Berlusconi no país.
Editorial
Amor, futebol e amizade.................................................................06
Cose Nostre
Itália vai vender tesouros históricos e naturais
para ajudar a pagar sua dívida pública...........................................07
Politica
Deputato italiano Massimo Calearo Ciman
vuole farla finita col voto all’estero................................................ 13
Economia
Evento a Rio de Janeiro ha riunito persone interessate alle opportunità
di affari legate ai Mondiali di Calcio in Brasile nel 2014....................16
Exposição
Em São Paulo, evento celebra a volta ao Brasil
da chapeleira ítalo-brasileira Silvia Lucchi.......................................43
Teatro
Grupo carioca é destaque em festival de Nápoles com
peça que tem elementos da Commedia dell’arte italiana��������������� 46
Comunità
Centenario della colonia agricola in Minas Gerais
riunisce ricercatori appassionati dell’Italia......................................50
34
Turismo
Capo d’Orlando
A cada verão, a pequena e
charmosa cidade da Sicília se
torna cada vez mais apreciada
pelos turistas
4
Divulgação
Divulgação
Divulgação Dynamic Architecture
Confindustria jovem comemora 40 anos
pleiteando mudanças na Constituição italiana������������������������������� 14
Affari
38
Arquitetura
Prédio giratório
No Brasil, arquiteto italiano
David Fisher apresenta projeto
semelhante a um já construído
no país e provoca polêmica
ComunitàItaliana
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Julho 2010
41
Moda
Pitti Uomo
Realizado em Florença, um
dos mais importantes eventos
de moda da Itália aposta nos
materiais tecnológicos para
seduzir o público masculino
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Vinho
Andreia Gentilini
A embaixatriz do vinho brasileiro
fala sobre os desafios de
promover a bebida nacional
no exterior e furar o clube do
bolinha que predomina no setor
FUNDADA EM MARÇO DE 1994
Amor, futebol
e amizade
Diretor-Presidente / Editor:
Pietro Domenico Petraglia
(RJ23820JP)
Diretor: Julio Cezar Vanni
Publicação Mensal e Produção:
Editora Comunità Ltda.
Tiragem: 40.000 exemplares
Esta edição foi concluída em:
12/07/2010 às 12:30h
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Capa: Ricardo Stuckert
Colaboradores: Luana Dangelo; Pietro
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Cláudia Monteiro de Castro; Ezio Maranesi;
Fabio Porta; Fernanda Miranda;
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CorrespondenteS:
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e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos
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La rivista ComunitàItaliana è aperta ai
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brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori
e sprimono, nella massima libertà, personali
opinioni che non riflettono necessariamente il
pensiero della direzione.
ue o presidente do Conselho dos Ministros italiano, Silvio Berlusconi, é polêmico, todos sabemos. Mas o que impressionou a todos em sua visita ao Brasil
no fim de junho foi a extroversão e simpatia durante os dois dias em que se encontrou com empresários italianos e brasileiros, representantes da comunidade,
jornalistas e líderes do governo, em São Paulo.
No edifício Itália, onde o Gruppo Esponenti Italiani, o ICE e a Câmara de Comércio
Ítalo-Brasileira prepararam encontro com cerca de 150 executivos das maiores empresas italianas, o Cavaliere falou por uma hora e foi interrompido várias vezes por aplausos e risadas
de uma platéia descontraída. Não foi por menos, ao lado do vice-ministro do Desenvolvimento, Adolfo Urso, do embaixador Gherardo La Francesca, dos presidentes do Gei e da
Câmara, Valentino Rizziolli e Edoardo Pollastri, ele deu um verdadeiro espetáculo cômico.
E alertou: “não confiem naqueles que não sabem rir”. Afirmou, orgulhoso, ser o único a ter
escrito seis sambas em dialeto napoletano e lembrou das vezes em que veio ao Brasil como
turista, destacando a beleza de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Nessa ocasião, levou os presentes às gargalhadas com uma
das tiradas mais comentadas em jornais italianos e brasileiros.
— Todos sabem que começo a perder a memória. Nesta
manhã, no hotel, queria fazer uma “ciuculatina” com uma arrumadeira, mas a garota me disse: “presidente, mas já fizemos há
uma hora atrás” — brincou Berlusconi que durante toda a visita
repetiu que as melhores coisas da vida são “mulher e futebol”.
Depois, no Circolo Italiano, foi recepcionado por cerca de
400 integrantes da comunidade italiana e escutou atentamente
as reivindicações da presidente do Comites, Rita Blasioli. No
dia seguinte, o primeiro-ministro se encontrou com o presidente
Luis Inácio Lula da Silva e, na Fiesp, os dois mostraram porque
Pietro Petraglia
são tão populares.
Editor
Lula, acostumado ao improviso, foi o primeiro a falar e
desta vez não dispensou as folhas de seu discurso para mostrar as vantagens da nova potência mundial. Falou dos números e das iniciativas que fizeram com que o Brasil se transformasse e saísse da crise global antes de todos os outros países. Mostrou como os programas
sociais Bolsa Família e Luz para Todos ajudaram a aquecer o mercado interno. E as cerejas
da torta foram o pré-sal, Copa de 2014 e Olimpíadas. Ao final, emocionado, reconheceu a
importância do trabalho de braços italianos para a concretização deste panorama.
— Entre italianos e brasileiros o que muda é somente a língua e o passaporte — concluiu Lula.
A seguir, Berlusconi não poupou elogios ao presidente brasileiro e não mudou seu
discurso brincalhão diante de um público que representava a elite econômica do país. Lembrou que assim como Lula, tem o melhor índice de aprovação da Europa, com 63% - antes
das greves na Itália:
— No elevador, Lula me disse que as pessoas apaixonadas por futebol são mais simpáticas. E eu acrescentei também os apaixonados por mulheres. Mas ele me disse: “sou casado
há 35 anos!”. Mas com expressão risonha – disparou o premier diante de todos.
Reconheceu a oferta de espaço para que as empresas italianas invistam junto ao boom
da Petrobras (224 bilhões de dólares); ou da expansão militar que irá contratar 100 bilhões
de dólares nos próximos 30 anos; e do agro-business que deve faturar 18 bilhões de dólares
só neste ano. Falou da criação da fábrica da Piaggio na Zona Franca de Manaus e se comprometeu a dar todo apoio ao Brasil nas questões internacionais.
Afirmou olhando fixamente para Lula que entre as coisas mais importantes da vida
estão “o amor, o futebol e a amizade”.
Desde a primeira visita oficial do presidente italiano Giovanni Gronchi, em 1958, a
Itália nunca esteve suficientemente presente por aqui. Todos esperamos que se concretize
uma relação profícua onde a Itália aporte finalmente com pujança neste Eldorado.
Estive com Berlusconi que, atentamente, escutou o meu pedido para que ao retornar
à Itália lembre-se da nossa comunidade no Brasil. Ele, sorridente, afirmou: “meu caro editor
Petraglia, como posso me esquecer se todo mês recebo a sua revista em meu gabinete”.
editorial
ISSN 1676-3220
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ComunitàItaliana
Entretenimento com cultura e informação
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Julho 2010
COSE NOSTRE
Julio Vanni
À venda
O
governo italiano anunciou que irá vender centenas de tesouros nacionais para diminuir o déficit público. Cerca de 9 mil
edifícios, palácios, praias, ilhas e fortes estimados em cerca de 10
bilhões de reais estão entre os bens previstos para serem postos à
venda até o final do mês. A dívida pública italiana está em 4 trilhões
de reais. Entre as propriedades que serão vendidas está a ilha de
Caprera, que faz parte do arquipélago La Maddelana (Sardenha). O
paraíso de águas cristalinas atrai turistas de todas as partes do mundo. O local, antes propriedade de Giuseppe Garibaldi, que lutou pela
unificação do Estado italiano no século 19, já recebeu o título de
“praia mais sexy do mundo”. Leva quem pagar 40 milhões de reais.
17 dias
E
sse foi o tempo que Aldo
Brancher durou como ministro italiano do Federalismo.
Ele pediu demissão no tribunal, diante do juiz responsável
por julgá-lo em uma acusação
de apropriação indevida de 2,3
milhões de reais. Brancher é
ex-dirigente da Fininvest, empresa do primeiro-ministro Sil­vio Berlusconi.
Apóstolos
A
rqueólogos e restauradores
de arte, usando nova tecnologia a laser, descobriram imagens que acreditam ser as pinturas mais antigas dos rostos dos
apóstolos de Jesus Cristo. Encontradas em um trecho das catacumbas de Santa Tecla, perto
da Basílica de São Pedro, do lado de fora das muralhas da Roma antiga, foram pintadas no fim
do século 4 ou início do século
5. Os afrescos eram conhecidos,
mas seus detalhes vieram à tona
durante um projeto de restauração iniciado dois anos atrás. Os
ícones de rosto inteiro incluem
as faces de São Pedro, Santo André e São João, que fizeram parte dos 12 apóstolos originais de
Jesus, e São Paulo, que se tornou
apóstolo após a morte de Cristo.
Recorde no mar
U
N
atural de Montichiari, na província de Bréscia (Lombardia),
Giada Pezzaioli, de 17 anos, será a representante da Itália na
final internacional do concurso Miss Mundo 2010. A bela derrotou
53 concorrentes em disputa realizada em Gallipoli, na província
de Lecce. Com 1,81 metro de altura e olhos verde-turquesa, a representante italiana no Miss Mundo fala inglês, francês e chinês e
freqüenta a escola de línguas “Don Lorenzo Milani”, em sua cidade natal. A final do concurso será realizada no próximo dia 6 de
novembro, no Vietnã.
m casal de italianos entrou para o livro Guinness ao se casar a cinco metros de profundidade, na ilha de Elba, diante dos olhos atentos de
270 convidados - todos debaixo d’água. O recorde
mundial era, desde 2005, de um casal de californianos, que viveu a mesma situação, mas com “ape-
Rapidinhas
● Callejón sin salida, da escritora argentina Elsa Osorio, foi premiado como o melhor livro de ficção estrangeira publicado na Itália nos últimos 12 meses. O prêmio foi atribuído por unanimidade pelo júri do Prêmio Roma, em
sua 11ª edição.
● Kimberly Castillo Mota, Miss
República Dominicana, foi coroada Miss Itália no Mundo 2010. A
jovem tem 21 anos, estuda arqui-
nas” 208 convidados mergulhadores. O casamento
de Viola Francesca Colombi, de 37 anos, e Giampiero
Giannoccaro, de 33, foi realizado pelo prefeito da
cidade de Capoliveri, Ruggero Barbetti, que provou
ser um exímio mergulhador. Os noivos vivem em Porto Azzurro, onde coordenam atividades de mergulho.
tetura, trabalha como modelo e
deve a origem italiana à avó paterna (da Calábria, na província
de Cosenza).
● Corre no Rio Grande do Sul um
projeto de Lei para que o nome
do pesquisador Frei Rovílio Costa, expoente da reconstituição
histórica da imigração italiana
no estado, batize a RS-437, que
liga os municípios de Vila Flores
e Antônio Prado, com extensão
de 30 km. O frei morreu em junho de 2009.
● O ex-chefe da Polícia italiana e
atual responsável pelo Departamento de Informações para a Segurança (DIS), Gianni De Gennaro, foi condenado a um ano e quatro meses de prisão, por incitação
ao falso testemunho, no âmbito
das investigações sobre a violência que eclodiu durante a Cúpula
do G8 em Genova, em 2001.
Julho 2010
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Vulcão
F
ica ao sul do Mar Tirreno, ao longo da costa da
Calábria, na frente do Cabo
Vaticano o novo vulcão descoberto na Itália. Ainda sem
nome e considerado extinto,
sua última erupção teria sido
entre 670 mil e um milhão de
anos. De tamanho médio, o
vulcão tem sua cratera localizada 120 metros abaixo do
nível do mar e se estende por
aproximadamente 15 quilômetros. Situado na mesma falha que originou o terremoto
de Messina de 1908, o vulcão
foi descoberto por equipe do
Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV), em
colaboração com a Universidade da Calábria. Com este
novo achado, o número de
vulcões italianos passa a ser
29 dos quais 9 são ativos (incluindo Vesúvio e Etna) e quatro estão em estudo (Palinuro,
Salina, Marsili, Colli Albani).
Festival
O
Opera Estate Festival Veneto completa 30 anos e até
setembro, castelos, praças, parques e museus de 33 cidades vênetas receberão 400 encontros
que vão do teatro contemporâneo à dança internacional mais
inovadora, da música clássica
passando pelo jazz até chegar ao
cinema. Nesta edição, o evento
exibirá produções provenientes
de 15 países. Bassano del Grappa
concentra os principais eventos.
Scanner no trem
D
epois de implantar, escâneres corporais em aeroportos, a Itália vai instalar os
aparelhos em todos os lugares públicos considerados alvos para o terrorismo, a começar pelas estações de trem. O
anuncio foi feito pelo ministro
do Interior, Roberto Maroni. As
máquinas de raio X qualificado
estão sendo usadas em três aeroportos italianos desde março.
ComunitàItaliana
7
opinião
frases
“Resta-me acatar a sua decisão,
pois, certa ou não, a mim não cabe
questioná-la, na medida em que essa
é a prática, de longa data, adotada
no futebol, de todos conhecido”,
“Dovevamo vincere a
qualsiasi costo e abbiamo
sentito la pressione dovuto
a questo. Abbiamo giovani
qualificati, ma non vedo
nessun fenomeno in giro”,
Dunga, ex-técnico da seleção brasileira,
em resposta a Ricardo Teixeira,
presidente da CBF, após ter sua
demissão confirmada através de nota
editada no site da instituição
Fabio Cannavaro, difensore
e capitano dell’Azzurra
“Il problema non è mettere in campo prima un
giocatore o un altro, ma è mettere in campo una
squadra che entra in campo in una partita cosí
importante e poi gioca in questo modo”,
Marcello Lippi, ct dell’Azzurra, che si è preso le
responsabilità dell’eliminazione della squadra ed è
stato licenziato e sostituito da Cesare Prandelli
“E’ finita. Il mio ciclo è
terminato. Ho detto tutto ciò che
avevo da dire. Voglio passare un
po’ di tempo con la mia famiglia”,
Diego Maradona, ct della nazionale
argentina, sbarcando nel suo Paese
dopo essere stato eliminato dai
Mondiali di Calcio. Sembrerebbe
che Dieguito sia in trattative con il
Napoli per guidare la squadra con
cui ha giocato negli anni ’80.
“Ninguém está
sentindo mais que
a gente, por tudo
aquilo que fizemos.
Essa eliminação dói
muito, mais do que
em 2006”,
Kaká, meia brasileiro,
após derrota da seleção
para a Holanda que
tirou o Brasil da Copa
enquete
Noivas italianas abandonam
o branco. Essa moda vai
pegar no Brasil?
Para Fifa jogadas polêmicas não
devem ser repetidas no telão.
Você concorda?
Dunga é demitido pela CBF.
Apesar da derrota, o técnico fez
um bom trabalho?
Sim – 66,7%
Não - 58,3%
Sim – 61,5%
Não – 33,3%
Sim - 41,7%
Não – 38,5%
Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com
entre os dias 19 a 22 de junho.
Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com
entre os dias 29 de junho a 2 de julho.
Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com
entre os dias 5 a 9 de julho.
cartas
“R
ecebo seguidamente a revista ComunitàItaliana que nos
trás excelentes artigos, realmente apaixonantes, e uma revista de excelente qualidade. Parabéns a toda a sua equipe. São realmente merecedores dos nossos elogios e os nossos cumprimentos”.
Denir Daleffe – correspondente consular da Itália
em Campo Mourão, PR – por e-mail
“M
uito boa a entrevista do Mazzola. Fiquei surpreso dele admitir que se arrependeu de ter trocado a seleção brasileira
pela italiana. Gostei da sinceridade”.
Mario Benedette – Vila Velha, ES – por e-mail
Errata: Na matéria “O design de Macunaíma”, publicada na edição de maio, o nome correto do Embaixador do Brasil em Milão é Luiz Henrique Pereira da Fonseca e
não Luiz Francisco da Fonseca, como informado.
8
ComunitàItaliana
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Julho 2010
serviço
agenda
O Jogador (RJ)
A paixão pelo futebol foi a inspiração para o fotógrafo Rogerio Faissal criar essa exposição.
O projeto começou há seis anos,
quando Faissal criou o mecanismo que movimenta as fotografias
e passou a registrar diferentes
peladas. São partidas que acontecem diariamente em vários
campos improvisados pela cidade, da areia da praia, passando
pelo futebol de rua e o campinho de terra. A mostra também
apresenta uma seleção de fotos
noturnas de traves e campos vazios da praia de Copacabana. São
nove ensaios, nos quais o espectador decide como movimentar
as imagens. A ideia é que o visitante tenha a sensação de estar
no campo e ser o autor da jogada
- o chão da sala é coberto com
grama sintética e um sistema de
áudio reproduz os sons característicos das partidas de futebol.
A exposição estabelece ainda um
paralelo entre duas épocas, já
que as caixas remetem ao início
da fotografia e às moviolas do cinema. Caixa Cultural (Av. Almirante Barroso, 25, Centro, Rio de
Janeiro/Metrô: Estação Carioca).
Até 15 de agosto. Entrada franca.
Teatro (RJ)
Náufragos, premiado texto do autor italiano Massimo Bavastro, reestreia no Rio dirigido por Alessan-
dra Vanucci e nos apresenta Alonso
e Sancho (Nicola Lama e Marcelo
Aquino). Os dois sujeitos cômicos
e trágicos passam a vida entrando
e saindo de clínicas de recuperação, resolvem autonomear-se Dom
Quixote e Sancho Pança e desbravar a cidade do Rio de Janeiro e,
assim, enfrentar os monstros e os
medos de toda uma vida. A jornada, acompanhada pela música e
pelos sons da cidade, é cumprida
entre esperanças e humilhações.
Montagem repleta de momentos
grotescos impregnados de humor
negro e poesia, Náufragos apropria-se dos dois anti-heróis para
contar uma aventura bizarra e ao
mesmo tempo profundamente representativa da condição humana. Até 30 de julho de 2010 (21h).
Teatro Maria Clara Machado - Rua
Padre Leonel Franca 240 – Gávea.
Copas do Mundo de A a Z (SP)
O Mundial já acabou, mas o alfabeto ainda está em campo. Nes-
na estante
Não contem com o fim do livro. O semiólogo italiano Umberto Eco e o roteirista francês Jean-Claude Carrière atravessam 5
mil anos de história do livro em uma discussão erudita e bemhumorada. A conversa entre os autores, intermediada pelo jornalista Jean-Philippe de Tonnac, tem a intenção de entender as
transformações anunciadas pela adoção do livro eletrônico e dá
início a um debate atual a partir da premissa de que a história
dos livros e o amor a eles os salvarão do desaparecimento. Para os escritores, a experiência de bibliófilos, colecionadores de
exemplares antigos e raros e pesquisadores, credita ao livro valor
como o obtido pela roda, uma invenção perfeita e insuperável. O
livro aparece aqui como uma instituição sólida e Eco reúne uma
coleção de obras raríssimas sobre o erro humano, na medida em
que, na sua avaliação, eles condicionam toda tentativa de fundar uma teoria da verdade. Record, 272 páginas, 39,90 reais.
ta exposição, cada uma das 26
letras foi escalada para contar
e recontar alguns momentos do
evento mais importante do futebol. A mostra, que tem curadoria de Marcelo Duarte, brinca
com nossas percepções: cada sala tem vida própria; um verdadeiro experimento para dilatar e
deslocar nossa visão do esporte.
Dessa forma, é possível se divertir em um recinto decorado com
imagens de galinhas (referência
aos frangos tomados pelos goleiros), e outros com reproduções
de dribles em grafite feitas por
Paulo Ito ou figurinhas de época de grandes nomes do futebol.
A competição é exibida de forma
lúdica e por meio de vídeos, imagens, músicas e objetos que remetem ao tema é possível viajar
pela história do Mundial. Até 31
de outubro, no Museu do Futebol
(Estádio do Pacaembu). Gratuito
às quintas-feiras. Informações:
(11) 3664-3848.
click do leitor
Arquivo pessoal
Festa à Italiana (SC)
Dedicada à cultura e às tradições
trentino-italianas, a Incanto
Trentino chega à sua 18ª edição.
De 6 a 8 de agosto, o evento promovido pela secretaria municipal
de Cultura e Turismo promete
agitar a cidade de Nova Trento. A
festa, que acontece desde 1988,
terá apresentações de dança e
música, além de gastronomia típicos da Itália. Na Praça Del Comune. Mais detalhes em www.novatrento.sc.gov.br
“C
om aquela ansiedade pertinente
à maioria dos atores que conheço, decidi ir pra Itália uma semana antes
de iniciarem as gravações da novela Passione. Um belo dia, sem combinar, olha
quem eu encontro dentro do Vaticano:
Leandra Leal, amore do meu personagem
Mimi. Descendente de italianos, nessas
incursões encontrei vários locais com
menção ao sobrenome da minha família
e me diverti muito. Estava louco pra ver,
ouvir, sentir a Itália”.
Os 11 maiores camisas 10 do futebol brasileiro. Se Ronaldinho Gaúcho não entrou na seleção de Dunga, na lista de Marcelo Barreto o jogador foi convocado. O jornalista
quebrou a cabeça e recorreu à infância para eleger os maiores camisas 10 do Brasil. Por mais paradoxal que pareça, para o autor, a número 10 amarelinha não é uma camisa, mas
uma posição. “É a cara do futebol brasileiro”. Cada história
é acompanhada de uma entrevista com personalidades do
esporte e tem um posfácio escrito por Zico, o Galinho de
Quintino. Zizinho é o nome no primeiro capítulo da obra,
e lembra o tempo do futebol-arte dos anos 1950. Depois,
coube a Zagallo descrever o atleta do século 20 no capítulo “Pelé: o maior jogador de todos os tempos inventou
a camisa 10”. A escalação de Marcelo também inclui
Marcelo Médici,
ator
Ademir da Guia, Rivellino, Dirceu Lopes, Zico, Raí, Neto, Rivaldo e Kaká. Con-
Mande sua foto comentada para esta coluna
pelo e-mail: [email protected]
texto, 256 páginas, 35 reais.
Julho 2010
/
ComunitàItaliana
9
Opinione
Fabio Porta
[email protected]
Francoforte,
Vancouver,
Buenos Aires…
Gli italiani nel mondo si mobilitano contro un governo che ignora i loro diritti
I
giornali italiani non ne hanno dato notizia, ma nelle
scorse settimane in tutto il
mondo è successo qualcosa di davvero straordinario (nel
senso letterale di evento “fuori dall’ordinario”): i rappresentanti democraticamente eletti
da tutti gli italiani che vivono
all’estero si sono mobilitati ed
hanno protestato in forma unitaria contro la politica dell’attuale governo italiano.
Alla protesta infatti hanno
partecipato tutti i membri del
Consiglio Generale degli Italiani
all’Estero e tutti i Presidenti dei
Comites; i Comites sono gli organismi rappresentativi di quelle
realtà territoriali dove risiede un
numero pari o superiore ai tremila
abitanti, mentre il Cgie è un organismo di livello intermedio (tra
i Comites e i parlamentari eletti
all’estero), eletto dai consiglieri
dei Comites e dalle associazioni.
Nel corso di tre assemblee
congiunte di Comites e Cgie dei
Paesi europei, di quelli extraeuropei di lingua anglofona e
dell’America Latina, rispettivamente a Francoforte, Vancouver e
Buenos Aires, i rappresentanti degli oltre quattro milioni di italiani residenti all’estero hanno voluto all’unisono lanciare un grido di
allarme (forse l’ultimo) al governo
e a tutte le istituzioni italiane.
Nonostante la conquista
dell’esercizio del voto, rafforza-
10
ta dalla presenza in Parlamento
di deputati e senatori residenti all’estero, le comunità italiane nel mondo hanno infatti visto
diminuire in questi ultimi anni il
livello di piena fruizione dei loro diritti sociali, e oggi vedono
messo in discussione anche il loro pieno esercizio del diritto-dovere di partecipare alla vita democratica attraverso il sistema di
rappresentanza che avevano costruito dopo anni di lunghe lotte
e rivendicazioni.
Facciamo qualche esempio,
per uscire dalla retorica della politica ed essere più chiari.
Cosa succederebbe in Italia se, allo scadere del naturale
mandato di un Comune o di una
Regione, il Parlamento decidesse
che – magari in attesa dell’approvazione di una nuova legge che
interviene su questi stessi organismi – le elezioni per il rinnovo
di tali enti sarebbero rimandate
di due o tre anni, mantenendo
nel loro posto tutti gli amministratori eletti per un mandato di
soli cinque anni?
E’ quello che questo governo sta facendo proprio in questi
giorni, con il sostegno decisivo
della maggioranza del Parlamento italiano che non ha esitato
nell’approvare un decreto che
rinvia di ulteriori due anni (dopo il rinvio di un anno dal 2009
al 2010) le elezioni di Comites
e Cgie.
ComunitàItaliana
/
Julho 2010
E cosa succederebbe in Italia se da un giorno all’altro il
governo decidesse che la metà
delle persone indigenti che hanno diritto a medicinali gratuiti
o all’assistenza sociale perdesse
questo diritto a partire, lo ripeto,
dal giorno successivo alla riduzione dei relativi stanziamenti?
Anche in questo caso si tratta di quanto è successo con l’assistenza socio-sanitaria a favore di quegli italiani residenti
all’estero (perlopiù nati in Italia)
che si trovano per le disgrazie di
una vita piena di sacrifici in assenza di un reddito sufficiente a
garantire a loro stessi le condizioni minime di sopravvivenza.
E cosa succederebbe in Italia
se una persona anziana senza alcun reddito presentasse regolare
domanda, ai sensi di quanto previsto dalla nostra carta costituzionale, per ricevere una pensione sociale per vivere degnamente
gli ultimi anni della sua vita e il
governo si negasse a corrisponderla allegando il fatto che il cittadino in questione non aveva
vissuto dieci anni consecutivamente nella stessa città?
E’ quanto succede da un paio di anni ai nostri anziani poveri che, rientrando in Italia da
una vita di emigrazione e quindi spesso di sacrifici all’estero, si
vedono negato tale diritto perché non hanno vissuto dieci anni
consecutivi nel Paese.
E la lista delle palesi ingiustizie
potrebbe continuare, anzi continua.
Con un ultimo e purtroppo
noto esempio: cosa succederebbe in Italia se alla richiesta di un
documento anagrafico presso un
ufficio pubblico il funzionario rispondesse che per il suo rilascio
dovranno passare sei o otto anni?
È, lo sanno in tanti, quanto continua a succedere presso
i consolati italiani in Brasile, gli
unici al mondo dove non si riescono a smaltire in tempi civili i
processi di cittadinanza.
Sì, l’unico Paese, visto che nella vicina Argentina le sedi consolari italiane sono riuscite ad utilizzare positivamente le poche risorse
umane e finanziarie della cosiddetta operazione “task force”: un progetto, voluto dal Governo Prodi e
attuato dall’attuale, che aveva come obiettivo finale l’azzeramento
di questa lunga e vergognosa fila di
italiani in attesa del riconoscimento del loro diritto di cittadinanza.
Contro tutto questo abbiamo
manifestato in Europa, ma anche
in Nordamerica e nel Sudamerica.
Abbiamo voluto dire così alla nostra patria lontana quanto è
grande il rischio di una progressiva e forse radicale e definitiva secessione tra le due Italie; e
questa volta non stiamo parlando
dell’Italia del Nord e del Sud ma
dell’Italia dello stivale e di quella,
altrettanto grande, che vive fuori
dalla penisola.
Opinione
Ezio Maranesi
[email protected]
L’Italia
s’è desta?
Nessuno accetta i sacrifici imposti dalla “manovra” di Tremonti
N
o, caro Mameli, l’Italia
non si è svegliata. Il suo
sonno è tormentato, pieno di sussulti e incubi,
ma il risveglio, ancora una volta,
è rimandato. Quando si sveglierà sarà una doccia gelida. L’Italia, uscita prostrata dalla guerra,
giunse a essere la quinta economia del mondo. La capacità e l’ingegno della gente italica fecero il
miracolo. Poi, la politica dei politicanti prese il sopravvento e lo
Stato cominciò a spendere sempre più di quanto avesse in cassa.
Oggi l’economia italiana occupa la nona posizione nella
classifica mondiale. L’Italia ha un
debito pubblico enorme: il terzo
al mondo. La spesa pubblica corrente, sommata agli interessi sul
debito, assorbe tutte le entrate
e non lascia spazio all’investimento. E’ una spesa rigida: sono
stipendi, emolumenti, gettoni di
presenza, pensioni, ecc. che giuridicamente, o praticamente, non
si possono ridurre e il cui ammontare, al contrario, aumenta anno
dopo anno. Né si riesce a ridurre
la parte in teoria meno rigida, fat-
ta da contributi a migliaia di enti
più o meno utili, missioni, viaggi,
consulenze, affitti, auto blu, ecc.
L’Italia si è data un sistema sociale che può essere definito ragionevole: il sistema pensionistico
funziona, anche se vi sono molte
pensioni da fame, la scuola non
forma come si vorrebbe ma sta
adeguandosi, il sistema sanitario
ha isole di alta efficienza e regioni a gestione fallimentare. Il potere pubblico ha spesso confuso
servizio sociale con clientelismo
e dato posti di lavoro senza dare
il lavoro, pensioni di invalidità
a persone sane come pesci e ha
creato migliaia di enti inutili. I
sindacati hanno perso nel tempo
la funzione di poli contrattuali e
sono diventati centri di potere
politico. Il sistema Italia politico e amministrativo è ingessato,
marmoreo, e sembra che nessuno sia in grado di dargli vita. Vi
sono intere caste: i politici con
i loro portaborse e leccapiedi, i
magistrati, i farmacisti, i taxisti,
i sindacalisti, i giornalisti, i furbetti legati al potere, i funzionari
pubblici, ecc. ecc. che hanno ca-
pitalizzato vantaggi, spesso ingenti, rispetto alla gente comune,
e difendono con i denti lo status
quo. Nulla deve cambiare.
L’Italia avrebbe bisogno di
grandi cambiamenti: non si può
permettere di mantenere gli oltre
500.000 improduttivi che vivono
di politica, filosofi e nullafacenti,
il cui unico interesse è il potere,
la poltrona e lo stipendio. Non
si può permettere di mantenere
620.000 vetture blu, o migliaia di guardie forestali dove non
ci sono foreste, di coltivare una
burocrazia che inibisce l’attività
imprenditoriale e gli investimenti
esteri, di avere un sistema giudiziario che impiega venti anni per
dare una sentenza (salvo quando
si processa Berlusconi), di essere
retta da una Costituzione in parte
obsoleta che non permette ai governi di governare e decidere in
tempi compatibili con le necessità del mondo dinamico di oggi. E
sono solo esempi.
Sostenevo, alcuni mesi fa, che
il governo Berlusconi non avrebbe
potuto fare le riforme di cui l’Italia ha bisogno. Ero facile profeta.
Berlusconi non ha sufficiente potere per decidere e fare, neppure
nel suo partito. Nel PDL vi sono
oggi dissidenze importanti: in
primis Fini, politico di professione, al quale da buon politicante
interessa molto di più la poltrona
che potrà avere domani piuttosto
che spingere le riforme. E quindi
tira il freno. Le opposizioni poi
non darebbero mai a Berlusconi l’aureola di artefice di riforme
utili al Paese. Il decreto Tremonti,
che chiede sacrifici di cui tutti riconoscono la necessità, è accolto
alla Camera con 1.200 emendamenti, degli scontenti di destra
o dei “contrari a prescindere” di
sinistra. Voler ammodernare la
Costituzione, con l’aria che tira, è
velleitario; se poi lo vuole Berlusconi è una bestemmia.
Morale: da due anni si litiga
per la legge sulle intercettazioni.
Non è vitale per il Paese, eppure
i nostri politici continuano a filosofare senza decidere. La manovra
Tremonti passerà, chissà quando,
in versione soft. Qualcosa cambierà, ma le caste saranno solo
sfiorate dal sacrificio.L’Italia continuerà nel suo torpore, la testa
nella sabbia, come gli struzzi. “Se
vogliamo che tutto rimanga come
è, bisogna che tutto cambi” diceva Tancredi, il nipote del principe
di Salina, che aveva ereditato la
saggezza del nonno. Noi, per evitare rischi, preferiamo che nulla
cambi. Il verbo giusto è: sopravvivere. Cosí, se l’eredità dei nostri
padri è pesante, quella che lasceremo ai nostri figli, certamente
più poveri di noi, sarà il monumento alla nostra ignavia.
Opinione
Paride Vallarelli
Tra Africa do Sul
2010 e Produto
Interno Bruto
I
luoghi comuni sono duri a
morire ed il motivo è spesso sempre lo stesso: mancanza di informazione ed anche
una buona dose di folclore. Certo, la palla è rotonda così come
la Terra gira intorno a se stessa,
ma ciò non significa che il Brasile si fermi durante la Coppa del
Mondo in Sud Africa!
Aspetta, aspetta, ieri stavo in un centro commerciale a
Rio ed ho letto quanto segue:
“l’apertura dei negozi durante le
partite del Brasile sarà facoltativa”. Mi ha fatto sorridere quel
“facoltativa”, come a dire che
mentre la Seleçao di Dunga sarà
impegnata in campo a giocarsi il
mondiale sudafricano, qualcuno
potrebbe lavorare!!!
Già, potenza del calcio o
futebol, come si è soliti pensare da queste parti, ma rimane
il fatto che ci sono paesi con
tratti distintivi tali che, anche
dovesse cadere il mondo, non
muterebbero di una virgola…
Eppure, nonostante tutto, non è
proprio così e, benché in Brasile
il futebol sia a tutti gli effetti
ancora una religione di stato,
qualcosa sta succedendo. Non
che faccia testo una telefonata,
ma l’altro giorno conversando
con un amico di Blumenau nello
stato di Santa Catarina, mi confessava che di Sud Africa 2010
sembrava interessarsi poca gente come se questa venerazione
12
per la nazionale brasiliana fosse
venuta meno. Certo, il Sud del
Brasile non è Rio de Janeiro né
tantomeno il Nordest del paese,
perché lì ci tengono a definirsi
“europei”, ma credo anche che
sia un segno dei tempi che stanno cambiando.
Nel primo trimestre del
2010, il PIB (Produto Interno
Bruto) del Brasile è cresciuto del 9%. Si tratta, a tutti gli
effetti, della crescita maggiore mai registrata in Brasile da
quasi trent’anni a questa parte.
Nei primi tre mesi dell’anno il
Brasile ha avuto una crescita di
poco superiore a quella dell’India (+8,6%) e si è avvicinato
alla Cina (+11,9%...). Secondo
parecchi analisti economici,
l’economia del Brasile arriverà a
segnare un +7% nel 2010.
Questi dati, superata la crisi
economica che ancora attanaglia l’Europa ma che qui ha lasciato pochissime tracce (PIB a
-0,2% nel 2009), mi confermano
che questo paese continuerà ad
avere una crescita robusta nei
prossimi anni e, soprattutto,
che la ricchezza prodotta porterà, inevitabilmente, all’affermarsi di problematiche diverse
in una società che si sta facendo
giorno per giorno più articolata
e composita.
Insomma, quale il nesso, il
collegamento logico, tra il mondo del futebol e il PIB del Brasi-
ComunitàItaliana
/
Julho 2010
le? La mia risposta non ha valore scientifico, ma penso davvero
che il forte sviluppo economico
stia “spostando il baricentro”
del brasiliano medio, ossia del
suo stile di vita, dei sui suoi usi
e costumi e delle sue esigenze.
E’ un processo lungo e lento, ma
tra qualche anno quando ci si
guarderà indietro, probabilmente si capirà la natura stessa del
cambiamento.
Ricordo quanto accadde, ad
esempio, nell’Italia dei primi
anni Ottanta, in un paese ancora fortemente “pallonaro” e duramente colpito dalla piaga del
Terrorismo (delle Brigate Rosse
e delle Stragi neo-fasciste) che
grazie alla sua forte crescita
economica fu capace di voltare
pagina e di diventare una delle
realtà più importanti a livello
mondiale (certo, sappiamo bene
che si sarebbe potuto fare molto
di più, ma è pur vero che l’Italia alla “Don Camillo e Peppone”
fu messa alle spalle malgrado
si tenti sempre di riportarla in
vita…).
Ciò, secondo me, è quel che
capita oggi anche in Brasile.
Le differenze rispetto all’Italia
sono evidenti ma si può ragionare intorno alle dinamiche del
cambiamento generate da una
notevole progressione economica. Mi si potrà, giustamente, obiettare che l’economia
da sola non basta a mutare le
sorti di un paese, ma è un fatto intangibile che aiuta molto.
Maggiore ricchezza, in realtà,
consente non solo di riempirsi
la pancia ma anche di godere di
una diversa qualità della vita.
Ciò, pertanto, comporta cambiamenti di tipo socio-culturale
che potenzialmente creano le
condizioni per uno standard di
vita migliore.
Potremmo, infine, riassumere
che laddove la società tende ad
emanciparsi il futebol assume
una valenza diversa quasi non
fosse più una questione di vita o
di morte. Il Brasile è a metà del
guado, da una parte il passato e
dall’altra il futuro, e se in alcuni
rimane sempre la nostalgia dei
tempi andati, per la stragrande
maggioranza è ciò che riserva il
futuro ad affascinare ed attrarre.
Una partita di calcio, perciò, non
ucciderà una nazione e non produrrà il tracollo generale dovesse
andare male, né tantomeno sarà
vissuta con presunzione nazionalistica volendo riaffermare una
non ben nota superiorità nel
caso andasse bene.
Ah, certo, oramai il Mondiale è andato e Brasile ed Italia
non possono certo sorridere visto i magri o magrissimi risultati… La vita continua comunque
e, perché no, arrivederci ad una
finale Brasile-Italia al Maracanã
tra 4 anni magari con un altro
Paolo Rossi!
politica
Polemica
nell’ordine
del giorno
Deputato italiano vuole farla finita col voto all’estero
Leandro Demori
L
a fine del diritto di voto degli italiani che vivono fuori
dell’Italia è una discussione
ricorrente nella politica del
Paese. Ma adesso sarà presa una
iniziativa effettiva per porre fine
a queste elezioni. Una proposta di
legge su questo argomento sarà
presentata dal deputato Massimo
Calearo Ciman. L’iniziativa modifica gli articoli 56 e 57 della Costituzione, articoli che prevedono
con voto facoltativo l’elezione di
18 parlamentari sparsi nel mondo.
Questi deputati e senatori oggi
sono eletti dai cittadini italiani
residenti fuori dell’Italia, e rappresentano la voce degli italiani
emigrati in paesi come il Brasile,
l’Argentina, il Canada e l’Australia
– si tratta di un gran numero di
oriundi– ed in paesi dell’Africa,
dell’Europa e dell’Oriente.
La proposta di cambiamento della Costituzione deve essere
presentata da Calearo nei prossimi giorni. Secondo il deputato l’idea gli è venuta dopo una
Especial de Roma
Il deputato Massimo Calearo Ciman
chiaccherata avuta con un italiano che vive in Australia.
— Questa persona mi ha detto
che la comunità italiana che vive
là era molto unita e che aveva cominciato a litigare dopo che era
entrato in vigore il voto agli immigrati— racconta Calearo nell’intervista rilasciata a Comunità.
Secondo il parlamentare l’accalorato dibattito politico non
ha senso per chi vive lontano
dall’Italia. Nel suo modo di vedere le cose, chi abita fuori del Paese non conosce profondamente la
sua realtà, “perciò non c’è motivo
per votare un deputato o un senatore che approvi leggi che interessano solo chi abita in Italia”.
Il nuovo disegno di legge
sognato da Calearo passa attraverso le inevitabili polemiche
all’italiana. Ed è lui stesso che
ne alimenta una:
— Questi parlamentari eletti all’estero sono persone che
passano una vacanza di 5 anni
in Italia, vacanza pagata dal governo italiano. Per esempio oggi
solo un deputato lavora per rappresentare il Brasile in Italia. Mi
sembra abbastanza inutile.
Secondo Calearo, da quando i
18 deputati eletti all’estero sono
arrivati al parlamento di Roma
nel 2008, non hanno approvato
neanche una legge né alla Camera né al Senato. E per difendere
con forza l’abolizione del voto,
afferma che un politico italiano
ha tutti i numeri per rappresentare chi vive in un altro Paese.
Come esempio cita la sua conoscenza e i suoi “stretti rapporti
col Brasile”: ha avuto due zii missionari. Uno è vissuto a Belém do
Pará – dove è stato sepolto. L’altro
Julho 2010
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ha abitato a Porto Alegre fino ai
60 anni, quando è tornato in Italia.
Il deputato, ex membro del
Partito Democratico (PD) e oggi facente parte del gruppo indipendente Alleanza per l’Italia
si azzarda a pronunciare qualche
frase in portoghese dicendo:
— E’ attraverso il Ministero
degli Esteri che devono essere
rappresentati gli italiani residenti all’estero, è nel ministero che
possiamo far sentire la voce degli
italiani espatriati. Il lavoro nel
parlamento è irrilevante.
Afferma che qualche politico
vicino a lui ha già appoggiato la
sua idea. Quanti siano non lo dice.
L’unico rappresentante a Roma per il Brasile, il deputato Fabio Porta (PD), mette in dubbio
queste affermazioni:
— E’ ridicolo, non credo che
abbia nessun appoggio.
Secondo Porta la proposta
non ha nessuna base di appoggio, neanche nella maggioranza
di governo comandata dal Popolo
della Libertà.
— Il governo sta dando un
segnale esattamente al contrario, vuole rafforzare la partecipazione all’estero— afferma il deputato italo-brasiliano.
Porta ammette che ci sono problemi nel voto all’estero. Sostiene
che il sistema deve essere perfezionato e non abolito. Fa osservare
che in Italia “spesso ci sono problemi” nel sistema di voto e che nonostante ciò il voto non è abolito.
La questione è complessa e
bisognerebbe cambiare il sistema
di voto all’estero com’è oggi, con
i voti scritti su certificati che, dopo la chiusura delle urne, sono inviati con la posta affinché lo spoglio sia fatto in Italia. In Venezuela, per esempio, pacchi di voti che dovevano arrivare a Roma
sono stati bruciati nel 2008 dalla
mafia calabrese, la ‘Ndrangheta,
per evitare che un politico “nemico” fosse eletto. Ossia: è come se
quei voti non fossero mai esistiti.
In una intercettazione telefonica divulgata dalla procura
antimafia di Reggio Calabria un
criminale che vive in Venezuela
racconta ad un “collega” come si
è liberato dei voti: “Sai che ho
fatto? Ci ho versato sopra della
benzina e gli ho dato fuoco. Così ho risolto tutti i problemi. Le
ceneri te le posso mandare”. Questo è uno dei problemi inerenti a
questa discussione.
ComunitàItaliana
13
economia
O rugido
dos
jovens
Confindustria jovem comemora 40 anos
reivindicando mudanças na Constituição italiana
O
Lisomar Silva
Correspondente • Roma
s jovens leões da indústria italiana estão rugindo com força. Reivindicam reformas na gestão
pública da economia e maior autonomia de ação para as empresas. Festejam o primeiro centenário de fundação da Confederação Italiana das Indústrias e
o quadragésimo aniversario da
criação do setor juvenil, mas
lembram ao governo italiano que
é necessário garantir um espaço
seguro no futuro cenário econômico. Para eles, as empresas poderiam reagir com maior liberdade às oscilações do mercado,
se não estivessem condicionadas
pela Constituição Italiana. O alvo é o artigo 41 segundo o qual,
a iniciativa privada na economia
é livre, mas “não pode se desenvolver em contraste com a utilidade social de maneira a provocar danos à segurança, à liberdade, à dignidade humana. A lei
determina o programa e o controle oportunos para que a atividade (dos setores público e privado) possa ser orientada e coordenada com finalidades sociais.”
Federica Guidi é a presidente dos jovens industriais e vicepresidente de Confindustria. Comanda cerca de 13 mil dirigentes
com idade entre 18 e 40 anos.
Usou o pódio da 40ª convenção,
realizada na elegante localidade
balneária de Santa Margherita Lígure, solicitando em seu discurso
as reformas econômicas prometi-
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das pelo governo e a modificação
do artigo constitucional n° 41:
— São condições primordiais para a retomada do crescimento na economia italiana.
Antes de tudo, queremos viver
e trabalhar em um contexto de
livre empresa atuando em um livre mercado, caracterizado hoje
pela forte concorrência.
A forte solicitação da jovem
dirigente teve repercussão positiva junto ao governo e aos empresários do setor artesanal. Despertou também o interesse do
governo em estudar a hipótese
de modificação do artigo 118 da
Constituição que define poderes e
atribuições de administração do
território - nos planos regional,
provincial e municipal – quanto
ao controle legislativo exercido
sobre atividades das empresas. A
maior autonomia de ação, explica
Federica, pode dar maior espaço e
fôlego às empresas para inovar e
modernizar suas produções.
A perda de competitividade
das empresas italianas, porém,
preocupa os jovens, mesmo os que
herdaram patrimônio formado pelas gerações anteriores da própria
família. Federica recorda que as
empresas italianas sofreram uma
perda de competitividade no biênio 2008-2009 face à crise dos
subprimes americanos e, em 2010,
com a desvalorização do Euro. Segundo ela, esta última circunstância favoreceu o “leve aumento” das exportações italianas, mas
ComunitàItaliana
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Julho 2010
não garantiu uma estabilidade para a economia das empresas.
A diferença de idade entre Federica Guidi e Emma Marceglaglia,
a atual presidente de Confindustria, é pequena. Emma precedeu
Federica na direção do setor jovem e as duas empresárias falam
a mesma linguagem. Ser empresário, para Federica, significa também preparar os jovens para o futuro. Eles defendem um percurso
de mérito no mundo do trabalho.
— Sem rigor, somos um país
sem esperança. Mas sem crescimento, somos um país morto —
adverte Federica.
Face ao forte déficit e à importância da dívida pública italiana, Federica propõe que o governo se organize para conquistar a paridade de balanço no prazo de 15 anos, aliviando também
a carga tributária para as empre-
sas e os cidadãos. Na entrevista
concedida a ComunitàItaliana,
Federica enfatiza a importância
da inovação imediata como garantia de espaço para a indústria
italiana no mercado globalizado:
ComunitàItaliana - As empresas
italianas buscam oportunidades
em outros mercados mais para
garantir lucros do que para defender a realização de seus produtos na Itália?
Federica Guidi - Acredito que
países como Índia e China, por
exemplo, já não competem mais
conosco em termos de baixo
custo da mão-de-obra, mas em
matéria de velocidade na inovação técnica e dirigencial. Penso
que é necessário envolver todas
as áreas jovens como as universidades e todos os pólos de formação profissional e dirigencial,
para valorizar e usar da melhor
maneira possível o potencial e
os recursos existentes na Itália.
O mercado globalizado e aberto,
somado à internacionalização e
a multilocalização, fez emergir
oportunidades que são interpretadas como fatores de competitividade para as empresas
italianas de pequeno, médio e
grande porte.
CI – O que os jovens de Confindustria entendem por liberdade
de empresa?
FG – Significa realizar suas próprias atividades com menor vínculo de obrigações burocráticas e
tributárias, reduzindo as margens
de intervenção do Estado na economia de empresa, de modo que
possam concentrar seus recursos
em áreas e setores que realmente
garantam a sustentabilidade do
mercado de trabalho e a vida fu-
tura da empresa. Trata-se de um
processo de simplificação que o
Estado italiano e as empresas devem enfrentar juntos.
CI – Como conquistar o crescimento econômico na Itália?
FG – É necessário identificar rapidamente novos modelos que
estimulem esse mecanismo em
nosso país. Muitas dessas decisões são de competência do governo e dos ministérios diretamente ligados à economia italiana. Outro recurso importante
se encontra no sistema outsourcing, ou seja, a terceirização de
muitos serviços da administração
pública, o que pode representar
a liberação de recursos dando
inúmeras oportunidades de trabalho aos jovens e na criação de
novas empresas. Sentimo-nos na
responsabilidade de dar voz, ouvidos e espaço a essas gerações
para que encontrem espaço de
trabalho com crescimento profissional, podendo visualizar seu
futuro no território italiano, sem
ter que pensar em buscar alternativas no exterior. Precisamos
também de maior transparência
de regras econômicas e financeiras em nosso país.
CI – Como avalia o fato de cerca
de 20 empresários de pequeno
e médio porte terem se suicidaram, nos últimos 12 meses, no
Vêneto, por não conseguiam enfrentar o peso dos impostos nem
obter mais crédito?
FG – Estes são casos humanos
dramáticos que não me permito
comentar. Infelizmente, a crise
atingiu a todos. Conheço empresários que inventaram alternativas literalmente novas de produção para manter suas fábricas
abertas. Conheço também fun-
Julho 2010
/
cionários que deram o melhor de
si para aumentar o grau de competitividade das empresas. Todos
eram conscientes da necessidade
de salvaguardar a atividade empresarial e os empregos. As empresas são formadas por dirigentes, colaboradores e empregados,
mas antes de tudo são formadas
por pessoas.
CI – Existe um grande problema
demográfico e de mercado, ligado às novas gerações e às aposentadorias face ao envelhecimento da população?
FG – O governo prolongou o período de atividades dos trabalhadores que estão para se aposentar nos próximos 5 anos, para
evitar uma forte saída de dinheiro. Mas é necessário estabelecer
também um pacto social onde o
mercado de trabalho seja reorganizado em sintonia com a dimensão de absorção e remuneração
que as empresas podem oferecer,
em sintonia com uma política de
inclusão de categorias socialmente mais frágeis, principalmente os jovens e as mulheres.
CI – O que existe de comum na
economia de países como Brasil
e Itália?
FG – Acho difícil comprar países
com história e economia tão diferentes. Já estive no Brasil e
acho um país interessantíssimo
para o empresariado em geral e
o lançamento de novos projetos.
Mas os que pensam que é fácil
entrar no mercado brasileiro se
enganam. O Brasil dá importantes indícios de forte vitalidade
econômica, portanto não é um
mercado banal. O empresário italiano deve desenvolver um pólo
de produção no Brasil se quiser interceptar o mercado local
e seus segmentos. Essas opções
estão orientadas essencialmente
na busca de novos mercados face à força da globalização. Isso
é mais importante que produzir
com baixo custo de mão-de-obra.
CI – Que condições o empresariado jovem italiano quer para
continuar produzindo na Itália?
FG – Somos todos orgulhosos de
trabalhar e produzir na Itália,
mesmo que a política tributária
pese muito em nossos orçamentos. Temos nossas dificuldades
ao enfrentar situações administrativas e burocráticas complicadas, mas ninguém se sente resignado ao ponto de abandonar
o país.
ComunitàItaliana
15
affari
Squadra
definita
Evento a Rio de Janeiro ha riunito esperti e
persone interessate alle opportunità di affari
legate ai Mondiali di Calcio in Brasile nel 2014
M
Silvia Souza
entre molti si muovevano per vedere le
partite delle nazionali
che partecipavano alla prima fase dei Mondiali 2010,
l’équipe che organizzerà l’evento
tra quattro anni già è ai riscaldamenti. Ed è entrata in campo,
a Rio de Janeiro – una delle città sede dei Mondiali del Brasile – per fornire orientamenti ad
imprenditori riguardo ai progetti
che faranno parte integrante del
sistema di investimenti, oltre alle ristrutturazioni e costruzioni
di stadi.
Presentando temi venuti fuori da discussioni su recupero e
riqualificazione urbani, mobilità (aeroporti, autobus, metrò e
treni), industria alberghiera e
soggiorni, contratti e partecipazione di banche, il seminario internazionale “Infraestrutura Brasil: Projetos de Infraestrutura e
Oportunidades de Financiamento
no Setor Esportivo”, che ha avuto luogo in un hotel nella zona
sud della città, aveva come meta
quella di presentare a circa 200
investitori opzioni di partecipazione agli affari che nasceranno
dal maggior evento del calcio
mondiale. Punto forte della riu-
16
nione, le discussioni sulle azioni
per l’ambiente e la sostenibilità
erano il fulcro delle attenzioni
del governo federale.
— I Mondiali del 2014 si faranno con pallone, cemento e
materiali riciclabili — dice l’avvocato Roberta Leonhardt, socia
dell’area ambientale dello studio
Machado, Meyer, Sendacz e Opice e mediatrice del tavolo in cui
sono stati affrontati i temi. —
La Fifa ha il programma Gol Verde che stabilisce requisiti di tipo sostenibile. Sono direttive di
economia di energia e acqua, riciclaggio di rifiuti, compensazione di emissione di carbonio e uso
di trasporto di massa.
Il programma è stato usato
la prima volta durante i Mondiali
della Germania nel 2006, quando si è riusciti a neutralizzare
100mila tonnellate di diossido
di carbonio e poi è stato ripetuto in Sudafrica. Per esempio,
la Fifa chiede che l’energia usata all’interno degli stati durante
gli eventi sia rinnovabile e che il
materiale usato nelle installazioni temporanee possa essere riutilizzato. L’ente propone anche
che il trasporto pubblico locale sia incaricato di, perlomeno,
ComunitàItaliana
/
Julho 2010
metà degli spostamenti. Un’altra
voce parla dell’uso preferenziale
di bicchieri e recipienti multiuso
in stadi e parchi.
In Brasile la meta, secondo
il coordinatore della Câmara de
Meio Ambiente e Sustentabilidade do governo, Cláudio Langone,
è di presentare, nel primo semestre del 2011, un testo finale su
responsabilità e norme di azione
nei tre livelli di potere, affinché
ogni organo possa portare avanti
gli interventi necessari, a seconda delle loro competenze.
— La meta era quella di avere un’agenda di sostenibilità.
Abbiamo valutato le iniziative in
corso al Senato e abbiamo chiamato organi come il Ministério
do Meio Ambiente, il Congresso
e rappresentanti del settore nelle dodici città che ospiteranno le
partite. È inutile che ci sia una
mobilizzazione ai livelli più alti
del governo e poi, in ogni territorio, tutto ciò non venga percepito — dice il coordinatore,
spiegando che la fase di studio
per la licitazione dei progetti
dovrà cominciare verso la metà
dell’anno prossimo.
Secondo Langone, il lavoro
potrebbe avvalersi dell’esperienza del Sudafrica, che ha un’ottima politica per la conservazione
delle aree protette. Tra gli affari
che potrebbero migliorare con i
Mondiali, l’ingegnere elenca anche il rifornimento di prodotti
biologici. Per lui con una pianificazione sarebbe possibile raddoppiare ciò che viene offerto
oggigiorno dal mercato brasiliano e intravedere per il periodo
posteriore ai Mondiali l’aumento
della produzione interna.
Certificazioni
Un altro tema di grande interesse per gli investitori sarebbero
le attenzioni ambientali nella
realizzazione dei lavori di infrastruttura. Queste aprirebbero la
strada ad un mercato ancora agli
inizi in Brasile: le certificazioni
di qualità attribuite ai lavori. Se
si considerano voci come: il tipo
di materiale usato, l’uso dell’acqua, la lavorazione del suolo e
l’inquinamento atmosferico, gli
investimenti in questo tipo di attività aumentano perfino dell’8%
il valore della costruzione.
— Visto che non esiste una
rete che favorisca il rifornimento in Brasile, abbiamo sentito un
certo timore in queste applicazioni e i discorsi in cui si dice che
gli edifici sostenibili sono più cari confermano quest’idea. Negli
Stati Uniti il sistema è già stato sviluppato, quindi alla fine dei
conti il costo extra rimane quasi
a zero. Ma non possiamo dimenticare i guadagni a medio e lungo
termine que questo tipo di lavori apportano — difende il presidente del Green Building Council
Brasil, Jose Moulin Netto.
negócios
Sabores do
sul da Itália
Empresários da Campânia direcionam negócios para o Brasil
Robson Bertolino
A
Correspondente • São Paulo
grande aceitação do brasileiro ao conceito da dieta
Mediterrânea, tida como
uma das mais saudáveis
do mundo, colocou o país na mira da região da Campânia, no sul
da Itália, que tem Nápoles como
capital. Não por acaso, em toda a
América do Sul, o Brasil foi o escolhido para sediar o lançamento
do projeto Agroindustria Campania in Brasile 2010, mês passado,
no Círculo Italiano, em São Paulo.
Realizado pela Valisannio,
empresa vinculada à Câmara de
Comércio de Benevento, o projeto
é resultado de um posicionamentocomunità
estratégico
do governo
regioitaliana2.pdf
8-07-2010
nal da Campânia que tem o objetivo de promover e valorizar a
excelência dos produtos alimentícios típicos da região, que conta
com uma rica diversidade natural.
Inicialmente, o projeto surgiu do trabalho realizado pelo
Observatório de Competências,
que é um núcleo da Câmara de
Benevento. O órgão mapeou as
competências desenvolvidas na
Campânia buscando a valorização e especialização do território. Paralelo a esta análise, foram selecionados alguns mercados do setor agroindustrial considerados estratégicos para o
produto da região.
11:00:56
A próxima iniciativa prevista
no projeto é levar empresas brasileiras às feiras e eventos na Itália com o intuito de estreitar o
vínculo econômico entre os dois
países. Para o Agroindustria Campania in Brasile foram selecionadas empresas campanas de maior
destaque nas exportações e no
setor agroindustrial que estiveram presentes na Fispal Food Service 2010, feira internacional de
produtos e serviços que aconteceu, em junho, em São Paulo.
— O Brasil é considerado peça-chave neste projeto. Além
do crescimento do país,
temos aqui uma das
maiores comunidades italianas do
mundo: cerca de 30
milhões de italianos e descendentes que, por meio
dos produtos de
alta qualidade da Campânia, se identificam
com sua cultura de origem e contribuem para o
avanço comercial do país
—explica o presidente da Valisannio, Costanzo Jannotti Pecci.
Tecnimont
do Brasil
ENGENHARIA CONSTRUÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE PROJETOS
INFRASTRUCTURE
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capa
Ricardo Stuckert
Em
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ComunitàItaliana
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sintonia
In sintonia
No Brasil, Berlusconi encontra Lula, em clima de euforia
In Brasile, Berlusconi incontra Lula in clima di euforia
F
oram apenas dois dias, mas promete durar
anos o legado da visita do primeiro-ministro italiano ao Brasil. Depois de dois “alarmes falsos”, Silvio Berlusconi finalmente
cumpriu sua promessa de vir ao país, no final
de junho. Em São Paulo, ele se encontrou com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Juntos, os
dois dos líderes de maior popularidade no mundo, reforçaram os laços de amizade entre os países e assinaram acordos que renderão frutos para
a história comercial de Brasil e Itália. Na agenda
também constaram encontros com líderes do empresariado brasileiro e italiano, políticos e representantes da comunidade ítalo-brasileira.
Robson Bertolino
Correspondente • São Paulo
S
ono stati solo due giorni ma sembra che
durerà anni il retaggio della visita del premier italiano in Brasile. Dopo due “falsi allarmi”, finalmente, alla fine di giugno, Silvio Berlusconi ha mantenuto la promessa di venire
in Brasile. A São Paulo ha incontrato il presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. Insieme i due leader di
maggior popolarità del mondo hanno rafforzato i
legami di amicizia tra i due Paesi e hanno siglato accordi che renderanno buoni frutti alla storia commerciale del Brasile e dell’Italia. Dell’agenda hanno fatto parte anche incontri con leader
dell’imprenditoria brasiliana ed italiana, politici e
rappresentanti della comunità italo-brasiliana.
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Sempre esbanjando simpatia,
Berlusconi manteve o mito de ser
uma pessoa que leva polêmicas
por onde passa. De bom humor e
com um cabelo quase desenhado
pelo excesso de tinta, o premiê
fez comentários sobre a natureza
do Brasil, a importância da população de descendentes de italianos (uma das maiores do mundo
com cerca de 30 milhões), e da
beleza da mulher brasileira.
Ao chegar no país, explicou
que sua visita era para dar continuidade a assuntos tratados com o
presidente Lula, em abril passado
durante a Cúpula sobre Segurança Nuclear, em Washington (EUA).
Em sua primeira visita oficial no
Brasil como primeiro-ministro
italiano, Berlusconi se reuniu na
tarde de seu primeiro dia com representantes de associações empresariais e econômicas, como a
Associação Brasil-Itália e o Gruppo Esponenti Italiani (GEI), coordenada por Valentino Rizzioli. Na
pauta, assuntos relacionados aos
quatro Memorandos de Entendimento para a colaboração em áreas como infraestrutura, turismo,
cultura e esporte, acordados com
o governo brasileiro.
— Somos parceiros econômicos e também estamos ligados
pelos povos dos dois países que
trabalharam por isso. A Itália, por
exemplo, está ajudando a Europa
a sair da crise, porque nossas famílias trabalharam e trabalham
para isso — afirmou Berlusconi.
Com Lula, também ficou estabelecido a formação de um Conselho Empresarial Brasil-Itália,
cuja língua oficial será o inglês,
destinado a promover as relações
em âmbito industrial, comercial
e de investimentos.
Trasbordando simpatia come sempre, Berlusconi ha mantenuto il mito secondo il quale
sarebbe una persona che causa
polemiche dovunque passi. Di
buon umore e con i capelli quasi disegnati dall’eccesso di tintura, il premier ha commentato la
natura del Brasile, l’importanza
della popolazione di discendenti
italiani (di circa 30 milioni, una
delle maggiori al mondo) e la
bellezza delle donne brasiliane.
Appena arrivato ha spiegato
che la sua visita serviva a dare
continuità ai temi trattati col
presidente Lula nell’aprile scorso, durante il Vertice sulla Sicurezza Nucleare a Washington
(USA). Durante la sua prima visita ufficiale in Brasile come primo ministro italiano, Berlusconi
si è riunito nel pomeriggio della
sua prima giornata con rappre-
sentanti di associazioni imprenditoriali ed economiche, come
l’Associação Brasil-Itália ed il
Gruppo Esponenti Italiani (GEI),
coordenato da Valentino Rizzioli.
All’ordine del giorno c’erano temi legati ai quattro memorandum
di intesa per la collaborazione in
aree come quelle di infrastruttura, turismo, cultura e sport, concordati con il governo brasiliano.
— Siamo partner economici
e siamo anche legati dai popoli dei due paesi che hanno lavorato in questo senso. L’Italia,
ad esempio, sta aiutando l’Europa ad uscire dalla crisi perché le
nostre famiglie hanno lavorato e
lavorano in questo senso — ha
detto Berlusconi.
Insieme a Lula è stata anche
decisa la formazione di un Consiglio Imprenditoriale BrasileItalia, la cui lingua ufficiale sarà
O
Claudio Cammarota
s empresários brasileiros que acompanharam
os eventos em que Berlusconi
esteve presente em São Paulo
defenderam uma posição mais
enérgica dos dois governos para a consolidação dos acordos
firmados. Para Cledorvino Belini, presidente do Grupo Fiat no
Brasil e presidente da Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores (Anfavea), as oportunidades entre os
dois países são crescentes:
— Com as parceiras será possível a geração de mais empregos. No Brasil, a indústria auto-
Cledorvino Belini, presidente do
Grupo Fiat no Brasil
Cledorvino Belini, presidente del
Gruppo Fiat in Brasile
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motiva emprega cerca de 1,5 milhão de trabalhadores.
Valério Cecchi, presidente do Grupo ENEL Green Power
para a América Latina, acredita
que as oportunidades para setor
de energia são grandes e, nos
próximos 10 anos, segundo ele,
deverão estar funcionando a todo vapor.
— O aumento de produtividade para os biocombustíveis
mostra que as energias renováveis terão mercado em escala
global — constatou.
O mais entusiasta dos empresários italianos atuantes no Brasil
Luca Luciani, presidente da TIM
Brasil, disse que a parceira entre
os dois países é tão sólida que o
número de usuários da companhia
de telefonia móvel os coloca como uma das maiores empresas do
setor do país.
— A TIM é hoje a segunda
maior empresa italiana presente no
mercado brasileiro. Ainda este ano
iremos disponibilizar roaming free
para os italianos que vierem ao
Brasil, e aos brasileiros que forem
à Itália. É uma forma de atender os
empresários dos dois países — revelou o executivo.
Luciani defendeu também uma
infraestutura de rede compartilhada que, de acordo com ele, auxiliará no atendimento de serviços mais
eficazes. Para isso, “criar acessibili-
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Claudio Cammarota
Repercussão
Marco Contardi, porta-voz da
Infrastrutture Lombarda SPA
Marco Contardi, portavoce della
Infrastruture Lombarda SPA
dade para os custos é fundamental
para o amplo desenvolvimento da
economia do país”.
De olho no potencial de crescimento nas áreas de infraestrutura em energia, transportes e
também no segmento hospitalar, a companhia italiana Infrastrutture Lombarda SPA, marcou
presença entre a comitiva de 60
empresários italianos presentes
no Brasil.
Marco Contardi, porta-voz da
empresa italiana, disse que a Infrastrutture Lombarda SPA pode
oferecer ao mercado brasileiro
toda a experiência em projetos
de construção e terceirização administrativa.
— A expertise da empresa
permite realizar projetos em um
quarto do tempo estimado —
afirmou.
Para Sandra Papaiz, vice-presidente administrativa do Grupo
Papaiz, uma das maiores fabricantes de fechaduras e cadeados
do Brasil, a presença de Berlusconi em São Paulo representou
um “momento único” para as relações comerciais dos dois países
e deverá impulsionar os projetos
existentes entre eles:
— A crise econômica que a
Itália passou nos últimos meses
mostra que o país não pode abrir
mão dos negócios no Brasil. Há o
reconhecimento do Brasil ante os
empresários italianos, o que nos
favorece muito.
De comércio entre diferentes países Sandra Papaiz entende
bem. Para ampliar a participação
no mercado mundial, o Grupo Papaiz, investe na exportação há
mais de 30 anos.
— Uma das estratégias da
empresa, sempre foi a exportação. Nós vamos fortalecer essa
parte, porque assim se faz um
equilíbrio entre o mercado interno e externo. Exportamos desde
o final dos anos 60 e nunca paramos de exportar em nenhuma crise — comentou Sandra.
morado de Eleonora, de 23 anos,
é o modelo Fernando Machado.
Notícias sobre o romance já foram
publicadas em revistas que pertencem ao próprio Berlusconi.
— Sinto que a nossa ligação
com o Brasil é grande. É mais que
futebol, é poesia. A música, a arte, o futebol, a cultura em geral do
Brasil me agradam. Jorge Amado
me fez enxergar o Brasil de outra
forma. Eu compus 14 canções napolitanas, todas listadas no arquivo histórico italiano. Dessas, seis
são Bossa Nova, em puro dialeto.
Presidente do Milan, Berlusconi teceu bons comentários sobre os jogadores brasileiros que
passaram pelo seu clube e de suas contribuições para o desempenho satisfatório do time:
— Kaká, Leonardo, Ronaldinho, entre outros, contribuíram
para a história do Milan. (Na Co-
Ricardo Stuckert
Após informar ter investido em
um centro de pesquisa na Amazônia, Berlusconi contou ter um sonho: navegar pelo rio Amazonas:
— O presidente Lula disse que
irá me levar para pescar, e nós iremos — comentou o premiê italiano, na Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp),
evidenciando que haverá outras
visitas dele ao país. — Quando
jovem eu mantinha um navio oceanográfico em Angra dos Reis para pesquisas — revelou.
Em um de seus momentos de
maior descontração, durante sua
permanência no Brasil, o primeiro-ministro italiano lembrou que
uma de suas filhas namora um
brasileiro. Contou apenas que eles
se conheceram em uma universidade norte-americana e que tem
muita simpatia pela escolha dela.
Segundo jornais italianos, o na-
l’inglese, destinato a promuovere
i rapporti in ambiti industriale,
commerciale e di investimenti.
Dopo aver dichiarato di aver
investito in un centro di ricerca in Amazônia, Berlusconi ha
raccontato di avere un sogno:
quello di navigare lungo il fiume
Amazonas:
— Il presidente Lula mi ha
detto che mi porterà a pescare, e noi ci andremo — ha commentato il premier italiano, alla
Fiesp, dando enfasi al fatto che
verrà altre volte in Brasile. — Da
giovane tenevo una nave oceanografica ad Angra dos Reis per
ricerche — ha rivelato.
Valério Cecchi, presidente do
Grupo ENEL Green Power
para a América Latina
Valério Cecchi, presidente
del Gruppo ENEL Green per
l’America Latina
più efficace di servizi. Quindi
“creare accessibilità ai costi è
fondamentale per l’ampio sviluppo dell’economia del Paese”.
Con gli sguardi rivolti al potenziale di crescita nel comparto di infrastrutture energetiche,
di trasporti e anche di quello
ospedaliero, la compagnia italiana Infrastrutture Lombarda
SPA si è fatta presente nella comitiva di 60 imprenditori italiani presenti in Brasile.
Marco Contardi, portavoce
dell’impresa italiana, ha detto
che la Infrastrutture Lombarda SPA può offrire al mercato
brasiliano tutta l’esperienza in
progetti di costruzione e ces-
telefonia mobile dà all’azienda
il posto di una delle maggiori
del Brasile.
— Oggigiorno la TIM è la
seconda maggior impresa italiana presente nel mercato brasiliano. Entro quest’anno metteremo a disposizione roaming
free per gli italiani che vengono
in Brasile e per i brasiliani che
vanno in Italia. È una maniera
di essere premurosi con gli imprenditori dei due paesi — ha
rivelato il dirigente.
Luciani ha anche parlato
dell’esigenza di un’infrastruttura
di rete condivisa che, secondo
lui, aiuterebbe nell’erogazione
Luca Luciani, presidente da TIM Brasil
Luca Luciani, presidente della TIM Brasil
sione di servizi amministrativi
a privati:
— L’expertise dell’impresa
permette la realizzazione di
progetti in un quarto del tempo
stimato — ha affermato.
Per Sandra Papaiz, vicepresidente amministrativo del Gruppo
Papaiz, uno dei maggiori fabbricanti di serrature e lucchetti del
Brasile, la presenza di Berlusconi a São Paulo ha rappresentato
un “momento unico” per i rapporti commerciali dei due Paesi
e sicuramente farà da leva a progetti già esistenti tra di essi:
— La crisi economica che
l’Italia ha attraversato negli ultimi mesi dimostra che il paese
non può rinunciare agli affari in
Brasile. Gli imprenditori italiani riconoscono l’importanza del
Brasile, il che ci favorisce molto.
Di commercio tra vari paesi Sandra Papaiz capisce parecchio. Per allargare la sua partecipazione nel mercato mondiale
il Gruppo Papaiz investe in esportazioni da più di 30 anni.
—
Una
delle
strategie dell’azienda è sempre stata l’esportazione. Rafforzeremo
questa parte perché cosí si crea
un equilibrio tra mercato interno
ed estero. Esportiamo dalla fine
degli anni ’60 e non abbiamo mais
smesso di esportare, in nessuna
crisi — ha commentato Sandra.
li imprenditori brasiliani che hanno seguito gli
eventi in cui Berlusconi era presente a São Paulo hanno difeso
una posizione più energica dei
due Governi per la consolidazione degli accordi firmati. Per Cledorvino Belini, presidente del
Gruppo Fiat in Brasile e presidente della Associação Nacional
dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), le opportunità tra i due Paesi tendono
ad aumentare:
— Con le partnership si potranno creare più impieghi. In
Brasile l’industria di veicoli dà
impiego a circa 1,5 milione di
lavoratori.
Valerio Cecchi, presidente
del Gruppo ENEL Green Power per
l’America Latina crede che le opportunità per il settore di energia siano grandi e, che nei prossimi 10 anni – secondo lui – dovrebbero andare a tutto vapore.
— L’aumento di produttività
per i biocarburanti dimostra che
le energie rinnovabili avranno
un mercato in scala mondiale
— ha constatato.
Il più entusiasta degli imprenditori italiani con attività
in Brasile, Luca Luciani, presidente della TIM Brasil, ha detto che la partnership tra i due
Paesi è cosí solida che il numero di utenti della compagnia di
Claudio Cammarota
G
Claudio Cammarota
Ripercussione
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pa do Mundo), em 2014, nos encontraremos novamente. Quem
sabe, junto com o time brasileiro.
Em apenas um momento,
Berlusconi mostrou certa contrariedade. Foi durante um jantar
promovido pelo Círculo Italiano
de São Paulo. No evento, ele discursou para uma plateia formada
por seletos convidados, na maioria, membros da comunidade italiana. Também ouviu queixas e
reivindicações relacionadas com
a grande “fila da cidadania” existente no Brasil.
Negócios
Os acordos foram firmados por
Berlusconi durante o evento “Brasil-Itália: nova parceria estratégica”, realizado na Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp), que além dos chefes de
estado, contou com nomes de peso da política econômica dos dois
países. Dentre os presentes estavam os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exte-
Ricardo Stuckert
capa
Durante a visita, com o Brasil ainda na Copa, Lula
presenteou Berlusconi com uma camisa da seleção
Durante la visita, con il Brasile ancora nei Mondiali, Lula ha
regalato a Berlusconi una maglia della nazionale
rior (MDIC) do Brasil, Miguel Jorge; do Esporte, Orlando Silva; das
Relações Exteriores, Celso Amorim; o vice-ministro para o Desenvolvimento Econômico da Itália, Adolfo Urso; o embaixador da
Itália no Brasil, Gherardo La Francesca; o cônsul geral da Itália em
São Paulo, Mauro Marsili e o presidente do Instituto Italiano para
Affari
Gli accordi sono stati siglati da
Berlusconi durante l’evento “Brasile-Italia: nuova partnership
strategica”, che ha avuto luogo presso la Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp), che oltre ai capi di stato
ha contato su nomi di peso della
politica economica dei due Paesi.
Tra i presenti c’erano il ministro
dello Sviluppo, Industria e Commercio Estero (MDIC) del Brasile,
Miguel Jorge; dello Sport, Orlando Silva; degli Affari Esteri, Celso Amorim; il vice ministro per
lo Sviluppo Economico italiano,
Adolfo Urso; l’ambasciatore italiano in Brasile, Gherardo La Francesca; il console generale d’Italia a
São Paulo, Mauro Marsili e il presidente dell’Istituto Italiano per il
Commercio Estero (ICE), Umberto
Vattani. La delegazione italiana è
approdata in Brasile con 60 imprenditori di vari comparti.
Lula e il premier italiano si sono impegnati ad unire i loro sforzi
affinché le partnership siano messe
in pratica entro la fine di quest’anno. Due dei memorandum di intesa riguardano l’infrastruttura. Uno
Claudio Cammarota
O
In uno dei momenti di maggior
rilassamento durante il suo soggiorno in Brasile, il primo ministro
italiano ha ricordato che una delle
sue figlie ha un ragazzo brasiliano.
Ha raccontato solo che loro si sono
conosciuti in un’università statunitense e che nutre molta simpatia per la sua scelta. Secondo dei
giornali italiani, il ragazzo di Eleonora, 23enne, sarebbe il modello Fernando Machado. Notizie sulla
storia d’amore sono già state pubblicate su riviste che appartengono allo stesso Berlusconi.
— Sento che il nostro legame
con il Brasile è grande. È più del
calcio, è poesia. La musica, l’arte, il calcio, la cultura in generale del Brasile mi piacciono. Jorge
Amado mi ha fatto vedere il Brasile in un altro modo. Ho composto 14 canzoni napoletane, tutte
elencate nell’archivio storico italiano. Di queste, sei sono bossa
nova, in puro dialetto.
Presidente del Milan, Berlusconi ha fatto dei commenti
sui calciatori brasiliani che sono passati nel suo club e dei loro contributi per i soddisfacenti
esiti della squadra:
— Kaká, Leonardo, Ronaldinho, tra gli altri, hanno contribuito alla storia del Milan. [Nei
Mondiali], nel 2014, ci vedremo
un’altra volta. Chissà, insieme alla squadra brasiliana.
Solo un certo momento Berlusconi è rimasto un po’ contrariato. È stato durante una cena promossa dal Circolo Italiano di São
Paulo. Lui stava parlando ad una
platea formata da invitati scelti
a dito, la maggior parte membri
della comunità italiana. Ha anche
sentito lamentele e rivendicazioni legate alla grande “fila della
cittadinanza” che c’è in Brasile.
Empresários fazem fila para ver Berlusconi e Lula na Fiesp
Imprenditori fanno la fila per vedere Berlusconi e Lula alla Fiesp
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país receberá nos próximos anos:
a Copa do Mundo, em 2014, e os
Jogos Olímpicos, em 2016.
Os setores com potencial de
desenvolvimento de projetos
conjuntos estiveram representados por empresários das áreas de
energia, defesa (naval e aérea),
telecomunicações e indústria automobilística. Entre as projeções
de futuros projetos figuraram diversas empresas italianas. Entre
elas, representantes da Finmeccanica (aviação), Fincantieri (indústria naval), TIM (telefonia
móvel), Telecom Itália, Ducati
(motos), Infrastrutture Lombarda SPA, Enel, entre outros.
Assuntos relacionados a infraestruturas importantes, como
o trem de alta velocidade (TAV)
entre as cidades de São Paulo e
Rio de Janeiro, e a promoção dos
produtos “Made in Italy” também
tiveram destaque no encontro das
delegações dos dois países, que
contou com mais de mil empresários presentes na sede da Fiesp.
Ricardo Stuckert
o Comércio Exterior (ICE), Umberto Vattani. A delegação italiana
aportou no Brasil com 60 empresários de diversos setores.
Lula e o premiê italiano se
comprometeram em unir esforços para que as parcerias sejam
colocadas em prática ainda neste ano. Dois dos Memorandos de
Entendimento são relativos à infraestrutura. Um é referente à
troca de experiências, know-how
e intercâmbio de profissionais. E
outro, na área de infraestutura
do turismo, tem como objetivo
organizar iniciativas conjuntas
destinadas a aumentar os fluxos
turísticos entre os dois países.
Os outros dois Memorandos
abrangem a cultura e o esporte. O
primeiro visa promover a cooperação cultural, que prevê aumento no intercâmbio de exposições
e organização de eventos conjuntos, por conta do “Ano da Itália
no Brasil” em 2011. O segundo
está voltado para a exploração
dos dois grandes eventos que o
l presidente Luiz Inácio Lula da Silva ha detto, durante
l’evento alla Fiesp, che il caso dell’ex attivista italiano Cesare Battisti, agli arresti in Brasile da tre anni e di cui l’Italia
richiede l’estradizione, non incrinerà i rapporti tra i due Paesi:
— I rapporti con l’Italia sono cosí forti che qualunque decisione non provocherà danni.
Battisti è stato condannato in Italia per quattro omicidi
commessi negli anni ’70, quando faceva parte dei Proletari Armati per il Comunismo (PAC). L’italiano è in carcere preventivo
in Brasile dal 2007.
— Dico fin dal primo giorno che
parlerò del caso quando gli atti del processo arriveranno nel mio gabinetto con
il parere della Advocacia Geral da União
(AGU) che sta studiando la decisione
della Corte Suprema, in maniera autonoma dal processo elettorale — ha detto Lula, che dovrà dare la parola finale
sulla questione.
Nel gennaio dell’anno scorso l’allora ministro della Giustizia, Tarso Genro, ha concesso lo status di rifugiato politico a
Battisti. La decisione è stata condannata da autorità italiane,
tra cui Berlusconi. In novembre la Corte Costituzionale ha autorizzato la sua estradizione, ma ha determinato che la parola
finale fosse data dal presidente Lula.
Inoltre Lula ha detto che conosce gente tanto a favore
quanto contro l’estradizione di Battisti, ma non se ne preoccupa.
— Devo preoccuparmi della decisione brasiliana, che sarà
sovrana — ha detto il presidente brasiliano.
Berlusconi non si è pronunciato sul tema. Ufficialmente il
caso Battisti non doveva essere toccato durante l’incontro tra
Lula e Berlusconi, secondo fonti dei due governi.
si riferisce a scambi di esperienze,
know how e interscambi di professionisti. E l’altro, nell’area di infrastruttura turistica, ha per meta
quella di organizzare insieme iniziative destinate ad aumentare i
flussi turistici tra i due paesi.
Gli altri due memorandum
si riferiscono alla cultura e allo
Ricardo Stuckert
O intercâmbio de exposições e a organização de eventos conjuntos por conta do
“Ano da Itália no Brasil”, em 2011, foram alguns dos assuntos tratados no encontro
L’interscambio di esposizioni e l’organizzazione di eventi unanimi dovuto a
“l’Anno dell’Italia in Brasile” nel 2011 sono stati dei temi discussi all’incontro
I
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sport. Il primo serve a promuovere la cooperazione culturale, che
prevede l’aumento nell’interscambio di esposizioni e l’organizzazione unanime di eventi, grazie a
“l’Anno dell’Italia in Brasile” nel
2011. Il secondo è rivolto allo
sfruttamento di due grandi eventi
che il Brasile ospiterà nei prossimi anni: i Mondiali di Calcio nel
2014 e le Olimpiadi nel 2016.
I settori dal potenziale di sviluppo di progetti unanimi sono
stati rappresentati da imprenditori delle aree di energia, difesa
(navale ed aerea), telecomunicazioni e industria automobilistica.
Tra le previsioni di futuri progetti
sono figurate varie aziende italiane. Qualcuna di esse era rappresentata da delegati, come la Finmeccanica (aviazione), la Fincantieri (industria navale), la TIM (telefonia mobile), la Telecom Italia,
la Ducati (moto), la Infrastrutture
Lombarda SPA, l’Enel e altre.
Anche temi legati ad importanti infrastrutture, come il treno ad
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capa
Lula all’ONU?
Lula na ONU?
I
Ricardo Stuckert
ndagado sobre a possibilidade de assumir um cargo nas Organizações das Nações Unidas (ONU) após deixar a Presidência, Lula
disse que essa interpretação é um “equívoco muito grande” do diário britânico The Times, que publicou recentemente uma reportagem
sobre o assunto.
— É importante que vocês tenham claro que na minha cabeça um
cargo como a ONU não pode ser exercido por um político que tenha
tanta importância frente aos outros políticos — disse, lembrando que
o secretário-geral do órgão é subordinado aos
países que o compõem.
Em março, o jornal afirmara que Lula estaria
considerando a possibilidade de suceder Ban Kimoon no cargo de secretário-geral da ONU.
— Imagine se amanhã um presidente americano vira secretário-geral da ONU? Não é possível. É por isso que eu defendo que, nesses casos, o melhor é ter um bom burocrata no cargo.
Posso, sim, levar as experiências brasileiras que
deram certo aos países da África, como o bolsa
família — afirmou Lula.
dessa afinidade foi a assinatura,
pelo presidente Lula e pelo primeiro-ministro Berlusconi, de
um plano de ação para fortalecer
a parceria estratégica entre Brasil e Itália, em abril passado, na
capital norte-americana.
Além disso, existem inúmeros outros acordos traçados entre
o ministério de Desenvolvimento Econômico italiano e instituições brasileiras, como o próprio
MDIC e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Miguel Jorge lembrou que,
em 2008, foi firmada uma parceria entre o BNDES e a Agência
de Crédito à Exportação Italiana
(Sace, na sigla em italiano), em
que mais de 1,2 bilhão de dólares
foram disponibilizados para que
as empresas italianas concretizem investimentos produtivos
Claudio Cammarota
Quebra de barreiras
De acordo com o ministro Miguel Jorge, caberá a um grupo de
empreendedores dos dois países
“destravar algumas dificuldades
que ainda existem entre os nossos acordos”. Na sua opinião, é de
“extrema relevância” incentivar
esses empresários. Ele informou
que a Itália já é o principal parceiro do Brasil no ciclo de desenvolvimento sustentável global:
— Este ano, o Banco Central
brasileiro prevê que o investimento de empresas nacionais no
exterior chegue a 15 bilhões de
dólares e boa parte destes recursos serão revertidos à Itália.
O ministro brasileiro observou que a afinidade entre os países “tem aumentado consideravelmente nos últimos anos”. Para ele, o resultado mais evidente
O ministro Miguel Jorge afirma que a Itália já é o principal parceiro do
Brasil no ciclo de desenvolvimento sustentável global
Il ministro Miguel Jorge dice che l’Italia è già il partner principale del
Brasile nel ciclo di sviluppo sostenibile globale
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Q
uando gli è stato chiesto di parlare della possibilità che gli sia
conferito un incarico all’Organizzazione delle Nazioni Unite (ONU)
dopo aver lasciato la presidenza, Lula ha detto che questa interpretazione è un “equivoco molto grande” del quotidiano britânico The Times,
che ha recentemente pubblicato un servizio che ne parlava.
— E’ importante che tutti capiscano bene ciò che penso: un incarico alla ONU non può essere accettato da un politico che abbia tanta importanza
davanti ad altri politici — ha detto, ricordando che il segretario generale
dell’organo è subordinato ai Paesi che ne fanno parte.
In marzo il giornale aveva detto che Lula stava
prendendo in considerazione la possibilità di succedere a Ban Ki-moon nell’incarico di segretario
generale dell’ONU.
— Figuratevi, e se un domani un presidente
americano diventa segretario generale dell’ONU?
Non è possibile. Perciò dico che, in questi casi, è
meglio avere un buon burocrate nell’incarico. Posso, questo sí, presentare le esperienza brasiliane
che hanno funzionato ai paesi africani, come il borsa famiglia — ha detto Lula.
alta velocità (TAV) tra São Paulo e
Rio de Janeiro, e la promozione dei
prodotti “Made in Italy” sono stati
messi in enfasi nell’incontro delle
delegazioni dei due Paesi, che ha
contato su più di mille imprenditori presenti nella sede della Fiesp.
Per infrangere le barriere
Secondo il ministro Miguel Jorge
sarà compito di un gruppo di imprenditori dei due Paesi “sbloccare qualche difficoltà che ancora
c’è nei nostri accordi”. Secondo
lui è di “estrema rilevanza” incentivare questi imprenditori. E ha
aggiunto che l’Italia è già il partner principale del Brasile nel ciclo
di sviluppo sostenibile globale:
— Quest’anno la Banca Centrale brasiliana prevede che gli
investimenti di imprese nazionali
all’estero arrivino a 15 miliardi di
dollari e che gran parte di queste
risorse sarà destinata all’Italia.
Il ministro brasiliano ha osservato che l’affinità tra i due Paesi “è
aumentata molto negli ultimi anni”. Per lui il risultato più evidente
di ciò è stata la firma del presidente Lula e del primo ministro Berlusconi di un piano di azione per
rafforzare la partnership strategica tra Brasile e Italia, nello scorso
aprile nella capitale statunitense.
Inoltre ci sono innumerevoli
accordi tracciati tra il ministero
dello Sviluppo Economico italiano e istituzioni brasiliane, come
lo stesso MDIC e il Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES). Miguel Jorge ha
ricordato che nel 2008 è stata siglata una partnership tra il BNDES
e la Sace, gruppo per la gestione
dei crediti in Italia e all’estero, in
cui è stato reso disponibile più di
1,2 miliardo di dollari affinché le
imprese italiane realizzassero qui
investimenti produttivi. Un primo
affare è già stato concretizzato
grazie a questo accordo.
Da informazioni degli assessori
di Palazzo Chigi, sede della Presidenza del Consiglio dei Ministri italiana, la meta degli accordi firmati
è quella di dare un “concreto appoggio” alle aziende italiane interessate ad investire in Brasile, mettendo in evidenza l’attuale processo di crescita dei rapporti tra i due
paesi. Nel 2009 il numero di compagnie italiane a stabilirsi in Brasile è passato da 120 a più di 300.
Secondo delle dichiarazioni
del premier Silvio Berlusconi, il
presidente Lula è stato il responsabile perché il Brasile consolidasse il suo sogno di crescita interna e conquistasse proiezione
internazionale. Per il premier italiano il fatto che Lula sia venuto dalla classe lavoratrice è stata una delle particolarità che gli
ha permesso di preoccuparsi, allo
stesso tempo, di questioni economiche e di sviluppo sociale:
— Grazie a Lula e al popolo
brasiliano il sogno del paese del
futuro oggi fa parte del presente.
E noi italiani vogliamo consolidare partnership con voi perché
cosí faremo parte di questo ‘miracolo’ brasiliano.
Claudio Cammarota
aqui. Um primeiro negócio já foi
realizado por conta desse acordo.
Segundo informações dos assessores do Palazzo Chigi, sede do Presidente do Conselho
de Ministros italiano, o objetivo dos acordos firmados é dar
“apoio concreto” às empresas
interessadas em investir no Brasil, evidenciando o atual processo de crescimento das relações.
Em 2009, o número de companhias italianas que se estabeleceram no Brasil passou de 120
para mais de 300.
E
De acordo com declarações
do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, o presidente Lula foi o
responsável pelo Brasil ter consolidado seu sonho de crescimento interno e conquistado
projeção internacional. Para o
premiê italiano, o fato de Lula
ter emergido da classe trabalhadora foi um dos diferenciais para
que o presidente brasileiro olhasse conjuntamente para as questões econômicas atreladas ao desenvolvimento social:
— Graças a Lula e ao povo
brasileiro, o sonho do país do futuro hoje faz parte do presente.
E nós italianos queremos consolidar parcerias com vocês para também fazermos parte deste
‘milagre’ brasileiro.
Berlusconi ainda destacou o
passo importante que o encontro
na Fiesp deu ao acordo assinado
entre os países, durante reunião
bilateral, em Washington, no início de abril. Segundo o ele, o Ministério da Defesa de seu país já
deu sinal verde para importantes
acordos com o Brasil, que serão
trabalhados em curto prazo.
— Esse é só o começo de
uma grande parceria, pois se a
Europa sentiu mais fortemente a
crise, o povo italiano soube pou-
A
São Paulo durante un incontro di Silvio Berlusconi con
rappresentanti della collettività italo-brasiliana c’è stata
la richiesta formale al premier di dare maggiori attenzioni agli
italo-brasiliani e di rafforzare la rete consolare.
In quel momento il presidente del Comitato per gli Italiani
all’Estero (Comites/São Paulo), Rita Blasioli Costa ha ricordato
che si sono grandi “file della cittadinanza” davanti ai consolati
italiani in Brasile.
— I consolati hanno bisogno di
più personale — ha dichiarato.
Secondo lei le nuove generazioni
di italiani, discendenti di prima, seconda, terza e quarta generazione, rivendicano non solo il diritto iure sanguinis (riconoscimento della cittadinanza italiana per discendenza diretta), ma hanno anche bisogno di corsi
di lingua e cultura italiana “sempre
più diffusi e accessibili”.
Erano presenti anche l’ambasciatore italiano in Brasile,
Gherardo La Francesca, e il console generale d’Italia a SP,
Mauro Marsili, tra i tanti rappresentanti della comunità italo-brasiliana.
In risposta Berlusconi si è limitato a dire, in modo brusco,
che il governo italiano avrebbe rivolto più attenzioni alla richiesta dei Comites. Ed è sembrato infastidito dalla situazione.
Berlusconi ha anche messo in
enfasi com’è stato rilevante l’incontro presso la Fiesp dopo l’accordo firmato tra i due Paesi nella
riunione bilaterale a Washington,
agli inizi di aprile. Secondo lui il
Ministero della Difesa ha già dato
il via libera ad importanti accordi
con il Brasile, che saranno affrontati a breve termine.
— Questo è solo l’inizio di
una grande partnership, visto
che se l’Europa ha sentito di più
la crisi, il popolo italiano ha saputo risparmiare e, per questo,
siamo in condizioni di fare investimenti produttivi in Brasile —
ha concluso il premier.
Secondo il presidente Lula le
statistiche commerciali tra i due
paesi sono “promettenti”. Tra il
2002 e il 2008 gli scambi commerciali tra il Brasile e l’Italia
sono triplicati, raggiungendo 10
miliardi di dollari, somma che,
lui crede, potrà aumentare.
— Un maggior [flusso di]
commercio sarà la nostra risposta
alla crisi internazionale. Vogliamo
superare la barriera dei 10 miliardi
di dollari cosí da poter riflettere le
dimensioni e le potenzialità delle
nostre economie — ha detto Lula.
Dati resi noti dall’Istituto Italiano per il Commercio Estero (ICE)
Julho 2010
/
indicano che, nel 2009, il flusso commerciale tra i due Paesi ha
sommato 6,68 miliardi di dollari,
di cui 1,581 miliardi solo nei primi
cinque mesi di quest’anno. Questo rappresenta un aumento del
21,1% rispetto allo stesso periodo
dell’anno scorso. Tra i prodotti importati dal Brasile ci sono macchine e componenti meccanici, e specialmente il settore di pezzi di ricambio e per trattori, il che dimostra il potenziale degli affari agricoli brasiliani. Per ciò che riguarda
le esportazioni brasiliane in Italia
i principali prodotti sono il caffè in
chicchi e il minerale di ferro.
Secondo Lula i lavori avranno
come meta quella di intensificare
lo svolgimento di attività di piccole
e medie imprese in progetti stabiliti con l’Italia. Questo, secondo il
presidente brasiliano, segnala che
le partnership potrebbero aiutare
all’ufficializzazione dell’Accordo di
Libero Commercio tra i blocchi economici del Mercosud e dell’Unione
Europea. Secondo lui questi blocchi possono unire le loro forze per
vincere in competitività nel mercato internazionale e imporre un “ordine globale più giusto”:
— Dobbiamo superare la sfida della discussione su tariffe e
sovvenzioni — ha detto Lula.
ComunitàItaliana
25
par e, por isso, temos condições
de investimentos produtivos no
Brasil — completou o premiê.
Para o presidente Lula, as
estatísticas comerciais entre os
dois países são “animadoras”.
Entre 2002 e 2008, as trocas comerciais entre o Brasil e a Itália
triplicaram atingindo 10 bilhões
de dólares, montante que acredita pode ser ampliado.
— Mais comércio será a nossa resposta à crise internacional.
Queremos ultrapassar a barreira
dos 10 bilhões de dólares de forma a refletir as dimensões e as
potencialidades de nossas economias — afirmou Lula.
Dados divulgados pelo Instituto Italiano para o Comércio
Exterior (ICE) indicam que, em
2009, a corrente comercial entre os dois países somou 6,68
bilhões de dólares sendo que,
nos cinco primeiros meses deste
ano, foram 1,581 bilhão de dólares - o que representa um aumento de 21,1% sobre igual período do ano passado. Entre os
produtos importados pelo Brasil
estão máquinas e componentes
mecânicos com destaque no setor de autopeças e componentes para tratores, o que mostra o
potencial dos agronegócios brasileiros. Na exportação brasileira
Claudio Cammarota
capa
Lula ressalta as trocas comerciais entre os dois
países, que atingiram 10 bilhões de dólares
Lula mette in risalto gli scambi commerciali tra i due
Paesi, che hanno raggiunto i 10 miliardi di dollari
para a Itália, os principais produtos são: café em grão e minério de ferro.
De acordo com Lula, os trabalhos terão como foco intensificar a atuação das pequenas
e médias empresas em projetos
conjuntos com a Itália. Isto, segundo o presidente brasileiro,
sinaliza que as parcerias podem
ajudar na formalização do Acordo
de Livre Comércio entre os blocos econômicos do Mercosul e da
União Europeia. Para ele, esses
blocos podem unir força para ganhar em competitividade no mercado internacional e impor uma
“ordem global mais justa”:
26
Como um típico showman,
após arrancar gargalhadas com sua
declaração, manteve a atenção da
platéia com uma piada com sua suposta falta de memória:
— Nesta manhã, por exemplo, eu queria fazer sexo com a
camareira do hotel e ela me respondeu: ‘Mas, presidente, nós já
fizemos uma hora atrás’.
Claudio Cammarota
que acontece com um homem quando ele é “rico,
poderoso e velho”? É sempre
abordado pelas mulheres, é claro. Quem disse isso tem conhecimento de causa. Aos 74 anos,
o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi faz questão de
evidenciar, a todo momento, seu
apreço pelo sexo feminino:
— Com certa idade, começo a esquecer as coisas — disse
para ilustrar o quanto sua rotina diária é repleta de compromissos e com uma “fila de meninas” querendo casar-se com ele.
— Sou simpático, sou rico e sou
velho. Todas têm a esperança de
eu morrer logo e, então, herdarem tudo. Mas estou trabalhando
com Don Verzé para prolongar a
vida até os 120 anos. Para isso,
financiei um centro de pesquisas
do coração na Amazônia, e estou
indo para lá inaugurá-lo em breve — revelou.
Gestione della conoscenza
L’ambasciatore Umberto Vattani
ha siglato accordi di cooperazione tecnica con il Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
(Senai), l’Agenzia brasiliana di
promozione di esportazioni ed
investimenti (Apex) e la Fundação Getulio Vargas (FGV). La
firma mira ad aumentare gli interscambi commerciali e i trasferimenti di know how tecnologici
Questo è Berlusconi
Isso é Berlusconi
O
Affari
Oggigiorno in Brasile ci sono circa 300 imprese italiane, tra piccole, medie e grandi corporazioni.
Insieme danno origine a 100mila
posti di lavoro diretti ed indiretti
a brasiliani, secondo dati presentati all’evento “Brasil-Itália: nova
parceria estratégica”. Altri numeri che entusiasmano le operazioni
commerciali tra i due Paesi riguardano gli scambi commerciali. Il
Brasile è superato solo dagli Stati Uniti e dalla Romania. Si tratta di un importante terzo posto
nell’economia mondiale.
Secondo Adolfo Urso l’importanza di questo contesto econo-
mico è ideale affinché l’Unione
Europea (UE) e il Mercosud progrediscano in un accordo di libero commercio.
— I negoziati, che erano fermi da anni, finalmente cominciano a reagire un’altra volta. Dobbiamo sfruttare il momento per
creare legami più forti di commercio tra i due paesi — ha sottolineato Urso.
Con il prossimo vertice del
Mercosud programmato per la
fine di luglio a Buenos Aires, il
ministro italiano ha detto di essere ottimista del progresso dei
negoziati. Secondo lui i paesi del
blocco del Cono Sud potranno
ideare un nuovo formato di accordo di libero commercio, valutando i bisogni di Brasile, Uruguay, Paraguay, Argentina e le
esigenze dei paesi della UE.
ComunitàItaliana
/
Julho 2010
C
osa succede ad un uomo
quando è “ricco, potente
e anziano”? Viene sempre adescato dalle donne, è chiaro. Chi
l’ha detto ne sa qualcosa. A 74
anni, il primo ministro italiano Silvio Berlusconi ci tiene a
mettere in evidenza, continuamente, quanto apprezza il sesso
femminile:
— Ho una certa età, comincio
a dimenticare le cose — ha detto
per spiegare quanto la sua routine
giornaliera sia piena di impegni e
con una “fila di ragazzine” che si
vogliono sposare con lui. — Sono simpatico, sono ricco e sono
anziano. Tutte sperano che muoia
subito e, cosí, erediterebbero tutto. Ma sto lavorando con Don Verzé per allungarmi la vita fino ai
120 anni. Per questo ho finanziato un centro di ricerche nel cuore
dell’Amazônia e ci vado per inaugurarlo in breve — ha rivelato.
Come un tipico showman, dopo aver fatto ridere tutti con la
sua dichiarazione, ha mantenuto le attenzioni della platea con
una battuta su di una supposta
perdita di memoria:
— Stamattina, per esempio,
volevo fare sesso con la cameriera dell’hotel e lei mi ha risposto:
‘Ma presidente, l’abbiamo già fatto un’ora fa’.
Show
A
pós o evento do Círculo
Italiano de São Paulo, Berlusconi e assessores teriam participado, segundo fontes ligadas
diretamente à comitiva do premiê, de uma festa que contou
com a presença de seis dançarinas brasileiras na suíte presidencial do luxuoso Hotel Tivoli
São Paulo Mofarrej.
Em depoimento ao jornal
O Estado de São Paulo, um dos
principais do país, Alexandra Valença, de 28 anos, contou ter sido contratada por 2 mil reais para apresentar a sensual “dança
do poste” para Berlusconi. Para
a apresentação, ela vestiu espartilho vermelho e liga de coxa. Há
sete anos especializada em “dança do poste”, Alexandra afirmou
ter sido contactada pelo “empresário italiano Valter” que, na véspera da apresentação, se reunira
com algumas moças. Segundo a
bailarina, nesse encontro, Valter
apresentou um projeto de pro-
grama de TV que estaria prestes
a estrear na Itália e prometeu
levar algumas moças para uma
apresentação no país.
— Ele é muito simpático —
disse Alexandra sobre Berlusconi.
Por meio de uma nota, o governo
italiano
negou que o premiê tenha participado da festa, mas de “um
breve espetáculo
de folclore típico com a participação de alguns
artistas brasileiros”. Segundo o
comunicado do
governo italiano, Berlusconi
não participou
do posterior jantar e, “depois de
uma breve permanência de cortesia, se afastou por outros compromissos de trabalho”.
— Temos o desafio de ir além
da discussão sobre tarifas e subsídios — disse Lula.
Aires, o ministro italiano disse
estar otimista com o avanço das
negociações. Para ele, os países
do bloco do Cone Sul poderão desenhar um novo formato do acordo de livre comércio, ponderando
as necessidades de Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina e as
exigências dos países da UE.
petto rosso e reggicalze. Specialista da sette anni in pole dance,
Alexandra ha detto di essere stata contrattata da “l’imprenditore italiano Valter” che, il giorno
prima, si era riunito con qualche
ragazza. Secondo la ballerina in
questo incontro Valter ha presentato un progetto di programma
di TV che starebbe per andare in
onda in Italia e ha promesso di
portarci qualcuna di loro.
— E’ molto simpatico — ha
detto Alexandra di Berlusconi.
In un comunicato il governo italiano ha negato che il premier abbia partecipato ad una
festa, ma sí ad “un breve spettacolo di tipico folclore con la
partecipazione di qualche artista brasiliano”. Nel testo del governo italiano si dice che Berlusconi non ha partecipato alla
cena seguente/al dopocena e,
“dopo una breve permanenza di
cortesia, si è allontanato per altri impegni di lavoro”.
in comparti di comune interesse,
cosí come a contribuire allo sviluppo delle industrie dei due Paesi. Secondo Vattani si pensa di
promuovere il viaggio di universitari per stage presso delle compagnie italiane, oltre a far progredire il giro di affari tra piccole
e medie imprese.
Si è rimasti d’accordo che
in luglio, a Roma, sarà firmato un altro contratto con la Suframa (Zona Franca de Manaus).
L’iniziativa tende ad aumentare
il trasferimento di tecnologie e
l’interscambio professionista tra
i due Paesi. Inoltre è prevista la
firma di un contratto per la costruzione di una fabbrica di moto
a Manaus.
Secondo Vattani il Brasile è
un paese strategico e perciò sta
aumentando le sue partnership
con l’Italia, la cui cooperazione
è rafforzata da azioni positive
da parte dei due governi e viene
facilitata dalla presenza, in Brasile, di una grande comunità di
origini italiane.
Il presidente dell’ICE crede
che questi accordi rafforzino i legami economici tra Brasile e Ita-
Claudio Cammarota
Gestão do conhecimento
O embaixador Umberto Vattani
assinou acordos de cooperação
técnica com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
(Senai), a Agência brasileira de
opo l’evento al Circolo Italiano di São Paulo, Berlusconi ed assessori avrebbero
partecipato, secondo fonti legate direttamente alla comitiva
del premier, ad una festa che ha
contato sulla presenza di sei ballerine brasiliane
nell’appartamento presidenziale del lussuoso
Hotel Tivoli São
Paulo Mofarrej.
In intervista rilasciata al giornale O Estado
de São Paulo,
uno dei maggiori in Brasile,
Alexandra
Valença, 28enne,
ha raccontato di
esser stata contrattata a 2mila
reais per presentare la sensuale
pole dance a Berlusconi. Per la
presentazione ha vestito un cor-
Claudio Cammarota
Negócios à italiana
Hoje, no Brasil, há cerca de 300
empresas italianas entre pequenas, médias e grandes corporações. Juntas, geram cerca de 100
mil postos de empregos diretos e
indiretos aos brasileiros, de acordo com dados apresentados no
evento “Brasil-Itália: nova parceria estratégica”. Outro número que entusiasma as operações
comerciais entre os dois países é
em relação às trocas comerciais.
O Brasil só fica atrás dos Estados
Unidos e da Romênia. Trata-se de
um importante terceiro lugar na
economia global.
Segundo Adolfo Urso, a relevância desse contexto econômico é ideal para que a União Europeia (UE) e o Mercosul avancem
em um acordo de livre comércio.
— A negociação que estava parada há anos, enfim, começa a reagir novamente. Precisamos
aproveitar o momento para criar laços mais fortes de comércio entre
os dois países — ressaltou Urso.
Com a próxima reunião de
cúpula do Mercosul programada
para o final de julho, em Buenos
D
O diretor do Deinfra-Energia da FIESP, Carlos Cavalvanti, e o presidente do ICE, embaixador Umberto Vattani,
trocaram ideias durante o seminário. Para o vice-ministro do Desenvolvimento Econômico da Itália, Adolfo Urso,
é hora de aproveitar o momento e criar laços mais fortes entre os dois países
Il direttore della Deinfra-Energia della FIESP, Carlos Cavalvanti, e il presidente dell’ICE, ambasciatore Umberto
Vattani, hanno scambiato idee durante il seminario. Per il vice ministro dello Sviluppo Economico italiano, Adolfo
Urso, è ora di sfruttare il momento e creare legami più forti tra i due Paesi
Julho 2010
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ComunitàItaliana
27
capa
D
urante l’evento alla Fiesp, il deputato al
Parlamento italiano Fabio Porta, eletto dagli italiani residenti all’estero, ha partecipato
alle proteste contro i tagli nel preventivo riguardo i programmi culturali e assistenziali diretti agli italiani all’estero.
Sempre durante l’evento il premier italiano
ha causato una situazione imbarazzante quando
ha detto, davanti a circa 500 imprenditori, che
il presidente Luiz Inácio Lula da Silva governerà
un’altra volta il paese nel 2015.
— Il presidente Lula ha 62 anos. Ora va a riposarsi per quattro anni, ci è obbligato. Fra quattro anni potrà lavorare per altri otto anni per il
bene del Brasile. E arriverà ai 74 anni giovane,
pieno di energie, come me — ha detto Berlusconi.
E Lula ha risposto:
— Un politico dal brutto carattere preferisce
che la sua opposizione vinca per poter tornare
quattro anni dopo. Io offro ciò che ho di meglio. La
mia candidata farà un ottimo governo e potrà candidarsi all’incarico un’altra volta. Io mi contenterò
di essere il suo promotore elettorale per due volte.
tituto como promotor de iniciativas favorecedoras do comércio
bilateral.
— A visita do primeiro-ministro Berlusconi ao Brasil dá um
novo impulso para o crescimento
futuro — afirmou Vattani.
O ICE está sediado em Roma e
conta com 17 escritórios na Itália e outros 117 espalhados por
D
urante o evento da Fiesp, o deputado do
parlamento italiano Fabio Porta, eleito pelo voto de italianos no exterior, participou de
protestos contra os cortes orçamentários que
penalizam os programas culturais e assistenciais dirigidos aos italianos no exterior.
Ainda, durante o evento, o primeiro-ministro italiano causou uma “saia justa” ao afirmar,
diante de cerca de 500 empresários, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltará a governar o país em 2015.
— O presidente Lula tem 62 anos. Agora, ele
vai descansar quatro anos, obrigatoriamente. Dali a quatro anos, vai poder trabalhar por mais
oito anos pelo bem do Brasil. E chegar à idade
de 74 anos jovem, cheio de energia, como eu —
afirmou Berlusconi.
Ao que Lula respondeu:
— Um político mau-caráter prefere que sua
oposição ganhe para poder voltar em quatro
anos. Eu ofereço o que eu tenho de melhor. Minha candidata vai fazer um belíssimo governo
e poderá pleitear o cargo mais uma vez. Eu me
contentarei em ser cabo eleitoral por duas vezes.
28
ComunitàItaliana
/
Il premier italiano ha anche messo in risalto
la popolarità di Lula e si è paragonato al collega brasiliano:
— Il popolo brasiliano sentirà la mancanza
del presidente Lula. Lui rappresenta il maggior
indice di popolarità in una democrazia. Nessuno
raggiunge la sua popolarità. Mi piacerebbe essere come lui. La mia approvazione raggiunge il
63% di popolarità in tutta Europa.
Lula ha risposto a Berlusconi dicendo che la
prossimità tra il Brasile e l’Italia è storica.
— La differenza tra di noi riguarda solo la
lingua e il passaporto — ha detto il presidente
brasiliano, cambiando discorso.
Sempre alla Fiesp, Berlusconi ha anche detto
a Lula che ha sempre avuto in grande simpatia il
calcio brasiliano e le donne. È stato quando, con
l’Italia già fuori dai Mondiali, ma prima dell’eliminazione del Brasile, ha fatto i complimenti al
calcio brasiliano, ricordando che 11 “importanti calciatori” giocano nel calcio italiano. Berlusconi ha fatto i complimenti al calcio di Kaká,
quando giocava nella sua squadra, il Milan.
lia e il riconoscimento delle attività dell’Istituto come promotore di iniziative che favoriscono il
commercio bilaterale.
— La visita del primo ministro Berlusconi in Brasile dà un
nuovo impulso alla crescita futura — ha detto Vattani
La sede dell’ICE è a Roma e
conta su 17 uffici in Italia e altri
O premiê italiano também destacou a popularidade de Lula e se comparou ao colega
brasileiro:
— O povo brasileiro sentirá a falta do presidente Lula (quando deixar o cargo). Ele tem o
maior índice de popularidade em uma democracia. Ninguém alcança sua popularidade. Gostaria de acompanhá-lo. Minha aprovação alcança
os 63% de popularidade em toda a Europa.
Lula respondeu Berlusconi dizendo que a
proximidade entre Brasil com a Itália é histórica.
— A diferença entre nós é só o idioma
e o passaporte — desconversou o presidente
brasileiro.
No mesmo evento, Berlusconi ainda afirmou
ter dito para Lula que sempre teve muita simpatia pelo futebol brasileiro e pelas mulheres. Na
época, já com a Itália fora da Copa do Mundo,
mas antes da eliminação do Brasil, o primeiroministro italiano elogiou o futebol brasileiro ao
lembrar que 11 “importantes jogadores” atuam
no futebol italiano. Berlusconi elogiou o trabalho de Kaká quando ele jogava no seu time,
o Milan.
Julho 2010
117 sparsi in 87 Paesi. Le sue attività vengono finanziate dal Ministero Italiano per lo Sviluppo
Economico e, in quantità minori,
da imprese italiane che si avvalgono dei suoi servizi promozionali e di consulenza.
Censimento
Anche non avendo i numeri esatti della popolazione di italo-brasiliani ed italiani residenti in
Brasile le stime indicano che sarebbero circa 30 milioni, di cui la
metà si trova nello Stato di São
Paulo. Questi dati dimostrano il
potenziale di consumo di questa
parte della popolazione e ciò che
potrebbe essere ancora sfruttato
nel mercato brasiliano.
Il presidente in esercizio del
Centro das Indústrias do Estado
Claudio Cammarota
promoção de exportação e investimentos (Apex) e a Fundação
Getulio Vargas (FGV). O objetivo é incrementar o intercâmbio
comercial e a transferência de
know-how e de tecnologias em
áreas de interesse comum, bem
como de contribuir para o desenvolvimento das indústrias dos
dois países. Segundo Vattani, a
intenção é de promover a ida de
universitários para estágios em
companhias italianas, além de
alimentar os negócios entre pequenas e médias empresas.
Ficou acertado que, em julho, em Roma, seria feita a assinatura de outro contrato com
a Suframa (Zona Franca de Manaus). A iniciativa pretende elevar a transferência de tecnologia
e o intercâmbio profissional entre os dois países. Está prevista
também a assinatura de contrato
para a construção de uma fábrica
de motos em Manaus.
Para Vattani, o Brasil é um
país estratégico e, por isso, vem
firmando intensa parceria com a
Itália, cuja cooperação é reforçada por ações positivas dos dois
governos e facilitada pela presença no Brasil de uma ampla
comunidade de origem italiana.
O presidente do ICE acredita
que tais acordos reforçam o laço
econômico Brasil-Itália e o reconhecimento do trabalho do Ins-
Censo
Embora não haja um número exato sobre a população de ítalobrasileiros e italianos presentes
no Brasil, a estimativa aponta
para cerca de 30 milhões, sendo
que a metade está presente no
estado de São Paulo. Os números
mostram o potencial de consumo
desta população e o que pode ser
explorado no mercado brasileiro.
Para o presidente em exercício do Centro das Indústrias do
Estado de São Paulo (Ciesp), Rafael Cervone, esta é uma população que auxiliou na construção do
país. Ele observa que São Paulo é
a terceira cidade com mais italia-
A
Claudio Cammarota
87 países. Suas atividades são financiadas pelo Ministério Italiano
do Desenvolvimento Econômico e,
em menor grau, pelas empresas
italianas que utilizam seus serviços promocionais e de consultoria.
Momento celebridade: Lula e Berlusconi brincam diante de tantos flashes
Momento di celebrità: Lula e Berlusconi scherzano davanti a tanti flash
nos em todo o mundo e que o laço
entre os dois países conta com expressivo aporte histórico e cultural, “o que incentiva a ampliação
e a diversidade das relações políticas e econômicas entre eles”.
de São Paulo (Ciesp), Rafael Cervone dice che questa parte della popolazione è stata di grande
aiuto nella costruzione del Paese. E sottolinea che São Paulo è
la terza città con più italiani nel
mondo, e che i legami tra i due
paesi si basano su un importante apporto storico e culturale,
“il che incentiva l’aumento e la
diversità dei rapporti politici ed
economici tra di essi”.
Íntegra dos termos do Conselho Empresarial Brasil-Itália
Revista ComunitàItaliana teve acesso aos termos de referência do
novo Conselho Empresarial Brasil-Itália. As informações são do Palácio Itamaraty. O Ministério do Desenvolvimento Econômico da Repú-
blica Italiana, por ocasião da visita do Primeiro Ministro Silvio Berlusconi ao Brasil em 29 de junho de 2010, decidiram criar o Conselho Empresarial Brasil-Itália, de acordo com os seguintes termos de referência:
1. Este Termo de Referência visa a criar
estrutura básica para a elaboração de
programa de trabalho para o Conselho
Empresarial Brasil-Itália (doravante denominado “Conselho”).
2. O Conselho tem por fim aproximar as
comunidades empresariais do Brasil e da
Itália para debaterem temas de interesse mútuo, com o objetivo de fortalecer
os laços econômicos e comerciais existentes entre ambos os países e de comunicar suas recomendações conjuntas
e propostas operacionais aos Governos
brasileiro e italiano, por meio do Conselho Brasil-Itália para a Cooperação
Econômica, Industrial, Financeira e para o Desenvolvimento estabelecido pelo
Acordo-Quadro de Cooperação, firmado
em 12 de fevereiro de 1997.
3. O Departamento de Promoção Comercial e Investimentos do Ministério das
Relações Exteriores da República Federativa do Brasil e, pelo lado italiano, o
organismo a ser identificado pelo Ministério do Desenvolvimento Econômico
consultando o Ministério de Assuntos
Estrangeiros formarão a Secretaria-Executiva do Conselho, com o objetivo de
facilitar a organização de suas reuniões.
4. O Conselho será composto por membros
do setor privado. Os membros do Conselho
poderão, sempre que necessário, ajustar
ou detalhar este conjunto de princípios.
5. Os membros do setor privado do Conselho são, preferencialmente, executivoschefes (CEOs) ou diretores de alto nível
do conselho dirigente de empresas do setor privado que têm demonstrado grande
interesse no desenvolvimento comercial e
econômico das relações Brasil-Itália, sendo, desse modo, capazes de, por meio de
dois países no tocante às respectivas
políticas econômicas;
F. Identificar políticas prioritárias em
assuntos setoriais.
8. Além de sua função principal, o Conselho poderá promover, em cooperação
com entidades relevantes dos dois países: missões empresariais; seminários
em temas econômicos; troca de informação econômica, comercial e de investimentos; análise do fluxo comercial
corrente entre ambos os países; assim
como eventos culturais e sociais que
tenham os objetivos de construir imagem, de facilitar redes de contatos, de
desenvolver relações com a mídia e de
fortalecer a confiança entre as opiniões
públicas dos dois países.
9. Os membros do setor privado irão constituir um único Conselho composto de duas seções, uma Seção brasileira e uma Seção italiana, que trabalharão para apresentar recomendações conjuntas e propostas operacionais para os dois Governos. Cada Seção será composta por aproximadamente dez membros do setor privado, representando os pontos-de-vista e
os interesses da comunidade empresarial.
10. O Conselho irá se reunir uma vez por
ano, pouco antes da reunião do Conselho Brasil-Itália para Cooperação mencionado no parágrafo 2, ou de forma ad
hoc, a sua discricionariedade, no Brasil e
na Itália, alternativamente. O Conselho
será conduzido com base no consenso
mútuo e pode, de acordo com a necessidade, adotar procedimentos e programas
de trabalho. Antes e durante cada reunião, os membros do Conselho podem
trabalhar juntos para preparar relatório
conjunto a ser entregue ao Conselho
sua experiência pessoal, promover os mais
amplos interesses. Esses membros deverão
representar a diversidade de setores e ser
capazes de lidar com temas transversais
que afetam toda a comunidade empresarial, bem como ações governamentais. Na
medida do possível, esses membros do setor privado no Conselho também deverão representar uma parcela das pequenas,
médias e grandes empresas.
6. Os membros do setor privado do Conselho são convidados a apresentar recomendações e propostas operacionais conjuntas para os dois Governos, por meio
do Conselho Brasil-Itália para Cooperação
mencionado no parágrafo 2, a fim de refletir o ponto-de-vista do setor privado,
suas necessidades e preocupações quanto à evolução e à consolidação de um
ambiente de negócios em que seus respectivos setores possam criar parcerias,
prosperar, bem como fortalecer os laços
comerciais bilaterais, que formem a base para relações econômicas e comerciais
expandida entre Brasil e Itália.
7. O Conselho é concebido para facilitar
a troca de informações e para estimular
debates bilaterais que abordem como os
Governos brasileiro e italiano poderiam:
A. promover o comércio, a indústria e os
investimentos como meios para o crescimento econômico;
B. Incrementar a competitividade por
meio da inovação e do empreendedorismo;
C. Promover parcerias para o desenvolvimento da educação e da força de trabalho;
D. Promover trocas de tecnologia em
áreas-chave;
E. Apoiar um ambiente capaz de prover
o movimento rápido e seguro de bens;
promover maior compreensão entre os
Julho 2010
/
Brasil-Itália mencionado no parágrafo 2,
resumindo recomendações específicas e
propostas operacionais. Consultando o
moderador de cada Seção, os dois Governos podem estabelecer objetivos específicos para cada reunião do Conselho.
11. Os moderadores das Seções organizarão reuniões, teleconferências e intercâmbios do Conselho, envolvendo tanto o setor privado brasileiro quanto o
italiano, a fim de desenvolver um grupo de recomendações políticas conjuntas. Os dois Governos podem solicitar
ao Conselho a preparação de relatórios
adicionais. Os moderadores de Seção serão responsáveis por assegurar que os
pontos-de-vista de cada Seção sejam
completamente transmitidos dentro do
Conselho. A língua oficial do Conselho
será o inglês. Os moderadores da Seção
deverão finalizar a agenda para as reuniões do Conselho ao menos uma semana
antes da reunião.
12. Os membros do Conselho servirão
sem compensação monetária por sua
participação nas atividades do Conselho. Viagem e outras despesas associadas com a participação dos membros nas
reuniões do Conselho, incluindo as reuniões do próprio Conselho e da Seção,
serão arcadas pelos membros. As atividades do Governo brasileiro e do Governo italiano a respeito destes Termos de
Referência são sujeitas à disponibilidade de fundos apropriados e às respectivas leis e regulamentos do Brasil e da
Itália.
13. Este Termo de Referência pode ser
modificado conjuntamente pelo Governo
brasileiro e pelo Governo italiano a qualquer tempo, por via diplomática.
ComunitàItaliana
29
cooperazione
Unione
sostenibile
Camera Italo-Brasiliana di Commercio e
Mackenzie aderiscono al Projeto Green Economy
S
timolare l’utilizzo dell’uso
razionale di risorse naturali è un tema molto discusso attualmente
nell’economia mondiale. Ora il
tema può vantare una partnership italo-brasiliana per promuovere azioni ecologicamente
responsabili. Si tratta di un accordo formalizzato il mese scorso tra la Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP) e la Camera
Italo-Brasiliana di Commercio e
Industria di São Paulo, chiamato
“Sviluppo sostenibile bilaterale”.
La partnership prevede l’adozione di progetti in comune tra il
Brasile e l’Italia mirando alla crea-
Robson Bertolino
Correspondente • São Paulo
zione della cultura chiamata green
economy, che prevede l’uso razionale di risorse naturali. Secondo
l’assessore alle Relazioni Internazionali del Mackenzie, Claudia Forte, l’iniziativa fa parte degli sforzi
dell’Università per cercare soluzioni sostenibili in vari comparti:
— La green economy, base del progetto, crea un rife-
rimento per un nuovo modello
economico, basato su politiche
ecologicamente corrette. Perciò
ci siamo interessati immediatamente a partecipare alle attività, specialmente perché la responsabilità socioambientale fa
parte del DNA istituzionale del
Mackenzie fin dall’inizio delle
sue attività.
L’iniziativa prevede risultati
quasi immediati. Le istituzioni
prevedono che, dal secondo semestre 2010, comincino ad aver
luogo delle azioni in Brasile: corsi, seminari, fiere ed esposizioni,
che serviranno a porsi questioni sulle energie alternative, tecnologie destinate alla riduzione
dell’emissione di carbonio, al riciclaggio di rifiuti solidi e altri
temi che includano l’area della
green economy.
Con il progetto in pratica
chi guadagna è il professionista
brasiliano. Infatti esso servirà a
stimolare una formazione professionista specializzata in Brasile,
visto che la partecipazione degli universitari nelle attività potrà contribuire all’acquisizione di
conoscenze più consapevoli dal
punto di vista ambientale e da
quello dello sviluppo sostenibile.
— Il Mackenzie si trova in
pieno processo di espansione
dal punto di vista internazionale, tanto nella consolidazione di
progetti, quanto in ricerche di
docenti e interscambi nel corso di laurea. In questo senso la
partnership con la Camera Italo-Brasiliana di Commercio è un
grande esempio di sforzi rivolti
a progetti integrati e rivolti alla formazione degli studenti —
spiega Claudia.
Partecipano al progetto altre
14 istituzioni brasiliane ed italiane di grande nome, come la
Camera di Commercio di Milano,
la Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da
Universidade de São Paulo (FEA
USP), a Universidade Estadual
Paulista (UNESP), la Secretaria
de Desenvolvimento del Governo
dello Stato di São Paulo e il Senai São Paulo.
Dovuto all’accordo sarà prodotta una guida per indicare le
principali agevolazioni fiscali e
finanziarie del settore ambientale
presenti nei due Paesi. La guida,
che sarà bilingue (portoghese e
italiano) avrà una tiratura di 2mila copie e sarà distribuita durante
eventi organizzati dal progetto.
ROMA
Lisomar Silva
Em julho
R
ock, Pop, trip-hop, soul, jazz, world music. Esses são alguns dos ritmos que serão ouvidos no super frequentado Auditorium
criado pelo premiado arquiteto Renzo Piano.
Os autores e intérpretes mais esperados estão
chegando dos Estados Unidos, Cuba, Índia,
Islanda, Escócia, Armênia, Noruega e França,
além da Itália. O calendário musical inclui as
performances de Herbie Hancock, Buena Vista
Social Club, Pat Metheny, Keith Jarret e Nora Jones entre outros. Imperdíveis as maravilhosas exibições de Stefano Bollani, Ludovico
Einaudi, Cristiano De André e Giovanni Allevi entre os italianos mais badalados. Luglio
Suona Bene - Auditorium Parco della Musica
– Cavea. Ingressos: 22 euros
Sei Miliardi di Altri
V
ocê imagina o que é ouvir seis bilhões de vozes narrando cada uma
a sua história de alegria, medo e
esperança? Já pensou que essas histórias
juntas formam a vibrante história da nossa
humanidade globalizada? Então passe pelo
Fórum de Traiano e veja o que o jornalista e
fotógrafo francês Yann Arthus-Bertrand, interessado no planeta em que vivemos, realizou em matéria de documentação dinâmica
sob o patrocínio da Unesco. Ele reuniu cerca
de cinco mil entrevistas que seis cineastas
de diferentes nacionalidades fizeram com ci-
dadãos comuns de 75 países, num imenso
trabalho de documentação que durou quase
sete anos. O resultado é fascinante: todos
- do pescador brasileiro ao artista alemão,
do comerciante chinês ao fazendeiro afegão
- respondem a 40 perguntas sobre temas
sócio-culturais e existenciais que sempre
acompanham o ser humano em sua trajetória de vida. As várias respostas nos levam a
refletir sobre quem somos, como são e o que
pensam os outros habitantes de nosso planeta. Sei Miliardi di Altri - Mercati di Traiano
(Forum Imperial). Até 26 de setembro.
Roma Encontra o Mundo
T
odos os caminhos passam por Roma,
principalmente quando se trata de se divertir com boa música popular e contemporânea. Artistas e compositores do mundo inteiro se exibem no palco aberto do Laghetto
di Villa Ada, um dos parques mais apreciados
da cidade, com um calendário de espetáculos
que dura até a primeira semana de agosto.
Nesta edição também se canta e se fala de
estrelas com a célebre física italiana Margherita Hack. O Brasil se apresenta com Adriana
Calcanhoto e o Quinteto de Hamilton de
Holanda. Roma Incontra
il Mondo Laghetto di
Villa Ada. Espetáculos noturnos até o dia 7 de
agosto. Ingressos:
de 8 a 25 euros.
Rock in Roma
Z
Coliseu à sombra
ZTop, Baustelle+Nina Zilli, The Cranberries, Afterhours, Litfiba e Daniele
Silvestre são alguns dos nomes que enriquecem o panorama do rock internacional dos nossos tempos, nas noites musicais em estilo happening, programadas
no hipódromo romano de Capannelle.
Mas haverá espaço também para os rockblues de Gary Moore. A manifestação se
conclui no dia 30 de julho com o cantor
jamaicano Shaggy. Rock in Roma - Ippodromo delle Capannelle. Ingressos entre
20 e 25 euros.
E
ste é um dos espaços da cidade destinados ao uso múltiplo, no prestigioso Parque Celio: durante o dia, você toma sol à beira de uma piscina (quase) olímpica. À tarde,
saboreie o seu aperitivo preferido no “happy
hour bar”, enquanto espera o espetáculo da
noite no evento All’Ombra del Colosseo, que
vai até o dia 4 de setembro. Aqui se exibem
os melhores humoristas italianos, que prometem muitas, infinitas risadas. All’Ombra del
Colosseo - Parco del Celio (entrada pela Via
San Gregorio). Ingressos a partir de 20 euros.
Julho 2010
/
ComunitàItaliana
31
notizie
Perdita
I
l Senato ha approvato il mese scorso l’Emendamento Simon. Il
testo fa risuscitare l’Emendamento Ibsen, che ridistribuisce il
reddito del petrolio, anche delle aree già oggetto di licitazioni,
tra le 27 unità della Federação. Con la decisione Rio de Janeiro e le sue città potrebbero perdere 7 miliardi di reais all’anno.
L’autore del testo è stato Pedro Simon (PMDB/RS), che si trova
al suo quarto mandato al Senato, il terzo di seguito. Dello stesso
partito di Simon, il governatore di Rio de Janeiro, Sérgio Cabral,
ha detto che il testo approvato dal Senato “è una vigliaccheria contro il popolo di Rio”. E conta sul veto del presidente Luiz
Inácio Lula da Silva:
— Il presidente Lula mi ha garantito che vale ciò che era stato accordato tra me e lui nell’agosto dell’anno scorso — ha detto Cabral riferendosi ad una riunione in cui Lula ha ceduto alle
rivendicazioni riguardo lo strato pre-sale degli stati produttori.
Inoltre il governatore ha detto che entrerà con un ricorso al Supremo Tribunal Federal (STF) contro il testo approvato dal Senato
se per caso il possibile veto di Lula perda al Congresso.
I
l Brasile non produrrà circa 5 miliardi all’anno di dollari perché
non riesce a trasformare la sua flora in medicine. Questa è la
differenza tra il valore prodotto dal timido mercato brasiliano di
rimedi fitoterapeutici e tra mercati come quello francese, o giapponese o tedesco – paesi con una biodiversità molto minore della brasiliana ma che hanno avuto successo nella trasformazione
di molecole di piante in medicine. Il mercato mondiale di rimedi
fitoterapeutici oggigiorno coinvolge circa 44 miliardi di dollari.
Secondo la Associação Brasileira de Empresas do Setor Fitoterápico, non ci sono dati ufficiali sulla dimensione di questo mercato
in Brasile. Le stime spaziano dai US$ 350 milioni ai US$ 550 milioni di dollari.
Medicine 1
F
ino ad oggi solo un rimedio fitoterapico basato sulla flora
brasiliana è stato prodotto sul territorio nazionale. Si tratta
dell’antinfiammatorio Acheflan, concorrente del Cataflam. Oltre a
questo ci sono altri 420 rimedi fitoterapici registrati dalla Anvisa
estratti da 60 diverse piante. Solo 10 sono di piante nazionali. Ci
sono voluti sette anni e 15 milioni di reais perché l’Acheflan fosse messo a punto, frutto di una partnership tra iniziativa privata,
che ci ha messo i soldi, e un gruppo della Universidade Federal de
Santa Catarina. L’Acheflan, in commercio dal 2005, è fatto di Cordia verbenacea, popolarmente chiamata in Brasile erva-baleeira,
tipica della macchia atlantica.
a Força Aérea Brasileira (FAB) ha iniziato la prima fase di test
con il Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) per controllare la
frontiera tra Brasile, Argentina ed Uruguay. La Polícia Federal (PF)
del Paraná usa tre aerei di questo tipo per lottare contro reati di
frontiera dal luglio dell’anno scorso. Secondo la FAB l’aereo in test
è l’Hermes 450, fabbricato in Israele, che presenta sei metri di lunghezza e dieci metri di apertura alare. Parlando di autonomia di volo, l’aereo arriva ad una velocità di 110 km orari, ad un’altitudine
di cinquemila metri e ha un’autonomia di volo di circa 15 ore. Funziona con un telecomando e trasporta videocamere che permettono
di vedere aree, veicoli e passanti da una grande altitudine. Inoltre
l’aereo vanta computer e sistemi di incrocio di dati. Militari della
FAB hanno fatto un addestramento con specialisti israeliani nel dicembre 2009, quando l’aereo è arrivato in Brasile. Alla fase di test
del VANT parteciperanno militari della Marina e dell’Esercito; questo stadio dovrebbe durare fino al dicembre di quest’anno.
I
n questo momento il Brasile ha 4.294 rifugiati di 74 nazionalità, da
numeri resi noti il mese scorso a Brasília dal Comitê Nacional para
os Refugiados (Conare), vincolato al Ministério da Justiça. Secondo
il rilevamento tra coloro che si sono rifugiati in Brasile il 39,3% è di
angolani fuggiti dal loro paese, ossia 1.688 persone; il 13,7% vengono dalla Colombia (589); il 9,8% dalla Repubblica Democratica del
Congo (420); il 6,03% dalla Liberia (259) oltre al 4,63 % di persone
dall’Irak (199). Secondo la relazione 43,3 milioni di persone in tutto
il mondo sono state forzate ad emigrare dovuto a guerre e persecuzioni fino alla fine del 2009. Di queste solo 251 mila sono ritornate a
casa nel 2009 – il minor numero dal 1990. Il documento mette in risalto che i Paesi in via di sviluppo ospitano l’80% di tutti i rifugiati.
F-1
L
a Pirelli rifornirà tutte le équipe della Formula 1 nella stagione 2011-2013, offrendo sei tipi di gomme: quattro per pista
asciutta, uno per pioggia e un pneumatico intermediario. L’azienda italiana, che quest’anno rifornirà in esclusiva il campionato GP3,
comincerà a rifornire anche il campionato GP2 del 2011 e diventerà l’unico rifornitore di gomme per il campionato di macchine da
corsa di maggior prestigio dell’automobilismo mondiale. L’impresa,
con sede a Milano, è presente già nel Campionato Mondiale di Rally (WRC), nel Campionato Mondiale di Superbike (WSBK), nel Rolex
Sports Car dell’America del Nord e nel Campionato di Motocross oltre
a vari altri campionati regionali di automobilismo e motociclismo.
Navale
L’
Medicine 2
L’
industria brasiliana comincerà a produrre sette nuove medicine come risultato della partnership tra imprese private
e pubbliche. Cosí il Brasile non dovrà più importare 21 prodotti,
il che permetterà un risparmio di 170 milioni di reais. Le medicine incluse nella lista sono per malattie come l’Alzheimer, l’Aids,
l’osteoporosi, la tubercolosi, l’emofilia e l’asma. Il governo prevede anche un aiuto per la produzione nazionale del DIU. Si prevede
che perlomeno cinque medicine comincino già ad essere prodotte quest’anno qui in Brasile: Tenofovir, Tracrolilmos, Clozapina,
Olanzapina e Quetiapina.
ComunitàItaliana
L
Rifugiati
Medicine
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Alla fronteira
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industria navale brasiliana dovrebbe ricevere investimenti di
62 miliardi di reais durante i prossimi dieci anni in macchine
e attrezzature. La valutazione risulta da una mappatura del settore fatta dal Banco do Brasil. Lo studio indica che la maggior parte
delle risorse per l’industria navale del Paese sarà probabilmente investita in progetti legati allo sfruttamento del grezzo dello strato
pre-sale. Fino al 2020 sono stati fatti 424 ordini, di cui 146 di appoggio all’offshore, 47 piattaforme, 164 navi offshore, 46 navi cisterna, 28 sonde. Inoltre quattro cantieri navali brasiliani sono tecnicamente pronti per la costruzione di piattaforme. Gli investimenti
nel settore navale trarranno vantaggi agli stati di Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul e qualche stato del Nord-Est. Il Banco do Brasil ha già approvato 2,2 miliardi di reais in progetti per il settore.
SaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSa
Batata-doce
O
utra costumeira frequentadora das festas
típicas da roça é a batata-doce, um carboidrato, ou seja, fornece energia. O alimento
é rico em betacaroteno, auxiliando na prevenção de alguns tipos de câncer. A vitamina A
é indispensável à vista, conserva a saúde da
pele, auxilia o crescimento e evita infecções.
As vitaminas do Complexo B (B1 e B5) evitam
problemas de pele e ajudam na regularização
do sistema nervoso e do aparelho digestivo.
Os minerais, por sua vez, contribuem para a
formação dos ossos, dentes e sangue.
Amendoim
A
té agosto, no Brasil, são realizadas as
festas ditas juninas com suas danças e
comidas típicas. Alguns ingredientes estão
sempre presentes nesses eventos. Um deles
é o amendoim. Presente no tradicional pé de
moleque e na paçoca, é rico em vitamina C,
potássio, magnésio, ferro, cálcio, zinco e fibras. Porém, por ser muito calórico, deve ser
consumido com moderação por quem não deseja engordar – é um alimento rico em lipídeos (gorduras).
Ar limpo
E
studo da Universidade de Harvard (EUA)
informa que a poluição do ar aumenta os
riscos de problemas respiratórios durante o
sono, como apneia, que representa uma conhecida causa de doença cardíaca. Avaliando mais de seis mil pessoas com mais de 39
anos de idade, os pesquisadores descobriram
que uma redução na poluição do ar poderia
melhorar a gravidade de problemas respiratórios durante o sono. Publicados na edição de
junho do American Journal of Respiratory and
Critical Care Medicine, os resultados indicaram
que elevações em curto prazo na temperatura estariam associadas a um pior índice de
distúrbio respiratório. E uma pior qualidade
do ar reforçaria esses efeitos, aumentando a
severidade desses problemas e, consequentemente, os riscos de doença cardíaca.
Milho
P
resente em várias guloseimas de festas juninas, o milho e os alimentos
derivados dele, como a canjica, o bolo
de fubá e a pipoca, têm alto teor de vitaminas, A, C, folato, tiamina, potássio,
ferro e fibras, além de ter atividade anticancerígena e antiviral. O milho também
apresenta função energética, ótimo para
quem quer dançar muito nas festanças.
Ração humana
Banho de sol
S
egundo especialistas da Universidade
de Yale, nos Estados Unidos, tomar sol
nos horários adequados pode ajudar a prevenir a gripe e outras infecções nas vias
aéreas e a reduzir seus sintomas. Em estudo com quase 200 adultos americanos,
os pesquisadores descobriram que, no inverno e no outono, a queda nos níveis de
vitamina D no organismo - cuja principal
fonte é a exposição ao sol - pode ajudar
explicar o aumento dos casos de infecção
respiratória nesses períodos. “Pessoas no
sul e oeste (dos EUA) tomam mais sol do
que no norte, o que é bom para elas, porque você ‘pega’ vitamina D do sol”, destacou o pesquisador James Sabetta.
Julho 2010
N
o Brasil, a nova moda para os que buscam perder peso é a ingestão de Ração
Humana. Suplemento à base de cereais integrais, substitui uma ou duas refeições ao dia,
com a promessa de perda de até 8 quilos em
um mês. O composto, desenvolvido pela terapeuta natural Liça Takagui Dias, com aval
do nutricionista Daniel Boarim, ambos do Paraná, leva aveia em flocos, linhaça marrom,
gérmen de trigo, açúcar mascavo, gergelim
com casca, fibra de trigo, gelatina, cacau, levedo de cerveja, guaraná em pó e leite de soja em pó. Para obter a ração é preciso misturar todos os ingredientes, bater 2 colheres de
sopa do composto no liquidificador com um
copo de leite desnatado e uma fruta. Segundo os médicos, o produto acelera o metabolismo, estimula a digestão, desintoxica o corpo, sacia a fome, nutre, regula o intestino e
inibe a absorção de gorduras pelo organismo.
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ComunitàItaliana
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turismo
Na ponta
da bota
No verão, a pequena e charmosa Capo d’Orlando, se torna uma das
grandes atrações da Sicília, cada vez mais apreciada pelos turistas
S
Nayra Garofle
icília, a maior ilha do Mar
Mediterrâneo, brinda os
visitantes com um mar
limpo, morno e destinos
variados. Entre eles, cidadezinhas
charmosas como Capo d’Orlando,
na província de Messina. Com 13
mil habitantes, este comune era,
originalmente, uma colônia de
pescadores e fazia parte da Comune di Naso, tornando-se independente em 1925.
Com o verão, a praça principal ferve de turistas estrangeiros
e italianos aos domingos, mas a
atração mais importante fica por
conta da praia. Banhada pelo
Mar Tirreno, proporciona aos banhistas um espetáculo de águas
translúcidas. Quando o céu está
limpo, é possível avistar claramente as Ilhas Eole. Até agosto,
34
é possível pegar, diariamente,
um catamarã direto para as ilhas
e encarar mais de perto os vulcões ativos Stromboli e Vulcano.
Desde que se mudou de Florença para a Sicília, a ítalo-brasileira Melissa Giardinieri só tem
elogios para Capo d’Orlando, cidade natal de seu marido. Morando na ilha desde 2009, ela afirma
que há muitas diferenças entre
os dois lugares, mas que a cidadezinha do sul tem um charme
especial que a conquistou desde
o início, principalmente quando
o assunto é sossego.
— O que mais gosto daqui e
que não tem em Florença é a tranquilidade que só uma cidade pequena pode oferecer. Acho que foi
uma boa escolha vir para cá em
muitos aspectos. Sinto falta de
ComunitàItaliana
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Julho 2010
algumas coisas que só uma cidade
grande tem como livrarias onde se
pode passar o dia, tomando uma
tazza di capuccino enquanto se lê
um livro. Porém, são “problemas”
contornáveis. Nada que o incrível Mar Mediterrâneo não cure —
afirma sorrindo.
A Sicília, realmente, não é a
Toscana, em todos os sentidos.
Cada qual tem suas peculiaridades, sua história, seu valor. Capo d’Orlando, apesar
de pequenina, com
seus 14 quilômetros
quadrados,
oferece aos turistas lojas
como Beneton, Max
Mara e Lacoste. E,
segundo Melissa, a
população é sempre
muito solícita.
— As pessoas aqui são bem
simpáticas, acolhedoras e estão
sempre dispostas a ajudar e a dar
informações aos turistas — diz.
O que comer
A Sicília não é a Toscana na mesa também. Por ser uma cidade à
beira-mar, a alimentação em Capo d’Orlando é formada basicamente de peixes e frutos do mar.
As cifras também são outras, bem
mais simpáticas e tolerantes com
o bolso do turista. O peixe espada
e o atum são os mais apreciados,
porém, devido a algumas leis de
preservação, não são encontrados em alguns períodos do ano.
As iguarias locais mais degustadas no verão são o spaghetti ai ricci di mare, que é um suculento espaguete com ova de ouriço do mar, insalata di polipo con
patata e menta (salada de polvo
com batata e hortelã), pesce spada alla griglia (peixe espada grelhado) ou tagliata di tonno (uma
espécie de medalhão de atum
grelhado). E, para os amantes
do Crudo (cru) a dica é tartare di
tonno, carpaccio di pesce spada
ou alici marinate.
— Isso sem falar na enorme
variedade de frutos do mar frescos que chegam diariamente aos
restaurantes, como ostras, vieiras,
mexilhões e camarões — conta
Melissa, já com água na boca.
Todo o conhecimento da ítalo-brasileira na área gastronômica
se deve ao fato dela ser chef de
cozinha. Degustar e preparar bons
pratos vai muito além da profissão
para Melissa: é um prazer levado a
sério. Ela explica que, no verão, os
sicilianos têm por tradição o hábito de comer granita com brioche.
O ritual consiste em pegar com as
mãos pedaços de brioche, molhar
na granita e comer. Mas o que seria essa tal de granita?
— É praticamente um tipo de
creme feito com o suco da fruta,
açúcar e água colocado no congelador e misturado a cada 30 minutos, para não congelar. Os sabores são tantos: amêndoas, pistache, pêssego, frutas do bosque,
morango, café. A mais tradicional
é a de limão siciliano. Eu sempre
faço isso, seja no café da manhã,
no lanche da tarde ou como opção
para uma janta ligeira — explica.
Roteiro
No quesito pontos turísticos,
há diversos destinos em Capo
d’Orlando que devem ser incluídos no roteiro, como o Borgo di
San Gregorio, uma antiga vila de
pescadores, composta de um grupo de casas reestruturadas que
mantém as características originais. É possível encontrar ali, um
espaço onde se vende produtos
típicos como queijos e vinhos.
O Farol também é o símbolo
do lugar. Ainda um ponto de referência dos pescadores, proporciona um belíssimo panorama da
cidade, especialmente durante o
pôr do sol. De acordo com dados
históricos, sua construção data
do início de 1900 quando Capo
d’Orlando era apenas uma cidadezinha com mil habitantes.
O Santuário e as ruínas do
Castello d’Orlando merecem destaque. Presume-se que o castelo
tenha sido construído para a defesa da cidade, visto que se localiza no alto do Monte da Madonna. Para chegar até as ruínas deve-se subir uma longa escadaria,
porém, todo sacrifício é recompensado com a vista lá de cima
que vai de Capo Milazzo a Cefalù.
O Museu e a Fundação Famiglia
Piccolo di Calanovella se encontra
Acima, o Santuário e as ruínas do Castello d’Orlando. Abaixo, a típica granita para enfrentar o verão
e o Borgo di San Gregorio, uma antiga vila de pescadores
na periferia de Capo d’Orlando em
meio às plantações de limão e laranja. É uma elegante vila do início de 1800. Ali, é possível entrar
no mágico mundo da família, recordando a atmosfera siciliana de
Florio (importante família de industriais que viveu no período da
belle époque italiana) e de Giuseppe Tomasi di Lampedusa (escritor
do livro Il Gattopardo). A Casa hoje
é um importante palco de atrações
culturais. Nos jardins da vila encontram-se inúmeras espécies de
plantas e árvores, sendo algumas
centenárias, e um curioso cemitério de cachorros. A casa em si é um
importante museu da Região, onde
estão expostos quadros, móveis de
época, armas antigas e coleções.
Quem quiser sair de Capo
d’Orlando e visitar outros lugares
pode começar por Cefalù, a cerca
de uma hora de trem. Centenária,
a cidade é murada e debruçada
sobre o mar, antiga vila de pescadores, que hoje virou um dos
pontos mais chiques da Sicília e,
junto com a igualmente bela Taormina, disputa a preferência dos
turistas. Aliás, Taormina dista 135
quilômetros de Capo, está a 200
metros acima do nível do mar e
tem uma movimentada vida cultural. Muitos a chamam de “terraço”
por conta de sua vista deslumbrante para o mar e para seu vizinho, o imponente Vulcão Etna.
Lá se pode fazer um passeio
histórico-cultural pela cidade, vi-
Cefalù, a uma hora de Capo, é um dos pontos mais chiques da Sicília
Julho 2010
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sitar a Catedral dedicada a San Nicolò construída no século 13, bem
como admirar o Teatro Grego Romano, onde ainda palco de espetáculos. Anualmente acontece por
lá um importante festival de Cinema. De Capo até Santo Stefano
di Camastra são 58 quilômetros. A
cidade é famosa pela sua cerâmica que tem origem em 1400.
Como chegar
Chegar a Capo d’Orlando é bem
fácil. Se a opção é aterrissar na
Sicília, basta escolher um dos
dois principais aeroportos: Catania, que fica distante de Capo 180
quilômetros ou Palermo, a 134
quilômetros. Ambos com serviços
de aluguel de carros. Porém, para quem gosta de viajar de trem,
dentro do aeroporto de Parlermo
tem uma estação que faz ligação
com a principal estação da cidade
e ali se pode pegar tranquilamente um trem para Capo d’Orlando,
numa viagem agradável beirando
praticamente toda a costa.
Outra opção é chegar à Villa
San Giovane, na Calábria, pegar
um traghetto (barco) que faz a
travessia para Messina, onde se
pode pegar o trem ou um ônibus
para Capo d’Orlando.
ComunitàItaliana
35
arquitetura
Diálogo de
concreto
Pavilhão brasileiro na 12ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza
homenageia Brasília e leva quatro jovens arquitetos ao país de seus antepassados
Silvia Souza
36
Fotos: Divulgação
D
e um lado esboços e fotografias de construções
famosas na capital brasileira. Do outro, a recente
produção arquitetônica no país.
Quem visitar o espaço brasileiro
na tradicional La Biennale di Venezia, que será aberta dia 29 de
agosto, vai se deparar com uma
homenagem a Oscar Niemeyer e
ao plano piloto de Lucio Costa.
Poderá também conferir - através
do trabalho de quatro arquitetos
ítalo-brasileiros nascidos pósconstrução de Brasília - vínculos
expressivos com a proposta urbana da dupla.
Com curadoria de Ricardo
Ohtake, a exposição (que poderá
ser vista até novembro) ocupará
duas salas, com uma área total
de 120 metros quadrados, instaladas nos jardins do palácio de
exposições. Com o tema “Brasília
– 50 anos depois”, a ideia da seleção coordenada pela Fundação
Bienal de São Paulo é levar a italianos e especialistas de outras
nacionalidades, uma abordagem
da capital brasileira hoje apresentando o que se preservou e
aquilo que não foi feito. Partindo do Eixo Monumental de Brasília, segundo Ohtake, o próprio
Niemeyer será descoberto em outras obras feitas após esse grande projeto.
Midiateca, projeto de Ângelo Bucci para PUC-Rio
— Enquanto o desenvolvimento nacional se evidencia pelo forte surto industrial e pelo
avanço de obras de infraestrutura
energética, de transporte e urbana, nas artes despontam a bossa
nova, o cinema novo, o teatro de
dramaturgia brasileira — explica
o curador, filho da artista plástica
japonesa naturalizada brasileira
Tomie Ohtake e diretor do Instituto que leva o nome de sua mãe.
Para Ohtake, entre 1930 e
1950 são apresentadas as propostas fundamentais do racionalismo,
caracterizada pelo edifício do Ministério de Educação e Saúde, no
Rio de Janeiro, de Le Corbusier,
com apresentação da equipe brasi-
ComunitàItaliana
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Julho 2010
leira de Lucio Costa, incluindo Oscar Niemeyer. É desta época a admirável Pampulha, conjunto com
capela, casa de baile, iate clube e
cassino, em Belo Horizonte (Minas
Gerais), de Niemeyer (1942) e a
capital federal (1956-60), na opinião do curador, é o ápice de um
processo que germinava no país.
Porém, mais do que reviver
esse passado, a mostra em Veneza
traz projetos que dialogam com
Brasília ou, na visão de Ohtake,
têm origem no modernismo brasileiro, mas ultrapassam essa esco-
la e suas propostas. A missão de
retratar essa etapa foi confiada a
Mario Biselli, Ângelo Bucci, Marcos Boldarini e Daniel Corsi.
— Logo após a inauguração
de Brasília, a arquitetura brasileira torna-se brutalista, por conta
de uma tendência mundial e da
ditadura. Porém com algo característico, notado pela leveza e engenhosidade da estrutura. As gerações nascidas após a construção
da cidade preservam alguns princípios arquitetônicos da nova capital. São os profissionais que iniciam suas carreiras já na fase da
redemocratização do país e pertencem a diversos matizes políticas, já que, com a globalização,
dissolvem-se os territórios das
antigas posições direita versus esquerda, talvez para inaugurar um
novo antagonismo, establishment
versus povo — analisa Ohtake.
De acordo com o arquiteto,
a passagem do governo militar
deixou reflexos. Enquanto há 50
anos, os projetos brasileiros eram
fortes no coletivo, havendo maior
representatividade, atualmente,
“há uma certa reserva no olhar
dos artistas”. Para atender as expectativas do público, o espaço
brasileiro ainda exibirá pequenos
filmes e maquetes. A intenção é
aproximar o visitante das realidades exploradas no local.
Já a Itália, na opinião de
Ohtake, mantém o status no setor, apesar de não “aparecer”
com grandes projetos em seu território. Nomes como Massimiliano
Fuksas e Renzo Piano são exemplos dessa arte para exportação.
Os principais concorrentes da bo-
ta seriam Alemanha e Japão – país de Kazuyo Sejima, a curadora
da edição 2010 de La Biennale di
Venezia. Estados Unidos, Espanha, Portugal e Inglaterra completam a lista dos expoentes.
Também curador da mostra
brasileira em 2002 – junto com
Pedro Curi - Ohtake diz que a atmosfera da bienal permite divulgar a arquitetura dos países não
desenvolvidos. Não à toa, a delegação brasileira será composta
por mais de 20 pessoas, incluindo representantes da secretaria
de Habitação de São Paulo.
— Há exposições de renome
também nas artes plásticas. É um
importante espaço para confrontar idéias, trocar informações.
Há quatro anos não vou à bienal,
então estou muito animado.
Ítalo-brasileiros se sobressaem
Se a Itália tem posição de destaque na produção arquitetônica
mundial, uma coincidência marca
a escolha dos representantes brasileiros nesta bienal. Eleitos para
participar por conta do diálogo
que suas obras mantêm com Brasília, os jovens arquitetos que defenderão a arquitetura atual do país são descendentes de italianos.
Mario Biselli, ao lado do sócio Artur Katchborian, mostra
que a retomada do modernismo
se confunde com o racionalismo.
Na análise de Ohtake, ao manterem em seus projetos determinadas formulações, como leveza e
linhas retas, ambos acrescentam
ao legado moderno a contribuição da indústria na construção.
Biselli levará a Veneza, o que
chama de greatests hits: o aeroporto de Florianópolis (SC), o
Teatro de Natal (RN) e o Centro
Municipal de Arte e Educação dos
Pimentas, em Guarulhos (SP).
Já Angelo Bucci “conversa”
com o meio ambiente em projeto atento a questões de preservação. Daniel Corsi – que trabalha com o sócio Dani Hirano
– segundo Ohtake, “estabelece o
diálogo com a grande paisagem,
atuação rara por exigir corajosa e
ousada interferência”.
— Ele é o mais jovem do grupo, venceu vários concursos e tem
uma coisa imaginosa que dialoga
com a construção e a paisagem.
O Parque de Quito, onde era o
aeroporto da cidade, com aquele
espelho d’água e as construções
com 200 metros de comprimento,
é belíssimo — comenta o curador.
Corsi também assina o novo
prédio do Museu Exploratório de
Ciências (MC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O
projeto, que concorreu com 170
outros, de 19 países participantes, está em fase de captação de
recursos. Segundo o diretor do
MC, Marcelo Firer, o diferencial no
plano de Corsi está no uso do es-
Acima, Parque do Lago Quito - Projeto para Concurso Público
Internacional de Arquitetura. Abaixo, Daniel Corsi e Ricardo Ohtake
paço permitindo que o visitante
interaja com o que lhe é apresentado. O autor da proposta explica:
— O fundamental para nós era
expressar o que é ciência. Pensamos em mencionar a natureza, o
universo e o modo como o homem
se expressa com esses elementos.
O Museu fica no ponto mais alto
do campus, então, não podíamos
desperdiçar a visão dele e nele.
Por isso, os canais onde se é possível ver todo o espaço. Depois,
pretendíamos que a arquitetura
fosse capaz de informar e, então,
temos as paredes e estruturas que
podem ser usadas nas exibições.
Apesar de já ter visitado à
Itália, Corsi lamenta saber pouco
sobre a história de seus antepassados – os avós vieram de Trieste
ainda pequenos e perderam contato com os familiares que ficaram na bota:
— Morei na Espanha um tempo e fui à Itália a lazer. A bienal
de Veneza é tradicional e participar num momento em que se re-
Julho 2010
/
tomam os grandes feitos de Niemeyer é algo muito significativo.
Completa o time dos ítalobrasileiros Marcos Boldarini. Ele
apresenta a realidade das grandes
cidades do país 30 anos após o
grande êxodo rural provocado pelos novos princípios adotados no
campo (agricultura). Sem meios
para substituir o precário sistema
habitacional, com favelas transformadas em verdadeiros bairros,
o arquiteto, que atua em São Paulo, observa a cultura local e transforma espaços coletivos e ambientes abertos desses locais quando
o governo decide “dar” melhores
condições a sua população.
— Das praças e habitações à
recuperação de margens em área
de represa, o trabalho do Marcos
tem o cuidado de reaproveitar as
estruturas, não descaracterizar o
local. Com exceção do Rio de Janeiro, por conta dos morros, as
outras cidades tinham uma habitação pobre, mas esse sentido
de favelização vem de 1970. Nos
anos 1960, o pensamento era de
que essa realidade era transitória, que se o Brasil enriquecesse, elas (favelas) seriam eliminadas. Nos anos 1990, a
preocupação com o fenômeno se torna definitiva
e hoje é impossível não
repensar essas estruturas e a incorporação
delas à cidade —
analisa Ohtake.
ComunitàItaliana
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arquitetura
Ideias
em
movimento
Arquiteto italiano vem ao Brasil apresentar
projeto de prédio giratório semelhante a um já
construído no país e provoca polêmica
H
Nayra Garofle
Fotos: Divulgação Dynamic Architecture
á cinco anos, o arquiteto italiano David Fisher alugou um imóvel em Nova Iorque (EUA) e ouviu da proprietária que aquele
era o único apartamento do prédio no qual era possível ver Manhattan dos dois lados. O que seria um privilégio se tornou um
desafio para Fisher, que se questionou: “Por que todos os moradores
não poderiam ter a mesma vista?”. Foi pensando nisso que ele desenvolveu um projeto definido como arquitetura dinâmica: um edifício no
qual cada andar tem a liberdade de girar sobre o eixo e completar uma
volta de 360 graus.
— Desse jeito é possível, por exemplo, ter o sol no jardim de sua
varanda durante todo o dia — diz Fisher.
Desde que colocou a sua ideia no papel, o arquiteto roda o mundo
apresentando seu projeto. Chegaram a especular que Dubai, nos Emirados Árabes, seria o primeiro lugar a construir o edifício, mas durante
uma palestra realizada no Centro de Arquitetura e Urbanismo do Rio de
Janeiro, no mês passado, ele negou.
— Estamos visitando diversos lugares e entre tantas boas opções
como Londres, Nova Iorque, Paris e até mesmo São Paulo, Dubai deixou de ser uma opção neste momento — conta.
Por enquanto, o projeto ainda não tem previsão para sair do papel. Questionado sobre as possibilidades de a capital paulista abrigar
o edifício giratório, já que o arquiteto tem visitado São Paulo algumas
vezes, ele desconversou.
— Não posso dizer que sim. Mas tenho que confessar que seria
muito interessante se um prédio como esse fosse construído aqui no
Rio, com toda essa paisagem — afirma, sorrindo.
Enquanto Fisher se questionava em Manhattan e acabou idealizou
o projeto de arquitetura dinâmica, no Brasil, mais precisamente em
Curitiba, existe, desde 2004, um prédio giratório de 11 andares construído pelo Grupo Moro. Idealizado pelo arquiteto Bruno de Franco, os
apartamentos do Suíte Vollard ficam sobre plataformas independentes
e giram 360 graus nos dois sentidos – horário e anti-horário.
— Para mim a arquitetura é obra concluída. Desenho no papel é
pintura. Não diria que o Fisher copiou o nosso projeto, mas digamos
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ComunitàItaliana
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(EUA), Vancouver (Canadá) e alguns países dos Emirados Árabes.
— O projeto é para um edifício
residencial, mas nada impede que
ele seja um hotel ou tenha salas
comerciais — explica Zechmann.
No projeto de Fisher, os apartamentos seriam como um grande Lego, compostos de módulos
em formato de fatias com acabamento e sistema elétrico-hidráulico prontos, industrializados na
Itália. Questionado sobre as semelhanças de seu projeto com o
prédio construído em Curitiba, o
arquiteto italiano fala apenas sobre as diferenças entre eles.
— O edifício de Curitiba é
um edifício normal em cimento
Fotos: Divulgação Grupo Moro
Fotos: Divulgação Dynamic Architecture
Segundo o responsável pelo
departamento de comunicação do
Grupo Moro, Gregory Zechmann, a
tecnologia foi toda desenvolvida
pela construtora e também já foi
registrada de acordo com as normas de patentes internacionais
para que possa ser reproduzida
em qualquer lugar do mundo.
Ele observa que o prédio é o
primeiro residencial giratório já
construído no mundo – até então,
só havia restaurantes giratórios.
Mesmo assim, o Suíte Vollard ainda é um prédio modelo. Segundo
Zechmann, há negociações com
interessados na construção do
edifício em diversos lugares como
São Paulo, Florianópolis, Flórida
Suíte Vollard, já construído,
gira a partir de um toque
na tela ou com comando de
voz. Abaixo, David Fisher
com seu projeto, cuja
filosofia está no movimento
Roberth Trindade
que ele se inspirou — diz Bruno
de Franco.
Os arranha-céus projetados
por Fisher têm 420 metros de altura ou 80 andares. A área média de cada apartamento é de
cerca de 120 metros quadrados.
E o que torna o projeto ainda
mais curioso é que o eixo principal abriga uma área adicional por
andar destinada a um automóvel.
Isso significa que cada morador
poderá estacionar seu carro praticamente dentro de casa.
— Nossa vida é dinâmica e a
nossa casa tem que acompanhar
esse movimento. É a primeira vez
que a liberdade chega à arquitetura. Para mim, na verdade, o
mais importante não é a vista que
muda ou a mudança do formato
do prédio, mas toda essa filosofia
do movimento — afirma o arquiteto contando que, certa vez, ouviu um elogio referente à beleza
do edifício — Eu tive que dizer
para a pessoa que ela não tinha
entendido nada do projeto. O correto é belo, mas o belo nem sempre é correto. A verdadeira arte é
a da tecnologia — completa.
Em Curitiba, no Suíte Vollard,
uma plataforma metálica de 89
metros quadrados foi estruturada
lateralmente por montantes metálicos verticais fixados na sua base.
A parte superior é acoplada telescopicamente a uma guia curva fixada na laje, possibilitando o giro da vedação lateral em conjunto
com a plataforma. O movimento
de rotação foi assegurado por um
sistema de engrenagens dentadas
e correntes de rolo. Os apartamentos, todos redondos, têm 180 metros quadrados de área privativa e
270 de área total. Estão divididos
internamente em quatro quadrantes com uma porta cada, ligados
ao eixo central fixo onde ficam a
lareira, os banheiros e a cozinha.
— A estrutura é constituída
de um volume central redondo de
concreto armado, que suporta lajes em balanço também de concreto, onde estão apoiados os sistemas giratórios em aço. O consumo médio desse sistema é o equivalente a 4 lâmpadas de 100W por
hora. Como a velocidade do sistema é muito baixa, praticamente
o atrito é quase nulo. Isto reduz
consideravelmente o custo de manutenção, que pode ser considerado equivalente ao de um simples elevador residencial. — conta o arquiteto brasileiro.
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armado onde em alguns andares tem um pavimento que roda,
exatamente como nos restaurantes giratórios. O andar mesmo —
pavimento, teto e fachada – é
completamente parado e o prédio não está em movimento, não
muda a sua forma — diz.
Ao contrário do que diz Fisher,
Bruno de Franco afirma que o Suíte Vollard gira sim, 360 graus nos
dois sentidos, levando 60 minutos
para completar a volta, tudo com
um simples toque na tela de controle ou por comando de voz.
— No prédio, a única coisa
que não roda é uma coluna atrás,
onde ficam o elevador e a escada. Porém, já temos um projeto
finalizado e estamos prestes a
construir onde estes dois itens
ficam no eixo central — informa
o arquiteto brasileiro.
O projeto de Fisher agrega a
questão da sustentabilidade. Segundo o italiano, o edifício giratório é ecológico e independente
em termos energéticos, conseguindo se auto-abastecer através
de turbinas eólicas ajustadas entre
cada andar. E, segundo Fisher, ao
contrário do que possa aparentar,
a construção deste modelo é 20%
mais barata do que um edifício tradicional, que leva 30 meses para
ser erguido, já que ele é ‘levantado’ a partir de peças pré-fabricadas
e construído em até 18 meses.
— O Dynamic Tower é uma torre em que cada andar gira de maneira plena e integralmente. Na
verdade, a fachada, os banheiros,
a cozinha, cada andar gira com
velocidade, direção e tempo diferentes. O prédio também é autossuficiente em termos de energia,
produzindo sua própria energia a
partir do vento e do sol — explica.
Também pensando na sustentabilidade, o novo projeto do
Grupo Moro, segundo Zechmann,
já inclui a instalação de sistemas
de captação de energia solar por
células foto voltaicas, que se potencializarão utilizando o sistema de rotação. Ele diz que ainda
não é possível fazer uma estimativa de quanto custará um apartamento no Suíte Vollard.
Qualquer semelhança entre os
projetos pode não ser mera coincidência, porém, a verdade é que
no mundo da arquitetura atual,
tecnologia e dinamismo são dois
ingredientes indispensáveis e capazes de revolucionar a arte de
desenhar e de construir.
ComunitàItaliana
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Firenze
Giordano Iapalucci
Baviera Fest
D
al 29 luglio all’8 agosto la birra scorrerà a fiumi a Castelnuovo Garfagnana, in
provincia di Lucca, per la Baviera Fest, evento che ricalca il più famoso Oktoberfest di
Monaco di Baviera. Oltre ai tipici piatti bavaresi come lo stinco di maiale, le salsicce
di Norimberga, lo strudel e lo speciale pane
bavarese “Brezel” ci saranno quelle che ormai sono diventate un vero e proprio cult
nazionale italiano: le birre artigianali. La
moda di fabbricarsi la propria birra in casa
si è sviluppata in maniera esponenziale negli ultimi anni facendo dell’Italia un vero e
proprio caso europeo, nonostante le grandi
tradizioni birraie del nord Europa. D’obbligo
a fine serata: rutto libero e balletto sui tavoli di legno stile “ho alzato un po’ il gomito”.
Buon divertimento!
Pistoia Blues Festival
U
n evento da non perdere quello del
Pistoia Blues Festival che si terrà dal
14 al 18 luglio. In special modo è da
segnalare la presenza di quella che è stata
definita la voce black della musica italiana:
Mario Biondi. Dopo ben tre dischi di platino
torna sul palco con il suo nuovo album “IF”
con una netta connotazione internazionale.
Le musiche sono state registrate tra Roma e
Rio de Janeiro e masterizzate a New York con
il supporto della Telefilmonic Orchestra London: un lavoro portato avanti con nomi dello
spessore di Herman Jackson (piano), Michael
Baker (batteria), Ricardo Silveira (chitarra) e
di Sonny Thompson (basso e chitarra) tra
gli altri. Inizio concerto 21.30 presso Piazza
Duomo di Pistoia. Biglietti da 30 a 45 euro acquistabili presso www.pistoiablues.com.
Per una collezione
L
a nuova mostra proposta dalla Galleria d’Arte “Varart” dal titolo “Per
una Collezione” accosta le opere di vari
artisti delle più diverse correnti, tendenze e generazioni che, senza “scontrarsi”
l’uno con l’altro, offrono nel complesso
un nuovo stile di mostra di arte contemporanea. Sarà poi il visitatore a creare
un percorso assolutamente soggettivo
su come abbinare la varie opere: dalla pittura analitica all’arte concettuale,
dall’astrattismo all’arte figurativa. Si parla di artisti dello spessore di Enzo Cacciola, Riccardo Guarnieri, Vettor Pisani e
Michele Zaza tra i tanti. Via Dell’Oriuolo
47, Firenze. Resterà aperta dal 9 luglio
al al 30 settembre con ingresso gratuito.
Lunedì chiuso.
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ComunitàItaliana
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Archeologia e mare
P
er chi volesse coniugare le proprie vacanze in Toscana con il bel mare e un
pizzico di storia e cultura il posto giusto è
la costa dell’Alta Maremma, esattamente nello splendido Golfo di Baratti, su cui si erge
l’antica città etrusca di Populonia. La zona
dovette la sua crescita economica alla lavorazione del ferro in età antica. Le scorie
rilasciate da questa lavorazione assai grezza sono state utilizzate nella durante Prima
Guerra Mondiale per essere fuse e utilizzate
nella costruzione di armi. A tutt’oggi è possibile, passeggiando per l’area archeologica,
trovare molti di questi residui della lavorazione del ferro etrusca. Orario feriale: 10-19.
Tariffe: Intero 6 euro - Ridotto 4 euro.
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Verso Campaldino
D
al 10 settembre al 17 ottobre prossimo il
maestro pittore Silvano Campeggi esporrà presso l’Oratorio di Santa Caterina all’Antella (Firenze) un nutrito numero di opere in una
mostra personale dal nome “Verso Campaldino” in omaggio al luogo delle vicende che portarono l’esercito fiorentino di parte guelfa a
scontrarsi con le truppe aretine, fedeli all’Imperatore nel lontano 9 giugno 1289. “Nano”,
ossia la firma che l’artista fiorentino ha sempre
utilizzato, vanta una carriera internazionale di
grande prestigio nell’ambito artistico, considerato uno dei maggiori cartellonisti per le case cinematografiche americane. Orario: venerdì
e sabato 15.30-18.30; domenica e festivi 1012.30 e 15.30-18.30. Ingresso 5 euro.
moda
Descontração
e cores
O
verão 2010/2011 chegará
trazendo um homem mais
relaxado, amante da natureza e do esporte, que prefere materiais tecnológicos, mas
nem por isso deixa de lado a sua
excentricidade na escolha de acessórios e tonalidades vivas. O recado foi dado pela 78° edição de Pitti Immagine Uomo, um dos mais
importantes eventos de moda do
mundo. A feira, que aconteceu em
Florença no final de junho, será
lembrada como uma edição recorde, não só pelo número de expositores (1047), mas também pela
esperança de que seja o início de
uma recuperação econômica do setor. Os dados são claros: esta edição teve 32 mil visitantes e cerca
de 20 mil compradores, 6% a mais
do que na edição passada. Os mercados compradores mais relevantes foram europeu, asiático e norte-americano, respectivamente.
Além de ditar a moda para a
próxima estação de calor, Pitti
Uomo confirmou a tendência que
permeia há algum tempo no setor:
a moda masculina é casual, com
pitadas de sportswear. Jaquetas,
calças e camisas deixaram a formalidade na beira da estrada em
favor de um look mais relaxado,
Janaína César
Correspondente • Treviso
como pode ser visto nas coleções
das marcas Hartford e Ballantyne.
Será cada vez mais comum ver
pelas ruas homens usando blazer
com bermuda ou calça jeans e um
par de sneakers ou mocassim.
Um estilo confortável, criado para o homem que ama o esporte, mas que não abre mão do
ritmo alucinado das metrópoles.
Entre os materiais usados predominam algodão, sarja, linho e
denim, porém o grande destaque
da próxima estação promete ser a
roupa tecnológica, realizada com
tecido super leve, impermeável,
resistente e funcional. A italiana Brembo escutou as preces dos
pais de adolescentes que andam
em moto e apresentou a primeira
coleção de Life Jacket com airbag incorporado, destinado a revolucionar o setor de roupas para proteção do corpo. Produzidas
pelo Grupo Cionti, estas jaquetas
pesam menos de 1 quilo, têm corte elegante e, em caso de impacto, estufam a 80 milésimos de segundos através de um dispositivo
de segurança brevetado.
Também tiveram destaque
os tênis tecnológicos apresentados pela Reebok, que confirmam
a tendência global que aposta na
exageros, formado por cardigans
de linho e algodão, jaquetas slimfit com lapelas pequenas, camisetas com micro e maxi estampas e xadrez e blazeres lavados
e semi-construídos. Aliás, o blazer – peça-chave do estilo formal
– fica mais confortável, libera os
movimentos e promove uma certa
liberdade. Para os dândis, voltam
os mocassins com detalhes sofisticados, como os propostos pela
Fratelli Rossetti, que lançou uma
coleção com o logo da maison
bordado à mão. Já Arfango propôs mocassins estampados com
tecnologia digital e técnica de
ink-jet, para personalizar o sapato com qualquer tipo de imagem:
a foto da própria família, o sorriso de um amigo ou até a foto
do cachorro querido. A cartela de
cores aqui vai do branco e preto
chegando ao azul-marinho e azulclaro. Na moda, se sabe, os costumes e hábitos sempre voltam,
são revistos e propostos com uma
leitura mais moderna.
Fotos: Renato Gianturco
Florença dita a moda masculina para o próximo
verão com a 78° edição de Pitti Immagine Uomo
corrida como grande protagonista no mundo sneakers a partir da
próxima estação. Tanto que propôs os históricos modelos GL6000,
Paris Runner, Phase III e Freedom
City reeditados, em chave fashion
e lifestyle. Os mocassins clássicos, feitos com couro macio, foram apresentados pela Be Positive
e os modernos, feitos com couro
e verniz colorido, propostos pela
Car Shoe. Já o jeans apareceu com
lavagens e acabamentos feitos à
mão, para dar um aspecto de vintage. As cores continuarão a contagiar o guarda-roupa masculino.
Porém, neste ano, o verde e todas
suas tonalidades ganharão destaque. Os acessórios também são
coloridos – vermelho, azul, verde
e todos os tons neutros – feitos
em couro tratado e com efeito envelhecido e lavado.
Os fãs do estilo formal não
precisam se desesperar. Para eles
ressurgem as roupas sob medida,
inspiradas nos anos 60 e 70. Um
guarda-roupa elegante, mas sem
Na Pitti Immagine Uomo a formalidade fica de fora e dá lugar a um look mais relaxado
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ComunitàItaliana
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moda
Parceria
fashion
Presidente da Couromoda vai a Milão apresentar São Paulo Prêt-a-Porter
e Rio de Janeiro “ganha” o Congresso Mundial do Calçado 2011
C
Silvia Souza
om semanas de moda cada vez mais estáveis e
bolsas de negócios que
movimentam o setor interno e atraem compradores internacionais, o presidente da
Couromoda – feira brasileira do
setor de calçados e artigos em
couro – foi buscar na Itália parcerias para fortalecer um novo
evento que vai ocorrer em São
Paulo, em janeiro de 2011. Depois de uma semana em Milão,
Francisco dos Santos voltou com
a bagagem cheia de elementos
para incrementar a iniciativa.
Além de apresentar a nova bolsa de negócios da capital
paulista, ele trouxe a notícia de
que o Rio de Janeiro sediará, em
novembro de 2011, o Congresso
Mundial do Calçado. Na Itália, o
42
empresário visitou as feiras Expo
Riva Schuh, no Lago de Garda e
Pitti Uomo/Donna, em Florença.
— Os detalhes e temas do
Congresso devem ser divulgados
na Micam, maior feira do setor
calçadista da Europa, que ocorre em setembro. O evento será
feito em colaboração com entidades brasileiras e internacionais
do setor — afirma Santos sobre
o anúncio da realização do Congresso Mundial do Calçado, feito pelo presidente da Associação
Nacional Italiana das Indústrias
do Calçado (Anci), Vito Artioli.
Santos participou da assembleia anual da instituição que discutiu a conjuntura de 2009; produção, queda e retomada da exportação; a importância da ação
anti-dumping contra a China; a
ComunitàItaliana
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Presidente da Couromoda,
Francisco dos Santos
obrigatoriedade de etiquetagem
de origem; o papel dos países
emergentes, em especial do Brasil. Segundo o presidente do Instituto para o Comércio Exterior
Italiano (ICE), Umberto Vattani, o
país merece atenção por apresentar “desenvolvimento destacado
em diversas áreas e um consumo
interno forte e crescente”.
De olho neste mercado, dirigentes da PittiUomo/Donna firmaram com o dirigente da São
Paulo Prêt-à-Porter (bolsa de
negócios que ocorrerá durante
a São Paulo Fashion Week) um
acordo para trazer um grupo de
empresários italianos para expor
na feira, com sede no Expo Center Norte, na mesma semana da
Couromoda.
Para o lado italiano, a união
pode representar uma frente aos
números pós-crise econômica
mundial. Considerando as exportações, depois do bom biênio
2006-2007 (com alta de 6,3%
em produção e 6,2% em nas vendas) e de um 2008 estável, com
0,5% de aumento; 2009 deixou
uma queda de 13,3% em volume
e 15,9% em valor, a pior desde
1980 para o setor calçadista. Mas
as expectativas quanto ao mercado externo em 2010 parecem
ser mais confiantes. Cálculos preliminares apontam para um primeiro bimestre com exportação
quase estável em quantidade
(com redução de 0,1%).
Apesar de a moda ser um setor que os especialistas consideram de fácil recuperação em situações de colapso, na produção
de calçados made in Italy, segundo dados da Anci, houve queda
de 12,1% em volume, chegando
a 198 milhões de pares, enquanto em valor a queda foi de 11,6%
para um total de 6,5 bilhões de
euros. Para um setor que exporta 80% da produção, percebe-se
que a veloz desaceleração dos
mercados internacionais provocou um verdadeiro terremoto.
Enquanto o setor de calçados
de Brasil e Itália define sua agenda para os próximos eventos, no
campo das confecções, a São
Paulo Prêt-à-Porter já conquistou
o apoio da Ente Moda Itália (EMI)
que trará um grupo de expositores para a feira de negócios. Segundo o presidente da instituição
Antônio Gavazzeni, “o Brasil tem
um grande potencial econômico e
faz uma moda muito atual de alto
nível e qualidade”.
— Queremos fazer vendas
diretas e também parcerias com
empresas brasileiras — informa
Gavazzeni que, em recente viagem ao Brasil visitou shoppings
e lojas de luxo, em São Paulo,
além do Mega Polo Moda.
Cabeça
antenada
Exposição celebra a volta ao Brasil da chapeleira ítalo-brasileira Silvia Lucchi
Fernando Velazquez
no, oriundo da região da Emiglia
Romagna, era especialista em fazer sapatos especiais (para pessoas com problemas físicos) em sua
cidade, Cesena, no norte do país.
— Minha ligação com a Itália é
grande e os laços familiares me auxiliaram muito na carreira — conta.
Paulistana de nascimento, Silvia fez história no mercado mundial em um período de crise econômica. A artista emplacou suas
coleções em Milão e Paris e comercializou suas peças em grandes lojas dos Estados Unidos e Japão.
Fashion Week) para ingressar à
equipe do concurso Look of the Year. Isso, segundo ela, a permitiu
fazer chapéus “em escala teatral”.
Há 10 anos, a artista mudou-se para Europa, é só agora volta para o
Brasil. A exposição foi criada como
uma homenagem ao trabalho de
Silvia, tida como uma das grandes
damas da moda brasileira.
Apaixonada por arquitetura,
urbanismo, paisagismo e artes,
Silvia guarda um carinho especial
pela cidade de Florença:
— A cidade é um museu a
céu aberto. Quem a visita deve
conhecer a Galeria degli Uffizi,
fundamental para o turista compreender a dinâmica da cidade.
De lá, o melhor é tomar um café
na Piazza della Signoria sentado
em uma de suas mesinhas, admirando a movimentação da praça.
Na avaliação da artista, uma
vez em Florença, é também im-
Cerca de 200 chapéus podem ser vistos na exposição
em homenagem a Silvia Lucchi (abaixo)
Ela viveu durante cinco anos
em Florença. Depois mudou-se
para Milão, onde estudou moda
na academia Domus, sob a direção de Gianfranco Ferré. Em 1987,
completou o masters degree com
uma tese sobre o busto feminino.
Já gabaritada para atender a
oferta do mercado, Silvia recebeu
um convite do empresário brasileiro Paulo Borges (atual responsável
pelas principais semanas de moda
do país: Fashion Rio e São Paulo
perdível fazer um passeio entre
a Ponte Vecchio e Palazzo Pitti e
visitar a igreja Santa Felicitá para ver com os próprios olhos um
afresco de Pontormo.
Já em Milão, Silvia considera obrigatório subir na cúpula da
igreja Duomo e caminhar pelo teto.
Para quem está em busca das maiores marcas italianas da atualidade,
o destino é a Via della Spiga. Quando cansar das compras, o melhor,
na sua avaliação, é fazer um happy
hour nos bares da cidade.
Serviço: “Na Cabeça” exposição de
Silvia Lucchi - até 27 de agosto.
A CASA - Museu do Objeto
Brasileiro, rua Cunha Gago, 807 –
Pinheiros, SP. Tel: (+5511) 38149711. Horário: segunda a sexta 10h às 19h. Entrada franca
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ComunitàItaliana
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Fotos: Sergio Cabral
N
a Europa, o chapéu nunca
saiu de moda. No Brasil,
ao contrário, o acessório
saiu de cena no fim da
década de 60. Nos últimos anos,
porém, o adorno foi tirado do armário por fashionistas brasileiros, o que provocou sua redescoberta por aqui.
Quem se sente pouco familiarizado com chapéus terá, agora,
uma boa oportunidade para saber um pouco mais sobre eles. A
exposição “Na Cabeça”, em exibição no espaço cultural A Casa
– Museu do Objeto Brasileiro, em
São Paulo, mostra a trajetória de
uma das maiores artistas chapeleiras do Brasil, a designer ítalobrasileira Silvia Lucchi.
Na exposição é possível conferir 200 chapéus de diversos
modelos, cores e tamanhos que
utilizam diversas matérias-primas. Tecidos, fios e materiais de
reciclagem compõem as variadas
formas do acessório.
Segundo Silvia, seu trabalho
ficou conhecido no país na década de 80, quando desenvolveu
projetos para as grifes Fiorucci
e Zoomp. A designer mostra por
meio de suas peças um verdadeiro
amor por chapéus. Várias de suas
peças piloto estão na exposição:
— O chapéu adjetiva a personagem que você incorpora —
interpreta a chapeleira.
Com design de qualidade,
seus produtos podem ser enquadrados dentro do conceito made
in Italy por conta da qualidade.
Silvia é expert no que faz. Ela foi
buscar na Itália as técnicas que
a ajudaram a desenvolver seus
chapéus que hoje chegam aos
quatro cantos do mundo.
O dom do trabalho artesanal da
designer é familiar. Seu avô pater-
Robson Bertolino
Correspondente • São Paulo
exposição
Calcio
Andrea Ciprandi Ratto
Il fallimento
italiano
I
I Mondiali sudafricani hanno evidenziato il nuovo corso del calcio planetario e,
andando oltre certi risultati contingenti, suggellato l’esaltazione tecnico-tattica del Sud
America e il rischio di disfacimento del movimento europeo, che trova proprio nell’Italia
l’esempio più allarmante.
Indipendentemente da chi
alzerà la Coppa, qualcuno obietterà che alle Semifinali (in verità
anche a causa di scontri diretti)
è arrivato il solo Uruguay in rappresentanza dell’area sudamericana. E’ altrettanto vero, però,
che agli Ottavi erano approdate
cinque Nazionali sudamericane
su cinque e considerando anche
il Centro America, col Messico
qualificato e il solo Honduras eliminato, il computo passa a sei su
sette: un risultato non netto ma
forse ancor più positivo.
Le rappresentative europee,
al contrario, nei Gironi hanno
faticato tantissimo e in alcuni
casi non sono proprio riuscite a
passare. E’ il caso niente meno
che delle ultime due finaliste: la
Francia, che si è addirittura ammutinata, e come ben sappiamo
l’Italia, il cui punto più basso è
difficile stabilire se sia consistito
nei soli due miseri punti fatti o
nel gioco espresso da giocatori stagionati che nel complesso
sono ancora più affidabili, quindi
preferibili, rispetto a tante giovani alternative che di esperienza internazionale ma, ahimè, anche nazionale ne hanno fatta pochissima. Tornando alle Selezioni
europee che hanno mal figurato,
vanno ricordate anche Grecia,
Serbia, Danimarca e Svizzera, al
44
posto delle quali sono passate
Corea del Sud, Ghana, Giappone e
Cile, vale a dire squadre che fino
a pochi anni fa raramente si menzionavano e, a maggior ragione,
si consideravano.
In Italia si stanno già facendo ipotesi di ogni tipo sul
da farsi per risollevarsi da una
situazione che va avanti da anni
e che, tipicamente, è stata ignorata fino a quando proprio non lo
si è più potuto fare, con chili di
polvere (leggasi nodi da sciogliere) spazzati sotto l’enorme tappeto di Federazione e Lega. Alla
prima, che troppo spesso si è nascosta dietro gli obblighi imposti
dal libero mercato comunitario,
va comunque imputata la totale incapacità o forse volontà di
tutelare il settore giovanile parallelamente alla cura degli interessi milionari dei Club, coi loro
sponsor e i loro contratti televisivi. Alle Società invece si deve
ricordare quanto sia ingiusto me
soprattutto improbabile avere la
botte piena e la moglie ubriaca,
visto quel che hanno fatto negli
ComunitàItaliana
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Julho 2010
ultimi dieci anni almeno, rinforzandosi con forti stranieri e poi,
attraverso le parole di dirigenti
e tifosi, stizzendosi per l’inconsistenza della Nazionale.
E’ ormai automatico che praticamente qualsiasi Club nostrano,
dalla ricchissima Inter al più modesto Catania, peschi talenti solo
all’estero e quando vuole affidarsi
a calciatori più esperti si orienti
comunque su brasiliani, argentini
e uruguaiani in particolare. Se i
meno facoltosi si muovono esattamente come i più ricchi è perché il sistema lo consente e anzi
invoglia a farlo: i ragazzini sudamericani li si pagano molto poco
al momento del primo trasferimento, per poi riconoscere alle
loro Società di provenienza delle
percentuali sulle successive vendite, in modo che i Club italiani
non rischino ma anzi siano certi
di guadagnarci anche se i giocatori non diventassero dei campioni perché anche il prezzo più
basso per l’Europa supera di gran
lunga la media sudamericana.
Fatto sta che, benché i Quarti
di Finale siano risultati fatali ai
giganti sudamericani, tantissimi
diciottenni di Brasile e Argentina, già titolari in casa propria,
giocando in Campionato e magari anche in Coppa Libertadores o
Sudamericana continuano a risultare incredibilmente più esperti dei pari età italiani che pure
sono animati dalla stessa voglia
di fare. Sono quindi più affidabili
in campo e, spiace dirlo, non costano molto tenendo conto anche
del fatto che le squadre italiane a
cui approdano non devono spendere nemmeno per farli crescere.
Intanto, il campionato italiano si
riempie di calciatori che poco alla
volta ci hanno pur forzatamente
colonizzati e che, ironicamente,
già forti al loro arrivo migliorano
ancor più giocando competizioni
di altissimo livello. Quando arrivano i Mondiali, poi, tornano a
casa e, al di là dell’andamento del
torneo sudafricano, generalmente
fanno delle rispettive Nazionali le
squadre più forti che ci sono!
E noi qui a leccarci le ferite,
costretti ad allestire squadre tutte
straniere per vincere una Champions, comunque assuefattici a
tante piccole colonie sudamericane anche in campionato, con nomi
che molta gente non sa nemmeno
pronunciare, confondendo lo spagnolo degli argentini e dei cileni
col portoghese dei brasiliani, quindi in fondo senza nemmeno troppo
rispetto o tanta cognizione delle
cose. Insomma, basta vincere.
Quando poi sento pronunciare la parola ‘oriundi’ come possibile cura, mi chiedo cosa si sia
capito di quanto successo in Sud
Africa con la Nazionale e ancora prima in Italia ed Europa coi
Club. Ho l’impressione che se
s’intende guardare esclusivamente ai giovani talenti con doppio
passaporto piuttosto che (anche) a quelli di casa nostra l’idea
sia quella di avere rappresentative impostate sul modello delle
squadre, come Inter e Milan. Temo che nemmeno la recente batosta degli Azzurri sia in grado
di scuotere chi di dovere, perché
pescare tra gente forte da naturalizzare è troppo semplice, somiglia troppo a un colpo di scopa
delle nostre risorse sotto il solito
tappeto. Calcisticamente, è invece un colpo di spugna.
Festa
C
irca 40mila persone hanno seguito la tradizionale Carretella
Del Vin, realizzata il mese scorso a Santa Teresa nello Stato
di Espírito Santo. Già alla sua 17ª edizione, l’evento fa parte della Festa dell’Immigrante Italiano della città. La sfilata ha contato
su vari carri antichi, che distribuivano vini regionali, polenta, formaggio e salsicce. Anche il carro con il suono ha incitato l’allegria
generale, con canzoni regionali e presentazioni di gruppi di danza.
Omaggio
I
l 2 giugno il Circolo Italiano ha commemorato la festa del 64º
Anniversario della Repubblica Italiana con una cena di gala,
alla presenza del console generale d’Italia, Mauro Marsili, del deputato dello Stato di São Paulo, Vitor Sapienza, del presidente
del Circolo Italiano, Giuseppe Cappellano e di tante altre autorità. La direzione del Circolo, come fa di solito, ha reso omaggio ad una personalità importante, che
con la sua vita e le sue azioni ha reso
più significativa la presenza dell’Italia
nel mondo. Quest’anno il premio Circolo
Italiano San Paolo-Presenza d’Italia in
Brasile è stato consegnato al presidente onorario e collaboratore, il commendatore Luigi Bauducco. Prima della consegna, il direttore culturale del Circolo,
Luigi Bauducco
Mario de Fiori, si è rivolto ai presenti
per parlare di questo italiano che con il suo lavoro, la sua forza, la tenacia nei momenti di difficoltà, ha saputo allevare una
famiglia e creare una grande industria, motivo di orgoglio per il
Brasile e per l’Italia.
Cinema
C
on la partecipazione delle attrici Gloria Pires e Alice Braga
e lo show della cantante Adriana Calcanhoto, il Brasile si
è fatto specialmente presente, per il secondo anno di seguito,
al Festival di Cinema di Taormina. Alla sua 56ª edizione, l’evento ha proiettato sette film nella Vetrina Brasile – un’iniziativa
della Camera Italo-Brasiliana di Commercio, Industria e Agricoltura in partnership con il Cinema do Brasil e il festival, che
ha per meta la promozione della partecipazione del nuovo cinema brasiliano su territorio italiano. I film proiettati sono stati:
Sonhos Roubados di Sandra Werneck; Do Começo ao Fim di Aluizio Abranches; Rimet: L’Incredibile storia della Coppa del Mondo
di Lorenzo Garzella, Filippo Macelloni e Cesar Meneghetti (una
co-produzione tra Brasile, Italia e Argentina); Os Inquilinos di
Sergio Bianchi; Budapest di Walter Carvalho; Besouro di João
Daniel Tikhomiroff e Viajo porque preciso, volto porque te amo
di Marcelo Gomes e Karim Aïnouz.
teatro
O sucesso das
mulheres feias
Peça brasileira encenada em uma igreja do século 6 encanta público e crítica, em Nápoles
Aline Buaes
E
Especial para Comunità
Os dois festivais agitaram a
cidade de Nápoles no mês passado, com espetáculos de fama
internacional, como Lipsynch, a
montagem de nove horas do diretor canadense Robert Lepage, e a
dança-teatro Mobile Evolution, da
companhia escocesa Claire Cun-
Fotos: Aline Buaes
m meio às colunas barrocas de uma das igrejas
mais antigas da Itália, erguida no século 6 e restaurada no século 17, uma batida
de maracatu ecoa pelas paredes
e movimenta uma fictícia cidade brasileira povoada apenas por
mulheres feias, enquanto um peregrino sertanejo diverte a plateia com suas trapalhadas. Trata-se da Cidade das Donzelas,
título do espetáculo do grupo
carioca Troupp Pas D’Argent que
encantou o público, a crítica e
os organizadores do E45 Napoli
Fringe Festival, manifestação integrante do Napoli Teatro Festival Italia, que se firma como um
dos mais importantes encontros
do teatro europeu.
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ComunitàItaliana
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Julho 2010
ningham, além de apresentações
em espaços inusitados e alternativos da cidade, como o majestoso
edifício Albergo dei Poveri, antiga
estrutura hospitalar do século 18,
ou pequenos teatros montados
dentro de complexos monumentais e igrejas - como é o caso da
Basílica de Santa Maria Maggiore
alla Pietrasanta, onde a companhia brasileira se apresentou.
O jovem e premiado grupo teatral brasileiro chamou a atenção
da comissão artística do E45 Fringe Festival, responsável pela seleção das 38 companhias participantes entre as quase 300 candida-
turas, pela mistura de expressões
corporais inspiradas tanto na Commedia dell’Arte italiana quanto no
Teatro de Mamulengo nordestino.
— Eles realizam uma forma
de teatro que não se encontra em
outros projetos, uma espécie de
Commedia dell’arte brasileira. Eles
apresentam uma gestualidade mímica, o ato de narrar com o corpo
e não necessariamente com a palavra — afirma Hilenia De Falco,
presidente da associação Interno
5, organizadora do festival.
Cidade das Donzelas estreou
no Brasil em meados de 2008.
Recebeu, além da indicação ao
Prêmio Shell - principal reconhecimento do teatro brasileiro,
mais de 30 prêmios nos diversos
festivais dos quais participou em
todo o país. A peça narra com
humor a história de um peregrino
sertanejo que, em 1945, após
viajar o mundo inteiro, resolve
se embrenhar, por curiosidade,
na Cidade das Donzelas, localidade próxima à sua terra natal onde
vivem apenas mulheres bizarras e
misteriosas, marcadas por traumas familiares, que matam qualquer homem ou mulher bonita
que se atreva a aparecer por lá.
Com personagens típicos brasileiros, o espetáculo foi desenvolvido através de um estudo de
quase três anos que se inspirou
nos métodos corporais da Commedia dell’arte italiana, o teatro realizado na Itália entre os séculos
16 e 18 caracterizado pela improvisação e o uso das máscaras, e o
Teatro de Mamulengo, tradicional
teatro de bonecos típico do estado brasileiro de Pernambuco.
— Apesar da língua ser uma
barreira, sublinhamos muito o
que dizemos com o corpo — afirma Marcela Rodrigues, diretora
do grupo e autora do texto em
que se baseia o espetáculo, ao
comentar o sucesso das apresentações na Itália.
Para ela, o Teatro de Mamulengo é como se fosse “a Commedia dell’arte do Nordeste, feita
com fantoches-seres humanos”. A
diretora explica que a obra mantém o foco nos costumes nordestinos, através das vestimentas, da
culinária, das danças, mas principalmente da música - os atores
cantam e tocam instrumentos no
palco, reproduzindo canções baseadas nos clássicos ritmos nordestinos, como maracatu, bumba-meu-boi, embolada, repente,
coco de umbigada e frevo.
— A peça possui referências
nos personagens da Commedia
dell’arte, como Arlecchino e Pierrot, mas, como tudo, realizamos
uma adaptação para um contexto nosso, sertanejo e brasileiro
— conta Marcela, citando como
exemplo a maquiagem, que fun-
ciona como uma espécie de máscara que torna as mulheres feias.
Adaptações
Entre as adaptações realizadas
pelo grupo para o público italiano, além da diminuição do
tempo, de 90 minutos para pouco menos de uma hora, ocorreram também outros cortes, como a redução dos improvisos no
repente, desafio oral tradicional
dos trovadores nordestinos:
— A graça do repente é justamente o texto, a fala, os improvisos, os erros. E aqui, como a
maioria do público é italiano, resolvemos reduzir os xingamentos
para poucas falas, e cortar as partes que não eram tão corporais.
O grupo também diminuiu as
brincadeiras com a plateia, não
apenas devido às dificuldades da
língua, mas pela recepção “fria”
dos italianos, um comportamento tipicamente europeu, bem diferente do brasileiro:
— Como viajamos muito no
Brasil, que é um país muito caloroso, sentimos um pouco de dificuldades aqui, já que, por exemplo, não precisamos fazer nenhuma pausa. Com o público brasileiro, temos sempre que parar o espetáculo devido a interferências
como aplausos e risadas — conta
a diretora.
Mesmo assim, essa frieza do
público foi devidamente quebrada
pelo grupo. Duas crianças sentadas
na primeira fila chamaram a atenção durante a estréia do grupo,
com risadas e comentários, e saíram do espetáculo pedindo à mãe
para voltarem no dia seguinte.
— O espetáculo é lindo porque envolve o público, é grotesco, parece muito com a Commedia dell’arte tradicional italiana
— opina a jornalista Bianca De
Fazio, mãe das meninas. Já o arquiteto Enzo Tenore, que assistiu
o espetáculo apenas por curiosidade, saiu impressionado com a
musicalidade e também com a
língua. Ele conta que imaginava
que a peça teria legendas:
— Consegui entender alguma coisa, o português se assemelha muito ao dialeto da minha
região, Avellino, no interior da
Campânia — afirma.
Simplicidade
O grupo Troupp Pas D’Argent agradou não apenas a crítica especializada, mas também a comunida-
Membros do Troupp caminham
nas ruas, antes dos espetáculos,
para convidar o público.
Abaixo, Antonello Tudisco, da
associação Interno 5
de artística local. O consagrado
arquiteto e escultor napolitano
Riccardo Dalisi, após assistir o espetáculo do grupo brasileiro, decidiu conceder aos jovens atores
o prêmio “Compasso di Latta”,
concedido anualmente pelo artista a manifestações de destaque
no cenário cultural de Nápoles.
O arquiteto destacou principalmente o aspecto artesanal e
autônomo do trabalho artístico,
já que os membros da Troupp são
os responsáveis por tudo, desde o
cenário, a maquiagem, o figurino,
até a composição e interpretação
das músicas. A simplicidade e a
pureza do teatro apresentado pelo grupo impressionou também a
organização do festival.
— Com simplicidade de
meios, construções cênicas sim-
Julho 2010
/
ples e essenciais, feitas por eles
mesmos, conseguiram criar um
espetáculo muito complexo. Eles
nos fizeram redescobrir como é
bonito fazer teatro com pouco
— observa Antonello Tudisco,
membro da associação Interno 5.
Segundo ele, esse aspecto “artesanal” do teatro é muito raro entre os grupos europeus.
Outra característica do grupo
que chamou a atenção dos organizadores foi a capacidade de autopromoção. Todos os dias, algumas horas antes do espetáculo, os
membros da Troupp, já vestidos e
maquiados para o espetáculo, saíam em uma espécie de cortejo musical pelas ruas do centro histórico
de Nápoles para chamar o público para assistir a peça, espalhando
alegria com a batida do maracatu.
— É interessante como do
ponto de vista organizativo eles
conseguem ser tão inovadores,
demonstrando serem bons empresários de si próprios, e do ponto
de vista teatral a inovação é ligada, ao contrário, a esse papel
artesanal, de redescobrir uma tradição — avalia Hilenia que, satisfeita com o sucesso do grupo no festival, espera que o E45
Fringe possa servir como um ponto de partida para o crescimento
da companhia carioca cujos membros possuem uma média de idade
de 25 anos.
ComunitàItaliana
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Milão
Guilherme Aquino
Sem terreno
A
Biblioteca Europeia deveria surgir bem
ao lado de Largo Marinaio, pertinho do
centro de Milão. A obra colocaria a cidade na
rota do conhecimento de todo o Velho Continente. Mas, agora, a prefeitura da cidade
quer o terreno cedido de volta. Em plena era
da especulação imobiliária, os 30 mil metros
quadrados de terra destinados à Biblioteca
correm o risco de virar sabe-se lá o quê. Em
2001, a prefeitura lançou o concurso internacional, vencido pelo arquiteto Peter Wilson.
Seis anos depois, a área foi colocada à disposição para ser ocupada em, no máximo três
anos. A contagem regressiva chega perto do
fim e nem sinal dos 260 milhões de euros prometidos pelo governo.
Cais de sujeira
O
antigo porto de Milão afunda no
meio das polêmicas que levam o
nada ao lugar algum. A Darsena, na
zona nobre dos Navigli, canais construídos
pelo gênio Leonardo da Vinci, está entregue
aos mosquitos para desespero dos moradores e comerciantes do bairro. Eles protestam
contra o abandono da área que deveria ser
um dos principais cartões postais da cidade.
Ali, até meados da década de 40 do século
passado, eram descarregados os barcos com
as mercadorias que abasteciam a cidade e,
bem antes ainda, as balças que transportavam os mármores para a construção da igreja
do Duomo. As esperanças recaem na anunciada abertura das vias da água, por conta da
Expo 2015. Mas falta ainda o dinheiro, cerca
de 3 milhões de euros, pingar da torneira.
Vida cara
O
Coisa de mulher
Itinerante
C
om a tecnologia dando passos de gigantes e lançando novidades a cada momento fica difícil manter-se atualizado com
os equipamentos de última geração. Uma dica é seguir as pegadas das integrantes do site www.girlgeekdinnersmilano.com. O nome é
um pouco complicado, mas, em inglês, onde
surgiu o jargão, significa “garota tecnológica
jantares”, ou seja, mulheres apaixonadas por
tecnologia que promovem encontros para trocar informações e tocar com as mãos o futuro antes dele chegar ao mercado. O fenômeno
nasceu nos Estados Unidos, claro, mas chega
na Itália onde já conta com 1.800 curiosas de
carteirinha, apenas em Milão. Como potenciais
formadoras de opinião, elas estão na alça de
mira de grandes companhias como a Sony que
organizam visitas nas instalações e promovem
contato direto com o produto do amanhã.
O
Consulado-Geral de Milão, conduzido pelo embaixador Luiz Henrique Pereira da Fonseca, viaja rumo aos
brasileiros espalhados pelo norte da
Itália e vai onde o povo está. Equipes
do Consulado Itinerante já estiveram
em Verona, Brescia, Bolonha, Peschiera del Garda, Mântua, Gênova, Rimini,
Pádua, Treviso, Trento e Verona. O time do Consulado passa, em média, dois
dias em cada cidade, hospedando a “filial móvel” em instituições públicas e
associações locais. A programação para
o segundo semestre sai em setembro,
logo após o período de férias de agosto. Maiores informações, no site www.
brasilemilanoblogspot.com
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ComunitàItaliana
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Julho 2010
ano europeu escolar termina no mês
de julho. Os corretores de imóveis e
proprietários de apartamentos esfregam as
mãos, de olho nos estudantes que chegam a
Milão, em busca de um cantinho para morar. Os altos preços dos aluguéis empurram
muitos candidatos para a periferia da cidade
que, com os transportes públicos, fica distante cerca de 40 minutos, do centro. Para um
brasileiro do Rio de Janeiro ou São Paulo, este tempo gasto é nada. Já para um italiano,
é muito. Para dividir e alugar um quarto com
alguém no bairro universitário de Città Studi,
a brincadeira começa com 300 euros. Já para
alugar um espaço de apenas 25 metros quadrados, distante poucas pedaladas do Politécnico, campus Leonardo da Vinci, custa 500
euros. A temporada de caça às vítimas e fuga
dos algozes está no começo.
fumetti
E’
lui il responsabile della
ciliegina sulla torta nei
testi della nostra articolista Claudia Monteiro
de Castro. Là, nell’ultima pagina
della rivista, quel senso di humour che la giornalista usa nel
suo linguaggio quando scrive
su Roma o su qualche abitudine tipica italiana viene finalizzato dai disegni del paulista
Márcio Baraldi. Italo-brasiliano
da parte sia di madre che di padre, questo disegnatore 37enne
ha scoperto da bambino che disegnare sarebbe stato molto più
di un semplice piacere, sarebbe
stato il suo mestiere.
— Quando avevo quattro,
cinque anni, nemmeno sapevo
leggere ancora e sono stato sedotto dai fumetti. Ho imparato a
leggere con Ziraldo, Maurício de
Souza e dopo con Monteiro Lobato che non ha scritto fumetti ma
ha creato personaggi carismatici
e seduttori — racconta Baraldi,
che ha studiato presso la facoltà
di Arti Plastiche.
Coinvolto con la stampa sindacale da quando aveva 14 anni, Baraldi lavora per i Sindicatos
dos Químicos do ABC e per i Bancários, per il Sindicato dos Médicos e per quello dei Metroviários.
Per questi lavori, secondo Baraldi, il tono è “molto politico” con
temi visti da uno un punto di
vista “di sinistra”, un dettaglio
che al disegnatore piace.
— Mi identifico bene con
questo. Penso che il sangue italiano aiuti. Sono cresciuto in
questo ambiente. I miei nonni si
sono installati nell’ABC paulista.
Questa regione, in un certo pe-
Tratti di
humour
Márcio Baraldi festeggia tre anni
di collaborazione con Comunità
Nayra Garofle
riodo, era dove si era installato
il sindacalismo più rabbioso in
Brasile. Sono militante di nascita — dice.
Militanza a parte,
un’altra passione di Baraldi è il
rock. Cosí come il
disegno, si tratta di una passione
cominciata quando
era piccolo: a 10 anni ha sentito We will
rock you dei Queen alla radio e ne è rimasto
affascinato.
Roko-Loko, uno
dei personaggi più
famosi di Baraldi
— A mia madre piacevano le
canzoni di musica leggera, a casa non c’era nessun amante del
rock. Un giorno ho sentito questa canzone e quella musica mi
ha fatto impazzire. Sono corso
a comprare l’LP. Il disegno della copertina era una meravigliosa
illustrazione di un robot. Allora
ho cominciato a copiare quel robot e ho mischiato le due cose: il
rock e il disegno — spiega.
Nel 1996, già “assuefatto”
al rock e alle illustrazioni, Baraldi ha continuato questa attività come collaboratore della
Rock Brigade, la più vecchia e
tradizionale rivista di rock. Come c’è riuscito? Bussando alla
Julho 2010
/
porta dell’editore della rivista a
São Paulo.
— Io avevo una storia, ma
il personaggio non avera ancora
un nome. All’editore è piaciuto
moltissimo, l’ha trovato interessante e ha detto “Facciamo tutti i mesi questo personaggio, tu
hai altre storie con lui, non è vero?” e io ho risposto di sí ma, in
realtà, stavo bleffando, non ne
avevo nessuna. È diventato un
successo. Sono passati già 14
anni e le storie hanno dato origine a quattro libri e ad un gioco per computer — racconta con
orgoglio, mentre dice che lui è
l’unico disegnatore in Brasile a
produrre un gioco al 100% nazionale e d’autore, con personaggi per adolescenti.
Quando deve disegnare per
l’articolo di Cláudia Monteiro
de Castro, malgrado rappresenti
uno stile ben diverso da quello a cui il disegnatore è abituato a lavorare, lui dice che è un
momento piacevole, quase come
“un istante di piacere” – lui disegna per 50 riviste. Claudia ne è
diventata fan e l’ha invitato per
“condividere” la pagina della rivista con lei.
— Il suo testo è molto piacevole e, di solito, in 15 minuti
viene l’idea. Io sono un tipo che
disegna ancora a matita, faccio la
bozza su carta, faccio l’arte finale
con la penna a china, scannerizzo
e lo coloro al photoshop — spiega
il disegnatore, che lavora quasi 12
ore al giorno. — Io sono italiano
ma lavoro come un giapponese.
Baraldi ha la cittadinanza
italiana, ma non ha mai usato il
suo passaporto bordeaux solo per
un motivo: non viaggia in aereo.
Sí, ha paura. Perciò ammette di
aver già perso parecchie opportunità di lavoro:
— Non vado in aereo nemmeno a Rio de Janeiro. Non mi
piace — confessa ridendo.
Quando gli si chiede se riuscirebbe a vivere facendo un altro mestiere, il disegnatore dice
che “se fossi arrivato ai 30 anni”
senza aver avuto successo con il
disegno “sicuramente” avrebbe
tentato un’altra area.
— Credo che sarei stato un
eccellente commissario di polizia
o avvocato. Sí, credo che sarei
potuto essere anche un ottimo
avvocato — dice Baraldi dai suoi
più di 20 anni di carriera e vari
premi conquistati.
ComunitàItaliana
49
comunità
Fotos: Arquivo pessoal
Rifugio di
memorie
Centenario della colonia agricola in Minas Gerais riunisce due ricercatori appassionati
dell’Italia e riscatta la storia delle prime famiglie che hanno abitato nella regione
U
Silvia Souza
nite la curiosità di conoscere meglio il vostro
passato all’orgoglio di
scoprire e capire come i
rapporti locali hanno formato una
società. Se da una parte sembra
un’impresa faticosa, dall’altra il
risultato può essere condiviso da
decine di persone. E, come in una
riunione di festa, dopo 15 anni di
ricerche, si può verificare l’unione di questi ingredienti nei festeggiamenti del centenario della Colônia Agrícola da Constança,
fondata a Leopoldina, comune facente parte della Zona da Mata di
Minas Gerais a 322 chilometri da
Belo Horizonte.
I festeggiamenti si sono svolti in aprile, ma a giudicare dai risultati ottenuti finora non è esagerato affermare che c’è materiale per farne molti altri. Tanto che
oltre ad aprile – mese che ha ricordato anche i 130 anni dell’immigrazione italiana in questo comune –, in agosto la popolazione e i visitatori approfitteranno
della festa in onore del patrono
della colonia, Santo Antonio di
Padova, per continuare nel clima.
Le feste nella Colônia Agrícola hanno assunto un sapore speciale e sono state rese possibili a
50
cominciare dagli chef Nilza Cantoni e José Machado Rodrigues.
Nati a Leopoldina, hanno lasciato
la città qualche decina di anni fa
per costruire le loro vite (lei a Petrópolis e lui a Rio de Janeiro), si
sono dedicati alle rispettive carriere di professoressa e di avvocato, ma hanno conservato la voglia
di saperne di più delle loro origini.
— La storia dell’immigrazione a Leopoldina non è diversa da
quella di altri luoghi che hanno
accolto mano d’opera straniera
per lavorare nell’agricoltura a partire dal 1880. Tuttavia attraverso
i registri parrocchiali, come quelli di battesimi e di anagrafe, ab-
ComunitàItaliana
biamo appurato che nel periodo
di tempo che abbiamo scelto per
investigare, cioè fra il 1880 e il
1930, il 10% della nostra popolazione era composta da immigranti. Oggigiorno tra il 50 e il 70%
dei circa 60 mila abitanti di Leopoldina è oriundo – spiega Nilza,
anche lei discendente di italiani.
Nel 1994 la professoressa psicopedagogista ha cominciato a
fare ricerche sulla storia locale nei
libri parrocchiali. Al suo lavoro si
sono aggiunte le testimonianze
che le davano i cittadini. Oltre a
curiosità – come la scoperta che
il primo padre italiano era arrivato in città nel 1896 – Nilza e José
Immagine della costruzione della Capela da Onça nel 1914
/
Julho 2010
I ricercatori Nilza e José Luiz
Luiz hanno scoperto per esempio
che, nel periodo preso in esame,
4 mila persone che abitavano nel
comune erano nate fuori dal Brasile. E anche che la presenza italiana arriva da 14 regioni italiane
diverse e con 434 cognomi. Anche se non ha potuto registrarne
nessuno José Luiz spiega il fascino per questa storia:
— I miei antenati erano spagnoli e portoghesi, ma ho vissuto fino ai nove anni in un luogo vicino alla Fazenda Boa Sorte,
dov’era la colonia. Questo ha fatto sì che il contatto con gli italiani fosse proficuo. Anche perchè mio padre era figlioccio di un
ex colono. Non è possibile non
appassionarsi della storia di quel
posto e di quel popolo.
Il materiale raccolto dai ricercatori ha raggiunto la notorietà fra il 1999 e il 2001, quando hanno cominciato a pubblicare un articolo settimanale sul
giornale cittadino Leopoldinense.
La materia dell’articolo narrava le
scoperte fatte sulle famiglie e sui
legami esistenti fra un gran numero di cittadini.
— Abbiamo trattato di persona la storia orale e sociale insieme agli abitanti, e quando abbiamo cominciato a scrivere sul giornale sono cominciate ad arrivare
lettere e telefonate — ricorda.
In questa fase faceva parte
della routine di Nilza visitare l’Arquivo Nacional di Rio de Janeiro
e l’Arquivo Público Mineiro. I risultati della ricerca, con l’arrivo
dall’Italia di fotografie e documenti di famiglie che collaboravano, prendevano corpo. Nel 2006
la partecipazione al Seminário de
Imigração Italiana a Minas Gerais,
organizzato dalla associazione
Ponte entre Culturas a Barbacena,
ha inaugurato una nuova fase nel
lavoro della coppia di ricercatori.
— Per noi la cosa importante è far circolare le informazioni.
Ho imparato molto dal contatto
con le persone. Per quanto noi
possediamo la tecnica, la metodologia, la pratica è un’altra cosa. Perciò abbiamo pensato che
con tutti questi elementi si poteva festeggiare il centenario. E
abbiamo avuto ragione — dice
Nilza solennemente.
Lo sviluppo di questa fase
ha prodotto degli inviti a tenere conferenze e richieste per fare ricerche bibliografiche e registrazioni. L’avvicinamento con lo
Alla festa ci sono stati concerti e
danze di gruppi folcloristici (sopra)
e una messa (sotto)
storico Julio Cezar Vanni, anche
lui ricercatore della presenza italiana in Brasile e direttore di Comunità, è una delle conquiste
della coppia. Vanni ha studiato a
Leopoldina fra il 1941 e il 1945,
e ricorda il bel tempo passato
nella città. A quel tempo l’antico Ginásio durava 5 anni e le
famiglie di Minas che potevano
offrire ai propri figli delle buone
possibilità di studio li mandavano a Leopoldina, a Juiz de Fora o
a Petrópolis. Quindi Vanni è stato lí, in un collegio interno, per
prepararsi all’università.
— Ricordo le lezioni giornaliere che ci preparavano, più che
ad apprendere le materie, ad apprendere a come diventare buoni
cittadini. Il sabato e la domenica
ci godevamo la città e i balli. E’
stato in questo periodo che il mio
interesse per la vita comunitaria
ha dato vita a quaderni con note
sui nomi di origine italiana. Davo
un’occhiata sul registro di classe
e prendevo nota. Ricordo anche
le feste juninas nella Capela da
Onça, a 4 km dal centro. Ci andavo con i miei compagni di scuola
per fare la corte alle ragazze —
commenta Vanni ridendo.
Con storie di questo tipo e
di persone che si sono stabilite
a Leopoldina, Nilza e José Luiz
hanno lanciato un blog (www.coloniaconstansa.blogspot.com) in
cui condividono le informazioni
sulla regione con tutte le persone interessate.
— Siamo molto soddisfatti
della partecipazione della popolazone e se questa iniziativa è
servita per ravvivare il sentimento di appartenenza a quella storia, ne è già valsa la pena. Dopo
la Festa di aprile abbiamo ricevuto richieste e contatti da persone di Goiás, Rondônia e Espírito
Santo. La mole di lavoro è tanta,
ma è molto interessante percepire il valore di questo riscatto,
che dopo aver unito la nostra città adesso raggiunge altre persone — conclude Nilza.
Fede e tradizioni
Con circa 70 lotti, ognuno dei
quali di circa 25 ettari, la Colônia da Constança era destinata alla produzione agricola. Nel
1921, anno dell’emancipazione,
alcuni coloni possedevano carri
con buoi, carretti e aratro. Risulta dalle interviste fatte a discendenti dei coloni che era comune
che i figli dividessero i compiti,
ed era destinato agli uomini il
lavoro faticoso dell’agricoltura e
la costruzione di case, mobili e
utensili domestici.
La ricerca di Nilza e José Luiz
si basa sui certificati della parrocchia, per la maggior parte certificati di matrimonio. La cappel-
Julho 2010
/
la della colonia ha come patrono
il santo conosciuto come protettore dei matrimoni, Santo Antonio di Padova. Oltre ad essere il
centro della vita religiosa degli
abitanti locali, la cappella era
anche la sede del divertimento
dei cittadini. Sia per festeggiare
il giorno del Santo sia per le feste normali, fin dalla sua costruzione il punto d’incontro per gli
abitanti è intorno alla cappella
conosciuta anche come Igrejinha
da Onça, dovuto al nome dell’antica proprietà agricola che c’era
là. E’ passato del tempo, ma se la
modernità ha portato maggiore
sviluppo nella regione, con cambiamenti geografici e strutturali,
la Igrejinha conserva ancora le
caratteristiche dell’epoca.
Come accade tutti gli anni, la
devozione al santo che ha benedetto tante unioni familiari locali non è stata dimenticata. Nonostante la Chiesa Cattolica festeggi i santi il giorno della loro
morte (il giorno di Santo Antonio
è il 13 giugno), il consiglio della
Capela ha scelto alcuni anni fa
di festeggiarlo il giorno della sua
nascita, il 15 agosto.
— Il Conselho da Capela, costituito da abitanti della comunità, ha deciso di spostare la data commemorativa al giorno della nascita del suo Patrono dovuto
alla profusione di feste juninas e
alla tendenza di presentare una
forma di paganesimo esacerbato che toglieva alla festa il suo
significato. Quest’anno il consiglio ha deciso di rendere omaggio all’immigrazione italiana. La
festa avverrà il 14 agosto con
molti riferimenti alla cultura dei
primi abitanti della colonia — ci
fa sapere Nilza.
ComunitàItaliana
51
il lettore racconta
O pintor e escultor
Sidney Roberto Matias
ia
destaca a influenc
abalho
italiana em seu tr
a chegada
enquanto recorda
Brasil
de sua família ao
voltar
e anseia realizar
savós.
ao país de seus bi
pórter
m depoimento à re
E
Silvia Souza
A
maneira como as famílias
começam é algo fascinante.
Tudo começa da união Divina entre um homem e uma
mulher e desta união são gerados
seres humanos em extensão. Heranças genéticas, memória preservada
e histórias de vidas. Assim aconteceu
com a “Família Roberto.”
Entre regiões extremas, o
destino de mais uma família começava no porto de Gênova. O jovem Filippo Roberto, proveniente
do sul da Itália (Calábria) e a jovem menina Anna Tofani, proveniente do norte do país (Milão),
ambos embarcaram no mesmo navio
rumo à cidade de Santos (Brasil).
Além das pouquíssimas bagagens,
levavam o sentimento de esperança de uma vida melhor, como assim
mencionavam na Itália os cartazes de incentivo à imigração “Venite a construire i vostri sogni
com la famiglia”. O Brasil prometia terra fértil, liberdade e autonomia familiar.
52
ComunitàItaliana
/
A travessia do Atlântico em
velhos navios era dramática. Frio,
epidemias, desconforto, saudades e
incertezas. Muitos chegavam, outros
jaziam no próprio mar, enrolados
em lençóis. E foi no meio do oceano
que o jovem casal cruzou os olhares ao
meio de um raro momento de descontração musical no navio. Filippo
estava sem a família e tinha como
companheira a “fisarmonica” (sanfona) que entoava melodias de saudades. Foi pela sensibilidade artística, de olhos azuis, tocada por mãos e
braços fortes do jovem lavrador que
Anna o escolheu como marido.
Casados no Brasil, tiveram cinco filhos: Maria, Francisca, Florinda, Olinda e Miguel Roberto.
Este se casara com Santina Andretta e tiveram também quatro
filhos: Dércia (minha mãe), Cecília,
Creusa, Vera e Antonio. Meus bisavós começaram a vida em Jaboticabal e Taquaritinga (SP). Depois meu
avô arrumou emprego na estação da
Ferrovia Paulista S.A em Campinas e
aqui permanecemos até hoje.
Tenho muito orgulho de ser
ítalo-brasileiro legalmente reconhecido. O resgate da memória dos
antepassados e a história de vida de
todos eles nos ajudam a valorizar
ainda mais a nossa existência. Décadas de lutas, exemplos a seguir
nos momentos de dificuldades,
lembranças agradáveis e gratidão
por existir. Heranças genéticas,
físicas, comportamentais e culturais são evidentes em toda a minha
família. A forte presença paterna e materna é evidente em nosso
meio. A união e a partilha talvez
sejam a maior herança deixada pelos nossos ancestrais.
Hábitos muito simples que se
repetem como amassar e assar pães
juntos, dividindo-os a todos alegremente após estarem prontos. Como
artista (pintor, escultor e ilustrador), estou certo das influências e
habilidades artísticas provenientes da minha ascendência italiana.
Meu bisavô era músico, minha bisavó tinha muitas habilidades manuais
(bordados, crochê...) e minha mãe se
tornou uma costureira/modista de
respeito, tendo pintado várias telas
durante minha gestação.
A Itália exerce grande influência no Brasil (culinária, moda,
tecnologia, arquitetura e artes). Como
o exemplo do “Café com Leite” – tenho
uma obra com esse título que mostra
o casamento de um mulato com uma
loira. Meu pai costuma dizer que é o
casamento com minha mãe.
Mas mesmo com 25 anos de
trajetória artística, premiada e
respeitada em várias mostras em
museus, galerias e universidades
norte americanas, ainda não estive na Itália e nem realizei
mostras individuais no país. Este é
o meu desejo, apresentar meu l“ avoro artístico”. Quando eu visitar a
Itália, pretendo encontrar amigos e parentes. Quero conhecer a
Capela Sistina.
Curiosamente foi pelas mãos de
um italiano que ganhei meu primeiro prêmio. O concurso era o Pinte
São Paulo, no Museu de arte de São
Paulo (MASP) e a obra foi selecionada
por Pietro Maria Bardi. Nesta pintura, denominada “Brasileiros por
Adoção”, prestei uma singela homenagem à colônia italiana no Brasil
tendo ninguém menos que o meu
próprio Nono como figura principal.
Sidney Matias – Campinas, SP.
Mande sua história com material fotográfico para:
[email protected]
Julho 2010
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Julho 2010
/
ComunitàItaliana
53
vinho
Trabalho
de mulher
O toque feminino do vinho brasileiro
Nayra Garofle
Divulgação Ibravin
J
á foi o tempo em que degustar vinhos e trabalhar
com a bebida eram atividades predominantes entre os
homens. Atualmente, no Brasil,
além de grandes vinícolas administradas por mulheres, o Instituto Brasileiro do Vinho conta
com uma donna que trabalha duro para tornar o produto brasileiro mais atrativo no exterior.
Há quatro anos como gerente
de Promoção Comercial do Instituto Brasileiro do Vinho (com sede em Bento Gonçalves, RS), Andreia Gentilini, de 33 anos, atua
como uma verdadeira embaixatriz
do vinho brasileiro. A ela cabe
cuidar do projeto Wines From Brazil, uma parceria criada em 2002
entre o Ibravin e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações
e Investimento (Apex-Brasil).
— O projeto foi criado por
seis vinícolas, quando, praticamente, não existia exportação de
Andreia Gentilini, a “embaixatriz”
do vinho brasileiro
vinhos brasileiros. De lá para cá,
ele foi ganhando corpo. Hoje são
38 vinícolas participando e exportando para cerca de 30 países.
As exportações, 2% da produção,
ainda são pequenas se comparadas ao potencial do mercado. Em
curto prazo acreditamos que, cada vez mais, estaremos amplian-
Espumantes
U
ma das vinícolas nacionais mais conhecidas, a
Salton, que completa 100 anos
em agosto, conta com o trabalho de duas jovens primas, Luciana e Daniela Salton, de 27
e 32 anos, responsáveis pela
área de comunicação e marketing da empresa. Luciana atua,
Daniela e Luciana Salton
54
principalmente, na região Sudeste além de dar suporte às
regiões Centro-Oeste, Norte e
Nordeste. Já Daniela, gerencia
o Departamento de Comunicação e Marketing da região Sul,
que além de atender a esses
mercados, cuida também da
parte de eventos internos e dá
suporte ao turismo.
— Hoje, sabe-se que o Brasil tem vocação para a elaboração de espumantes e cabe a
nós, vinícolas brasileiras, mostrarmos que temos capacidade
de elaboração para todos os tipos de vinhos — afirma Daniela.
ComunitàItaliana
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Julho 2010
do nossa participação em mercados exigentes como os Estados Unidos, a Alemanha e a Inglaterra — afirma Andreia.
Formada em Comércio Exterior pela Universidade de
Caxias do Sul, Andreia sabia
pouco além da apreciação por
vinhos até ser chamada pelo Ibravin. A oportunidade
surgiu quando ela trabalhava
com um consórcio de exportação de móveis e estofados
com foco principal nos Estados Unidos.
— Não possuía nenhuma
experiência em vinhos e foi um
dos maiores desafios que enfrentei até hoje. Assumi o projeto com a missão de defender
os vinhos brasileiros, ao mesmo
tempo em que fiz uma verdadeira imersão no setor com pessoas
que foram maravilhosas e me ensinaram muito — conta.
Neta de italianos de Vicenza,
Andreia fala italiano e seu processo para a obtenção da cidadania está em andamento. A vitivinicultura sempre fez parte de sua
vida, já que seu pai até hoje é
produtor de uvas. O mesmo vale
para a apreciação do vinho italiano, já que a bebida faz parte
da cultura da família. Agora, Andreia espera alcançar para os vinhos brasileiros, os mesmos patamares de reconhecimento internacional dos vinhos italianos.
— Só temos preconceitos por
aquilo que não conhecemos. Portanto, à medida que os consumidores passam a conhecer os nossos vinhos, descobrem que somos
tão bons como tantos outros produtores internacionais — afirma,
revelando que o vinho brasileiro já
conquistou mais de duas mil me-
dalhas nos principais concursos internacionais nos últimos 10 anos.
Segundo Andreia, o maior
desafio encontrado no exterior
quando se trata de vinho brasileiro é transformar a curiosidade
dos apreciadores em uma experiência positiva da bebida nacional
para que eles se tornem consumidores de nossos vinhos.
— Estamos em um processo
de construção de imagem porque
o vinho brasileiro ainda é desconhecido de muitos consumidores
— informa.
Para ela, o “o mundo” dos
vinhos deixou de ter a presença predominante dos homens há
muito tempo. Apesar disso, ela
se diz orgulhosa por representar
as mulheres na área.
Ensinando a saborear
C
om apenas 22 anos, Gabriela Jornada
é formada em Enologia e já ensina sobre o mundo dos vinhos. Quando começou
a fazer o curso técnico, numa das muitas
visitas feitas às vinícolas de Bento Gonçalves, foi convidada por Antônio Miolo,
um dos proprietários da vinícola que leva
o sobrenome da família, para fazer uma experiência na empresa e está lá desde 2002.
Gabriela atua como Relações Públicas
das nove empresas da Miolo Wine Group,
além da Escola do Vinho com todos os seus
projetos - entre eles os cursos de degustação e de sommelier internacional. Porém,
antes disso, quando chegou na Miolo, ela
fez visitas guiadas, análises laboratoriais,
televendas e trabalho braçal na cantina,
onde o vinho é feito. Tornou-se a primeira
enóloga da empresa, invadindo uma área
até então 100% masculina.
Estar entre os homens no
mercado de vinhos não é,
portanto, um problema para
a gerente de promoções. Na
verdade, o que vem tirando
o sono dela, neste momento,
são outros desafios.
— Meu trabalho consiste em
coordenar ações e mobilizar as
vinícolas de modo que consigamos, a médio e longo prazo, criar
a categoria dos vinhos brasileiros
nos oito mercados prioritários do
projeto: Estados Unidos, Canadá,
Alemanha, Inglaterra, Suécia, Holanda, Polonia e Hong Kong.
Além de ser responsável pelo relacionamento com os clientes da Miolo, Gabriela
dá aulas no curso de sommelier do SENAC
e ainda divide seu tempo com o mestrado
na Organização Internacional da Vinha e do
Vinho (OIV), com sede em Paris. Viagens de
estudo a vinícolas da França e Itália fazem
parte de sua agenda. É assim que ela busca
inspiração para projetos da Miolo.
Recentemente, os vinhos brasileiros de seis vinícolas – Aurora,
Casa Valduga, Panceri, Piagentini, Pizzato e Salton foram escalados para participar da Copa do
Mundo de Futebol, na África do
Sul. Pouco antes do jogo entre
Brasil e Costa do Marfim, em junho, uma degustação foi realizada na Casa Brasil, em Joanesburgo. A escalação dos espumantes
verde-amarelos foi feita pelo projeto Wines From Brazil. O evento
ocorreu no espaço do governo federal onde foi realizado o “Brazil
Sensational Experience” (“Brasil,
uma experiência sensacional”)
que reuniu vários setores da economia nacional para 200 convidados. Segundo Andréia, o evento foi uma “ótima oportunidade”
para a exibição dos vinhos brasileiros no mercado sul-africano.
Atualmente, os mercados que
mais importam vinhos finos do
Brasil são os Estados Unidos, Alemanha, Colômbia, Japão e Portugal. Dez estados brasileiros elaboram vinhos, mas 90% da produção
nacional estão no Rio Grande do
Sul, estado que concentra o maior
número de vinícolas.
Itália em casa
O
contato com os vinhedos começou ainda na infância para Roberta Boscato, de 34 anos.
Hoje, ela trabalha na vinícola
que leva o sobrenome da família
e produz 400 mil litros
por ano, além de exportar
para a Alemanha e Austrália. Formada em Engenharia Agrônoma, ela é
mestre em biotecnologia,
com ênfase em controle
biológico em viticultura.
Bisneta de italianos do
Vêneto, para Roberta, na
Itália, como em qualquer
lugar do mundo, o vinho
depende da qualidade de
sua produção.
O contato com a cultura italiana está presente na vida de Rober-
Julho 2010
/
ta dentro da vinícola e dentro de
casa. Todas as harmonizações dos
vinhos Boscato são feitas com pratos italianos - o chef de cozinha é
italiano. Além disso, a maioria das
máquinas utilizadas na vinícola
são italianas.
— Meus mestres em viticultura são italianos. Meus vinhos
preferidos além
dos brasileiros
são italianos. A
vinícola é sede
de curso para aulas práticas de
viticultura de uma escola italiana
de sommelier aqui no Brasil, a FISAR – UCS.
ComunitàItaliana
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gastronomia
Sabores
africanos
Restaurante italiano em Gênova faz sucesso
com pratos do cotidiano da África do Sul
O
Guilherme Aquino
Correspondente • Milão
As iguarias são familiares às
donas-de-casa sul-africanas. A cultura de lá prevê alguns rituais que,
quase sempre, são respeitados à
risca. Um deles é o churrasco, o
chamado braai, geralmente feito aos domingos, nos
jardins das casas privadas
dos afrincâders (os descendentes holandeses). De
uma maneira geral, uma
refeição começa a ser preparada dias antes, com a
cuidadosa escolha dos ingredientes nos mercados e
o tempo longo de preparação de alguns pratos.
Um deles é o “kudu”,
animal da família do antílope, além do próprio, entre avestruzes, peixes e lagostas.
Tudo vem acompanhado de arroz
com pepino, salada de batata e
“chakalaka” que tem origem indiana e se compõe numa espécie
de cozido com alho, cebola, gengibre, pimenta, cenoura e curry.
O apetite abre mesmo diante do boerewors. Ele é a grande
Fotos: Guilherme Aquino
horizonte, visto do cais
do porto da cidade de
Gênova, na riviera italiana, se perde na direção
da África. Em época de Copa do
Mundo, vale tudo para se aproximar mais do continente africano,
onde acontece o evento. Para ficar bem perto de lá, basta “embarcar” no restaurante I Tre Merli,
debruçado sobre a praça principal
do velho cais, reformado em 1992
pelo arquiteto Renzo Piano.
A casa juntou-se com a embaixada da África do Sul e o resultado foi a inclusão no cardápio
de pratos do continente negro. A
culinária genovesa e a gastronomia sul-africana trouxeram para
a mesa uma combinação de dar
água na boca. O sucesso foi tão
grande que mesmo após a competição as iguarias exóticas vão continuar no cardápio. E neste encontro do mar Mediterrâneo com os
dois oceanos, Índico de um lado e
o Atlântico do outro, todos saem
ganhando, independente de quem
venceu a copa da Fifa.
56
ComunitàItaliana
/
Julho 2010
(Tom Graf), brancos como Chenin
Blanc 2006 (Avondrust), Sauvignon Blanc 2009 (Flor du Cap) e
os tintos Bonne Nouvelle 2003 e
Remhoogte, safra 2005.
A mistura de culturas e o respeito às origens está no DNA do
restaurante que, plantado no cais
do porto, representa uma volta
para as raízes. Em 1985, Paolo
Secondo, o primogênito visionário, topou o desafio de abrir um
restaurante italiano, genuíno, em
Nova Iorque. Ele era nada mais do
que uma semente do primeiro I
Tre Merli, uma típica trattoria do
Piemonte, encravada no coração
de Gênova. O I Tre Merli, made in
USA, foi um sucesso no mercado
americano que deu outros “filhotes”, lá primeiro, e cá depois.
A fórmula do sucesso continua e hoje o grupo italiano I
Tre Merli presta consultoria no ramo dos restaurantes. Valorizar a tradição,
modernizar as propostas
e inovar o sistema de gestão são os ingredientes
que formam o tripé desta excelência italiana. A
atenção pela qualidade, o
cuidado com a imagem e
com o design ajudaram a
manter os restaurantes de
Nova Iorque e da Liguria
Todos os ingredientes usados no
no topo da onda.
restaurante são da África do Sul
A brasileira e empresápa do Mundo de 2010. Os bran- ria no ramo dos biquinis, desde
cos e tintos são servidos sob o 1980 na Itália, Carmen Silveira,
olhar alegre de Zakumi (Za, que experimentou a gastronomia ítasignifica “África do Sul” e Kumi, lo-africana e gostou:
— Os pratos são muito sa“10”), o mascote da competição.
As principais sugestões da casa borosos, alguns picantes. Dá pasão os espumantes do tipo Pi- ra notar que os ingredientes são
not Bianco & Chardonay, 50&50 de primeiríssima — comenta ela,
entre uma garfada e outra.
pedida. Esta linguiça bem aromatizada vem temperada com especiarias e fica marinando por doze
horas. Pimenta escura, mel, gengibre, curry em pó, limão e alguns bons minutos sobre a brasa
quente garantem um prato com
sabor irresistível. A lagosta grelhada também faz um grande sucesso quando chega acompanhada da tradicional “pasta”. Carnes
de caça, frutos do mar e os peixes
(a costa sul-africana é uma das
regiões mais ricas de pescado)
entram na ordem do dia do chef.
Marco Secondo, um dos proprietários da casa informa ter
trazido todos os ingredientes da
África do Sul:
— Para nós é um prazer poder divulgar esta gastronomia.
Em harmonia com os pratos,
vinhos do país anfitrião da Co-
Sapori d’Italia
Tatiana Buff
Fotos: Claudio Cammarota
Verdadeira
esperança
Há 52 anos, o sul da Itália encanta a vida paulistana
S
ão Paulo - Se ainda há um ponto de encontro entre as classes artística e política em São Paulo, seu nome é Speranza. Desde 1958,
no Bixiga e, a partir de 1979, também em Moema, a casa não abre
as portas sem que filas de espera se formem para degustar o vero
sugo napoletano. A cantina e pizzaria chega a ser uma espécie de ponto
turístico da capital paulista, principalmente no antigo bairro central italiano, de onde saiu a primeira pizza Margherita da metrópole, há 52 anos.
Além das apetitosas razões gastronômicas, os clientes sabem que
podem encontrar “casualmente” – talvez não nas filas –, em qualquer
das duas casas, celebridades da tv, teatro, cinema e do mundo político.
Esse ritual se originou da iniciativa da famiglia Tarallo no final dos anos
50. Francesco e Speranza Tarallo, acompanhados dos filhos Antonio e
Giovanni, saíram de Pontecagnano Faiano, paesino da província de Salerno, para a vizinha Napoli, na região da Campania. Do porto italiano
para o de Santos, em 1957, percorreram uma longa e arriscada travessia
durante o pós-guerra.
No Brasil, decidiram fazer bem o que conheciam melhor: la vera
pizza e il vero pane napoletano. Determinação assumida com tal afinco pelos Tarallo que se transformou em legado. A casa, hoje, é tocada
por quatro irmãos, filhos de Antonio com a brasileira Cyrene Pereira:
Paola, Monica, Marcella e Francesco.
— Meu avô e minha avó cozinhavam muito bem. Nossa família trabalhava com pasticceria e quando chegaram aqui perceberam que não
havia uma pizzaria típica napolitana. Daí veio a ideia de introduzir o
pão de linguiça Tórtano, a Pastiera di Grano, a Margherita e o Calzone
– conta Paola Tarallo.
A cantina – de variado cardápio de antepastos, massas e carnes –
conquistou em abril o selo de autenticidade STG (Specialità Tradizionale
Garantita) pela Associazione Verace Pizza Napoletana. É a primeira casa
da América Latina a obter a denominação. Segundo Paola, a Speranza
não vende só pizza e pasta italiana, mas oferece, também, “um pouco
da cultura do sul da Itália” em São Paulo. A receita para o sucesso do
empreendimento, segundo ela, foi transmitida pelo pai, Antonio Tarallo:
— Nós, irmãos, nos mantemos juntos pelo sentido de união da
família para seguirmos trabalhando em
harmonia. É o que nosso pai nos ensinou, e é nossa maior herança.
Na unidade de Moema, há o Speranza
Gastronomia, um misto de loja e bistrô,
onde o cliente prova delícias como a insalata de frutos-do-mar ao Maltagliati al Pomodoro (o preferido da apresentadora de
TV Adriane Galisteu), ou sobremesas artesanais. São muitas as celebridades que se
rendem ao profumo da cozinha ensinada
por Dona Speranza (falecida em 1990).
A atriz Irene Ravache, o empresário Roberto Justus e o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso são alguns deles.
Maltagliati al Pomodoro
Ingredientes da massa: 300 gr de farinha de trigo; 120 ml de
água de cozimento de espinafre (para deixar a massa ainda mais
verde, bata a água com um pouco do próprio espinafre nela cozido); 1 ovo; Sal a gosto.
Modo de fazer: Amasse tudo muito bem até ficar uma mistura homogênea e consistente. Abra a massa com um rolo, esticando-a
muito bem para que fique bem lisa e com textura uniforme. Cortea em fatias de aproximadamente 5 cm de largura por 15 cm a 20
cm de comprimento. Cozinhe as tiras de massa em água abundante
com sal e óleo. Escorra e solte as tiras no prato, jogando em seguida o molho por cima.
Ingredientes do molho: 200 gr de tomate pelado italiano; 30 ml
de azeite extra-virgem; 2 dentes de alho descascados e machucados; Sal e pimenta a gosto; folhas de manjericão e parmesão a
gosto para finalizar o prato.
Modo de fazer: Frite o alho no azeite sem deixar dourar. Acrescente o tomate pelado em pedaços, o sal e a pimenta, num cozimento
rápido - tempo suficiente apenas para que os ingredientes se incorporem. Sirva sobre a massa já colocada no prato.
Serviço: Speranza Moema - Av. Sabiá, 786 - São Paulo, (11) 5051-1229;
Speranza Bixiga - Rua 13 de Maio, 1004 - São Paulo, (11) 3288-8502
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ComunitàItaliana
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La gente,
il posto
Claudia Monteiro de Castro
O maritozzo
N
as pasticcerias romanas, um dos doces mais concorridos e
típicos é o maritozzo. É um pãozinho de leite recheado com
panna, ou seja, chantilly fresquinho. O nome deriva da raiz
marito, marido. Segundo uma teoria, eram comprados pelos maridos
no período da quaresma para dar às suas esposas. Segundo outras
fontes, eram servidos nos maritaggi, ou seja, casamentos. Os romanos comem o tal maritozzo principalmente no café da manhã. Já
para alguns notívagos, o melhor horário é lá para uma ou duas da
manhã, depois de uma bela noitada, quando dá aquela fominha. É
possivel encontrar o maritozzo em várias pasticcerias, em qualquer
época do ano, mas a mais famosa pelo doce é a Er maritozzaro,
perto da estação de trem de Trastevere. Serviço: Er Maritozzaro Via Ettore Rolli 50. Aberto dalle 22h30/18h da segunda a sábado.
Domingo até 13h.
R
S.O.S. Crème Brûlée
oma é uma maravilha. Sua história, seus monumentos espetaculares, o clima agradável, os inúmeros parques, seus alegres
habitantes. Mas como toda cidade, tem sempre um defeitozinho. O defeito em questão é a parte gastronômica.
Não que em Roma não se encontrem restaurantes ótimos. Porém
são ótimos para comida italiana. Quem gosta de variar, como eu, e de
vez em quando saborear uma cozinha brasileira, ou grega, ou árabe,
fica complicado. Deixa realmente a desejar. Nos últimos anos, até que
a cozinha de outros países começou a ganhar terreno. Mas sempre de
modo limitado.
Em Roma, existe um ou dois restaurantes brasileiros, três gregos,
e por incrível que pareça somente um francês. Para mim, que tenho o
coração no Brasil e um pezinho na Franca, é de desesperar. Viajo uma vez
por ano a Paris e pareço uma criança numa loja de pirulitos: como tudo
o que tenho direito, feito louca: sanduíche croque monsieur, fois gras,
crepes mil. Quanto aos doces, literalmente vou ao ataque: macaron,
tarte tatin, e ... minha amada e preferida sobremesa, crème brûlée - que
em Roma é praticamente impossível de encontrar.
Para quem não conhece, o crème brûlée
é uma espécie de sobremesa cremosa,
feita com creme de leite, ovos, açúcar
e baunilha, servida numa cumbuquinha.
Na superfície tem uma crosta de açúcar
queimado fininha, que tem que passar
no teste da colher, rompendo-se com
delicadeza. Em Roma, alguns restaurante até
têm, no menu, a sobremesa. Porém, ao vivo e a
cores, o que eles trazem à mesa é um pudim muito sem
vergonha, milhas distante da delicada
sobremesa francesa. Só um lugar da
capital sabe fazer direito: o único
restaurante francês da cidade.
Então, recentemente, no dia
no meu aniversário, meu namorado
reservou uma mesa no francês com
uma semana de antecedência, visto
que eu estava verde de fome e de
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ComunitàItaliana
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desejo pela minha adorada sobremesa. Chegamos no horário marcado.
O restaurante estava lotado. Nos acomodaram em uma mesinha
bem apertada num cantinho, mas quem se importa? O importante
é comemorar! Já no início do jantar, pergunto ao proprietário, para
garantir, afinal o lugar está cheio: “Preciso reservar o crème brûlée
para sobremesa?” Ele responde: “Imagina! Tem para todo mundo.”
Uma hora e quinze depois, já esfomeados, chega a entrada, um
gostoso soufflé de queijo (outra de minhas paixões). Estávamos já
perdendo a paciência, mas o importante é tentar ser zen, não ficar de
mau humor somente porque a entrada demorou tanto. Há uns tempos,
venho me exercitando para ficar mais calminha e não me irritar
facilmente com bobagens. Mais tarde, vem o prato principal, o fondue
de carne e saboreamos cada garfada nos diversos molhos à disposição.
O jantar estava bom. Mas durante todo o tempo, uma parte do meu
coração, do meu cérebro e das minhas papilas gustativas, aguardavam
com ansiedade a tão almejada sobremesa que não comia há 9 meses,
o gran finale do meu aniversário.
Enfim, o garçom veio perguntar o que gostaríamos
como sobremesa. Eu já fui atropelando e disse:
“Ora, um crème brûlée!” Ele se retirou e depois
de alguns minutos retornou, dizendo que tinha
acabado. Meu sangue começou a esquentar,
comecei a ficar nervosinha e colocar as
manguinhas de fora. Uma hora e meia para
comer a entrada, a mesinha apertada, tudo dá
pra agüentar... Mas ficar sem crème brûlée,
não! Ainda mais tendo avisado. Disse ao
garçom que estava muito chateada. Afinal,
era meu aniversario e que era realmente uma
desfeita. Porém, o mau humor durou pouco.
Meu namorado não tinha nada a ver com o
peixe. Ressuscitei o bom humor, fiz mais
um brinde e acabei pedindo um tarte
tatin, outra sobremesa de que gosto.
Que não chegou aos pés daquela
servida na França, mas afinal,
nem tudo na vida é perfeito...