Pesquisa revela que italianos casam menos e
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Pesquisa revela que italianos casam menos e
A m a i o r m í d i a d a c o m u n i d a d e í t a l o - b r a s i l e i r a www.comunitaitaliana.com Ano XIII – Nº 102 ISSN 1676-3220 R$ 7,90 Rio de Janeiro, dezembro de 2006 Felicidade? Pesquisa revela que italianos casam menos e número de divórcios aumenta enquanto no Brasil população idosa cresce Cassino da Urca será reformado por italianos Royalty-Free/Corbis 34 CAPA A hora do “não” Istat divulga dados que reafirmam tendência italiana de “fugir” do casamento Economia Missione impreditoriale: È conclusa la tappa italiana a Roma e a Milano..............................16 Editorial Balanço..........................................................................................06 Cose Nostre Faturamento da moda feita na Itália deve crescer pelo menos 18 por cento............................................07 Opinione Perfil Valentino Rizzioli assume presidência do GEI e fala sobre expansão dos negócios entre Brasil e Itália............20 Notizie QUAMDIU? Per quanto tempo?......................................................08 Itália è in distacco alla Fiera della Providenza 2006............................................................27 Entrevista Atualidade Turismo Sui sentieri di Sissi I giardini di Castel Trauttmandsdorff a Merano sono la meta preferita per le gite Música Batuque italiano Músico Maurizio Belli conta sobre a arte de tocar pandeiros 50 Fotografia Eterna diva Atriz Sophia Loren posa para calendário Pirelli 2007 Dezembro 2006 / Roberth Trindade Numero di immigrati regolari in Italia ha quase raggiunto quello degli emigrati italiani nel mondo..................36 Divulgação 48 Divulgação 40 Ana Paula Torres Atriz e diretora brasileira Florinda Bulkan fala sobre seu sucesso na Itália.......................................................14 54 Gastronomia Ceia de Natal Prato à base de bacalhau é a dica de uma autêntica italiana para a ceia de Natal ComunitàItaliana COSE NOSTRE Julio Vanni FUNDADO EM MARÇO DE 1994 Diretor: Julio Cezar Vanni É inevitável. O fim do ano se aproxima e começamos a fazer contas: o que pagamos, o que temos a pagar e o que vem para o ano que se inicia. Mas o balanço não é apenas financeiro. É também sinônimo de organização espiritual. E haja espírito para o dia-a-dia que enfrentamos com o aumento da violência, do desemprego, o descaso com a coisa pública, dentre tantos outros obstáculos. Nós, da Redação de Comunità, se tivéssemos que escolher uma palavra para resumir este ano que termina, certamente, optaríamos por “inovação”. É a nossa meta através da prática de um jornalismo moderno e das inúmeras formas que implantamos para chegar até o ponto de encontro com nossos leitores. Buscamos objetivos ousados e alcançamos um público que faz opinião e a diferença na sociedade brasileira. Para 2007, continuaremos comprometidos com um serviço de informação e entretenimento, mirando o prazer na leitura de ComunitàItaliana. VICE-DIRETOR EXECUTIVO: Adroaldo Garani Publicação Mensal e Produção: Editora Comunità Ltda. Tiragem: 30.000 exemplares Esta edição foi concluída em: 14/12/2006 às 12:30h Distribuição: Brasil e Itália Redação e Administração: Rua Marquês de Caxias, 31 CEP: 24030-050 Tel/Fax: (21) 2722-0181 / (21) 2719-1468 O governo Prodi começou há poucos meses, mas já bateu um recorde: somente 31 por cento da população italiana está satisfeita com as ações realizadas pela centro-esquerda no poder. E a resposta negativa dos cidadãos chegou tão cedo que a direita italiana ou não teve tempo ou não quis se organizar para uma oposição construtiva. Berlusconi vem demonstrando força para protestar. Mesmo não tendo cumprido as promessas de diminuição de taxa e da liberalização da economia durante os cinco anos em que governou a bota. Acusado de populista, por fazer uma oposição capaz de levar mais de 200 mil pessoas para praças públicas [aliás, se fossem os da esquerda chamariam isso de democracia sadia], o ex-premier ainda pede a recontagem dos votos dos italianos no exterior que garantiram uma maioria de apenas um representante no Senado italiano para o atual governo. Preocupado em acertar a tão polêmica “finanziaria” italiana, Prodi parece não se importar com as críticas e atribui todo o período de criPietro Petraglia se atual ao governo anterior. Editor Em setembro, os “velhinhos”, pensionistas italianos no exterior, se surpreenderam com a deliberação governamental de que teriam suas aposentadorias revistas e, portanto, a partir de então não mais receberiam seus devidos estipêndios. Mas o espírito natalino parece ter pesado e após dois meses sem “uma lira” de depósito, a decisão foi revista e tudo voltou ao normal. Ora bolas, será que Lula tinha razão quando afirmou recentemente que ao atingirmos uma certa idade, seguimos os rumos mais à direita? e-mail: [email protected] SUBEDIÇÃO Rosangela Comunale [email protected] Redação: Nayra Garofle e Sílvia Souza (estagiária) REVISÃO / TRADUÇÃO Ana Paula Torres Cristiana Cocco Projeto Gráfico e Diagramação: Alberto Carvalho CAPA: Royalty-Free/Corbis Colaboradores: Braz Maiolino – Pietro Polizzo – Venceslao Soligo – Marco Lucchesi – Domenico De Masi – Franco Urani – Fernanda Maranesi – Giuseppe Fusco – Beatriz Rassele CorrespondenteS: Guilherme Aquino (Milão) Ana Paula Torres (Roma) Giordano Iapalucci (Florença) Marcos Petti (São Paulo) U ma fotografia da sociedade italiana atual mostra uma tendência que se verifica também no Brasil. O número de casamentos vem diminuindo e a população idosa está em aumento. Matéria de capa desta edição, o tema é discutido por especialistas e você poderá acompanhar os reflexos deste estudo. Uma boa notícia anima os cariocas. O belíssimo prédio do extinto Cassino da Urca será reformado para abrigar a sede do Instituto Europeu de Design. Criado em 1966, em Milão, o órgão é referência internacional em arquitetura e trará ao Rio de Janeiro especialistas com técnicas para o aproveitamento da “criatividade natural” da cidade. O acordo [que foi assinado graças ao empenho da Prefeitura do Rio e dos órgãos diplomáticos italianos] prevê cotas de aulas para jovens carentes. ComunitàItaliana está aberta às contribuições e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, sendo assim, não refletem, necessariamente, as opiniões e conceitos da Revista. La rivista ComunitàItaliana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori e sprimono, nella massima libertà, personali opinioni che non riflettono necessariamente il pensiero della direzione. C ISSN 1676-3220 Boa Leitura! Filiato all’Associazione Stampa Italiana in Brasile ComunitàItaliana editorial om esta última edição de 2006, desejamos a todos os leitores comemorações com paz, saúde e alegria. Fontana de Trevi Tem gôndola no Brasil R epresentantes do governo veneziano entregaram no início de novembro uma gôndola veneziana para a população de Nova Veneza, em Santa Catarina. A embarcação genuinamente italiana é de madeira e era utilizada para transporte de pessoas nos canais de Venezia, principalmente de turistas. Esta é a terceira gôndola original que é doada pela província para outro país. São Petersburgo [Rússia] e Toronto [Canadá] possuem uma embarcação cada. A do Brasil tem a cor preta, 10,75 metros de comprimento, 1,75 de largura e pesa 600 quilos. U ma organização católica fez um acordo com a prefeitura de Roma, na Itália, para que o dinheiro arrecadado diariamente na famosa fonte italiana Fontana di Trevi sirva para abrir um supermercado. A idéia é distribuir alimentos gratuitamente à população pobre. Os turistas costumam jogar moedas no local porque, segundo a tradição, quem coloca dinheiro na fonte volta a Roma. A Fontana di Trevi recebe, diariamente, 3 mil euros, somando mais de 1 milhão anuais. O montante será recolhido no fim de cada dia por funcionários autorizados. Nova ópera para Bocelli Privada patriota O italiano Andrea Bocelli cantará pela primeira vez, em abril de 2007, no teatro Bellini da Catania, com o papel principal de “Andréa Chéneir”, de Umberto Giordano. A apresentação será transformada em uma edição de DVD-CD duplo pela gravadora inglesa Decca. Junto com Bocelli, cantarão a soprano Martina Serafin e o barítono Alberto Gazale dirigidos por Alun Francis, atual diretor da Sinfônica de Berlim, com “regia” de Federico Tiezzi. Muito visitado O s Museus Vaticanos bateram recorde de visitação e atingiram um público de mais de quatro milhões de visitantes. No ano em que se completam cinco séculos desde sua fundação, os museus ocupam boa parte das 1.400 salas dos Palácios Vaticanos, abrigam a maior coleção de arte antiga do mundo, além da Capela Sistina pintada por Michelangelo. Em 2005, foram computados 3.822.234 visitantes. Bento 16 definiu os Museus Vaticanos como uma “teologia de imagens” e um “santuário de arte e fé” que representam uma grande responsabilidade “do ponto de vista da mensagem cristã”. O complexo é o mais visitado da Itália e o quarto no mundo após o Louvre de Paris, o Metropolitano de Nova York e o Britânico de Londres. U Ansa Balanço Diretor-Presidente / Editor: Pietro Domenico Petraglia (RJ23820JP) E m clima de Natal, o presidente da república da Itália, Giorgio Napolitano, observa o presépio doado pelos meninos de uma instituição para menores em Nisida. A iniciativa aconteceu durante o encontro, na fundação Città della Scienza, em Napoli, com estudantes comprometidos com o trabalho voluntário contra a Camorra, facção mafiosa que age ao redor da cidade no tráfico de drogas, cigarros e jogo clandestino. “Nunca perdi a confiança em Nápoles”, disse o presidente referindo-se à sua cidade de origem. Made in Italy cresce O faturamento da moda feita na Itália deve crescer pelo menos menos 18 por cento no final de 2006, segundo estimativas da consultoria de negócios Merrill Lynch. As avaliações foram divulgadas por Paola Durante, chefe departamental corporativa da consultora, na Milano Fashion Global Summit 2006, uma reunião que compreende diversas experiências de pessoas que atuam no setor. Fafá em Roma F afá de Belém cantou Chico Buarque e emocionou romanos. A cantora brasileira apresentou 14 músicas escritas por Chico entre 1966 e 1980 e que compõem o CD “Tanto Mar”. Elogiado pela crítica internacional, a grande novidade deste álbum é que contém duas músicas cantadas em italiano, com adaptação de Sergio Bardotti, que é lembrado como um apreciado tradutor de Vinicius de Moraes, Tom Jobim e do próprio Chico Buarque. Trata-se de “Occhi negli occhi” [Olho nos olhos], escrita por Chico em 1976, e “Fatta apposta” [Sob Medida], escrita em 1979 para a trilha sonora de um filme. Entretenimento com cultura e informação / Dezembro 2006 Dezembro 2006 / ma privada com uma descarga que funcionava ao ritmo do hino nacional italiano foi confiscada pela polícia no norte da Itália, gerando um grande debate nacional sobre patriotismo. O vaso sanitário era a criação de dois artistas locais e estava em exposição no Museu de Arte Moderna de Bolzano. Os promotores dizem que o hino Fratelli d’Italia é um símbolo nacional a ser protegido e nunca deveria ser alvo de ridicularização. Os advogados de defesa do museu argumentaram que, apesar de o hino ter um valor patriótico e sentimental, ele não é um símbolo nacional. Relíquias italianas T ropas italianas da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil) descobriram no sul do país artefatos da era romano-bizantina. Oficiais encontraram jóias, vasos e esqueletos datados dos séculos 3 e 4 d.C. enquanto faziam escavações na região de Shama, ao sul de Tiro, para construir uma nova base italiana no país. Os objetos foram entregues à Direção Arqueológica de Tebnin, na presença do vice-ministro italiano das Relações Exteriores, Ugo Intini, que visitava o Líbano acompanhado pelo embaixador Gabriele Checchia. ComunitàItaliana opinião serviço Parliamone “Estou muito feliz. É um sonho que sempre busquei em toda a minha vida, principalmente porque é algo muito difícil para um zagueiro” [email protected] QUAMDIU? Per quanto tempo? Sofia Loren, attrice, rispondendo ai giornalisti sul segreto per l´eterna gioventù presentata nelle pagine del nuovo calendário Pirelli 2007. “É a única realidade multiétnica que eu conheço. Há mais de cem anos os brasileiros vivem numa sociedade aberta, sabem viver juntos. É por isso que esse país tem uma disposição natural para a arquitetura” Massimiliano Fuksas, arquiteto italiano, que em visita ao Brasil palestrou sobre arte em São Paulo e defende a ética no lugar da estética. enquete Empresas italianas descontam do salário o tempo que os empregados usam para fumar. Você acha justo? 55,6% - Sim. O empregado deixa de produzir para prejudicar a saúde. 44,4% - Não. As empresas devem respeitar a escolha do empregado. Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 24 e 27 de novembro. / E cco qualche cosa sul famoso decreto del Ministro Bersani, convertito nella legge 248 del 4 agosto con cui venivano cancellati i benefici fiscali ai pensionati residenti all’estero appartenenti alla cosiddetta “no tax area”, ossia, i non tassati. Allora, nessuno se n’è accorto e nessuno è stato avvertito. Chissà poi perché il Ministro Bersani ha pensato di usare il decreto legge, strumento che presupporrebbe l’urgenza di disciplinare qualche cosa che non va bene, o affrontare una emergenza. Cosí, essendo il decreto legge di efficacia immediata, i disciplinati e solerti burocrati dell’INPS, hanno preso carta, scartafacci, faldoni, penna e calamaio e hanno rifatto, a tambur battente, tutti i calcoli, al centesimo, e la già magra pensione, ad ottobre è arrivata purgata, con perdita di liquidi anche dell´80%., ai circa centomila pensionati sparsi, smarriti e smagriti nel mondo. È vero che un altro velocissimo decreto ha rimesso le cose a posto: cari pensionati, c’è stato un malinteso, non vi preoccupate, entro la fine dell’anno vi restituiremo tutto. Non è stata colpa di nessuno: troppe carte, troppe circolari, troppo questo e quello e poi, capite, abbiamo anche il sistema informatico che non capisce a volo le disposizioni, non si adatta, non si adegua. Appunto: colpa del sistema. - Senhor, não podemos fazer nada, o sistema não aceita. Mais alguma coisa? Não podemos, senhor, o sistema está fora do ar. O estorno do desconto injustificado? Noventa dias úteis, senhor. O INPS agradece. Questa parte mi viene meglio in portoghese, e voi la capite, perché sicuramente vi è capitato di sentire certe voci fredde, meccaniche, monotone, indifferenti, irritanti, e voi... impotenti e verdi di rabbia. Novanta giorni per restituire lo scippo. Staremo a vedere. Restituiranno i soldi sottratti velocemente, nudi e crudi, senza uno straccetto di interesse, visto che sono rimasti nei loro forzieri? Il pensarlo è pura follia. Figuriamoci. Anzi, vuoi vedere che tasseranno anche le restituzioni? Parlando di tasse e di soldi, ho sentito dire che i nostri connazionali residenti na Bota sono sempre più ridenti, ridono cosí tanto, a denti stretti, che gli si è infiamma- Dezembro 2006 ta la mascella. Noi a Rio diciamo: inflamação buco-maxilo-facial. La stessa infiammazione sembra abbia colpito el senador argentino Pallaro Luigi, il quale ha spalancato troppo la bocca quando gli hanno detto che gli italiani residenti all’estero l’anno prossimo riceveranno 14 milioni di Euro, e poi tanti altri, e di piú, nel 2008, e via passando il tempo... Roma locuta est: il Ministero degli Esteri ha già i soldi per pagare le bollette dei Consolati, comprare il materiale di cancelleria, erogare i sussidi, snellire, sburocratizzare e, soprattutto, bandire anche un megaconcorso locale per l’assunzione di personale capace di evadere le pratiche della cittadinanza. Insomma: preagendamento, agendamento, la chiamata. Oggi? Figuriamoci: stiamo chiamando quelli del 2003... Reprodução “Macché dieta! Io sono di Napoli, e a Napoli abbiamo sempre fame. Io credo che il merito sia del dna di mia madre, che era ancora una donna bellissima quando se n’é andata. E poi sono fotogenica” ComunitàItaliana Exposição: “Tazio Secchiaroli O cinema no olhar” con l’Avvocato Giuseppe Fusco Fabio Cannavaro, jogador do Real Madrid, ao receber de uma revista francesa o prêmio “Bola de Ouro” como o melhor jogador da Europa. agenda cultural Cincischiamo, cari amici, per non piangere, perché, parliamo seriamente, le cose in Europa e nel mondo non vanno tanto bene. L’Europa ha paura di cambiare, affronta una grande e grave crisi di identità, cosí decide di non decidere, in perenne guerra ideologica tra false destre, false sinistre e centri squilibrati, una mediocrità frutto di una concezione burocratica, economicista e impositiva del sogno unificatore. E questo mentre la polveriera libanese sta per esplodere di nuovo, Israele si sente minacciata sempre di più, il Medio Oriente è in fiamme, e negli Stati Uniti la vittoria democratica ha fatto rinascere idee isolazioniste e nazionaliste. E se veramente gli USA dovessero dire: Mondo, ci odi ? Allora, arrangiati. Non succederà. Tuttavia, come diceva Cicerone, “nulla acies humani ingenii tanta est quae penetrare in coelum, terram intrare possit” Sicuramente il latinorum lo sapete. A mostra revisita 30 anos de carreira do italiano que era o paparazzo de Fellini. Inédita, a coletânea apresenta 60 fotografias originais de Secchiaroli, falecido em 1998, aos 73 anos. As imagens pertencem ao “Archivio Tazio Secchiaroli”, dirigido pelo filho do artista. Imortalizado no filme “La Dolce Vita”, Tazio Secchiaroli tem histórias que Ava Gardner, Claudia Cardinale, Brigitte Bardot, entre outros. Outro destaque é a sessão especial dedicada aos atores Sophia Loren e Marcello Mastroianni, de quem Secchiaroli foi fotógrafo pessoal e de confiança. De 9 de dezembro a 11 de fevereiro de 2007, de segunda a sábado, das 10h às 21h e aos domingos das 12h às 21h. Local: Caixa Cultural, Galeria da Paulista, Avenida Paulista, 2083. Entrada Gratuita. Informações: (11) 3321-4400 E-mail: [email protected] inspiraram a produção. E são as imagens desta fase, do fim da década de 1950, que podem ser vistas na mostra. Além de diretores como o próprio Fellini, a exposição traz astros e estrelas que filmaram nos estúdios de Cinecittá, em Roma, tais como na estante click do leitor Adria, Cidade dos Sonhos, de Vicente de Paulo Clemente e Maria das Graças Clemente. É o relato de uma viagem sonhada à Ádria, cidade do norte da Itália. Quase um guia de viagem de tão pormenorizadas as passagens, o livro é um encontro do casal com o local de onde vieram os ascendentes de Maria das Graças, os Casellato. As fotografias em preto e branco descrevem com nostalgia os lugares visitados. Editar Editora Associada, 244 págs. Venda pelo telefone (32) 3217-7671 ou pelo e-mail [email protected]. Meridiano Celeste & Bestiário, de Marco Lucchesi. O novo livro de poemas do autor traz quase 70 textos, entre os quais um com seu próprio nome. Há citações dos filósofos Farias Brito e Spinoza numa obra que pode ser definida como um livro que repele sínteses, até por parecer, de modo um tanto enganador, também uma síntese. O poeta vive um movimento em expansão que parece caracterizar a experiência que ele chama para si através de uma variedade vertiginosa de outras tantas vivências do presente e do passado. Editora Record, 128 págs., R$27,90. cartas “U ma das partes que mais gosto na revista é a de serviços. Eu, leitor fiel, costumo consultar as dicas dadas pela revista. Por isso, acho que devem vir mais indicações de livros, festas e por que não de filmes também? Acho muito interessante e uma página é pouco.” Antonio Amato, Santa Catarina, FL, por e-mail Arquivo pessoal frases E m outubro último, fiz uma viagem por toda a Itália. Conheci lugares incríveis e tirei várias fotos. Esta é uma das que eu gosto muito. É o Rio Tevere, com sua beleza ímpar, que corre suas águas verdes e tranqüilas em direção a Igreja de São Pedro, no Vaticano. Jairo Favario — Niterói, Rio de Janeiro Mande sua foto comentada para esta coluna pelo e-mail: [email protected] “É interessante ter na revista os colunistas de Firenze, Milão e Roma. É mais uma forma de estarmos ligados com o dia-a-dia italiano e as novidades de lá. Quanto ao ‘Il Lettore Racconta’ achei o máximo! Que maneira emocionante de contar a história da família, isso me envolve como leitora de um jeito comovente!” “D epois da edição 100 percebi que algumas coisas mudaram na revista e a criação do ‘Italian Style’ foi o maior barato. Achei ótimo os papéis higiênicos estampados! Um bom presente pra quem tem humor e gosta de se divertir com os amigos.” Mariângela Borgo, Vitória – ES, por e-mail Dezembro 2006 Gabriella Fontanini, Rio de Janeiro – RJ, por e-mail / ComunitàItaliana articolo opinione raddoppia Reprodução il suo canale Approvato referendum che autorizza la costituzione di una terza via di comunicazione parallela I Franco Urani n un articolo del giugno scorso avevo sottolineato l’eccezionale sviluppo dei grandi paesi asiatici Cina ed India che, sia pure con impostazioni assai diverse, avevano imboccato un cammino di crescita costante ed elevata, con prospettive grandiose di progresso economico [e purtroppo anche di problemi ambientali]. La Cina in particolare, con la sua popolazione di 1,3 miliardi, un mercato interno potenzialmente enorme, la laboriosità della popolazione, disciplina, bassi salari/costi sociali/tasso cambiale, eccezionale vocazione al risparmio e quindi agli investimenti interni ed esteri, 10 aumenta ogni anno la sua propensione a relazionarsi con il mondo, e cioè sia con i paesi ricchi (Nord America e Europa). Questi paesi le offrono know-how e grandi sbocchi esportativi, sia con quelli in via di sviluppo e poveri da dove può ricevere la materia prima di cui è carente e sviluppare massicce esportazioni a prezzi popolarissimi. Crediamo che la pragmatica politica cinese nei paesi poveri, specie africani, basata su cospicui investimenti diretti e massimizzazione degli scambi commerciali, potrà rivelarsi assai più efficace rispetto a quella europea di questi decenni basata su interventi frammentari, coinvolgimenti con ComunitàItaliana / I nuovi grandi traffici tra Estremo Oriente/Nord America lato Atlantico avvengono quindi in parte su navi di oltre 100.000 ton. e su rotte assai lunghe ed onerose che passano generalmente dall’Oceano Indiano, canale di Suez, Mediterraneo e traversata dell’Atlan- dei panamensi un referendum proposto dalla PANAMA CANAL AUTHORITY che autorizza la costruzione di una terza via di comunicazione parallela, oltre alle due esistenti, che consentirà - dal 2014 - il passaggio attraverso l’istmo di mega-navi di stazza fino a 120.000 ton., con investimento previsto di oltre 5 miliardi di dollari, impiego diretto di 35.000 addetti, possibilità di transito annuo di un 200.000 milioni di ton., in aggiunta all’attuale, totale del complesso dei 3 canali di Panama 450/500 milioni di Ton. di merci, contro 300.000 milioni di ton. del canale di Suez. Le opere dovrebbero venire in gran parte spesate da USA, Cina, Giappone, principali utilizzatori del Canale ed i benefici per l’economia di Panama sarebbero certamente cospicui. E già si sta pensando a nuovi e più importanti passi, considerando che il nuovo complesso Panama sarebbe ben presto insufficiente. Sta infatti prendendo corpo l’antico progetto del vicino Nicaragua per realizzare un canale concorrente capace di sfruttare il Lago Cocibolca – il secondo dell’America Latina – in cui potrebbero transitare navi con stazza fino a 250.000 ton., contro le 120.000 ton. futuramente previste per Panama, prevedendosi peraltro un investimento che supererebbe i 20 miliardi di dollari che comporterà quindi un rigoroso studio di fattibilità e tempi certo lunghi per l’eventuale realizzazione. In questo contesto, il canale di Suez si ridurrebbe gradualmente al solo utilizzo delle rotte marittime mediterranee ed europee e quindi, anche nel “E già si sta pensando a nuovi e più importanti passi, considerando che il nuovo complesso sarebbe ben presto insufficiente” tico, mentre dal Canale di Panama – ormai ingolfato - si passa in appena due giorni tra Atlantico e Pacifico. Fatto importante e recentissimo è che, dopo anni di studi, è stato ora approvato dall’80% Dezembro 2006 lungo termine, non dovrebbe avere necessità di essere ampliato, compensandosi l’incremento specifico dei traffici con l’eliminazione di quelli attualmente diretti o provenienti dal Nord America. Il regalo di Natale “Un giorno fantastico nel senso letterario dal termine come mai ve ne erano stati” S i capì subito che non era un giorno come gli altri. Sembrava primavera. Il telegiornale del mattino mostrava il sorriso giovanile, a quarantadue denti, di Romano Prodi, che annunciava ad un folto pubblico giubilante di contribuenti del ceto medio la riduzione del 50% di tutte le imposte e tasse italiane. Sullo sfondo, un coro di bambini del Teatro alla Scala cantava l’Inno alla Gioia, dalla Nona di Beethoven. Tra il pubblico, nell’ultima fila, quasi a sottolineare che i V.I.P. sono uguali a tutti gli altri, Berlusconi reggeva una enorme stella cometa, splendente, che al termine del discorso avrebbe portato al capo del governo. Gli sedevano accanto Fini, Casini e i vari capi-corrente, vestiti da Re Magi, che su un vassoio esibivano l’oro, l’incenso e la mirra di cui più tardi avrebbero fatto dono a Prodi. Bossi e Calderoli, in un angolo, non condividevano il tripudio generale, non esultavano, ma qualcosa aveva sciolto le loro fredde anime padane; infatti nascondevano, con un certo pudore, cartelli su cui campeggiavano le scritte “Ave Roma caput mundi” e “W la Calabria”. A Bagdad neanche un ferito; sciiti e sunniti intonavano, in verità un po’ stonati, arie da “Jesus Christ Superstar”, mentre in Piazza San Pietro alcuni cardinali recitavano versetti del Corano a migliaia di cattolici prostrati, viso alla Mecca e sedere al vento. Le cronache locali mostravano a Napoli gli assoldati della camorra che spazzavano le strade dei quartieri spagnoli e gli addetti alla raccolta dei rifiuti che portavano via gli ultimi sacchi di immondizie della Pasqua scorsa. Tutti i motociclisti portavano il casco e il sindaco Rosa Russo Iervolino ringraziava il popolo, voce alla Callas, in piazza del Plebiscito. Ezio Maranesi Persino le rubriche di gossip, normalmente tanto idiote quanto noiose, apparivano pregnanti di simbologia positiva: si è visto Vittorio Sgarbi all’uscita di un night stringendo teneramente la Mussolini, Victoria Beckham, vestita fino ai denti, che faceva la calza, i principi Savoia che decoravano l’albero di Natale con luci e palle gialle, aiutati da leggiadre fanciulle in larghe sottane [naturalmente il principe era sotto, a tenere la scala], il cuoco Vissani con la barba fatta che, condannato a escogitare piatti inutilmente sofisticati, finalmente si poteva concedere il lusso di un panino col salame di Cremona. In seconda serata, in una divertentissima puntata di Porta a Porta, un simpatico Fassino allietava il pubblico con battute e barzellette allegre. Era molto ingrassato, tipo Giuliano Ferrara e, anziché sulla poltrona, se ne stava sdraiato su un triclinio come Trimalcione, ben a suo agio, fumando un narghi- lé con aria un po’ lasciva. Sulle poltrone, i rappresentanti della sinistra moderata, dell’estrema sinistra e quelli dei partiti dell’opposizione, si tenevano per mano. Nessuno interrompeva; al contrario quando qualcuno parlava tutti indistintamente sorridevano e davano segnali di assenso mostrando di condividere le garbate, per niente polemiche affermazioni dell’oratore. Bruno Vespa, vestito da cardinale [non aveva osato vestirsi da Papa o da Gesù, come avrebbe desiderato], impartiva benedizioni ai suoi ospiti, tra i quali, come lui ama mostrare, non mancavano alcune “bbone” superdotate [solo fisicamente, s’intende]. Al termine della trasmissione, tutti in coro cantarono il “Va’ pensiero”. Avevano infatti raggiunto gioiosamente un compromesso: c’era infatti chi voleva cantare “Bella ciao” e chi “Bianco Natale”. Fu un giorno fantastico, nel senso letterario del termine, come mai ve ne erano stati. Alla sera eravamo stanchi, ma felici: avremmo voluto che le ore non avessero mai fine. Ci svegliammo incazzati, e tonti, la mattina dopo. Era ancora buio alle otto e c’era molta nebbia su tutta l’Italia, a Pizzighettone, a Fiesole e persino a Trapani. Freddo umido, smog; minacciava neve. Sembrava ci fosse un problema di black out, e infatti la luce andava e veniva. Nei momenti “in” sapemmo che c’erano stati 300 morti a Bagdad, 200 in una alluvione in Guatemala, la signora Totti aspettava un altro figlio e Bobo Vieri aveva rotto il flirt con l’ultima “velina”. I politici abbaiavano, ringhiavano e qualcuno mordeva pure. Prodi annunciava una nuova tassa sui gatti, sui pappagalli e sulle suocere. Perché i criceti no? Francesca Alderisi continuava a forare i timpani commentando estasiata la cartolina illustrata della signora Giuseppa da San Diego. Un giorno tragicamente uguale a tutti gli altri. Permaneva, vago, il ricordo di ieri. Ciò che era accaduto era talmente inconsueto che la gente era certa di aver sognato, non capiva. Il Governo, la RAI, le redazioni dei giornali furono inondate da e-mail; la gente voleva sapere se era stato un miraggio. Ci fu una interpellanza al Ministero dell’Interno; furono i valligiani della Val di Susa, i “No Tav”, piemontesi tosti e disubbidienti testardi che, come al solito, volevano vederci chiaro. C’era molto nervosismo nelle piazze e i soliti estremisti approfittavano dello sconcerto per rompere qualche vetrina. Verso mezzogiorno ci fu una schiarita; apparve persino uno scampo di arcobaleno. Sulla sua coda stava seduto un gigantesco Babbo Natale. Ghignava sornione e beffardo. Aveva posto la mano sinistra sull’avambraccio destro, all’altezza del gomito, mano destra chiusa a pugno. Volgare quanto inequivocabile. Era il 26 dicembre. Reprodução Panama poteri locali incapaci e corrotti, mancanza di programmi. Un ruolo di sempre maggiore importanza verrà pure assunto dagli scambi tra il Nord America lato Atlantico e Cina-Giappone, il cui incremento è frenato dall’insufficienza del Canale di Panama, in funzione da inizio 1914, dove transitano annualmente - su 2 vie di comunicazione parallele - 14.000 navi fino a 75.000 ton. con 275.000 milioni di ton. di merci. Dezembro 2006 / ComunitàItaliana 11 marco lucchesi / articolo As razões de Ibsen A D’Annunzio, Hauptmann e Strindberg. Apesar disso, continua solitário. Como nos quadros de Kaspar Friedrich. Festejado aos setenta anos na Noruega, com uma estátua, junto ao Teatro de Christiania, Ibsen faleceu em maio de 1906, reconhecido, afinal – após inúmeras diatribes – como um dos fundadores do teatro contemporâneo. E, de fato, sua obra parece arraigada em nosso horizonte, com as nuvens de incerteza, que prometem inesperadas redenções. O Sol do futuro. De uma verdade que busca seus raios. O centro. Não mais que o centro. A descoberta de um princípio. E de toda uma vida que se volta para a identidade. Cessa o destino coletivo. O sistema (de Kant, Hegel, ou Marx), no qual o indivíduo parece fadado a desaparecer, em meio a não sei quantos motores e ideologias. A Humanidade. A Razão. A Luta de Classes. Paris e as multidões. Contra essa tendência em larga escala, a voz solitária e poderosa de Kirkegaard, defende o superlugar do indivíduo. Indiviso. Munido de destino. De síntese. Irrevogável. Irredutível... Era o pensamento de Kirkegaard fazendo vibrar as cordas de Ibsen. Tinha início a busca da verdade. De pedras. E de espinhos. Mas como não lutar, beirando a crueldade, para atingir uma idéia do que somos, perdida nas formas pergrinas de ser e estar? Pai ou filho (e aqui, Turgueniev). Marido ou mulher (em Strindberg, Puppenheim), sujeito ou cidadão, como em Il fu Mattia Pascal (de Pirandello), cujo protagonista vive depois da morte civil. Conhecer algo da verdade, eis a tarefa. Opção que decide colher a verdade, por mais volátil, mediante uma abordagem, a revelar a teia de ilusões que corroem Rubreks e Heddas, Osvalds e Alvings. E não se trata de uma diminuição do humano. De uma parcela de bufões. Tal como nos Saltimbancos, de Aleksandr Blok, todos estão presos por um tênue fio de adesão e medo. É o que vemos, às raias de uma atitude glacial em Casa de bonecas. Diz Nora: “Existe outra tarefa de que tenho de me desembaraçar primeiro. Preciso tentar educar a mim mesma. E você não é o homem que pode me ajudar. Tenho de fazê-lo sozinha. E é por isso que agora eu vou deixá-lo”. Depois dessas palavras, a audiência permanece desconcertada. Muitos aplaudem; outros, indignados, deixam o teatro. Mas Nora decidiu abandonar seu mundo damente, encontramo-nos num ponto do qual não podemos voltar ou seguir adiante”. É bem essa a intensidade de tamanha inflexão. A paralisia. O medo. Mas Ibsen avança para uma espécie de libertação, seja de que modo for. Na de Hedda Gabler, a morte voluntária: “É um alívio saber que existe, apesar de tudo, algo de independente e corajoso neste mundo, algo que ilumina um raio de bondade absoluta...Sei que Loevborg teve a coragem de adequar a vida à sua idéia. Ele fez algo exemplar, onde se espraia um reflexo de beleza. Ele teve força e vontade de deixar mais cedo o banquete da vida”. O mesmo que Hedda estava disposta a deixar. Seu apetite de vida era intenso. Não havia como não buscar a morte. A vida clama pela morte. Outra saída seria impensável. A moîra de Hedda era-lhe anterior. E quem semeia o nada, colhe abismos. Outra saída – involuntária – é a de quem sonha a Ressurreição. O artista, que não amou, porque temia perder a própria arte. E que passou pela vida em transe. Perdido. Uma vida sem vida. E no limite. Junto ao precipício, entre as montanhas. Até quando decide perscrutar a própria identidade: “Rubeck: - Estamos livres. Há ainda muita vida para nós. Irene - O desejo de vida está morto dentro de mim. Agora ressurgi, e te procuro com o olhar: e te encontro. E vejo que tu, e a Vida... sois cadáveres, tal como eu fui...” Rubeck “- Pois bem, nós dois, mortos, queremos de uma só vez beber a vida até a última gota, antes de voltarmos à tumba”. O branco da neve. O perigo das montanhas. E nessa Ressurreição, uma avalanche leva Irene e Rubeck para o Gorgo. Eis o que parece marcante no teatro de Ibsen. O possível no impossível. Essa alta-voltagem dramática. E, hoje, mais do que nunca, marcados por uma crise de representação e de verdade, de queda em queda, e de altitude em altitude, buscamos esse árduo princípio, como quem espera um céu claro depois da tempestade. Joanna Andrzejewska Noruega – de céus puros, e fiordes, e paisagens de gelo – deixara de ser, desde 1814, província da Dinamarca. E começara a buscar suas raízes, a recolher as sagas, a repensar a história e a geografia, valorizando a própria língua. A construção do futuro marcava a nova geração, que sonhava com um país soberano e fraternidade escandinava. A Noruega e o Mundo. E Henrik Ibsen cresceu sob a égide desses ideais. Nascido em 1828, em Skien, pequena cidade próxima de Christiania, corria em suas veias o sangue de marinheiros escoceses e alemães. Filho de abastado comerciante, viu o pai dissipar o patrimônio, e foi obrigado, aos dezesseis anos, a ganhar a vida como ajudante de farmácia, em Grimstad. Corria o ano de 1848 e com ele a Revolução, na Alemanha, França, Itália e Hungria. Vemos um Ibsen engajado. Obras como Norma, Catilinia. Colabora num jornal operário. Mas é o teatro que o reclama. Um teatro romântico, de grandes façanhas, como Os heróis de Heligoland, ou Os pretendentes da coroa. E como a História desfizesse a ilusão de um mundo panescandinavo – com a ausência da Noruega no conflito entre a Dinamarca e a Prússia –, Ibsen impõe-se um auto-exílio na Itália, onde redige seus dramas realistas: Peer Gynt, Casa de bonecas, Brand. Já se tornara um leitor assíduo de Sören Kirkegaard. Já lhe absorvera a idéia de liberdade. E correra meio-mundo. Egito e Alemanha. Ibsen retorna à Noruega, famoso em toda a Europa, e lido por Bernard Shaw, de bonecas, a casa, o marido e os filhos, por ter descoberto que sua vida era uma não-vida. Que não passava – como Mattia Pascal – de um ser morto, em vida. Que era preciso buscar as forças que haviam de levá-la a si mesma, longe do papel que lhe fora outorgado, primeiro pelo pai, depois pelo marido. Diz Nora: “Tenho sido sua boneca-mulher, como fui a filha-boneca de meu pai. E agora os nossos filhos têm sido as minhas bonecas. Eu me divertia muito quando você brincava comigo, da mesma forma pela qual eles se divertiam muito quando eu brincava com eles. É isso que tem sido nosso casamento”. E agora. A coragem de ser. Contra tudo. E todos. Uma reeducação que cumpria ultimar, libertando-se da genealogia de bonecas semivivas, e demais automatismos, propostos pelo egoísmo de Thorwald, que pôs a lume a relação, ou a quase-relação conjugal, de que Nora não passava de um satélite. Aos que condenaram Ibsen por “tanta crueldade” (o abandono do lar e dos filhos), a resposta veio, firme, com Os fantasmas. O convívio ganha contornos sinistros. Se Nora – por hipótese – não houvesse partido, as conseqüências teriam sido terríveis... Como quem passa da condição de pseudo-vida, como a das bonecas, para a de não-vida, dos fantasmas, da pura maldição. E temos na lembrança as figuras dostievskianas, arrasadas por um mal secreto, torturando Gávrilas, Rogójins e Míchkins, a seguir, pelas trevas, da culpa à expiação. Em Ibsen, a urgência e a liberdade varrem dos céus as nuvens – luteranas – do pecado. Seus personagens são mais kirkegaardianos. Mesmo quando aparentemente harmoniosos. Não ter desespero é uma forma de desespero... Ibsen despreza a culpa. E persegue a verdade. Além da cena – quando a peça atinge uma pétrea inflexão. E tudo começando e terminando – insiste Kirkegaard – pelo casamento: uma espécie de maldição dos átridas, passando de geração em geração, como a sífilis, em Os fantasmas, ou o suicídio, em Hedda Gabler. Mesmo assim – dentro do fluxo hereditário – como são fortes seus personagens femininios!... Como distam dos de Victorien Sardou, levados à ópera por Giacomo Puccini, como a Tosca, a ponto de morrer por seu amor. Em Puccini-Sardou, o sacrifício de si. Em Ibsen, a descoberta. Terror e beleza andam inseparáveis. Como aquela atmosfera de A cidade morta, de D’Annunzio, em meio à escavação das ruínas gregas, no combate entre natureza e cultura. A verdade, acima de tudo. Por mais volátil, subjetiva e perigosa. Não há outra... Para Ulfheim, caçador ibseniano de Quando nós, os mortos, acordamos: “A princípio nada é perigoso. Mas, inespera- 12 ComunitàItaliana / Novembro 2006 Dezembro 2006 / ComunitàItaliana 13 entrevista Fotos: Agência Foto 30 O brilho de uma “Eu apostei na educação. Então eu quis aprender línguas porque eu sabia que o mundo é vasto. Não é só o Ceará” estrela Nascida em Uruburetama, em 1941, a cearense Florinda Bulcão, ou Bolkan, como foi batizada no exterior, radicou-se na Itália e visita o Brasil todos os anos, mais precisamente o Rio de Janeiro onde mora a família. Na ocasião da 30ª Mostra Internacional de Cinema, em São Paulo, Florinda participou da coletiva do júri, que iria trazer os indicados ao prêmio. O destaque nesta edição do evento ficou para a exibição de filmes do cenário político italiano dos anos 60 e 70 nos quais Florinda foi uma das musas dos diretores. “Eu acho que o cinema italiano na época em que eu estava lá alcançou o ápice, o que tinha de mais criativo”, analisa Bolkan. C Marcos Petti omunitàItaliana - Que diferenças você vê entre a Florinda atriz e a diretora? Florinda Bolkan - Bom, como atriz eu fiz 50 filmes ou, talvez, até mais e, como diretora, fiz um até agora. Eu acho que foi um crescimento, um grito de liberdade. Uma coisa é você atuar e outra é julgar a atuação de outras pessoas e dar a direção de como representar. Então, foi um passo a mais, eu subi um degrau. CI- Como você começou a sua carreira no Brasil e com quais diretores trabalhou? Florinda Bolkan - Infelizmente eu tenho que lhe dizer que nunca trabalhei aqui. Eu fui para Paris. Eu era bastante jovem. Foram umas férias que depois viraram o turning point da minha vida. De Paris fui para Roma. Ao me despedir da Europa para voltar, encontrei um grupo que era naturalmente o mais hot que tinha, o do Visconti. Ele fez um teste, o provino, como eles chamam na Itália e, a partir desse teste, eu comecei a trabalhar. CI- Então foi o Luchino Visconti que a lançou... 14 Florinda Bolkan - Foi ele o responsável (risos). CI- Quando você nasceu seu pai tinha 60 anos e se casou com uma jovem de 18 anos. É verdade? Florinda Bolkan - Minha mãe era muito jovem e meu pai era um senhor. Meu pai a conheceu quando tinha 12 anos e disse: “Eu vou casar com essa menina”. Ninguém acreditou. E depois ele se casou com ela. É uma história muito linda. CI- Mas você chegou a ter contato com seu pai? Como foi sua relação com ele? Florinda Bolkan - Meu pai morreu quando eu era muito pequena. Lembro-me pouco dele. Só sei que ele existiu. Eu tenho uma idéia dele através da biblioteca que ele tinha. Meu pai era um poeta, foi deputado duas vezes e um intelectual. Ele tinha a melhor biblioteca do Ceará, que acabou sendo doada para o Instituto Cearense de Letras. Foi nela que eu comecei a ler e a sonhar com a Europa. CI- Aqui no Brasil você trabalhou com o Fábio Barreto? Florinda Bolkan - Eu trabalhei com o Fábio em “Bela Donna” ComunitàItaliana / (1998). Fiz uma mulher de pescadores. Foi uma experiência muito gratificante embora eu não tivesse que mostrar nenhuma beleza, nenhuma sofisticação. Eu voltei às minhas raízes de cearense. CI- Foi uma homenagem a você? Florinda Bolkan - Não, não. A atriz principal era uma americana. Era uma história que se passava no Ceará e a ‘bela donna’ era essa menina americana que tinha vindo com o marido. Eu era a mãe do rapaz que se apaixona por ela. É uma história muito, muito interessante. Principalmente pra mim foi interessante. Às vezes, é difícil você parecer feia, mais velha e paupérrima. Gostei muito de fazer esse papel. CI - A mídia fez uma crítica negativa do “Eu Não Conhecia Tururu” (2002), que foi o seu primeiro filme como diretora. Como você recebeu essa crítica? Florinda Bolkan - Eu aprendi, principalmente não morando no Brasil, durante minha carreira, que a crítica era sempre muito negativa comigo. Mas lembro do que dizia Giuletta Masina, mulher do Fellini. Um dia eu estava triste por- Dezembro 2006 que a crítica não tinha sido exatamente como eu pensava e ela me disse: “Florinda, não se preocupe porque em Napoli, os jornais saem, os napolitanos lêem, depois eles jogam no lixo e os pobres se limpam” (risos). A gente esquece. O importante é que você continue, persevere, melhore. Aquele filme foi o possível que eu fiz. Foi minha alma. Ele ganhou dois prêmios. Você não pode dizer que um filme é horroroso quando tem duas atrizes que ganharam um prêmio em Gramado. Então, calei a boca. Vou fazer um próximo brevemente, espero. E continuo com minha coragem e a consciência de que estou fazendo alguma coisa boa. Pra mim, pelo menos. CI - Há quanto tempo você está na Itália? Como vê a trajetória do cinema italiano do final dos anos 90? Florinda Bolkan - Eu estou na Itália desde 1967. Eu acho que o cinema italiano, na época em que eu estava lá, alcançou o ápice, o que tinha de mais criativo, embora o Visconti já fosse um senhor, como também Patroni Griffi, Dino Risi, e todos os grandes diretores daque- les anos. Eles já tinham uma certa idade, não eram mais os jovens dos primeiros filmes. Tanto que eu já cheguei pensando que tudo tivesse acabado. Mas estava explodindo. O mais jovem era Elio Petri que fez o filme mais extraordinário do momento. Um filme italiano que ganha o Oscar tem o seu mérito. CI - Qual foi esse filme do Petri? Florinda Bolkan - “Indagine su un Cittadino al di Sopra di ogni Sospetto” (1970), que é o filme pelo qual eles (a Mostra) estão fazendo uma homenagem àquele período. Foi o filme que ganhou o Oscar, foi um momento que a cinematografia italiana deu um impulso muito importante. CI - E depois... Florinda Bolkan - Depois eu acho que arrefeceu. Ficou menos político e mais humano. Entrou mais nos problemas familiares, problemas humanos de amor. O próprio Nanni Moretti fez o “Caro Diario”. É um filme leve, Conta sobre uma passagem humana dentro de problemas que são normais na vida, mas que afetaram ele numa cidade como Roma. Eu acho que tem várias leituras do cinema italiano. O cinema, neste momento, atravessa um período [e espero que eu não esteja errada] de crescimento. Tem muitas pessoas fazendo cinema e que isso seja um “empurrão”. Não se pode negar que o cinema italiano tenha ainda grandes representantes. CI - Então o cinema hoje está nas mãos de uma nova geração? Florinda Bolkan - Totalmente. Os mais velhos pararam um pouco de fazer e está mais nas mãos dos jovens. Tem um sangue novo que, talvez, possa trazer grandes novidades. CI - Você certamente acompanha as notícias daqui. Como foi para você a atuação do governo atual e o que tem a dizer para o futuro presidente? Florinda Bolkan - Eu acho que é sempre muito positivo apostar na novidade, em uma coisa que nós não conhecemos. Porque o que nós conhecemos já sabemos. O presidente Lula foi uma grande esperança, todo mundo apostou e, sinceramente, foi um pouco frustrante o ocorrido durante esses quatro anos. Acho que chocou um pouco a alma de todo mundo. E posso dizer que, pra mim mes- ma, foi um golpe forte porque nós estávamos esperando e apostando numa coisa linda. Isso não quer dizer que não melhore. Nós só podemos esperar que seja melhor. CI - Como é para você o Brasil visto de longe? Em que precisaria mudar? Florinda Bolkan - Eu acho que o Brasil visto de fora é mais bonito do que visto de dentro. Existe uma propaganda muito positiva lá fora. O país deveria se preocupar com áreas que são totalmente, na minha opinião, esquecidas. Como a social, incluindo a pobreza, e a educação. Não sei se apostei na educação porque eu tive um pai poeta e vim do Ceará. Então, eu quis aprender línguas porque eu sabia que o mundo é vasto. Não é só o Ceará. O fato de serem negados o ensino, a saúde e a assistência a uma criança já pequenina é, para mim, o maior delito que um governo pode cometer. As crianças são o espelho do nosso futuro. Se nós não dermos a elas alimento, educação e saúde, crescerão com ódio, com rancor e paupérrimas pois não têm nem onde se apegarem para que criem o próprio futuro. Pra mim, o Brasil tem se negado realmente a ver essa situação que é muito problemática aqui e no Ceará. Hoje, eu saí e vi pessoas dormindo na rua. Não deveria ser assim. Quando você lê as cifras que eles admitem serem gastas nisso e naquilo, vê a inverdade. Eu estou num país em que a vida melhorou sim, mas melhorou para uma elite. Pra mim seria prioridade melhorar o nível de vida. Os países do primeiro mundo, como nós chamamos, apostam um pouquinho aqui e ali. Na Itália, o médico della mutua te dá o remédio. Eu fiquei fascinada com o que aconteceu há quatro anos. Como é que nós somos roubados com o que está acontecendo? Mas quem esquece? Eu não esqueço. Temos que ser conscientes de que Dezembro 2006 / alguma coisa não está funcionando. Deveria funcionar... CI - E a sua vida pessoal hoje? Florinda Bolkan - Eu estou muito contente. Vivo na Itália. Tenho uma criação de cavalos, que é uma coisa de infância, vem lá do Ceará. Gosto muito da Campagna, vivo a 50 km de Roma, em Bracciano. Tenho uma vida muito tranqüila, não tenho uma vida de star. Sou muito amada e respeitada na Itália. Vivo muitíssimo bem com a minha estrutura psíquica e física. Tomo muito cuidado com o físico porque acho que a idade vai passando. Agora... o tempo passa. Não é que eu sou mais aquela. Eu sou uma outra mulher. Eu tenho uma ong, a Florinda Bolkan, que começou no Ceará e pretendo expandir em outras áreas, aos poucos. Ah, é hora de ir. CI - Só para concluir: uma recordação que você tem da Itália e do Brasil. Florinda Bolkan - Bom, eu posso dizer que devo meu nascimento ao Brasil e sou ligadíssima a este país. Porque eu sou como uma árvore: nasceu naquele lugar e pertence àquele lugar. Mas eu fui dar frutos em outro lugar e o meu coração está lá. Eu amo a Itália. Amo. É um lugar onde devo tudo, devo tudo o que possuo. ComunitàItaliana 15 economia È tempo di affari Si scaldano i rapporti tra Brasile e Italia. Conclusa tappa italiana della missione imprenditoriale. Arrivederci ad aprile in Brasile I Ana Paula Torres e Guilherme Aquino in Italia per partecipare al Forum “Destinazione Brasile” e per invitare personalmente gli imprenditori italiani ad investire in Brasile. Quella era soltanto la prima di una serie di iniziative che sarebbero state organizzate per cercare di intensificare gli scambi economici tra il Belpaese e il Gigante sudamericano. Nel marzo scorso, un gruppo di oltre 200 imprenditori italiani si è recato in Brasile per conoscere da vicino la realtà del paese e stabilire dei contatti di collaborazione con gli imprenditori locali. Durante quella programmazione, sono stati realizzati circa 2mila incontri bilaterali. Dal 20 al 27 ottobre scorsi si è svolta invece la seconda parte della missione imprenditoriale positivamente produttiva la cooperazione tra Italia e Brasile. “Un grande pilota brasiliano – afferma – su una straordinaria macchina italiana: è il miglior esempio di collaborazione”. Montezemolo ha poi sottolineato che il mercato brasiliano rappresenta un’opportunità che le imprese italiane, soprattutto le piccole e medie, devono cogliere, non solo per le potenzialità di un paese che cresce e che sta attuando forti riforme strutturali, ma anche perché il Brasile può diventare una piattaforma per gli altri mercati del Sudamerica. “Il nostro obiettivo – ha detto Montezemolo – è quello di spingere, come Confindustria, le piccole e medie imprese ad incontri faccia a faccia con potenziali patner’’. Inoltre il presidente degli industriali ha sottolineato anche le intenzioni dell’Italia nei confronti del Brasile. ‘’Il nostro Fotos: Ana Paula Torres rapporti commerciali tra Brasile e Italia possono e devono intensificarsi per il bene dei due paesi. E’ così che la pensano i rappresentanti di governo e imprenditori che hanno partecipato alla missione imprenditoriale Brasile-Italia svoltasi a Roma, Milano, Vicenza e Parma. Buoni i primi risultati che indicano un aumento degli scambi commerciali nel 2006. Dopo questo incontro autunnale in Italia, il prossimo appuntamento sarà per l’aprile 2007, quando un’altra missione imprenditoriale, questa volta comandata dal ministro Emma Bonino, si recherà in Brasile per proseguire con le attività di avvicinamento commerciale tra le due nazioni. Nell’ottobre 2005, il presidente Luiz Inácio Lula da Silva arrivava con la visita degli imprenditori brasiliani in Italia. Roma è stata la prima tappa del viaggio, dove ai partecipanti della missione è stato offerto un raffinato cocktail di benvenuto presso le sale di Palazzo Pamphilj, sede dell’Ambasciata del Brasile. Il forum “Italia e Brasile”, prima attività programmata, è stato realizzato presso la sede della Confindustria. Ad iniziare i lavori, Luca Cordero di Montezemolo, presidente della Confindustria, nonché della Fiat, una delle aziende italiane più note in Brasile, e presidente della Ferrari, che il giorno precedente aveva sì perso il campionato con Michael Schumacher, ma vinto la gara del Gran Premio del Brasile con Felipe Massa, la nuova speranza brasiliana. Questo fatto a Montezemolo non è per niente sfuggito ed è servito per fare un esempio di quanto possa essere 16 ComunitàItaliana / Dezembro 2006 Il proprietario della Mix Brasil, Eduardo Arietti obiettivo – ha proseguito – vuole essere anche quello di una porta per l’Europa per gli imprenditori brasiliani’’. Montezemolo ha poi ricordato: “La Fiat è leader di mercato in Brasile e puntiamo al Brasile per una forte ricerca di carburante alternativo’’. Per il leader di Confindustria ‘’la presenza di aziende in Brasile come Fiat e Pirelli è di vecchia data e ha permesso, sulla scia di queste aziende, l’ingresso di più di 40 aziende fornitrici nel paese sudamericano’’. Secondo Paulo Skaf, presidente della Fiesp (Federazione delle industrie dello stato di San Paolo), le iniziative organizzate lungo quest’anno hanno già cominciato a dare risultati positivi. Le stime per il 2006 sono di un aumento del 20% del flusso commerciale tra Brasile e Italia, circa il 40% in più di quello degli ultimi quattro anni. Mantenendo questo ritmo, la meta è quella di arrivare al 2008 con un flusso di 10 milioni di dollari, cifra ancora modesta se considerati i potenziali di entrambi i paesi, ma sicuramente più consistente dei 4 milioni di dollari degli ultimi anni. Per Emma Bonino, ministro per le politiche europee e commercio internazionale, intervenuta anche lei al forum, il Brasile rappresenta una grande opportunità per la imprese, soprattutto per le piccole e medie, che compongono la maggior parte del tessuto industriale italiano. “Con il Brasile – ha affermato - abbiamo un rapporto soddisfacente, in aumento e in crescita. La nostra ferma convinzione è che questo rapporto positivo e soddisfacente può e deve dare molto di più. Le modalità della crescita eco- nomica – ha aggiunto - possono consentire l’incremento dei nostri rapporti economici’’. Per lei, l’obiettivo della missione degli imprenditori brasiliani in Italia e anche quello dell’aprile 2007 degli italiani in Brasile deve essere di portare dei risultati per rafforzare la reciprocità delle imprese. Per quanto riguarda invece il Wto (Organizzazione mondiale per il commercio), Bonino ha comunicato: “con il mio omologo Luiz Fernando Furlan abbiamo ribadito l’interesse ad una ripresa e ad un rilancio dei negoziati il più presto possibile. La crescita dei nostri rapporti politici, culturali, economici con il Brasile – ha aggiunto – spero che siano il volo per accelerare anche il dossier Unione Europea-Mercosur’’. In seguito al forum, si sono svolti gli incontri bilaterali tra le imprese brasiliane e italiane. L’iniziativa ha portato alla conclusione di accordi di collaborazione tra aziende che avevano partecipato anche all’incontro di marzo in Brasile. Altre, invece, hanno avuto modo di fare un primo contatto, com’è il caso di due imprese del settore di calzature femminili della città di Jaú, nello stato di San Paolo. Per i loro proprietari partecipare a questa missione è stata una prima esperienza per sentire più da vicino come funziona il mercato italiano e approfittare per dare un’occhiata alle vetrine e capire quali saranno le tendenze della prossima stagione. – È la prima volta che partecipo ad un evento di questo genere. – spiega Eduardo Arietti, proprietario della Mix Brasil, azienda produttrice di calzature femminili – Sono venuto per presentare il nostro prodotto e per avvicinarmi alla realtà italiana. Non credo sarà possibile realizzare qualche accordo di collaborazione così subito – aggiunge – ma l’importante è fare dei contatti e pensare al futuro. Arietti ha inoltre sottolineato che un viaggio in Italia era già in programma per l’anno prossimo, per conoscere la terra di origine della sua famiglia. Partecipare alla missione è stata allora un’ottima scusa per anticipare l’arrivo in Italia. – E poi, voglio anche approfittare per vedere le tendenze della moda per la prossima stagione – confessa. Robson Braga de Andrade, presidente della Fiemg (Federazione delle industrie dello stato di Minas Gerais) racconta che durante l’incontro di marzo in Brasile, nel solo stato di Minas Gerais, perciò escluse le tappe di San Paolo e Rio Grande do Sul della missione imprenditoriale, sono stati realizzati oltre 700 incontri bilaterali tra le imprese locali e quelle italiane. In molti casi c’è stata una successiva concretizzazione delle collaborazioni nell’ambito dell’importazione ed esportazione. Andrade ha poi dichiarato che le istituzioni di Minas Gerais sono in trattativa per riuscire a portare nello stato delle aziende italiane presenti nel settore dell’ingegneria e apparecchiature meccaniche. – Viviamo un momento molto opportuno per l’ingegneria che pare sarà di lunga durata, cosa che potrebbe contribuire agli investimenti nel settore meccanico, soprattutto per la produzione di macchinari da essere utilizzati in diversi segmenti dell’industria brasiliana. Per Andrade, il Brasile significa poi una piattaforma di esportazione per tutta l’America Latina estremamente importante per le imprese europee. – Il Brasile – afferma – è il paese migliore per arrivare su tutto il mercato latinoamericano. Il presidente della Fiemg considera di grande importanza gli incontri bilaterali che si svolgono durante le attività delle missioni imprenditoriali, ma sottolinea: “A volte sono un po’ frustranti perché le persone credono che faranno gli affari in breve tempo e non è così.” Per Carlos Eduardo Abijaodi, manager del Centro Internacional de Negócios dello stato di Minas Gerais, la globalizzazione ha portato allo stesso tempo un vantaggio e uno svantaggio agli imprenditori. “Oggi – spiega – è necessario approfondire le conoscenze e capire cosa l’altro può “Le stime per il 2006 sono di un aumento del 20% del flusso commerciale tra Brasile e Italia, circa il 40% in più di quello degli ultimi quattro anni.” Paulo Skaf Il ministro per le politiche europee e comercio internazionale, Emma Bonino Dezembro 2006 / ComunitàItaliana 17 Roma economia Ana Paula Torres 1) Il presidente dell’ICE, Umberto Vattani e l’ambasciatore del Brasile, Adhemar Bahadian. 2) Il manager del Centro Internacional de Negócios dello stato di Minas Gerais Carlos Eduardo Abijaodi 3) Il presidente della Fiemg, Robson de Andrade offrire per complementare il tuo lavoro. In passato non avevamo questa preoccupazione, esisteva solo una conoscenza molto superficiale dell’altro. Oggi – continua – è necessario diventare forti attraverso le alleanze strategiche.” Per Abijaodi, un punto favorevole è la somiglianza tra l’economia brasiliana e italiana. “L’economia italiana vive al 90% delle piccole e medie imprese. In Brasile, – dichiara – abbiamo oggi un potenziale da sviluppare con piccole e medie imprese. Perché il Brasile non sarà mai una Cina di grandi produzioni. Il nostro prodotto – aggiunge – sarà sempre differenziato, con valore aggregato. Il Brasile è innovativo, il nome Brasile è carismatico. E noi sappiamo lavorare bene.” A Roma sono stati realizzati anche dei seminari tecnici che hanno affrontato i seguenti temi: l’internazionalizzazione delle piccole e medie industrie, l’infrastruttura e l’edilizia, l’ambiente, etanolo ed altre fonti 18 energetiche alternative, e cooperazione finanziaria. Durante il suo soggiorno romano, il ministro per lo Sviluppo, industria e commercio estero del Brasile, Luiz Fernando Furlan, ha avuto modo di incontrarsi con Giampiero Benedetti, un rappresentante del gruppo Danieli-Ceará Steel, che è responsabile per la siderurgica del Ceará e ha già investito circa 100 milioni di dollari nella produzione di acciaio in questa regione del Brasile. Durante l’incontro, l’imprenditore ha comunicato che l’azienda investirà altri 400 milioni nello stato, durante i prossimi quattro anni. Il ministro brasiliano si è riunito, inoltre, con il vice-ministro per il commercio internazionale italiano Gianfranco Caprioli. Durante il colloquio, è stata individuata la possibilità che entrambi i governi firmino accordi nei settori della biotecnologia e nanotecnologia, nonché in altri campi di interesse reciproco. ComunitàItaliana / Dezembro 2006 Mercadinho de Natal E stá de volta o tradicional mercadinho de Natal da praça Navona, no centro de Roma. Composto por 111 barracas que exibem e vendem artigos natalícios, o complexo está de cara nova. Agora os estandes devem seguir um modelo padrão tanto no tamanho como na cor, que deve ser o verde. Além de objetos e artesanato, o mercadinho também oferece opções de lazer para as crianças e muitas guloseimas. As atividades se encerram em janeiro, com a festa da Befana, no dia 6. Reprodução Divulgação 3 peso, ha riunito più di cento imprenditori brasiliani e italiani che vogliono abbattere frontiere e attraversare l’oceano Atlantico alla ricerca di nuove opportunità. Non è un caso che il dibattito si è avuto al Museo della Scienza e Tecnologia, a Milano. Il Brasile è uno dei principali obiettivi internazionali per la ‘esportazione’ del modello italiano della piccola e media impresa. Da qui il passo seguente della comitiva brasiliana: conoscere da vicino le realtà dei distretti industriali di Parma e Vicenza, conosciuti per la loro eccellenza nel settore della piccola e media impresa. E le partnership hanno tutte le carte in regola per avere successo. La base produttiva di ambedue i paesi è simile (considerando i distretti industriali e i sistemi economici locali a un inestimabile patrimonio culturale e di fiducia, le cui basi sono state lanciate dall’immigrazione italiana, molto forte in Brasile. Inoltre, i due paesi condividono le stesse opinioni e rispetto alle regole del commercio mondiale e stanno lottando contro un mercato globalizzato che minaccia la tradizionale industria di basso livello tecnologicol. Insieme, Italia e Brasile, unendo le forze, possono comobattere la minaccia che viene dalla Cina e dagli altri produttori asiatici. E questo senza tenere conto che il Brasile ha immense ricchezze minerali capaci di trasformarsi in un importante serbatoio/riservatorio mondiale di materie prime di prima necessità. — Stiamo ritornando qui con centinaia di imprenditori. Tra l’altro, la Fiesp con la presidenza del Consiglio dei Ministri sta già programmando la visita del presidente della Repubblica del Brasile, nel marzo del prossimo anno. Qui, in Italia, noto una certa preoccupazione, forse, con il nostro basso indice di crescita. Il Brasile era un paese che sarebbe potuto crescere dal 5 al 6%, ma si trova ben al di sotto di questo numero, e per ragioni già abbastanza conosciute. Noi, della Fiesp, speriamo che all’inizio del prossimo governo ci sia un’evoluzione, uno choc di gestione per sciogliere le corde, che permetta al paese un ritorno alla crescita per creare gli impieghi che sono necessari in Brasile – afferma a Comunità uno dei rappresentanti della Fiesp, Thomaz Zannotto. Ansa 2 Milano: maggiore esportatrice per il Brasile Milano è la capitale degli affari italiani. E, come non poteva non essere, palco dei principali incontri tra imprenditori brasiliani e italiani. Dopo la visita a Roma, la missione imprenditoriale del Brasile è passata per il capoluogo lombardo e per i distretti commerciali nelle città di Parma e Vicenza. È la provincia che più esporta per il Brasile (nel 2006 sono stati più di 192 milioni di euro, il 17,3% del totale nazionale). Dopo viene Torino, con 156 milioni in esportazioni e, al terzo posto, la città di Trieste. Milano è anche il primo comune con imprese carioca. Sono 407, circa il 14.2% del totale, davanti a Verona, con 355 (il 12,4% del totale) e Mantova, con 243 (l’8,5% del totale). Ossia, il nord Italia è concentrato in verde e giallo. Il primo passo è stato quello di stabilire le regole del gioco. Per incrementare il commercio tra i due paesi, è necessario conoscere a fondo gli strumenti finanziari e i servizi innovativi per viabilizzare le azioni concrete degli imprenditori brasiliani e italiani. Ed è stato giustamente questo il tema del primo incontro della missione in terra lombarda, con l’approvazione di una nuova linea di credito per favorire lo sviluppo e stringere i legami economici. Si è creato un finanziamento a media e lunga scadenza per l’acquisizione di beni come macchinari per l’industria. SACE, SPIMI, BID-RIAL, Promos, BNDES, Banco do Brasil, APEX hanno sviluppato una linea di azione comune. Il Joint Credit Facility ha come principali partner importanti istituzioni finanziarie brasiliane e italiane. L’accordo prevede ancora la costituzione di un fondo di investimenti bilaterale per favorire lo sviluppo di collaborazioni industriali e commerciali tra le imprese brasiliane ed italiane. — Il Brasile è uno degli orizzonti nel futuro mercato globale. E tutto questo rappresenta un significativo progresso del dialogo istituzionale con il paese – dichiara il presidente della Promos, Bruno Ermolli. Il seminario, promosso dalla Assolombarda, Camera di Commercio di Milano/Promos, Interamerica Development Bank e Regione Lombardia, partner di Casamento à italiana para Tom e Kate O casamento mais esperado do ano aconteceu no dia 18 de novembro em Bracciano, cidade de 13 mil habitantes, nos arredores da capital italiana. As estrelas hollywoodianas Tom Cruise e Katie Holmes provocaram o maior alvoroço em Roma, onde ficaram hospedados no luxuoso hotel Hassler, localizado no coração da cidade, em frente à praça de Espanha. O casal escolheu um cenário de contos de fadas para selar a união. A celebração, seguindo o rito da seita de cientologia, da qual Tom e Katie fazem parte, aconteceu no castelo Odescalchi, construído no século 12 e definido como um dos mais luxuosos da Europa. A prefeitura da cidade presenteou os noivos com uma réplica do castelo. Os preparativos também mantiveram toda a pompa. O casal não quis economizar em nada [estima-se que a comemoração custou ao todo US$ 1 milhão] e, entre um dos itens do casamento, o que mais chamou a atenção foi o bolo. Com cinco andares, o doce foi todo recheado com Brasil cantado I ntitulado “Onda tropicale”, o mais recente trabalho da famosa cantora romana Fiorella Mannoia é totalmente dedicado à música brasileira.“Este disco chega como conclusão de um caminho muito longo durante o qual amadureci o desejo de contar a história de um povo, de uma terra extraordinária, de uma atmosfera única e mágica, afirma a artista. Neste cd, ela canta seis faixas em português e outras em italiano, formando duetos com grandes nomes da MPB, como Milton Nascimento, Gilberto Gil, Chico César, Djavan e Carlinhos Brown. mousse de chocolate e decorado com rosas feitas de marzipan. Um dos momentos mais bonitos da festa foi quando Katie e Tom desceram de uma rampa de pedra ao som de tambores e com bandeiras medievais. Todo o local estava decorado com flores brancas. Poucos foram os convidados italianos. Estavam presentes o prefeito de Roma Walter Veltroni, amigo de longa data de Tom; o estilista Giorgio Armani responsável pela organização do evento e trajes dos noivos; e o cantor Andrea Bocelli, que fez uma apresentação durante a recepção. Bom apetite! E Ansa Fotos: Ana Paula Torres 1 Dezembro 2006 m meio à natureza, a poucos quilômetros de Roma, o tradicional restaurante “La cuccagna” é uma ótima opção para um almoço ou jantar em companhia da família e ou amigos. Os pratos servidos são preparados com produtos locais e respeitando receitas antigas. Pela sua localização, próxima aos estúdios de Saxa Rubra, é bastante frequentado por personalidades do meio artístico ligados à televisão italiana RAI. O estabelecimento fica na Via Flaminia 1612, km 16.400. / ComunitàItaliana 19 perfil Horizonte promissor V Marcos Petti alentino Rizzioli acaba de assumir a presidência do Gruppo Esponenti Italiani (GEI), entidade que representa a atividade empresarial italiana em atuação no Brasil, e complementa a função das ações desenvolvidas pela Embaixada, consulados, do Instituto Italiano de Comércio Exterior (ICE) e do Instituto Italiano de Cultura (IIC). Ele ocupa o lugar do empresário Giuseppe Farini, da SipcamAgro, de São Paulo, por um período de dois anos. No Brasil, o GEI surgiu em maio de 2000. Trata-se do terceiro escritório no mundo, depois de Nova York e Londres. Nas reuniões mensais, na sede em São Paulo, o quadro se compõe de associados italianos e ítalo-brasileiros de destaque. — A finalidade é promover a integração, as idéias e as propostas de expansão dos negócios — diz Rizzioli. Os encontros permitem aproximar também personalidades do mundo político, empresarial e cultural. Entre os que já foram convidados para as reuniões, estão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-prefeito da capital paulista e atual governador eleito do estado, José Serra, o atual ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guido Mantega, e os ex-ministros brasileiros Luiz Felipe Lampreia, Pedro Malan, Pratini de Moraes, Guido Mantega e Luiz Dulci. Entre os italianos, o ex-ministro Adolfo Urso e o atual vice-premiê e ministro das Relações Exteriores, Massimo D’Alema. Rizzioli é formado em 20 Engenharia pela Academia Aeronáutica Militar de Pozzuoli e também fez cursos de especialização em administração de empresas e finanças. O GEI brasileiro criou na gestão anterior o Prêmio Américo Vespúcio [homenagem ao navegador florentino] oferecido a personalidades italianas e brasileiras em decorrência da contribuição dada para a aproximação econômica, cultural e social entre Brasil e Itália. — Já foram premiados o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, o ex-presidente italiano da Câmara de Deputados, Pier Ferdinando Casini, o ministro oriundi Luiz Fernando Furlan, entre outros — afirma. Valentino Rizzioli acumula ainda a função de presidente da Case New Holland (CNH), holding do grupo Fiat e líder mundial em máquinas agrícolas e equipamentos de construção civil, e de vice-presidente executivo da Fiat do Brasil. De todo o grupo, destacam-se setores produtivos como o de automóveis (Fiat automóveis), o de produção de máquinas agrícolas e de construção (CNH) e o de veículos industriais (Iveco). Em 2005, a CNH teve um faturamento de cerca de R$ 1,9 bilhão de reais, resultado que apresentou queda em relação ao ano de 2004, com aproximadamente R$ 2,8 bilhões de reais. Segundo a empresa, a crise do setor agrícola foi o fator que causou o declínio nos números. A desvalorização do dólar e a queda das cotações internacio- ComunitàItaliana / nais de commodities causaram a retração no mercado de agribusiness em 2005. Nesse mesmo ano, o mercado brasileiro de tratores apresentou recuo de 38,4% e, o de colheitadeiras, 72,6%. Apesar do resultado, a empresa, de um total de US$ 200 milhões, irá investir US$ 100 milhões no lançamento de novas máquinas agrícolas, nas unidades de Curitiba (PR) e Piracicaba (SP). Outros 80 milhões serão aplicados para gerar um aumento entre 10% e 15% na capacidade de produção de máquinas para a construção civil, em Contagem (MG), assumindo a participação de 36% no mercado. E 20 milhões de dólares serão usados para a modernização no sistema administrativo, que envolve os processos de pós-venda das duas principais marcas da CNH, a Case e a New Holland. Segundo Rizzioli, a decisão deste aporte de capital vem da matriz italiana. Na América Latina, o faturamento representa 8% da CNH Mundial, que foi de US$ 11,8 bilhões em 2005. O Brasil retém 50% das vendas totais na América Latina. Embora 2005 tenha sido um ano difícil para o mercado de caminhões no país, a Iveco, com sede em Sete Lagoas (MG), conseguiu aumentar suas vendas em 8,2%, com 4.363 caminhões vendidos e seu market share subiu de 4,6% para 5,2%. Na Fenatran do ano passado, apresentou oito novos produtos. Em relação às expectativas para o segundo mandato do presidente Lula, Rizzioli espera que o governo “mantenha suas boas realizações, como a responsabilidade na condução da economia, sem colocar em risco a estabilidade, promovendo um maior crescimento econômico”. — O Brasil precisa crescer. Parece que o presidente Lula te- Dezembro 2006 Rizzioli: integração, idéias e propostas de expansão dos negócios Divulgação Valentino Rizzioli assume presidência do Gruppo Esponenti Italiani (GEI) e fala da atuação do grupo Fiat no Brasil rá o Congresso como seu aliado e, por isso, poderia aproveitar o seu segundo mandato para aprofundar as reformas que não foram possíveis no primeiro, mas que são essenciais para o futuro do Brasil, como a reforma política, fiscal e a previdenciária, o que é muito trabalho para apenas quatro anos — avalia. Nascido em Calto, na província de Rovigo (RO), Valentino Rizzioli vive no Brasil desde 1969. Sobre a economia brasileira, ele analisa os prós e os contras. — Atualmente, o Brasil vive uma democracia consolidada na qual o conceito de responsabilidade fiscal foi finalmente compreendido. E isso dá um enorme passo para a discussão econômica. Mas o país precisa crescer. O problema a ser resolvido é: como avançar sem ameaçar a estabilidade? É o desafio do governo atual — declara. Mercado Internacional Rizzioli falou também à ComunitàItaliana sobre as taxas de importação brasileiras com a entrada de produtos italianos. — O Brasil é um país muito fechado ao mercado internacional. Deveria ser mais aberto. O país melhorou muito na sua competitividade. Deveria pensar na abertura de modo programático. Estabelecer uma data racional, definir as regras e cumprir o quanto prometeu. Seria uma tarefa importante que requereria grande empenho de todos. Mas, em compensação, todos teríamos muito a ganhar — ressalta. Sobre o panorama das empresas italianas no Brasil, Rizzioli diz que houve uma “gradual, mas continua diminuição da presença empresarial italiana no Brasil”: — Nos últimos anos, importantes empresas italianas deixaram o país. Além disso, empresas de outras nações, como as espanholas, foram mais agressivas que as italianas por aqui. Entre as quinhentas maiores empresas brasileiras, somente treze são italianas, contra 61 americanas, 17 alemãs, 16 francesas e 15 espanholas, segundo a revista “Melhores e Maiores” da Exame. Considerando a proximidade cultural entre os dois povos e a enorme população de origem italiana no Brasil, estes números são muito baixos. Estou no Brasil há mais Dezembro 2006 / de 30 anos. Apesar das oscilações da economia brasileira, não nos arrependemos nunca de ter acreditado e investido neste país. A perspectiva, a longo prazo, é fundamental para os empresários italianos que estejam pensando hoje em expandir os seus negócios. “O Brasil vive uma democracia consolidada na qual o conceito de responsabilidade fiscal foi finalmente compreendido” No ano passado, o faturamento líquido das empresas do grupo foi de pouco mais de R$ 16 bilhões, o que corresponde a cerca de 10% do faturamento da Fiat Mundial. Estima-se que no biênio 2006-2008 o grupo Fiat investirá no país cerca de R$ 3 bilhões. Das empresas privadas, o quadro de funcionários do grupo fechou o ano de 2005 com 28 mil empregados. Entre os indiretos, calcula-se que as atividades das empresas já tenham gerado mais de 100 mil. Das 15 empresas que o grupo Fiat detém, a iniciativa de se investir também na área cultural demonstra comprometimento, o que faz a diferença nas grandes corporações. É o que acontece com a Fundação Torino, de Belo Horizonte, fruto de uma parceria entre a Fiat e o governo italiano. A instituição oferece ensino bilíngüe desde a escola maternal até o ensino médio. Na mesma direção, a Fundação mantém um Centro de Línguas que promove o ensino da cultura e língua italianas. E mais recentemente, em fevereiro deste ano, foi criada a Casa Fiat de Cultura, também na capital mineira, que agrupa duas galerias a fim de hospedar exposições e eventos culturais de grande porte. Para o início de 2007, está prevista a exposição “Velocità” que dará abordagem ao desenvolvimento do design nas áreas de aviação e automobilística. ComunitàItaliana 21 arquitetura Presente de Natal italiano Instituto Europeu de Design e Prefeitura restauram Cassino da Urca e transformam o local em centro de pesquisa e ensino de design, moda, artes visuais e comunicação 22 Desta forma nasce sob o signo visionário e futurista que sempre marcou a instituição. O próprio nome Instituto Europeu de Design era inovador em 1966, quando foi criado em Milão. Naquela época ainda não tínhamos o conceito de União Européia que temos hoje. O IED Rio será um laboratório onde buscaremos soluções simples para problemas complexos, em profunda integração com as vocações criativas da cidade — conta. Segundo Paschina, todos os custos com o restauro do patrimônio cultural serão arcados pelo Instituto, assim como toda a instalação da sede, incluindo o mobiliário e os equipamentos. Em março do ano que vem, serão apresentados o projeto arquitetô- ComunitàItaliana nico com a maquete e os detalhes referentes aos custos e à obra. Mas de acordo com a Prefeitura do Rio, o IED investirá cerca de R$ 15 milhões na restauração. Em coletiva à imprensa o Prefeito Cesar Maia destaca a importância da parceria público-privada: — O fato mais importante desta parceria é a sua finalidade: intensificar a vocação natural da cidade, que é a criatividade e o entretenimento. O Instituto potencializará talentos, o que vai gerar um impacto na economia, através da qualificação de profissionais capazes de criar, inventar e produzir — ressalta. Sobre a recuperação do patrimônio cultural da cidade, Ce- Fotos: DIvulgação istória é o que não falta na cidade do Rio. São prédios tombados, esquinas com “vida própria”, calçadas famosas transformadas em pontos de encontros de poetas e músicos. Frutos de uma época em que bastavam um barzinho, um violão, um teatro para representar, um palco para cantar e um cassino para jogar. Décadas e décadas se passaram desde a inauguração do prédio, construído em 1922, que abrigou o lendário Cassino da Urca e o Hotel Balneário. O edifício, que também foi sede da primeira emissora de TV brasileira, a extinta Tupi [1953 a 1980], ficou por mais de 20 anos em estado de pleno abandono. Mas um acordo assinado entre a Prefeitura da cidade e o Instituto Europeu de Design (IED) que visa a restauração do imóvel trouxe ares de renovação ao espaço dando ao Rio um verdadeiro presente de Natal com validade de um quarto de século. Isso porque a parceria prevê o uso do local por exatos 25 anos e o contrato ainda é renovável por mais 25, em troca de revitalização. O motivo disso tudo? O imóvel será transformado na sede carioca do IED. O diretor-geral do Instituto, Stefano Paschina, diz que a vontade de realizar o projeto é antiga e que, apesar de já existir uma sede em São Paulo, o desejo se intensificou depois de oito visitas à cidade maravilhosa. A escolha do local, inclusive, foi devido à história de produção cultural do prédio. — O IED está completando 40 anos e decidimos marcar esta data com a instalação da sede no Rio. O prédio, que abrigou o Hotel Balneário, o Cassino da Urca e a TV Tupi, estava desativado há quase 30 anos. Abaixo, o imóvel em estado de deterioração Reprodução H Nayra Garofle / Dezembro 2006 sar Maia afirma que a restauração devolverá à população e ao bairro da Urca toda a sua beleza. — Um fato interessante é que durante a obra estão sendo encontradas peças de valor relativo, mas que resgatam os elementos de memória do Cassino, fato importante para as futuras gerações. As peças servirão para decorar a sede do Instituto — informa. As obras já começaram, mas o término integral da restauração do antigo cassino tem previsão para 2010. Porém, em 2008 os cariocas já terão, como parte cultural da cidade, o IED de portas abertas para os alunos. — Há dois prédios, um próximo à areia da praia e o segundo do outro lado da rua. Iniciaremos o restauro pelo que é próximo à praia recuperando a fachada original, descaracterizada pela ocupação da TV Tupi. Paralelamente, vamos reforçar a estrutura de todo o complexo construído e o muro que o recobre. Em fevereiro de 2008, inauguraremos a sede do IED no prédio instalado perto da praia e começaremos o ano letivo. Até 2010 esperamos estar como todo o projeto terminado — declara o diretor-geral. Paschina diz ainda que os interessados no IED Rio podem esperar uma escola com uma forte vocação internacional, com um enfoque de atenção sobre temáticas contemporâneas da sociedade e do ambiente. Isso vai oferecer atividades didáticas experimentais e inovadoras. Para o diretor-geral, a sede carioca será um centro que vai motivar e estimular os estudantes com atividades transversais em diferentes áreas, com projetos desenvolvidos em parcerias com empresas. — Teremos um corpo docente de profissionais de alto nível, inseridos no mercado. O IED tem uma forte vocação de intercâmbio e 70% dos professores serão buscados no mercado local. O restante virá da Europa. Os alunos terão ainda a possibilidade de começar o curso no Rio e continuar em Barcelona ou Milão — afirma. Sobre o comitê científico do IED Rio, Paschina é categórico e assegura que o Instituto já formou 55 mil profissionais de 85 países em seus 40 anos de existência. Sendo as- Dezembro 2006 / “O IED Rio será um laboratório onde buscaremos soluções simples para problemas complexos, em profunda integração com as vocações criativas da cidade” Stefano Paschina, diretor-geral do IED sim, de acordo com ele, há muitos brasileiros que foram alunos e professores da instituição. Eles agora ajudam na identificação desses profissionais. A filial carioca contará com cursos de comunicação, artes visuais, design e moda. Além disso, o IED colocará à disposição da Prefeitura, bolsas de estudo em quantidade equivalente a 10% do total das matrículas, abrindo vagas para estudantes de baixa renda. Em março de 2007, outro instituto será inaugurado, desta vez em Veneza. Segundo um dos diretores do IED, o centro estará voltado para a valorização dos bens culturais, desenhos de embarcação e produção audiovisual. — Assim como a filial do Rio, a de Veneza será dedicada a cursos de formação superior e pósgraduação, seguindo a temática da cidade — conta. IED: uma trajetória de 40 anos Tudo começou em 1966, em Milão. Por 40 anos, o IED tem estabelecido parcerias com empre- ComunitàItaliana 23 arquitetura moda Glamour de exportação 2 Fotos: DIvulgação 1 1) Fachada do prédio descaracterizada pela TV Tupi; 2) Um dos muitos espetáculos realizados no Hotel Balneário; 3) Vista aérea do antigo Cassino da Urca sas, estratégia fundamental do seu sistema educacional, tanto durante o processo de formação, como nos eventos realizados no fim dos anos acadêmicos. Depois de Milão, foi a vez de Roma [1973], Turim [1989], Madri [1994], Barcelona [2002] e São Paulo [2005]. Atualmente, o Instituto é uma organização internacional que ministra cursos superiores de três anos, de atualização, avançados e pós-graduação Máster. Em toda a sua história, o Instituto Europeu de Design formou estudantes de 85 países diferentes e a ligação entre o Knowing e Knowing how to do [saber e saber fazer] é a premissa dorsal do desenvolvimento de habilidades e compe- 24 tências culturais, criativas e críticas que representam o segredo de seu sucesso. O IED pertence a organizações e associações acadêmicas como Cumulus [sob a seção Erasmus do Programa Sócrates, programa de educação transnacional da União Européia], ELIA [Liga Européia de Institutos de Artes] e IAA [Associação Internacional de Publicidade], que formam uma rede de parceiros para trocas de programas culturais e educacionais e, entre outras coisas, possibilitam organizar mostras importantes como “Made in Italy” e “Italian Design”, realizadas na Itália e em outros países. Cassino da Urca: um lugar cheio de histórias para contar Nos anos 20 foi construído um edifício, localizado no bairro da Urca, com a finalidade de atrair turistas. Antes de se transformar em Cassino da Urca, o Hotel Balneário, com seus 34 aposentos foi uma das contrapartidas exigidas pela Prefeitura no contrato de concessão para a urbaniza- ComunitàItaliana / ção do bairro. Desta forma, também foram lançados, nas praias do Russel e do Flamengo, os hotéis Glória e Central e, na “princesinha do mar”, o Copacabana Palace. Logo depois, na década de 30, o Hotel Balneário da Urca literalmente “abriu o jogo” seguindo a tendência da época. No teatro pertencente ao espaço, reinavam artistas como Dalva de Oliveira, Emilinha Borba, Marlen, Dick Farney, Grande Otelo, Virginia Lane, Manuel Pêra e Paulo Silvino. Foi ali também Disney com um show especial para o convidado, com Russo do Pandeiro e Linda Batista. Relembrando um pouco mais de história, o governo de Getúlio Vargas, conhecido como o Estado Novo, havia terminado há menos de um ano quando o jogo de azar foi proibido, em 1946. Os espetáculos e as boates poderiam continuar funcionando, mas o bacará [jogo de azar com cartas] foi interrompido e as roletas tiveram que parar de rodar. Assim, sem as suas principais atrações, em pouco tempo o prédio do cassino estava abandonado. TV Tupi: marco da TV Brasileira O grande empresário da época, Assis Chateaubriand, presidente da empresa de comunicação Diários Associados, abriu seus estú- Q ual a mulher que não gostaria de poder usar ao menos uma vez na vida um vestido longo preto e azul em dupla face assinado por Gianni Versace? Ou um vestido de coquetel curto em seda bordado de Giorgio Armani? Roupas que só são confeccionadas para a elite. Esses são apenas alguns modelos de peças únicas e originais criadas pelas mãos dos mais conceituados estilistas italianos do século 20. Elas fazem parte de uma coleção vinda do Museo della Moda e Fundação Cultural Sartirana Arte, de Pavia, na Lombardia. Ao total são 40 trajes de noite que o público pode ver de perto até o dia 17 de dezembro na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo. A mostra Abiti Gran Sera, que abrange trajes usados entre os anos de 1950 e 1990, é uma realização do Instituto Italiano de Cultura de São Paulo (IIC-SP), do Consulado Geral da Itália, da Em- “O Instituto potencializará talentos, o que vai gerar um impacto na economia, através da qualificação de profissionais capazes de criar, inventar e produzir” Cesar Maia, prefeito do Rio que Carmen Miranda vestiu sua primeira baiana estilizada dando início à sua carreira. — É um lugar cheio de história — afirma, emocionado, Stefano Paschina. Toda a produção artística que envolvia o Cassino da Urca se tornou uma usina de criatividade. Tanto que nos anos 30 foi criada uma agência de publicidade dentro do local para promover e divulgar os eventos. Em 1941, a casa recebeu a visita de Walt Dezembro 2006 dios, em 1953, na Urca. A TV Tupi, canal 6, do Rio de Janeiro, transmitia programas de auditório do mesmo prédio onde um dia havia sido o Hotel Balneário e o Cassino. A partir daí, a TV Tupi passou a veicular peças teatrais e novelas, antes transmitidas pelas rádios. No entanto, por ordem do governo federal, em 1980, a TV Tupi foi tirada do ar e teve sua concessão cassada. Desde então, o prédio do Cassino está fechado e em deterioração. Fotos: DIvulgação 3 Modelos exclusivos de Valentino, Versace e outros, que também vestiram musas do cinema, do teatro e da aristocracia são expostos na FAAP, em São Paulo Marcos Petti baixada da Itália e do Museu de Arte Brasileira (MAB-FAAP). Personalidades italianas e internacionais do cinema, teatro e, da aristocracia, já tiveram o privilégio de um dia usarem modelos exclusivos. Audrey Hepburn, no filme “A Princesa e o Plebeu” [1970], usou um vestido longo de cetim marfim, idealizado por Irene Galitzine, russa de nascimento, mas radicada na Itália e que já vestiu Sophia Loren. Quem não se lembra da lendária estrela do cinema, Ava Gardner, casada com Frank Sinatra, que fez, entre muitos, “A Hora Final” [1959], “A Sentinela dos Malditos” [1977] e, bem antes disso, vestiu em “A Condessa Descalça” [1954] um vestido longo em voile verde-água com corpete bordado, de Fernanda Gattinoni. Opiniões do público é o que não faltaram nesta exposição. Para os que viveram a “geração coca-cola” ou os “anos rebeldes” foi um momento de relembrar cenas de atrizes consagradas usando determinados vestidos. Apesar de toda a história existente por trás das vestimentas, o evento também teve um quê de novidade. Os mais novos que passaram pela mostra puderam conhecer um pouco de história, arte e estilo. — Eu estou achando fantástica. Vi esses modelos nos filmes — conta a comerciária Maria Luiza Lucchesi, de 46 anos. O que chamou a atenção também do seu marido, Victor Piccoli, 46, foi o vestido vermelho usado por Kelly Le Brock, em A Dama de Vermelho (The Woman in Red, 1984), mas, segundo ele, a cena visualizada do filme daria mais destaque. — Seria interessante uma foto ao lado para associar o filme a quem não lembra e para os mais jovens que não conhecem — opina. — Os modelos são atuais. A moda não mudou, mas as tendências estão voltando — observa a coordenadora psicopedagógica Emília Souza Aranha, 53. A diretora do IIC, Fiorella Piras, explica que a intenção foi mostrar a passagem, através do tempo, do uso de trajes do século passado para os da atualidade, estes últimos expostos na sala seguinte e produzidos pelas alunas de pós-graduação da FAAP. — É uma casa que está para ser fechada, onde os trajes estão dispostos em baús para partirem, para se mudarem. É o encerramento de uma época de hábitos — esclarece. Quem foi à exposição também pôde conferir o trabalho de Valentino. Ele já elaborou roupas para Nancy Reagan, mulher do ex-presidente Ronald Reagan, como uma saia curta de veludo e casaco bordado, expostos no caixote. Quem já viu o clássico do cinema italiano “La Dolce Vita”, de Fellini, não esquece o vestido curto preto em crepe com laço na frente desenhado por Sorelle Fontana e usado por Anita Ekberg e que está na exposição. Antecipando a abertura da mostra, a Câmara de Comércio organizou um encontro com especialistas em moda e história, onde foi possível discutir sobre as tendências do mercado das grifes italianas no Brasil e, claro, sobre a alta moda made in Italy. — O berço da moda contemporânea se inicia em Florença Dezembro 2006 / após a Segunda Guerra Mundial — explica o professor de História da Moda na FAAP, João Braga. Paola Paduan, responsável pela importação de marcas famosas como Ermenegildo Zegna, D&G e Giorgio Armani, em entrevista ao site www.textilia.net fala um pouco de cada estilo de marca. — Armani é clássico, coerente. Faz ternos e peças impecáveis para o dia-a-dia e, por isso, consegue atingir um público amplo. Gucci é mais para quem gosta de ostentar. Já a Prada é mais discreta, tem uma linha ampla, especialmente com os acessórios, e atinge um público vasto — detalha. Em relação à moda brasileira, Paduan pondera: — Não quero menosprezar a moda brasileira. Quando vejo o trabalho de Lino Villaventura, acho fantástico. Carlos Miéle e Alexandre Herchcovitch também são interessantes. Acho que a moda brasileira tem futuro mas, às vezes, ainda faltam matérias-primas mais cuidadosas como zíperes e outros aviamentos. São partes importantes que precisam ser aprimorados. — Precisamos só aprimorar nosso know-how, pois temos muita criatividade — complementa Braga. ComunitàItaliana 25 weekend notizie L´Unione si riunisce a BH U na trentina di persone dell’Associazione degli Amici dell’Unione di Minas Gerais si sono riunite a Belo Horizonte [capitale dello stato] per discutere di congiuntura politica italiana e brasiliana. Alla fine della giornata è stato approvato un documento finale che riporta i tratti principali della discussione ed indica le linee programmatiche dell’attività dell’Associazione per il 2007. In particolare, saranno avviati contatti coi partiti del centro-sinistra mineiro, sarà ampliato e reso disponibile ad altre associazioni il website dell’Unione di Minas Gerais e intensificato il lavoro di sensibilizzazione politica con gli elettori italiani del collegio. Solo un’italiana C’ è solo una top manager italiana tre le prime 50 donne più influenti nel mondo aziendale a livello globale: è Frida Giannini della Gucci. La graduatoria del Wall Street Journal Europe è guidata da Melinda Gates, moglie del co-fondatore della Microsoft, scelta per la sua attività nella filantropia, e vede Silvana Armani (moda) e Laura Ferro (farmaceutica) entrare nella classifica delle dieci donne più influenti d’Europa. Sfida italiana D opo aver vinto la sfida in tv, le fatine Winx, le più amate dalle ragazzine (sono le terze bambole più vendute al mondo e fatturano oltre 1 miliardo di euro con tutti i prodotti derivati), tentano ora l’avventura cinematografica. Il film in 3D è già in preparazione negli studi romani della neonata Rainbow CGI, una struttura per la produzione in computer 3D, figlia della Rainbow Spa, la società del giovane vulcanico Iginio Straffi diventata in 11 anni leader nell’animazione con ‘Tommy & Oscar’, ‘Winx’ e ‘Monster Allergy’. Il successo delle Winx è ormai planetario: la serie è in onda in 130 paesi, trasmessa con successo ovunque, compresi gli Stati Uniti e persino il Giappone, dove sarà il primo cartoon di produzione indipendente ad essere trasmesso in free television. Aver sfidato sullo stesso terreno dell’animazione giapponesi e americani è motivo di grande orgoglio per la Rainbow, una società nata nella campagna marchigiana (la sede è in un grande campo di girasoli), affollata di talenti tutti giovanissimi, e anche per Rai Fiction. Immobili: settore in crescita I l mercato immobiliare italiano nel 2006 continua a crescere (+1,2%), ma non come negli anni precedenti. Lo rileva il Centro Ricerche Economiche Sociali di Mercato per l’Edilizia e il Territorio (Cresme). Dopo il boom degli ultimi anni (+5,7% nel 2004, +3,7% nel 2005) il mercato risente della debolezza dell’economia. Le compravendite si spostano dai nuclei urbani alla periferia e ai comuni più esterni. Particolarmente rallentata la crescita nella provincia di Roma (+0,7%). Sul fronte dei prezzi delle abitazioni l’incremento è del 3,8% rispetto al 2005. PFM: nuovo progetto P er celebrare il 35° anno di attività la Premiata Forneria Marconi pubblica il progetto di musica e immagini ‘Stati di immaginazione’. Un progetto strumentale in otto brani nato da un’idea di Iaia De Capitani, manager della Pfm che ha pensato di fornire alla band l’ispirazione attraverso otto lavori visivi di una durata che va da poco meno di quattro a nove minuti e che dura, complessivamente, 52 minuti. ACIB: corsi saranno mantenuti D opo aver reso noto un comunicato ai suoi associati, in cui si annunciava l’intenzione di cancellare l’apertura di nuovi gruppi di allievi per il 2007, il presidente dell’ Associação Cultural Ítalo-Brasileira (ACIB), il medico Aldo Chianello, ha garantito che non ci sarà interruzione delle attività relative all’insegnamento della lingua italiana nello stato. L’ACIB protesta dicendo che il governo italiano non ripassa da due anni i sussidi per la manutenzione dell’entità, il che risulterebbe in un deficit di circa 300 mila euro nel preventivo annuo. — Siamo riusciti a regolarizzare i bilanci del 2002, 2003 e 2004. E il governo si è dimostrato disponibile alla risoluzione di questa situazione, quindi prima della fine dell’anno avremo una risposta quanto al saldo di 2005 e 2006 – ha spiegato Chianello. L’istituzione finora si è mantenuta con l’aiuto del console a Rio, Massimo Bellelli, che si è sforzato nei negoziati fatti con il governo. Pollini e Moschino I l gruppo Aeffe, presieduto da Massimo Ferretti, ha nominato due nuovi amministratori delegati alla guida di Pollini e Moschino. I due amministratori sono Antonella Tomasetti, che sarà a capo del gruppo Pollini e Thierry Andretta, alla guida di Moschino. Il gruppo Pollini è stato acquistato dal gruppo Aeffe nel 2001 con un fatturato di 65 mln di euro (+11%). Da Moschino, invece, Andretta eredita una società con un fatturato di 70 mln di euro e un giro d’affari di 200 mln di euro. Le pratiche e l’ efficienza di 100 anni di ufficio stampa nel mondo A San Paolo una conferenza per riunire le esperienze internazionali degli uffici stampa U na Conferenza Internazionale per festeggiare il 100º anniversario degli Uffici Stampa si è svolta a San Paolo il 10 novembre. Una pratica iniziata nel 1906 dal giornalista Ivy Lee, quando aprì il suo primo ufficio di comunicazione per svolgere le attività di assessorato presso il barone John Rockefeller. Dopo cent’anni, l’avanzo della tecnologia e delle pratiche moderne sono alleate dei professionisti di quest’area della comunicazione. Idealizzata dal Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e promossa dalla Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), la giornata ha contato sulla partecipazione di noti giornalisti brasiliani ed anche internazionali, che hanno aggregato all’incontro le esperienze dei loro paesi. All’apertura il professor dottor Gaudêncio Torquato, della Escola de Comunicação e Artes (ECA-USP) ha parlato della comunicazione imprenditoriale. Il presidente dell’Ordine dei Giornalisti Italiani (ODG), Lorenzo Del Boca, ha parlato della legge 150 regolamentata nel 07/06/2000, che disciplina l’esercizio delle attività di informazione e comunicazione nelle pubbliche amministrazioni. (M.P.) Italia: distacco alla Fiera della Provvidenza S olidarietà. È stata questa la parola che ha riunito 44 paesi e 15 stati brasiliani, distribuiti su 500 mila metri quadrati nel Riocentro, a Rio de Janeiro. E la partecipazione italiana alla 46ª edizione della Fiera della Provvidenza, realizzata dal 6 al 10 dicembre, ancora una volta è stata uno dei punti forti dell’evento. Questo perché, comandato dalla signora Matilde Bellelli, consorte del console, lo spazio destinato al paese è stato uno di quelli che ha richiamato più visite fin dalla prima ora di apertura. Pasta, pentole e vini attraevano l’attenzione dei visitatori, spinti specialmente dalla possibilità di preparare liste per il cenone natalizio e per i regali di fine anno. Oltre al console Massimo Bellelli, erano presenti il direttore generale della TIM Brasil, Francesco Luccati, e gli imprenditori Diego Tomassini e Rolando Monzani. Questi ultimi, inoltre, hanno accompagnato il lancio dello champagne Berlucchi, che arriva sulle gondole dei supermercati brasiliani verso la metà di gennaio, ed è stato offerto in degustazione ai clienti dello stand italiano. La bevanda farà parte della cena preparata dallo chef di cucina Francesco Carli, del ristorante Cipriani, nel Copacabana Palace. Gli introiti della Fiera sono destinati al Banco della Provvidenza, che presta assistenza a più di tre milioni di persone. Prodotti importati erano venduti con perfino il 50% di sconto e tra le novità dello stand erano in offerta occhiali, borse e profumi italiani. L’intenzione di battere il record di vendite e di essere il paese che avesse contribuito di più con la banca era la meta italiana, che è saltata dal 9° posto del ranking, nel 2004, al 2°, nel 2005. In quell’occasione, il 16% del totale ottenuto con l’evento proveniva dallo Stivale. (S.S.) Ligabue E sce domani nei negozi il dvd ‘Ligabue-Nome e Cognome Tour/2006’, box set con 5 dvd che include 4 concerti più contenuti speciali. Un anno, un unico tour, ma produzioni, scalette e musicisti diversi: tutto è stato documentato in modo fedele grazie alle registrazioni integrali di quattro concerti. Ad illustrare il ‘prima’ ed il ‘dopo’ di ogni show il rockumentario ‘Giorno per giorno’, diario della tournee realizzato con interviste e riprese di backstage. Dezembro 2006 / ComunitàItaliana 27 aluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSalut Vem chegando o verão Avanço na cura S Pratique exercícios com maior segurança e efetividade Consulte seu médico: Qualquer dúvida ou desconforto, procure orientação profissional. Realizar uma avaliação física para elaboração de um programa de treinamento será uma atitude de grande utilidade prática. Não se deixe levar por propagandas muitas vezes enganosas prometendo resultados milagrosos com outros recursos recomendados para substituir os benefícios do exercício ativo. Usar roupas adequadas: A função da roupa durante o exercício é proporcionar proteção e conforto térmico. Agasalhos que provocam aumento excessivo da sudorese devem ser evitados porque provocam desconforto e desidratação, não exercendo nenhum efeito positivo sobre a perda de peso. Hidratar-se: Deve-se ingerir líquidos antes, durante e depois de exercícios. A perda excessiva de líquidos e a desidratação constituem a principal causa de mal-estar durante o exercício. Sentir bem-estar: Escolha a modalidade e, sobretudo, a intensidade de exercício que traga prazer e boa tolerância. Ao fazer exercícios prolongados, ajuste a intensidade que permita sua comunicação verbal sem que a respiração ofegante prejudique sua fala. Esta é uma forma prática de ajustar uma intensidade adequada 28 ComunitàItaliana / Dezembro 2006 ar livre. É aí que as academias se esforçam para atrair mais adeptos. — Competir com uma praia, um parque ou uma Lagoa Rodrigo de Freitas é muito difícil e por isso as academias buscam novos programas e modalidades para aumentar o número de clientes. Mas, mesmo quem deseja realizar apenas sua caminhada diária, deve procurar orientação, pois o exercício mal feito e orientado causa o mesmo grau de problema, seja ele feito ao ar livre ou dentro de uma academia. O que muda, às vezes, é o mecanismo de lesão, como o impacto causado nas articulações no asfalto ou corridas feitas na areia da praia — salienta o médico. Ainda segundo o cardiologista, em se tratando do já batido tema “Ditadura da Beleza”, além das pessoas que correm para ter o corpo perfeito e não medem sacrifícios, há os que sempre pensam que não estão fortes o suficiente e continuam malhando para aumentar o tamanho de seus músculos [dismorfia]. — Tanto homens como mulheres são atingidos, mas os jovens normalmente são os mais acometidos por esses distúrbios — analisa. Luc Sesselle Reprodução quando as atividades são feitas em busca de um resultado em curto prazo. De acordo com o coordenador do departamento médico de futebol amador do Fluminense Futebol Clube e diretor do Centro de Avaliação, Reabilitação e Treinamento (Cart) do Hospital Procórdis, em Niterói, o cardiologista Gustavo Campos, o ideal para quem quer “fazer bonito” no verão é a prática regular de exercícios. — Nesta época, ocorre um aumento dos pacientes que buscam especificamente o corpo ideal em pouco tempo e por isso acabam se lesionando. Qualquer pessoa que inicie um exercício físico deve procurar um médico especialista para ser avaliada e orientada. Isso minimiza malefícios causados pelos exercícios quando realizados por pessoas com algum tipo de limitação física ou alteração clínica — explica Campos. Não dá para fazer milagres, mas é possível saber o melhor tipo de exercício e minimizar o risco de buscar um corpo ideal em apenas 30 ou 60 dias. Para tanto, é feita a anamnese [história médica do paciente]. Trata-se de um exame físico completo, direcionado para a parte cardiovascular e mioarticular. Dependendo da idade do paciente, da história familiar e de seu histórico médico podem ser solicitados exames complementares antes de iniciar qualquer sessão de exercícios. Quem não segue às orientações aumenta de duas a três vezes o risco de se lesionar. No caso dos problemas com o coração, o mais freqüente é a dor muscular conhecida como mialgia. Mas em muitos casos há as lesões musculares, como alerta o fisioterapeuta e acupunturista Marcus Tercio Caloiero. — As mais comuns são as tendíneo-musculares, como lesões musculares e tendinites, e algias de coluna, que podem ser causadas até mesmo por hérnia de disco. As partes mais atingidas são, portanto, ombros, cotovelos, joelhos e coluna. Como “punições”, os pacientes são submetidos a tratamentos fisioterápicos e com acupuntura, a repousos e, dependendo da lesão, podem também ser submetidos à intervenção cirúrgica — descreve. Para quem pensa que a questão resume-se aos “loucos por academias”, Gustavo Campos salienta que 2% da população da cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, pratica exercício ao Dupla imbatível O s brasileiros têm mais um motivo para festejar na hora das refeições. É que a combinação de arroz com feijão, tradição na culinária brasileira, é capaz de gerar boa parte dos nutrientes necessários para o organismo diariamente. O arroz é rico em amido e proporciona uma boa fonte de energia para o organismo. Além disso, é rico em ferro, proteínas e vitaminas do complexo B. O feijão, por sua vez, também contém ferro, outros sais minerais e é um dos vegetais mais ricos em proteína, absorvida e processada através da ajuda do amido encontrado no arroz. Reprodução S ol, mar, água fresca e férias. A expectativa por um verão arrasador é grande e tem levado centenas de pessoas a se prepararem para a estação de olho no corpo. A contar pela primavera [estação que só termina no dia 20 de dezembro com médias entre 22 e 30 graus], a temporada de exibição de corpos sarados em clubes, piscinas e praias parece já ter começado. Nesta época do ano, estima-se o aumento em cerca de 33% na busca por academias. Mas especialistas alertam: a prática de exercícios sem a orientação ou avaliação médica pode acabar em prejuízos à saúde e lesões graves. Os riscos aumentam Reprodução Sílvia Souza Polêmico mas eficaz V ários são os tabus contra o abacate. Uns dizem que provoca os famosos “quilinhos a mais”. Já para outros, o consumo não é recomendado aos portadores de hipertensão arterial e outras patologias ligadas à ingestão excessiva de gordura. Mas, nos últimos tempos, estudos comprovaram que o fruto também tem qualidades a serem apreciadas. Pesquisas feitas a partir da década de 90 demonstraram que o consumo moderado do abacate contribui para reduzir os triglicerídeos, o colesterol LDL e o colesterol total. Outras experiências feitas com diabéticos revelaram que, após um mês de consumo regulado do abacate, os pacientes apresentaram diminuição do índice glicêmico no sangue. A TV que alivia Reprodução Rumo à estação mais quente do ano, cresce a procura pela malhação em academias. Mas médicos alertam para a freqüência e o tipo dos exercícios ão encorajadores os resultados de um estudo piloto feito em nove pacientes com câncer colo-retal submetidos a uma imunoterapia. Os seis meses de tratamento aconteceram no Istituto dei Tumori di Milano. Durante o processo não houve a progressão da doença e não foi verificada a metástase. “É apenas o primeiro passo mas estamos chegando perto do momento da vacina que cura esses tumores”, informou um dos oncologistas da instituição. Fora gordura! O hábito de comer nozes depois das refeições pode auxiliar no combate aos danos de gordura nas artérias. Um estudo, realizado pelo Hospital Clínico da Universidade de Barcelona e publicado na revista da Universidade Americana de Cardiologia, mostrou que tanto o azeite como as nozes ajudam a reduzir a repentina inflamação e oxidação das artérias decorrente de uma refeição rica em gorduras saturadas. Para obter um bom resultado, os pesquisadores recomendam uma dose diária de 28 gramas de nozes. U ma equipe de pesquisadores italianos da Università degli Studi di Siena produziu um artigo científico sobre o efeito analgésico de ver televisão durante a retirada de sangue, publicado na revista médica “Archives of Disease in Childhood. O experimento foi feito com 69 crianças entre sete e 12 anos de idade, acompanhadas pelos pais. “Nossos resultados sustentam o benefício de introduzir um ambiente de distração durante procedimentos menores em crianças: o nível mais alto de dor relatado por elas durante os esforços das mães em distraí-las mostra a dificuldade que têm de interagir positivamente em um momento difícil”, concluíram os pesquisadores italianos. A dança do coração A lém de proporcionar momentos de prazer, bailar ao som da boa e velha valsa também pode fazer bem à batida e funcionalidade cardíacas. E mais do que qualquer outro exercício aeróbico. Pelo menos é isso que revela o estudo conduzido pela Azienda Ospedaliera Cardiológica G.M Lancisi di Ancona e apresentado em encontro da American Heart Association. O benefício que o ritmo traz se concentra no fato de que os fãs da valsa geralmente dão seguimento à prática da dança e, com isso, aumentam a realização de exercícios físicos. “Remédio” refrescante E la hidrata e é ideal para ser consumida em dias de calor. Rica em açúcar, vitaminas do complexo B e sais minerais, a melancia ainda possui apenas 33 calorias para cada 100 gramas. Mas os benefícios não param por aí. O fruto possui ainda excelentes propriedades diuréticas e, por isso, é recomendada aos que têm problemas renais, pressão alta e reumatismo. Além disso, o suco de melancia provoca a eliminação de ácido úrico. A eficácia desse verdadeiro “refresco” é também comprovada no tratamento da acidez estomacal, obesidade, bronquites crônicas, problemas de boca e garganta. Na hora de comprar, dê preferência para a melancia que tem casca firme, lustrosa e sem manchas escuras. Para quem não sabe, a melancia é originária da Índia. Dezembro 2006 / ComunitàItaliana Sa nja 29 Gj en er o Milão notizie Guilherme Aquino Buoni risultati T Tânia Rossari re mesi dopo l’inaugurazione ufficiale della sua fabbrica a Rio de Janeiro, la Falmec, marca italiana di attrezzature per cucina, già festeggia le vendite della sua linea nazionale. Attualmente, nella fabbrica a Bangu vengono prodotte 80 cappe al giorno, numero che dovrebbe arrivare a 120 già agli inizi del 2007. L’aspettativa iniziale della marca era che le vendite della linea nazionale corrispondessero al 30% delle vendite nel paese, ma questo numero ha già raggiunto la quota del 50%. La linea nazionale della Falmec è composta da otto modelli di cappa, che sono offerti al mercato a prezzi fino al 30% inferiori di quelli della linea importata dall’Italia. Questa riduzione del prezzo finale al consumatore si deve tanto all’uso di manodopera e materie prime nazionali, e anche dovuto al risparmio fatto con le tasse d’importazione. Questi risultati faranno che la marca concluda il 2006 con un giro di affari 15% superiore a quello del 2005, anno in cui l’operazione brasiliana ha fatturato R$ 15 milioni. Memória e Evolução A U na visione storica tra l’Italia e il Brasile di fine XIX secolo e inizi del XX è stata oggetto del “4º Corso Immigrazione Italiana nello Stato di San Paolo: dati storici e ricerca genealogica”, organizzato dalla Filef e dal Circolo Toscano, con l’appoggio del Memorial do Imigrante di San Paolo. Nel corso di quattro sabati, i partecipanti hanno avuto un’idea degli aspetti geografici e storici dei periodi dei due paesi e quindi come si è svolto il processo d’immigrazione degli italiani verso il Brasile. Condotto dal professore di storia e ricercatore di immigrazione italiana Virginio Mantesso Neto, il corso ha segnalato agli alunni come comporre dei dati per fare l’albero genealogico dei loro antenati trovando le informazioni necessarie su diversi siti web. Inoltre, ogni fine settimana un invitato speciale ha parlato di un tema legato allo scopo principale. Per conoscere meglio la storia di coloro che hanno fatto “la ‘Merica” sono state realizzate alcune visite guidate al Memorial do Imigrante e in fattorie nell’entroterra di San Paolo. (M.P.) Divulgação Immigrazione italiana a San Paolo Itália, saída de joelhos, pobre e arrasada, da Segunda Guerra Mundial, renasceu das cinzas e dos escombros da destruição. A indústria bélica deu lugar a de bens de consumo. O italiano, primeiro sobre as rodas de uma Vespa e depois enfiado dentro de uma Cinquecento da Fiat, começou a se destacar no campo do design, da indústria de ponta, aplicando na vida cotidiana do pós-guerra toda a genialidade da sua milenar cultura. Os resultados deste arco do tempo e de suas conquistas até os dias de hoje estão nas 350 fotografias expostas no Museu de História Contemporânea, em Milão. Elas retratam todas as mudanças da Itália ao longo do último meio século de existência. Expectativa milanesa A contagem regressiva para o Salão Internacional do Móvel, em abril, já começou. Pelo menos para encontrar vagas em hotéis e elaborar um pacote terrestre bacana pela Lombardia. Há empresas de turismo que estão organizando pacotes especiais destinados aos interessados em participar do maior encontro de designers do mundo. Depois, claro, para quem tiver tempo, vale a pena conferir outros lugares perto de Milão. Afinal, o Salão acontece na primavera, com dias mais luminosos e floridos. E com os Alpes numa esquina e a Riviera Italiana na outra, vale a pena dar uma “saidinha” de Milão para respirar outros ares. Divulgação Natal musical Il nuovo ufficio di Obiettivo Lavoro A desso tocca a San Paolo ospitare il nuovo ufficio di Obiettivo Lavoro dopo un anno stabilito a Rio de Janeiro. In una mattinata al CIEE l’agenzia di gestione di risorse umane italiana ha presentato i suoi progetti di collaborazione che intende iniziare nel capoluogo paulistano, mercato potenziale per trovare la mano d’opera interessata. «È una fase sperimentale, un momento di [sic] conoscerci. Siamo in Brasile per restarci», dice il direttore dello sviluppo, Maurizio Mirri. Come ha fatto a Rio, l’Obiettivo Lavoro cerca professionisti infermieri. L’area 30 ComunitàItaliana / Dezembro 2006 di automazione industriale e programmatori per l’informatica sono inoltre ricercate. La Camera di Commercio di San Paolo ha sottoscritto un accordo con l’agenzia per disponibilizzare dei servizi, come corsi formativi di lingua. Per il ministro console di San Paolo, Marco Marsilli, «È un lavoro tra i due partner che ci arricchisce e ci mostra le potenzialità dei due mercati. Come Consolato manterremo un’attenzione al progetto e faremo secondo la nostra legislazione», conclude. Per ulteriori informazioni potete scrivere a [email protected]. (M.P.) Novo restaurante T rata-se do “Pane e Acqua”, fruto de dois jovens apaixonados por culinária, os Teruzzi, e de uma designer veterana e famosa no mundo inteiro, Rossana Orlandi. Até aí nada demais. A questão é que você, além de comer muito bem, pode levar para casa a mobília do local. Claro, neste caso a conta fica um pouco mais salgada. A mesa da foto custa E 3.800 mas o menu tem preços muito mais em conta. Com E 20, 30 se “come” uma cozinha refinada e de muito bom gosto. O Pane e Acqua, tem apenas 35 mesas e fica na rua Matteo Bandello, 4, bem perto da estação Conciliazione, do metrô. cantor Sting vai dar o ar de sua graça aos milaneses nas festas natalinas. O cantor e compositor inglês, já quase um italiano por adoção [e apaixonado pela Toscana, onde ele possui uma villa] está voltando ao mercado com um disco novo. Nele, o ex-líder do The Police, grupo que marcou o mundo pop nos anos 80, volta no tempo, mas muito mais atrás. Ele embarcou numa aventura musical da idade medieval. O roqueiro vai se apresentar, no dia 13, na solene igreja de Santa Maria delle Grazie, perto do centro de Milão, a mesma onde está o afresco a Última Ceia, de Leonardo da Vinci. Se alguém duvida que a arte seja divina, aí está uma boa chance para confrontar a idéia. Para quem ficar de fora, está prevista a montagem de um telão na praça em frente. O mesmo espaço já tinha sido palco de leituras da obra de Dante Alighieri . Assim, podemos dizer que, a esta altura, todos estão “acostumados” com momentos solenes “profanos”. A igreja fica em Corso Magenta, na esquina com a Via Caradosso. Divulgação Guilherme Aquino CIEE O Dezembro 2006 Em breve no Brasil J á está chegando em terras brasileiras um dos melhores vinhos italianos da última safra. O “Supertuscan”, produzido pela Tenuta Sette Ponti, foi considerado, pela segunda vez, o primeiro vinho italiano entre os dez melhores do mundo, segundo a Wine Spectator, prestigiosa revista especializada. O feito deve ser comemorado e anunciado. O autor da façanha é o empresário Antonio Moretti. Ele trouxe para o campo das uvas a paixão pessoal pela bebida de Baco. O resultado foi o mesmo já alcançado pelo grupo do qual é o líder no setor do luxo e da alta moda. Da confecção de sapatos artesanais e sob medida para a cultura do vinho foi um passo. De Maremma e da Sicilia, Moretti extrai as uvas para ganhar o mundo. / ComunitàItaliana 31 meio ambiente italian style Discussão sobre uso de energia renovável chega ao Brasil impulsionada por sucesso na Itália o momento em que se discutem questões como o Tratado de Kyoto, a emissão cada vez maior de poluentes como o monóxido de carbono e a diminuição da camada de ozônio, que o Bioenergy World desembarcou no Brasil, mais precisamente em Salvador, dos dias 29 de novembro a 3 de dezembro. Sucesso na Europa, o evento, que apresenta profissionais discutindo tópicos sobre Bioenergia, desponta na América numa promoção da Consultoria Empresarial Brasil Itália (Cebi) e tenta mostrar um potencial pouco difundido: a bioenergia. Com origem na terra [da agropecuária (plantações e animais), das florestas e da gerência de resíduos], é o tipo de energia armazenada durante a vida das plantas, originalmente capturada através do processo da fotossíntese e que é classificada nas fases líquida, sólida e gasosa. A idéia de trazer o debate para as Américas surgiu quando a Cebi foi convidada para expor um painel em Verona, onde ocorreu o encontro europeu sobre o tema, em fevereiro. A intenção é que o evento seja realizado bienal ou anualmente. — Acontece que o Brasil, principalmente no nordeste, desperdi- 32 ça produtos que podem se transformar em energia. Queríamos associar a Bionergy a um grande evento de agropecuária, pois a produção de energias renováveis está ligada a esse setor. Precisamos sensibilizar os produtores sobre o destino final dos materiais gerados. Escolhemos Salvador para fugir do eixo Rio-São Paulo, onde o mercado está em vias de saturação — explica um dos diretores da Cebi, Massimo Ferrarese. Para tanto, além de nomes italianos e brasileiros, profissionais argentinos, austríacos, dinamarqueses e suecos apresentaram experiências e resultados do uso de biocombustíveis líquidos, tais Fotos: Divulgação N Sílvia Souza como o biodiesel e bioetanol; de biogás, que é feito a partir de resíduos agrícolas e animais; dos ecopellets [“comprimidos” de madeira triturada ou prensada utilizados no aquecimento de residências], além de outras fontes. A oportunidade ocorreu na Fenagro [uma das maiores exposições agropecuárias do país] que teve mais de 1.100 expositores e 300.000 visitantes. A Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro também apoiou o evento. — Enviamos um delegado e distribuimos material informativo sobre as oportunidades e ofertas no setor na Itália. E o governo italiano se fez presente enviando representante do Ministério do Meio Ambiente para a abertura da feira — conta o diretor da Câmara, Basílio Catrini. Especialistas afirmam que a bioenergia representa uma direção Pier Luigi Sarze Amadé, presidente da Fieragrícola de Verona prestigia o evento ComunitàItaliana / Dezembro 2006 “O uso da bionergia é rentável e sentimos que esse é o momento do Brasil. A compra de pellets é uma área que deve crescer.” Massimo Ferrarese são a sensação na Europa. Calculase que, em cinco anos, a demanda pelo produto triplique e o continente trabalhe com um limite de produção, enquanto a serragem no Brasil é jogada fora. Salientamos na Bioenergy World Américas que estamos no ponto para a exportação — analisa Ferrarese. Como a biomassa compreende todo tipo de vegetação do planeta, estimativas apontam a existência de cerca de 220 bilhões de toneladas secas, que poderiam equivaler à energia. Isso sem falar na quantidade que a fotossíntese é capaz de regenerar. Por isso, organizações de estudos sobre a bioenergia acreditam que em 2050, as fontes renováveis possam gerar entre 30 e 50% da energia consumida no planeta. Coração apaixonado Para beber com estilo Você tem algum amigo que está vivendo uma história de amor? Aliás, você está vivendo uma história de amor? Se a resposta for sim, que tal comprar esse jogo de duas xícaras bem romântico? É um belo presente para dar à carametade. Assim, o momento do café da manhã pode se tornar ainda mais mágico! E 14,90 Se você gosta de receber os amigos para uma noite de muita conversa, regada a um bom whisky, licor e outras bebidas este jogo fabricado todo em cristal lhe fará uma boa presença! Produzido pelos vidreiros da RCR [marca italiana mais conhecida no mundo] o jogo tem um design que inspira uma forma mais clássica e tradicional. Pode ser lavado à mão ou no lava-louças. E 49,00 Fotos: Divulgação A força da terra para colaborar na solução dos desafios para produção de energia, conservação do meio ambiente, suportando o crescimento e oferecendo uma maior segurança energética. Ao considerarmos o contexto atual de aumento dos preços de petróleo e efeitos crescentes das mudanças do clima, a atividade tem atraído a atenção dos políticos, das instituições multilaterais, da agricultura, do mundo dos negócios, da gestão florestal, dos investidores e naturalmente, das populações ao redor do mundo. — O uso da bionergia é rentável e sentimos que esse é o momento do Brasil. A compra de pellets é uma área que deve crescer. Devido à facilidade de uso, o fato de ser mais barato que o óleo e, ainda menos poluente, essas cápsulas Momento de prazer e degustação! ”La fontana di cioccolata” é um aparelho elegante, divertido e fácil de usar: basta colocar o chocolate derretido na base aquecida e como num passe de mágica, depois de alguns minutos, surge uma verdadeira cascata de chocolate denso. Desta forma, você pode utilizar com aperitivos e frutas. E 39,90 Indispensável! Que tal completar o seu bar com um jogo de cinco acessórios imprescindíveis? Entre eles um abridor de garrafas e um termômetro para medir a temperatura correta do vinho. Feitos de inox, os acessórios são fundamentais para as pessoas práticas! E 17,90 Vai um suquinho? Para fazer sucos rapidamente aproveitando bastante o caldo das frutas só mesmo com este espremedor. Graças à alavanca profissional, você consegue preparar muitos sucos para toda a família. E 24,90 Contagem regressiva Este caminhãozinho deixa a espera pelo Natal ainda mais divertida. Com 24 gavetinhas numeradas, você coloca pequenas surpresas em cada uma delas e, numa contagem regressiva para o dia 25, dezembro se torna mais emocionante. Em autêntica madeira e num estilo um pouco antigo, pode ser reutilizada ano após ano. E 17,90 Dezembro 2006 Os produtos acima mencionados estão disponíveis apenas no mercado italiano. / ComunitàItaliana 33 capa Estudos recentes fazem radiografia da população italiana e o número de casamentos diminui em 32,4% Sílvia Souza Royalty-Free/Corbis C rise nos casamentos, filhos que não querem deixar a boa vida que é morar com os pais, gente não interessada em assumir responsabilidade sobre outra pessoa e a tarefa de congregar a maior população idosa da Europa. Esse é o retrato da sociedade italiana atual, segundo o Instituto Italiano de Pesquisas Econômicas e Sociais e o Instituto Nacional de Estatísticas (Istat). Os dois divulgaram no mês de novembro estudos que refletem as preferências e atitudes características da população economicamente ativa da bota. O resultado pode não parecer novo, mas tem muitos pontos em comum com a realidade brasileira. No país onde se tem a sede do catolicismo, a idéia de casamento não tem sido seguida à risca nem pelos mais jovens nem pelos mais adultos. Um relatório, que não era feito desde 1975, mostra que, em 30 anos, o número de enlaces sofreu uma redução de 32,4%, ou seja, de 373.784 bodas ocorridas (1975) se passou para 250.974 no ano passado. Dos casamentos celebrados pela Igreja Católica, que unia 91,6% de casais, em 2005 a percentagem chegou a 67,6%. Ainda segundo o documento intitulado “Até que a morte nos separe: Características e evolução dos casamentos na Itália”, nos últimos dez anos, o número de divórcios aumentou em 66%. A maioria das separações ocorreu entre o terceiro e o quinto ano de casamento. Somente em 2004 foram registradas 352 sentenças por dia, ou seja, uma a cada quatro minutos. A idade também parece ser um fator importante na hora da decisão pelo matrimônio. Entre os homens, o “sim” é dito em média aos 33,7 anos [em 1975, a união era feita aos 26 anos]. Já as mulheres arremessam seus buquês aos 30,6 anos, o que na década de 70, acontecia aos 25. Outro dado importante é percebido como planejamento em caso de crise. Ao se casar, 54,3% das moças e rapazes optam pela separação de bens. A maioria dos casamentos hoje ocorre no sul do país, sobretudo na região de Campania, com um índice de 5,3 por cada mil habitantes; enquanto em Emilia Romagna, no norte, o registro é de 3,5 casamentos por cada mil pessoas. Em solo brasileiro, o número de casamentos é mais que três vezes maior do que o apresentado na Itália. Em 2004, foram 806.968 uniões. Outra diferença está na média de idade para o enlace. No Brasil, tanto os homens quanto as mulheres “juntam as escovas” mais cedo. Eles, em média aos 30,4 anos. Elas, com 27. O ítalo-brasileiro Marcello Cappucci parece estar na média das estatísticas para Itália e Brasil. Aos 36 anos, o professor universitário revela que deseja casar, porém, é indiferente à formalização da união. Segundo ele, não existe idade ideal para o casamento, mas sim, maturidade. Sendo que lhe falta o principal: encontrar a pessoa certa. — Acho que essa questão de casar e a melhor idade para isso não são tão proeminentes para o homem. Não temos tanta pressa. Me preocupo em encontrar alguém disposto a construir. Acho que os homens deixam as coisas acontecerem mais naturalmente — pondera Cappucci. Economista e advogado, Marcello também considera que a estabilidade financeira é um fator que conta na hora de dizer “sim” ou “não”, e coCasamentos na Itália (em 2005) 250.974 menta que em Casamentos no Brasil (em 2004) 806.968 seu círculo de amizades esse pensaMédia de idade para o casamento (mulher italiana) 30,6 anos mento é um consenso. Média de idade para o casamento (mulher brasileira) 27 anos — Conheço muita Média de idade para o casamento (homem italiano) 33,7 anos gente solteira na minha Média de idade para o casamento (homem brasileiro) 30,4 anos faixa etária. Os amigos que Acompanhe os números 34 ComunitàItaliana / Dezembro 2006 Arquivo pessoal O futuro a quem pertence? casaram e separaram ou não tinham maturidade suficiente, ou tinham objetivos incomuns, ou se uniram por conveniência, ou ainda, conseqüência de uma gravidez inesperada. Eu quero construir e isso inclui filhos, mas no máximo dois — avisa. Por conta dessa tendência, pesquisadores comentam que apesar dos cenários diferentes, Itália e Brasil acompanham um processo evolutivo. O sociólogo José Henrique Organista explica que, ao se ponderar sobre o futuro das duas populações, há que se considerar efeitos como histórico de formação, industrialização e investimentos sociais. — A despeito de ambos os países se constituírem antes como Estado e somente mais tarde como Nação, a Itália obteve Marcello Cappucci: padrinho de casamento maior êxito em sua industrialização tardia e na distribuição de com a amiga Sandra Schumacher benefícios não-mercantis, tais como: educação, previdência, seguro desemprego, etc., construindo um Estado de Bem Estar penso que a população tenderá a envelhecer Social ativo. O Brasil, apesar de obter um crescimento eco- mais do que se renovar. Eles inclusive já “imnômico sustentável por longas décadas, se caracterizou pela portam” nossos “mulatinhos” — comenta. No dia 31 de dezembro de 2005, o percenconcentração de renda, trabalho e produção. Somente a partir da Constituição de 1988 a lei universaliza os benefícios não- tual de idosos (relação entre a população de mais de 65 anos de idade e mercantis. Infelizmente, essa universalização a de menos de 15) registrou tem demorado a se tornar ativo, sendo, por um aumento, que chegou a enquanto, lei morta — analisa. 140,4% contra 137,8% de Sabendo que o brasileiro consegue dar 2005. As pessoas com mais um jeitinho para tudo, os números podem de 80 anos, ou seja, a parcela não refletir a sociedade como um todo, conchamada de “grandes idosos”, forme explica a antropóloga Jacqueline Majá representam 5% do total da rins. Ela conta que apesar de o casamento população, segundo o Anuáainda ser significativo, principalmente para rio Estatístico 2006 do Istat. as mulheres, ao viver junto com alguém, Mas o fenômeno de envelhepor um período de tempo comprovado, já cimento não é estranho. se obtém os mesmos direitos reservados — A modernidade trouxe aos casais firmados “no papel”. muito para quem investiu ne— Agora, se a procura por casamenla. Nações como a Itália alcanto caiu no catolicismo, também caiu em Marcelo Cappucci, çaram um patamar de “civilioutras crenças, pois a variável, nesse professor universitário dade”, de conhecimento, em caso, em jogo, é a descrença ou que viver se tornou mais fácil algo parecido na instituição. E sendo assim, vale também no civil. No último em todos os sentidos, principalmente, naquilo censo aumentou no Brasil, mais significati- que ainda nos é tão caro, a saber: o respeito e vamente, o número de pessoas que se dizem a importância a noção de cidadania. Acho que sem religião e não os que têm religião — re- essa é a principal diferença entre o Brasil e os países “desenvolvidos”, no sentido econômico corda Jacqueline. e geográfico — salienta Jacqueline. No Brasil, dados do último Censo alertam Idosos: uma população silenciosa Se casar tem sido uma opção pouco pro- que essa parcela da população tem crescido vável para os italianos, não é de ho- recentemente. Na virada do século, eram mais je que governo e entidades da ‘bota’ 14 milhões pessoas com 60 anos ou mais. Rio se preocupam com o envelhecimento de Janeiro e Porto Alegre apareciam como as da população. No final de 2005, ha- capitais com maior proporção de idosos: eram via 58.751.711 pessoas no país. O 12,8% e 11,8% de suas populações, respectinúmero foi aumentado em relação à vamente. Com a ascensão da população ido2004 em quase 300 mil habitantes, sa, a chamada Terceira Idade cada vez mais principalmente por causa da presen- busca seu espaço na sociedade, provando que ça de mais estrangeiros. Enquanto a vida não termina na aposentadoria. Em desisso, a fecundidade diminuiu para taque no modelo de organização da família 1,32 filho por mulher, sendo que brasileira, 62,4% dos idosos se apresentaram no relatório anterior era de 1,33. como responsáveis pelos domicílios. — Estamos passando por mudanças signiJacqueline Marins avalia que o grau de instrução das mulheres é ficativas em nossa sociedade, assim como os um dos definidores deste baixo ín- italianos. Não se pode afirmar se essas mudanças são boas ou ruins. Depende do pondice de fecundidade. — Aqui as mulheres que se casam to de vista, como todo antropólogo diz, do mais tarde são as mais instruídas e não observador. A sensação é de que elas estão tem filhos ou quando os tem, não passam acontecendo de uma forma muito rápida mas, de 2. Ou seja, a instrução determina o nú- na verdade, elas já caminham a um bom temmero de filhos, mais do que a pobreza. Na Itá- po e nós é que não nos demos conta — finalia, como o grau de instrução feminino é maior, liza Jacqueline. “Essa questão de casar e a melhor idade para isso não são tão proeminentes para o homem. Dezembro 2006 / ComunitàItaliana 35 Verso un’Italia multietnica Oggi: uno immigrato ogni 19 abitanti, tra dieci anni, incidenza raddoppiata Ana Paula Torres D Corrispondente • Roma Brasile si trova al 21° posto in classifica, con 30.691 cittadini residenti in Italia, il che rappresenta l’1,4% della popolazione straniera presente nel territorio. Cittadini questi che garantiscono uno dei più grandi volumi di rimesse in denaro inviate dall’Italia all’estero ogni anno. “Oggi – ha detto il Presidente del Consiglio Romano Prodi, durante la presentazione – l’immigrazione è un fenomeno strutturale profondo e alla luce di tale sviluppo va affrontata la questione della cittadinanza, che è una conseguenza di questo sviluppo, uno sbocco necessario e non una questione a sé stante. Si sta andando verso un inserimento in profondità, - continua – come è avvenuto per i nostri italiani in Belgio”. In un altro momento del suo discorso Prodi fa riferimento Ana Paula Torres al Dossier Statistico Immigrazione Caritas/Migrantes 2006, presentato di recente a Roma, risulta che il numero degli immigrati regolari in Italia ha quasi raggiunto quello degli emigrati italiani nel mondo. L’Italia si colloca, così, accanto ai grandi paesi europei di immigrazione, come la Germania, Spagna, Francia e Gran Bretagna. Ogni 10 stranieri, 5 sono europei, 2 africani, 2 asiatici e 1 americano. I brasiliani non si trovano tra le etnie di maggior presenza in Italia, come accade con i romeni, gli albanesi, i marocchini, gli ucraini o i cinesi, ma allo stesso tempo, compongono una comunità di certa espressività, inserita in vari settori della società, incluso quello dell’imprenditoria. Secondo dati del Dossier statistico, tra un totale di 150 paesi, il al profilo del lavoratore immigrato: “E’ il caso di attirare in Italia altresì l’immigrazione qualificata, anche al fine di non dare l’impressione che da noi l’immigrazione è qualcosa di residuale.” Un altro punto problematico è la concessione della cittadinanza, che viene vista in questo modo dal primo ministro: “In materia di cittadinanza si tratta, congiuntamente, di semplificare le procedure e di ridurre i tempi di attesa: il numero degli anni è una determinazione importante, ma ancora più importante è presentare questo passaggio come un diritto”. In Italia i soggiornanti dei paesi dell’Est Europa sono circa un milione: i principali gruppi sono, tra gli extracomunitari, quello albanese e ucraino; tra i comunitari, quello polacco; tra gli stati che stanno per entrare nell’Unione Europea, quello romeno, che è il più numeroso in assoluto. Tra i continenti, per l’Africa il primo gruppo è quello marocchino, per l’Asia il cinese e il filippino, per l’America il peruviano e lo statunitense. Dall’America Latina, in particolare dall’Uruguay e dall’Ar- gentina, vi è un flusso di oriundi italiani che entrano in Italia come turisti per completare la pratica relativa all’acquisizione della cittadinanza italiana, e poi, si spostano in Spagna dove gli italiani sono 56 mila, per lo più originari del Sudamerica. L’incidenza degli immigrati sulla popolazione è del 5,2%, con 1 immigrato ogni 19 residenti. Tra dieci anni, l’incidenza sarà raddoppiata e verranno superati i valori che oggi si riscontrano in Germania e in Austria. Le province con il più alto tasso di incidenza della popolazione straniera sono: Prato (12,6%), Brescia (10,2%), Roma (9,5%), Pordenone (9,4%), Reggio Emilia (9,3%), Treviso (8,9%), Firenze (8,7%), Modena (8,6%), Macerata e Trieste (8,1%). In Italia, l’immigrazione diventerà sempre più l’unico fattore di crescita demografica in grado di porre rimedio alla prevalenza dei decessi sulle nascite. Gli ultrasessantacinquenni diventeranno nel 2.050 più di un terzo dei residenti e, rispetto alla popolazione in età lavorativa che si ridurrà notevolmente, incideranno per il 66%. Gli immigrati in Italia sono una popolazione giovane, concentrata per il 70% nella fascia d’età tra i 15 e 44 anni, mentre solo il 47,5% degli italiani si colloca in quella fascia. Secondo le previsioni Eurostat/ Istat, i giovani lavoratori italiani diminuiranno di 1.350.000 unità nel 2.010 e di 3.209.000 unità nel 2.020. 36 ComunitàItaliana / Dezembro 2006 Per quanto riguarda la presenza brasiliana in Italia, nonostante non vi sia una grande comunità come quelle della Romania o Albania, è possibile dire che i brasiliani occupano una posizione interessante. Nel 2005, l’Italia ha rilasciato 2.175 visti per inserimento al Brasile, pari all’1% del totale. Di questi, 450 unità si riferivano al lavoro subordinato, 833 allo studio e 265 per motivi religiosi. L’immigrazione dal continente americano in Italia è pari al 10,6% del totale degli stranieri. L’87% proviene dall’America centro-meridionale, essendo le principali collettività quelle del Perù, 2,2% del totale di stranieri, dell’Ecuador, 2,1% e del Brasile, 1,4%. L’immigrazione americana continua ad essere in prevalenza composta da donne, circa il 67% ed il Brasile, insieme al Perù ed Ecuador si afferma come paese di maggior provenienza. Inoltre, secondo dati forniti dal dossier, risulta che il 62% degli immigrati americani abbia tra i 19 ed i 40 anni di età, oltre ad essere nella maggior parte celibi o nubili. Lavoratori immigrati in Italia Le assunzioni effettuate nel 2005 confermano la tendenza degli anni precedenti. Oltre il 50% dei lavoratori stranieri presenti in Italia proviene dall’Europa, soprattutto dalla Romania e Albania. Ci sono poi dei gruppi di im- Reprodução attualità Oltre il 50% dei lavoratori stranieri proviene dall’Europa Per quanto riguarda il caso specifico del Brasile, ci sono state 13.142 assunzioni nel 2005, pari all’1,7% del totale delle assunzioni. Le cessazioni sono state invece 12.246, pari all’1,6%, essendo così il saldo positivo per i lavoratori brasiliani di 896 unità, pari al 6,8% del totale generale. L’imprenditoria sudamericana, invece, è gestita essenzialmente da peruviani, brasiliani e ecuadoriani, con una quota di titolari di impresa intorno all’1% per ciascuna collettività. I brasiliani e peruviani, insieme agli egiziani, hanno grande presenza nel settore di servizi professionali, come servizi alle imprese suddivisi in società di pulizie, attività immobiliari, noleggio, servizi di assistenza informatica. “L’immigrazione dal continente americano in Italia è pari al 10,6% del totale degli stranieri. L’87% proviene dall’America centro-meridionale” migrati che hanno aumentato la propria presenza in proporzione all’inizio del 2005, com’è il caso dei brasiliani, che hanno avuto un incremento del 6,8%. I lavoratori provenienti dall’America Centro Meridionale arrivano in Italia soprattutto per svolgere delle mansioni umili, spesso nel settore domestico. In questo caso, le donne rappresentano quasi il 61% dei lavoratori assunti nel 2005. Il Brasile occupa il 15° posto nella classifica dei titolari di impresa con cittadinanza estera per principale settore di attività economica, mentre nel caso dell’imprenditoria al femminile, la posizione brasiliana scende dal 15° all’8° posto. L’invio di rimesse ai paesi di origine Le rimesse proveniente dall’Italia hanno subito nel 2005 un incremento del 15,8% rispetto all’anno precedente, confermando le tendenze mondiali. Secondo le stime della Banca Mondiale, le rimesse internazionali verso i paesi in via di sviluppo sono passate da 96,5 a circa 167 miliardi di dollari dal 2001 al 2005. I primi dieci beneficiati per volume di denaro ricevuto nel 2005 sono stati: India (21,7 miliardi di dollari), Cina (21,3 miliardi), Messico (18,9 miliardi), Filippine (13,4 miliardi), Marocco (4,7 miliardi), Serbia e Montenegro (4,6 miliardi), Pakistan (4,1 miliardi), Bangladesh (3,8 miliardi), Colombia (3,7 miliardi) e Brasile (3,6 miliardi). Nel caso brasiliano, dei 3,6 miliardi di dollari ricevuti nel 2005, 63 milioni di euro sono stati inviati dall’Italia, secondo dati della Banca d’Italia. In questo modo, il Brasile si colloca all’8° posto nelle graduatorie delle rimesse che partono dall’Italia, dietro rispettivamente a Cina, Romania, Filippine, Marocco, Senegal, Colombia e Albania. Italiani x immigrati Nel 2005 sono stati segnalati all’Ufficio Nazionale Antidiscriminazioni Razziali 867 casi di discriminazione, concentrati specialmente nel Centro-Nord. Le denunce sono venute per lo più dagli africani, causate soprattutto dal colore della pelle. Le discriminazioni riguardano vari aspetti della vita quotidiana, dal lavoro agli alloggi. Il 40% degli italiani ritiene che gli immigrati siano maggiormente coinvolti nelle atti- Dezembro 2006 / vità criminali. Tra le 550 mila denunce del 2004, quelle contro cittadini stranieri sono state in media del 21,3%, con valori molto elevati in città del Nord come Bologna, Verona, Firenze e Padova. I reati più ricorrenti sono quelli contro il patrimonio e quelli contro la persona. Per alcune nazionalità le denunce sono in diminuzione, albanesi, per esempio, per altre come romeni, in aumento. I motivi dei flussi migratori Dei 6 miliardi e mezzo di abitanti del pianeta, soltanto 960 milioni abitano nei paesi a sviluppo avanzato, mentre ben un miliardo e 400 milioni di persone vivono con meno di due dollari al giorno e 192 milioni sono i disoccupati. Nonostante non sia l’unico, i flussi migratori sono un regolatore di queste differenze socioeconomiche. L’Unione Europea si presenta come un’area ad alta concentrazione di immigrati, la cui presenza costituisce una necessità demografica, perché il Vecchio continente, anche se è prevista un’immigrazione netta di 40 milioni di persone, nel 2050 vedrà diminuire di 7 milioni di unità la popolazione nel suo complesso e di 52 milioni di unità la popolazione in età lavorativa. Dai dati contenuti nel dossier, risulta che quasi la metà della popolazione mondiale vive al di sotto della soglia di povertà. Secondo le Nazioni Unite, più cresce la distanza tra i più ricchi e i più poveri, più aumentano i flussi migratori. E’ da sottolineare, però, che la causa della mobilità umana non risiede nella povertà assoluta o nella disoccupazione, ma nell’attrazione esercitata dagli stipendi più alti e dalle migliori condizioni sociali dei paesi di arrivo. L’esempio più attuale è proprio quello del Brasile, dove la stabilità economica raggiunta dopo decenni di incertezze è stata accompagnata da almeno 500 mila partenze. I flussi migratori contribuiscono allo sviluppo dei paesi di origine attraverso l’invio di rimesse, l’apporto delle competenze acquisite nel caso di chi rientra, e degli investimenti da parte delle comunità all’estero. ComunitàItaliana 37 atualidade atualidade le era italiano, mas aprendeu a se apaixonar pelo Brasil. Um dos maiores sanfoneiros do país morreu em novembro deixando um legado de composições inesquecíveis. Mario João Zandomeneghi, conhecido como Mario Zan, nasceu em Veneza e aos quatro anos de idade foi trazido pelos pais à terra do carnaval. O homem que compôs o hino dos 400 anos da capital paulista, autor da música “Nova Flor” [muitas vezes chamada de “Os homens não devem chorar”] sofreu uma insuficiência respiratória no Hospital Central Sorocabana e, aos 86 anos, não resistiu. Mas o sentimento de perda para italianos e brasileiros não parou por aí. Enquanto o Brasil perdia o instrumentista italiano, a Itália também se despedia do “rei da canção napolitana”, o cantor Mario Merola, de 72 anos, considerado o último representante de Nápoles depois de Totó. Merola, que estava internado no hospital San Leonardo, de Castellammare di Stabia, e morreu por complicações cardíacas, levou a música popular napo- mais de 50 CDs, além ter superado a marca de cem canções compostas. Sua estréia foi no rádio. Numa entrevista ao jornal Folha Zan: o maior sanfonista do Brasil Agência O Globo E Nayra Garofle litana pela primeira vez a Milão, em 1976. Algumas de suas canções marcaram a história da música popular como “Lacrime napulitane” e “I figli so piezz è core”. A morte do napolitano, que ocorreu depois de quatro paradas cardíacas, abalou toda a Itália. O presidente da região da Campania, Antonio Bassolino também lembrou, com carinho, o cantor. — Era um extraordinário intérprete da alma popular de Nápoles — lamenta. Mario Merola recebeu o título de “rei da canção popular napolitana” depois de ter dado a seu trabalho um caráter de espetáculo regional e, ao mesmo tempo, uma dimensão nacional. Resultado: provocou um sucesso nunca visto antes para a chamada “sceneggiata” [canção popular napolitana]. Zan começou sua carreira profissional aos 13 anos, gravou 200 músicas e lançou 300 discos de 78 rotações, 110 LPs e Merola: “o rei da canção napolitana” Divulgação Brasil e Itália ficam de luto depois da morte de Mario Zan e Mario Merola de São Paulo, em 2004, o sanfoneiro declarou que entrou na Record para pedir que tocassem suas músicas. — Saí de lá 33 anos depois. E esse tempo todo empregado com carteira assinada — contou ao repórter. Na mesma época, um locutor, ao ouvir o som de Zan, ficou encantado e disse em seu programa de rádio no Rio de Janeiro: “Enquanto nós, cariocas, ficamos babando para os gringos ouvindo música estrangeira e imitando, existe um sanfoneiro em São Paulo que faz verdadeira música brasileira”. Era o próprio compositor Ary Barroso, consagrado mundialmente, o dono da bronca e do elogio. O veneziano tornou-se tão brasileiro que, ao ler um livro sobre a vida da marquesa de Santos, resolveu visitar o túmulo no cemitério da Consolação, em São Paulo. Ele considerava injusto que ela fosse lembrada na história, apenas, como “amante de Dom Pedro I”. Zan se baseava no fato de que a própria, antes de morrer, doou toda a riqueza dividindo os bens entre seus escravos e a cidade de São Paulo. Ao chegar ao local do sepultamento da marquesa, o artista constatou a sujeira e o descaso. Mandou limpar tudo e, depois de muito procurar, conseguiu comprar um túmulo em frente ao da marquesa onde foi enterrado como desejava. M Quem te viu e quem te vê! Consulado do Brasil em Milão ganha novas instalações e agiliza atendimento Guilherme Aquino Correspondente • Milão empregados se revezam nas atividades diminuindo a alienação ao trabalho] os documentos, que antes levavam semanas e até meses para ficar prontos, são emitidos no mesmo dia. Basta a pessoa chegar ao guichê com todos os pré-requisitos necessários que pode ser informada pelo sistema telefônico ou pela internet. O Consulado presta serviços como os de um moderno cartório. A personalização do atendimento evita erros primários. — O brasileiro gosta do contato visual, se cria mais confiança e se transmite melhor e mais claro as regras do jogo. Um erro no preenchimento do formulário pode ser explicado e corrigido ali, na hora, na frente da pessoa — destaca Moscardo. A inauguração acontece, agora, em dezembro, antes das férias. Em dias de pico, o consulado chegava a atender cerca de 450 pessoas. A média diária gira em torno de 200 visitantes. Mas o que se anuncia é um atendimento de primeiro mundo. Nas novas instalações do Consulado foi prevista até mesmo uma “salinha” para a troca de roupas de bebês e crianças pequenas. O serviço é rápido. Atrás teza de sair com a papelada assinada e carimbada embaixo do braço. Esta foi a saída encontrada pelo corpo consular para honrar a promessa de imprimir uma gestão eficiente e profissional. E como ali dentro ninguém é bancário, mas deve receber os pagamentos dos emolumentos, o Consulado decidiu terceirizar esta parte. Nenhum funcionário pega em dinheiro. Para isso, foi aberta, dentro do salão de atendimento, uma filial do Banco do Brasil com um caixa para receber cada euro gasto a fim de cobrir os custos dos pedidos de documentos. Os guichês do Consulado funcionam para a entrada e a saída de documentos. E só. Uma outra medida adotada pelo Consulado foi a interrupção de serviços e informações passadas por telefone através de um operador. Tudo é eletrônico. Isso libera o funcionário para trabalhar junto ao público e evita que uma mensagem seja mal compreendida ou transmitida. Qualquer pessoa pode acessar pelo telefone todas as informações necessárias para a utilização de um dos Fotos: Guilherme Aquino E agora fica a saudade odelo exportação. A partir de agora, os brasileiros que passarem pelo Consulado de Milão terão uma grata surpresa. Atendimento eficiente, informações na ponta da língua do recepcionista, instalações modernas e confortáveis, serviços de emissão de documentos funcionando a toda velocidade e, o principal, sendo despachados no mesmo dia. A mudança se nota logo na entrada. Literalmente, o corpo diplomático se aproximou mais do brasileiro na cidade ao descer os serviços ao público do quinto para o primeiro andar. — Tínhamos constatado, já há 18 meses, que as instalações não eram adequadas ao atendimento ao público devido à precariedade da estrutura. A comunidade brasileira aumentou muito nos últimos anos, quase cem mil brasileiros — conta à ComunitàItaliana, o secretário Claudio Moscardo. Não foi fácil iniciar a reforma, a começar pelos recursos escassos, pela burocracia. Mas devagarzinho, o Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, foi se sensibilizando com o problema e o financiamento para a obra saiu para a alegria e felicidade geral dos brasileiros do norte da Itália. — Foi a coroação física da melhoria dos métodos de trabalho — define Moscardo. Ou seja, não foi apenas uma reforma estrutural, houve também e, principalmente, uma mudança de comportamento dos funcionários diante dos novos desafios, a começar pelo aprendizado das modernas técnicas de work flow, fluxo do trabalho. — Identificamos a crise, realizamos um diagnóstico. Percebemos que era necessário motivá-los e dar a eles treinamento e isso foi feito. Hoje todos sabem fazer o serviço de todos e o índice de produtividade aumentou bastante — diz o secretário. Faz parte de um passado, não tão remoto assim, um setor ficar prejudicado por causa da falta de um funcionário. O nervosismo e a sobrecarga de trabalho em cima dos dependentes do Consulado ficaram para trás. O corpo diplomático e de apoio parou com os deveres de casa e os prazos longos para entregá-los. Como uma cadeia de montagem de uma indústria [com a vantagem que os dos guichês estão os funcionários locais concursados e/ou terceirizados, e os vices-cônsules com poder de decisão. As carteiras de passaporte também são emitidas no mesmo local graças a um programa de computador que estava em teste provisório mas acabou sendo “aprovado” por ser muito funcional. Para dar maior continuidade e garantia de que o pedido será atendido no mesmo dia, o horário de abertura foi modificado. O Consulado abre das 8 às 12h30min, duas horas a menos em comparação ao antigo expediente. Mas quem estiver lá dentro tem a cer- Dezembro 2006 / 31 serviços disponíveis pelo Consulado: da adoção de filhos ao divórcio, passando pela emissão de passaportes, de certificados de serviço militar, de procuração, dentre outras operações. O Consulado de Milão atende aos moradores de todas as regiões Norte e Nordeste da Itália: Valle D’Aosta, Lombardia, Veneto, Trentino Alto-Agide, Friuli, Venezia-Giulia, Liguria, Emilia Romagna e parte da Toscana. O endereço é Corso Europa, 12, no centro da cidade. O telefone 3357278117 funciona 24 horas por dia. A página na rede é http://consbramilao.it ComunitàItaliana 39 turismo Sui sentieri di Sissi In passato, luogo di soggiorno dell’imperatrice d’ Austria. Oggi, meta preferita del turismo in Alto Adige Ana Paula Torres I Corrispondente • Roma la sua rinomata ospitalità. Un soggiorno di cura a Merano è particolarmente consigliato in presenza di patologie delle vie respiratorie e cardiache, reumatismi e arteriosclerosi, ma soprattutto durante la convalescenza di malattie gravi. Irene Schullian, pubbliche relazioni dei Giardini di Castel Trauttmansdorff, racconta che la fama di Merano arriva quando l’imperatrice Elisabetta d’Austria, soprannominata Sissi, trascorre insieme alle figlie, l’inverno del 1870-1871 presso il Castel Trauttmansdorff. Grazie alla guarigione della figlia Marie Valerie, Il castello e i suoi giardini L’area su cui si estendono oggi i Giardini di Castel Trauttmansdorff viene menzionata per la prima volta in un documento attorno al 1300, quando aveva la caratteristica di una fortezza. Verso la metà del XVI secolo la nobile famiglia Trauttmansdorff acquistò il complesso per abitarlo. Quando la stirpe si estinse, la fortezza fu lasciata andare in rovina finché un parente, il conte Joseph von Trauttmansdorff la comprò e al suo posto fece costruire un castello. Attorno al 1900 la proprietà passò alle mani del barone tedesco von Deuster, ma il fascismo portò successivamente all’esproprio del nobile, determinando così la fine repen- tina del periodo aureo del signorile palazzo. Il complesso decadde a vista d’occhio e nel 1977, grazie allo statuto di autonomia, la proprietà delle mura abbandonate passò alla Provincia Autonoma di Bolzano. Verso la fine degli anni ’80 fu adottata la delibera per costruire un giardino botanico sul terreno circostante il castello. In un secondo momento, si decise di risanare il castello e di farne la sede del Touriseum, un museo che racconta 200 anni di storia del turismo nel Tirolo. Nel giugno 2001, dopo sette anni di lavori, sono stati aperti i giardini, mentre il museo è stato inaugurato nel 2003. Dal punto di vista botanico, ma anche della composizione paesaggistica, i giardini offrono un’immagine in mutazione continua. Le varie fioriture si susseguono nel corso dell’anno, regalando ai visitatori una varietà di colori e profumi intensi. Circa 150 mila tulipani e narcisi annunciano l’arrivo della primavera, seguiti da ciliegi giapponesi, rododendri, peonie, rose e dai riflessi della lavanda. In estate sbocciano le ninfee e i fiori di loto, mentre migliaia di girasoli riflettono la loro luce nell’Oliveto. Chiudono la ridda cromatica del mare di fiori gli aster, le dalie e le camelie autunnali. Fotos: Ana Paula Torres Giardini di Castel Trauttmansdorff situati nella città di Merano, sono la meta preferita per le gite in Alto Adige. Grazie alla loro unicità ed al sensibile spirito innovativo, nel 2005, a soli quattro anni dalla loro creazione, sono stati eletti “Il Parco più bello d’Italia”. Ma la notorietà di questo luogo è legata soprattutto ai ricordi dei soggiorni dell’imperatrice Elisabetta d’Austria. Il fascino della città nasce dal suo clima mite e sano, dal paradisiaco paesaggio che fonde la bellezza della natura a quella dei castelli, fortezze e sontuosi palazzi nobiliari, ma anche dal- la città conquista notorietà come città di cura. – “Siccome Merano ha un clima particolarmente mite d’inverno e a quei tempi faceva ancora parte dell’Impero Austroungarico, – spiega Schullian – lei veniva qua per le cure. Questo fu il momento più importante per Merano, quando venne riconosciuta come città di cura. Sissi fu la prima testimonial importante di questa caratteristica della città. Da quel momento, cominciarono ad arrivare persone da tutta l’Europa per fare le cure”. 40 ComunitàItaliana / Dezembro 2006 Le condizioni climatiche favorevoli di Merano consentono di presentare nei Giardini di Castel Trauttmansdorff la variopinta molteplicità di più di 80 mondi paesaggistici, con 5.400 specie e varietà di piante in un totale di 500 mila piante diverse tra di loro ma sistemate in modo naturale e armonico. Lo spettro spazia dal tipico paesaggio altoatesino ai campi di riso giapponesi, fino ai raggruppamenti di piante del bacino del Mediterraneo. Comprende inoltre, paesaggi naturali dell’Europa, America e Asia. Quattro sono le grandi aree in cui si suddividono i giardini: i boschi del mondo, i giardini del sole, il paesaggio dell’Alto Adige e i giardini acquatici e terrazzati. Un’altra particolarità è che il visitatore ha la possibilità di ammirare non solo l’arte prodotta dalla natura, ma anche quella nata dalle mani degli uomini. Lungo il percorso ci sono undici padiglioni che ospitano delle opere le quali interpretano i processi della natura, illustrando nei dettagli i fenomeni del mondo vegetale, sia sul piano artistico che didattico. I padiglioni sono stati realizzati da artisti locali, nazionali ed internazionali secondo determinati temi e sono stati concepiti come attrattiva particolare dei giardini botanici. Tra le strutture più interessanti è da sottolineare l’“Organo dei profumi”, un indovinello dei profumi che i visitatori riscoprono nei frutti e negli arbusti dei Giardini di Castel Trauttmansdorff. Un muro di calcestruzzo divide la piattaforma in due locali. Il cortile coperto funge da spazio di esposizione e sosta protetta dal maltempo. Le immagini nella vetrina sul retro del muro svelano le risposte al gioco olfattivo. Anche lo spazio dedicato alle piante acquatiche è da non perdere. Con l’aiuto di cuscinetti d’aria, le piante acquatiche fanno galleggiare le loro foglie sopra l’acqua, dove respirano come le piante terrestri. Il padiglione invita ad una passeggiata sul fondo del laghetto. Le sue colonne pendolari che raffigurano gambi stilizzati di ninfee, fanno da supporto a elementi di copertura che dispensano ombra. Nella loro forma somigliano a foglie galleggianti e con un po’ di fantasia si possono vedere anche scafi di barche i cui corpi hanno uno scheletro in compensato. Ma non finisce qui. Oltre alle piante ed ai padiglioni, tutto il complesso di Castel Trauttmansdorff offre ancora delle attrattive ai suoi visitatori. Il “Mosaico geologico”, per esempio, rappresenta graficamente i mondi delle pietre del Tirolo, dell’Alto Adige e del Trentino. Fungono da punti di orientamento le città più importanti e le cime più alte delle Alpi. Fasci di piccole tessere di mosaico blu riproducono i fiumi mentre le pietre massicce simboleggiano i tipi di pietre che formano le montagne della regione. La “Grotta” invece, è caratterizzata da un frastuono assordante che accompagna la genesi della terra. Lo presentazione multimediale nella Grotta ha la durata di dodici minuti e riporta ai primordi dell’esistenza organica sulla terra. C’è poi la “Passeggiata di Sissi”, un sentiero attraverso il bosco di roverella che l’imperatrice fece realizzare durante i suoi soggiorni in quelle terre. Niente però è più originale del “Binocolo di Matteo Thun”. Attraversando il bosco di roverella, lungo la passeggiata di Sissi, vi si arriva ad una nuova piattaforma panoramica spettacolare. In questo punto del parco, ad altezze vertiginose, si aprono delle prospettive suggestive sulla Valle dell’Adige e sulla corona di montagne che racchiude la città di Merano. Nel 2005, l’architetto Matteo Thun ha realizzato la struttura a forma di binocolo che accentua la veduta sulla bellezza dei giardini e dei paesaggi circostanti. La piattaforma trasmette la sensazione di essere sospesi liberamente nell’aria. I giardini ed il castello possono essere visitati da marzo a novembre durante tutta la settimana. Per i visitatori diversamente abili la struttura mette a disposizione gratuitamente delle sedie a rotelle con motore elettrico. Tutte le mattine sono in corso delle visite guidate sia in lingua italiana che tedesca, oppure il visitatore può scegliere di utilizzare una delle audioguide, disponibili in italiano, tedesco, inglese e francese. La durata consigliabile della visita va da almeno tre ore a mezza giornata. All’interno della struttura i turisti possono usufruire dei servizi di un ristorante con capacità per 300 persone e di un piccolo ma accogliente caffè presso il Laghetto delle ninfee. Nelle tiepide serate estive i Giardini di Castel Trauttmansdorff offrono ai loro visitatori un ulteriore intrattenimento. Si tratta delle “Notti d’incanto”, esibizioni di gruppi musicali da tutto il mondo che, grazie alla disposizione ad anfiteatro dei giardini, possono contare su una qualità acustica invidiabile, oltre all’atmosfera estremamente suggestiva. Il Touriseum All’interno del castello si trova il Touriseum, il primo museo dell’arco alpino dedicato esclusivamente al turismo nei suoi vari aspetti, illustrando tanto il punto di vista della popolazione locale quanto quello dei vacanzieri. Fa vedere come il turismo è nato nel Tirolo e come ha trasformato il territorio e i suoi abitanti. Il linguaggio dei testi esplicativi è piacevole, divertente e spiritoso con l’obiettivo di incuriosire e stupire il visitatore. Nell’esposizione permanente è illustrata, in ordine cronologi- Dezembro 2006 / “Sissi fu la prima testimonial importante di questa caratteristica della città. Da quel momento, cominciarono ad arrivare persone da tutta l’Europa per fare le cure.” Irene Schullian co e in tre lingue (tedesco, italiano e inglese), la storia del turismo nel Tirolo (prima del 1919) e in Alto Adige (dopo il 1919). La visita è animata da una scenografia fatta di pareti rocciose, modellini, teatri meccanici, figure intagliate nel legno (di cui 15 in grandezza naturale), suoni e filmati. Le postazioni multimediali forniscono informazioni aggiuntive, mentre il gioco dell’Adige offre momenti di evasione. Lo spazio riservato ai bambini aggiunge un elemento ludico e la torretta delle vignette turistiche guarnisce il tutto con un tocco di umorismo. Le stanze storiche del castello custodiscono la raccolta di studio sul turismo, attualmente composta da 7 mila oggetti. Visitatori soddisfatti Dal 15 marzo al 15 novembre 2005 hanno visitato i Giardini e il Touriseum circa 300 mila persone, con una media di 1.300 ingressi al giorno. Trauttmansdorff si conferma così l’attrazione turistica più visitata di tutto l’Alto Adige. Dall’inaugurazione dei Giardini di Castel Trauttmansdorff, avvenuta nel 2001, sono stati intervistati circa 22 mila visitatori. Oltre il 90% giudica ottima la struttura e i servizi offerti, mentre il 53% dichiara di aver trascorso tra le 4 e 6 ore in visita all’intero parco. Dall’indagine risulta anche che i turisti più assidui sono i tedeschi, 68,2%, seguiti dagli italiani, 14,9%, svizzeri, 7%, austriaci, 6,4% e da altri paesi, 3,5%. ComunitàItaliana 41 cinema Il film è il sessantacinquesimo del direttore nia di Giancarlo Fusco, racconta la storia di una sezione sanitaria dell’esercito italiano che si accampa nell’estate del 1940 a Sorman, una sperduta oasi nel deserto della Libia. In quel luogo, la guerra appare molto lontana e il maggiore comandante passa il tempo a scrivere appassionate lettere d’amore alla sua giovane moglie. Nel campo c’è un’aria rilassata finché un frate italiano che vive sul posto non coinvolge i militari nel soccorso della popolazione locale che ha molto bisogno di cure mediche. Si sparge ben presto la voce della loro capacità e disponibilità per cui la spedizione militare sembra trasformarsi in una missione umanitaria. La situazione della guerra nell’Africa settentrionale però a un certo punto cambia bruscamente. La corsa vittoriosa verso l’Egitto delle truppe comandate dal generale Graziani viene arrestata dagli inglesi e si trasforma in una fuga precipitosa. Il campo di Sorman 42 A 91 anni, il grande regista presenta Le Rose del Deserto Ana Paula Torres Corrispondente • Roma viene invaso prima dai soldati in fuga, poi dai feriti. Quando le sorti degli italiani stanno per precipitare arrivano in soccorso i tedeschi, ma poi tutto precipita di nuovo. Da subito si capisce chi è che firma la regia de Le Rose del Deserto. Ironia, cinismo, leggerezza e rimandi neanche troppo velati all’attualità appaiono come un marchio dello stile del maestro. Il Monicelli vero, palpitante, la nervatura gagliarda della sua arte sta tutta nei personaggi, nell’interpretazione di Michele Placido, un frate Simeone poco attento alla dottrina ma concreto nel suo aiuto umanitario; in quella garbata e intensa del Maggiore Alessandro Haber, poeta irreale in mezzo alla barbarie della guerra; nella levità del tenentino Giorgio Pasotti con le sue pulsioni carnali sempre mitigate dal zelante lavoro sul fronte. È così che quel punto infinitesimale nel deserto libico durante la seconda guerra mondiale, quell’oasi arida di palme rinsecchite dove la Trentunesima Sezione Sanità ha ComunitàItaliana dislocato il suo campo, diventa territorio fertile, vivo per la commedia umana di Monicelli che raggiunge picchi di intensa poesia in alcune sequenze. Su tutte quella del matrimonio per procura officiato in mezzo al deserto davanti alla sepoltura in pietra del neosposo che è già diventato un caduto per la patria. Il più recente dei film di Monicelli si inserisce perfettamente nella filmografia del regista, come lui stesso ha confermato durante la conferenza stampa: – “Lo stile di questo film è il mio, – afferma Monicelli – lo stesso della Grande guerra, dei Soliti ignoti, di Amici miei, di Speriamo che sia femmina. Una commedia ironica, a tratti amara, e in certi casi perfino drammatica, tragica. Del resto, – aggiunge – la commedia all’italiana è proprio questa”. Però, questa volta il regista ha girato delle scene che in passato visse in prima persona, perché anche lui fece la guerra in Libia. – “Se faccio film sulla guerra è perché penso sia da Favola contemporanea Divulgação Il ritorno di Monicelli rifiutare – spiega – ma io non sono un pacifista. Nel 1939, ad esempio, non vedevo l’ora che la guerra iniziasse, perché avevo capito che era l’unico modo per liberarci del fascismo e nazismo. E così è stato. E dunque – continua – non sono per la pace a qualsiasi costo”. Ma Monicelli affronta anche altri temi. Rivendicando, ad esempio, la bontà del modo di essere all’italiana: – “Negli anni quaranta come adesso, in fondo siamo rimasti gli stessi. Siamo generosi, – prosegue – non ci perdiamo mai d’animo. Non vogliamo essere eroi, ma poi, se dobbiamo morire, non la facciamo tanto lunga”. Però, il regista coglie l’occasione per esprimere la sua opinione e dire che adesso queste virtù stanno per scomparire: – “Se stiamo cambiando, è in peggio. – osserva – chi ci governa vuole che siamo non più uomini, ma uomini economici. Vogliono dirci come comportarci, cosa comprare. Ormai la nostra vita è regolata dall’economia. La cosa più orrenda che ci possa essere, si valutano le persone solo in base al rendimento, altrimenti si viene eliminati. L’Apocalisse, per me, è regolarci secondo criteri solo economici” – conclude. Parole forti, le sue. Che fanno il paio con quelle pronunciate a proposito dell’atteggiamento dei soldati del film verso le donne, col loro modo di parlarne come degli oggetti: – “È così anche adesso – attacca – quel maschilismo fascista si è mantenuto fino ad oggi”. La storia di Emanuele Spera, da cuoco a co-protagonista nel film di Monicelli E Fotos: Divulgação M ario Monicelli torna sul set a 91 anni d’età per girare Le Rose del Deserto, film ambientato in Libia, durante il Secondo conflitto mondiale. Di guerra, il grande regista se n’era già occupato quasi cinquant’anno fa in La grande guerra, premiato con il Leone d’oro alla Mostra di Cinema di Venezia. Le Rose del Deserto è stato presentato ai giornalisti lo scorso 22 novembre a Roma e dal 1° dicembre è in esibizione in oltre duecento sale cinematografiche italiane. Il sessantacinquesimo film del maestro Monicelli, liberamente tratto dal romanzo Il deserto della Libia di Mario Tobino, e dalla Guerra di Alba- cinema / Dezembro 2006 manuele Spera, uno dei co-protagonisti del film di Mario Monicelli – nel quale interpreta un ragazzo di origine sarda a cui non interessa assolutamente niente della guerra, ma soltanto tornare in Sardegna e riabbracciare la moglie rimasta incinta – racconta a Comunità la magia del primo incontro con il grande regista. – “Monicelli mi ha visto la prima volta mentre lavoravo a Roma. In quel periodo, – spiega l’attore – consegnavo il pane, e mentre lui camminava in zona via dei Serpenti gli ho tagliato la strada, passando di corsa. Ho visto che questo signore pensieroso mi guardava ma non diceva una sola parola. Ho provato a chiedergli se c’era qualcosa che non andava, ma non mi ha risposto. Per lui intorno non c’era nulla oltre a me. Praticamente mi ha fatto una lastra con gli occhi. A questo punto, – ricorda – ho chiamato il mio capo e gli ho spiegato la situazione. Lui mi ha detto che quel signore era Mario Monicelli, il più grande regista italiano anco- Ana Paula Torres Corrispondente • Roma ra vivente. Questa informazione mi ha stupito e mi sono subito domandato cosa voleva da me un regista. Il mio datore di lavoro si è fatto avanti e Monicelli gli ha chiesto chi ero io. Gli ha risposto che ero un suo dipendente e Monicelli se n’è andato. Il giorno dopo – racconta Emanuele Spera – Monicelli è tornato a cercarmi e abbiamo fissato un appuntamento. Ci siamo visti in un locale e in questa occasione lui mi ha parlato di questo film. Era verso aprile 2004, mi ha spiegato che doveva fare questo film sulla guerra e che era alla ricerca dei personaggi. Mi ha chiesto di andare a fare dei provini e gli ho risposto subito che non ero un attore, ma che facevo il cuoco di professione. Non ha cambiato idea e ha insistito nel convincermi ad andare a fare i provini. Sono andato diverse volte a fare dei provini finché il 23 marzo di quest’anno, esattamente due giorni prima del mio compleanno, ricevo la notizia di essere stato scelto da Mario. Mi hanno portato la sceneggiatura e un mese dopo, il 22 aprile, sia- mo partiti per iniziare le riprese in Tunisia”. Emanuele spiega che Mario Monicelli era alla ricerca di ragazzi che raffigurassero l’Italia durante la Seconda guerra mondiale. Contrariamente ai fisici snelli, palestrati e alle facce ben curate dei ragazzi di oggi. – “Gli servivano brutti come me, bassi e tarchiati. Anzi, – aggiunge – anche con il culo basso, come ha proprio detto Mario.” L’attore ricorda con affetto i momenti trascorsi insieme a Monicelli: – “Come persona è un signore adorabile, un vecchietto schietto, diretto, sincero. Con lui – afferma – è piacevole parlare di qualsiasi cosa. Sul set, invece, si trasforma e diventa una bestia. Dai suoi 90 anni si trasforma in un arrabbiatissimo ragazzo di 30. Lui mette a silenzio una troupe di 250 persone. In Tunisia, – ricorda – a 50°C all’ombra, in cui noi giovani eravamo stremati dal caldo, distrutti dal camminare con la sabbia, dalle riprese fatte sia di giorno che di notte, lui invece, era fermo, impassibile accanto alla macchina da presa con il suo cappelletto, con la sua seggiola che si portava sempre dietro, impassibile a strillare e a prendersela con tutti, nessuno escluso E sottolinea – Era il primo ad entrare sul set e l’ultimo Dezembro 2006 / ad uscire. Le riprese sono durate da metà aprile a metà giugno”. Come succede spesso in Italia, il film è stato doppiato ed Emanuele spiega il motivo: – “In questo caso era un film di guerra e venivano rispecchiate tante zone d’Italia. Di conseguenza – dichiara – la mia faccia, il mio fisico, non sembravano di un ragazzo romano, ma assomigliavano molto ad un ragazzo sardo di 20 anni. Quindi, l’unico problema era la mia parlata, che Monicelli ha dovuto per forza modificare con il doppiaggio. A tutti gli altri, invece, provenienti da tutte le zone d’Italia, ha chiesto di recitare nel proprio dialetto di origine”. Emanuele Spera dice di non aver mai pensato di diventare attore e non si illude riguardo il futuro. “Mi sto preparando, studio dizione e recitazione. Piano piano sto entrando in questo mondo che è bellissimo ma allo stesso tempo difficilissimo. Comunque sia, – aggiunge – questa sarà sempre un’esperienza indimenticabile.” La sua vera passione, invece, sono gli alcolici, motivo per il quale ha studiato per diventare barman. – “Questa mia grande passione mi ha portato a girare il mondo. Sono stato due anni in Australia e, sempre per lavoro, sono andato anche in Indonesia e Polinesia. In Australia ero andato per fare dei cocktail, per lavorare come barman, ma in quel luogo e con quella cultura, ero un disoccupato. Allora – confessa – ho avuto la necessità, per non tornare a casa, di inventare un lavoro, e la strada più semplice è stata quella di andare a lavorare in un ristorante italiano. La passione per il mare e per la scoperta di nuove culture un giorno sicuramente porterà Emanuele in Brasile, come si capisce anche dalle parole che dedica al popolo brasiliano. – “Nonostante la grande diversità tra classi sociali, alla fine i brasiliani riescono ad avere sempre il sorriso in faccia. Questa per me è una cosa fantastica, che apprezzo molto in questa gente.” ComunitàItaliana 43 teatro Como se fosse em Veneza Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro sediam mostra de filmes italianos recentemente exibidos na terra de Marco Polo Rosangela Comunale U m pouco do talento do cinema italiano exibido na 63ª Mostra Internacional de Arte Cinematográfica de Veneza, que aconteceu em setembro, foi também conferido em terras brasileiras. Composto por sete filmes, seis deles inéditos, o festival Venezia Cinema Italiano II, passou por São Paulo e Brasília e também pelo Cinema Odeon, na Cinelândia, no Rio de Janeiro. As expectativas do festival ficaram por conta de “La Stella che non c´è” [2006], de 44 ComunitàItaliana / Gianni Amelio, vencedor do Leão de Prata como filme revelação, e Nuovomondo [2006], de Emanuele Crialese, candidato ao Oscar 2007. Além deles, foram exibidos Lettere dal Sahara [2004], Quijote [2006], Non prendere impegni questa sera [2006], Come l´ombra [2006] e Il feroce saladino [1937]. De acordo com a Embaixada da Itália no Brasil, idealizadora do evento, mais de oito mil pessoas prestigiaram a mostra dos filmes nas três cidades. Para o embaixador Michele Dezembro 2006 Valensise, o tema comum entre as obras exibidas pode explicar o porquê de ter despertado o interesse do grande público. — Todos os filmes têm o mesmo fio condutor e falam sobre o intercâmbio de culturas. Muitos se identificam com os temas porque narram histórias de muitas famílias italianas daqui ou de seus ancestrais. A iniciativa do evento é de caráter cultural e se encaixa bem nos relacionamentos entre a Itália e o Brasil. Este ano, trouxemos a mostra ao Rio pela primeira vez — destaca Valensise. Em visita à capital fluminense, durante o festival, o ator protagonista de “Nuovomondo”, o siciliano Vincenzo Amato, falou um pouco sobre a “nova safra” do cinema italiano e também a respeito da indicação ao Oscar de 2007. —Não podemos viver ainda da época dourada. Não temos mais Fellini, De Sica ou Rossellini. O que aconteceu foi a acomodação do cinema italiano, com um sistema rígido, meio “soviético”, digamos assim. Antes havia uma estrutura já pronta com os grandes diretores. Agora acho que isso está acabando. Sabemos que fazer cinema é caro. Mas com a revolução digital, é possível fazer um bom filme com um custo bem menor. Adorei o projeto deste filme. Finalmente a o cinema italiano está despontando para o público e para a imprensa — analisa Amato. Ainda no Rio de Janeiro, o embaixador Valensise ressaltou a importância da realização do festival que não custou nada aos cofres públicos. O segredo, segundo ele, foi contar com parcerias com empresas como a TIM, as prefeituras das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, o governo do Distrito Federal, a Bolsa de Marcadorias e Futuros, o Grupo Estação, o Cinema Odeon e os Institutos Italianos de Cultura. — Recolhemos recursos sem tocar nos cofres públicos. Fizemos tudo apenas com as parcerias e o evento foi gratuito — reforça o embaixador. Para o prefeito do Rio, Cesar Maia, a idéia de divulgar o cinema italiano vai de encontro à iniciativa de trabalho nos planos de intervenção da cidade. — Estamos com um grupo de arquitetos e historiadores trabalhando em alguns projetos. O Rio de Janeiro, no século 19, era basicamente uma cidade européia com influências arquitetônicas, nas artes, dentre outras áreas. Pedi a eles que tentem identificar de que forma essa influência foi sendo modificada pela norteamericana. Temos que resgatar essas questões. O cinema italiano torna a população de periferia personagem principal. O humor é de forma direta e isso traz popularidade. Precisamos dessa sinergia dos europeus e não da cultura enlatada dos americanos — reflete. Além do prefeito, o diretor do Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro, Rubens Piovano, também aprovou a iniciativa. — Estamos satisfeitos em poder ter essa grande ocasião de aproveitar o que a Embaixada organizou junto com a Bienal de Veneza — diz. E le gosta do clima mais intimista, de platéias pequenas e estimula a proximidade entre ator e espectador. Não é preciso dizer que este cidadão vem da Itália, mais precisamente do Sul, conhecido pela hospitalidade e simplicidade de sua gente. Pois é assim que Eugenio Barba, aos 70 anos, ainda mantém a proposta com a qual criou a antropologia teatral e, assim, fundou o grupo europeu Odin Teatret, na Dinamarca. Em recente passagem pelo Brasil, ele se instalou no Rio de Janeiro com o objetivo de promover uma série de eventos no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). A programação contou com cinco espetáculos de teatro, seis demonstrações de trabalho, dois workshops e onze mostras de vídeo, além de uma conferência. O Odin Teatret existe há 42 anos e, segundo seu fundador, a idéia é não restringir as apresentações às salas de espetáculos. Além disso, há a necessidade de que o pensamento seja estimula- Quanto mais perto, melhor O italiano Eugenio Barba visita o Rio de Janeiro e expande a filosofia de seu grupo teatral que tem como um dos fundamentos a aproximação com o público Rosangela Comunale Fotos: Divulgação Divulgação cinema Roberta Carrieri: 32 anos de dedicação ao Odin do política e socialmente através das peças, ou seja, não pode se optar apenas pelo puro entretenimento. — A antropologia teatral não busca princípios universais, mas indicações úteis. Ela não tem a humildade de uma ciência, mas uma ambição em relevar conhecimento que possa ser útil para o trabalho do ator bailarino. Ela não se preocupa em descobrir leis, mas em estudar regras de comportamento — explica. Em sua conferência no Rio, Barba falou sobre a origem da companhia e expandiu-se para temas cruciais do teatro contemporâneo como a importância do texto, a relação binomial “verdade cênica” versus “organicidade” e a participação do corpo como elemento primordial na construção da expressividade da cena [princípio da ação orgânica]. Sobre os primórdios da companhia, fundada em 1964, apenas com atores amadores, que tiravam dinheiro do próprio bolso para montar seus espetáculos, Barba tenta esclarecer o que o moveu a criar o Odin Teatret. — O teatro era uma necessidade nossa. Uma maneira de encontrar um sentido na vida. O mais importante era não desistir. Um típico reflexo infantil. A origem foi isso. Uma energia preta. O desejo de não querer absorver o que os outros pensavam de nós. De querer ter orgulho de ser diferente, de ser estrangeiro — afirma. Uma de suas atrizes, Roberta Carrieri, é italiana e participa do grupo há 32 anos. Ela ainda guarda lembranças de quando seu trabalho começou no Odin Teatret. — Dez anos depois de seu surgimento, a companhia começou a trabalhar em ruas, praças. Não era mais o espectador que buscava o ator, mas o ator que buscava o espectador em seu bairro — fala a atriz. Dezembro 2006 / Superação de obstáculos Como diz o ditado, nem tudo é um mar de rosas em início de carreira. E com Barba não foi diferente. Nascido em Galípoli, um povoado no Sul da Itália, aos 17 anos, ele foi para a Noruega e trabalhou como soldador e marinheiro. Graduou-se, em seguida, em Literatura Francesa e Norueguesa e História da Religião na Universidade de Oslo. Depois de passar pela Polônia e pela Índia, Barba voltou à capital norueguesa em 1964 mas, por ser estrangeiro, não conseguiu encontrar trabalho no teatro profissional. Obteve, portanto, a lista de candidatos reprovados na Escola Estadual de Teatro de Os- “O mais importante era não desistir. Um típico reflexo infantil. A origem foi isso. Uma energia preta. O desejo de não querer absorver o que os outros pensavam de nós. De querer ter orgulho de ser diferente, de ser estrangeiro” lo e, com alguns dos aspirantes a atores, fundou o Odin Teatret. Em 1966, o grupo se estabeleceu na pequena cidade de Holstebro, no noroeste da Dinamarca, onde permanece até hoje. Atualmente, o grupo ocupa um lugar de relevância não só pela sua produção teatral, mas também pelos métodos de trabalho, fundamentos da International School of Theatre Anthropology (ISTA), também criado por ele e que estrutura seu método teatral e difunde a cultura do grupo em vários lugares do mundo. ComunitàItaliana 45 Fotos: Pierpaolo Ferrari música Esce “lo canto” Nuovo album di Laura Pausini rende omaggio alla musica italiana “I Ana Paula Torres Corrispondente • Roma o canto” è il titolo del nuovo album di Laura Pausini, presentato lo scorso 10 novembre contemporaneamente in ben 47 paesi. Pubblicato dall’Atlantic– Warner Music, questo disco è un omaggio della cantante alla canzone italiana, nel quale Laura interpreta “Io canto”, di Riccardo Cocciante, “Due”, di Raf, “Scrivimi”, di Nino Buonocore, “Il mio canto libero”, di Lucio Battisti, “Destinazione paradiso”, di Gianluca Grignani, “Stella gemella”, di Eros Ramazzotti, “Come il sole all’improvviso”, di Zucchero, “Cinque giorni”, di Michele Zarrillo, “La mia banda suona il rock”, di Ivano Fossati, “Spaccacuore”, di Samuele Bersani, “Anima fragile”, di Vasco Rossi, “Non me lo so spiegare”, di Tiziano Ferro, “Nei giardini che nessuno sa”, di Renato Zero, “In una stanza quasi rosa”, di Biagio Antonacci, “Quando”, di 46 Pino Daniele, e “Strada facendo”, di Claudio Baglioni. – Fare un disco di cover, e quindi – spiega Laura Pausini – trovarsi a dover scegliere quelle canzoni che hanno accompagnato, accompagnano e accompagneranno ogni giorno della mia vita, non è stata cosa semplice. Avrei dovuto pubblicarne dieci di questi album, – afferma – per pensare di poter raccogliere l’essenza di tutto ciò che amo. C’è la musica che ascolto nei momenti più tristi come in quelli speciali, le canzoni che da ragazzina cantavo nei piano bar, quelle che mi hanno insegnato, su tutto, ad emozionarmi e ad amare la musica. A prescindere dai generi e dagli stili. E poi – aggiunge – c’è una piccola parte di tutte quelle canzoni che avrei voluto scrivere, che sono parte del meraviglioso talento e dell’arte che questi cantautori ci hanno regalato. ComunitàItaliana / E dalla parte dei cantautori coinvolti in questo progetto, arrivano parole di apprezzamento per il lavoro della Pausini. Riccardo Cocciante, autore del brano che dà il nome al cd, ha così parlato di Laura Pausini: – Io canto, tu canti, e tutti canteranno, spero con la stessa energia che si sente nella tua interpretazione. – Talvolta le belle canzoni e i grandi interpreti si cercano reciprocamente, si fanno la corte, ammiccano, si accarezzano e infine si amano – ha invece dichiarato Nino Buonocore – Ed ecco che le parole e le note di “Scrivimi”, grazie alla limpida voce e all’inimitabile personalità di Laura, brillano di un rinnovato splendore che a molti risulterà assolutamente inedito e speciale. Michele Zarrillo, a sua volta, afferma di aver sempre pensato che il canto sia l’espressione del- Dezembro 2006 l’anima, uno dei modi più istintivi per farsi riconoscere. – Ascoltando “Cinque giorni” cantata da Laura Pausini – ricorda – ho provato una fortissima emozione ed ho avuto la conferma che una canzone, come altre forme d’arte, anche attraverso il tempo non subisce mutamenti, ma acquisisce naturalmente più forza, specialmente se ad interpretarla è un’artista del talento e della passione di Laura. Le sarò infinitamente grato per avermi reso parte delle sue emozioni. Ivano Fossati, invece, dice di aspettarsi dalla Pausini una versione travolgente della sua canzone. Per Samuele Bersani, è scontato dire che sia contento di far parte di questo nuovo progetto di Laura, quanto è scontato parlare della grande stima che nutre nei suoi confronti. La canzone “Spaccacuore” ha più di dieci anni e, secondo Bersani, con la versione di Laura è come se il brano riprendesse vita. Tiziano Ferro, il giovane e bravo cantautore di Latina, nel Lazio, si lascia andare ed esprime in modo chiaro cosa ne pensa. – Conosco Laura da cinque anni e mi è sempre piaciuta perché è una donna capace di assumersi le proprie responsabilità. Questo disco ne è la dimostrazione. Con il curriculum ed il talen- to del quale è dotata – continua –, Laura avrebbe facilmente potuto selezionare e confrontarsi con brani storici della cultura classica e sempreverde, con standard o pietre miliari della musica di ogni tempo e paese. Laura ha scelto col cuore – spiega –. Laura ha scelto le canzoni alle quali vuole bene, ha deciso di essere circondata da amici e soprattutto ha capito e dimostrato che è solo con la vera passione che si muovono passi nuovi e si effettuano scelte importanti come quella della produzione di un “Tribute album”. La ammiro – dichiara – perché ha dato prova del fatto che l’istinto è il padre di ogni vera convinzione, che è a sua volta vero sintomo di talento indiscusso. Solo con la stessa spontaneità che contraddistingue Laura si può risultare sempre credibili, onesti ed in grado di sostenere ogni nuovo progetto. Anche Renato Zero, un altro importante rappresentante della musica italiana, esprime la sua opinione: – Le mie composizioni mi sono sempre rimaste incollate addosso – sottolinea – E non che io non le abbia spronate a far visita a qualche altro illustre interprete. Macché! Da qui, le bambine non si sono mai mosse. È colpa mia. Forse me le sono coccolate troppo! Ma a noi cantautori, si sa, piace il taglio sartoriale. E mentre sembrava ormai tutto scontato, – continua – ecco che arriva la Pausini! Si prende per mano una mia canzone per farle girare un po’ il mondo. Che dire? Sono davvero orgoglioso. Tanto più che Laura ed io abbiamo molti brividi in comune… e questo sarà uno di quelli che restano! – Una canzone che sento più che mia, se non fosse lei a cantarla la gelosia mi devasterebbe. – ha invece dichiarato Biagio Antonacci. Dalle parole di Claudio Baglioni, è invece possibile constatare l’umiltà di Laura: – Qualche anno fa, – ricorda il cantautore romano – durante una manifestazione musicale con artisti internazionali, stavo firmando autografi quando comparve alla fine della fila Laura, già famosa in mezzo mondo a chiedermene uno per lei. Era seria e non mi prendeva in giro. Così – aggiunge – scrissi il mio nome, ringraziandola in cuor mio di quel gran regalo che mi faceva. Oggi me ne fa un altro, ancora più grande, prendendo una mia canzone e benedicendola con quell’incredibile prodigio del suo canto. E questa volta voglio ringraziarla a voce. Ciao Laura. La tua generosità è commovente e sincera. E piena di vita e di arte. “Io canto” si preannuncia come un altro grande successo per la Pausini, dato il grande numero di prenotazioni effettuate presso i siti internet di vendita online ancora prima di essere messo sul mercato. Ottime notizie per la cantante italiana attualmente più famosa al mondo, che così chiude alla grande forse l’anno più speciale della sua vita. Per Laura, il 2006 si è aperto con il trionfo al Grammy di Los Angeles, diventando la prima artista italiana a vincere questo importante premio dopo Domenico Modugno nel 1958. Mesi dopo, l’allora Presidente della Repubblica Carlo Azeglio Ciampi, le ha conferito il titolo di Commendatore. In realtà, il successo di Laura Pausini dura ininterrottamen- I primi passi Laura Pausini nasce a Solarolo, provincia di Ravenna, nella regione dell’Emilia Romagna il 16 maggio 1974. Nel 1993 partecipa al Festival di Sanremo, nella sezione “Nuove proposte” con il brano “La solitudine” e vince. Nello stesso anno, pubblica l’album “Laura Pausini” (Warner Music), che rimane in classifica nelle prime dieci posizioni lungo un intero anno in Italia. L’anno successivo, partecipa nuovamente al Festival di Sanremo e arriva terza in classifica con Pausini – World Wide Tour ‘97”. Nello stesso anno, si esibisce al Concerto di Natale alla presenza di Papa Giovanni Paolo II. Negli anni successivi vengono pubblicati altri suoi album e partono altri tour, mentre nel 2000 Laura presenta il disco “Tra te e il mare”, che contiene il brano “Per vivere”, canzone dedicata ai bambini abbandonati in strada che la Pausini ha adottato in Brasile, e che ora vivono nell’educandario Romão de Mattos Duarte, a Rio de Janeiro. Nel 2003 duetta con Céline Dion, Mariah Carey, Gloria Estefan, Ricky Martin, Alejandro Sanz e Shakera in “Todo para ti”, canzone scritta e interpretata da Michael Jackson per le famiglie delle vittime dell’attentato dell’11 settembre a New York. Aderisce ad altre iniziative e riceve una lettera di ringraziamento da Kofi Annan per aver contribuito alle cause benefiche riconosciute dalle Nazioni Unite. Infatti, l’amore per il canto e per la solidarietà sembrano avere lo stesso livello di importanza nella vita di Laura il brano “Strani amori”. Pubblica due dischi: “Laura” e “Laura Pausini” (versione in spagnolo), entrambi con la Warner Music. Grandi soddisfazioni ha invece nel 1995, quando riceve ben tre premi internazionali: Migliore artista internazionale al Festivalbar, “World music award” a Montecarlo, come “Best selling italian artist”, e “Lo Nuestro” a Miami, come “Cantante rivelazione di lingua latina sul mercato americano”. Laura è ormai un’artista di fama internazionale ed altri premi continuano ad arrivare. Nel 1997 parte il suo primo tour mondiale intitolato “Laura Pausini. Tra le tante iniziative a cui prende parte, sono da sottolineare quelle del 2004, quando è stata testimonial della campagna televisiva di beneficenza per l’adozione a distanza a favore di NPH Italia “Nuestros pequenos hermanos”, con la canzone “Il mondo che vorrei”. Sostiene, come testimone, la raccolta fondi per la lotta contro l’Aids promossa dalla Legga italiana per la lotta contro l’Aids, aderisce alla campagna di Amnesty International contro la violenza sulle donne e si impegna a favore della campagna sociale per il test Hpv delle donne europee. me ad artisti come Diana Ross, George Michael e Mary J Blige. In quello stesso periodo, è stato pubblicato il cd e dvd “Live in Paris ‘05” con il concerto a Le Zenith, Parigi. In seguito, ha dettato con Michael Bublé nell’interpretazione di “You’ll never find another love like mine”. Alla fine del 2005, Laura è stata premiata con il Grammy Latino nella categoria “Migliore album pop femminile” per “Escucha”, la versione in spagnolo di “Resta in ascolto”. “Avrei dovuto pubblicarne dieci di questi album, per pensare di poter raccogliere l’essenza di tutto ciò che amo.” Laura Pausini te dalla fine del 2004, occasione in cui è uscito in tutto il mondo l’album “Resta in ascolto”, ancora oggi tra i primi in classifica in molti paesi. Dopo è avvenuto il tour mondiale con 60 date tra Europa, Stati Uniti e America Latina, toccando città come Roma, Parigi, Londra, Los Angeles, Mexico City e San Paolo, ed arrivando ad un totale di oltre mezzo milione di spettatori. Nel luglio 2005, invece, Laura ha partecipato al Live 8 al Circo Massimo di Roma. Durante l’autunno dello stesso anno, ha interpretato il singolo dell’album postumo di Ray Charles insie- Dezembro 2006 / ComunitàItaliana 47 música 48 O italiano Maurizio Belli mostra virtuosidade em instrumento de repique, consagrado no Brasil Elisa Silva Especial para Comunità lianos. Daí, eu comecei a tocar pandeiro no estilo brasileiro. Depois, comecei a estudar a tradição do tamburello em meu país e segui para Nápoles onde esta tradição é mais forte. CI – Tenho certeza de que a maioria das pessoas acredita que o pandeiro surgiu na África. Belli – Não, existem, sim, pandeiros na África, bem como no mundo inteiro. O pandeiro é um instrumento muito antigo. Surgiu com as civilizações sumerianas onde, hoje, é o atual Iraque. Na Itália, a tradição do pandeiro se deu por influências árabes, do império otomano e dos mouros. Em um período mais remoto, a Itália recebeu dos gregos esta influên- ComunitàItaliana / cia. O pandeiro historicamente sempre foi um instrumento tipicamente feminino. O nome dele era Tympanon, um instrumento muito importante para o coro da tragédia grega, tocado por mulheres juntos com outros instrumentos de percussão e de sopro. No sul da Itália, mais especificamente na Puglia, temos na dança popular da pizzica pizzica, as lembranças dos rituais dionisíacos para celebrar a colheita da uva. CI – Tecnicamente falando, como é que o brasileiro toca pandeiro? Belli – O Brasil é o único país no mundo em que o pandeiro é tocado na horizontal. Talvez na África alguns países toquem o pandeiro também nesta posição. Dezembro 2006 CI – Então, o Brasil toca na horizontal por influência africana, talvez? Belli – Não poderia afirmar. Na verdade, na cidade de Paraty e na região Nordeste, onde existe a tradição do cavalo-marinho, sejam talvez os dois únicos lugares no Brasil onde o pandeiro é tocado na vertical, devido à tradição portuguesa. No mundo inteiro, o pandeiro é tocado na maneira que podemos chamar de oriental, que é o pandeiro tocado na vertical. No Brasil, o pandeiro é tocado na maneira que podemos chamar de européia, como é tocado na orquestra clássica, na posição horizontal. CI – São muitas as técnicas para se tocar pandeiro? Belli – Sim, existem inúmeras técnicas. Podemos afirmar que cada pandeirista tem uma técnica pessoal. Acho que o pandeiro é um instrumento onde a criatividade pode, realmente, ter seu livre desenvolvimento. Podemos aplicar todas as técnicas tradicionais juntas no mesmo instrumento: tocar o pandeiro na horizontal, na vertical, de cabeça pra baixo, apoiando-o numa perna ou entre elas, com uma baqueta fina ou uma vassourinha, tocar dois pandeiros ao mesmo tempo, enfim, não tem limite. CI – Quais os planos do músico Maurizio Belli para 2007? Belli – Estou organizando um festival internacional de pandeiros em Angra dos Reis. O objetivo é apresentar os vários tipos de pandeiros que existem no mundo e as técnicas para tocá-los. Eu também gostaria de montar no Rio de Janeiro, junto com meus amigos pandeiristas, um trio ou quarteto, tipo o quinteto VillaLobos, que é só de sopro. A proposta deste conjunto nasceu da idéia de juntar diferentes pandeiros que falam línguas diferentes, produzem timbres e ritmos diferentes e também representam culturas totalmente diferentes. O objetivo é mostrar que, através dos ritmos antigos e do poder dos pandeiros e conseqüentemente da música, as pessoas podem se falar apesar das diferenças de raça ou de religião e, assim, caminhar para a paz mundial. Aliás, acabei de formar um duo com Bernardo Aguiar, um pandeirista da jovem guarda muito bom, que agora toca com Carlos Malta no Pife Muderno. Eu já conhecia ele, foi um reencontro maravilhoso depois de muito tempo. La consacrazione del balletto italiano U n viaggio metafisico. Così si definisce lo spettacolo Canto Branco em um Momento de Horizonte Vertical [Canto bianco in un momento di orizzonte verticale, n.d.t.], che il Balletto Teatro di Torino (BTT) ha portato il mese scorso al Theatro São Pedro, a San Paolo, in unica presentazione. Dopo l’anteprima a Buenos Aires, la venuta della Compagnia alla capitale paolista apre la stagione mondiale di première in America Latina. In seguito, il BTT è andato a Montevideo, in Uruguai e poi percorrerà altri palcoscenici fino a maggio dell’anno prossimo, quando termina questa stagione. Lo spettacolo è stato creato specialmente per l’apertura della Biennale di Venezia-Danza 2006, a giugno di quest’anno, al Teatro Piccolo Arsenale di Venezia. Promosso dall’Istituto Italiano di Cultura (IIC) di San Paolo, insieme alla regione Piemonte, al Consolato Generale d’Italia, alla Secretaria Estadual da Cultura di San Paolo e con lo sponsor della Bauducco, lo spettacolo è firmato da Matteo Levaggi, ballerino e uno dei più giovani coreografi degli ultimi anni nella compagnia. Così come nella Biennale 2006, la coreografia è stata divisa in tre parti. — Ho suddiviso la danza in tre momenti: attesa, realizzazione e chiusura, creando un disegno interno ai ballerini, fatto di piccoli dettagli in opposizione al suono São Pedro e allo spazio bianco, enorme, cercando di tracciare le linee di sviluppo interiore, mutante e dinamico – risalta Levaggi. La notte della prima, dietro le quinte del piccolo Theatro São Pedro la direttrice del balletto, Loredana Furno, era tranquilla pochi minuti prima dell’inizio dello spettacolo e ha detto: —Spero che il nostro lavoro piaccia. Il pubblico di qui è molto caloroso. Abbiamo ballerini di varie nazionalità. C’è un russo, un olandese, uno spagnolo, un giapponese e un argentino. Compagnia di Torino fa tournée in America Latina e inizia spettacolo in terra paolista Marcos Petti Fotos: Divulgação ComunitàItaliana – Como surgiu o fascínio p ela percussão? Maurizio Belli – Eu comecei estudando flauta transversa no conservatório Civica Scuola di Musica de Milão. Depois me apaixonei pelos instrumentos de percussão. Desde o início, o instrumento que mais me fascinou foi o pandeiro (ou tamburello em italiano). CI – Dentre os instrumentos de percussão, o pandeiro é o mais fácil? Belli – Pelo contrário, o pandeiro é um dos instrumentos de percussão mais difíceis. A percussão é a forma mais criativa de se fazer música que é uma expressão vital. Ela sempre esteve ligada à vida do ser humano. Qualquer coisa que encontramos na rua pode ser transformada em um instrumento de percussão: um simples buraco cavado no chão do tamanho da palma da sua mão, por exemplo. Se batermos a mão em cima deste buraco, será emitido um som. Qualquer coisa que provocar um som pode ser um instrumento de percussão. O pandeiro, por exemplo, é um instrumento que nasceu da peneira, instrumento de trabalho transformado em ferramenta musical. Ele sempre foi considerado um instrumento pobre mas, aqui no Brasil, no chorinho e no samba de roda, ele é líder. CI – Este fascínio já dura quanto tempo? Belli – A minha pesquisa começou há vinte anos. Em Milão, conheci um músico brasileiro: Gilson Silveira, excelente percussionista e pandeirista da melhor qualidade que teve a idéia de criar uma escola para ensinar samba aos ita- “Esquentai vossos pandeiros!” Divulgação A paixonado por música, entrevistar Maurizio Belli é um perigo. Numa livraria, no coração do bairro carioca, de Ipanema, surge uma conversa despretensiosa. Desnecessário falar que o objetivo não era a elaboração da entrevista que segue. Mas Belli surpreende com projetos como o anúncio do festival internacional de pandeiro que será realizado ano que vem, em Angra dos Reis, e outras metas, por que não dizer, um tanto quanto inusitadas para um italiano. Prova disso é o que ele revela mais adiante. “Gostaria de montar no Rio de Janeiro, juntamente com meus amigos pandeiristas um trio ou um quarteto”, diz ele. dança Alla fine, il pubblico paolista ha lasciato il teatro con una buona impressione della performance del balletto, anche gli esperti in danza. — La qualità tecnica dei ballerini è al di sopra di quella dei contemporanei brasiliani – spiega la ballerina e insegnante di danza Renata Sanches, 29. Ma le qualità dello spettacolo non si limitano soltanto agli attributi tecnici. Molti meriti hanno rapito l’attenzione del pubblico. C’è stato perfino chi trovava una particolarità nella parte musicale dello spettacolo. — È stata interessante la modernità della presentazione – considera l’avvocato Leandro Chiarottino, 33. Secondo la traduttrice Marli Luise, 54, ciò che l’ha colpita di più è stato lo sfondo musicale. —La scelta della musica è stata fantastica. Che musica era? La qualità tecnica è molto buona. Si sente che dietro a tutto questo c’è un lavoro incredibile – dichiara. La compagnia si è formata negli anni ’70 a Torino, in Piemonte, con l’obiettivo di proporre un repertorio alternativo in confronto agli spettacoli di danza di quegli anni, oltre ad offrire un discorso che comprendesse altre discipline dello spettacolo. Nel primo decennio di attività, la Compagnia ha tracciato come meta la presentazione della danza in tutti i luoghi, avendo come panno di sfondo l’espressività e la tecnica di intepretazione, modificandosi grazie ad altri generi di spettacolo, tra cui la prosa al primo posto. Dezembro 2006 / Nel decennio seguente, dando contintuità alla ricerca del nuovo, la Compagnia ha aperto un ampio spazio alle creazioni contemporanee incorporando [nuovi, ndt] coreografi, tra cui Job Sanders, Roberto Castello, Bertrand d’At, Charles Vodoz, Jozsef Tari e ha ottenuto dalla fondazione José Limon, di New York, l’autorizzazione ad inserire nel suo repertorio “There is a time”, una delle opere fondamentali del coreografo americano. Nelle sue ultime stagioni, il Balletto Teatro di Torino si è occupato di danza contemporanea, con coreografie di Luca Veggetti, Loris Petrillo, Gigi Caciuleanu e la famosa americana Karole Armitage. Lungo gli anni, la Compagnia ha realizzato oltre a 60 allestimenti ed ha portato i suoi spettacoli in importanti tournée all’estero: Mosca e San Pietroburgo [1991], Messico [1993], Cuba [1994 e 1999], Taiwan [1995], Cina [1995 – 2001], Egitto [1995], Grecia [1997 e 2000], Turchia [1997 e 1999], Germania [Stoccolma – 1998, Bremerhaven e Colonia – 1999], Corea [Seul – 1999], Tunisia [1999], USA [Miami 2000 – 2002], Spagna [Madrid, Merida, Lãs Palmas, 2002], Malta [2004], Francia [Cannes al Palais des Festivals per “Les Étoiles de Ballet 2000” e Parigi, al Théâtre des Champs-Élysées per la solennità “Lês Étoiles du XXI siècle”, 2005], Zagreb [Biennale della Musica – Aprile 2005]. Per il 2007, la direttrice dell’IIC, Fiorella Piras, anticipa le attrazioni che l’istituzione porterà a San Paolo. Una di queste sarà la venuta del Balletto dell’Esperia, ancora senza data definita. Dello spettacolo del Balletto Teatro di Torino, dice: — Sono orgogliosa per la scelta della qualità. È uno stimolo. Stiamo avanzando su questa strada – ha concluso. ComunitàItaliana 49 fotografia comportamento Exposição em São Paulo mostra o que o calendário Pirelli já produziu em quatro décadas e a diva italiana Sophia Loren posa para a edição 2007 R Marcos Petti ivelato. Esse é o nome que marcou a abertura para a imprensa no shopping Iguatemi, em São Paulo, da exposição fotográfica do calendário mais cultuado da Pirelli dos últimos 42 anos. Como a palavra em italiano, sugere, a retrospectiva “revela” aos olhos do espectador a sensualidade feminina capturada pelas lentes dos mais prestigiados fotógrafos da arte e da moda, em diferentes décadas e lugares. A novidade para os cliques de 2007 é a participação da atriz napolitana Sophia Loren que, aos 72 anos, ainda esbanja exuberância e sensualidade. A exposição fotográfica já percorreu o circuito cultural da Europa, passando pelo Museu de Berlim, na Alemanha, e o MoMa, em Nova York. Além disso, a Pirelli trouxe ao Brasil pela primeira vez o backstage de 40 fotos selecionadas num trabalho de criação contínua produzido até hoje. A primeira edição saiu em 1964 e percorreu várias décadas até chegar à sua última edição, de 2006. Segundo a Pi- 50 relli, só não foram produzidas as edições entre os anos de 1975 e 1983, quando estourou a crise do petróleo. Ao todo, foram 33 edições e incontáveis fotos clicadas por profissionais, entre eles, a participação de três mulheres: Sarah Moon [1972], Joyce Tennyson [1989] e Annie Leibovitz [2000], que já colaborou para revistas consagradas de moda, como a Vanity Fair e a Vogue. Para o diretor de marketing, Nicola Tommasini, o calendário traduz o espírito da Pirelli e expressa os atributos da marca: inovação, emoção e estilo. — Há mais de 40 anos ele surpreende a cada nova edição, ultrapassa limites, renova conceitos e revela idéias — conta. Em meio a celebridades como o ator John Herbert e a modelo Cláudia Liz, o presidente do conselho da Pirelli na América Latina, Giancarlo Rocco Di Torrepadula, antecipou à ComunitàItaliana os eventos para os próximos anos. — O Calendário 2007 percorrerá a cidade de Shangai, na China. Faremos também um concurso ComunitàItaliana / de modelos brasileiras em 2008, na Bahia. Elas são as mais bonitas do mundo — opina. Assim como Vênus, imortalizada na obra de Botticelli pela sua beleza, muitas beldades conhecidas do público não poderiam deixar de ser ‘flertadas’. No calendário de 2005, o fotógrafo francês Patrick Demarchelier escolheu o cenário do Rio de Janeiro para clicar 13 modelos, entre elas, as tops mundiais Naomi Campbell, Michelle Buswell Dezembro 2006 A atriz espanhola Penelope Cruz também foi clicada Do mundo para Turim tado. Ele é plantado e colhido no interior do estado do Piauí. — É um feijão do nosso semi-árido, se adaptou muito bem, ótimas características organoléticas, as propriedades que estimulam os sentidos do ser humano. O canapu é muito resistente à falta de água. Tentamos resgatar o Fotos: Divulgação Fotos: Divulgação A Bella Donna e Diana Dondoe. Das brasileiras, foram convidadas Adriana Lima, Liliane Ferrarezi, Isabeli Fontana. A edição do mesmo ano marca os 75 anos de atuação da Pirelli no Brasil. Na edição de 2006 aparecem Jennifer Lopez e Gisele Bündchen, esta última quase irreconhecível por seu bronzeado. Elas foram fotografadas pela dupla Mert Alas e Marcus Piggot e Cindy Crawford (1994) por Herb Ritts. A top model Naomi Campbell foi revelada em 1995, pela segunda vez, pelas lentes do americano Richard Avedon, falecido em 2004 depois de sofrer uma hemorragia cerebral. Foram também retratadas algumas personalidades masculinas na única edição de 1998, com John Malkovich, Bono Vox e BB King, o consagrado “rei do Blues”. Sob o tema “Un Letto e Cinque Storie”, o calendário de 2007 foi apresentado à imprensa, colecionadores e convidados o mês passado, em Londres, no Battersea Evolution Park. Na ocasião, aos 72 anos, a atriz italiana Sophia Loren fez o lançamento do material e não perdeu a oportunidade de dizer que ficou surpresa com o convite para ser clicada. — Quando me chamaram, pensei: o que será que eles pretendem fazer comigo? Mas logo decidi aceitar. O resultado ficou ótimo — avalia. Além da diva italiana, a esperada edição do próximo ano revela em 26 fotos a beleza de grandes nomes do cinema hollywoodiano, como a norte-americana Hilary Swank, a espanhola Penélope Cruz, a inglesa Naomi Watts e a francesa Lou Doillon. Alimentos exóticos, receitas da vovozinha e culturas em extinção ganham espaço e força com o Salone del Gusto “A ntes eu abria, comia e só. Agora, além de comê-lo, faço doces, sucos, vinagre e geléia que duram todo o ano lá em Canudos, no sertão baiano” conta à ComunitàItaliana a produtora de umbu, a brasileira Judite Maria de Santana durante o Slow Food e Terra Madre - Salone del Gusto. O encontro anual reúne cerca de cinco mil lavradores, camponeses, pescadores e pequenos criadores de todo o mundo preocupados em preservar as qualidades originais dos alimentos em risco de extinção. A colheita do umbu faz parte de um dos “presidi” do movimento do “Slow Food” no Brasil. Antes da chegada da iniciativa, 50 famílias viviam do umbu. — Hoje já são 200 famílias em três municípios que produzem e comercializam a fruta como suco. Doces que vão parar nas merendas escolares distribuídas pelo governo — conta José Milton, um Guilherme Aquino Corrispondente • Milão dos responsáveis pela cooperativa que reúne os pequenos produtores e que já exporta para a Europa. O Salone del Gusto de Turim também abriu as portas para outros produtos brasileiros já presentes no mercado europeu graças ao comércio solidário. É o caso do guaraná, fruto amazônico transformado na famosa bebida de mesmo nome, recolhido por famílias dos índios Sateré Mawé, um grupo étnico com oito mil pessoas espalhadas por 80 vilarejos no interior da reserva indígena, no coração da floresta. Mas é o feijão, velho guerreiro da cesta básica do brasileiro, que mais chama a atenção. O feijão Canapu é vermelho e a sua origem é Africana. Ele foi trazido pelos escravos no século 16 e se ‘enraizou” no solo do NorteNordeste do país. O seu grão é tão grande quando o de milho e, uma vez preparado, revela notas de sabor de noz, feno e mato cor- cultivo desta cultura que é de ciclo longo e estava perdendo terreno para as culturas de ciclo curto. Repassamos também técnicas de convívio de uma cultura com outra, implantamos o conceito de desenvolvimento sustentável com respeito ao meio ambiente, sem o uso de agrotóxicos ou de quaisquer produtos químicos. A vinda do Slow Food nos ajudou a conscientizar os agricultores familiares da importância deste produto para a economia local — comenta o engenheiro agrônomo e responsável pelo projeto, José Antonio de Souza. Os brasileiros, juntos com representantes de todo o planeta, trocaram informações sobre técnicas de cultivo e de distribuição. Ao lado de africanos, asiáticos, americanos, aborígenes e europeus, os produtos do país disputavam as curiosidades de visitantes italianos e estrangeiros, além de jornalistas especializados dos quatro cantos do globo. Durante quatro dias, eles se reuniram em assembléias com um objetivo. Valorizar e preservar a cultura da alimentação saudável e fiel às suas raízes. Slow Food O movimento Slow Food é a salvação da lavoura, da pesca, das criações. Turim reuniu a maior e principal feira de idéias, experiências de técnicas agro-alimentares de produtos tradicionais históricos em todo o mundo. A inciativa segue o lema “Diga-me o que comes que te direi quem és”. Uma revolução silenciosa está ganhando corpo nas plantações e nas criações espalhadas por todo o planeta, com importância igual, quer nos vales dos Alpes italianos ou nas margens do rio Amazonas. O povo persistente e lento do Slow Food conquista terreno nos cinco continentes. O consumidor do século 21 está mais atento à qualidade do alimento sem o uso de agrotóxicos. Ele apóia o resgate de antigas técnicas de cultivo das plantas e de pastoreio dos animais em busca do sabor e do perfume de iguarias perdidos no tempo. A vida moderna impôs, goela abaixo do homem, organismos geneticamente modificados e cadeias de fast-food. Há vinte anos, um pequeno exército de Brancaleone, liderado pelo italiano Carlo Petrini, começou a dar vida ao movimento de resistência e de luta pela reeducacão do paladar. Camponeses de todo o mundo participaram do evento Dezembro 2006 / ComunitàItaliana 51 comunidade comunidade O Procurador Geral do Estado do Rio, Francesco Conte, nascido na Basilicata, fala sobre imigração, carreira e conta como se tornou presidente de honra de uma escola de samba fluminense D Rosangela Comunale a Itália, passando pelos gabinetes da Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro para o mundo do samba. Por si só a trajetória é inusitada e se torna mais surpreendente já que se trata de Francesco Conte. Esse italiano de nascimento, de 49 anos, da cidade de Casteluccio Superiore, na Basilicata, é mais um exemplo daquelas histórias de famílias que desembarcaram em terras brasileiras e que deram certo. Ao apagar das luzes de 2006, Conte faz um balanço dos trabalhos desenvolvidos junto ao governo fluminense e se descobre um verdadeiro admirador do carnaval carioca. E mais: apaixonado por Direito, ele ainda encontra tempo para participar de projetos de incentivo à cultura italiana no Rio de Janeiro. Segundo ele, a definição de novos mercados, tecnologias, oportunidades comerciais e intercâmbio científico são conseqüências práticas do processo de propagação cultural e lingüístico. A partir deste ponto de vista, surgiu a idéia de criação de um curso de idioma italiano ministrado por professores do Instituto Italiano de Cultura (IIC) do 52 Rio de Janeiro para os Procuradores do Estado e servidores do quadro de apoio da Procuradoria Geral do Estado (PGE). — A difusão da cultura e do idioma italiano sempre me pareceu um projeto estratégico tanto para a Itália quanto para o Brasil. Realizamos inúmeros seminários de cultura italiana, nas áreas da literatura, arquitetura e pintura. Além disso, tivemos a satisfação de realizar duas edições do seminário Rio Roma Americana, em conjunto com o Comune di Roma e a ASLA [Associazione di Studi Sociali Latino-Americani]. Criamos, na PGE, um curso de Direito Romano, em cuja área nossa biblioteca é uma das melhores. É inegável que o combustível para tais realizações e parcerias é o meu sentimento de italianidade — explica. Sobre a continuidade dos trabalhos para 2007, Conte garante que, mesmo com sua saída em tempos de mudança de governo, há perspectivas de que a idéia seja levada adiante. — Os projetos são institucionais e não pessoais. Exemplificamos: o curso de idioma italiano agregou valor à PGE, a par de descortinar a possibilidade de vários Procuradores do Estado fazerem ComunitàItaliana / pós-graduação no Brasil e na Itália. É possível que um ou outro projeto possa ser redimensionado. Porém, a hipótese de ruptura total não está em nosso horizonte — destaca, acrescentando que, no ano que vem, abrirá um escritório de advocacia e escreverá um livro jurídico no campo do processo civil. Mas a história de Conte no mundo acadêmico e jurídico data de 1976, quando começou a estudar na faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), concluindo o curso quatro anos depois. Dessa caminhada, um de seus maiores orgulhos é ter chefiado, por duas vezes consecutivas, a PGE. — Em 1985, após árduo concurso público de provas e títulos, fui nomeado e tomei posse no cargo de Procurador do Estado. Ocupei vários cargos de chefia e de direção no âmbito da Procuradoria Geral do Estado. Em 1º de janeiro de 1999 – aliás data do meu aniversário – fui nomeado, pela primeira vez, Procurador-geral do Estado pelo então Governador Anthony Garotinho. Em 2003, fui nomeado Secretário de Estado Chefe do Gabinete Civil, pela Governadora Rosinha Garotinho. Em 2004, fui nomeado, pela segunda Dezembro 2006 vez, Procurador-geral do Estado, cargo que exerço até o presente momento. Chefiar a PGE, por duas vezes, é uma honra — declara. Como todo italiano, Conte revela a satisfação de confiar a seus pais, Giovanni e Soccorsa Conte, a história de êxito de sua vida e carreira. De acordo com o procurador, eles ajudaram a transformar o sonho da imigração numa realidade bem sucedida. — Os meus pais imigraram para o Brasil quando eu tinha 2 anos de idade. Infelizmente, 3 anos após, minha mãe faleceu. É uma perda irreparável em minha vida. Como disse o poeta, é um espinho cheirando a flor. Meu pai sorveteiro, trabalhava de domingo a domingo. Ensinou-me os valores fundamentais da minha vida como a decência, honestidade, dignidade e o respeito ao meu semelhante. À memória de meus pais dedico esta reportagem. Naquele momento de dor conheci meu pai “d’alma”, professor Giuseppe D’Angelo e meu pai afetivo, o conceituado hematologista Dr. Braz Maiolino. Tais lembranças me convidam a lágrimas de incomensurável orgulho destes notáveis italianos — revela. Sobre o fato de participar da diretoria da Virando Esperança, escola de samba mirim da Unidos do Viradouro, Conte não esconde a alegria de ter sido convidado a ser o presidente de honra: — Há certas coisas que não têm uma explicação lógica. A minha residência é no município do Rio de Janeiro e as correntezas da vida me trouxeram para a Viradouro, uma das maiores instituições de Niterói. Eu não tenho uma visão racional para isso. É um trabalho que me deixa feliz, dá sentido à vida, aprimora a minha experiência pessoal e recicla as minhas energias. Segundo ele, importantes ações estão sendo atualmente desenvolvidas na Viradouro pelo presidente Marco Lira nas áreas de qualificação profissional, desportiva e de saúde. — O desafio é ampliá-las através da participação e do compromisso social de empresas em seus respectivos segmentos de atuação — conclui Motivos para comemorar A cidade paulista de São Carlos celebra padroeiro e é reconhecida na tecnologia e educação, uma vocação iniciada com uma “ajudinha” bem italiana C onsiderada a capital da Tecnologia devido às universidades e instituições de pesquisa [tradição e investimentos iniciados no romper do século 20, quando se destacavam as sociedades culturais italianas Vittorio Emanuele, de 1900, e Dante Alighieri, de 1902], a cidade de São Carlos, no interior de São Paulo, celebrou 149 anos de emancipação político-administrativa. O município, que recebeu milhares de italianos para o trabalho nas lavouras de café, mantém a ligação com a bota, reafirmada a cada 4 de novembro, mesmo dia de São Carlos Borromeu, seu padroeiro. E às vésperas de completar seu sesquicentenário, uma série de atividades e eventos dão conta das transformações e inovações, marcas registradas da cidade. De procissão à nova iluminação na Catedral, cujo projeto custou R$ 50 mil e significa a instalação de 275 holofotes distribuídos pelo jardim, vitrais e cúpula da igreja, passando pela inauguração de um relógio regressivo e shows comemorativos, os festejos desta comunidade parecem não ter fim. A programação teve início com a alvorada festiva, fogos de artifícios Sílvia Souza e repique dos sinos nas igrejas. À tarde, a imagem de São Carlos partiu da sede da Prefeitura seguindo em procissão até a Catedral para missa solene. Mas foi à meia-noite que um público estimado em mais de cinco mil pessoas acompanhou a inauguração do relógio que marca a quantidade de dias, horas, minutos e segundos restantes para 4 de novembro de 2007, quando a cidade fará 150 anos. A solenidade contou com a presença do prefeito Newton Lima e da primeira dama Ana Lima. — Estamos trabalhando para que São Carlos tenha um ano de comemorações que possam marcar sua história. Ao lado desses eventos culturais, educacionais e do conhecimento também estamos realizando obras como a Estação de Tratamento de Esgoto de São Carlos, que, pela primeira vez, irá tratar 100% do esgoto — explica o prefeito. À exemplo dessas iniciativas, a ligação com a Itália se manifesta na forma de investimentos. Da parceria com as regiões italianas de Marche, Toscana, Úmbria e Emilia Romagna, firmada com outras quatro cidades paulistas, resultou, em abril de 2005, a cria- ção do Consórcio Intermunicipal Central Paulista Brasil-Itália. — Já houve duas visitas de técnicos italianos à nossa região e a aprovação do projeto “Percurso de Colaboração para a Implementação de Políticas de Desenvolvimento Local Integrado entre Regiões”, que possui quatro subprojetos cuja verba total gira em torno de R$ 1,5 milhão. Além desses recursos, também constam cerca de R$ 400 mil para aquisição de computadores, contratação de pessoal e material de consumo para as prefeituras envolvidas — detalha Newton Lima. Influência italiana Em sua fundação, o povoado tinha pequenas casas ao redor da capela e seus moradores eram, em sua maior parte, herdeiros dos primeiros proprietários de terras da Sesmaria do Pinhal. Neste período, as fazendas de café pioneiras estavam consolidadas e São Carlos recebeu gente trazida pelo Conde do Pinhal em 1876. A grande maioria deles era originária das regiões setentrionais da Itália. Os imigrantes vinham para trabalhar nas lavouras e, graças às suas habilidades, atuavam também na manufatura e no comércio. Foi daí que a influ- O Santo São Carlos, cujo nome significa “homem prudente”, foi um italiano que nasceu em Arona, atual província de Novara, no Piemonte, em 1538. Considerado um dos santos mais ativos a favor da Igreja e do povo, São Carlos Borromeo morreu em 4 de novembro de 1584, aos 46 anos. Costumava dizer que um bispo muito cuidadoso de sua saúde não consegue chegar a ser santo e que a todo sacerdote e a todo apóstolo devem lhe sobrar trabalhos para fazer em vez de ter tempo de sobra para perder. São Carlos fundou 740 escolas de catecismo com três mil catequistas e 40 mil alunos. Fundou também seminários para formar sacerdotes, e redigiu para esses institutos regulamentos. Foi amigo de São Pio V, São Francisco da Borja, São Felipe Neri, São Félix de Cantalicio e São André Avelino. Em Arona, sua cidade natal, existe uma imensa estátua em sua devoção. Fotos: Secretaria de Comunicação de São Carlos Roberth Trindade Na cadência do Direito ência cultural européia resultou na atuação de sociedades educacionais tais como a Vittorio Emanuele e a Dante Alighieri, que se empenhavam no desenvolvimento social da cidade. A presença dos italianos era tão grande que durante as primeiras décadas do século 20, o governo italiano manteve um vice-consulado em São Carlos. Com a crise cafeeira de 1929, os imigrantes deixaram a atividade rural, passando a trabalhar no centro urbano como operários nas oficinas, no comércio, na prestação de serviços, na fábrica de artefatos de madeira e de cerâmica e na construção civil. Era o passo final para a materialização da indústria como principal fonte econômica no município. Empresários italianos visitam estabelecimentos em São Carlos Dezembro 2006 / ComunitàItaliana 53 Sapori d’Italia Nayra Garofle Bacalhau no Natal? Iguaria típica da gastronomia lusitana é “prato cheio” também na Itália Dona Concettina: o prazer de cozinhar estampado no rosto 54 ComunitàItaliana Fotos: Roberth Trindade Q uem disse que bacalhau é prato de português está muito enganado. Na Itália, o peixe é bastante consumido e, apesar de o país ser conhecido pela variedade de massas, os italianos sabem direitinho como combinar um bom macarrão com um molho à base de frutos do mar. Em época de Natal, se prepara muito pernil, cabritos e doces. Entretanto, no dia 24 de dezembro, véspera do dia mais festejado do ano, os italianos têm costume de preparar um bom “Linguine al Bacccalà”. Ou seja, uma combinação de massa com bacalhau para nenhum português pôr defeitos. Concettina D’Amico Cava, de 61 anos, é uma italiana bastante alegre e que adora recepcionar as pessoas em casa. Esta calabresa, de Fuscaldo, aprimorou a arte de cozinhar em vários cursos realizados na Itália. Casada com Luciano Cava, de Basilicata, os dois se conheceram no Brasil e já estão juntos há 43 anos. Desta união nasceram os gêmeos Antônio Carlos e Francisco Luciano, de 41. Dona Concettina, que já foi proprietária do restaurante Temperarte, em Ipanema, hoje, gosta mesmo é de cozinhar para os amigos ou de ajudar nas confraternizações da Associação Calabresa do Rio de Janeiro. Com o sotaque aflorado, apesar de tanto tempo morando no Brasil, a italiana recebeu a equipe de Comunità e deu uma verdadeira aula de culinária para a repotagem ao contar segredos que muitos brasileiros não sabem. Não é novidade, mas todo italiano cozinha o macarrão apenas com água e sal, não lava a massa e despeja bastante azeite para que fique bem solta. O molho, segundo ela, é à base de tomate cozido e peneirado, extraindo só a polpa. Depois das aulas em sua cozinha contando sobre como devemos manter o espírito natalino, Dona Concettina serviu o “Linguine al Baccalà” ali mesmo, em seu “ambiente de trabalho”. — Sou muito simples porque vim lá de baixo. Ensinei aos meus filhos que é preciso valorizar as pessoas pelo o que elas são e não pelo o que elas têm — afirma. Após tanta fartura [porque calabrês come muito bem, obrigado], Dona Concettina abriu mão de sua receita que, agora, pode ser conferida aqui na revista. Bom apetite! Linguine al Baccalà Ingredientes 500 gr. de macarrão tipo linguine ou espaguete de boa qualidade; 500 gr. de bacalhau demolhados e sem espinhas separados em lascas grandes; 2 kg de tomate sem pele e sem semente; 5 colheres de azeite extra-virgem; 1 cebola média bem picada; 1 dente de alho bem amassado; pimenta-do-reino; Uma pitada de açúcar; 1 colher de sopa salsinha picada Modo de preparo Refogue numa panela funda o azeite, a cebola e o alho. Junte os tomates passados no liquidificador. Jogue no refogado. Acrescente a pitada de açúcar e leve ao fogo brando por uma hora mexendo de vez em quando. Por último, junte o bacalhau e deixe cozinhar por mais 10 minutos. À parte, cozinhe o macarrão numa panela funda com bastante água. Salgue o suficiente. Escorra bem ao dente. Ponha no prato individual ou, se preferir, numa bela travessa e tempere com este molho, decorando com as lascas de bacalhau por cima, a pimenta e a salsinha. Sirva bem quente. / Dezembro 2006