Itália comemora produção recorde de
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Itália comemora produção recorde de
Politica Conferenza conferma interesse dell’Italia di avvicinarsi all’America Latina KART A volta de Felipe Massa às pistas Especial O início da produção brasileira de azeite www.comunitaitaliana.com R$ 11,90 Para brindar Ano XVI – Nº 138 ISSN 1676-3220 Rio de Janeiro, dezembro de 2009 Itália comemora produção recorde de espumante. Quase 50 milhões de garrafas estão prontas para celebrar o Ano Novo. No Brasil, o mercado nacional da bebida prevê aumento de 30% nas vendas Exclusivo: Lula assume seu lado torcedor e fala de futebol 22 CAPA Espumantes italianos batem recorde de produção e desbancam o champagne francês. Em todo o mundo, 46,5 milhões de garrafas estão prontas para brindar o Ano Novo Editorial Comportamento Cose Nostre Profilo Omaggio Kart Apito para 2010.............................................................................08 Pizza napolitana ganha selo de Garantia de Especialidade Tradicional da UE.................................................09 André Urani firma il testo di addio al padre, l’articolista Franco Urani��������������������������������������������������������������� 12 Atualidade Un calciatore modello per abilità e spirito sportivo, Leonardo è uno dei simboli del Brasile di oggi..................................50 A volta às pistas do piloto Felipe Massa, cinco meses após acidente....55 Cinema V Semana Venezia Cinema porta in Brasile la bellezza dell’attrice Maria Grazia Cucinotta..................................................................57 20 Política Patrizia D’Addario Prostituta lança livro em que conta detalhes dos seus encontros com o primeiroministro Silvio Berlusconi 6 42 Especial Azeite Brasil terá pela primeira vez seu próprio óleo, a partir de espécies vindas diretamente da Itália ComunitàItaliana / 48 Literatura Paolo Giordano No Brasil, escritor italiano fala sobre o seu trabalho de estreia, A solidão dos números primos, best-seller internacional Dezembro 2009 Ricardo Stuckert Roberth Trindade São Paulo vai brigar com o Rio de Janeiro pela Expo 2020................33 Stati brasiliani cominciano ad adottare leggi antifumo�������������������� 36 52 Esporte Lula Presidente brasileiro fala sobre a escolha do Rio de Janeiro para a sede das Olimpíadas e de sua paixão maior, o futebol COSE NOSTRE Julio Vanni FUNDADA EM MARÇO DE 1994 Diretor-Presidente / Editor: Pietro Domenico Petraglia (RJ23820JP) Diretor: Julio Cezar Vanni Publicação Mensal e Produção: Editora Comunità Ltda. O Tiragem: 40.000 exemplares Esta edição foi concluída em: 11/12/2009 às 18:30h Distribuição: Brasil e Itália Redação e Administração: Rua Marquês de Caxias, 31, Niterói, Centro, RJ CEP: 24030-050 Tel/Fax: (21) 2722-0181 / (21) 2722-2555 e-mail: [email protected] SUBEDItora: Sônia Apolinário [email protected] Redação: Daniele Mengacci; Guilherme Aquino; Nayra Garofle; Sarah Castro; Sílvia Souza; Tatiana Buff; Valquíria Rey; Janaína Cesar; Lisomar Silva REVISÃO / TRADUÇÃO: Cristiana Cocco Projeto Gráfico e Diagramação: Alberto Carvalho [email protected] Capa: ICP Unlimited Colaboradores: Luana Dangelo; Pietro Polizzo; Venceslao Soligo; Marco Lucchesi; Domenico De Masi; Franco Urani; Fernanda Maranesi; Beatriz Rassele; Giordano Iapalucci; Cláudia Monteiro de Castro; Ezio Maranesi; Fabio Porta; Fernanda Miranda CorrespondenteS: Guilherme Aquino (Milão); Janaína Cesar (Treviso); Lisomar Silva (Roma); Publicidade: Philippe Rosenthal Rio de Janeiro - Tel/Fax: (21) 2722-2555 [email protected] RepresentanteS: Brasília - Cláudia Thereza C3 Comunicação & Marketing Tel: (61) 3347-5981 / (61) 8414-9346 [email protected] Minas Gerais - GC Comunicação & Marketing Geraldo Cocolo Jr. Tel: (31) - 3317-7704 / (31) 9978-7636 [email protected] ComunitàItaliana está aberta às contribuições e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, sendo assim, não refletem, necessariamente, as opiniões e conceitos da revista. La rivista ComunitàItaliana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori e sprimono, nella massima libertà, personali opinioni che non riflettono necessariamente il pensiero della direzione. ComunitàItaliana ano de 2009 não foi brincadeira. Uma roda viva criada pelos mercados financeiros deixou a todos apreensivos quanto ao futuro. No exterior, em especial na Europa, a crise é uma realidade dura que contamina os humores dos seus cidadãos e isso atinge diretamente aos italianos. No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se arrependeu ao apostar no otimismo. Através de medidas econômicas de redução e até eliminação de impostos, fez com que os consumidores continuassem em grande forma e, consequentemente, girou a roda mais rápido para o campo positivo. O Brasil chega ao fim de 2009, definitivamente, como uma grande potência. Não só demonstrou sua liderança e competitividade em diversos setores, como conseguiu trazer otimismo e um toque de orgulho com a melhor notícia do ano: as Olimpíadas de 2016. Enquanto isso, na Itália, o premier Silvio Berlusconi parece não ter muito o que comemorar. Aliás, as acusações de suas “comemorações” em sua residência oficial, o Palazzo Grazioli, suas festas com prostitutas na Villa Certosa e as recentes denúncias do mafioso pentito Gaspare Spatuzza que envolvem o primeiro-ministro italiano com a máfia, fazem deste um ano muito ruim para ele. Apesar disso, continua com a popularidade em alta e é um dos nomes preferidos da mídia internacional. Um bom banho de sal grosso na virada do ano lhe cairia bem. Neste ano, em 27 de novembro, perdemos um grande colaborador: o amigo Franco Urani. Ele sim, um exemplo de italiano. Nascido em Turim, em 1930, era um apaixonado pela natureza e tinha verdadeiro amor pelo Brasil. Aqui, onde viveu diante da beleza do mar de São Conrado, era conhecido pelos projetos sociais que ajudavam comunidades carentes. Visionário, conseguiu instalar em Betim, Minas Gerais, o império FIAT. Foi ele o primeiro presidente, em 1974, da montadora no Brasil. Em sua última coluna de novembro, Franco estranhamente escreveu sobre os extraterrestres. Citou um fenômeno ocorrido no céu de sua terra natal em exatos 36 anos de sua morte. Estudioso de todas as coisas, deixa grande Pietro Petraglia saudade. Seu filho, o amigo economista André Urani, assina Editor sua coluna de despedida. Obrigado pela sua existência. A Franco Urani e sua família, ergo um brinde. Um brinde ao futuro que, com certeza, nosso incansável e otimista colunista encontraria motivos de sobra para comemorar. Ergo um brinde também a nossos leitores, colaboradores e anunciantes, fiéis companheiros de uma jornada que parte para seu 16º aniversário. Ao longo de todo o ano de 2009, publicamos mensagens de congratulações pelos nossos 15 anos. A todos que compartilharam conosco desse marco, o meu muito obrigado. A cada mês, as mensagens de apoio e carinho recebidas foram uma grande recompensa para toda nossa equipe. Para 2010, ano de Copa do Mundo, entraremos em campo com a determinação de sempre e o entusiasmo renovado de nossos atletas. Para ajudar nesses brindes, Comunità oferece a seus leitores o melhor do espumante italiano e brasileiro. Nossa reportagem de capa da última edição de 2009 mostra como a bebida dos dois países passa por uma boa fase e chega com todo gás, ou melhor, bolhas, nas festas de final de ano. Dentre as boas novas para o futuro, a revista também mostra o início da produção brasileira de azeite. Ainda sem tradição no setor, o país dá seus primeiros passos para ter um bom óleo, não por acaso, com a ajuda da Itália que tem um dos melhores produtos do mundo. O ano que chega é de Copa do Mundo, mas ainda não no Brasil que receberá o evento em 2014. Mas Copa do Mundo é sempre sinônimo de festa e explosão de paixões. Comunità antecipa um pouco dessa paixão brasileira por futebol com uma entrevista com o seu “torcedor número 1”: o presidente Lula. Apaixonado por futebol e esportes em geral, ele concedeu uma entrevista que girou apenas sobre esses assuntos. Agora, é correr para o abraço e comemorar. Feliz Ano Novo! Boa leitura. ISSN 1676-3220 8 Apito para 2010 editorial Verace pizza A pizza feita de acordo com a tradição napolitana obteve o reconhecimento da Comunidade Europeia como sendo um produto STG, ou seja, de especialidade tradicional garantida. Agora, la vera pizza napoletana ficará protegida pela UE contra imitações e falsificações. A decisão de conceder o selo STG para a pizza feita em Nápoles foi tomada no início de dezembro, pelo comitê europeu responsável pelas indicações geográficas e denominações de origem do continente, que funciona em Bruxelas. Sex symbols O s atores italianos Raoul Bova e Mônica Bellucci foram apontados como o homem e a mulher ideal pelos internautas italianos, em uma pesquisa realizada pelo site de encontros e relacionamentos Meetic. A enquete intitulada “Amor e Cinema” foi feita com cerca de 800 pessoas, entre homens e mulheres dos 18 aos 60 anos. Segundo o site, 43,4% dos casais declararam ser influenciados pela sétima arte. Os artistas italianos superaram personalidades hollywoodianas como Brad Pitt, Angelina Jolie, George Clooney e Scarlett Johansson. Já os filmes de amor mais citados pelos internautas foram Ghost (1990), E o Vento levou (1939), Casablanca (1942), Uma Linda Mulher (1990) e Dirty Dancing (1987). Vitória dupla Sexo O atacante brasileiro Adriano está rindo à toa. Depois de conquistar com o Flamengo o título de campeão do Brasileiro de 2009, o jogador celebra a justiça no caso do fotógrafo italiano acusado de chantageá-lo. Fabrício Corona, proprietário de uma empresa de fotografia, foi condenado a três anos e oito meses de prisão. Além do caso de Adriano, Corona foi considerado culpado por tentar extorquir o motociclista Marco Melandri, supostamente fotografado em companhia de uma atriz pornô, e o jogador Francesco Coco, então atleta do Milan, clicado em uma discoteca. Outros jogadores, como os italianos Francesco Totti, Alberto Gilardino e Christian Vieri, e o francês David Trezeguet, estão envolvidos em supostos casos de chantagem. 3 euros É “G S oterrada por cinzas do vulcão Vesúvio, a cidade de Pompeia poderá ser visitada virtualmente. O Google colocou a cidade na sua ferramenta Street View, onde o internauta pode “passear” entre os restos de antigas construções. Trata-se de uma das mais bem conservadas cidades da Antiguidade, pois ficou enterrada sob as cinzas por 1.700 anos. Porém, o que as cinzas conservaram, o excesso de turistas está colocando em risco. O turismo virtual pode ser a solução para preservar o que sobrou de Pompeia. o valor que cada italiano com mais de 18 anos gastou por dia, em 2009, apostando na loteria. A informação foi divulgada pela agência Agipronews, com base nos dados do Instituto Italiano de Estatísticas (Istat) e da Administração Autônoma dos Monopólios de Estado (Aams). No total, foram cerca de 45 bilhões euros despendidos por uma população de quase 50 milhões de pessoas. Rapidinhas ● De 30 de janeiro a 5 de fevereiro, a Região Lombardia, em colaboração com a Promos, organiza em São Paulo e Belo Horizonte encontros de negócios com operadores locais do setor de agroindústria. ● Com sede no estádio do Morumbi, o restaurante Copa Gas- Divórcio caro V erônica Lario, ex-mulher do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, pediu o equivalente a 5,3 milhões de dólares mensais de pensão no processo de divórcio iniciado devido ao suposto relacionamento do líder com uma jovem de 18 anos. Berlusconi, também um bilionário empresário de mídia, teria feito contraproposta de 300 mil dólares mensais para a ex-esposa com quem tem três filhos. tronomia & Futebol inaugurou a Confraria do Copa, que oferece degustações de vinhos e harmonizações especiais. ● Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, e Pedavena, província de Belluno, assinaram tratado de gemellaggio. ● O Vice-Presidente da Fiat América Latina, Valentino Rizziolli, e o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, foram os homenageados da 4ª edição da entrega da Medalha Itália Affari, promovida pela Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais. Entretenimento com cultura e informação / Dezembro 2009 Dezembro 2009 / ostaria de transar com (Barack) Obama.” Esse é o “desejo secreto” que o ex-deputado transexual Vladimir Luxuria admitiu ter. A “confissão” foi feita, no início domes, durante o programa de TV, Cena di Natale quasi perfetta , apresentado pelo Trio Medusa, no Sky Uno. Luxuria é um habitual participante de programas de televisão. Ele inclusive, foi o vencedor da versão 2008 de A ilha dos famosos, o reality show mais famoso da Itália. Máfia O ex-mafioso Gaspare Spatuzza, que testemunha em um processo de segunda instância contra o senador Marcello Dell’Utri, insinuou em depoimento, no início do mês, que o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, teria envolvimento com a Cosa Nostra, a máfia siciliana. Spatuzza afirmou que soube da suposta relação do premier com a organização criminosa em uma conversa com o chefe mafioso Giuseppe Graviano, que teria sido mantida nos anos 1990. O ex-mafioso também citou Dell’Utri, do partido governista Povo da Liberdade (PDL), como suposto envolvido com a máfia siciliana. O senador já foi condenado em primeira instância a nove anos de prisão por associação mafiosa. Spatuzza depôs sob um forte esquema de segurança. Ele testemunhou escondido atrás de um biombo branco, com o rosto coberto por uma máscara e cercado por agentes da polícia. ComunitàItaliana 9 opinião serviço agenda frases Cetus (Rio de Janeiro) O argentino Alejandro Somaschini apresenta na galeria Progetti, da italiana Paola Colacurcio, a mostra Cetus. Em sua primeira exposição individual no Brasil, o artista, que exibiu trabalho na recém-terminada Bienal do Mercosul, ocupará os dois andares do espaço. Misturando, como anuncia a descrição de Viviana Usubiaga, “paleontologia, astrologia e futurologia em seu “Berlusconi confonde il consenso popolare, che ovviamente ha e che lo legittima a governare, con una sorta di immunità nei confronti di qualsiasi altra autorità di garanzia e di controllo”, Gianfranco Fini, presidente della Camera dei Deputati italiana “L’Italia è fortemente e fermamente convinta che Battisti sia un terrorista comune e debba scontare la pena in Italia. Ma noi non faremo pressioni sulla decisione del presidente brasiliano”, Fashion Rio (Rio de Janeiro) Sob o tema Rio, Olímpico e Maravilhoso, o evento acontecerá de 8 a 13 de janeiro de 2010, no Píer Mauá, e vai falar sobre o esforço de milhares de pessoas para que os Jogos de 2016 entrem para a história, como um exemplo de organização, de resultados positivos para os nossos atletas e de transformação do Brasil. Durante seis dias, grifes brasileiras apresentarão suas coleções Inverno 2010 nos armazéns do Cais do Franco Frattini, ministro degli Affari Esteri italiano Monique Evans, ex-modelo e apresentadora de televisão “Le attese su Copenaghen sono state sproporzionate rispetto alle reali possibilità di accordo. La UE (Unione Europea) si è sbagliata pensando che il mondo le sarebbe andato dietro, invece segue in un’altra direzione”, Corrado Clini, direttore generale del ministero dell’Ambiente italiano Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia de 2008 enquete Berlusconi é eleito rockstar do ano pela Rolling Stone. Você concorda? Adriano está na lista de reforços do Roma. O brasileiro voltará para a Itália? Sim – 71,4% Não – 66,7% Não – 83,3% Não – 28,6% Sim – 33,3% Sim – 16,7% Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 20 a 24 de novembro. Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 24 a 27 de novembro. Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 1 a 4 de dezembro. cartas “S “A erá motivo de grande orgulho para nós, ítalo-brasileiros, ter uma obra do genial Massimiliano Fuksas em São Paulo. Espero que o projeto saia do papel o mais rápido possível para poder sentir o cheiro de Brasil que ele deixará na nova sede do IIC graças ao uso de madeiras nativas. Bela matéria.” o ler a matéria sobre a renúncia do governador do Lazio, fiquei pensando como a Itália é mesmo um país curioso. Ao mesmo tempo em que é um lugar assumidamente machista, não param de pipocar casos sobre envolvimento de italianos com travestis. Quando vão terminar os escândalos sexuais envolvendo governantes do país?” Neusa Fiori – São Paulo, SP – por e-mail Lúcia de Mattos – Rio de Janeiro, RJ – por e-mail 10 ComunitàItaliana / Dezembro 2009 Panificação artesanal (Rimini) Salão Internacional da Sorveteria, Confeitaria e Panificação Artesanal, a Sigep, é a vitrine europeia para confecção de doces e consolida seu espaço no setor Villa-Lobos – O florescimento da música brasileira. Mundialmente conhecido, Heitor Villa-Lobos foi um dos compositores latinoamericanos mais importantes da música erudita de sua época. Apesar de nunca ter se enquadrado em um movimento cultural específico e ter sido desconhecido do público e atacado pela crítica por muito tempo, o também maestro produziu uma extensa obra que une, de forma multifacetada, a música brasileira tradicional com a europeia. Fundiu os sons da mata, dos traços indígenas e africanos da cultura brasileira a características das cantigas, dos choros e sambas nacionais. O ano de 2009 marca os 50 anos de morte do músico e a obra de Manuel Negwer não deixa a data passar em branco. O autor o apresenta em toda sua heterogeneidade, além de fazer um amplo estudo das correntes culturais no Brasil da primeira metade do século 20. Martins Fontes Editora, 320 páginas, 44,90 reais. Deus abençoe esta bagunça – Imigrantes italianos na cidade do Rio de Janeiro. Professora colaboradora do programa de pós-graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Cléia Schiavo Weyrauch apresenta um retrato colorido e entusiasmado do mundo empresarial, das artes e do trabalho elaborado pelos italianos no Rio de Janeiro, com destaque para a Zona Rural (atual Zona Oeste), os bairros da Gávea, Santa Teresa e Centro e o atual município de Nova Iguaçu. São lembranças emocionadas da família da própria pesquisadora combinadas a documentos inéditos. O livro é resultado do curso de Pósdoutoramento realizado pela professora na Universidade de Roma II (Tor Begata) sob a orientação do professor Aniello Angelo Avella. Editora Comunità, 196 páginas, 28 reais. da panificação artesanal. Na 31º edição estarão em evidência as novidades quanto à matéria-prima e produtos de base, equipamento para confecções variadas, decoração e mobília. São destaques as alas temáticas, concursos, demonstrações, cursos e seminários de atualização. Na edição de 2008, foram registrados 92 mil visitantes e 745 expositores. Dos dias 23 a 27 de janeiro. Informações: www.riminifiera.it ou com a Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro através do e-mail [email protected]. Vivi la Casa 2010 (Verona) A feira de decoração e design, que acontece anualmente em Verona, chega a sua 8ª edição. O evento expõe mobiliário contemporâneo e para empresas, arte e artesanato, novidades para ambientes externos, moda e serviços para matrimônio. De 21 a 25 de janeiro. Outras informações: (21) 2262-9141. na estante “A história sugere que não é bom ser a cereja do bolo”, Olimpíadas: prefeito de Veneza está otimista com candidatura para 2020. A cidade tem chances? Porto, sendo que seis delas pisam pela primeira vez na passarela principal da semana de moda. Já o salão de negócios oficial do Fashion Rio, que agora se chama Rio-à-Porter, vai reunir cerca de 150 expositores de diferentes estados brasileiros. click do leitor Arquivo pessoal “Penso em me candidatar a deputada estadual pelo Partido Humanista da Solidariedade (PHS), em 2010. Quero falar sem palavras difíceis. Não abusarei de decotes e minissaias. Serei a dona de casa que luta pelos direitos. Não quero ser a Cicciolina”, método”, o artista nos traz perguntas como: O que deduzirão a partir dos nossos restos? O que descobrirão sobre nós por meio da evidência dos nossos esqueletos? Minuciosas, as obras de Somaschini descortinam seus traços naturalistas enquanto emergem de uma descoberta. Até 27 de fevereiro, de terça a sábado, das 11h às 19h. Galeria Progetti: Travessa do Comércio, 22, Arco do Telles. Rio de Janeiro. Informações: (21) 2221-9893 “N o mês de outubro participei do curso ‘Orizzonti Circolari - Ambasciatori del Terzo Millennio’ promovido pelo Parco Nazionale dell’Appennino Tosco-Emiliano. Pude visitar lugares lindos e tocar com as próprias mãos a História! Esse é o belíssimo castelo da família Malaspina em Fosdinovo (Massa), onde se tem a oportunidade de visitar o quarto em que Dante Alighiere dormiu durante sua estadia no castelo. Eu os convido a visitar as belas cidades que fazem parte do Parque.” Roberta Belletti, São Paulo - SP - por e-mail Mande sua foto comentada para esta coluna pelo e-mail: [email protected] Dezembro 2009 / ComunitàItaliana 11 Opinione Opinione André Urani Ezio Maranesi [email protected] Una sentenza Um uomo che ha vissuto C hi, da quache anno, scriveva in questa pagina era mio padre, Franco Urani, che è mancato il 27 di novembre ultimo a Torino – dove era anche nato, nel 1930. Se ne è andato in pace, abbracciato a mia madre, mia sorella e a un amico prete, a cui era molto attaccato. Io, purtroppo, non ho fatto in tempo ad arrivare per dargli un ultimo saluto. Ha lottato instancabilmente contro un linfoma per più di nove anni, ma ha lavorato fino alla fine, con il buon umore e l’ottimismo che lo hanno sempre caratterizzato. Ci lascia una scia “do bem”, ripiena di realizzazioni, semplicità e generosità che ci incitano a voler fare delle belle cose in questo mondo. Amava la natura: dalle Alpi piemontesi, che erano la sua passione, alla Pedra da Gávea (su cui è salito almeno una trentina di volte), passando dalla sua spiaggia di São Conrado (dove camminava tutte le mattine, a piedi nudi sulla sabbia, quando era qui a Rio) e a ogni tipo di animale, in particolare gli insetti. Non per niente studiò scienze agrarie e fece una tesi di laurea sulle cavallette (di cui scoprì tre nuove speci), grazie alla quale è vissuto durante un anno e mezzo nel Parco Nazionale del Gran Paradiso. Amava il Brasile, la sua gente, le sue contraddizioni e le sue sfide. Amava lo sport: le camminate con mia madre, le gite di scialpinismo, il tennis e la sua Juve. Amava (da buon piemontese) il suo lavoro: idealizzando e montando l’impero FIAT in Brasile, appoggiando mia madre e mia sorella nella vendita dei pizzi Alabianca, dandosi da fare in tutti i modi possibili e immaginabili per cercare di migliorare la Franco Urani: 45 anni di Brasile tra fabbriche e favelas Messaggio per Franco Urani F abio “È stato un onore per me, nel corso di questi ultimi due anni, essere “opinionista” di “ComunitàItaliana” accanto ad una persona come Franco Urani: personaggi come lui sono il miglior esempio di come il rapporto Italia-Brasile possa far nascere esperienze straordinarie di integrazione e solidarietà 12 Porta quando i protagonisti sono uomini dotati di una innata sensibilità e una profonda umanità. Ciao, Franco! I tuoi amici italiani e brasiliani ti piangono ma sono felici e riconoscenti per tutto quello che ci hai lasciato. Un abbraccio alla tua famiglia e ancora grazie per il dono della tua lunga e bella esistenza.” ComunitàItaliana / stupida L’Europa impone all’Italia di staccare il Crocefisso dalle pareti delle aule scolastiche Franco, il mio presidente “V edeva lontano Franco quando, nei primi anni ’70, cercava di convincere la FIAT ad investire in Brasile. Quando FIAT decise, nel 1973, la situazione finanziaria del Gruppo non era buona e l’investimento era ingente. La costruzione delle fabbriche iniziò in Betim nel 1974. Franco era il presidente e il responsabile della iniziativa. Mi accolse, con gli altri direttori inviati da Torino, con semplicità e spirito fraterno. Era il suo carattere. La responsabilità era immensa: il cantiere, l’acquisto degli impianti, la preparazione del personale, il difficile rapporto con il goverqualità della vita dei suoi vicini di Vila Canoas, a São Conrado. Amava aiutare gli altri: la famiglia (genitori, zii, fratelli, moglie, figli, nipoti – tutti quanti!), gli amici, i poveracci di ogni specie, perfino gli insetti che rimanevano incastrati nella luce di una lampada. Si divertiva ad offrire opportunità. Amava mia madre, con cui è stato felicemente sposato per più di 50 anni. Amava la vita, in tutte le sue manifestazioni. Non importava cosa facesse: dava sempre il meglio di se stesso. Aveva il pallino di realizzare le cose; si poneva degli obiettivi chiari e non si dava pace finché non li portava a termine. Non si scoraggiava mai, prendeva sempre Dezembro 2009 Ezio Maranesi no di Minas. Franco affrontò i problemi con serenità e professionalità e ci diede sempre il suo esempio. Vi furono momenti di sconforto quando, nel ’75, l’investimento rallentò; FIAT aveva problemi di liquidità e si parlava di cessione alla G. M. Franco sempre ebbe e ci trasmise fiducia. La Libia entrò nel capitale della FIAT e l’investimento riprese. Nel ’77 la prima vettura 147 usciva dalla fabbrica. Ci siamo visti poco negli ultimi tempi. Ma non ho mai dimenticato l’esempio di serenità, di impegno e di competenza che Franco, il mio presidente, mi ha dato in quegli anni. Sono orgoglioso di essergli stato amico.” il lato positivo delle cose e aveva un profondo senso di giustizia. Nelle sue ultime settimane di vita si è messo a scrivere la sua storia. L’ha finita quattro giorni prima di morire. Cercheremo adesso di pubblicarla, perchè merita. Ha vissuto intensamente e si è preso tante soddisfazioni. E riconoscimenti: nei primi anni ‘70 fu nominato Commendatore della Repubblica (il più giovane, fino a quel momento); nel 2006, cittadino onorario di Rio de Janeiro. Ma anche tutte le manifestazioni di stima, rispetto ed affetto che mia madre, mia sorella ed io stiamo ricevendo da quando se ne è andato. Possiamo piangerlo (eccome!), ma non avere rimpianti. La saudade è già grande! A lla parete bianca alle spalle della maestra era appeso, anni fa, ed è appeso ancora oggi, un Crocefisso. E’ sempre sembrato naturale che fosse in quell’ aula. Ha accompagnato, silenzioso ma presente, il cammino scolastico di noi ragazzi cattolici piú o meno devoti e non ha mai turbato le coscienze dei pochi ragazzi non cattolici. La Corte Europea dei Diritti dell’Uomo ha deciso, con sentenza, che il crocefisso deve essere tolto dalle aule scolastiche italiane. Motivo: il 10% degli studenti oggi appartiene ad altre etnie. Questi studenti sono costretti a subire la presenza sulle loro teste di un simbolo religioso cattolico. L’Italia è uno stato laico quindi, razionalmente, la sentenza sembra avere una sua logica. Si può obbiettare che esiste un Concordato tra la Chiesa e l’Italia, ma non la metterei sul piano giuridico. Parliamo invece di buon senso e pensiamo all’importanza e al significato della rivoluzione cristiana nella storia del mondo. Gesú Cristo non è un essere mitologico; la sua esistenza e la sua crocefissione sono ampiamente provate. Il suo insegnamento ha dato origine ad un movimento religioso che è cresciuto nel tempo e assunto una valenza mondiale. Se vi sono state pagine non sempre gloriose, l’Inquisizione o il processo a Galileo per esempio, o papi non sempre santi, non si può negare l’influenza che il cristianesimo ha avuto nel divenire della storia di tanti popoli. Lo viviamo, senza rendercene conto, anche nelle piccole grandi cose che accompagnano la nostra vita: il tempo si conta a partire dalla nascita di Cristo, il Natale e la Pasqua si festeggiano ovunque, la domenica è festa perche Dio al settimo giorno riposò. Lungo le nostre strade vi sono cappelle, altari, Madonne e Crocefissi, molte città e strade hanno nomi di santi, la Croce Rossa e tanti altri enti con il simbolo della Croce ci assistono col loro generoso lavoro, nella bandiera di vari stati campeggia la croce. Storiche chiese, monasteri, abbazie sono ovunque, i campanili, aguzzi nelle Alpi, tondeggianti in Padania, mozzi in Toscana, aggregano le case dei villaggi, come i pastori aggregano le loro pecore e risaltano nei paesaggi dell’intera Europa. Ovunque vi sono monumenti, statue, affreschi che ci ricordano Gesú. Sulle vette delle Alpi troviamo sempre una Croce. Noi siamo nati e cresciuti in questo contesto; questo è il nostro mondo. Metastasio sintetizzò questo sentimento in modo memorabile: “Ovunque il guardo io giro, immenso Dio ti vedo . .”. E la Corte di Strasburgo vuole togliere il Crocefisso dalle aule scolastiche. E poi? Vieterà di suonare le campane? Vieterà le processioni? Ordinerà di cambiar nome a piazza San Pietro o a Santa Margherita Ligure? Ordinerà alla Svezia di togliere la croce gialla dalla sua bandiera? Suggerirà al governo brasiliano di sostituire il Cristo Redentore con la statua di Platone, o di Voltaire, o di un altro campione del razionalismo per non turbare i sonni dei musulmani carioca? E gli arabi rifiuteranno i dollari del petrolio perché sulle banconote c’è scritto “In God we trust”? Abbiate buon senso, giudici europei, e invece di preoccuparvi del Crocefisso nelle aule scolastiche italiane o, come talvolta fate, del diametro dei cetrioli europei, occupatevi di regolamentare l’immigrazione distribuendo su tutti i paesi dell’Europa il peso e le responsabilità che oggi gravano soprattutto sull’Italia e sugli altri paesi mediterranei invasi dagli sbarchi clandestini. L’Italia ricorrerà alla sentenza ma, comunque, non accetterà l’imposizione disobbedendo, se necessario. Non possiamo accettare che una Corte Europea neghi la presenza nelle aule scolastiche di un simbolo che, da sempre, ha accompagnato le nostre vite. Quella parete bianca non può restare vuota; già c’è troppo vuoto nei valori che la cultura dominante oggi ci propone. Al figlio dell’immigrato musulmano o induista non nuocerà la presenza di un simbolo che è caro a noi, che siamo i padroni di casa. Il fenomeno della immigrazione è molto complesso e non si può parlarne liquidandolo in tre righe. Ma su un punto l’Italia deve essere ferma: l’immigrato, rispettate le regole di ingresso nel paese fissate dal governo, può certamente continuare a pregare Allah, ma è benvenuto solo se è disposto ad accettare le nostre leggi e gli usi e costumi che sono la nostra cultura. Opinione notizie Fabio Porta Jaquet [email protected] L’anno che verrà Perché e quando gli italiani sono passati ad essere il popolo più triste d’Europa e cosa fare per farli ridiventare quel popolo simpatico e cordiale che tutto il mondo ha conosciuto L’ Italia è cambiata, non è più la stessa, non è più simile a sé stessa o – meglio – non è più simile all’immagine che tutti nel mondo abbiamo sempre avuto del Belpaese: l’Italia allegra e spensierata, il Paese del lieto vivere, della proverbiale cordialità e simpatia dei suoi abitanti non esiste più. Una constatazione che sino a qualche tempo fa veniva fatta di solito dai nostri emigranti al loro rientro a casa, o al paese dei loro nonni o bisnonni; dov’era finito quel popolo allegro e ospitale, sempre pronto alla battuta e all’accoglienza sorridente e disinteressata? Oggi i primi ad ammettere questo cambiamento, questa vera e propria trasformazione o metamorfosi della loro maniera di essere sono gli stessi italiani. Sconsolatamente e con una certa rassegnazione. Perché tutto questo è avvenuto e, soprattutto, quando è iniziato questo processo che ha trasformato nel giro di pochi decenni gli italiani dal popolo più felice a quello più pessimista d’Europa? Per trovare una risposta, e forse anche una data, dobbiamo fare un salto all’indietro di circa trent’anni. Siamo nella secon- da metà degli anni’70, quando esplode in Italia con tutta la sua virulenza il fenomeno del terrorismo. Attentati, sparatorie, sequestri di persona, sono all’ordine del giorno. Improvvisamente, in particolare nelle grandi città, si comincia ad aver paura di uscire la sera, di andare in luoghi affollati, si diventa sospettosi verso il vicino di casa o il collega da poco seduto nella scrivania accanto alla nostra. I miei genitori rinunciarono all’ultimo momento di trasferirsi dalla Sicilia a Roma per paura; sì, la paura di perdere la sicurezza che una piccola cittadina di provincia poteva offrire ad una famiglia con figli in età scolare. Sono anche gli anni del cosiddetto “riflusso”. Dopo la grande partecipazione democratica del dopoguerra, le conquiste sociali dei governi di centrosinistra e l’euforia collettiva di studenti e lavoratori del sessantotto/sessantanove, la politica non è più di moda; entra in scena con irruenza il privato, entrano in crisi i ‘grandi miti’ collettivi. In quegli anni Lucio Dalla, uno dei cantautori italiani più famosi anche all’estero, scrive una canzone intitolata “L’anno che verrà” nella quale descrive alla sua maniera e con la forza magica di musiche e parole sapientemente coniugate il clima di quel periodo. La canzone è una lettera ad un amico, scritta a pochi giorni dalla fine di uno di quegli anni bui e pesanti: “Caro amico ti scrivo – canta Lucio – così mi distraggo un po’, e siccome sei molto lontano più forte ti scriverò”. Dopo poche strofe ecco come il cantautore descrive il clima di quegli anni: “Si esce poco la sera, compreso quando è festa, e c’è chi ha messo dei sacchi di sabbia vicino alla finestra (…) e si sta senza parlare per intere settimane, e a quelli che hanno cose da dire di tempo ne rimane”. In questi trent’anni l’Italia è cambiata e ancora di più sono cambiati gli italiani; agli anni del riflusso e del terrorismo sono seguiti gli anni di “mani pulite” e dell’ingresso del nostro Paese nell’Europa della moneta unica, con il passaggio dalla lira all’euro; un lungo periodo di scarsa crescita economica, di crescente disoccupazione e di difficile mantenimento per le famiglie italiane dei livelli di benessere ottenuti precedentemente. Fino ad arrivare ai tempi più recenti dominati dal “berlusconismo” e dal “leghi- smo”. Il partito di Berlusconi e la Lega Nord hanno in qualche modo incarnato meglio di qualsiasi altro movimento questo disagio e questa difficoltà del Paese ad uscire dalla spirale perversa nel quale è entrata negli anni ’80. Lo hanno fatto, a mio avviso, accentuando gli aspetti e gli effetti negativi di questa crisi, rafforzandone le tentazioni alla chiusura e all’isolamento del Paese e non le speranze di apertura e di cambiamento. La grave disattenzione di questi ultimi anni verso gli italiani nel mondo e le politiche severe e xenofobe in materia di immigrazione ne sono uno degli esempi più lampanti. Eppure, nonostante questo scenario certamente non ottimista, come italiano non voglio perdere la speranza di vedere il mio popolo recuperare quei valori e quelle caratteristiche che nel corso dei secoli l’hanno reso simpatico, unico e inimitabile agli occhi di tutto il mondo. E voglio credere che questo miracolo si realizzerà anche grazie a tanti milioni di stranieri in Italia e di italiani nel mondo. “L’anno che sta arrivando – concludeva la canzone di Dalla – tra un anno finirà; io mi sto preparando, è questa la novità!” L Jaquet 1 Comex 1 C ostruito a Niterói (RJ) il jaquet è una struttura di acciaio dalla base quadrata che misura 70 metri per 70 con topside che misurano 40 metri per 40, costruita con tubi che pesano 11.300 tonnellate in tutto. Alta 182 metri, dopo l’ancoraggio la sua topside rimane a 10 metri al di sopra del livello del mare. Il lancio del jaquet in mare è stato effettuato dal rimorchiatore italiano Saipem 600. Invece la nave semisommergibile Saipem 7000 posizionerà il jaquet al posto giusto e lo fisserà sul fondo del mare con tralicci di 116 metri di lunghezza e 400 tonnellate di peso ognuno. Previdenza D opo tre anni di ricerche e normative gli italiani e discendenti residenti in Brasile ora hanno l’opportunità di partecipare ad un piano di previdenza complementare gestito dalla Petros. Sarà il primo settore ad usare la Lei 109/2009, che ha ampliato il campo d’azione del fondo di previdenza complementare della Petros a categorie come associazioni, consigli e sindacati. Chiamato Previtália, il piano usa come compagnia assicuratrice le Generali do Brasil. Lanciato a Rio de Janeiro, dove gli italiani sono circa 1,2 milione, il piano dà i primi passi con sei associazioni fondatrici. Secondo il coordinatore del progetto, Odilon de Barros, la meta è quella di raggiungere, entro 10 anni, 10 milioni di italiani e discendenti in tutto il Paese. I l presidente brasiliano Luiz Inácio Lula da Silva ha autorizzato un investimento di 6 miliardi di reais durante 20 anni per la costruzione di più di 2mila blindati per riattrezzare l’Esercito. Secondo il ministro della Difesa, Nelson Jobim, il progetto Veículo Blindado Sobre Rodas ha già un preventivo a sua disposizione. I nuovi blindati, che saranno chiamati Guarani, saranno costruiti nella fabbrica della Fiat/Iveco a Sete Lagoas (MG). Il ministro ha anche detto che il VBSR sostituirà tutto il sistema mobile dell’Esercito. Jobim ha dichiarato che i blindati Urutu e Cascavel, ormai superati e che erano prodotti dalla fallita Engesa (che li esportava in circa 20 Paesi), saranno ristrutturati per comporre la flotta della Força. ComunitàItaliana / Dezembro 2009 L e relazioni commerciali tra il Brasile e l’Italia potrebbero essere molto più intense se ci fosse più divulgazione sui processi di esportazione ed importazione tra le imprese brasiliane, specialmente quelle micro e piccole. La conclusione è stata tratta da esperti che hanno partecipato al seminario “Capacitação em Comércio Exterior e Relações Bilaterais com a Itália”, promosso dalla Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Artesanato de Minas Gerais, che ha avuto luogo il mese scorso al Fiemg Trade Center, a Belo Horizonte. Secondo il direttore della Ventana Serra do Brasil e rappresentante della Câmara Ítalo-Brasileira, Paolo Casadonte, “bisogna migliorare la cultura dell’internazionalizzazione, specialmente nei comparti come quello della moda e dell’artigianato, che contano ancora su un marketing molto timido all’estero”. Secondo Casadonte un altro problema riguarda la mancanza di cooperativismo da parte delle imprese brasiliane, che lui considera “fondamentale per rafforzare l’internazionalizzazione delle compagnie brasiliane”. Blindati 14 Comex a prima tappa dell’installazione della Piattaforma di Mexilhão (PMXL-1) è stata conclusa il mese scorso. Il jaquet – struttura di acciaio che funge da base alla piattaforma e che resterà fissata sul fondo del mare – è stato lanciato nel Bacino di Santos. L’operazione ha avuto luogo a circa 140 chilometri dalla costa di Caraguatatuba (SP) dove la PMXL-1 entrerà in operazione dal 2010. Quella di Mexilhão sarà la maggior piattaforma fissa per estrazione di gas del Brasile, con capacità di produzione di fino a 15 milioni di metri cubici di gas al giorno – l’equivalente alla metà della capacità del gasdotto Bolivia-Brasile. S empre durante l’evento realizzato in Minas il direttore della Fragata Internacional, Públio Júnior, che ha tenuto una conferenza in cui ha spiegato le fasi dell’iniziazione al commercio estero, ha osservato che ci sono grandi imprese che non si sono internazionalizzate e piccole imprese che invece già esportano. Secondo lui la prima cosa da fare, da parte di un’impresa che vuole esportare, è iscriversi alla Receita Federal e al Banco Central. Per lui il Brasile e l’Italia hanno ancora molto da svolgere nel campo del commercio estero “che andava meglio fino al 2000”. Oggigiorno l’Italia è solo l’ottavo principale partner commerciale del Brasile. Valorizzazione L a banca di investimenti americana Goldman Sachs ha affermato in uno studio che il real è la moneta più supervalorizzata del mondo e che gli sforzi del governo brasiliano per contenere questo fenomeno possono essere insufficienti dovuto alla “valanga di soldi” che sta entrando nel Paese. Tra le principali monete del mondo nessuna ha avuto un aumento maggiore del real sul dollaro, che è stato circa del 30%. Secondo la banca l’aumento del real ha perso ritmo in rapporto alle altre valute da quando il governo ha cominciato a far pagare una tassa del 2% sulle applicazioni estere nella Borsa o sul reddito fisso, dal 19 ottobre. Ma, dice la banca, l’efficacia del provvedimento “non è ancora chiara” e una nuova valorizzazione potrebbe portare all’adozione di altre misure di controllo. Secondo la Goldman Sachs le entrate di denaro dall’estero sono una conseguenza del rapido recupero dell’economia brasiliana e dell’aumento crescente della domanda di commodities da parte dei mercati emergenti, come quello cinese. Blindati 1 I n aprile il Guarani è stato presentato alla fiera di materiale da difesa Laad 2009 (Latin America Aerospace & Defence), a Rio. Il costo di ogni unità è stato stimato in US$ 1,5 milione di dollari. Ciò significa che il governo potrà costruire circa 2.300 blindati. La dichiarazione del ministro è stata rilasciata dopo che il governo Lula ha riattrezzato la Marinha con sottomarini francesi e durante la fase finale d’acquisto di nuovi caccia per l’Aeronautica. Dezembro 2009 / ComunitàItaliana 15 politica Presidente brasiliano è presenza importante in evento su sicurezza alimentare a Roma, dove gli viene reso omaggio Sônia Apolinário* C ritiche al sistema finanziario internazionale e all’atteggiamento dei paesi avanzati in rapporto ai loro “vergognosi sussidi agricoli” hanno segnato la partecipazione del presidente brasiliano Luiz Inácio Lula da Silva nel Vertice Mondiale sulla Sicurezza Alimentare il mese scorso a Roma. Con l’assenza dei leader dei paesi più ricchi del mondo, Lula è stato il capo di stato più festeggiato. E gli è anche stato reso omaggio dall’organizzazione non governativa ActionAid Internacional “per i suoi buoni risultati nella lotta contro la fame in Brasile”. Presso la sede dell’Organizzazione delle Nazioni Unite per Agricoltura e Alimentazione (FAO), Lula non solo ha propa- Al presidente Lula vengono regalati guanti che simbolizzano la lotta contro la fame 16 gandato i suoi principali programmi sociali per l’erradicazione della fame nel Paese, come ha proposto l’applicazione di quello principale, il Fome Zero, nei Paesi dell’Africa subsahariana, dicendo che questo progetto ha dato origine ad importanti risultati in Brasile. Secondo dati del ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, gli investimenti nel Paese con il Fome Zero hanno raggiunto più di 700 milioni di reais. — L’esperienza brasiliana e di altri paesi dimostra che affrontare il problema della fame esige, prima di tutto, volontà e determinazione politica. Sono state iniziative politiche a permettere al Brasile di sradicare 20,4 milioni di persone dalla povertà e di ridurre del 62% la denutrizione infantile, rompendo il ciclo perverso che perpetua la miseria e la mancanza di speranza — ha detto il presidente, continuando: — Programmi come il Bolsa Família, principale strumento del Fome Zero, che si prende cura di 50 milioni di brasiliani, garantiscono che il cibo arrivi effettivamente sulla tavola di coloro che ne hanno bisogno. Inoltre stimolano la produzione agricola, promuovono lo sviluppo locale e contribuiscono a creare un vasto mercato di consumo popolare. Secondo dati della FAO 16 milioni di brasiliani soffrivano di denutrizione nel 1991. Dal 2001 ComunitàItaliana / al 2005 questi numeri sono scesi a 12 milioni e la percentuale di denutriti è caduta dal 10 al 6%. In una conferenza stampa, quando gli è stato chiesto di parlare dell’assenza dei principali leader mondiali all’evento, Lula ha risposto che “la verità nuda e Dezembro 2009 dagli attuali 7,9 miliardi di dollari a 44 miliardi di dollari annui. — Credo che “a goccia a goccia si scava la pietra”. Il mondo si sta rendendo conto del fatto che con meno della metà dei soldi messi a disposizione per salvare il sistema finanziario, nell’ottobre dello scorso anno, potremo salvare l’umanità da questa bomba di distruzione di massa che è la fame. I paesi che si preoccupano dell’Iran, dell’Afganistan o dell’Irak devono cominciare a preoccuparsi di questa guerra invisibile, che uccide innocenti che non possono dire a voce alta cosa sia la fame — difende Lula. Il premier italiano, Silvio Berlusconi, ha fatto eco alle parola di Lula per ciò che riguarda la messa in pratica dello “accordo di L’Aquila”. Secondo lui è arrivato il momento di “decidere le date e le modalità” per investire i soldi promessi. Nella dichiarazione fatta nella cerimonia di apertura dell’evento “è ora di passare dalle parole ai fatti”: — La lotta contro la speculazione dev’essere vista tra le priorità per sradicare la povertà e la fame. Ciò vale per il petrolio, il rame e l’acciaio ma, soprattutto, Sopra, il presidente Lula parla all’apertura del Vertice Mondiale sulla Sicurezza Alimentare. Sotto, Lula saluta il segretario generale delle Nazioni Unite, Ban-Ki-moon per il grano, il riso e la soia — difende Berlusconi. Il Vertice Mondiale sulla Sicurezza Alimentare ha contato sulla partecipazione di circa 60 leader di Stato. Per richiamare l’attenzione sul tema il segretario esecutivo della FAO, Jacques Diouf, ha fatto un digiuno simbolico di 24 ore in solidarietà “con coloro per cui questo tipo di realtà non è opzionale”. Dovuto a questa iniziativa il comune di Roma ha Fotos: Ricardo Stuckert È ora di entrare in azione cruda” è che non ci si aspetta, in realtà, che i paesi ricchi “vengano alla FAO ad annunciare che daranno soldi”. Secondo il presidente brasiliano sarebbe stata più importante la presenza dei paesi poveri “affinché si potesse fare esigenze di fatto e di diritto” riguardo all’adempimento di accordi già siglati. In luglio, durante il suo incontro annuale realizzato a L’Aquila, in Italia, il G-8 (gruppo dei paesi più ricchi) ha promesso di destinare ai paesi in via di sviluppo 20 miliardi di dollari entro tre anni per dare impulso all’agricoltura nei paesi in via di sviluppo. Secondo la FAO il numero di denutriti nel mondo supera già la cifra di 1 miliardo, il peggior livello dagli anni ’70. L’istituzione ha per meta quella di ridurre il numero di denutriti a 420 milioni di persone entro il 2015. Per risolvere il problema legato all’aumento della popolazione, che dagli attuali 7 miliardi viene stimato a 9 miliardi nel 2050, la produzione di alimenti in questi Paesi dovrà aumentare del 70% in questo periodo. Ciò significa che gli investimenti in agricoltura alimentare dovranno passare cancellato il cocktail che sarebbe stato offerto alle delegazioni dei Paesi che hanno partecipato al Vertice. Visto che si trovava in Turchia durante l’evento, il presidente dell’Italia, Giorgio Napolitano, ha inviato al segretario generale della Organizzazione delle Nazioni Unite (ONU) Ban Ki-moon, e al direttore generale della FAO, Jacques Diouf, un messaggio in cui gli ha chiesto l’impegno della comunità internazionale per combattere la fame: — E’ tempo di un rinnovato impegno da parte della comunità internazionale, specie dei paesi più ricchi, per sconfiggere la povertà e per porre le basi di uno sviluppo sostenibile e diffuso. Nel messaggio Napolitano ha osservato che il problema della fame nel mondo si è aggravato dovuto alla crisi economica e finanziaria. Secondo lui “le difficoltà dell’ultimo anno ci hanno insegnato che ricchezza e benessere hanno valore quando sono largamente e imparzialmente distribuiti”. Dezembro 2009 / Battisti A Roma Lula è stato ricevuto dal premier italiano, Silvio Berlusconi, con onori militari presso Palazzo Chigi (sede del governo italiano) dove ha avuto luogo un pranzo di lavoro. Durante l’incontro i due capi di governo hanno affrontato temi bilaterali e di politica internazionale. In Italia c’era una grande attesa riguardo al tema del caso Battisti. Sempre durante la conferenza stampa Lula ha negato di aver discusso il tema con Berlusconi. Secondo il presidente brasiliano lui non avrebbe potuto discutere un tema che è ancora all’analisi della Corte Suprema – all’epoca della visita di Lula in Italia il Supremo Tribunal Federal non aveva ancora ripreso la votazione del caso. — E’ impossibile venire in Italia e non discutere la questione di Battisti. Ma sto dicendo che non posso dire niente perché il caso si trova nelle mani della Giustizia — afferma Lula. *Con agenzie ComunitàItaliana 17 política Na cama com o premier Prostituta lança livro onde relata com detalhes seus encontros com Silvio Berlusconi “O último jornal que fala de mim me foi dado de presente alguns dias atrás por Ludovico Fontana, um jovem jornalista do Corriere del Mezzogiorno, de Bari. Chegava do Tibet. É o Himalayan Times, estou na primeira página junto com estranhas notícias sobre um país que eu não poderia nem menos encontrar facilmente no mapa. Faz três meses, falam de mim os jornais de todo o mundo, as emissoras de TV de todo o mundo. Fui para a cama com Berlusconi, sou uma grande notícia”. 18 Guilherme Aquino Correspondente • Milão É assim que se apresenta a prostituta Patrizia D’Addario no livro Sirva-se Presidente, toda a verdade da escort mais famosa do mundo, que escreveu junto com a vice-diretora do jornal Corriere del Mezzogiorno, Maddalena Tulanti. Publicado pela editora Alberti, chegou às livrarias italianas no final do mês passado e logo virou polêmica. As primeiras frases abrem a cortina de um dos maiores escândalos sexuais da Itália num momento em que o primeiro-ministro Silvio Berlusconi ganha a capa da revista Rolling Stone pelo seu “estilo rock de ser e estar na vida”. Para a publicação, as performances do premier na cama matariam de inveja ComunitàItaliana / astros como Mick Jagger e Keith Richards, nos seus áureos tempos. Patrizia D’Addario é uma testemunha em primeira pessoa, carne, osso e alma, deste capítulo à parte da política italiana submersa numa rede de intriga, sexo, poder, mentiras e gravadores. E depois de ver a sua história contada e replicada em todas as línguas e versões jornalísticas, decidiu ela própria contar tudo. A base dos relatos são as lembranças e vozes gravadas durante a sua estadia no Palazzo Grazioli, “um dos palácios mais belos de Roma, e residência privada do homem mais poderoso da Itália, o chefe do governo, Silvio Berlusconi”, como escreve ela, em trecho do livro. E o conheceu bem, pois esteve duas vezes no local: uma em 16 de outubro de 2008 e outra em 4 de novembro do mesmo ano. Ambas as visitas foram organizadas pelo empresário e amigo de Silvio Berlusconi, Gianpaolo Tarantini, processado por corrupção e falcatruas em licitações em Bari. Na primeira ida à casa de Berlusconi eram 20 mulheres, em meio a rios de champagne, música e piadas. Na segunda, o harém diminuiu para três mulheres, entre elas Patrizia Dezembro 2009 política D’Addario, que não tinha passado despercebida no encontro anterior. Na cama de Putin – assim batizada por ter sido um presente do presidente russo - duas lésbicas acariciam os pés do primeiro-ministro enquanto Patrizia e uma das “odaliscas” recebiam o convite para ir a um spa: “Vocês podem vir também? Massagem, relax, nós juntos, um mundo de diversão”, garante Berlusconi, instigado pela lembrança da promessa feita por ele a uma das mulheres, algum tempo antes. E de promessas, Patrizia estava farta. Ela conta que pagou uma promessa de Berlusconi com favores sexuais. Ela admite que fez da profissão de escort, “acompanhante de alto nível”, um caminho para ganhar dinheiro e vencer a burocracia italiana que travava a realização do projeto de família: construir um hotel, a partir das ruínas de um velho prédio, em Bari. A ela não interessava o pagamento de cinco a dez mil euros por cada noite passada com o primeiro-ministro, pagos do bolso de Gianpaolo Tarantini. Patrizia conta que o que ela queria era a garantia de que Berlusconi se ocuparia em retirar os obstáculos jurídicos para a realização do projeto que já tinha custado a vida de seu pai – ele se suicidou por não conseguir fazer frente à dívida contraída junto aos bancos locais para erguer o hotel. Berlusconi não sabia que estava com uma escort, segundo alardeia Gianpaolo Tarantino, que a teria apresentado como uma amiga. Segundo Patrizia, quando ele soube do seu problema, prometeu ajuda-la e “foi atencioso dentro e fora da cama”. “Eu vou te ajudar, vou enviar duas pessoas de confiança no canteiro de obras”, foi a frase ouvida e gravada por ela, da boca de Berlusconi. Ninguém, porém, apareceu para ajudá-la. A tiragem inicial do livro é de quinze mil cópias. E se o interesse pelas memórias de Patrizia for tão grande quanto a repercussão do caso, o título já deverá ser um best-seller e um dos presentes de Natal mais disputados, além de candidato a se transformar em roteiro de filme. Os ingredientes estão todos lá, nas 274 paginas do livro. D ois anos após a prisão de Cesare Battisti, no Brasil, sua extradição para a Itália ainda é um suspense. Depois do italiano receber do ministro da Justiça brasileiro, Tarso Genro, o status de refugiado político, o caso acabou no Supremo Tribunal Federal, que votou pela extradição. Agora, a questão está nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, até o fechamento desta edição, não tinha dado o seu veredicto. O Promotor Público e chefe do setor anti-terrorismo do Tribunal de Milão, Armando Spataro, aplaude a decisão do STF. Ele foi um dos promotores do caso Battisti, na Itália, que levou o ex-terrorista a ser condenado a prisão perpétua. — Eu defendo que Battisti é um assassino puro — afirma Spataro, em entrevista à Comunità. ComunitàItaliana - Qual é a sua avaliação sobre o caso Battisti? Armando Spataro – Em relação ao Supremo Tribunal Federal decidir que o presidente Lula tem a palavra final, lembro que ele disse aqui na Itália que seguiria a decisão da justiça. Gostaria de demonstrar o meu alto apreço pelo STF porque quando em casos como este, com mortos e um as- dade é que, no final, conta o direito e o direito triunfou. CI - O senhor foi procurado por representantes do governo ou da magistratura brasileira? AS - Absolutamente, nunca, nenhum magistrado brasileiro me procurou. Fui apenas consultado pelo embaixador italiano no Brasil que queria algumas informações concretas e algumas sobre o rito do processo. CI - Existe diferença entre um crime de natureza política e aquele comum? AS - Depende, porque a noção de delito político quando formou-se nunca previu a cobertura de atos de terrorismo. Posso dizer que a finalidade política dos reatos tem uma razão jurídica de existir. Posso imaginar, por exemplo, reatos cometidos contra uma ditadura, mas não falo de homicídio, falo de ações em defesa da democracia. O terrorismo é uma coisa completamente diferente, ele não é, absolutamente, um delito político e isto é importante compreender. Ponto de união Sempre em guerra, Magistratura italiana e o primeiro-ministro Silvio Berlusconi se entendem quando se trata do caso Battisti Guilherme Aquino Correspondente • Milão sassino como Battisti, não é que se pode falar de felicidade, mas esta decisão confirma a falsidade de algumas teses da defesa de Battisti. Também confirma a legalidade dos procedimentos italianos nos nossos anos de chumbo. Esta é uma razão de satisfação porque as palavras do ministro da Justiça do Brasil, Tarso Genro, me pareciam palavras mal informadas. Agora vamos esperar, ainda que exista um ponto interrogativo. Existe uma razoável esperança de ver Battisti, finalmente, numa prisão italiana. CI – O que o senhor acha que pode ocorrer com Battisti caso seja extraditado? AS - Ele vai ser tratado como todos os detentos aos quais a lei italiana reconhece ainda possibilidades de resgate e de benefícios penitenciários. Não sei para qual prisão ele vai ser levado, pois este é um tema do ministério da Justiça, uma vez que o processo já terminou. Ele deve apenas descontar a pena e é o departamento de administração penitenciária o órgão responsável. CI - O senhor acha que a pressão popular italiana tenha influenciado o voto do Supremo Tribunal Federal? AS - Francamente não sei se a pressão popular tenha surtido efeito na magistratura brasileira. Teria que perguntar isso aos juízes do STF. Eu tenho a sensação que o direito, a necessidade de seguir a convenção internacional, ao final, foram mais fortes do que qualquer outra coisa. Mesmo com a votação sendo de 5 votos a favor e 4 contra, o importante é o resultado final. O meu respeito vai a todos os integrantes do STF, incluindo os que votaram contra. Eu acho que os protestos serviam para apresentar o problema mais ao povo brasileiro do que aos juízes. A ver- Dezembro 2009 / Quando alguém diz que é um direito político, não é verdade. Eu defendo que Battisti é um assassino puro. Battisti cometeu homicídios. Desafio quem quer que seja a me dizer que o assassinato de um açougueiro tenha uma finalidade política, que o homicídio de um cliente de um restaurante, como Torregiani, tenha uma finalidade política e, mais ainda, não se pode falar de reato político se os atos de terrorismo são cometidos numa democracia, ou seja, contra a democracia. É preciso estar bem atento em definir atos políticos de atos de terrorismo. CI - O senhor acha que o caso Battisti poderia ser manipulado pelo governo? Battisti disse que seria um troféu nas mãos de Silvio Berlusconi. AS - O caso Battisti seria um dos poucos no qual o governo e a magistratura estariam do mesmo lado. ComunitàItaliana 19 politica Relazione Queima de imprescindibile arquivo? Conferenza a Milano conferma interessi dell’Italia di avvicinarsi sempre di più all’America Latina Sílvia Souza* “L’ 20 di origine italiana sparsi nei diversi paesi [latinoamericani] e una presenza imprenditrice italiana di assoluta importanza, che porta con sé tecnologia di punta”. Attualmente l’Italia è il terzo paese europeo che più importa merci dall’America Latina, con una partecipazione dell’11,1% del totale. Inoltre è responsabile del 13,5% dei prodotti importati dalla regione, restando al secondo posto tra le nazioni europee. Come ha ricordato il presidente della Lombardia, Roberto Formigoni, il Prodotto Interno Lordo (PIL) latinoamericano è aumentato del 5% negli ultimi cinque anni, mentre gli investimenti esteri nella regione sono aumentati del 53,6% tra il 2006 e il 2007 e del 14,5% tra il 2007 e il 2008. Circoscritto il ruolo economico della regione, Frattini ha indicato la creazione del G-20 come elemento che ha sanzionato definitivamente la funzione che il continente disimpegna nella congiuntura mondiale e in tutte le sfide internazionali, con la crisi economica, il Doha Round, l’ambiente, il narcotraffico, il ComunitàItaliana / I ministri brasiliani Guido Mantega (sopra) e Paulo Bernardo hanno partecipato alla Conferenza Elza Fiúza/ABr America Latina è un socio indispensabile”. La frase del ministro italiano degli Affari Esteri, Franco Frattini, ha “dato il la” di incontri e discorsi della 4ª Conferenza Italia-America Latina e Caraibi, realizzata all’inizio del mese a Milano. Per due giorni ministri delle nazioni che fanno parte del continente, tra cui Guido Mantega (Fazenda) e Paulo Bernardo (Planejamento, Orçamento e Gestão) hanno riconfermato il loro desiderio di essere partner della nazione del paese europeo. Secondo Frattini l’America Latina è un “interlocutore essenziale” non solo dal punto di vista economico, ma anche per risolvere i grandi problemi mondiali. Secondo il ministro l’Italia – che ora guida il G-8 (gruppo formato dai sette paesi più ricchi del mondo più la Russia) – ha assistito quest’anno all’emergere di paesi come il Brasile, l’Argentina e il Messico sulla scena mondiale, e per questo ora queste nazioni hanno potere decisionale. — E’ nostro compito consolidare sempre di più questa relazione, ogni giorno. L’Italia punta sull’America Latina. Una scommessa che, ne sono sicuro, non ci deluderà. La regione rappresenta un mercato con oltre 500 milioni di persone, con una simpatia naturale per il nostro paese e per il Made in Italy, rafforzata dalla presenza di comunità di origini italiane perfettamente integrate. Vivono in America Latina 1,13 milione di cittadini italiani e decine di milioni di discendenti di italiani — ha detto il ministro in una dichiarazione rilasciata alla stampa. Il ministro ha anche ricordato che ci sono “250 parlamentari terrorismo e la non proliferazione delle armi nucleari. Ma bisogna mettere in risalto che il Brasile è l’unico paese dell’America Latina a partecipare a questo nuovo gruppo di leader mondiali. Il primo ministro italiano, Silvio Berlusconi, ha difeso “un’alleanza” con l’America Latina per far fronte alla “offensiva economica” delle Tigri Asiatiche – gruppo formato da Taiwan, Hong Kong, Corea del Sud e Singapore. Il premier non ha nascosto la collaborazione che queste nazioni in gruppo possono offrire Dezembro 2009 al ruolo dell’Italia nelle relazioni internazionali: — Guardiamo ad un’alleanza con l’America Latina perché siamo protagonisti nel mondo e perché portiamo l’occidente, nel senso più ampio del termine, nel mondo — dichiara Berlusconi, mettendo in risalto che l’occidente del pianeta deve mantenere la sua importante posizione. — Nel mondo ci sono protagonisti che non conosco e che non applicano quelli che sono i valori basici dell’occidente. La 4ª Conferenza Italia-America Latina e Caraibi si è occupata di temi come quello dell’integrazione economica, culturale e politica, dei Mondiali di Calcio del 2014, dell’Expo 2015 e delle Olimpiadi del 2016. In un messaggio diretto ai partecipanti della conferenza il presidente della Repubblica italiano, Giorgio Napolitano, ha messo in risalto che la riunione “permette una comune riflessione sui problemi causati dalla crisi economica mondiale, che ha fortemente colpito le nostre economie e ha causato importanti conseguenze sociali”. Sempre secondo il presidente “dobbiamo [i paesi riuniti alla conferenza] non solo condividere le gravi difficoltà, ma anche accogliere le opportunità che la crisi offre all’affermazione di un modello di governance mondiale giusto, inclusivo e solido”. — L’Europa unita, forte grazie alla sua esperienza, alle potenzialità offerte dall’entrata in vigore del Trattato di Lisbona, potrà sviluppare un ruolo di protagonista sullo scenario internazionale e contribuire alla promozione della stabilità e della prosperità in tutti i continenti — prevede. *Con agenzie internazionali Morre travesti brasileiro envolvido com governador do Lazio Sônia Apolinário* P ivô do escândalo sexual que provocou a renúncia do governador do Lazio, Piero Marrazzo, o travesti brasileiro Brenda foi encontrado carbonizado, mês passado, em Roma. Segundo laudo da autópsia, a morte foi causada por asfixia ao inalar fumaça em seu apartamento, que pegou fogo. Ainda de acordo com laudo, o corpo não apresentava sinais de lesões físicas. O verdadeiro nome de Brenda seria Wendell Mendes Paes. Ele teria 31 anos. Em declarações reproduzidas pelo jornal Corriere della Sera, que cita fontes próximas de Marrazzo, o governador teria lamentado a morte do travesti e revelado que se sente culpado. — É culpa minha, é culpa minha. Depois de terem me destruído, também a fizeram morrer. Não é possível, não é justo, não devia ser assim — teria afirmado o político. — Perdoem-me pelo mal que fiz a todos. Não queria. Eu errei, cometi muitos erros, mas as coisas não tinham que terminar assim. O governador também teria dito que acredita na hipótese de que a morte de Brenda seja parte de um complô. No entanto, seu advogado, Luca Petrucci, assegurou que todas as declarações são falsas “da primeira à última linha”. Marrazzo renunciou ao cargo de governador do Lazio dia 27 de outubro e desde então se mantém afastado em retiro espiritual. O corpo de Brenda foi encontrado na madrugada de 21 de novembro. A morte do travesti está sendo investigada pelo Judiciário de Roma, que trabalha com a hipótese de homicídio. Outro travesti que conhecia Brenda, identificado como China, relatou à imprensa italiana que o brasileiro bebia Brenda: suspeita de fazer parte de um esquema de chantagem que levou Piero Marrazzo à renúncia do cargo de governador do Lazio No dia 2 de novembro, ao prestar depoimento, Marrazzo admitiu ter saído duas vezes com Brenda. Agentes da polícia des- política confiam que o travesti brasileiro poderia fazer parte de um amplo esquema de chantagem com base em vídeos e fotos comprometedores, do qual Marrazzo teria sido apenas uma das vítimas. Outro fato que aumenta o mistério do caso é a morte, ocorrida no dia 12 de setembro, de Gianguarino Cafasso. Ele é traficante de drogas e fornecia cocaína a Brenda e demais travestis. Cafasso foi vítima de overdose de heroína. O escândalo envolvendo Marrazzo e seu relacionamento com travestis veio à tona com a prisão de quatro policiais que estariam tentando extorquir o então governador em 80 mil euros. Tudo começou quando policiais do Raggruppamento Operativo Speciale (ROS) investigavam tráfico de drogas pela potente Camorra napolitana. Numa das interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial, colheu-se o relato de que quatro policiais militares (carabinieri) estavam chantageando Marrazzo. Para isso, usavam uma filmagem de encontro sexual dele com travestis, em um quarto onde havia carreiras de cocaína em cima de uma mesa. Os carabinieri teriam flagrado o governador em pleno ato sexual com Natalia, ao invadir a casa deste também travesti brasileiro. Já a filmagem teria sido feita pela própria Brenda, em um aparelho celular. * Com agências muito e tomava remédios para dormir. Para China, a morte não teria passado de um “incidente”. Já o travesti brasileiro Bárbara discorda. Para ele, Brenda foi morta: — Brenda estava mal psicologicamente e queria voltar para o Brasil. Agora, precisamos encontrar quem fez isso — declarou Bárbara, que contou ter se encontrado com Brenda na noite anterior de sua morte, quando beberam uísque em um estacionamento. O corpo foi encontrado por bombeiros, que atenderam a um chamado de incêndio. O travesti estava seminu. Também foram achadas duas malas prontas e uma garrafa de uísque. Um detalhe que chamou a atenção da polícia foi o computador de Brenda, que teria sido jogado no interior do vaso sanitário, em uma aparente tentativa de danificá-lo. Dezembro 2009 / ComunitàItaliana 21 capa N Saúde! Salute! Lisomar Silva N Correspondente • Roma este final de 2009, ao abrir a sua garrafa de espumante italiano, você vai brindar não somente os melhores momentos de sua vida em companhia de parentes e amigos, mas também o sucesso das bolhinhas que venceram a poderosa concorrência francesa do inigualável champagne no mercado internacional. Ao espocar a rolha, você vai fazer parte de uma rede de consumidores que estará desfrutando de cerca de 46,5 milhões de garrafas de espumantes em todo mundo para festejar o Ano Novo. Essa é a previsão do Fórum do Espumante Italiano, que anunciou a presença cada vez maior do frisante vinho italiano nos países emergentes, entre eles o Brasil. Nos últimos doze meses, o volume de exportações do espumante cresceu em 70 países. A Coldiretti, a maior confederação italiana dos empresários no setor agrícola na Europa, indica que, pela primeira vez na história, a produção de espumantes superou a do champagne - que sofreu uma redução de garrafas na ordem de 44% para controlar os efeitos da crise econômica no setor enológico. Os produtores franceses colocaram à disposição dos consumidores pouco mais de 262 milhões de garrafas da safra 2009, enquanto o espumante italiano ganhou um aumento de 15% em sua produção – o equivalente 22 ComunitàItaliana / Dezembro 2009 el Capodanno del 2009, quando aprirai una bottiglia di spumante italiano brinderai non solo ai migliori momenti della tua vita in compagnia di parenti e amici, ma anche al successo delle bollicine che hanno vinto la potente concorrenza francese dell’impareggiabile champagne nel mercato internazionale. Allo scoppio del tappo farai parte di una rete di consumatori che staranno sfruttando circa 46,6 milioni di bottiglie di spumante in tutto il mondo per festeggiare il Capodanno. E’ questa la previsione del Forum dello Spumante Italiano, che ha reso nota la presenza sempre maggiore del vino italiano frizzante nei paesi emergenti, tra cui il Brasile. Negli ultimi dodici mesi il volume di esportazioni dello spumante è aumentato in 70 Paesi. La Coldiretti, maggior confederazione italiana di imprenditori del settore agricolo in Europa, indica che per la prima volta nella storia la produzione di spumanti ha superato gli effetti della crisi economica nel settore enologico. I produttori francesi hanno messo a disposizione dei consumatori poco più di 262 milioni di bottiglie della vendemmia del 2009, mentre lo spumante italiano ha raggiunto un aumento di produzione del 15% – l’equivalente a 11,5 milioni di bottiglie – per un totale calcolato in 328,485 milioni di bottiglie, con un fatturato annuale stimato in 2,5 miliardi di euro. Questo è anche il primo anno di produzione del Prosecco con etichetta Doc (Denominazione di Origine Controllata), e con quella Docg (Denominazione di Origine Controllata e Garantita) per gli spumanti Conegliano Valdobbiadene Prosecco e Colli Isotani Prosecco, mantendendo alta la qualità con ottimi prezzi per il mercato interno e internazionale. Il Prosecco, in tempi di crisi, si presenta come un prodotto versatile, facilmente riconoscibile e con prezzi convenienti. Buona parte del Prosecco Doc e tradizionale (il 18%) viene destinata a Inghilterra, Scandinavia e America Latina. Espumantes italianos batem recorde de produção em 2009 e desbancam o champagne francês neste final de ano. No Brasil, o mercado nacional da bebida também comemora diante de uma perspectiva de crescimento de 30% nas vendas Spumanti italiani battono record di produzione nel 2009 e sbancano lo champagne francese questo Capodanno. Anche in Brasile il mercato nazionale della bevanda festeggia dovuto ad una prospettiva di crescita del 30% delle vendite Dezembro 2009 / ComunitàItaliana 23 capa a 11,5 milhões de garrafas - para um apetitoso total calculado em 328,485 milhões de garrafas, com um faturado anual estimado em 2,5 bilhões de euros. Este também é o primeiro ano de produção do Prosecco com etiqueta Doc (Denominação de Origem Controlada), assim como a Docg (Denominação de Origem Controlada e Garantida) para os espumantes Conegliano Valdobbiadene Prosecco e Colli Isotani Prosecco, mantendo alta a qualidade com ótimos preços para o mercado interno e internacional. O Prosecco, em tempos de crise, se coloca como um produto versátil, facilmente reconhecível e com preços convenientes. Boa parte do Prosecco Doc e tradicional (18%) é destinado à Inglaterra, Escandinávia e América Latina. Hoje, a categoria dos espumantes Doc e Docg inclui 278 denominações espalhadas em 20 regiões italianas – incluindo 75 províncias e 390 territórios vocados - com 600 casas vinícolas que produzem o equivalente a 2360 etiquetas, presentes no mercado nacional e mundial. Uma das principais zonas de produção é Valdobbiadene, que reúne 1400 vinícolas que cultivam as uvas Glera, destinadas à produção do famoso vinho borbulhante. As regiões de Lombardia, Vêneto e Piemonte são as mais produtivas. A Lombardia lidera a Valdobbiadene: uma das principais áreas de produção de prosecco com 1400 vinícolas Valdobbiadene: una delle principali zone di produzione di prosecco con 1400 aziende vinicole produção de espumantes obtidos com o método clássico (presença de anidride carbônica em fermentação natural na garrafa na fase de vinificação), que caracteriza a alta qualidade dos produtos originários de Franciacorta. A célebre zona é líder - com a área vinícola de Trento - tanto na venda de seus espumantes nos restaurantes e nas enotecas quanto como presentes para grandes comemorações. Entretanto, a zona de Asti é rainha incontestável e responde por 80% da produção destinada a brindes em todas as festas principais do ano, acompanhando doces e sobremesas artesanais. Uma das mais expressivas descrições sobre o atraente perfil dos espumantes parte do Forum Spumanti d’Italia, realizado Oggigiorno la categoria degli spumanti Doc e Docg include 278 denominazioni sparse nelle 20 regioni italiane – includendo 75 provincie e 390 zone vocate – con 600 case vinicole che producono l’equivalente a 2360 etichette presenti nel mercato nazionale e mondiale. Una delle principali zone di produzione è quella di Valdobbiadene, che riunisce 1400 industrie vinicole che coltivano le uve Glera, destinate alla produzione del famoso vino frizzante. La Lombardia, il Veneto e il Piemonte sono le regioni più produttive. La Lombardia guida la produzione di spumanti ottenuti Regrinhas básicas ● Evite os copos dourados e coloridos. Use o copo certo, ou seja, o flute, alto, sóbrio e elegante, feito em cristal liso e transparente. Lembre-se que o prazer de se beber um espumante começa em ver a cor do líquido e as bolhinhas que se desprendem, docemente, aos milhares – e que você vai chamar perlage, como se diz em francês. ● Sirva-o (e beba-o) frio, a uma temperatura entre 6 e 9 graus centígrados. ● Para chegar à justa temperatura, mergulhe sua garrafa em um balde com água e gelo durante 30 ou 40 minutos, ou então coloque-a na geladeira pelo menos 24 horas antes de servi-la. ● Evite esfriar demais a bebida, caso contrário, você corre o risco de anular o efeito das bolhinhas e anestesiar suas papilas gustativas quando bebê-la. ● Evite também erros comuns como colocar a garrafa no congelador, encher o copo com cubos de gelo ou usar diretamente os copos gelados – com isso, você vai simplesmente estragar seu espumante. ● A elegância e o charme, na abertura da garrafa, estão em evitar provocar a explosão com a tampa. Desloque-a lentamente, com firmeza, girando docemente a garrafa, inclinando-a em posição quase horizontal, até que a tampa saia. Verse o maravilhoso líquido fresco e borbulhante em seu flute e faça muitos brindes durante todo o ano. 24 ComunitàItaliana / Dezembro 2009 con il metodo classico (presenza di anidride carbonica in fermentazione naturale nella bottiglia nella fase di vinificazione), che caratterizza l’alta qualità dei prodotti provenienti da Franciacorta. La celebre zona è leader – insieme all’area vinicola di Trento – tanto di vendite dei suoi spumanti in ristoranti ed enoteche, come per regalo per grandi commemorazioni. Ma la zona di Asti è l’indiscutibile regina e risponde per l’80% della produzione destinata a brindisi in tutte le principali feste dell’anno, come accompagnamento di dolci industriali o artigianali. Una delle più eloquenti descrizioni dell’attraente profilo degli spumanti parte dal Forum Spumanti d’Italia, realizzato il mese scorso. Giampiero Comolli, 55 anni, ne è il presidente dal 2005, anno della sua fondazione. Comolli spiega perché gli spumanti sono fatti per conquistare un successo di mercato sempre maggiore: — Sono prodotti che rispondono mês passado. Giampiero Comolli, 55 anos, é o seu presidente desde 2005, ano de sua fundação. Ele explica porque os espumantes são feitos para conquistar um sucesso de mercado cada vez maior: — São produtos que respondem a exigências precisas e diretas do consumidor comum, seja ele habitual ou ocasional. Ele quer um produto com teor alcoólico agradável e que combine em várias ocasiões, seja como aperitivo ou para acompanhar pratos da cozinha tradicional ou sofisticada. O espumante também permite que o consumidor o reconheça facilmente, sem estar vinculado a um conhecimento metódico sobre o que vai beber. Busca, enfim, um produto moderno e fácil de se combinar aos pratos mais variados, mas com um custo compatível com suas possibilidades econômicas. Comolli explica que as vendas de espumantes nos últimos dias do ano são decisivas. Elas indicam o sucesso dos rótulos que se valorizam e passam a ser cobiçados pelo mercado internacional. — Atualmente, estamos empenhados em proteger nossa produção contra imitações e fraudes, prejudiciais para a imagem do espumante. Ao mesmo tempo, cultivamos a meta de transformar o consumo de espumantes em um hábito comum, pois as pessoas ainda estão acostumadas a pensar neste vinho somente para ocasiões especiais — explica Comolli. Ele esteve no Brasil há cerca de quinze anos. Na época, observou o crescente interesse dos consumidores em conhecer cada vez melhor os vinhos italianos, principalmente os espumantes. Comolli lembra que os brasileiros queriam consumir vinhos de qualidade e começavam a conhecer claramente as características das produções vinícolas européias, principalmente a francesa e a italiana. E que, neste campo, sabiam distinguir e apreciar as peculiaridades dos espumantes dos dois países. Agora, observa, o Brasil tem seus produtos de alta qualidade, reconhecidos e premiados nos concursos internacionais. Porém, segundo Comolli, começa também a importar cada vez mais espumantes italianos. Dados de 2008 informam que foram adquiridas 2.360.000 garrafas de casas vinícolas italianas que exportaram também vinhos brancos e tintos de outras tipologias. Cerca de 1,5 milhão de garrafas levavam a etiqueta “Prosecco”, outras 200 mil eram de Asti Spumante Doc e o Giampiero Comolli ad esigenze precise e dirette del consumatore comune, tanto abituale come occasionale. Questi vuole un prodotto dalla gradazione alcolica gradevole e che vada bene in varie occasioni, sia come aperitivo, sia per accompagnare piatti della cucina tradizionale o sofisticata. Inoltre lo spumante permette che il consumatore lo riconosca facilmente, senza essere vincolato ad una qualche conoscenza metodica su ciò che berrà. Insomma, cerca un prodotto moderno e facile da combinare con i piatti più svariati, ma con un gusto compatibile alle sue possibilità economiche. Comolli spiega che le vendite di spumanti negli ultimi giorni dell’anno sono decisive e indicano il successo delle marche che si va- lorizzano e passano ad essere desiderate dal mercato internazionale. — Attualmente siamo impegnati a proteggere la nostra produzione contro imitazioni e frodi, che danneggiano l’immagine dello spumante. Allo stesso tempo pensiamo alla meta di trasformare il consumo di spumanti in abitudine comune, visto che la gente è ancora abituata a pensare a questo vino solo per le occasioni speciali — spiega Comolli. Lui è venuto in Brasile circa quindici anni fa. Allora ha osservato il crescente interesse dei consumatori di conoscere sempre meglio i vini italiani, specialmente gli spumanti. Comolli ricorda che i brasiliani volevano bere vini di qualità e cominciavano a conoscere chiaramente le caratteristiche delle produzioni vinicole europee, specialmente quelle francesi ed italiane. E che, in questo campo, sapevano distinguere e apprezzare le particolarità degli spumanti dei due Paesi. Ora, osserva, il Brasile ha i suoi prodotti di alta qualità, riconosciuti e premiati nei concorsi internazionali. Ma, secondo Comolli, comincia anche ad importare sempre più spumanti italiani. Dati del 2008 dicono che sono stati acquisiti 2 milioni e 360 mila bottiglie di case vinicole italiane che hanno esportato anche vini bianchi e rossi di altri tipi. Circa 1,5 milione di bottiglie usavano l’etichetta “Prosecco”, altre 200 mila erano di Asti Regolette basiche ● Evita i bicchieri dorati o colorati. Usa il bicchiere giusto, ossia, il flûte, alto, sobrio e elegante, fatto di cristallo liscio e trasparente. Ricordati che il piacere di bere uno spumante comincia col vedere il colore del liquido e le bollicine che si staccano, dolcemente, a migliaia – e che chiamerai perlage, come si dice in francese. ● Servilo (e bevilo) freddo, a una temperatura tra i 6 e i 9 gradi centigradi. ● Per arrivare alla temperatura giusta, immergi la tua bottiglia in un secchietto con acqua e ghiaccio per 30 o 40 minuti, altrimenti mettila in frigo perlomeno 24 ore prima di servirla. ● Evita di raffreddare troppo la bevanda, altrimenti corri il rischio di annullare l’effetto delle bollicine e di anestetizzare le tue papille gustative quando la berrai. ● Evita anche errori comuni, come mettere la bottiglia nel freezer, riempire il bicchiere con cubetti di ghiaccio o usare direttamente bicchieri gelati – facendo ciò rovinerai il tuo spumante. ● L’eleganza e lo charme, quando si apre la bottiglia, risiedono in evitare di provocare l’esplosione con il tappo. Toglilo lentamente, con fermezza, girando dolcemente la bottiglia, inclinandola in posizione quasi orizzontale, fino all’uscita del tappo. Versa il meraviglioso liquido fresco e frizzante nel tuo flûte e fai molti brindisi durante tutto l’anno. Dezembro 2009 / ComunitàItaliana 25 capa restante pertencia a outras categorias de espumantes. Desta vez, os importadores fizeram e receberam encomendas, sobretudo, de Asti Spumante e Prosecco. Comolli chama a atenção para a “confusão injustificada” que se faz ao comparar o amplo leque de vinhos espumantes italianos com produtos específicos de zonas produtivas vocadas de outros países como Champagne para a França, o Cava para a zona espanhola de Penedés, ou o Sekt alemão: — Não se pode comparar a diversificada produção italiana com essas zonas vocadas, que dão origem a produtos com peculiaridades bem definidas. O patrimônio enológico rico e variado no mundo dos espumantes merece atenção especial, sobretudo, em relação às vinícolas com produção pequena, mas de alto nível desta preciosa bebida, como se fossem jóias criadas em série limitada e únicas. Este é mais um motivo para se privilegiar os espumantes no plano qualitativo. Em países como o Brasil, Argentina, Austrália e Rússia, intensificamos nossos contatos para incentivar a venda e o consumo dos espumantes, principalmente, junto às redes de hotelaria, nos restaurantes da faixa médio-alta e no serviço de catering, para depois focalizar o comércio nas redes de supermercados. In Brasile No Brasil Happy hour Um aperitivo leve, antes e durante o almoço ou o jantar, pode se tornar ainda mais prazeroso se você saborear um espumante de qualidade, que estimula o apetite e se harmoniza bem com uma gostosa refeição. Com essa idéia, o Forum Spumanti d’Italia promoveu a bebida e obteve resultados animadores: o consumo dos vinhos espumantes servidos diretamente em flute vem aumentando rapidamente. A grande moda do momento na Itália, porém, é beber também os versáteis espumantes rosados, perfeitos parceiros de um aperitivo com petiscos picantes ou suaves, ou para uma refeição com pratos leves à base de carne, peixe ou frutos do mar. O consumo dos espumantes rosados teve início na Inglaterra há dois séculos, expandindose depois na França. Os italianos descobriram o fascínio das bolhinhas cor-de-rosa nas garrafas de produção originária da zona de Oltrepó Pavese, sobretudo nos últimos dez anos. Comolli sublinha: — O consumidor moderno quer simplicidade e facilidade para combinar vinhos aos pratos que é capaz de fazer até mesmo em casa. l mercato dei vini spumanti nazionali prevede una crescita delle vendite del 30%, in paragone allo stesso periodo del 2008, dovuto alle feste di fine d’anno. I moscatelli, vini un po’ più dolciastri degli altri frizzanti, subiranno un incremento ancora maggiore, circa del 40%. Le proiezioni sono realizzate dall’Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Le vendite di spumanti prodotti nel Rio Grande do Sul, dove ci sono più del 90% delle aziende vinicole brasiliane, sono aumentate del 14,6% tra gennaio e ottobre del 2009 in paragone allo stesso periodo dell’anno scorso. In totale, quest’anno sono stati commercializzati 6,5 milioni di litri di spumante – contro i 5,7 milioni di litri nello stesso periodo del 2008. Nel caso dei moscatelli, l’aumento commerciale è stato anche maggiore: c’è stata una crescita del 22,6% delle vendite. Malgrado l’ottimismo del comparto, i produttori nazionali sono consapevoli del fatto che dovranno accaparrarsi le attenzioni dei consumatori contro le marche internazionali, che riforniranno il mercato brasiliano. La “colpa” della “invasione straniera” è il basso valore del dollaro che favorisce le importazioni. Oltre ai premi e al riconoscimento internazionale che lo spumante brasiliano ha ricevuto quest’anno, la bevanda nazionale spera di contare su uno speciale asso nella manica per attrarre i consumatori: prezzi migliori. Si prevede che la partecipazione nel mercato si stabilizzi al 60% per il prodotti nazionale e al 40% per quello estero. In agosto l’Associação Brasileira de Enologia (ABE) ha realizzato la sesta edizione del Concurso do Espumante Brasileiro. Presso la Câmara da Indústria e Comércio de Garibaldi (RS), sono stati giudicati campioni di spumanti prodotti con metodi Champenoise, Charmat e processo Asti. Sono stati valutati 205 spumanti iscritti da 66 aziende vinicole, registrando un aumento del 42% sul numero di campioni iscritti in rapporto all’edizione anteriore, nel 2007, quando 50 aziende hanno iscritto 147 campioni. Del totale degli iscritti 62 sono stati premiati. Il grande vincitore è stato Do Lugar Espumante Brut Charmat dell’azienda vinicola Dal Pizzol, che ha ricevuto la Grande Medalha de Ouro. mercado de vinhos espumantes nacionais prevê um crescimento de 30% nas vendas, na comparação com o mesmo período de 2008, por conta das festas de final de ano. Os moscatéis, vinho pouco mais adocicado que os outros frisantes, terão um incremento ainda maior, em torno de 40%. As projeções são realizadas pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). As vendas de espumantes produzidos no Rio Grande do Sul, onde estão mais de 90% das vinícolas brasileiras, avançaram 14,6% entre janeiro e outubro de 2009 na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Ao todo, foram comercializados 6,5 milhões de litros de espumantes neste ano – contra 5,7 milhões de litros no mesmo período de 2008. No caso dos moscatéis, a ampliação comercial foi ainda maior – crescimento de 22,6% nas vendas. Apesar do otimismo do setor, os produtores nacionais estão cientes que terão que brigar pela atenção do consumidor contra vários rótulos internacionais que vão abastecer o mercado brasileiro. A “culpa” pela “invasão estrangeira” é a baixa do dólar que favorece a importação. Além dos prêmios e do reconhecimento internacional que o espumante brasileiro colheu ao longo do ano, a bebida nacional espera contar com um trunfo especial para atrair o consumidor: melhores preços. A previsão é de que a participação de mercado fique 60% com produto nacional e 40% com a bebida produzida no exterior. Em agosto, a Associação Brasileira de Enologia (ABE) realizou a sexta edição do Concurso do Espumante Brasileiro. Na Câmara da Indústria e Comércio de Garibaldi (RS), foram julgadas amostras de espumantes elaborados a partir dos métodos Champenoise, Charmat e processo Asti. Foram avaliados 205 espumantes inscritos por 66 vinícolas, registrando um aumento de 42% no número de amostras inscritas em relação à edição anterior, em 2007, quando 50 empresas inscreveram 147 amostras. Do total de inscritos, 62 foram premiadas. O grande vencedor foi Do Lugar Espumante Brut Charmat da vinícola Dal Pizzol que recebeu a Grande Medalha de Ouro. I Spumante Doc e il resto faceva parte di altre categorie di spumanti. Stavolta gli importatoti hanno fatto e ricevuto ordini soprattutto di Asti Spumante e Prosecco. 26 ComunitàItaliana / Dezembro 2009 Comolli richiama l’attenzione sulla “ingiustificata confusione” che si è fatta paragonando l’ampio ventaglio di vini spumanti italiani con prodotti specifici di zone produttive vocate di altri Paesi come Champagne per la Francia, il Cava per la zona spagnola di Penedés o il Sekt tedesco: — Non si può paragonare la svariata produzione italiana con queste zone vocate, che danno origine a prodotti dalle particolarità ben definite. Il patrimonio enologico ricco e svariato nel mondo degli spumanti merita speciali attenzioni, soprattutto per ciò che riguarda le industrie vinicole che producono poca di questa preziosa bevanda ma di grande livello, come se fossero gioielli creati in serie limitate e uniche. Questo è un altro dei motivi per privilegiare gli spumanti sul piano qualitativo. In paesi come Brasile, Argentina, Australia e Russia, abbiamo intensificato in O Os espumantes também dão uma atmosfera de alegria e emoções felizes, satisfazendo plenamente o palato de gulosos e gourmands, a um preço certamente inferior, se comparado ao do champagne. Nascido na região da EmíliaRomanha, Comolli é antes de tudo um empresário do setor vinícolo com um percurso rico de experiências interessantes. Trabalhou em vinícolas da zona lombarda de Franciacorta e depois na produção de espumantes na localidade de Trento, junto ao grupo Ferrari. Em seguida, a zona toscana de Bolgheri - coração do celebérrimo vinho tinto Sassicaia - atraiu a sua atenção. Porém, os espumantes o reconquistaram através da criação do Fórum, com sede na região veneta de Valdobbiadene: — O Fórum tem a finalidade principal de manter viva a rede de contatos entre os produtores das diversas tipologias de espumantes em todo o país. Talvez poucos nostri contatti per incentivare la vendita e il consumo degli spumanti, specialmente nelle reti alberghiere, nei ristoranti della fascia medio-alta e nel servizio di catering, per poi focare il commercio nelle reti dei supermercati. Happy hour Un aperitivo leggero, prima o dopo il pranzo o la cena, può diventare ancora più piacevole se vuoi assaporare uno spumante di qualità che stimoli l’appetito e si armonizzi bene con un pasto gustoso. Con questa idea il Forum Spumanti d’Italia ha promosso la bevanda e ha ottenuto stimolanti risultati: il consumo dei vini spumanti serviti direttamente in flûte sta aumentando rapidamente. Ma la grande moda del momento in saibam, por exemplo, que existem espumantes até na Sicília, mesmo que em quantidade limitada. Uma de nossas metas é a de difundir cada vez mais o valor que nosso patrimônio enológico oferece em matéria de espumantes, para termos consumidores cada vez mais preparados e informados. Todos os anos, o Fórum realiza encontros internacionais com autoridades governamentais do setor agrí- Dezembro 2009 / Italia é bere anche i versatili spumanti rosé, perfetti partner di antipasti piccanti o meno, o di un pasto a base di piatti leggeri di carne, pesce o frutti di mare. Il consumo degli spumanti rosé ha avuto inizio in Inghilterra due secoli fa, allargandosi poi in Francia. Gli italiani hanno scoperto il fascino delle bollicine rosa nelle bottiglie prodotte nella zona dell’Oltrepò Pavese, specialmente negli ultimi dieci anni. Comolli sottolinea: — Il consumatore moderno vuole semplicità e facilità per combinare vini ai piatti che è capace di fare anche a casa. Inoltre gli spumanti procurano un’atmosfera di allegria e emozioni felici, soddisfacendo appieno il palato di golosi e gourmand, ad un prezzo certamente inferiore se paragonato a quello dello champagne. Nato in Emilia-Romagna, Comolli è prima di tutto un imprenditore del settore vinicolo, con un percorso pieno di interessanti esperienze. Ha lavorato in aziende vinicole della zona lombarda di Franciacorta e dopo nella produzione di spumanti a Trento insieme al gruppo Ferrari. In seguito la zona toscana di Bolgheri – cuore del famosissimo vino rosso Sassicaia – lo ha colpito. Ma gli spumanti l’hanno rinconquistato grazie alla creazione del Forum, con sede nella regione veneta di Valdobbiadene: — Il Forum ha per scopo principale quello di mantenere viva la rete di contatti tra i produttori delle varie tipologie di spumanti in tutto il Paese. Forse poca gente sa, per esempio, che ci sono spumanti perfino in Sicilia, anche se in quantità limitata. Una delle nostre mete è quella di diffonde- ComunitàItaliana 27 capa cola para que os produtores troquem ideias, avaliem o perfil e as tendências do mercado. O Fórum também se encarrega de criar canais de comunicação entre escolas de agronomia, enologia e as casas vinícolas para a formação de novos profissionais com alto grau de especialização. Temos, enfim, a preocupação de divulgar, junto aos consumidores, as características e peculiaridades das zonas produtivas, de modo que possam conhecer a relação de identidade de um produto e seu território de origem. A vinícola Valdo, localizada em Valdobbiadene, é líder na produção de espumantes, exportando seus produtos Prosecco Doc também para o Brasil, com resultados que Paolo Oliviero, diretor de exportação da empresa, considera promissores. Os espumantes Valdo são colocados nas redes de restaurantes da faixa médio-alta. Nos últimos anos, a empresa conquistou e consolidou posições apreciáveis no mercado internacional. Quanto aos países fora da Europa, Oliviero explica: Dal Pizzol J unto com imigrantes que chegaram ao Rio Grande do Sul por volta de 1878, estavam os irmãos Martino e Bartolo Dal Pizzol. Ainda jovens, juntamente com os pais, tios e avós, escolheram a região da Serra Gaúcha, mais precisamente Bento Gonçalves para se estabelecer. Vieram de San Pietro di Feletto e Conegliano, na província de Treviso, Região do Vêneto. Como todos os imigrantes, dedicaram-se inicialmente à agricultura e iniciaram o plantio de videiras, cujo vinho se destinava ao próprio consumo. João Baptista, filho mais velho de Martino e Catharina Titton, ao constituir família na Linha Paulina, em Bento Gonçalves, consolidouse como produtor de uvas viníferas. O vinho que João Baptista produzia era, já na época, muito apreciado. A arte foi passando de pai para filho e Atílio, o primogênito, em sua mocidade aprimorou seus conhecimentos com vinhateiros e portugueses que chegaram à região. Em 1940, Atílio e sua jovem família estabeleceram-se nas terras recém adquiridas em Faria Lemos, distrito de Bento Gonçalves, onde vales e encostas eram promissores para o cultivo da videira. Plantaram famosas castas européias e passaram a produzir um melhor vinho. Até hoje a filosofia da família trazida da Itália por Martino e seguida por Atílio e seus filhos é de manter uma produção limitada de vinhos elaborados com uvas finas. Em 1974, Atílio reuniu os filhos e institucionalizou a venda de seus produtos, criando a Vinícola Monte Lemos Ltda., empresa constituída unicamente pelos membros da família Dal Pizzol. Foi escolhido o nome Monte Lemos (Faria Lemos), em cujas encostas estão plantados os vinhedos da família que dão origem aos vinhos de sua adega. 28 ComunitàItaliana / re sempre di più il valore offerto dal nostro patrimonio enologico in materia di spumanti, per avere consumatori sempre più preparati ed informati. Tutti gli anni il Forum realizza incontri internazionali con autorità governative del settore agricolo affinché i produttori scambino idee, valutino il profilo e le tendenze del mercato. Il Forum si incarica anche di creare canali di comunicazione tra scuole di agronomia, enologia e le industrie vinicole per la formazione di nuovi professionisti dall’alto grado di specializzazione. Infine, ci preoccupiamo di divulgare ai consumatori le caratteristiche e particolarità delle zone produttive, cosí che possano conoscere il rapporto di identità tra un prodotto e il suo territorio di origine. L’industria vinicola Valdo, situata a Valdobbiadene, è leader di produzione degli spumanti, esportando i suoi prodotti Prosecco Doc anche in Brasile, con risultati che Paolo Oliviero, direttore di esportazione dell’impresa, considera promettenti. Gli spumanti Valdo vengono inseriti nelle reti di ristoranti di fascia medioalta. Negli ultimi anni l’azienda ha conquistato e consolidato rilevanti posizioni nel mercato internazionale. Quanto ai paesi al di fuori dell’Europa, Oliviero spiega: — Le abitudini alimentari e le diverse tradizioni gastronomiche ci hanno obbligati a realizzare uno sforzo maggiore per conquistare i consumatori. Ma i risultati raggiunti in paesi come, per esempio, il Brasile, il Messico e il Giappone, sono stati molto interessanti. Do Lugar, espumante premiada com a Grande Medalha de Ouro em concurso brasileiro, é um dos produtos da vinícola Dal Pizzol, criada por imigrantes italianos Do Lugar, spumante premiato con la Grande Medaglia d’Oro in un concorso brasiliano, è uno dei prodotti dell’azienda vinicola Dal Pizzol, fondata da immigranti italiani Dezembro 2009 Parco tematico T re anni fa la Dal Pizzol ha creato un “parco tematico” per impiantare una collezione di varietà di uve, mostrando i diversi comportamenti vegetativi e le caratteristiche genetiche di ogni tipo. Di recente è stato inaugurato il Mapa Botânico da Videira, che conta su informazioni delle varietà di uva coltivate nel “Vinhedo do Mundo” là esistente. Disposta su un pannello, la mappa permette una visione chiara della vite, specie vegetale presente nei cinque continenti e che viene coltivata fin dagli inizi della civiltà conosciuta. In questo momento il vigneto presenta circa 200 varietà originarie da 22 Paesi e cinque continenti che vengono identificate, elencate e localizzate sul pannello. Il materiale vegetativo che ha dato origine al vigneto è stato ottenuto grazie a vivaisti, viaggiatori, banche di germoplasma, viticoltori dei rispettivi paesi ed ha contato sull’appoggio speciale della Embrapa Uva e Vinho, per mezzo del ricercatore Humberto de Almeida Camargo. La pianificazione, impiantazione e lavorazione del vigneto sono state realizzate dall’ingegnere agronomo della Dal Pizzol, Tiago Postal. Con una produzione equivalente a 6,5 milioni di bottiglie, la Valdo sta seguendo una linea innovatrice per i suoi prodotti, mettendo a fuoco il perfezionamento tanto della tecnica di vinificazione, quanto del design delle bottiglie e dei contenitori. Il più nuovo dei suoi prodotti è il Rosé Valdo, che sta già raggiungendo un ottimo volume di vendite in 25 paesi. Ha collaborato Sônia Apolinário — Os hábitos de alimentação e as diversas tradições gastronômicas nos colocam na exigência de realizar um esforço maior para conquistar o consumidor. Porém, os resultados alcançados em países como o Brasil, o México e o Japão, por exemplo, têm sido muito interessantes. Com uma produção equivalente a 6,5 milhões de garrafas, a Valdo tem seguido uma linha inovadora em seus produtos, focando o aperfeiçoamento tanto na técnica de vinificação quanto no elegante design das garrafas e das embalagens. O mais novo de seus produtos é o Rosé Valdo, que já está alcançando ótimo volume de vendas em 25 países. Colaborou Sônia Apolinário Parque temático H á três anos, a Dal Pizzol criou um “parque temático” com o objetivo de implantar uma coleção de variedades de uvas, mostrando os diferentes comportamentos vegetativos e características genéticas de cada varietal. Recentemente, foi inaugurado o Mapa Botânico da Videira que conta com informações sobre as variedades de uva cultivadas no “Vinhedo do Mundo” existente no local. Disposto em um painel, o mapa proporciona uma visão clara sobre a videira, espécie vegetal presente nos cinco continentes e que é cultivada desde o início da civilização. Atualmente, o vinhedo conta com cerca de 200 variedades originárias de 22 países e cinco continentes que estão identificadas, listadas e localizadas no painel. O material vegetativo que deu origem ao vinhedo foi obtido através de viveiristas, viajantes, bancos de germoplasma, de viticultores dos respectivos países e contou com o apoio especial da Embrapa Uva e Vinho, através do pesquisador Humberto de Almeida Camargo. O planejamento, a implantação e o manejo do vinhedo, são feitos pelo engenheiro agrônomo da Dal Pizzol, Tiago Postal. Dal Pizzol I nsieme agli immigranti che arrivarono nel Rio Grande do Sul verso il 1878 c’erano i fratelli Martino e Bartolo Dal Pizzol. Ancora giovani, insieme a genitori, zii e nonni scelsero la regione della Serra Gaúcha, più precisamente Bento Gonçalves, per mettere radici. Venivano da San Pietro di Feletto e Conigliano, in provincia di Treviso, in Veneto. Come tutti gli immigranti prima si dedicarono all’agricoltura e iniziarono a piantare viti, il cui vino era per consumo familiare. João Baptista, figlio più grande di Martino e Catharina Titton, mettendo su famiglia si affermò come produttore di uve vinifere. Il vino prodotto da João Baptista era, già all’epoca, molto aprezzato. L’arte passò da padre in figlio e Atílio, il primogenito, quando era giovane migliorò le sue conoscenze con vignaioli e portoghesi che erano arrivati nella regione. Nel 1940 Atílio e la sua giovane famiglia si stabilirono nelle terre appena comprate a Faria Lemos, distretto di Bento Gonçalves, dove valli e pendici erano promettenti per la coltivazione della vite. Vi piantarono famose viti europee e cominciarono a produrre un vino migliore. Ancora oggi la filosofia della famiglia portata dall’Italia da Martino e seguita da Atílio e i suoi figli è quella di mantenere una produzione limitata di vini elaborati con uve di qualità. Nel 1974 Atílio ha riunito i figli ed ha istituzionalizzato la vendita dei suoi prodotti, creando la Vinícola Monte Lemos Ltda., azienda costituita dai soli membri della famiglia Dal Pizzol. E’ stato scelto il nome Monte Lemos (Faria Lemos), sulle cui pendici vengono piantati i vigneti della famiglia che danno origine ai vini della loro cantina. negócios cerca de 10 a 15% de sua produção para países da África e da América do Sul. Molina informa que a ampliação da capacidade de produção da empresa não tem como objetivo levar o produto para as classes A e B, embora, segundo ele, no fim do ano, “esse público também seja cliente da Cereser”. O gerente industrial conta que o trabalho mercadológico da empresa é voltado para estender a frequência do consumo, já que as vendas de Sidra se concentram entre setembro e dezembro, o que significa 90% das vendas anuais. Até o fim do ano, a Cereser vai produzir uma quantidade superior a 2,2 milhões de caixas, o que corresponderá a mais de 26 milhões de garrafas de bebidas. Popular marca brasileira de bebidas, a Cereser amplia sua produção com equipamentos italianos Tradição turbinada 30 ComunitàItaliana / Dezembro 2009 Nayra Garofle o conceito de fabricação do espumante é italiano. — A compra dos equipamentos para produção foi feita a partir da concorrência internacional entre fornecedores de primeira linha. A escolhida foi a italiana Sidel e todos os equipamentos são de última geração tecnológica. Alguns foram importados diretamente da Itália e outros foram construídos no Brasil seguindo o projeto italiano desenvolvido na unidade industrial da Sidel aqui no país — explica o gerente industrial da Cereser, Carlos Molina. Segundo ele, a Cereser já usa equipamentos italianos há cerca de 30 anos. Atualmente, são 18 máquinas que compõem a fábrica principal, em Judiai (SP), das quais cinco foram importadas diretamente da Itália e o restante construído pela Sidel. A empresa tem uma segunda fábrica no Complexo Industrial de Suape, em Pernambuco. — Não podemos divulgar quanto foi o investimento da empresa, mas posso garantir que foram vários milhões — diz Molina. O gerente de Marketing, Edgar Galbiatti, acredita que o ritmo de crescimento de 8% ao ano será mantido em 2010. A Cereser também busca novas parcerias com outras empresas que queiram aproveitar a infra-estrutura para envase de produtos. A empresa exporta ICP Unlimited U ma das marcas de bebida mais populares do Brasil ganhou o reforço de tecnologia italiana para alavancar suas vendas. Trata-se da Cereser, que acaba de inaugurar a sua maior linha de produção de espumantes, não por acaso, às vésperas das tradicionais festas de final de ano. Com a utilização de equipamentos e suporte técnico made in Italy, a empresa, cujo foco são as classes C, D e E, tem agora capacidade para processar 26 mil garrafas de 660 ml por hora ou 36 mil garrafas das que contém entre 250 e 350 ml de bebida. Isto significa um aumento de 30% na produção da empresa. No mercado há 83 anos, a fábrica brasileira criada por um italiano está montada em uma nova estrutura de produção de 2 mil metros quadrados, apta a suprir a demanda de suas marcas que crescem a uma taxa de 8% ao ano: a Chuva de Prata (agora também na versão sem álcool), a tradicional Sidra Cereser, e suas versões nos sabores Morango, Pêssego e Uva, todas com ou sem álcool, e a nova Cereser Zero. Todo Sem crise O projeto de ampliação das instalações da empresa foi concebido em 2007 e prosseguiu mesmo no auge da retração econômica do último ano. — Nós realizamos a compra dessa linha em julho de 2008 com seguro cambial, dessa forma, o risco financeiro não foi nosso, mas do fornecedor. Então, começamos a rezar porque não tinha mais volta. Esse negócio representava 70% do investimento. Aqui na empresa chegamos a falar que tiramos o “s” da palavra “crise” e ficamos com “crie”. Tivemos de ser criativos e superamos a crise. Agora estamos muito contentes — conta Molina. Assim como todo o complexo da fábrica de Jundiaí, a nova linha de produção está adequada às normas de segurança alimentar (BPF – Boas Práticas de Fabricação), segurança do trabalho e meio ambiente. Fluxos de água provenientes da chuva e lavagem são conduzidos a Estação de Tratamento de Água e Esgoto para serem reaproveitados. A fábrica conta com certificação ISO9001: 2008. Da Itália para o Brasil A história da empresa começou no ano de 1886, quando Santo Cereser partiu da cidade italiana de Noventa di Piave (a 28 quilômetros de Veneza), com destino ao Brasil. Assim como tantos italianos que abandonavam o país em busca de novas oportunidades, Cereser desembarcou sozi- nho no porto de Santos, em São Paulo, deixando na Itália a esposa Maria e seus sete filhos: Carolina, Luzia, Giulia, Humberto Massimiliano, Ema, Antônio e Sofia. Cereser seguiu para a Fazenda Sete Quedas, na próspera região de Campinas, onde plantou 500 pés de uva, que lhe rendiam apenas o suficiente para não gastar as economias que trouxera da Itália. Dois anos depois, o italiano trouxe a família para o Brasil e depois de pouco tempo mudou-se para a cidade de Jundiaí. Instalaram-se no chamado “barracão da Colônia”, mas não demorou muito para adquirir um sítio de dez alqueires na região do atual bairro do Caxambu. Iniciava, assim, uma vida nova com a família e 40 pés de uvas que os amigos imigrantes lhe concederam. Com dificuldades para obter mais mudas de uva, Santo contatou o administrador da Fazenda Sete Quedas e conseguiu transferir para suas novas terras os 500 pés de uva que plantara quando chegou ao Brasil. Era hora de replantar. A família Cereser iniciou a produção de vinhos inicialmente para consumo próprio. O filho, Humberto Massimiliano, que se destacava no cultivo da uva, deu continuidade ao trabalho junto com a mulher e os filhos: João, O gerente industrial Carlos Molina. Em destaque, o filho Humberto, responsável pela fundação da Viti Vinícola Cereser Rosa, Santo e Humberto Venerando. O sítio Cereser chegou a fornecer uvas para uma das maiores produtoras de vinho do Brasil na época, a Viti Vinícola Tralde. Em 1926, João partiu para São Paulo com duas carroças carregadas com parte da safra. Ao entregar a matéria-prima, a indústria, que estava em dificuldades financeiras, havia desistido do negócio. De volta a Caxambu, a safra recusada foi transformada em vinho e comercializada. Nascia, assim, a Indústria de Vinhos Santa Isabel, que futuramente se transformaria na atual Viti Vinícola Cereser. Dez anos depois, em 1936, João e seus irmãos já forneciam bons vinhos para clientes de todo estado de São Paulo e outras regiões do Brasil. João comprou dos irmãos a parte que lhes cabiam na indústria e prosseguiu com os negócios junto com os filhos Pedro, Xisto, Terezinha e Bernadete. Em 1957, entregou a Cantina da Indústria à supervisão de Pedro e a direção comercial aos cuidados de Xisto. Em 1967, já com uma linha de produtos diversificados, os vinhos Cereser haviam alcançado o sul e o norte do país. Neste mesmo ano, a empresa lançou a Sidra Cereser, o produto mais conhecido da empresa e líder no mercado nacional de espumantes, atualmente detentor de cerca de 40% de participação. Dezembro 2009 / Profissionalização Na década de 80, a empresa investiu pesado na modernização de suas instalações e garantiu a montagem de um complexo de produção de primeiro mundo. Em 1989, a empresa partiu para uma reformulação profissional, passando aos acionistas da família o conselho administrativo e criando o cargo de superintendente para gerenciar as ações da empresa, sempre com o apoio do conselho que protege os interesses dos acionistas. Em 2000, coube ao herdeiro Marcelo Cereser, tataraneto de Santo, assumir o processo de profissionalização da empresa. Em 1997, a Viti Vinícola Cereser iniciou a política de expansão de mercados promissores com a aquisição do Sun Home Indústria de Alimento Ltda., fabricante de sucos e néctares com sede em Araraquara (interior de São Paulo), detentora das marcas Jussy e Frully. Em 2003, a Sun Home deixou de existir e suas marcas de sucos passam a fazer parte do portfólio da Cereser, que no mesmo ano, instalou na sua sede em Jundiaí, a planta industrial da divisão de sucos e néctares. Em suas duas fábricas, a Cereser possui uma capacidade de produção de 65 mil litros/hora, e uma capacidade de armazenagem de até 20 milhões de litros. ComunitàItaliana 31 ROMA Disputa acirrada Lisomar Silva Borghetto Flaminio L ocalizado a poucos passos da Piazza del Popolo, este mercado acontece todos os fins-de-semana e apresenta bancas com ideias originais como chapéus antigos, broches feitos com materiais de artesanato, peças, acessórios e roupas do vestuário masculino e feminino. Se você procurar com atenção, pode encontrar até roupas e objetos grifados como bolsas, óculos e criações que os artistas de cinema exibiram uma só vez. Piazzale della Marina, 32. Aberto sábados e domingos das 9.00 às 20.00. Ingresso: 1,60 euro São Paulo vai brigar com Rio de Janeiro para ser escolhida como sede da Expo 2020 E Luzes, cores e presentes C hegou a época das festas sagradas e profanas, com presentes e brindes para se renovar as esperanças de mais alegrias para o Novo Ano. As ruas e vitrines da cidade ganham maior beleza, com enfeites originais e decorações luminosas cheias de cores. Esse é o período ideal para se saborear os pratos típicos da cozinha invernal italiana e passear aproveitando o melhor que a capital oferece em matéria de tradições da cultura popular 100 Presepi E ssa manifestação anual foi crescendo rapidamente e superou o número clássico dos 100 presépios. A atual edição recebeu 160 deles, vindos de todo mundo, nos mais diferentes cenários dedicados ao nascimento do menino Jesus. Todos estão reunidos na Basílica Nostra Signora del Popolo, na Piazza del Popolo. A representação segundo a tradição napolitana é uma das mais ricas e lembra que o presépio tornou-se um símbolo das festas religiosas do Natal a partir do século 17, ganhando grande esplendor no século seguinte. Porém, a cultura do presépio como a maior expressão da Natividade recebe interpretações extraordinárias, como as dos países africanos e da Ásia Central. Você vai ficar encantado com tanta beleza! Não deixe de ver também o grande presépio construído em dimensão humana ao lado de uma gigantesca árvore de Natal no centro da Praça São Pedro, no Vaticano. O cenário campestre recorda as terras alemãs da Bavária, onde o papa Bento 16 nasceu. Mostra Cento Presepi: aberta todos os dias das 9.30 às 20.00 32 ComunitàItaliana Porta Portese É o maior e mais famoso mercado antigo de Roma. Recebe milhares de visitantes italianos e turistas estrangeiros todos os domingos. Os vendedores começam a chegar de madrugada com móveis antigos e originais objetos de decoração. Os primeiros clientes – colecionadores e vendedores de lojas especializadas em arredamento – selecionam e negociam suas aquisições desde as primeiras horas da manhã. Porta Portese: acesso livre todos os domingos desde a madrugada até as 14 horas. / Dezembro 2009 nacional e estrangeira. Os principais bairros de Roma se transformam em verdadeiros centros de atração com seus presépios e mercadinhos repletos de objetos de antiquário misturados a modernos acessórios de moda, a preços muito convenientes. A variedade de propostas é tão grande quanto o embaraço da escolha. Se quiser, você pode comprar até as peças e esculturas para criar sua árvore de natal e um presépio com cenários personalizados. Algodão doce A té o dia 6 de janeiro, você pode comer algodão doce e sanduíches preparados sob encomenda, além de comprar brinquedos e divertidas lembracinhas para seus amigos na Praça Navona que, durante um mês, fica repleta de barraquinhas para as festas típicas de fim de ano. Milhares de crianças entregam suas cartinhas ao Papai Noel que se encontra sentado em sua charrete, pronto para receber e depois entregar as encomendas feitas. Mercadinho aberto das 10.00 às 22.00. Acesso livre. mpolgado com a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o prefeito da cidade, Eduardo Paes, anunciou que vai entrar na disputa para trazer para a cidade maravilhosa a Expo 2020. Mais discretamente, porém, outra cidade brasileira acalenta o mesmo objetivo: São Paulo. Será a segunda tentativa dos paulistas de sediar o evento. Em 2007, eles fizeram a primeira tentativa já de olho na Expo 2010 que ficou com Xangai. Segundo o secretário de Relações Internacionais da prefeitura de São Paulo, Alfredo Cotait, a iniciativa daquela época serviu de experiência para que a proposta de agora seja formulada com “mais maturidade”. Para isso, Cotait espera contar com a preciosa ajuda de Milão, que vai sediar a Expo 2015. O secretário já entrou em contato com a prefeitura da cidade italiana e sua Câmara de Comércio. Elida Oliveira Correspondente • São Paulo Iquamcommy nim nonse deliquis Seu objetivo é acompanhar de perto a preparação da Expo Milano. Ele lembra que existe um acordo de cooperação entre São Paulo e Milão, já se tratam de cidades-irmãs. — O acordo se intensifica com a identificação das vocações da cidade. Milão está para a Itália assim como São Paulo está para o Brasil. São grandes centros de negócios nas duas nações. Apoiamos Milão para a Expo 2015 e eles têm nos transmitido experiência na proposição da candidatura e na preparação para o evento — afirma Cotait. atualidade Ele informa que São Paulo tem até 2011 para se candidatar oficialmente e até 2013 para apresentar seu projeto cujo tema pode vir a ser Mobilidade Urbana. Já no ano que vem, a cidade terá seu próprio estande na Expo Xangai. Essa é a primeira vez que uma Expo Universal permite a participação de cidades e não apenas de países. Elas ocuparão uma área batizada de Urban Beste Practice Areas (UBPA), que mostrará soluções para problemas urbanos comuns. Quando a expo abriu essa possibilidade, 188 cidades se candidataram e 55 foram aprovadas. São Paulo ficou em quarto lugar com o projeto “Cidade Limpa”. O estande paulistano terá 400 m² e foi projetado pela cenógrafa Daniela Thomas (do Museu do Futebol) e Felipe Tassara. Custará 4,5 milhões de reais, entre construção e manutenção. — Vamos apresentar o que temos de melhor em nossas práticas públicas para melhorar a vida do cidadão — conta o secretário. Na Expo Xangai, o Rio vai participar como observador e terá um estande no pavilhão do Brasil. Somente após essa experiência, a cidade vai começar a desenvolver seu projeto de candidatura para a Expo 2020. O evento em Xangai será realizado de maio a outubro. Deverá contar com a participação de 200 países sendo que a expectativa de público é de 70 milhões de pessoas. Quando perguntado se ter o Rio de Janeiro como adversária é preocupante, Cotait levanta a polêmica: — Não se trata de rivalidade, trata-se de bom senso. Apoiamos o Rio de Janeiro nas Olimpíadas, mas deixem o business para São Paulo. Ele ressalta, no entanto, que a candidatura de uma cidade brasileira poderia ser negociada com o governo federal. Cotait afirma que “se quiserem o Rio para 2020”, São Paulo vai brigar para sediar o evento em 2025. — Não vamos perder o foco só porque o Rio resolveu ser candidata. Esse é um projeto de cidade e de país. Cabe a nós encaminharmos e fazermos com que São Paulo seja a indicada. É um sonho que gostaríamos de deixar encaminhado para outras gerações futuras executarem. Em 2009, Cotait fez várias viagens para a Itália a fim de divulgar a cidade e se aproximar dos organizadores da Expo 2015. Dentre os eventos que participou estão a Feira de Milão, em junho, e o Fórum Econômico Brasil-Itália organizado pela Confindústria, em novembro. Ao longo do ano, participou de reuniões, tanto em São Paulo quanto na Itália, com representantes do governo e de instituições comerciais das regiões da Lombardia e da Toscana. — O Brasil está em um momento especial. Nunca uma cidade da América do Sul sediou uma Expo Universal. Acreditamos que São Paulo possa ser uma forte candidata — diz o secretário. atualidade Luta contra o declínio População em baixa, maré em alta: Veneza pede socorro O Guilherme Aquino Correspondente • Milão s moradores de Veneza fizeram luto de um dia. O morto ilustre, alvo da “homenagem” foi a própria cidade. No último dia 14 de novembro, milhares de venezianos acompanharam o funeral de Veneza. O cortejo náutico seguiu pelos canais da cidade um caixão de cor violeta. O protesto foi desencadeado depois que o contador oficial de venezianos assinalou a quebra de uma barreira psicológica importante: no final de outubro, o número de residentes ficou abaixo de 60 mil, mostrando uma tendência que reduziu a menos da metade a população local nos últimos 40 anos. O contador foi instalado na porta de uma antiga farmácia localizada entre a Ponte Rialto e a Praça San Marco. Com o protesto, os moradores tentaram mostrar ao mundo a tristeza de ver Veneza perder a identi- 34 dade por causa da falta de empregos e do alto custo de vida imposto, em boa parte, pelo gigantesco fluxo de turistas. Vinte milhões de pessoas visitam a cidade, todos os anos. O implacável mercado, com as leis capitalistas da oferta e da procura, condicionou a vida na cidade, voltada para o turismo de massa. Resultado: os venezianos vendem os imóveis ou os trans- ComunitàItaliana formam em bed&breakfast, as lojinhas típicas se transformam em vitrines do alto luxo ou em pontos de venda de lembrancinhas venezianas produzidas na China. Durante todo o ano, enormes transatlânticos navegam diante da orla da cidade como elefantes passeando dentro de uma loja de cristais. E despejam milhares de turistas que mal sabem o que fazer e aonde ir em Veneza nos dois dias (ou menos) que costumam ocupar a cidade em rodízio, como se estivessem em um parque de diversão. O “enterro” atraiu os venezianos nostálgicos, a imprensa do mundo inteiro e um grupo de pesquisadores da Worcester Plythecnic Detalhe do “enterro” de Veneza. Ao lado, o contador oficial da população da cidade / Dezembro 2009 Istitute de Massachussets e da National Geographic Society. Eles desembarcaram na cidade para recolher amostras de DNA dos moradores. O objetivo é estudar o fluxo migratório dos venezianos e a origem das populações da Europa centro-ocidental. O banco de dados vai permitir ainda saber quando e para onde os venezianos viajaram, abandonando a terra natal, ou melhor, a água natal. Quando as coisas melhorarem, quem sabe, muitos poderiam retornar à Sereníssima. Esta é a esperança dos jovens venezianos. O presidente da Associação Jovens Venezianos, Marco Vidal, conta para Comunità que está recolhendo assinaturas para levar uma série de propostas ao novo prefeito, a ser eleito no próximo ano: — Queremos a transformação de zonas abandonadas da cidade em áreas habitacionais com preços justos. Queremos atrair empresas para o nosso território e assim fomentar novas vagas no mercado do trabalho. Enquanto a população baixa, a água sobe. Ela emerge dos bueiros, dando vazão à pressão da força da maré alta do Adriático que, em poucas horas, pode alagar tudo diante da impotência do homem contra este fenômeno da natureza. O declínio populacional por um lado, e a erosão marinha por outro, colocam em xeque o futuro de Veneza. O problema da maré alta pode estar com os dias contados, graças a uma monumental obra de contenção do avanço do mar. O chamado projeto MOSE promete aposentar as passarelas de madeira usadas pelos venezianos para caminhar sobre as águas quando elas invadem a cidade. — Pensamos num projeto que não deturpasse o paisagismo de Veneza. Assim, chegamos na criação de defesas que saíssem do fundo do mar quando fosse necessário — afirma o magistrado das águas de Veneza, Patrizio Cioccoletta. Gigantescas barreiras submersas estão sendo construídas pelo governo italiano para impedir a entrada de água do mar Adriático na lagoa através dos três canais de acesso. Para isso foram criados canteiros de obras flutuantes e ilhas artificiais para realizar o projeto com previsão de ser inaugurado em 2014. O princípio de Arquimedes norteia o MOSE. Placas de concreto, com o interior cheio de água, ficam deitadas no fundo do mar. Elas recebem uma injeção de ar comprimido para expelir o líquido e, desta forma, levitar, em caso de maré alta. Na superfície, as barreiras funcionam como escudos flutuantes para impedir o fluxo de marés altas de até 3 metros. Os técnicos acreditam que com este projeto Veneza estará protegida até mesmo contra a elevação do nível do mar de até 60 centímetros. Não é pouco sabendo que a cidade afundou 23 cm no último século porque o solo cedeu e o mar subiu - dois fenômenos naturais contemporâneos e que podem selar o futuro da cidade. Porém, eles são apenas uma das partes visíveis do drama veneziano. A outra é justamente a ausência, em carne e osso, dos venezianos. Vetraio Um dos sonhos dos venezianos é despertar nos jovens da cidade o amor e o respeito pelos antigos ofícios tradicionais. Como os artesãos do vidro. Uma profissão passada de geração em geração, que corre o risco de extinção devido à falta de trabalho. Muitas fundições, assediadas pela especulação imobiliária e pela falta de mão-de-obra especializada, ameaçam fechar suas portas. O problema ocorre na ilha de Murano, distante 20 minutos de navegação de Veneza. Desde os áureos tempos da Sereníssima, ali se concentram os homens que sopram o vidro e realizam fantásticas esculturas, únicas no mundo e um dos símbolos do Made in Italy. Na época do “doge”, esta nobre arte era segredo de estado. O risco de incêndio em Veneza, quando as construções, na sua maioria de madeira, levou à transferência dos trabalhos para a vizinha Murano, onde estão até hoje. E ao desembarcar na ilha é fácil ver que se trata de um lugar suspenso no tempo e no espaço. As jardineiras das casas são de flores de vidro e estão sempre reluzentes e brilhantes. Os lugares públicos viram ateliês ao ar livre, com tantas esculturas modernas de vidro que contrastam com as torres das igrejas seculares. Murano é uma ilha da fantasia, literalmente. Aqui, os artesãos do vidro transformam em realidade as criações dos designers e artistas. Em quarenta minutos eles trabalham o vidro em estado semi-fluido, em fornos a 1.300 graus centígrados. Tudo é feito com as mãos - no malabarismo com o vidro incandescente, fazendo com que a gravidade e a trajetória desenhada no espaço deem a forma justa para a peça - ou com o fôlego, no momento de soprar o vidro para preencher de ar as cavidades de vasos e garrafas. Com o advento do plástico no pós-guerra, os artesãos aprenderam e desenvolveram novas técnicas para fazer frente aos modelos de objetos industrializados. E de artesãos viraram artistas plásticos, escultores, ainda que todos prefiram ser chamados de vetraio. — Infelizmente, hoje, os jovens possuem outros interesses. Eu aprendi este trabalho com o meu pai, quando era adolescente. Já se passaram trinta anos e o entusiasmo de fazer uma peça exclusiva é o mesmo. E meu maior desafio é fazer sempre coisas novas — afirma o vetraio Massimo Seno da empresa Formia. As autoridades de Veneza até que estão sensíveis aos problemas. Entretanto, ainda há mais uma questão jogando contra a cidade: a rigidez dos vínculos paisagísticos e as leis de urbanismo que não se atualizaram e tornam ainda mais complicado qualquer projeto de modernização do território. — Esta é uma tarefa muito difícil. Temos que respeitar o contexto arquitetônico, histórico e artístico. As leis de hoje não são suficientes. Mas vemos um grande interesse do setor privado em se unir ao público para relançar Veneza — diz o assessor para o Turismo da prefeitura de Veneza, Augusto Salvadori. Para uma das personalidades mais influentes da cidade, Francesca Bortolotto Possati, dona do hotel de luxo Bauer, diante do canal Grande, “Veneza tem que preservar o passado se quiser ter um futuro”. Ela acha que os venezianos devem ter um papel ativo, de protagonista “neste novo final que todos querem para a cidade” e não aquele projetado pela atual erosão demográfica e marinha. Murano (abaixo) sofre com a falta de mão-de-obra para a atividade que é sinônimo da própria ilha: o artesanato de vidro feito pelos vetraio Dezembro 2009 / ComunitàItaliana 35 attualità Per Sampaio questa mobilizzazione contro le sigarette fa parte di una strategia del ministério da Saúde, appoggiata da qualche stato e comune, che vuole applicare una politica di tolleranza zero contro le malattie causate dalle sigarette. — E’ una strategia destinata all’insuccesso. Sarebbe più logico investire in informazione sui mali causati dalle sigarette sui banchi scolastici fin dalla più tenera età — crede. In Brasile La Lei antifumo è in vigore a São Paulo da agosto. Un rilevamento Numero di fumatori diminuisce Secondo lo studio Saúde Brasil 2008, reso noto in novembre Stati brasiliani cominciano ad adottare leggi antifumo che vietano le sigarette in luoghi al chiuso. In Italia una legge simile esiste già da quattro anni D Nayra Garofle opo la Lei Seca, la Lei Antifumo. In Brasile il divieto alle sigarette in luoghi collettivi, che agli inizi era cominciato a São Paulo, è arrivato in altri stati come quello di Rio de Janeiro e del Paraná. Nella città meravigliosa i proprietari di bar e ristoranti si sentono danneggiati e quindi ricorrono alla giustizia per ottenere il diritto di, perlomeno, lasciare un’area riservata per i fumatori nei loro locali. A Rio de Janeiro, la Lei 5.517/09 è stata sanzionata dal governatore Sérgio Cabral in agosto ed è entrata in vigore in novembre. Cabral dice che all’indomani dell’inizio dei controlli perché fosse osservata la Lei Antifumo ha deciso di smettere di fumare. — Fumare in luoghi al chiuso dimostra mancanza di rispetto verso la salute pubblica. Quando ero un fumatore mi preoccupavo già di questo — dice. Secondo il presidente del Sindicato de Bares e Restaurantes di Rio de Janeiro, Alexandre Sampaio, è stato fatto un sondaggio informale con gli associati. La prima settimana la frequenza dei clienti è diminuita del 15%. — La legge non permette il diritto di scelta dei nostri clienti. Preservato il diritto dei non fumatori, permettendo che le verande potessero ricevere fumatori, avremmo risolto il problema del fumo passivo. Avremmo accettato che fumare in ambienti interni fosse vietato, anche se questo sarebbe entrato in contraddizione 36 con la legislazione federale del 1996, che permette ‘fumodromi’, per esempio — osserva. Il giorno prima dell’inizio dei controlli il SindRio ha ottenuto un’ingiunzione preliminare che impediva l’applicazione della legge di stato antifumo. Secondo l’ente circa duemila alberghi, bar e ristoranti della capitale fluminense potrebbero non applicare la legge statale e seguire la legge federale del 1996. Prima che la legge municipale entrasse in vigore ci sono stati blitz educativi durati circa tre settimane a Rio ma, dal 18 novembre, chi insiste a fumare in luoghi non autorizzati è soggetto a multa, che va da 3mila a 30mila reais, secondo la nuova legge. Come a São Paulo, la nuova norma responsabilizza, e punisce chi non la segue, i proprietari o responsabili dei locali commerciali o mezzi pubblici dove il consumo di sigarette continui ad essere praticato. ComunitàItaliana Alexandre Sampaio / Il giudice Luiz Henrique Marques, della 1ª Vara de Fazenda Pública, che ha concesso l’ingiunzione preliminare al SindRio, ha dichiarato che è di competenza della União regolare la questione, visto che è in vigore dal 1996 una legge federale che vieta il fumo in luoghi pubblici o privati al chiuso. Ma la Procuradoria Geral do Estado ha presentato un ricorso e lo stesso giudice ha annullato l’ingiunzione preliminare. La Procuradoria ha usato l’argomento secondo il quale la 1ª Vara da Fazenda Pública non avrebbe potuto concedere l’ingiunzione preliminare visto che la 4ª Vara aveva già giudicato una richiesta anteriore del sindacato e gliel’aveva negata. Sampaio dice che il Sin- Dezembro 2009 dRio ha già presentato un ricorso. La legge federale 9.496, del 1996, vieta di fumare “in luoghi collettivi, privati o pubblici” ma prevede la creazione di spazi destinati esclusivamente al fumo, isolati e con circolazione d’aria (i chiamati ‘fumodromi’). Ecco quindi la breccia trovata dal SindRio per giustificare, per esempio, la creazione dei ‘fumodromi’: una legge statale non può prevalere su una federale. Secondo la legge statale è vietato fumare in ambienti totalmente o parzialmente chiusi in uno qualsiasi dei loro lati da pareti, séparé, soffitti o tetti, anche se provvisori, ove rimangano o passino persone. Nei luoghi in cui il fumo è vietato dev’essere affisso un avviso, con telefoni e indirizzi degli organi responsabili della vigilanza sanitaria e della difesa dei consumatori. Dezembro 2009 / dal ministério da Saúde, la percentuale di adulti fumatori è diminuita la metà negli ultimi due decenni. Nel 1989 fumavano regolarmente nientedimeno che il 31% dei brasiliani. Oggigiorno si è arrivati al 16,3%. La diminuzione viene attribuita alle campagne di consapevolizzazione e alle leggi antifumo. —La diminuzione del tabagismo è da festeggiare specialmente perché ha già cominciato a riflettersi sulla diminuzione di decessi per malattie cardiovascolari — afferma la coordinatrice generale di Doenças e Agravos Nãotransmissíveis del ministério da Saúde, Deborah Malta. In Italia Gli italiani hanno da quattro anni una legge antifumo simile a quella brasiliana. E’ stata creata per proteggere i non fumatori e vieta il fumo in luoghi pubblici al chiuso, cosí come in luoghi di lavoro. Quando la Legge Sirchia è entrata in vigore c’è stata una riduzione del 6% del consumo di sigarette, ma il numero di fumatori è rimasto stabile. La legge italiana che proibisce le sigarette in ambienti al chiuso è servita da modello ad altri Paesi europei, come l’Inghilterra, la Francia e la Germania. Prima dell’Italia solo l’Irlanda e Malta avevano regolato il consumo di sigarette in luoghi pubblici. In generale gli italiani si erano dimostrati favorevoli, in un primo momento, alla legge. Ma ci sono molte critiche sul poco o inesistente controllo perché sia seguita. — Basicamente la legge ha fatto quello che doveva fare ma, senza controlli, non è andata avanti e il numero di fumatori non è diminuito — afferma Piergiorgio Zuccaro, direttore dell’Istituto Superiore di Sanità. Ma la legge cosa dovrebbe fare? Ridurre il numero di malattie causate dal fumo passivo o indiretto. Uno studio realizzato l’anno scorso in quattro regioni italiane (Piemonte, Friuli Venezia Giulia, Lazio e Campania) mostra una diminuzione di più del 7% dei ricoveri dovuto ad infarto acuto del miocardio, situazione confermata da uno studio simile realizzato per il Piemonte. ComunitàItaliana 37 ICP Unlimited Meno fumo fatto dalla secretaria de Estado da Saúde rivela che nei primi tre mesi di vigenza sono stati realizzate circa 110 mila azioni di controllo in tutto lo Stato, risultate in 405 multe, il che dimostra che il 99,6% dei locali seguono la legge. Gli agenti di controllo mettono in atto più di 1.200 visite di controllo al giorno. Nel Paraná la legge è stata sanzionata dal governatore Roberto Requião in settembre. La nuova legislazione ha cominciato a valere il 28 novembre e vieta la creazione di ‘fumodromi’. Nello stato paranaense la multa per i locali in cui viene permesso il consumo di qualsiasi tipo di fumo nel suo interno è di 5,8 mila reais. I controlli sono nelle mani della Vigilância Sanitária e degli organi di difesa dei consumatori. Un bilancio preliminare della secretaria de Saúde del Paraná rivela che circa 500 équipe sono state coinvolte nella mobilizzazione e hanno visitato, solo il primo giorno di controlli, circa 2 mila locali. Nella maggior parte dei comuni dove ha avuto luogo la mobilizzazione la proposta è stata accettata positivamente nei locali. — La gente è piú consapevole e potremo contare sulla collaborazione di utenti e proprietari di locali affinché la proposta sia seguita correttamente — afferma il direttore della 17ª Regional de Saúde di Londrina, Adilson de Castro. La città che adotterà la Lei Antifumo dal 2010 sarà Florianópolis. Il sindaco Gean Loureiro ha sanzionato la legge municipale 8.042 che vieta di fumare in qualsiasi spazio collettivo, pubblico o privato, al chiuso o parzialmente al chiuso della capitale catarinense. La multa per i recidivi sarà di 300 reais e raddoppia ad ogni recidività. Alla quinta, il locale sará chiuso per 30 giorni e, alla sesta, gli verrà annullata la licenza di funzionamento. bem faz mal Na era da beleza magra, uma nova doença espreita quem tem obsessão por comidas saudáveis V Nayra Garofle ocê tem o hábito de verificar as calorias das comidas que consome? Costuma sempre dar uma olhadinha na composição dos alimentos, na porcentagem de gordura e açúcares e, em hipótese alguma, se dá ao prazer de degustar uma pizza ou um hambúrguer? Preste bem atenção, porque você pode estar sofrendo de ortorexia. Trata-se de um novo transtorno alimentar que ainda não tem um diagnóstico oficial, mas surge quando a pessoa se torna obsessiva em relação aos padrões daquilo que come. Quem faz o alerta é Mauro Scharf, endocrinologista da Dasa (maior empresa de medicina diagnóstica da América Latina com representação em vários estados do Brasil). O médico paranaense explica que ao contrário da anorexia ou bulimia, a pessoa come, mas fica tão obcecada com a alimentação saudável que chega a ter desnutrição. Calorias, vitaminas e nutrientes tornam-se o ponto focal da comida e qualquer alimento considerado não saudável não é consumido. — As pessoas que têm esta doença demonstram desordens de alimentação ligadas a uma obsessão compulsiva por só comer coisas saudáveis. Elas não se permitem, em circunstância alguma, um desvio do seu programa de tipos de alimentos autorizados — conta. O transtorno foi descrito pela primeira vez em 1997 pelo médico norte-americano Steven Bratman e é, frequentemente, associado às dietas vegetarianas ou de alimentos crus. Segundo Scharf, os sintomas mais comuns são, além da obsessão por comidas saudáveis, o isolamento social, a perda de peso e, por vezes, distúrbios vitamínicos, fraquezas e astenia, termo empregado pela medicina para designar uma fraqueza orgânica, porém sem perda real da capacidade muscular. — O paciente deixa de ir a restaurantes e festas, por exemplo, por não ter certeza de que no preparo das comidas foi utilizado somente ingredientes saudáveis — diz o médico. Scharf explica que a pessoa pode começar a se isolar e se tornar distante à medida que vai se fixando cada vez mais nas suas regras dietéticas. Para alguns, a capacidade de desempenhar trabalhos ou de estudar pode começar a declinar. —A preocupação compulsiva chega a um ponto que, por exemplo, pensar em quantas vezes se deve mastigar, acaba deixando pouco espaço para outros pensamentos, fazendo com que a concentração e a motivação acabem por ficar em segundo plano. O diagnóstico da doença é clínico, baseado nas observações do comportamento diário do pa- ICP Unlimited Quando comer ciente. A perda de peso é o primeiro sinal de alerta. Já o tratamento é nutricional e psiquiátrico. Algumas vezes é necessário a utilização de drogas antidepressivas e anti-psicóticas. Apesar de ser mais comum entre as mulheres, Scharf afirma que, diferente da anorexia, a ortorexia acomete em maior frequência os homens. É possível observar casos da doença em todas as faixas etárias, porém, da adolescência até os 25 anos a incidência é maior. De acordo com o endocrinologista a causa da doença está na pressão social sobre um corpo bonito e saudável. Os padrões de estética atuais contribuem para o desenvolvimento da ortorexia: — A sobrecarga de informações veiculadas a respeito de alimentação saudável, muito comum hoje na mídia em geral, essa busca dos produtos e empresas em vincular suas vendas a produtos saudáveis, são fatores que certamente estão contribuindo para a doença. ICP Unlimited aluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSalut Elixir Nem tão vilã assim A maionese, pelo menos na versão industrializada, não é uma bomba calórica cheia de colesterol como se imagina. É composta principalmente por água e óleo, que se misturam na presença do ovo, o terceiro componente. Ainda na sua fórmula está o suco de limão, sal, açúcar e mostarda. O óleo utilizado é o vegetal, que contém as gorduras consideradas boas para nosso organismo e que não aumentam o LDL, o mau colesterol. Sem falar que o tipo monoinsaturado ainda ajuda a aumentar o HDL, a faceta boa do colesterol. A famosa gordura trans não está presente nos óleos vegetais e, assim, não consta da receita da maionese. No molho ainda encontramos lipídios interessantes: os ácidos graxos ômega-3 e ômega-6, gorduras essenciais para o nosso corpo e que não produzimos. Como muitos transtornos alimentares, a ajuda de um profissional de saúde é importante. Embora a doença não seja tão conhecida como outros tipos de transtorno alimentar, pode ter o potencial de ser igualmente séria para a saúde, assim como qualquer outro transtorno alimentar. ● Examinar cada detalhe nutricional de cada alimento; ● Só se permitir alimentos saudáveis; ● Ter dificuldades em comer uma refeição preparada por outra pessoa; ● Observar e comentar a maneira como outras pessoas preparam a comida; ● Analisar diariamente o conteúdo nutricional do que comeu, esquecendo o prazer em comer; ● Perder muito peso sem seguir conscientemente uma dieta; ● Isolar-se socialmente por causa da dieta saudável. ComunitàItaliana / Dezembro 2009 C aminhar faz bem e todo mundo sabe disso. Emagrece, tonifica os músculos, aumenta a eficiência do sistema imunológico e diminui o estresse. Para ganhar este pacote de vantagens, pessoas de todas as idades e com diferentes graus de condicionamento físico precisam apenas calçar um tênis e colocar as pernas para trabalhar. O exercício precisa ser praticado três vezes por semana, durante 30 minutos, no mínimo. Um estudo realizado na Universidade de San Diego, (EUA) revela que, para manter a saúde do coração em dia, é preciso conseguir uma média de 100 passos por minuto. U Obesidade S Café U m recente estudo do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos revela uma relação entre o fígado e o café. Os cientistas avaliaram 766 pacientes que tiveram hepatite C. Entre os que bebiam mais de três xícaras de cafezinho por dia houve uma desaceleração no desenvolvimento da doença. sono foi definido como o elixir da longa vida, no último congresso mundial de estudiosos sobre o assunto, o Sleep, realizado nos Estados Unidos. Um de seus efeitos protetores foi revelado por um estudo que acompanhou 5 mil americanos durante oito anos. Os indivíduos que prezaram por um bom descanso noturno tornaram-se menos vulneráveis a todo tipo de doença. “As pessoas que dormem menos de seis ou mais de nove horas correm mais riscos”, conta a líder da pesquisa, Alison Laffan, da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins. Quantidade de horas de sono não significa qualidade. Ficar tempo demais debaixo das cobertas pode ser o resultado de uma noite conturbada e não reparadora. “Esta condição aumenta a pressão arterial, favorecendo males cardiovasculares”, diz a cientista. Maçã contra a gripe O endocrinologista Mauro Scharf alerta para a nova doença Fique atento aos sintomas 38 Caminhada O egundo um estudo inédito da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, realizado pelo hospital Dante Pazzanese, mulheres obesas e hipertensas têm risco dez vezes maior de sofrerem um ataque do coração, como infarto, do que homens na mesma condição. A comparação estatística apontou também que os pacientes obesos, homens e mulheres, possuem nove vezes mais chances de terem um evento cardiovascular do que os pré-obesos. Os resultados apontaram que 98% das mulheres avaliadas tinham circunferência abdominal muito elevada (acima de 88 cm), contra 82,7% dos homens. Para o sexo masculino a circunferência abdominal é considerada elevada a partir de 102 cm. Dezembro 2009 m trabalho da Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, afirma que a quercetina, substância que aparece aos montes na maçã, pode afastar a gripe. Os estudiosos avaliaram a boa atuação em um grupo de ratos que foram separados dos demais e submetidos à atividade física. Depois, os cientistas botaram os animais em contato com o vírus causador da doença. Entre aqueles que receberam a substância houve maior proteção, porque a quercetina tem ação antioxidante e preserva as células do sistema imune. / ComunitàItaliana 39 Calendario P er la seconda volta il Brasile è servito da scenario per la produzione del calendario cult della Pirelli. L’edizione 2010 è stata fotografata a Trancoso, nella Bahia. Nel 2005 era stata scelta Rio de Janeiro. Nel nuovo lavoro le foto sono state scattate da Terry Richardson, conosciuto per il suo approccio provocante e scandaloso. Il calendario è composto da 30 immagini e ha contato sulla partecipazione di 11 modelle: Catherine McNeil, Abbey Lee Kershaw e Miranda Kerr (Australia), Eniko Mihalik (Ungheria), Marloes Horst (Olanda), Lily Cole, Daisy Lowe, e Rosie Huntingdon (Gran Bretagna), Georgina Stojilijtoric (Servia) e le brasiliane Gracie Carvalho e Ana Beatriz Barros. Pasta R io de Janeiro sarà sede del IV Congresso Mondiale della Pasta, che avrà luogo nell’ottobre 2010. Ogni 5 anni l’evento riunisce produttori, fornitori, ricercatori e formatori di opinione che analizzano tendenze di mercato, materie prime, tecnologia, nutrizione e azioni promozionali delle paste alimentari nel mercato mondiale. Il primo congresso era stato realizzato a Roma nel 1995. La terza edizione, realizzata a Barcellona, ha contato sulla partecipazione di 36 Paesi. In questo evento è stata fondata la IPO - International Pasta Organization per richiamare le attenzioni dei media e dei consumatori sul valore nutritivo del prodotto. Il Brasile si è fatto presente in tutti i congressi e partecipa alla IPO fin dalla sua creazione. Oscar I l film Salve geral, di Sérgio Rezende, è stato scelto dal ministério da Cultura come rappresentante del Brasile nella selezione per l’Oscar di miglior film straniero. Il lungo racconta la storia di una delle maggiori bande armate del paese che, nel 2006, ha paralizzato São Paulo con una serie di attacchi sferrati nelle strade. Con Andréa Beltrão come protagonista, il film è stato lanciato il 2 ottobre in Brasile. In gennaio l’accademia del cinema statunitense sceglie i lunghi che concorreranno a questa categoria dell’Oscar. Religione I l Candomblé e l’Umbanda sono i più recenti patrimoni immateriali dello stato di Rio de Janeiro. La decisione è stata presa come maniera di lottare contro le intolleranze. Secondo l’antropologa Yvonne Maggi, il proteggerli è una forma di dare leggitimità alle religioni, oltre a conservare i loro aspetti culturali. Il Candomblé è una delle religioni afro-brasiliane praticate in Brasile. Si è sviluppato a partire dalle conoscenze dei sacerdoti africani che sono stati fatti schiavi e portati dall’Africa in Brasile. Invece l’Umbanda sincretizza vari elementi, tra cui quelli di altre religioni come il cattolicesimo, lo spiritismo e le religioni afro-brasiliane. Non si sa di sicuro il numero di membri di queste religioni a Rio de Janeiro, ma le stime indicano che le cifre abbiano già sorpassato quelle dei cattolici praticanti. Troféu ComunitàItaliana A ComunitàItaliana instituiu neste ano o TROFÉU COMUNITÀITALIANA. Criado por nossos Conselhos Executivo e Editorial, o troféu tem a chancela e o apoio do Ministério do Desenvolvimento italiano, da Embaixada italiana e do Instituto Italiano para o Comércio Exterior e constitui nossa maior homenagem a quem nos apóia e ajuda a oferecer um serviço digno de informação e entretenimento à sociedade ítalo-brasileira. Os primeiros agraciados foram: Ministro dello Sviluppo Economico, Illustrissimo Dott. CLAUDIO SCAJOLA. Conferito il 9 Novembre 2009 a Rio de Janeiro, presso il Copacabana Palace in occasione di visita ufficiale Riconoscimento alla Promozione e all’Incentivo dei Rapporti tra Italia e Brasile GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Conferito all’Illustrissimo Sig. Governatore SÉRGIO CABRAL Presidente dell’ Istituto Nazionale per il Commercio Estero, Illustrissimo Ambasciatore UMBERTO VATTANI. Conferito il 9 Novembre 2009 a Rio de Janeiro, presso il Copacabana Palace in occasione di visita ufficiale Receberão o troféu ao longo de 2010: Direttore Generale in Brasile dell’Istituto Nazionale per il Commercio Estero, Illustrissimo Sig. Dott. GIOVANNI SACCHI Riconoscimento all’Eccellenza nel lavoro realizzato in Brasile da TIM CELULAR S.A. Conferito all’Illustrissimo Sig. Dott. LUCA LUCIANI Riconoscimento all’Eccellenza nel lavoro realizzato in Brasile da CIA VALE DO RIO DOCE Conferito all’Illustrissimo Sig. Dott. ROGER AGNELLI Riconoscimento all’Eccellenza nel lavoro realizzato in Brasile da PETROBRAS Conferito all’Illustrissimo Sig. Dott. JOSÉ SERGIO GABRIELLI DE AZEVEDO Riconoscimento all’Eccellenza nel lavoro realizzato in Brasile da PANDURATA ALIMENTOS S.A. Conferito all’Illustrissimo Sig. Dott. LUIGI BAUDUCCO Riconoscimento all’Eccellenza nel lavoro realizzato in Brasile da INDUSTRIA DE PRODUTOS ALIMENTICIOS PIRAQUE S.A. Conferito all’Illustrissimo Sig. Dott. CELSO COLOMBO Riconoscimento all’Eccellenza nel lavoro realizzato in Brasile da INDÚSTRIAS GRANFINO S.A. Conferito all’Illustrissimo Sig. Dott. SYLVIO COELHO Riconoscimento all’Eccellenza nel lavoro realizzato in Brasile da GRUPO FIAT Conferito all’Illustrissimo Sig. Dott. VALENTINO RIZZIOLI especial Brasileiro com toque italiano — Será o primeiro azeite brasileiro, mas já constatamos a possibilidade de produzir dez tipos do óleo com características como acidez e cores nos níveis dos produtos que importamos — avisa Oliveira. A partir de espécies vindas diretamente da Itália, Brasil terá, pela primeira vez, seu próprio azeite. Minas Gerais e Rio Grande do Sul sediam projetos que contam com a participação da região da Úmbria R Sílvia Souza esponsável pelo consumo de 60 mil toneladas de azeitonas e 35 mil toneladas de azeite de oliva produzidas no mundo, segundo dados da Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira (Oliva), o Brasil se prepara para dar fim a essa dependência estrangeira dos produtos. Depois de testes, assinaturas de acordos e estudos, sairá de Maria da Fé, cidade do sul de Minas Gerais, a primeira produção nacional de azeite extra-virgem, prevista para começar a ser comercializada no primeiro semestre de 2010. Além disso, o país comemora a chegada de mudas de oliveira vindas da Úmbria que serão plantadas em Bagé, sudoeste do Rio Grande do Sul, em março do próximo ano. 42 — Estamos muito empolgados com esse feito histórico dos italianos no Brasil. Depois de plantarem a uva e o trigo, um terceiro sonho está sendo realizado, no país — descreve o empresário Sandro Benedetti Isidori, responsável pelo desk Úmbria no Brasil. Em Minas Gerais, o projeto é executado pela Empresa de Pes- ComunitàItaliana / quisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Na Fazenda Experimental de Maria da Fé, são mil em fase adulta, que têm acima de 4 anos, e cinco mil em formação – que têm entre 2 e 3 anos. Além disso, são produzidas cerca de 20 mil mudas por ano. A cidade foi escolhida como sede do novo nicho econômico por con- Dezembro 2009 ta de características como uma temperatura média anual de 18ºC e o fato de estar situada a 1.300 metros de altitude. O clima, segundo o diretor da Epamig Nilton Caetano de Oliveira, é favorável à perfeita floração das plantas. Estas características também podem ser observadas, com algumas variações na região de influência da Serra da Mantiqueira, onde juntos, 18 municípios somam 100 hectares destinados ao plantio das árvores. Porém, o título de cidade das Oliveiras pertence a Maria da Fé, que sozinha tem os mesmos 100 hectares. Até então, entretanto, toda a produção era apenas de azeitonas e não são todas que podem virar azeite. — A Epamig tem 15 hectares com oliveiras e, em relação a produção de mudas, com ampliação da infra-estrutura de viveiro, a capacidade anual a partir de 2010 será de 50 mil mudas. Para a produção de azeite, nossa expectativa é colher 50 toneladas de azeitonas que renderiam 10 mil litros do óleo — calcula o diretor. Para tanto, já está na Fazenda a máquina extratora de azeite. Importada da Itália, o instrumento será de grande valia para os pequenos produtores e tem capacidade para processar 100 quilos de azeitonas em uma hora – o que equivale a 20 litros de azeite. Segundo Oliveira, a Fazenda abriga mais de 150 variedades de culturas. O impulso para as pesquisas na área do azeite foi dado em 2005, a partir de conversas com empresários italianos do setor. De lá para cá, a Epamig di- versificou os ensaios com os tipos de azeitonas, conhecendo suas particularidades e melhorando seu tratamento. Apesar de produzir duas espécies genuinamente brasileiras, a JB e Maria da Fé, em homenagem à cidade, vieram da Itália as duas espécies que pretendem tirar o Brasil da condição de importador de azeite e azeitonas. A variedade Ascolana tem frutos grandes, mas com baixa concentração de óleo, sendo a mais recomendada para preparo e consumo como azeitona de mesa. Já a variedade Grapollo, que apresenta frutos de tamanho médio, com maior concentração de óleo, é considerada ideal tanto para o consumo em mesa como para a indústria de extração de azeite. Briga pelo título? Se a Epamig pretende comercializar os primeiros rótulos de azeite brasileiro em 2010, no Rio Grande do Sul a experiência está prevista para ocorrer em 2014. Em novembro, os olivicultores de Bagé receberam as primeiras mudas de oliveira importadas da Úmbria. As plantas, que chegaram no meio do ano ao Brasil, passam por um período de quarentena na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Pelotas. A produção, que está sendo desenvolvida em parceria direta com empresários da Úmbria, tem tudo para ser a nova matriz econômica na região a partir da implantação de um Centro de Excelência em Olivicultura. Segundo um estudo realizado pela Embra- pa, o município gaúcho está entre as melhores áreas para o desenvolvimento da cultura no país, sendo até mesmo comparado às condições de Portugal, país que mais exporta azeite para o Brasil. A parceria, iniciada em 2007, envolve a Prefeitura de Bagé, a Universidade da Região da Campanha (Urcamp, através do Instituto Tecnológico de Reprodução Vegetal), os produtores, a Associação de Desenvolvimento do Território da Campanha. Uma das primeiras atividades relativas ao projeto foi o envio de duas mil mudas de oliveiras pela empresa Umbra Flor. Na ocasião, foram recebidas espécies Frantoio, Moraiolo e Pentolino (polinizador) para a implantação de um viveiro. A iniciativa previu para o ano de 2008 a geração de 30 a 40 mil mudas para início de desenvolvimento da olivicultura. — A nossa intenção é também de transferir os conhecimentos desta empresa com mais de 35 anos de experiência e fornecer toda a assistência técnica necessária a esse cultivo — explica o diretor da empresa, Moreno Moraldi. Benefícios do azeite de oliva ● No aparelho digestivo, diminui a secreção de ácido gástrico, diminui a atividade secretora do pâncreas, melhora o esvaziamento da vesícula biliar – o que favorece a não formação de cálculos biliares -, melhora a absorção intestinal de diversos nutrientes. ● No aparelho cardiovascular diminui o colesterol plasmático total, diminui o colesterol LDL (o colesterol ruim), não modifica os níveis do colesterol HDL (o chamado colesterol bom) e diminui a pressão arterial. ● Com relação ao Diabetes, melhora o perfil lipídico do diabético, diminui a glucemia e diminui as doses diárias de insulina utilizadas pelo diabético. ● O azeite ainda impede de maneira sistemática a oxidação celular, resultando na prevenção de muitas enfermidades inclusive o envelhecimento precoce. Dezembro 2009 / ComunitàItaliana 43 especial azeitonas, ainda frescas, são levadas ao lagar (lugar próprio para extração do azeite) e são lavadas e moídas. A partir dessa moagem obtém-se, então, uma pasta que é prensada. O produto deste processo, exclusivamente mecânico, é o azeite virgem, que após filtragem está pronto para consumo imediato. Colheita de azeitonas em pé da Fazenda Experimental de Maria da Fé, ao lado, em foto aérea de 2007 Já Isidori, do Desk Úmbria no Brasil, comemora o fato de a sua região ter encontrado um lugar de clima propício para essa parceria. As mudas importadas da Itália, após a quarentena, chegarão às mãos dos agricultores de Bagé em março ou abril de 2010. Enquanto isso, já no próximo mês, serão realizados cursos de formação para plantio, poda e tratamento em geral das plantas. A ideia é que representantes dos produtores viajem à Úmbria também neste período. — Podemos dizer que teremos um azeite italiano produzido no Brasil, pois além do clima temperado, que encontramos aqui, trouxemos as mesmas espécies de plantas e mesmo sistema de cultivo. Dentro de quatro anos faremos o mesmo sistema de colheita com sistema de produção também, o que garantirá a fixação do aroma e cores no azeite — afirma Isidori. Produtos da Epamig estão prontos para ganhar o mercado Economia Um estudo técnico da Epamig, publicado em agosto, mostra que o Brasil ocupa o sétimo lugar no mundo em importação. Desse total, somente de azeitonas processadas para mesa são importadas perto de 50 mil toneladas por ano para o mercado varejista a um custo de 250 milhões de reais. Mais barata, a produção interna, segundo o relatório, ainda eliminaria um desperdício comum. Isto porque transportadas para as indústrias alimentícias brasileiras em bombonas de 220 litros, com 78 quilos de frutos, as azeitonas sofrem um descarte nas operações de manuseio, padronização e embalagem de varejo. O montante inutilizado chega a 50 mil quilos de azeitonas. Sem contar, ainda, o descarte de frutos macerados, com manchas ou pequenas deformações que, segundo a Epamig, poderiam ser usados no processamento para extração do azeite de oliva. O rendimento nestes casos pode alcançar de 15% a 17%, o que, considerando o descarte anual, significaria oito mil quilos de azeite de oliva. — As pesquisas que fazemos buscam respostas para questões como quais as melhores variedades para cada região, espaçamentos de plantios, tratos culturais e também sobre o pós-colheita. Porém, para tudo isso ainda é preciso despertar interesse de outras instituições de pesquisa de outros Estados e investir recursos financeiros — analisa o pesquisador Adelson Francisco de Oliveira. Oliveira De acordo com a Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira (Oliva), o período de maturidade e plena produção da oliveira situa-se entre os 35 e os 150 anos, conhecendo-se espécimes com 2000 anos. Em média, uma oliveira dá 20 quilos de azeitonas, sendo necessárias cerca de 5 a 6 quilos para produzir 1 litro de azeite. A produção tem início com a colheita das azeitonas nos olivais (plantação de oliveiras) onde as Mercado brasileiro é foco Enquanto a produção do azeite brasileiro não começa, o país recebe a visita de empresários e consórcios de olho no consumidor. Foi assim na Expoazeite, que ocorreu em setembro no Rio de Janeiro e em São Paulo. A feira, voltada a um público composto por donos de restaurantes, hotéis, supermercados, distribuidores e chefs, atraiu a Cooperativa Colline Del Matese ao Brasil. — O óleo que os brasileiros consomem tem qualidade média, mas nos últimos anos, vem sendo introduzido o paladar para o produto. Viemos em busca de representação aqui, por saber que neste país não há produção — salienta o engenheiro agrônomo Giovanni Curtopasso, um dos representantes da empresa. L’extavergine P roduto de prestígio na Itália, o azeite é tema de um tradicional guia, na Itália, cuja nona edição foi lançada este ano. L’extavergine, da editora Cucina e Vini, se define como um manual que permite ao leitor conhecer de forma aprofundada todo o processo de produção do óleo, da diferença entre as espécies, as tecnologias de extração. São mais de 800 páginas – cerca de 350 delas dedicadas à Itália -, que visitam 37 países, destacando a história de produção, condições climáticas, números e entre outros elementos que contribuem com a produção. O guia é assinado pelo critico enogastronômico Marco Oreggia e por Laura Marinelli, membro da associação Italiana de Tecnicos e Experts em Azeite Virgem e Extravirgem de Oliva. 44 ComunitàItaliana / Dezembro 2009 Mestre do azeite O interesse brasileiro em aprender tudo sobre azeite vem aumentando cada vez mais. Em novembro, o Rio de Janeiro trouxe, por intermédio do Senac Rio, o especialista Mauro Martelossi, diretor da Congregação dos Mestres em Azeite, na Itália, para participar do I Seminário Internacional sobre Azeites de Oliva e Dieta Mediterrânea. Martelossi, que chega a provar 200 tipos deste óleo vegetal por dia, teve a oportunidade de conduzir, pela primeira vez no Brasil, um curso de sommelier internacional de azeite de oliva e workshops sobre harmonização com pratos mediterrâneos e pizzas. Sobre a primeira produção nacional de azeite extra-virgem, prevista para começar a ser comercializada no primeiro semestre de 2010, em Minas Gerais, Martelossi afirma que seria necessário realizar mais estudos com relação a influência da temperatura no local. Porém, a cidade de Maria da Fé foi justamente escolhida como sede por conta de características como uma temperatura média anual de 18ºC e o fato de estar situada a 1.300 metros de altitude. Além dos cuidados com a temperatura, produzir azeite “é a coisa mais cara que existe”, de acordo com o especialista. Martelossi explica que é necessário um investimento muito alto na plantação. — E a partir do momento em que se planta, é preciso esperar, pelo menos, cinco anos para ver o resultado — conta o italiano de 51 anos e que trabalha na área há 20. Martelossi também faz uma comparação entre a apreciação brasileira e italiana pelo azeite. Para ele, “é natural o italiano consumir mais e isso se deve ao contexto cultural”. — Para os italianos, o azeite de oliva é produzido praticamente em casa, já os brasileiros precisam comprar. É aí que nasce, fundamentalmente, o primeiro motivo. Depois, o segundo motivo nasce pelo fato de que os azeites Com uma produção anual estimada entre 100 e 150 mil litros por ano, a cooperativa fica no Parco Regionale de Matese (província de Caserta, na Campânia) e antes do Brasil, só possuía representação na Suíça e na Alemanha: — O Brasil é a porta de entrada para quem deseja comercializar na América Latina. Porém, o azeite italiano, em geral, perde para o português por causa do preço. Por isso, vendemos a tradição e a qualidade. Estamos trabalhando com a Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio a realização, nos próximos meses, de um curso de degustação, para melhor divulgar as características de nosso produto. Segundo Curtopasso, com o efeito da crise econômica sobre o setor ainda não mesurado, os produtores italianos comemoraram a decisão da União Europeia que regulamenta a denominação de origem comprovada nos rótu- de oliva que se encontram no mercado brasileiro, muitas vezes, não apresentam variedades — diz. Afirmar que existe um país que produz o melhor azeite de oliva do mundo é uma questão bastante complicada para o especialista. Para ele, não há como comparar “uma vez que da mesma forma que a Espanha vem produzindo um bom azeite, a Itália também produz”. Porém, Martelossi afirma que isso não significa que o azeite italiano seja melhor do que o espanhol: — O Chile tem um azeite excepcional, mas não posso dizer que é o melhor. Na verdade, digo que todos os países fazem um azeite bom. Os franceses são os últimos do mundo a produzir azeite, porém, lá se faz um azeite excepcional também. Os rumores de que utilizar o azeite aquecido faz mal à saúde foram descartados pelo especialista. O italiano informa apenas que o que, de fato, acontece é a perda do aroma volátil, mas as características e as propriedades não são perdidas. — Se isso fosse verdade estaríamos todos mortos porque usamos o azeite para cozinhar — alega. Ele ensina que, ao contrário do vinho, o azeite é para ser consumido quando fresco, uma vez que com o tempo ele perde o aroma e o sabor. E a melhor forma de conservação é manter o produto dentro de um vidro escuro. Martelossi alerta que os maiores inimigos do azeite são a luz, o ar e a alta temperatura do ambiente. Questionado sobre os tipos de azeite que devem ser utilizados em pratos à base de bacalhau — como o brasileiro costuma preparar nas festas de fim de ano — Martelossi explica que isso varia de acordo com a forma como a comida é preparada. E é preciso estar atento às características básicas que definem um azeite de boa qualidade. — Devemos entender que o azeite de oliva é o único alimento que as normas internacionais prevêem duas análises. É preciso que haja características químicas previstas pelas normas e sensações gustativas de amargo e picante no contexto de qualidade — esclarece o especialista, em sua 10ª visita ao Brasil, mas pela primeira vez no Rio de Janeiro — Infelizmente, só trabalhei e não conheci nada do Rio — conta o italiano. los. Em vigor desde julho, segundo o ministro italiano para as Políticas Agrícolas, Luca Zaia, a medida “permite combater fraudes e é um passo importante na defesa da qualidade e da transparência”. Importância mundial Nos últimos anos, o cultivo de oliveira adquiriu especial rele- Palavra de especialista ● O azeite bom deve ser picante e levemente amargo; ● São três os grandes inimigos do azeite de oliva: a luz, o ar e o calor. Por este motivo deve ser conservado em garrafas de vidro escuro, sempre fechadas e em lugares frescos; ● Azeite bom é azeite fresco. Portanto, fique de olho no prazo de validade. Martelossi recomenda fugir no supermercado de produtos que tenham sido fabricados há mais de dezoito meses. vância em todo o mundo, por ser o azeite de oliva benéfico à saúde humana e pela sua comprovada eficácia na proteção de enfermidades cardiovasculares. É na região mediterrânea, em países da Comunidade Econômica Europeia, que são produzidos 82% do azeite de oliva de todo o mundo, segundo dados da Epamig utilizados no estudo publicado em agosto. Apesar do Brasil ser o sétimo importador de azeite do mundo, a taxa de crescimento de mercado é estimada em mais de 6% ao ano. Entretanto, ainda há um grande potencial de crescimento para o azeite de oliva em nosso país, pois o nosso consumo per capita ainda é considerado muito baixo (170 gramas/ano) se comparado ao dos gregos, que consomem 25 kg/ano, os italianos e espanhóis, com 12 kg/ano. Colaborou Nayra Garofle Dezembro 2009 / ComunitàItaliana 45 Milão livro Guilherme Aquino Concorrência desleal U Fotos: Roberth Trindade ma empresa em cada três é chinesa, na região da Lombardia, segundo dados da Câmera do Comércio, no setor do vestuário, principalmente. No ramo do couro, da indústria têxtil, confecção e dos calçados, os chineses são os responsáveis por 35,3 % das empresas em Brescia; 33,5% em Milão; 19,3% em Bergamo. Um grande avanço que, por outro lado, provoca um aumento de trabalhadores clandestinos. Segundo a Cgil, trabalhadores informais chegam a ficar 15 horas por dia no batente. Nos primeiros seis meses deste ano, a direção do Trabalho da Lombardia, encontrou irregularidades em 66% das empresas vistoriadas. Algumas eram italianas, mas a maioria era de estrangeiros. Lentidão M ais de cem caracóis invadiram o centro de Milão. Eles são enormes, violetas. E viraram atração para moradores e visitantes. Na correria do dia-a-dia, não existe quem não diminua o passo para admirar e, talvez, tentar entender o motivo desta exposição ao ar livre. Não é difícil. Símbolo da lentidão para os italianos, como a tartaruga é para os Esquis nas alturas Muro A proximidade do inverno marca o começo da estação dos esquis. E a preocupação com a segurança. No ano passado, as pistas brancas de neve mancharam-se de sangue em muitos dos 30 mil acidentes registrados, alguns graves e fatais. Do total de acidentes, 12% foram de choques frontais entre esquiadores. Dos três milhões e meio de esquiadores e snowboarders que se preparam para invadir as pistas, apenas 10% sabem como realizar a manobra correta de ultrapassagem. O capacete é obrigatório para os menores de 14 anos, mas apenas 30% dos adultos usam este item de segurança. Para os esquiadores de primeira viagem valem a atenção redobrada, a velocidade moderada e acesso à pista nas faixas de horário mais tranquilo, ou seja, de manhã cedo. U ma escultura de Paolo Conti chama a atenção dos passantes na praça do Duomo: uma flecha abate um muro. A mostra faz parte das homenagens de Milão aos 20 anos da queda do muro de Berlim. Uma série de trabalhos de grandes dimensões representa o abatimento de barreiras, a queda de fronteiras, enfim, a liberdade do ser humano de ir e vir. A solidariedade italiana às vitimas do muro de Berlim também não foi esquecida. Afinal, muitas vidas foram sacrificadas e, ao final, cada uma delas contribuiu para a derrocada final da separação e a vitória da união das duas Alemanhas. 46 ComunitàItaliana / Dezembro 2009 brasileiros, o caracol chega para lembrar o quanto é importante regular o ritmo da vida, ultimamente, muito acelerada. Criados pelo Grupo coletivo Cracking Art, eles fazem parte dos eventos previstos pela Expo 2015 e, por tabela, até “justificam” o grande atraso na concretização dos planos originais. No ano que vem, o exército de caracóis vai ser levado para Chicago e Telaviv. La Scala E m dezembro, o teatro La Scala apresenta a ópera Carmen, de Georges Bizet, e inaugura a temporada de 2010. A direção de orquestra é do maestro argentino Daniel Barenboim e a direção da obra ficou a cargo de Emma Dante. Como todos os anos, a estreia é cercada de grande expectativa: já se pode prever a via Manzzoni fechada ao publico, seguranças armados até os dentes, desfile de personalidades do mundo da política e do espetáculo diante de uma multidão de curiosos. Na primeira noite, o custo por uma poltrona da galeria ao palco nobre varia de 50 a dois mil euros. Já nas outras sessões o valor oscila entre 12 e 187 euros. Melhor esperar, dependendo da disponibilidade do bolso. Para se deliciar Bíblia da gastronomia italiana é editada em português O s amantes da culinária italiana podem comemorar. O livro considerado a bíblia gastronômica da Itália acaba de ser lançado em português. A ciência na cozinha e a arte de comer bem, de Pellegrino Artusi, traz 790 receitas ao longo de suas 428 páginas. Os pratos são de todas as regiões italianas, reunidos ao longo de 20 anos. A versão em português é fruto da iniciativa do presidente da Associação Emiliano-Romagnola Bandeirante Salto/Itu, Amauri Nayra Garofle Arfelli, que junto à presidente da Associazione Culturale EmiliaRomagna do Rio de Janeiro, Vania Roncoli Marcondes, lançou o livro em São Paulo e na cidade maravilhosa. — Apresentei um projeto ao Conselho dos emiliano-romagnoli no mundo no qual vislumbrava a publicação do livro em português, pois já tinha a tradução em espanhol. A presidente do Conselho aceitou de imediato — explica Arfelli. Vania comemora o lançamento no Brasil e ressalta a importân- cia de uma obra como a de Artusi ser traduzida para o português: — Ele era extremamente detalhista nas receitas e este livro possibilitará aos descendentes que não lêem muito bem em italiano, cozinhar lendo em português. A primeira edição do livro data de 1891, com uma tiragem de mil exemplares, custeada pelo próprio autor. A obra se tornou um best-seller e já foi traduzida para o alemão, holandês e inglês. No Brasil, segundo Arfelli, a tiragem inicial será de três mil exemplares. O preço deve girar em torno de 60 reais. Artusi escreveu o livro num momento em que a Itália passava por um processo de unificação. Antes da escolha do dialeto toscano como língua oficial italiana, cada região do país utilizava um dialeto próprio. Com isso, a obra contribuiu para a consolidação do idioma italiano. O livro tem uma linguagem bem informal, quase como uma conversa entre Artusi e os leitores. Na época de seu lançamento, era presente certo para noivas. Ao longo dos capítulos, o autor expõe reflexões, faz anedotas e comenta o poder nutritivo dos alimentos. No Rio, o livro foi lançado no Ristorante Artigiano, especializado na cozinha da região da Emilia-Romagna. A proprietária e neta de uma emiliana, Ana Lúcia Aleixo, ofereceu um jantar com direito a um cardápio com receitas variadas do livro de Artusi. Durante 10 dias o restaurante se tornou palco de um festival em homenagem ao escritor. O menu comemorativo foi composto por 14 pratos, como fatias de vitela ao molho de atum e alcaparras, pappardelle com ragu de coelho e ossobuco de vitela guarnecido de risoto de açafrão. Pellegrino Artusi nasceu em 4 de agosto de 1820, em Forlim- Amauri Arfelli e Vania Marcondes no lançamento do livro Dezembro 2009 / popoli, uma pequena cidade no interior da região da Emilia-Romagna. Lá, desde 2007, funciona a Casa Artusi, um centro de cultura dedicado à comida caseira. O escritor frequentou a Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Bologna e, em 1852, mudou-se com a família para Florença onde, aos 32 anos, iniciou uma próspera atividade comercial. Foi nesta cidade que morreu em 1911. Em 1870, Artusi passou a se dedicar em tempo integral à literatura. Escreveu a biografia Vita di Ugo Foscolo e depois Osservazioni in appendice a 30 lettere del Giusti, ambos publicados com recursos próprios e sem grande sucesso. A obra que o consagrou foi o tratado de gastronomia La scienza in cucina e l’arte di mangiar bene. Cordeiro com ervilhas à moda da Romanha P egue um quarto de cordeiro, da parte traseira, e tempere-o com dois dentes de alho cortados em tiras e um ramo de alecrim. Digo ramo e não folhas porque o primeiro pode ser retirado, se quiser, quando o cordeiro estiver cozido. Pegue um pedaço de toucinho ou uma fatia de panceta e pique-o bem fino. Coloque o cordeiro no fogo, em uma frigideira com este tempero e um pouco de azeite; tempere-o com sal e pimentado-reino e faça-o corar. Quando estiver corado, acrescente um pouco de manteiga, molho ou conserva de tomate dissolvida no caldo ou em água e deixe-o cozinhar completamente. Retire por um momento o cordeiro, coloque no molho as ervilhas e, quando estas estiverem fervidas, recoloque o cordeiro, cozinhando-as um pouco mais e servindo-as como acompanhamento. Pode-se cozinhar da mesma maneira o lombo ou a alcatra de vitela de leite. Na Toscana, estes pratos se fazem da mesma maneira, porém, usandose somente o azeite. ComunitàItaliana 47 literatura 48 ComunitàItaliana / Dezembro 2009 talmente mágico. Tem muita dor. Eu, por exemplo, odiava esqui. Esse é o esporte que Alice é obrigada a praticar. Acho o esqui um esporte violento, praticado em lugares glaciais, com roupas pesadas, que te oprimem. CI - E o que tem de você em Mattia? PG – Ele é fruto de um medo meu infantil. Minha mãe trabalhava com crianças especiais. Eu ficava assustado com essas crianças, de uma maneira irracional. Minha mãe dizia que eu não tinha motivos para temê-las, então, eu vivia nessa contradição de ter um medo que não deveria ter. Isso me deixava com sentimento de culpa. A festa que Mattia vai é à fantasia. Eu odiava estas festas, odiava as competições de fantasia. Uma vez, me vesti para uma festa dessas como um bonequinho fofinho. CI – Como explica o sucesso mundial do seu livro? PG - Todos dizem que é uma história triste. Eu não acho. Porém, é um livro sobre dor. Eu costumo gostar de livros que falam sobre dor, que explicam o que causa a dor. Então, acho que é uma história universal, que fala sobre dores que todos podem compartilhar ou entender. CI – Há uma “moral da história”? PG – O livro fala de bulismo, anorexia, problemas juvenis. Se tivesse o objetivo de moralizar uma ge- Divulgação C omunitàItaliana - De onde vem o seu interesse por Física? Paolo Giordano - A Itália tem tradição nessa área. Para mim, a Física é a forma mais interessante para investigar a realidade, é uma maneira de deixar a realidade clara. Tudo começa com o fascínio de se olhar o céu à noite. Depois, o motor é a curiosidade. CI – O que o levou a escrever o romance em plena faculdade? PG – Acho que o motivo principal foi mesmo o tédio. Na faculdade, me senti um pouco frustrado com o ambiente extremamente competitivo. Parecia que, se não fosse um gênio, de nada adiantaria. Assim, mudei o foco da investigação. Ao invés de olhar para fora, olhei para dentro. CI – O que tem de autobiográfico no livro? PG – O livro fala da falta de comunicação entre pais e filhos. Os pais geralmente são ambiciosos em relação aos filhos, cuidam deles, mas às vezes não os vêem. Meus pais cuidavam de mim (seu pai é médico ginecologista e a mãe, professora de Inglês), mas a infância não é um tempo to- Roberth Trindade Números primos. Na matemática, são os números divisíveis por 1 e por ele mesmo, apenas. Definição simples para números complexos que os matemáticos não conseguem explicar e, muito menos, prever ou criar. São números sem par, deslocados, quase penetras em uma festa. Dois deles, porém, foram batizados: Alice e Mattia. Eles são os principais personagens do romance A solidão dos números primos, do escritor italiano Paolo Giordano. Trata-se do primeiro livro dele, lançado ano passado na Itália, e que agora chega ao Brasil pela editora Rocco, com tradução de Y. A. Figueiredo. Na história, Alice é uma menina que fora forçada pelo pai a ser uma brilhante atleta. Em um dia de treino, sofre uma queda que a deixará marcada para sempre. Mattia tem uma irmã gêmea deficiente mental da qual se envergonha. Um dia, a caminho de uma festinha de aniversário, deixa a irmã sozinha num banco de praça. Quando volta para buscá-la, ela não está mais lá e nunca mais será encontrada. Giordano cursava Física na Universidade de Turim, sua cidade natal, quando lançou o livro, aos 25 anos. Até então, só tinha arriscado escrever alguns contos. A solidão dos números primos recebeu o prêmio Stregga, o mais importantes da Itália. Já foi lido por mais de um milhão de pessoas e traduzido em 20 países. E como tem acontecido com a maioria dos best-selleres, o romance vai virar filme, com lançamento previsto já para o próximo ano. O longa-metragem será dirigido por Saverio Costanzo, que adaptou o roteiro junto com o próprio Giordano. A atriz Alba Rohrwacher foi escalada para viver Alice e o ator Riccardo Scarmarcio, Mattia. Se ele se formou em Física? Por conta de seu trabalho de conclusão de curso, eleito um dos melhores do ano, ganhou uma bolsa de doutorado em Física de Partículas. Atualmente Giordano vive em San Mauro, uma cidade de 20 mil habitantes, na província de Turim, e trabalha em um projeto co-financiado pelo Instituto Nacional de Física Nuclear. No mês passado, ele esteve no Brasil para o lançamento do seu livro. Fez uma passagem relâmpago por Porto Alegre e Rio de Janeiro. No Rio, Giordano participou de um bate-papo com leitores na sede do Instituto Italiano de Cultura. Antes de encarar a platéia, o aparentemente tímido escritor falou com exclusividade para Comunità. — Dois dias no Rio de Janeiro, definitivamente, não é suficiente. A cidade é muito especial. É como se fosse o feriado e a vida normal vivendo juntos. Penso em voltar e, um dia, escrever algo sobre a cidade — afirma Giordano. Sônia Apolinário para descrições, como acontece na escola americana de literatura. Não consigo chegar tão perto da dor. Acho que não tenho as palavras suficientes para ela. Quando era criança, sentia excessiva empatia por qualquer história. Não conseguia colocar o filtro de tristeza para que o mal não me arrastasse. Eu era incapaz de não me deixar submergir. Isso ficou em mim, embora tenha um certo cinismo que é uma forma de defesa. Escrever é um exercício confortador. É um espaço em que posso dominar e não apenas sofrer. CI – Você ficou dois dias no Rio. Deu para conhecer a cidade? PG – Dois dias no Rio, definitivamente, não são suficientes. Fui ao Pão de Açúcar e no Jardim Botânico. Andei pelo Leblon, que é muito elegante, e pelo Centro, que é vibrante. A cidade é especial. É como se fosse o feriado e a vida normal vivendo juntos. As praias com as montanhas são lindas. Penso em voltar e escrever algo sobre a cidade. Não que esteja planejando escrever algo agora. Quando se tem uma intensa emoção de um lugar, essa emoção pode vir a ser usada de alguma forma. CI – Você conhece alguma coisa da literatura brasileira? PG - Os escritores brasileiros não são muito traduzidos. Não conheço muita coisa. Li Jorge Amado quando era adolescente. CI – Você vai ter tempo para se dedicar à Física, Literatura e Cinema, ao mesmo tempo? PG – Ainda estou terminando a tese de doutorado. Está sendo difícil me dedicar a isso por conta das viagens para promoção do livro e a distração que tudo isso acarreta. Mas acho que tenho muito tempo para preencher. Espaço vazio é um risco para a depressão. O importante é que uma atividade predomine e, nesse momento, é a literatura. Roberth Trindade História de desencontros ração, acho que eu não teria chegado nas pessoas. Nunca excitaria ninguém para a crise dos valores. CI – Com o livro, acha que se livrou da psicanálise? PG – A psicanálise é uma tentação desde sempre, para mim, mas não encaro escrever como uma forma de fazer psicanálise. Estou ciente que teria uma grande necessidade de me dedicar à psicanálise. É mais um trabalho que um dia devo encarar. CI – Foi fácil escrever o livro? PG – Tive que ser muito disciplinado para escrevê-lo. Eu me obrigava a escrever todos os dias, à noite, e nos finais de semana, porque estava fazendo também a faculdade. A literatura é uma linguagem que estou aprendendo a lidar. Me sinto um autodidata. No meio, percebi um defeito meu: a história era dividida em blocos. Tinha uma cena da qual eu partia e a esgotava. Isso tornou tudo um pouco pesado porque não tenho técnica. Talvez possa aprendê-la. De qualquer forma, é muito trabalhoso o momento da escrita. Condensar pensamentos em palavras dá muito trabalho. CI – O que o fez acreditar que estava escrevendo algo bom e seguir com o trabalho? PG – Perco a lucidez quando escrevo. Então, preciso de dois olhos estranhos para me dar um retorno. Quem fez isso foi minha editora, Rafaela Lopes. Nos conhecemos em um curso. Eu queria aprender a escrever e ela, que tinha uma livraria, queria ser editora. Eu tinha escrito alguns contos e ela achou que eu tinha condições de continuar. No livro, esse formato de contos são preparações para a tragédia. Também usei meus conhecimentos científicos no livro. Mattia é um gênio da matemática. Ele vê o mundo por teoremas matemáticos. CI – Como descreveria o seu estilo literário? PG - Uso uma linguagem cirúrgica, limpa. Eu me sinto inadequado O editor Paulo Rocco acompanhou Paolo Giordano no IIC-RJ Dezembro 2009 / ComunitàItaliana 49 perfil Lo stile fatta persona Un calciatore modello per abilità e spirito sportivo, un dirigente subito ammiratissimo, allenatore emergente e capace di uscire subito dal fuoco delle critiche per incrociare la strada della correttezza, della qualità, della perfezione. Leonardo è uno dei simboli del Brasile di oggi, paese in forte ascesa. Un professionista capace di piacere ovunque, Brasile e Italia, Francia e Giappone. Non ne parla male nessuno. Sa trattare tutti con rispetto e da tutti ottiene sincera stima. Comunità ha incontrato Leonardo alla vigilia di Napoli-Milan, sfida classica tra grandi del calcio italiano. C on la Nazionale brasiliana ha vinto il Mondiale 1994, nel quale, acconsentendo alla richiesta del CT Parreira, si è adattato a ricoprire l’insolito ruolo di terzino sinistro, ma il cartellino rosso rimediato per una gomitata a Tab Ramos nelle ottave di finale contro gli Stati Uniti gli ha impedito di scendere in campo nelle restanti partite della competizione. Giocando da mezzapunta ha conquistato la Copa América e la Confederations Cup nel 1997, manifestazioni in cui Zagallo gli ha affidato la prestigiosa maglia numero 10. L’anno successivo, schierato come interno sinistro, è stato finalista al Mondiale 1998. Nel 1999 ha lasciato la Nazionale, salvo poi tornare nel 2001 per disputare due gare di qualificazione al Mondiale 2002. In Nazionale vanta 60 presenze e 8 reti. Gianfranco Coppola* ComunitàItaliana L - Una gioia immensa per un brasiliano come me. Spesso l’oleografia mi costringe a spiegare che il Brasile non è solo favelas, pallottole vaganti, carnevale, spiagge e perizoma, ma una classe media che non è più cuscinetto tra poveri e ricchi. I dati economici, il PIL, e anche la “felicità interna lorda”, sono in aumento. Mondiali ed Olimpiade sono due strepitose, irripetibili occasioni per far decollare il Paese che mi auguro sappia gestire opportunità e risorse nel miglior modo possibile. CI - Il futuro è tutto da coniugare, ma un domani la panchina della nazionale verdeoro è il classico sogno nel cassetto del professorino di Niterói? L - Nella mia vita un ponte, quello che unisce – appunto – o separa, questione di punti di vista, Niterói da Rio de Janeiro ha sempre significato che c’è una strada da percorrere con umiltà e determinazione. Una strada lunga. Per ora mi sento con le gambe forti per percorrere quanto serve. Certo, il Brasile è la mia patria. E per il Brasile darei quel classico cuore oltre l’ostacolo. Ma il mio presente è il Milan, e solo grazie al Milan posso conoscere altre soddisfazioni. Grazie. *Gianfranco Coppola è giornalista della Rai e Vice Presidente Nazionale dell’Unione Stampa Sportiva Italiana. / Dezembro 2009 Dirigente Voto 10 M olto attivo nel campo delle iniziative umanitarie, nel 1999 in Brasile ha dato vita alla Fundação Gol de Letra. È rimasto legato all’ambiente milanista, tanto da essere stato direttore della Fondazione Milan fino al maggio 2006. Nella sua carriera è stato anche un consulente di calciomercato, Direttore Operazioni Area Tecnica del club rossonero nonché emissario per la società in Sudamerica, tanto che ha contribuito a portare in Italia Kaká, Pato e Thiago Silva. Parla un italiano praticamente perfetto, che quasi cela le sue origini brasiliane, oltre a conoscere portoghese, inglese, spagnolo, francese e - come da lui stesso dichiarato - “un po’ di giapponese”. Chi e’ L eonardo Nascimento de Araújo, meglio noto solo come Leonardo (Niterói, 5 settembre 1969), è un ex calciatore e allenatore di calcio brasiliano di ruolo centrocampista offensivo o attaccante, campione del mondo con la Nazionale brasiliana nel 1994. Attualmente è alla guida del Milan. Cittadino italiano dal 2008, nella sua carriera di calciatore ha vestito, tra le altre, le maglie di Valencia, Milan, São Paulo e Paris Saint-Germain. Allenatore emergente I l 31 maggio 2009 Adriano Galliani ha annunciato in diretta televisiva all’ultima puntata stagionale di Stadio Sprint del 31 maggio che Leonardo sarebbe stato il nuovo allenatore del Milan per due anni a partire dalla stagione 2009-2010, ereditando così la panchina da Carlo Ancelotti. E’ stato presentato in conferenza stampa il 1º giugno 2009 alle ore 12. Il suo debutto ufficiale sulla panchina rossonera è avvenuto la sera del 22 agosto 2009 durante l’anticipo della prima giornata del campionato di Serie A 2009-2010 Siena-Milan, terminata 1-2. Dopo alcuni risultati deludenti, il 21 ottobre 2009, sotto la sua guida, i rossoneri hanno battuto il Real Madrid al Bernabéu (3-2) per la prima volta nella loro storia. La carriera da calciatore T requartista molto dotato dal punto di vista tecnico, specialista dei calci da fermo, in carriera si distinse anche per la sua straordinaria duttilità tattica. In Italia fu grande protagonista dello scudetto vinto dal Milan nel 1999, giocando in quella stagione come punta esterna. Leonardo è cresciuto nel Flamengo, con cui ha esordito nel campionato brasiliano a 18 anni nel 1987. Non aveva ancora compiuto 17 anni quando ha avuto l’opportunità di giocare con l’idolo Zico e giocatori di fama come Leandro, Bebeto e Renato Gaúcho, a fianco dei quali ha vinto il suo primo campionato. Dal 1990 al 1991 ha giocato nel São Paulo facendo parte della squadra allenata da Telê Santana e capace di aggiudicarsi il titolo brasiliano nel 1991. Nello stesso anno è passato al Valencia, nella Primera División spagnola. Nel 1993 è ritornato al São Paulo, con cui ha vinto la Copa Libertadores e la Coppa Intercontinentale battendo il Milan a Tokyo. Dopo il Campionato del Mondo 1994 si è trasferito ai Kashima Antlers, squadra della neonata J. League, nelle cui file militava anche l’amico e idolo Zico. Nel 1996 è stato acquistato dal Paris Saint-Germain, squadra della Ligue 1 con cui ha raggiunto la finale della Coppa delle Coppe. Le sue ottime prestazioni hanno attirato l’attenzione del Milan, che lo ha ingaggiato nell’estate del 1997, con cui, fino al 2001, ha giocato 96 partite di campionato segnando 22 gol e vincendo lo scudetto 1998-1999 da protagonista con 27 presenze e 12 reti. I frequenti infortuni nelle ultime due stagioni non gli hanno permesso di mantenere un rendimento costante, così alla fine della stagione 2000-2001 ha deciso di fare ritorno in patria, dove ha giocato prima nel Flamengo e poi nel São Paulo. Nonostante i ripetuti annunci di ritiro dall’attività agonistica, ha deciso a sorpresa di ritornare al calcio giocato nell’ottobre 2002, venendo integrato nella rosa del Milan. La nuova esperienza rossonera, tuttavia, è stata brevissima: è rimasto fino al marzo 2003, quando si è ritirato definitivamente dopo aver disputato 4 partite in Coppa Italia (con 2 gol) e una in Serie A. Dezembro 2009 / ComunitàItaliana 51 Ivo Gonzalez - Agência O Globo C omunitàItaliana - Leo, è stata dura all’inizio. Leonardo - Non posso dire che me lo sarei aspettato, ma di certo il Milan a me affidato – e non smetterò mai di ringraziare il grande presidente Berlusconi e quindi l’amministratore dottor Galliani per la fiducia accordatami – era stato ampiamente rinnovato ed io ero al debutto come tecnico. Non potevo che pagare pedaggio ad una serie di fattori concomitanti. Ma sono sempre stato fiducioso, mai un solo attimo la mia fiducia nel mio lavoro e soprattutto nella qualità umana e professionale dello staff tecnico, sanitario, del gruppo nel suo complesso, ha vacillato. So che nel calcio contano i risultati ma a volte di più la chiarezza delle idee. E se il Milan da vent’anni in qua è una società-capolavoro lo si deve alla programmazione senza sbavature. CI - L’Inter con la vela e il vento in poppa, poi le altre. Va così da un bel po’ in Italia. Come mai? L - L’Inter è un grande club che ha trovato la felice realizzazione dei progetti tecnici anche per una serie di eventi. Penso a società come la Juve declassate, costrette a riavviare la storia e a ripartire; altre come il Napoli confinate in categorie inferiori; altre come la Roma meno brillanti dal punto di vista societario e dunque meno… arrembanti in sede di calcio mercato, insomma tutto questo ha sposato la super Inter che ha vinto a tavolino e sul campo. Ma direi che ci avviamo verso un riallineamento della pole position, per usare un termine automobilistico. CI - Al Brasile i Mondiali di Calcio del 2014, le Olimpiadi del 2016. Cosa significano queste vittorie non solo parlando in termini di sport? 50 Nella Nazionale verdeoro esporte O 12º jogador Como a maioria dos brasileiros, Luiz Inácio Lula da Silva é apaixonado por futebol. Tanto que, como Presidente, levou as “peladas” para o Palácio da Alvorada, sua residência oficial. Mas calma. “Pelada” é a forma carinhosa que o brasileiro chama um joguinho de futebol entre amigos. E hoje ele nem joga mais com medo de se machucar. A emoção de Lula com a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016 comoveu o mundo. O presidente da República vestiu a camisa da cidade desde o primeiro segundo da disputa. A Olimpíada é nossa, assim como a Copa do Mundo de 2014. Valendose da empolgação de Lula, pensamos na possibilidade de entrevistar o Presidente, mas para que ele falasse apenas de esporte. Ele topou. Eis a entrevista feita por e-mail do presidente e torcedor Luiz Inácio Lula da Silva. Uma pequena parte foi publicada também pelo jornal italiano Gazzetta dello Sport C Maurício Cannone omunitàItaliana – O que ajudou o Rio de Janeiro a ganhar a Olimpíada? Luiz Inácio Lula da Silva - Vitórias como a do Brasil em Copenhague, ainda mais diante da grande expectativa da mídia internacional de que haveria disputa muito apertada, costumam gerar grande curiosidade sobre trunfos secretos ou detalhes de bastidores. Não houve trunfos secretos, mas trabalho duro de todos os envolvidos, no Comitê Olímpico Brasileiro, no Governo do Rio, na Prefeitura do Rio e no Governo Federal. Construímos uma candidatura competente em um período de dois anos até a decisão em Copenhague. Tenho muito orgulho de ter dado minha contribuição a esse trabalho de equipe, de união. O que fizemos em Copenhague foi trabalhar muito. Eu cheguei à cidade na tarde do dia 30 de setembro e devo ter conversado com cerca de 30 votantes no dia 1º, data que antecedia a votação. Com muitos deles, não era a primeira vez que conversava, já que em minhas viagens pelo mundo nos últimos meses tive contato com muitos integrantes da família olímpica. Era muito impor- 52 tante também a apresentação da candidatura e cada um de nós fez o melhor que podia em termos de preparação para aquele momento no Bella Center. Ali, na minha opinião, qualquer dúvida que ainda pudesse existir sobre a nossa vontade e a nossa competência para organizar os Jogos de 2016 foi afastada. CI - Quando teve certeza de que o Rio ganharia a eleição para a Olimpíada? LILS - Certeza mesmo, só quando o presidente do COI, Jacques Rogge, abriu aquele envelope e anunciou o nome do Rio de Janeiro. Antes disso, no intervalo entre a segunda rodada e o anúncio, havia muita expectativa. A repercussão da nossa apresentação foi bastante positiva, mas não era possível ter certeza alguma. Tanto que a pressão do governador Sérgio Cabral chegou a 16/10 logo depois que soubemos que Rio e Madri haviam ficado para a última rodada. A decisão de ir aconteceu nesse quadro de incerteza. Alguns assessores me disseram que os companheiros que estavam no Bella Center durante a votação tinham sensação boa quanto às nossas chances, mas nenhuma informação concreta sobre o resul- ComunitàItaliana / tado. Como teríamos que esperar no hotel - onde acompanhamos as duas primeiras rodadas, pela TV - uma hora até o início da cerimônia, achei melhor acompanhar ao vivo. Era um risco, mas achei que era também a melhor forma de driblar a ansiedade e de compartilhar o momento com todos os que se empenharam tanto pela candidatura do Rio. Quando a atleta dinamarquesa levou o envelope naquela bandeja para o presidente Rogge, a ansiedade chegou ao limite e, felizmente, explodiu em alegria momentos depois. Vivi no Bella Center um dos momentos mais felizes e mais emocionantes da minha vida. Dezembro 2009 CI - O Presidente se candidataria em 2014 para um terceiro mandato não consecutivo, sonhando em abrir a Olimpíada de 2016? LILS - A mesma pergunta me foi feita durante a entrevista coletiva da cidade vencedora, em Copenhague, e repetirei a resposta: na minha idade, a gente não pensa assim tão longe, projeta o futuro no máximo até o ano seguinte. E todas as minhas energias estão voltadas para que, até a conclusão do meu mandato, no final de 2010, o país continue avançando em matéria de desenvolvimento econômico e social e na superação das desigualdades, com a continuidade de um processo que já tirou 30 milhões de brasileiros da pobreza e que incorporou 21 milhões deles à nova classe média. Quanto ao futuro distante, minha ambição é a de chegar com saúde a 2014 e a 2016. Quero aproveitar ao máximo, como torcedor, a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil. CI - O Brasil veria com simpatia uma candidatura italiana à organização da Olimpíada de 2020? Já existem disputas internas, Roma, Veneza ... Acima, Presidente Lula presenteia o Primeiro-Ministro da Itália, Silvio Berlusconi, com camisa de futebol da seleção brasileira. Abaixo, Lula durante comemoração da escolha do Rio de Janeiro como cidadesede das Olímpiadas de 2016 LILS - Qualquer pleito italiano é visto com simpatia no Brasil, à exceção do desejo de ser campeão mundial de futebol, já que disputamos historicamente com a Itália o privilégio de levantar a taça da Fifa a cada quatro anos. Ainda é difícil falar sobre 2020. Estamos vivendo a alegria da vitória do Rio e, além disso, o quadro de candidaturas ainda demorará vários meses para ficar claro. Se o processo de disputa interna for bem conduzido, não vejo maiores dificuldades. A união foi absolutamente essencial para a nossa vitória. CI - Fazer o Mundial em 2014 e a Olimpíada em 2016 é carga muito grande para o Brasil? LILS - Essa preocupação surgiu na reta final da campanha e foi respondida de forma adequada e convincente pela história – México, Alemanha e EUA já haviam organizado os dois eventos no mesmo intervalo – e, principalmente, pelas dimensões e pela vitalidade da economia brasileira. A resposta é clara: o que você chama de carga não é muito grande para o Brasil. Na verdade, ela ajuda, abre oportunidades de investimentos públicos e privados que são muito importantes para o futuro e que servirão aos dois eventos. As obras de infra-estrutura no Rio e de reforma do Maracanã, bem como os investimentos privados em áreas como a de hotelaria e de serviços, já previstos para a Copa de 2014, serão muito bem aproveitadas dois anos depois, por ocasião dos Jogos. O Brasil tem economia suficientemente grande e sólida para investir na organização dos dois eventos e no seu legado, que será fundamental para o Rio de Janeiro, sem prejudicar outras áreas prioritárias para a população. Muitas das obras previstas na cidade já faziam parte do conjunto de projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que investirá em todo o país 240 bilhões de dólares nos próximos anos. Além disso, no caso do Rio, os investimentos em transportes, em revitalização de áreas públicas e em segurança acabarão tendo impacto muito positivo na qualidade de vida dos moradores da cidade. CI - O Brasil tem condições de tornar-se potência olímpica até 2016? LILS - Já começamos a trabalhar na massificação esportiva e vamos traçar programas e metas claras para os próximos sete anos. Tornar-se potência olímpica é um grande desafio que se abre com os Jogos de 2016 no Rio. Avançamos nos últimos anos, mas acredito que temos condições de melhorar muito nosso desempenho esportivo, com base em trabalho de planejamento sério para buscar e desenvolver talentos. Afinal, um dos pontos fortes de sediar os Jogos Olímpicos, em termos de transformação social, é o de motivar a juventude a praticar esportes. CI - Nas vezes em que se encontrou com o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, conversaram também sobre futebol, Milan e os brasileiros que jogam pelo clube? LILS - Berlusconi sabe que sou fanático por futebol, como ele, e me fez enorme gentileza quando da minha visita bilateral à Itália, em novembro de 2008: convidou os jogadores brasileiros do Milan e o Leonardo, que era dirigente e agora é o técnico, para me receberem antes do encontro que mantivemos em Roma. Lembro com muita alegria daquele momento, foi um bonito gesto de Berlusconi. CI - O que acha dos jogadores brasileiros que estão no futebol italiano? LILS - O calcio tem o privilégio de contar com alguns dos melhores brasileiros na atualidade, e tem sido assim ao longo das últimas Dezembro 2009 / ComunitàItaliana 53 décadas. Infelizmente, nossos jogadores deixam o Brasil cada vez mais jovens e isso me preocupa, mas boa parte do que há de melhor no futebol brasileiro está na Itália. Dos atuais titulares da seleção brasileira, quatro dos cinco defensores jogam no calcio (Julio César, Maicon, Lúcio e Juan), sem falar no Felipe Melo e no Kaká, que acaba de se transferir para a Espanha, além de outros convocados, como Doni e Julio Baptista. E ainda temos o Diego, que está jogando muito bem na Juventus, e o Ronaldinho Gaúcho, que ainda pode ser grande arma para o Mundial de 2010. CI - Ronaldinho Gaúcho recupera seu futebol a tempo de disputar a Copa de 2010? LILS - Eu e os brasileiros torcemos muito por isso. O começo de temporada dele e do Milan não foram bons, mas ainda há tempo até a África do Sul. Se ele se esforçar e estiver disposto a sacrificar-se por esse objetivo, ainda acredito que o Dunga terá à sua disposição a melhor versão do Ronaldinho Gaúcho. Mas, para isso, ele tem que querer muito voltar ao nível de antes. A magia do futebol não o abandonou e torço muito por esse reencontro. CI - Acha que o Ronaldo vai jogar a Copa na África do Sul? LILS - Ronaldão joga no meu time, o Corinthians, é natural que tenha muito carinho por ele. Mas, para mim, o caso dele é o mesmo que o do Ronaldinho Gaúcho: para ir à África do Sul, precisa estar em forma. CI - O senhor vê o campeonato italiano pela TV? LILS - Meus finais de semana livres são dedicados à família, à pescaria e ao futebol pela TV, já que há pouco tempo deixei de praticá-lo, para não correr o risco de lesões que atrapalhassem minha atividade como presidente da República. E, em matéria de futebol pela TV, o Campeonato Italiano está sempre entre as principais atrações do fim de semana. É claro que minha prioridade é o Campeonato Brasileiro e o Corinthians, mas como os jogos na Itália são transmitidos de manhã ou no início da tarde daqui, é possível conciliar os horários. CI - O que acha do futebol do Pato? LILS - Pato surgiu como grande promessa no Internacional de Porto Alegre e, pela sua idade, já 54 kart demonstrou no Milan que pode estar à altura das expectativas e esperanças criadas em torno dele. É rápido, talentoso, sabe finalizar. Mas essa fase na vida do atleta, da transição entre jovem promessa e realidade, tem muitos perigos. A fama repentina, por exemplo, pode ser muito traiçoeira. Como ele ainda é muito jovem, é preciso ter paciência, mas também exigir muito dele, para evitar outro perigo, o da acomodação. CI - O senhor é torcedor de algum clube na Itália? Aqui no Brasil o Corinthians é seu primeiro time, mas em outros estados há também preferência pelo Vasco, no Rio; Cruzeiro, em Minas; Sport Recife, em Pernambuco, certo? Algum mais? LILS - Em Pernambuco, sou torcedor do Náutico. Também torço pelo Internacional, no Rio Grande do Sul. Na Itália, meu favorito é o Milan. Mas paixão mesmo é pelo Corinthians. CI - Quando vibrou mais com uma conquista esportiva? LILS - Acho que vibrei mais em Copenhague, com a decisão sobre os Jogos Olímpicos, porque era como se eu mesmo estivesse dentro de campo, com a camisa amarela do Brasil. Mas tenho outras lindas lembranças, como as Copas do Mundo vencidas pelo Brasil, as conquistas olímpicas do voleibol e as muitas alegrias que o Corinthians me dá. Na minha infância e adolescência era difícil, porque o Santos de Pelé dominava o futebol brasileiro, mas em 1977 soltamos o grito de campeão, quando o Corinthians quebrou um jejum de 22 anos sem ganhar títulos e, de lá para cá, não posso me queixar. Este ano, por exemplo, fomos campeões paulistas e da Copa do Brasil. CI - Quem é o melhor jogador brasileiro de futebol da atualidade? LILS - Kaká. CI - E o melhor do mundo hoje? LILS - Lionel Messi. CI - E o melhor atleta brasileiro de todos os outros esportes hoje em dia? LILS - César Cielo, uma das sensações do recente Mundial de Esportes Aquáticos, em Roma. CI - Quem foi o melhor jogador de futebol de todos os tempos? LILS - Pelé, o Rei. CI - O senhor vai viajar para ver a Copa do Mundo na África do Sul em 2010? ComunitàItaliana / Acima, Lula durante encontro com o jogador de futebol Kaká na Granja do Torto. Abaixo, Lula cumprimenta o jogador Ronaldinho Gaúcho, antes do jogo amistoso entre Brasil e Inglaterra LILS - Na época do Mundial, é provável que eu esteja em viagem à África, quem sabe... CI - Quem são os favoritos para a Copa 2010? A Itália tem chance? LILS - Os favoritos são os de sempre, as equipes tradicionais no futebol mundial, como Brasil, Argentina, Itália, Alemanha, Inglaterra, e ainda a Espanha, que joga muito bem, tem equipe jovem e resgatou a autoconfiança depois da conquista da última Eurocopa. A Itália não teve bom desempenho na última Copa das Confederações, terá que passar nos próximos anos por um processo de renovação, mas tem grandes jogadores, sabe jogar como poucas um Mundial e é sempre candidata ao título. CI - O que acha do trabalho de Dunga na Seleção Brasileira? LILS - Dunga faz um ótimo trabalho, não apenas pelos resultados, mas porque conseguiu resgatar o compromisso dos jogadores com a seleção brasileira, a vontade de jogar pelo Brasil. A seleção da Copa de 2006 não teve esse compromisso, infelizmente, e provou que somente com técnica e com talentos individuais nada se conquista no futebol atual. Ele tem atitude coerente com seu passado de jogador dedi- Dezembro 2009 cado, altamente profissional, que deixava a alma no campo em favor da equipe. Mostrou que entende de futebol, tanto nas convocações quanto na preparação e nas substituições que faz durante os jogos. Além disso, é respeitado pelo exemplo, conta na sua equipe com outro ex-jogador muito respeitado, Jorginho, e teve o mérito e a felicidade de conseguir bons resultados. CI - O senhor poderia escalar o seu time ideal para a Seleção Brasileira? LILS - Acho que a equipe do Dunga reúne o que temos de melhor no momento. A base do time, para mim, deve ser a que jogou e venceu a última Copa das Confederações, na África do Sul, ainda que nos meses que faltam até o Mundial possa surgir algum novo talento, alguém em ótima fase ou que alguma contusão obrigue o Dunga a fazer mudanças. Cada um de nós brasileiros acha que é treinador e sempre tem algum palpite ou algum jogador favorito. Também sou assim, mas como Presidente minhas opiniões podem gerar desconforto. Além disso, sempre me lembro de um episódio na época da preparação para a Copa de 1970, quando vivíamos na ditadura militar e o então Presidente insistiu pela imprensa no nome de um jogador para o time titular. O então treinador, João Saldanha, homem de esquerda e de grande coragem pessoal, respondeu que não se intrometia na composição do Ministério do Presidente militar e que, portanto, não aceitava palpites na escalação do time dele. Saldanha não chegou à Copa, mas eu costumo lembrar o episódio quando tenho muita vontade de opinar sobre futebol, que para mim é uma paixão. Por isso, muitas vezes me contenho, nem sempre consigo, mas eu tento. Por isso, guardo meu time para as conversas com os amigos, e confio no trabalho do Dunga, do Jorginho e dos jogadores convocados. Agora, se você quiser uma seleção com os melhores de todos os tempos, com as camisetas de números 1 a 11 e um esquema tático ofensivo, como os que se adotavam antigamente, posso montar o seguinte time: 1- Julio César, 2Carlos Alberto, 3- Lúcio, 4- Piazza, 5- Falcão, 6- Nilton Santos, 7- Garrincha, 8- Didi, 9- Ronaldo, 10- Pelé, 11- Rivelino. Ele está de volta Felipe Massa retorna, de kart, às pistas S eguro, feliz e aparentemente recuperado. Assim o piloto de Formula-1 Felipe Massa voltou às pistas depois de 124 dias longe de disputas. Seu retorno foi para participar do Desafio Internacional das Estrelas, uma das principais corridas de kart do mundo, realizada em Florianópolis entre os dias 27 e 29 de novembro. Correndo com astros como Michael Schumacher, Rubens Barrichello, Christian Fittipaldi e Nelsinho Piquet, Massa conquistou o lugar mais alto do pódio na segunda bateria do evento. Com isso, deixou para trás o ex-companheiro na Ferrari, Schumacher. E na classificação geral, Massa terminou em segundo lugar, 6 pontos atrás do alemão, heptcampeão da F-1. Sem competir desde o dia 25 de julho, quando se acidentou no Grande Prêmio da Hungria, Massa comemorou muito seu resultado no evento. — Não comecei muito bem, perdi posições na largada, mas Sarah Castro Correspondente • Florianópolis consegui recuperar e fazer várias ultrapassagens. No final, tive de me defender do Michael, que estava um pouco mais rápido do que eu. Foi sensacional. Estou em êxtase. Minha volta às pistas não podia ser melhor. Me sinto cem por cento. Além de tudo, ainda corri com a ansiedade de esperar o nascimento do meu filho — conta ele sobre o pequeno Felipe, que acabou por nascer um dia após o encerramento do Desafio. Orgulhoso pela volta de Felipe às pistas também estava o seu pai, Luiz Antonio Massa, que acompanhou todos os momentos da recuperação de seu filho. Segundo ele, a fase mais difícil foi a espera pela resposta dos médicos “para saber se ele iria voltar a correr e se haveriam sequelas”. O bom desempenho de Massa deveu-se aos treinos de kart que ele vinha fazendo semanalmente, no último mês, conforme liberação dos médicos - até porque, pelas regras da Formula-1, ele não pode treinar nos carros da categoria principal. Além de pilotar, Massa também era um dos organizadores do Desafio das Estrelas juntamente com seu pai, seu irmão Eduardo e o empresário Carlos Romagnolli. — Este evento não foi fácil. Tentei estar presente na organização o máximo de tempo possível, durante as minhas férias forçadas. Tudo isso aqui já faz parte da minha vida e do meu trabalho. Estava ansioso para que desse tudo certo e deu. A coisa aconteceu melhor do que tudo que eu imaginava. Mostramos ao mundo inteiro o que somos capazes de fazer e estou super orgulhoso disso — disse o piloto exultante por ter contado com a participação de 25 pilotos de várias categorias automobilísticas e mais de 12 mil espectadores no evento. Massa falou com a imprensa, ao final do evento, ao lado de vários pilotos, inclusive, Rubens Barrichello. Foi do carro do também piloto brasileiro que se desprendeu a mola que acertou o seu capacete e provocou o seu acidente. Massa fez questão de deixar claro que os rumores sobre desavenças entre ele e Rubinho eram falsos e que nada havia abalado a amizade entre os dois. Felipe Massa e Michael Schumacher Dezembro 2009 / — O Rubens não teve culpa de nada. Foi um acidente, como todos nós sabemos. Eu já estou me sentindo completamente seguro e saudável para voltar às corridas e não se preocupem que eu vou usar meu capacete — brincou Massa. Já Rubinho, vencedor da edição de 2008 da prova, não quis saber de brincadeiras a respeito do acidente. Na coletiva, ele se limitou a elogiar a infra-estrutura e a organização da competição. Segundo ele, o Desafio “é um evento muito mais amigável do que a Fórmula-1 porque, além da competição, “tem diversão também”. Ele não poupou elogios ao novo kartódromo, desenhado por Massa e pelo piloto Lucas di Grassi: — A pista é ótima, desafiadora e exige muita concentração — afirmou Barrichello que, este ano, terminou em quinto lugar. Campeão 2009 do Desafio, Schumacher agradeceu ter sido convidado por Massa para participar do evento e prometeu voltar. — Tenho três participações e duas vitórias. É uma boa estatística. Se for convidado novamente, volto em 2010 — disse ele, lembrando que os treinamentos para a próxima temporada começam a partir de fevereiro. O piloto Vitantonio Liuzzi foi o único italiano dentre os 25 participantes do evento. Ele terminou em quarto lugar, atrás do brasileiro Vitor Meira (DF). Bia Figueiredo (SP), a única mulher na pista, terminou em 15º lugar. Tony Kanaan (BA) e Lucas di Grassi (SP) ocuparam, respectivamente, o sexto e o sétimo lugares. ComunitàItaliana 55 Fotos: Miguel Costa Jr/VIPCOMM esporte Firenze cinema Portus Pisanus F ino al 31 dicembre 2009 sarà possibile visitare la mostra archeologica dei materiali ritrovati nell’antico Portus Pisanus posto nell’area a nord della città di Livorno. L’esposizione, allestita nella suggestiva cornice della Sala del Mare del Museo di Storia Naturale del Mediterraneo, propone non solo reperti provenienti dai relitti del mare livornese e in generale di quello toscano, ma anche la ricostruzione di paesaggi, insediamenti, attività produttive e della vita quotidiana del popolo livornese all’epoca in cui il Portus Pisanus rientrava tra i più importanti porti del Mar Mediterraneo. Dalle 9 alle 13. Lunedì chiuso. Ingresso gratuito. Jazz Club P er una serata all’insegna di un aperitivo diverso pieno di spuntini e un assortimento invidiabile di vini e cocktail, il Jazz Club propone fino alle ore piccole della notte (madrugada italiana) l’ottima musica Blues (ogni martedì) e Jazz (ogni mercoledì). Per entrare bisogna essere soci, ma la tessera per diventarlo costa solo 5 euro e vale fino al 31 dicembre: cinque serate di musica dal vivo ogni settimana ad un prezzo imbattibile. Il Jazz Club è un locale di nuova ristrutturazione e riporta ad una cantina rustica, luogo tipico e ideale per l’ascolto della musica calda del blues e del jazz. Via Nuova de’ Caccini, 3 – Firenze. Apertura dalle ore 21.00. Varart P resso la piccola ma estremamente accogliente galleria di Varart, nel pieno centro storico fiorentino, Domenico Lo Russo presenta le sue opere divise per categorie: dalle immagini di corpi, dove è forte la volontà di unione tra la creazione artistica e la chirurgia estetica fino agli autoritratti in cui il corpo dell’artista sembra deformato in cui appare la relatività della percezione e della conoscenza. Lo Russo, classe ’36, è un famoso chirurgo plastico di origini calabresi ma vive a Firenze dal 1959 e da molti anni realizza mostre sia personali che collettive di grande importanza. Fino al 31 dicembre presso la Galleria Varart di Via dell’Oriuolo, 47 con orario 1012.30 e 16-19.30. Ingresso libero. 56 ComunitàItaliana / After Utopia L a scena creativa brasiliana sarà al centro del programma del Museo di Arte Contemporanea di Prato (FI) fino al 14 febbraio 2010. Un viaggio espositivo di ben 27 artisti brasiliani le cui opere ruotano intorno alla realizzazione della città di Brasilia: centro attuale del potere reale è il fulcro in cui si è ricercato il punto di contatto tra il Brasile arcaico e quello contemporaneo. Alcune delle opere sono firmate Helio Oiticica, Waltercio Caldas, Cildo Meireles fino a Ernesto Neto e molti altri. Orario 10.00-19.00. Ingresso: 5 euro, 4 euro ridotto. Dezembro 2009 Minerali dal mondo I n quella che è stata considerata per certi versi la più bella mostra di minerali al mondo si potrà ammirare una collezione di oltre 500 esemplari tra cristalli e zolfi provenienti da diverse parte del mondo, come la cuprite di Onganja dalla Namibia, la grande elbaite di Paprok dall’Afghanistan o quella di Coronel Murta dal Brasile. La mostra è un omaggio al grande giramondo e ricercatore Alberto Giazotto, che nell’arco della sua vita ha raccolto centinaia di reperti di materiale minerale. La mostra resterà aperta addirittura fino al 30 giugno 2012 presso il Museo della Specola di Firenze. Orario 9.30-16.30. Biglietto 6 euro a visita è stata rapida come il passaggio di una stella cadente. E cosí come il corpo celeste incanta tutti quelli che la vedono, la venuta dell’attrice e produttrice italiana Maria Grazia Cucinotta in Brasile è stata festeggiata dagli ammiratori. Madrina della 66ª edizione del Festival di Venezia , è venuta in Brasile a partecipare alla mostra che proietta i film di maggior successo al Festival. Grazie all’appoggio dell’Ambasciata d’Italia in Brasile, i lungometraggi sono stati visti a Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. In queste due ultime città con la partecipazione speciale della diva, anche se a lei non piace questo attributo. — Non mi considero una diva. Sono una persona comune a cui piace essere lí, a interpretare, a fare il mio lavoro e ad impersonare personaggi svariati. Il cinema ci fa vivere il glamour, ma avere successo significa fare qualcosa che ti fa felice, che ti dà piacere. Sarebbe una stupidaggine credere che sono speciale — analizza l’attrice 40enne, che è tornata a Venezia 15 anni dopo aver debuttato con il famoso “Il postino”, che ha ottenuto cinque nomination all’Oscar. A Rio la Cucinotta ha smontato l’immagine del mito quando, già pronta per la proiezione di “Baaria”, di Giuseppe Tornatore, ha risposto positivamente alle richieste dei fotografi sdraiandosi su un materassino o rimanendo qualche minuto sotto un sole di 33° senza qualsiasi tipo di riparo. — E’ la seconda volta che vengo a Rio. Adoro questa città e la vita di qui. Le persone sorridono sempre. Malgrado i problemi i carioca sanno trasformare la loro realtà. A Roma non c’è questo clima, ma in Sicilia, dove sono nata, è molto simile grazie alle spiagge. Quando mi hanno invitato a venire ho accettato subito perché Rio è meglio di Venezia. Mi piacerebbe girare [un film] qui. In giugno ritornerò per divertirmi, fare quello che non ho potuto fare ora — commenta lei, mentre ammira il panorama sul mare dal terrazzo dell’albergo dove ha soggiornato, ad Ipanema. La Cucinotta è rimasta in città meno di 24 ore. E’ arrivata subito dopo aver partecipato, a São Paulo, alla proiezione del film “Viola di Mare”, prodotto da lei Fotos: Roberth Trindade L Giordano Iapalucci La stella che è un amore V Semana Venezia Cinema porta in Brasile la bellezza e la semplicità dell’attrice italiana Maria Grazia Cucinotta e il regista Giuseppe Tornatore Sílvia Souza quest’anno. Ambientata in una Sicilia della seconda metà del XIX secolo, la storia racconta la vita di due amiche d’infanzia che si innamorano; una di loro riesce a cambiare il suo nome d’anagrafe, diventando cosí un uomo, e affronta la collera del padre. — Il film è, prima di tutto, una storia d’amore. E’ un adattamento del libro “Minchia di Re”, di Giacomo Pilati. In un certo senso produrre ti dà il vantaggio di proteggere la storia in cui tu credi. Si tratta di una storia d’amore, una storia reale, plausibile, tanto è che la gente fa il tifo per loro. Io sono una persona romantica e mi piace raccontare storie d’amore. L’amore ci mantiene vivi, è l’unico sentimento per il quale facciamo qualsiasi cosa — difende. A São Paulo Con la nomination italiana per l’Oscar di Miglior Film Straniero nel 2010, “Baaria” è stato la grande attrattiva tra i film del Festival di Venezia proiettati in Brasile. Il regista, Giuseppe Torna- Dezembro 2009 / tore (Cinema Paradiso) si è recato a São Paulo per promuovere il lungo in compagnia di Margareth Madé, attrice al primo film scelta nel catalogo di un’agenzia. Tornatore, che viene considerato uno dei più importanti registi italiano del momento, ha partecipato a dibattiti con allievi di cinema e a interviste. Senza nascondere un certo malumore, il suo commento al film è stato breve: — E’ la storia di una famiglia, di passione e sogno. Il film, costato 25 milioni di euro, è stato girato in 122 luoghi, con 210 personaggi e 2,8 mila costumi. Racconta la storia di una famiglia che attraversa tre generazioni, con un forte sfondo legato alla storia del Paese. Appassionato di cinema italiano, la scelta di Madé come personaggio principale non è stato un caso: la sua somiglianza fisica con Sophia Loren è impressionante. Anche se agli inizi di carriera, Madé è stata bravissima. — La mia agenzia ha mandato foto e dopo sono venuti i test. Per preparare il personaggio ho tratto ispirazione dalle donne siciliane e, specialmente, da mia nonna — commenta il regista. La scelta ha meritato elogi da parte della madrina del Festival. Secondo la Cucinotta il regista è riuscito a tirar fuori dall’attrice iniziante una forte interpretazione. — Conosco Tornatore e lo stimo moltissimo. E’ l’unico a rappresentare la nostra isola [Sicilia] in modo positivo in tutto il mondo. Puoi vedere la naturalità di Madé. Sta vivendo le situazioni. Durante il mio primo film, che considero il migliore di tutti, è successa la stessa cosa. Il regista riesce a trasformarci e dopo studiamo e perdiamo un po’ della nostra spontaneità — afferma. Anche se nega che l’industria cinematografica italiana sia una fase di ripresa, paragonando il periodo con gli ultimi anni di cinematografia Tornatore riconosce che per molto tempo l’Italia ha smesso di girare grandi film perché il cinema ha affrontato grandi problemi per ottenere finanziamenti: — Il cinema italiano non è morto. Abbiamo avuto un primo periodo di forza ed espansione, dopo abbiamo affrontato difficoltà, come tutti gli altri Paesi. Ha collaborato Elida Oliveira ComunitàItaliana 57 il lettore racconta De Castel di Sangro a Heliópolis, aos 101 an os, nonna é um exem plo de vida em família, como nos conta o jornalista Paulo Cezar Pereira em relato à repórt er Sílvia Souza É verdade: Maria Domenica Gasbarro D’Amico é, há 101 anos (é isso mesmo: 101 anos!), a melhor invenção depois de Papai Noel, conforme destaca, pendurada na parede da casa dela, a frase de uma lembrancinha recebida de Giovanni, um dos dez netos. Porém, engana-se quem pensa que a nonna de Heliópolis, em Belford Roxo (RJ), já perdeu a memória. Tanto que, informada sobre a homenagem que lhe prestaríamos na ComunitàItaliana, esbanjou carinho e bom humor comentando sua sempre festejada longevidade. Anos vividos intensamente na Itália, nos Estados Unidos e no Brasil, onde chegou em outubro de 1952. Filha mais velha entre três irmãs camponesas, ela nasceu em Castel di Sangro, na província de Áquila, região de Abruzzo, em 30 de novembro de 1908. Hoje, fala e entende o português, o italiano e o dialeto castellano e, ainda é capaz de entender e responder a algumas frases em inglês. Aliás, mais que isso: com memória privilegiada, 58 ComunitàItaliana / cita datas importantes e histórias com riqueza e precisão de detalhes. A Nonna é o centro das atenções da família que vive na Baixada Fluminense. Colomba, 78 anos, filha dedicada, é quem cuida dela. Mas Cláudia, uma das netas, está sempre por perto com carinho e disposição para servir, e Cosmo, o filho que veio com ela da Itália ainda menino, não deixa de visitá-la nos Dezembro 2009 finais de semana. Certamente por causa dela, a casa de número 996 da avenida Heliópolis está sempre movimentada. Ora recebe um neto, ora uma neta, um bisneto (a), as sobrinhas Giovanna e Idea, as noras Leni e Marli e, de dois anos para cá, Isabela, a segunda tataraneta, novo xodó do clã. São, portanto, cinco gerações no Brasil que têm nesta nonna seu bem precioso. Sua história começa na Itália. Seus pais, Gaetano Gasbarro e Cristina Mancini, migraram para os Estados Unidos quando ela tinha cinco anos de idade. Durante os oito anos em que morou em Scottdale - cidadezinha americana que abrigava os migrantes italianos no estado da Pensilvânia viveu em três casas diferentes com as irmãs Sandrina e Genoveva, nascidas na terra do Tio Sam e já falecidas. Maria só falava italiano fora de casa com um pastor protestante. Quando completou o ensino fundamental numa escola pública da Pensilvânia, sua mãe, alegando que não havia se adaptado ao novo país, pediu ao marido para retornar à Itália. Adolescente, Maria viajou 15 dias a bordo de um navio que, de Nova Jersey (EUA), partira rumo a Nápoles. 15 dias de viagem. Quando desembarquei no Rio, na Praça Mauá, em português, eu só sabia dizer bom dia, boa tarde e boa noite. Foram anos difíceis, mas acabamos nos adaptando a uma nova vida, a um novo país — relembra a nonna, que ajudava Elia, o filho mais velho (já falecido) numa tipografia em Heliópolis. Em 57 anos no Brasil, nonna diz que sentiu muita falta da Itália. Voltou a Castel di Sangro somente uma vez, em 1972, a passeio. Ficou três meses por lá. Tarcísio e Vicenzo, dois sobrinhos, são as únicas referências hoje da família na cidade. Mas há anos ela nunca deixa de olhar um quadro pintado à mão, copiado por Leni, a nora, de um cartão-postal que decora uma das paredes da sala de sua casa com destaque. Aos domingos, cedinho, ela ora e recebe a comunhão trazida por jovens ministros extraordinários da paróquia de São Judas Tadeu. Não é à toa que, emocionada, ela afirma que entre as fortes lembranças de sua terra natal estão a rua Rei Vitório Emanuele e a igreja de Nossa Senhora da Assunção. Em 1985, nonna ficou viúva, mas nem a morte de Francesco afastou dela a presença de pilar da família. — Com ternura no olhar, firmeza em suas atitudes e clareza em suas palavras, esta matriarca gerou e consia r a tituiu uma família forte, harmônica M nna g o k e unida, deixando em todos nós a n da ; ½ ni ); i o c i c i marca de sua sabedoria. Exemplo C i b de fet t ucc g ne n o a de amor e fé, é amada, admiS rã u do e g im (o erde. d a t rada e respeitada por todos — i kg talhar iro-v raRece ½ e p h : c o e resume a neta Igina Guidone, s d rv ir molho ente u; ½ ho e i e l s d a e ; e com a aprovação de todos. e d o Ingr acalha tomate tes bico d molh n b a 1 m erde de dia de bola; e u e : Um o grão Prepar heiro-v CorNatal o r ½c a c o. ar ep ). É na época das festas de e pr ve deix serve- mate e mperos e bico d o e o d iz Mod ocê de lhau. R bola, t u t ros te grão o final de ano que a fao v e c a to, o bac lho, ce ncluir o ist ure . Deix nonna mília da nonna é mais o a de i scas. M o molh ília da forme com ando o p italiana do que nunca. g , a n m refo referir u em l rtado a pela fa asa, co m não p Filhos, netos, bisnetos a e (se bacalh u já co ilizado o em c ara qu proni t p a i t e as tataranetas ente o bacalh arim u no, fe . Mas t t uccin carrão a a e a i h f l l c o e chem a matriarca ta o i ta iar e o m eix r. O mente a mat r omprar icione u de d a a h de atenção e de n vera o com pode c os. Ad acalha ici tem ito o C b ç afeto. Na mesa é eda ndid ção, ve o g ne com apre essa op o em p e bico O San e ser farta não podem . l a tem cortá- grão d inu tos cremos faltar as iguarias m e to e olho d is uns a sopa da época, frutas a ao m har m de um e! n t que são escolhidas a i coz istência apet i m s con as. Bo o pess — Quando cheguei a Castel di Sangro, todo mundo ria de mim porque eu falava mais inglês do que o dialeto castellano — lembra. Já casada com o soldado Francesco, Maria viu seu marido partir para a guerra. Ele lutou na África, no Quênia e na Etiópia, e depois de preso pelo exército inglês, sofreu o maior revés ao retornar à Itália e se deparar com uma Castel di Sangro, encravada nas montanhas, em ruínas. Nada sobrara dos bombardeios do exército alemão. Não havia trabalho, casa, futuro. Foi aí que, em 1950, Francesco e outros imigrantes, recrutados na Itália por empresas que compraram terras no Rio de Janeiro, vislumbraram a possibilidade de transformar as vidas de suas famílias. Era o início do processo de urbanização de cidades da periferia e ao desembarcar no Rio, Francesco se desligou de um grupo de imigrantes italianos e franceses e foi pedir emprego, ainda na Praça Mauá, a uma firma que fazia a urbanização do loteamento de Heliópolis, na Baixada Fluminense. Encontrara, finalmente, um porto seguro. Dois anos depois, acompanhada dos filhos Elia e Cosmo, Maria estava no porto de Gênova, a espera do embarque para a terra prometida. — Era um navio de bandeira francesa. Foram Dezembro 2009 dedo, o panetone, o chester, o vinho e, claro, o sangne cici, que é um prato delicioso. Em italiano, escreve-se ceci, mas como a família da nonna segue o dialeto castellano, todos nós só nos referimos ao talharim com grão-de-bico e lascas de bacalhau como signe cici. Esta iguaria, que tem a aparência de uma sopa cremosa, é uma tradição da ceia de Natal, assim como a ida à Missa do Galo na Igreja de São Judas Tadeu. Atualmente, a nonna também assiste à missa celebrada pelo Papa através da RAI. Quando chega o almoço de Natal não há hora para terminar. Ele sempre é servido ao ar livre e a nonna não esquece de ninguém neste dia, o que inclui telefonemas a Castel di Sagro para desejar um Feliz Natal ao pedacinho da família que ainda mora na Itália. A emoção toma conta de todos neste momento e ainda ouve-se pela casa a tarantella. Já estamos nos preparando para a celebração deste ano. Pena que, agora, à mesa, não estão mais o nonno Inocenzzo, marido da filha Colomba, e Elia, o filho da nonna, falecidos. Quando eram vivos, eles dançavam a tarantella e cantavam outras músicas italianas. Era uma festança imperdível. — A nonna sempre foi o nosso porto seguro. Com quem vivemos momentos maravilhosos no Natal. Mais do que uma festa, é uma noite de reflexão, um mergulho na nossa cristandade. Nonna é tanto nossa referência e exemplo de família que, no meu casamento, foi ela quem levou as minhas alianças até o altar da igreja. Quero que a família que estou construindo seja tão forte como a família que ela criou — destaca Paula Guidone, uma das bisnetas. Paulo Cezar Pereira é casado com Ana Maria Guidone Pereira, a primeira neta da nonna – Rio de Janeiro, RJ. Mande sua história com material fotográfico para: [email protected] / ComunitàItaliana 59 Sapori d’Italia italian style Nayra Garofle Era uma vez na vinícola Roberto Cavalli Sandália de tiras com aplicações de cristais swarovski. Um luxo. Preço sob consulta. www.robertocavalli.net Cantina no Vale dos Vinhedos oferece comida italiana à base de vinho e histórias sobre a imigração B Cappucchino Rapidez Diga adeus ao chato e longo processo de descascar batatas. O rápido movimento rotatório permite descascar perfeitamente cerca de 1 quilo de batatas em poucos minutos. € 49,90 Descontração Papel higiênico decorado? Deixe seu banheiro com clima de Natal ou dê de presente esta ideia original que vai provocar risadas entre os amigos. € 4,90 www.dmail.it Café Triturar os grãos de café ficou mais fácil com esta Macina Caffè da Gio Style. Com lâmina em aço inox e tampa dosadora. € 19,90 www.dmail.it 60 ComunitàItaliana / Dezembro 2009 Os produtos mencionados estão disponíveis no mercado italiano. Inicie seu dia com pé direito e para despertar tome um doce cappuccino. Com esta máquina você prepara até quatro copos em apenas 70 segundos. € 49,90 www.dmail.it ento Gonçalves - Se a sua intenção é se sentir na Itália, há um lugarzinho no Vale dos Vinhedos, mais precisamente em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, capaz de satisfazer a sua vontade. Basta imaginar uma típica casa italiana em uma vinícola e pronto: ela existe dentro da Vinícola Torcello. Através de suas janelas, é possível ver o interior de uma cantina, com seus tanques de aço inox e aquele aroma característico de vinho, principalmente em época de colheita de uva. E como se não bastasse tudo isso, ainda tem uma outra atração. O escritor Remy Valduga, de 69 nos, pai do diretor da Vinícola, encanta os visitantes contando histórias sobre imigrantes. O espaço, chamado Sala Santa Fosca, recebe visitas de grupos préagendados oferecendo um cardápio variado com pratos italianos, além do tradicional churrasco gaúcho. — Muitos italianos visitam a Vinícola e dizem que se sentem em casa — afirma o proprietário Rogério Valduga, de 43 anos. Neto de italianos do Trento, Remy Valduga, é autor de cinco livros, dentre eles Sonho de imigrante, traduzido para o italiano e publicado na cidade de Rovereto, em 2007. A obra resgata episódios históricos que enaltecem a imigração italiana, contando fatos ocorridos no Vale dos Vinhedos. — Na verdade, ele é a principal atração da casa — conta, com orgulho, o filho. A vinícola, cuja primeira safra foi em 2000, tem uma pequena produção anual de 10 mil garrafas de vinho tinto, o que permite um processo de elaboração totalmente artesanal. A escolha do nome Torcello relembra uma pequena ilha italiana próxima a Veneza. Está envolvida em fatos importantes da história mundial, como a conquista de territórios europeus por Átila, o rei dos hunos. A localidade é um centro cultural grandioso, considerado patrimônio histórico da humanidade. Símbolo de Veneza, o Leão Alado de São Marcos é o guardião da lei, símbolo de poder e mensageiro divino. Sua lenda conta a história de pescadores que ouviram de São Marcos a profecia de que naquela ilha surgiria uma cidade maravilhosa e que este havia visto um guardião a sua porta, um leão alado. Assim, o símbolo remete à proteção do Leão Alado, que guardará a beleza, a identidade e a cultura do Vale dos Vinhedos e dos imigrantes que vieram da região italiana do Vêneto, origem dos símbolos utilizados. Logo na entrada Remy Valduga encanta com suas histórias sobre imigrantes da vinícola, o visitan- Risoto Reveillon Chef Itacir Pilan Ingredientes: 1 cebola média (picada ou ralada); 2 colheres de óleo de arroz; 2 xícaras de arroz arbório; 1 pitada de mix de pimentas; 4 colheres de parmesão ralado; 1 tablete de caldo de carne; 1 tablete de caldo de galinha; 3 taças de Espumante Brut Torcello; 5 xícaras de água; Morango picado a gosto. Se necessário, 1 pitada de sal. Modo de preparo: Dilua o caldo de carne e o caldo de galinha em água quente (5 xícaras). Reserve. Em outra panela, murche a cebola no azeite. Coloque o arroz e dê uma leve fritada. Acrescente aos poucos 3 taças de Espumante Brut Torcello. Acrescente aos poucos, mexendo sempre, o caldo reservado. Cozinhe até ficar al dente. Coloque a pitada de pimenta e o queijo ralado. Misture bem, desligue o fogo e tampe a panela. Sirva com morangos picados e harmonize com Espumante Brut Torcello. te é conduzido a um passeio guiado que contempla a cantina, a Cave de San Marcos e o varejo, onde é possível degustar os espumantes (Brut e Moscatel), vinhos (Cabernet Sauvignon, Merlot e Tannat) e o suco de uva Torcello (integral). Durante o período da colheita, a vinícola também presenteia seus visitantes com um passeio pelos vinhedos que ficam atrás do prédio onde está instalada a cantina. No parreiral, os turistas podem degustar as uvas tendo na prática a experiência de um dia de colheita. Para a Comunità, o chef da Sala Santa Fosca preparou um Risoto Reveillon, em homenagem às festas de fim de ano. Para acompanhar, Rogério Valduga indica um Filé a Bacco com vinho Torcello Tannat. Já imaginou se deliciar com esta maravilha e ainda escutar histórias sobre a imigração? Mais italiano do que isso, só mesmo na Itália. Dezembro 2009 Serviço: RS 444 - Km 16 - Vale dos Vinhedos Bento Gonçalves – RS – Tel: (54) 3459-1164 / ComunitàItaliana 61 La gente, il posto Claudia Monteiro de Castro U Galleria Borghese m dos museus mais importantes de Roma, a Galleria Borghese, fica dentro de um parque, a Villa Borghese, o coração verde da cidade. É recheado de obras-primas. Só pela coleção de esculturas de Bernini, um dos maiores artistas do século 17, já vale a pena a visita. As mais impressionantes são a escultura de Apollo e Dafne, do mito de Ovídio e o Rapto de Prosérpina, que retrata Plutão, o rei dos inferno, ao raptar Prosérpina. Parece de carne e osso. Outra escultura importante do acervo, realizada por Canova, é a que retrata Paolina Borghese, a belísima irmã de Napoleão, esposa do príncipe Camillo Borghese. Além das esculturas, há também várias pinturas imperdíveis. Entre elas encontram-se Amor Sacro e Amor Profano, quadro de grandes dimensões, realizado por Tiziano quando tinha somente 25 anos, Danae, obra-prima de Correggio e Ragazzo col canestro di frutta, de Caravaggio. Não é à toa que é considerada a galeria mais bela do mundo. Não esqueça de reservar. É um dos poucos museus de Roma onde reservas são obrigatórias. Pelo menos assim, o ingresso de visitantes é limitado e dá para apreciar tudo com tranquilidade. Relaxando na Villa Borghese M inha avó materna deixou a Itália aos 14 anos, quando sua família decidiu se instalar para sempre no Brasil, terra prometida. Ela nunca mais voltou ao seu país natal, mas falava com amor e nostalgia, principalmente de Roma, onde ela morou muitos anos. Um dos lugares que ela mais mencionava era a Villa Borghese. Minha avó morava no Viale Liegi, em Parioli, portanto, passava sempre os finais de semana no parque, que ficava bem perto. Os parques têm esse “quê” de lugar bucólico, um lugar onde se pode respirar ar puro, escapar da confusão da cidade. Um lugar para caminhar, passear, refletir sobre a vida, sentar na grama ou num banco, ler um livro, se inspirar para escrever uma poesia. Então, num certo domingo, decidi ir à Villa Borghese para relaxar e achar meu cantinho de paz. Andando pelo parque, levei meia hora para achar o banco de madeira ideal para mim. Sem ninguém, escondidinho, discreto. Sento e abro meu caderno, com caneta em punho, pronta para ser invadida por um ataque de inspiração. Ela não vem, mas fecho os olhos e deixo o sol acariciar o meu rosto - no fundo estou sempre esperando pela bendita inspiração. Como num transe, começo a rabiscar palavras sem nexo, otimista que talvez elas se transformem numa obra-prima. Percebo, então, que o banco de frente ao meu, de repente, é ocupado por um senhor barbudo. Abaixo a cabeca para evitar qualquer contato inconveniente. Mesmo se não tenho a menor idéia do que escrever, finjo que estou escrevendo, que estou num momento de grande inspiração e não quero ser incomodada. Não adianta. O barbudo não aguenta e puxa papo: “Posso te desenhar? Sou um pintor e venho sempre ao parque para pegar ideias para meus quadros,” ele diz, enquanto eu noto um grande caderno apoiado em seu colo. Olho para ele, perplexa, e não consigo dizer nada. Ele insiste: 62 ComunitàItaliana / “Não te peço nada de mais. Finja que eu não estou aqui. Continue a fazer o que você estava fazendo. Eu só queria a tua permissão para fazer um desenho.” “Tudo bem,” digo, sem saber como reagir. Paciência, se ele quer desenhar, desenhe. Continuo a escrever minha pseudo obra-prima e com o canto dos olhos vejo que ele desenha como um louco, sem um segundo de pausa para respirar. De novo, ouço sua voz: “Desculpa, quero te pedir um último favor.” Só me faltava essa. “Está vendo aquele tronco? Você poderia, por favor, se sentar lá por alguns minutos? Tive uma ideia ótima para um quadro.” Mas porque, raios, essas coisas têm que acontecer justo comigo, que queria simplesmente um dia de relax no parque, de isolamento total? Quero dizer não, mas não consigo, que embaraço! O barbudo percebe minha reticência e insiste. Acabo aceitando, me sento no tronco e continuo escrevendo no meu caderno, baboseiras, pois hoje a inspiração realmente foi pras cucuias. Ele continua com grandes movimentos artísticos, desenhando pra lá e pra cá, mas começo a me preocupar quando vejo que ele está de novo para abrir a boca: “Posso te pedir mais uma coisa? Você pode virar meio de lado, apoiando a mão no tronco e fazendo uma pose?” Eu fico ainda mais perplexa, sem palavras, e percebo que meu rosto está ficando vermelho de irritação. “Você está nervosa? Relaxe!” Pronto. Ele foi longe demais. Minha paciência se esgotou. Sou um pouco tonta, mas realmente isso é demais. Eu me levanto e deixo o barbudo a ver navios. Não consegui escrever meu poema, não consegui relaxar em paz. Deixo o parque de Villa Borghese convencida de que os parques romanos, atualmente, de bucólico, não têm nada. Dezembro 2009