Turistas italianos chegam em peso ao país
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Turistas italianos chegam em peso ao país
A m a i o r m í d i a d a c o m u n i d a d e í t a l o - b r a s i l e i r a www.comunitaitaliana.com Ano XIII – Nº 103 ISSN 1676-3220 R$ 7,90 Rio de Janeiro, janeiro de 2007 Destino Brasil Turistas italianos chegam em peso ao país sendo que quase a metade deles não busca o auxílio de agências de viagem. Muitos já têm residência fixa D´Alema: balança comercial favorável ao país O espaço de uma ‘razão social’ evolui com a comunicação. fazendo seu papel. Para falar com nossos representantes, ligue (21) 2722-0181 ou escreva para [email protected] Roberth Trindade 22 CAPA Destino Brasil Turistas italianos escolhem as cidades litorâneas brasileiras como destino nas férias Politica Editorial O calor e as estatísticas.................................................................06 Prodi: Peggio di Berlusconi?.............................................................16 Saúde Cose Nostre Italianos protestam contra pena de morte logo após a o enforcamento do ex-ditador Saddam Hussein....................07 Especialistas alertam sobre riscos em decorrência da superexposição ao sol..............................................26 Notizie Opinione Casini e i mulini a vento.................................................................11 Famiglie italiane dovranno sborsare E 736 in più per i rincari fiscali......................................................33 Entrevista Coluna Roma Turismo Jóias da Campânia A beleza da Costa Amalfitana com seus penhascos, rochedos, praias e colinas 39 Attualità Memoria Divulgação Divulgação 28 L´ Italia ricorda uno dei suoi più grandi attori, Marcello Mastroianni, scomparso dieci anni fa 42 48 Curiosidade Melhor amigo do homem Saiba quais são as raças de cães de origem italiana que prevalecem no Brasil Janeiro 2007 Divulgação Virada do ano na Itália conta com shows de brasileiros como Carlinhos Brown, Chico César e Adriana Calcanhoto.......................41 Divulgação Professores se inspiram em comida livornese e batizam mostra de cinema italiano................................14 / Moda Silhuetas à mostra Que tipo de biquíni fez a cabeça das brasileiras? ComunitàItaliana COSE NOSTRE Julio Vanni FUNDADO EM MARÇO DE 1994 Diretor: Julio Cezar Vanni A s flores começaram a brotar na Itália. Árvores de damasco e pêssego estão carregadas e floridas, Na Sicília, região mais ao sul da bota, já aparecem as famosas amêndoas de Agrigento. Todos se perguntam: onde foi parar o inverno? À primeira vista, o que pode parecer uma notícia agradável para uns, é sinônimo de conseqüências desastrosas para o meio ambiente. O calor recorde prejudica a vegetação e coloca em risco os cultivos, que não estão preparados para a chegada repentina de baixas temperaturas. A onda de calor no hemisfério norte vem preocupando ambientalistas do mundo inteiro. Segundo meteorologistas, 2007 será o ano mais quente em 150 anos. E não é difícil comprovar isso, basta olharmos os termômetros. Em Milão, a temperatura, nesta mesma época, no ano passado, era de nove graus negativos, contra os 14 positivos nestes primeiros dias de janeiro. Em Moscou, onde a média do primeiro mês é de seis negativos [e no ano passado passou de 20 negativos], as máximas estão chegando a seis. Na Inglaterra, o outono foi o mais quente em 300 anos e, de Praga a Bucarest, nada de casacos pesados, mas um estilo de moda mais primaveril. Segundo a Universidade de Modena, o mês de dezembro foi o mais quente desde 1860. Na contramão, o respeitado site de meteorologia AccuWeather.com, diz que esta onda de calor é apenas uma questão estatística e o frio intenso deve chegar logo. Fato é que as degradações ambientais estão prejudicando constantemente a vida no planeta. Recentes relatórios, divulgados pela Onu, União Européia e Living Planet da Wwf, apontam o hiperconsumo energético como vilão da humanidade. Por outro lado, alertam para o contínuo crescimento da população mundial. Se a baixa taxa de natalidade européia preocupa, nos EUA a população chegou a 300 milhões de pessoas no último mês de outubro. E, enquanto China e Índia fazem desesperados esforços para o controle da concepção, Pietro Petraglia países economicamente subdesenvolvidos se “apertam” com Editor populações que não param de crescer, segundo estatísticas. Em 1968, nossos pares eram 3,5 bilhões; já em dezembro de 2005, o Population Reference Bureau da Onu anunciava: “nasceu o homo sapiens de número 6,5 bilhões”. A delicada constatação de que o espaço físico não suporta o crescimento ilimitado de seres humanos deve ser debatida. A pressão pelo aumento do consumo e a escassez dos recursos naturais não renováveis não só preocupam, como nos fazem refletir sobre o que restará para as [muito] próximas gerações, caso não sejam adotadas medidas que garantam o equilíbrio do ecossistema. Enquanto os EUA continuam a ignorar a questão, a Europa anunciou, no último dia 10 de janeiro, uma série de medidas, como a redução em 20% das emissões de gases de efeito estufa e a adoção de combustíveis alternativos ao gás e à gasolina, optando por uma fonte renovável ao longo dos próximos 15 anos. VICE-DIRETOR EXECUTIVO: Adroaldo Garani Publicação Mensal e Produção: Editora Comunità Ltda. Tiragem: 30.000 exemplares Esta edição foi concluída em: 15/01/2007 às 12:30h Distribuição: Brasil e Itália Redação e Administração: Rua Marquês de Caxias, 31 CEP: 24030-050 Tel/Fax: (21) 2722-0181 / (21) 2719-1468 e-mail: [email protected] SUBEDIÇÃO Rosangela Comunale [email protected] Redação: Nayra Garofle e Sílvia Souza (estagiária) REVISÃO / TRADUÇÃO Ana Paula Torres Cristiana Cocco Projeto Gráfico e Diagramação: Alberto Carvalho CAPA: Roberth Trindade Colaboradores: Braz Maiolino – Pietro Polizzo – Venceslao Soligo – Marco Lucchesi – Domenico De Masi – Franco Urani – Fernanda Maranesi – Giuseppe Fusco – Beatriz Rassele CorrespondenteS: Guilherme Aquino (Milão) Ana Paula Torres (Roma) Giordano Iapalucci (Florença) Marcos Petti (São Paulo) ComunitàItaliana está aberta às contribuições e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, sendo assim, não refletem, necessariamente, as opiniões e conceitos da Revista. Confira nesta edição serviços, curiosidades e tendências nos mais diversos setores relacionados a italianos e brasileiros. Boa Leitura! La rivista ComunitàItaliana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori e sprimono, nella massima libertà, personali opinioni che non riflettono necessariamente il pensiero della direzione. editorial ISSN 1676-3220 Filiato all’Associazione Stampa Italiana in Brasile ComunitàItaliana O calor e as estatísticas Entretenimento com cultura e informação / Janeiro 2007 Canecas Armani De mudança O Festival de Cinema de Veneza, o mais antigo do mundo, terá nova sede em 2010. Segundo o ministro da Cultura da Itália, Francesco Rutelli, o novo prédio deverá custar 70 milhões de euros e permitirá aos organizadores do festival [que existe há 60 anos] exibir projeções em um único lugar, diferentemente de como ocorre atualmente. A mostra dura duas semanas e é realizada em setembro. Seu ponto culminante se dá no anúncio do prêmio Leão de Ouro de melhor filme. F amoso estilista de moda e homem de negócios italiano, Giorgio Armani criou uma edição limitada de canecas para café cujas vendas ajudarão a financiar o trabalho do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, o Acnur, que cuida de mais de 20 milhões de pessoas no mundo. Lançadas com motivos relacionados à temporada de festas, as canecas mostram o ideograma chinês da esperança. Os produtos estão à venda em lojas do Reino Unido, além de distribuidores dos Estados Unidos e da Austrália, que atuam na Internet. Papa em SP Concurso de uvas E m sua primeira viagem à América Latina, em maio de 2007, o Papa ficará hospedado no monastério de São Bento, centro histórico e financeiro da cidade de São Paulo, fundado há aproximadamente 408 anos. Bento XVI passará os dias no mesmo local onde ficou Dalai Lama. Lá ele terá inclusive acesso à internet. O Papa vai visitar a cidade de Aparecida do Norte, a 171 km de São Paulo, onde está localizado o santuário da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, para inaugurar a Conferência dos Bispos da América Latina e do Caribe. Por falar em Bento XVI, a primeira missão do pontífice em 2007 foi uma visita ao refeitório da Cáritas, em Roma, onde 124 mil pobres foram alimentados em 2006. Líder em falsificação A Itália lidera, na Europa, a fabricação de produtos falsificados e imitações. Segundo dados oficiais do fisco no país, a bota tem um volume anual de 3,5 bilhões de euros nesse setor e, ao mesmo tempo, é a nação do velho continente onde foi confiscado o maior número de produtos falsos e imitações. O balanço anual registrou 88.840.000 produtos confiscados entre janeiro e novembro de 2006 pela “Guardia di Finanza” (polícia financeira e de alfândegas). Em 2005, a cifra foi de cerca de 75.700.000 nos 25 países da União Européia. Ansa Diretor-Presidente / Editor: Pietro Domenico Petraglia (RJ23820JP) N ão bastou apenas discordarem da decisão de enforcamento do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein. No início deste mês, os italianos também aderiram à campanha contra a pena de morte promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Eles resolveram acender os arcos do antigo Colosseo de Roma, que já foi palco de atrocidades históricas, ao amanhecer de um dia de sábado para demonstrar o protesto. O motivo para a escolha do local, o próprio prefeito da cidade, Walter Veltroni, explica: “Este lugar é um símbolo mundial para os direitos humanos. No passado, foi um espaço de perseguição e de uma violência inenarrável. Mas agora é sinônimo de paz e reconciliação”. Nero reabre O Palácio de Nero, um dos pontos turísticos mais famosos de Roma, foi parcialmente reaberto ao público em janeiro, depois de mais de um ano fechado para reformas de emergência. O Domus Áurea ou Casa Dourada atraiu uma média de mil visitantes por dia até dezembro de 2005, quando foi fechado devido a vazamentos que podiam causar o desabamento da construção. O governo da Itália e a prefeitura de Roma destinaram mais de quatro milhões de euros à reforma da edificação que já tem quase dois mil anos. Carnaval em Juiz de Fora O grupo de dança folclórica italiana Tarantolato vai promover um pré-carnaval em parceria com a Casa D’Itália de Juiz de Fora. O baile acontece no dia 9 de fevereiro, a partir das 21h. Para entrar no clima, os convidados devem ir a caráter: fantasias ou capa tipo veneziana são bem-vindas. Além disso, serão distribuídas máscaras para completar a produção. Outras informações podem ser obtidas nos telefones (32) 3211-4604 ou (32)3218-8744. Janeiro 2007 / A XI Festa Nacional da Vindima (Fenavindima), que ocorrerá em Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul, de 23 de fevereiro a 18 de março, tem como um dos seus pontos altos o concurso de uvas. Os produtores que desejarem participar devem estar atentos. As inscrições ocorrem até o dia 3 de fevereiro de 2007 nos seguintes locais: Secretaria Municipal de Agricultura de Flores da Cunha, Emater de Flores da Cunha, Emater de Nova Pádua e Sindicato dos Trabalhadores Rurais em Flores da Cunha e em Nova Pádua. Mais negócios A Vale do Rio Doce concluiu as negociações com a siderúrgica Ilva S.p.A., a maior da Itália, para o reajuste dos produtos em 2007. Os preços do minério de ferro fino do Sistema Sul (SSF) e do minério de ferro fino de Carajás (SFCJ) subiram 9,5% em relação a 2006, passando a US$ 0,8146 e US$ 0,8470 por tonelada, respectivamente. A caminho D e 27 de feveiro a 3 de março deste ano acontecerá a 57ª Festival de Sanremo. Desta vez, retornam ao evento artistas como Al Bano, Dorelli, Milva e Nada. Também não faltarão duetos em família como os de Francesco e Roby Facchientti e Gianni e Marcella Bella. ComunitàItaliana opinião serviço Parliamone “Nel mio primo film ero completamente nuda, coperta solo di sangue. Era difficile perché io sono uma cattolica devota” “Estou sereno e tranqüilo com minha consciência e com a lei” Mario Riccio, médico que desligou os aparelhos que mantinham vivo o poeta italiano Piergiorgio Welby. “Não descarto que, no futuro, o Vaticano possa formar um time de futebol importante, do nível da Inter e da Roma” Tarcisio Bertone, secretário de Estado e famoso fã de futebol ao dizer que a Santa Sé poderia formar uma “squadra” convocando centenas de estudantes brasileiros de suas universidades pontifícias em todo o mundo. enquete Fidel Castro é declarado “cidadão universal” em Roma. Você concorda? 75% - Não. 25% - Sim. Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 11 e 14 de dezembro. ComunitàItaliana / Festa Nacional do Vinho (Fenavinho) 2007: con l’Avvocato Giuseppe Fusco [email protected] Il paese dei tavoli U n tale Oriundo è stato invitato a sedersi ad un tavolo. Si è sentito importante, perché, per chi non lo sapesse, oggi, in Italia, la nuova moda è quella di invitare qualcuno ad un tavolo, intorno al quale di tutto si parla e sotto il quale di tutto succede. C`è sempre un tavolo dove si può aggiungere un posto, così come facilmente si trova un ente, una associazione, una bocciofila, un comitato dove una sedia vuota ancora la si può trovare. Ma un Oriundo senza passaporto è come un prete senza tonaca nera. Figuriamoci poi quando, per chiederlo, deve con devota umiltà varcare i sacri recinti consolari per scoprire che la sua pratica è stata persa. Pazienza, succede, ha provato a pregare S. Antonio? Sa, per ritrovare le cose perdute, funziona. Magari anche una preghierina a Santa Caterina da Siena serve. L`oriundo ed io, abbiamo allora deciso di accettare l’invito del segretario della Cgil Epifani che, in una intervista a Repubblica, ha espresso cauta disponibilità a sedersi a un tavolo per discutere di ‘mobilitá’ nel pubblico impiego. Un altro tavolo assai ambito è quello sul quale è stato issato il macigno del debito pubblico della Bota, 108% del pil annuale, un colosso, appunto, perché uguale a quello della Grecia. Il resto dell’Universo sa che i debiti diminuiscono tagliando le spese. In Italia, no, c’è chi dice che lo si fa aumentando le entrate, cioé le tasse. Ecco allora altri appetenti tavoli: uno per la spesa pubblica, uno per la sanità e l’altro per la previdenza. Dunque, la spesa pubblica di Stato più Regioni ed Enti Locali interessa quasi completamente i felici impiegati, più o meno 4 milioni di burocrati, che succhia- no il 60% del bilancio, con punte del 90% nella scuola. Pare che un Ministro si voglia scottare le dita, tuttavia, oggi come oggi, il burocrate pubblico, anche inefficiente (potremmo stilare un elenco ‘ad personam’ anche qui a Rio), è inamovibile e irresponsabile (nel senso che non risponde per le sue azioni o omissioni, o perdite di carte e fascicoli). Se veramente qualcuno accettasse il principio della mobilità e del rientro in Patria per inefficienza, improduttività e miopia, beh, allora, a quel tavolo si siederebbero tutti gli italiani, oriundi compresi, e magari anche le loro eccellenze elette nei collegi esteri. Potremmo parlare allora di meritocrazia, visto che qui, come in un’Italia, le cose funzionano cosí cosí (una volta si diceva ‘alla carlona’): tuttavia la colpa è sempre di un altro, o del sistema. Colpa degli altri è anche la drammatica situazione degli ospedali italiani e soprattutto di quelli eccellenti della Capitale. Nessuno lo sapeva. Adesso viene la grande ispezione ministeriale (lo ricordate il Ministro De Lorenzo?). Poi, fatto il tavolo, fatta la relazione, firmata, controfirmata, timbrata e finalmente archiviata perché il caso è risolto. La prativa è stata evasa, come tante cose che risultano evase, tutte, meno la pazienza di Pantalone che paga sempre. ERRATA CORRIGE: Diferentemente do que foi publicado na última edição, o telefone comercial da agência de empregos Obiettivo Lavoro é (21)2232-6652. Janeiro 2007 Comemorando 40 anos de existência, a festa visa integrar, valorizar, promover e divulgar os vinhos e a cultura de todas as regiões vitivinícolas brasileiras. Esta edição trará atrações como a História Cultural do Vinho, Enoteca, Salão de Arte do Vinho, Piccola Città [Pequena Cidade], Vila Típica, Filó Gastronômico, Enogastronomia, Curso Nacional de Poesias [VI Edição], Cartoon Desenhos de Humor Sobre o Vinho, Grande Espetáculo Cênico, Música Erudita, Curso de Degustação e Eventos Técnicos. Os pa- vilhões para visitação pública abrirão somente nos fins de semana, além de segunda e da terça-feira de carnaval. Local: Parque de Eventos, Alameda Fenavinho, 481, Bento Gonçalves, RS. De 26 de janeiro a 20 de fevereiro. Informações: (54) 3451.2150 ou (54) 3451.7500. E-mail: [email protected] na estante Olhares Neo-realistas: Com curadoria da cineasta Gisella Cardoso Franco, a mostra faz um breve panorama do cinema neo-realista italiano e aborda algumas de suas extensões e influências, motivando assim uma reflexão sobre como o movimento dialogou com outras cinematografias, em especial com a latino-americana e brasileira. Há filmes de Luchino Visconti, Roberto Rossellini, Vittorio De Sica e Ettore Scola, entre outros. Local: Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo, SP. Informações: (11) 3113-3651/52. click do leitor Eduardo Siqueira Filho Caterina Murino, attrice, che compare nel ruolo di Solange, uma delle tre Bond Girls nel più recente filme dell´agente segreto 007, “Casino Royale”. agenda cultural Arquivo pessoal frases Os segredos do Pai-Nosso, de Augusto Cury. O psiquiatra analisa a alma de Deus a partir da oração mais conhecida e feita no mundo. Segundo ele, a resposta para muitas de nossas indagações está na prece. Visto sob a ótica da psicologia, da filosofia e da sociologia, o Pai Nosso revelaria códigos do ser humano, da vida e do próprio Criador. Editora Sextante, 160 págs., R$19,90. Terra de Cinzas e Diamantes, de Eugenio Barba. É a narrativa não só de um capítulo da história subterrânea do teatro como também de uma história de paixão pela dramaturgia, segundo o criador do Odin Teatret, que diz: “Eu gostaria de falar sobre um momento central da recente história do teatro como se fosse a história de jovens sem nome”. Editora Perspectiva, 224 págs., R$43. cartas “G ostei muito da matéria com a atriz Florinda Bolkan. Reportagens assim provam que a educação e a arte são determinantes para o futuro de qualquer sociedade. Isso sem falar que demonstra o quanto a mulher pode e deve estar à frente de seu tempo, seja no Brasil ou na Itália.” Sofia Magnani, Bento Gonçalves, RS, por e-mail E sse é o Santuário de São Francisco de Paula, que fica na cidade de Paola, na Itália. Uma cidade praiana lindíssima! O Santuário foi construído no local onde São Francisco pregava em nome de Deus. Esta é a igreja nova. Foi construída de forma circular e a parte superior é toda em vitral, o que deixa a igreja iluminada de diversas formas, de acordo com a hora do dia! É um verdadeiro espetáculo de luzes!! A parede do altar é feita em mosaico. Um local lindo e abençoado. Visitar esse Santuário foi o ponto alto da minha viagem. Eu realmente pude sentir a presença divina. Amei! Luciane Einert, Rio de Janeiro – RJ Mande sua foto comentada para esta coluna pelo e-mail: [email protected] “É com conquistas como o Instituto Europeu de Design que o Rio de Janeiro continua sendo a Cidade Maravilhosa. É muito bom saber que iniciativas de grupos de italianos contribuem para a cultura em nossa cidade e que, em breve, também seremos referência em arquitetura, em nível mundial.” “D ecidi testar a receita que vocês trouxeram na edição passada e foi um sucesso entre meus amigos e familiares. Não sabia que era tão fácil de preparar e em pouco tempo tudo estava à mesa. Adoro as guloseimas que a Comunità apresenta a seus leitores.” Enio Chiaretto, Porto Alegre, RS, por e-mail Janeiro 2007 Paula Guzzo, São Paulo, SP, por e-mail / ComunitàItaliana articolo opinione e prospettive I risultati finora ottenuti sono stati brillanti e così riassumibili Q Franco Urani uando, a metà 2004 e a seguito della prematura scomparsa del Dott. Umberto Agnelli, Luca di Montezemolo e Sergio Marchionne assunsero la responsabilità della gestione mondiale della FIAT come presidente e amministratore delegato, la situazione del Gruppo era buona nei settori veicoli industriali (IVECO), macchine agricole (CNH), componenti (MARELLI) e fortemente deficitaria per le automobili che rappresentano oltre la metà del fatturato globale, in forte declino in Italia e in Europa (ma bene in Brasile). Una delle ipotesi ricorrenti nel periodo era di abbandonare la produzione automobilistica cedendola alla GM con la quale era stato sottoscritto un accordo di scambio azionario che dava il 10 diritto a FIAT, trascorsi 5 anni e cioè nel 2005, di cedere questo settore ad un prezzo stabilito, accordo questo che GM tentava in ogni modo di non concludere per sue difficoltà finanziarie e per la grave crisi in cui FIAT si dibatteva. Marchionne - un italo-canadese con molteplici esperienze manageriali in Nord America ed Europa in altri settori, - è giovane, pragmatico, ottimista, sa trattare con gli americani con la chiarezza e durezza che essi amano, è dotato di grande visione internazionale ed è stato il protagonista di un’impresa eccezionale e cioè del rilancio del settore automobili FIAT. Le tappe sono state la sottoscrizione di un accordo tra FIAT e GM nel 2005, con rinuncia FIAT a vendere le attività auto a GM e ComunitàItaliana / Janeiro 2007 pagando ad essa GM una penale di 2 miliardi di Euro; la sottoscrizione di un prestito swap di Banche italiane per 3 miliardi di Euro convertibile in azioni nel caso la FIAT non avesse potuto restituirlo nel termini accordati; uno sforzo eccezionale per accelerare i tempi di rinnovo della produzione e la razionalizzazione della rete di distribuzione ed infine, considerate le difficoltà finanziarie, una politica di espansione mondiale basata su accordi internazionali. I risultati finora ottenuti sono stati brillanti e così riassumibili: nel 2005 netta riduzione del deficit auto a circa 200 milioni di Euro; nel 2006 lancio della Nuova Croma e della Grande Punto con brillante successo di quest’ultima che ha totalizzato vendite di oltre 400.000 unità; espansione delle vendite in Italia (dal 27,5% al 31%) e in Europa (dal 6,5% a quasi 8%); raddoppio del valore di borsa delle azioni e chiusura del bilancio con considerevole utile dopo Casini e i mulini a vento Non è certamente un Don Chisciotte, ma le sue armi, logica, intelligenza, coraggio e fede sono potenti C’ è chi vede in Don Chisciotte solo il contadino sempliciotto che, armato in forma grottesca, sogna di percorrere i cammini di gloria dei cavalieri di ventura. Altri interpretano l’opera di Miguel de Cervantes in chiave simbolica, e quindi universale. I mulini a vento diventano le forze, i poteri, le mafie, gli interessi, il comodismo, l’ignoranza, la malafede, la miopia contro cui è inutile lottare con la nostra ridicola armatura di latta. Pierferdinando Casini non è certamente un Don Chisciotte, e le sue armi, logica, intelligenza, coraggio e fede, sono potenti, ma i mulini contro i quali si accinge a lottare hanno mura granitiche, difficili persino da scalfire. Per questo mi piace e tiferò per lui. Casini, 51 anni, è figlio d’arte. Suo padre era dirigente politico nei quadri della Democrazia Cristiana. Crebbe nelle file della D.C., consigliere comunale a Bologna, deputato nel 1983, membro della Direzione Nazionale del partito, partecipò attivamente al suo rinnovamento, fondò con Mastella il Centro Cristiano Democratico che, più tardi, insieme con altre correnti cristiano-democratiche diventa UDC. Eletto al Parlamento Europeo nel ’94 e ’99, torna al Parlamento italiano e viene eletto Presidente della Camera dei Deputati nel 2001. È oggi alla guida della UDC, un partito di opposizione che conta su circa il 7% dell’elettorato italiano, ed è presidente della Internazionale Democristiana. Una carriera politica brillante. Casini è oggi al centro delle attenzioni del mondo politico italiano per le sue prese di posizione polemiche e coraggiose. Ne ha parlato lui stesso in una intervista a “Porta a Porta” del giorno 11 dicembre scorso. Ho cercato di ridurre in termini semplici le sue dichiarazioni, completate con alcune opinioni di ‘Repubblica’ e ‘Corriere della Sera’. È certamente un compito velleitario Ezio Maranesi e ambizioso; sono lontano culturalmente, oltre che fisicamente, dal mondo politico italiano, ma forse una visione distaccata, non inquinata da preoccupazioni contingenti, può dare un piccolo contributo nella valutazione delle possibilità che ha Casini di abbattere qualche mulino. Il primo obiettivo lo ha già raggiunto: costituire una forza di opposizione diversa, alternativa a quella guidata finora dalla Casa delle Libertà. Casini riconosce il grande carisma di Berlusconi, la sua capacità politica di aggregare, il suo merito di aver creato un forte centrodestra che ha già vinto e potrà vincere ancora. Ritiene però che un movimento politico debba essere sorretto da una forza ideologica radicata che non debba dipendere dal carisma di una persona. “Gli uomini passano - sostiene - le politiche restano; non si può scommettere sulla definitività della provvisorietà.” Bisogna quindi dotare il movimento di centrodestra di una sua politica e pensare al dopo-Berlusconi. Non si può infatti definire “politica” l’attuale atteggiamento di attesa che accada qualche disgrazia alla sinistra per poter tornare al potere. Bisogna piuttosto dimostrare che si è migliori. Casini si accinge ora a lavorare sul suo secondo obiettivo, la creazione di un forte partito di centro, di ispirazione cristiana, che raccolga i moderati che oggi votano centro-destra o centro-sinistra. Casini crede nella grande forza dei moderati ma conosce anche il grande rischio di fallire di fronte alla attuale propensione degli italiani ad accettare il bipolarismo come aggregazione politica delle destre e delle sinistre. La sua critica al bipolarismo, cosí come è inteso oggi, è pungente: le due parti che si contrappongono devono escludere gli estremi [Verdi, Rifondazione Comunista, Lega, ecc.]. Non si può fare affidamento su due grandi “armate brancaleone” che servono a vincere ma paralizzano il governo che, per governare, deve fare troppe concessioni. Il terzo obiettivo che Casini pone, non tanto a se stesso quanto al Paese, è la realizzazione delle riforme politiche, sociali ed economiche di cui l’Italia ha assoluto e urgente bisogno: energia, liberalizzazioni, investimenti, Mezzogiorno, ricerca, sistema pensionistico, ecc. Per realizzare queste riforme ci vuole molto coraggio perché esse costano un prezzo politico altissimo. Le può fare solo un governo forte e unito che non sia obbligato a fare regali alle frange estreme per poter sopravvivere. Un forte governo di forze moderate potrebbe farcela. Casini si giudica un uomo coraggioso. Nel corso della sua carriera ha dovuto spesso prendere decisioni difficili. Ha subito critiche ma i fatti hanno finito col dargli ragione. Sa che i tempi non sono ancora maturi; il suo programma ha bisogno di respiro e deve guardare avanti, nel lungo termine. Casini crede in ciò che fa, e potrebbe vedere anche ciò che i suoi critici non vedono. D’altra parte le tesi che sostiene sono sensate, il suo programma è coerente e ha una sua logica. Ciò che ha colpito, nel corso della sua intervista, è stato lo stacco netto tra le idee da lui sostenute e le obiezioni e le argomentazioni dei suoi intervistatori: Vespa, Galli Della Loggia, Sansonetti e Cazzullo, fior di giornalisti, e Polegato, dirigente di Confindustria. Le obiezioni facevano riferimento a fatti e situazioni contingenti; Casini era su un’altra dimensione. Era proiettato nel futuro, pensando ad una possibile Italia in grado di affrontare e risolvere i suoi problemi, di riprendere a correre, e non solo per inseguire i paesi europei più bravi di noi. L’immagine che Casini ha dato è quella di uno statista “in fieri”, di cui l’Italia ha bisogno e non ha da tanto tempo. Auguri, Pierferdinando, di cuore. Non vi sono mulini indistruttibili, e forse ce la puoi fare. Janeiro 2007 / Reprodução Fiat: ripresa le ripetute elevate perdite degli ultimi anni. E le prospettive al 2010 sono impressionanti, anche in seguito ai molti accordi internazionali di joint-venture sottoscritti da Marchionne dopo lo svincolo con GM di cui riporto i principali: con la TATA indiana per la produzione in India di vari modelli FIAT ed in Argentina nello stabilimento Fiat di Cordoba di Suv e Pick-up Tata; con la SUZUKI per la produzione nel suo stabilimento ungherese di un suo 4x4 di classe media con motore Fiat; in Cina per l’espansione delle produzioni della linea Palio brasiliana; con la PEUGEOT per l’ampliamento della già esistente collaborazione per i veicoli commerciali; con la russa SEVERSTAL per avviare la produzione di vari modelli; potenziamento degli impianti TOFAS in Turchia, da tempo in funzione. Aggiungasi ancora l’imminente lancio del modello medio BRAVO in Italia e della nuova 500 in Polonia (dove già viene costruita con grande successo la nuova PANDA), che verranno seguiti, fino al 2010, da un’altra ventina di nuovi modelli, tra cui vari LANCIA ed ALFA ROMEO. Le prospettive sono quindi di passare mondialmente dai 2 milioni di auto vendute nel 2006 a circa 3,5 milioni nel 2010, collocandosi in tal caso la FIAT tra i primi 8 grandi costruttori mondiali, con produzioni che verrebbero divise grossomodo in parti eguali tra Italia ed i vari altri paesi con iniziative associate. Vale la pena di rilevare che la fiducia FIAT nella conquista dei grandi mercati emergenti (Cina, India, Russia) è stata confortata dal suo notevole successo in Brasile da dove ha fabbricato nel 2006 un 500.000 auto (400.000 per il mercato domestico con partecipazione leader di oltre il 23%) e 100.000 esportate; che certamente gli impianti brasiliani seguiranno il generale potenziamento del Gruppo ed infine che la linea PALIO, all’avanguardia in Brasile e non fabbricata in Italia, sarà prodotto essenziale per le iniziative nei tre suddetti paesi la cui popolazione totalizza circa 2,5 miliardi di abitanti. ComunitàItaliana 11 marco lucchesi / articolo Flor Preferida? Antúrio D iógenes da Cunha Lima – glória das letras do Brasil – propôs um breve e instigante questionário, que procuro responder como posso... Reprodução 1. Solidão é conquista ou derrota? Pura conquista. Descoberta da parte de dentro. Havendo um fora. A espessura do abismo que nos rege. Delírios. Devaneios. Carta de achamento. Povoação. Conquista. Precária. Paulatina. A mais possível. 2. Escrever é ventura ou aventura? Ventura. Aventura. Errância. Delírio. Achamento e perdição. Lembro de Maiakovski: a palavra são pregos. O escritor é igual a Cristo. As chagas, Diógenes, as chagas... 3. O que mais se salienta em um caráter humano? A verdade. O compromisso com a verdade. Apenas a verdade. 4. Melhor a fantasia ou a realidade? [Pode haver meio-termo?] 5. A poesia é útil? Inútil. Mas como é bela. E necessária. 6. Fronteira entre a poesia e a prosa? Dissipada. Os guardas da fronteira dormem sossegados. Não precisamos de passaporte. As línguas são diversas. E por isso mesmo iguais. 7. Livros que ajudaram à sua formação? Todos. Os melhores. Os piores. O livro do mundo. O mundo dos livros. Assim, o tempo todo. O livro de minha formação? O livro que ainda não tive a ventura de ler. 8. Qualidade superior em um homem? A generosidade. 9. Qualidade superior em uma mulher? A luminosidade. 10. O que mais aprecia em um amigo? A franqueza. O saber dividir suas alegrias, que dividir tristezas é tarefa que não requer esforço algum. 11. O que mais lamenta em um amigo? A delicadeza quando falta. Quando toma o silêncio como falta. 12. Medo – a que serve? A trazer de volta a nossa dimensão. A sondar horizontes que nos cercam. E ultrapassá-los, quando for o caso. 13. Dúvida – a que serve? A dúvida metódica inaugurou uma filosofia. Mas não pode servir de aguarrás o tempo todo. 14. A morte é vírgula ou ponto final? Ponto e vírgula. 15. Deus é patrimônio de cada ser humano? Deus não tem dono. Mas é nosso. 16. Jesus é um amigo? Os persas diziam “o doutor Jesus”. 17. O diabo tem credibilidade? Segundo Papini, precisamos ter pelo diabo uma atitude mais cristã. Assim daremos início ao incêndio do grande perdão. 12 ComunitàItaliana / Janeiro 2007 18. Somos sós no universo? A estatística diz não. Os olhos esperam. O coração bate. Desde menino olho para os céus. 19. Seu defeito principal? A ira dos calmos. 20. Sua ocupação preferida? Contemplar a beleza. 21. Como você sonha a felicidade? Eis o meu segredo. 22. Você não consegue tolerar? A intolerância. A falta de entusiasmo. A não generosidade. 23. Seu estado de ânimo atualmente? Arisco e sereno. Meio cavalo. Meio nuvem. 24. O que mais importa a você como profissional? Que os horizontes sejam amplos. Que a dúvida corrosiva me confunda e me arrebate. Saber mais. Saber mais. Atingir a perfeita ignorância. A douta ignorância. O silêncio. 25. O que mais importa a você como amador? O risco. Ah, sempre o risco. 26. O que o tornaria infeliz? Ter medo de errar. 27. Quem você gostaria de ter sido? Aquele que não fui. Todos eles. E nenhum. 28. Três cidades encantadoras? Roma. Damasco. E Natal. 29. De que país o Brasil poderia auferir qualidades? Dos países profundos que o constituem, de suas antigas nações. 30. Árvore admirável? A sumaumeira. O baobá. A mangueira. 31. Flor preferida? Antúrio. 32. Pássaro admirado? Uirapuru. 33. Cor favorita? Amarelo. 34. Na ficção, personagens (masculinos) de usa estima? Lucien Leuwen. Rashkolnikov. Quincas Borba. 35. Na ficção, personagens (femininas) da sua estima? Diadorim. Lucia Mondella. Madame Bovary. 36. Um filme? E la nave va. 37. Pintores preferidos? Caravaggio. Di Cavalcanti. Portinari. 38. Três palavras bonitas? Madrugada. Sideral. Espessura. 39. Daria indulgência a que falhas humanas? Àquelas marcadas pelo excesso. Só o excesso merece perdão. 40. Um verso? De Bandeira: “A vida é vã como a sombra que passa”. 41. Personalidades bíblicas (masculinas)? Jó, Daniel, João Evangelista. 42. Personalidades bíblicas (femininas)? Éster, Madalena, Eva. 43. O seu rio? Tenho diversos, mas cito apenas dois. O Paraíba e o Arno. 44. O seu mar, sua praia? Niterói. Itacoatiara. Mas O Rio Grande do Norte, ah, como suspiro pelo Rio Grande... 45. Quem tem um sol no coração? Os meninos. 46. Ser criança é? É a poesia. 47. Ser jovem é? O ensaio. 48. Ser maduro é? A prosa. 49. Ser velho é? Não distinguir os gêneros literários. 50. Exerce a sua esperança? Teimoso. Cético. Cheio de esperança. Teimoso. Cético. Ou talvez... 51. Seu lema? Plus ultra. entrevista O sabor do O cinema italiano Os professores Sandra Leite e Paolo Targioni usam iguaria livornese como inspiração para mostra semestral de cinema. Como complemento, filmes que fogem do mainstream Divulgação Simone Gugliotta que uma refeição livornese e uma mostra de cinema italiano podem ter em comum? Para começar, o nome. A mostra realizada semestralmente na Universidade de São Paulo (USP) e criada pelos professores de italiano, Sandra Leite e Paolo Targioni, chama-se como um prato típico de Livorno. Mas não é só. Os criadores explicam que “Cacciucco”, uma sopa, era uma mistura do que sobrava da venda diária apreciada apenas por pescadores. Anos mais tarde, uma vez apresentada ao público em geral, virou iguaria. Assim acontece com os filmes selecionados pelos dois: são sucessos de público na Itália mas que não parecem comerciais o suficiente para as distribuidoras estrangeiras, mesmo sendo apetitosas criações para olhos e mentes italianos. Sandra e Paolo resolveram mudar isso e com “Cacciucco”, que em 2007 vai para a quinta e sexta edição, trazem esses filmes para cá com direito a debates em italiano ou português. A idéia da carioca Sandra, doutoranda em literatura italiana pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e do toscano Paolo, mestre em língua e literatura italiana pela USP, vem atraindo o público. O interesse dela por filmes italianos surgiu em Milão, em 1992, onde morou. Formada “Queríamos algo que identificasse a italianidade do projeto e que fosse sonoro. Fazia tempo que o Paolo estava prometendo fazer essa famosa sopa livornese. Então eu falei: “Por que não Cacciucco?!” Sandra Leite 14 ComunitàItaliana / Janeiro 2007 em Letras pela UFRJ, Sandra também é mestre em Estudos Lingüísticos pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC) com a dissertação Amarcord: Narrativa de um imigrante italiano no Rio de Janeiro. “Essa foi a minha paixão confessa pelo cinema, em especial por este filme de Fellini que significa em dialeto romagnolo io mi ricordo”. Formado pela Universidade dos Estudos de Florença em Ciências Políticas com a tese em Sociologia da Comunicação sobre o escândalo Watergate, Paolo começou a se interessar por cinema italiano nas aulas de comunicação da faculdade. Além disso, sempre teve a chance de seguir os projetos da escola de cinema “Anna Magnani” de sua cidade natal, Prato, e freqüentar cineclubes florentinos durante sua formação acadêmica. ComunitàItaliana – Como nasceu “Cacciucco”? Sandra Leite – Em 2004, fizemos uma mostra de cinema brasileiro em Trento com o auxílio dos Ingegneri Senza Frontieri e da Facoltà di Sociologia dell´Università di Trento. Foi tão emocionante que quando voltamos para o Brasil, quisemos fazer o mesmo. Costumamos dizer que eu sou “il cervello” e o Paolo “le braccia. ”Eu tive a idéia, mas sem a dedicação do Paolo, nada seria feito. O apoio da Professora Paola Baccin foi fundamental. A primeira mostra, em 2005, foi sobre o ator, autor e diretor Massimo Troisi. Ainda não tínhamos o nome “Cacciucco”. Consideramos esse evento um piloto. Começamos sem muita pretensão, mas com ajuda do departamento de italiano da USP tivemos uma grande adesão de público. O nome surgiu em Foz do Iguaçu, quando íamos a um congresso da Associação Brasileira de Professores de Italiano. Queríamos algo que identificasse a italianidade do projeto e que fosse sonoro. Fazia tempo que o Paolo estava prometendo fazer essa famosa sopa livornese. Então eu falei: “Por que não “Cacciucco”?!” Paolo Targioni – “Cacciucco” nasce como prato pobre dos pescadores que, com o peixe não vendido, faziam uma sopa tipo moqueca ou caldeirada forte e apimentada. A característica principal é ser uma Parceria sem fronteiras: Sandra é carioca e Paolo veio da Toscana sopa de todo tipo de peixe, sem um sabor que ganhe sobre o outro e com variantes, apesar do original de Livorno ter sua própria receita. O nome começa com a letra “c” e tem outros dois duplos, e há uma curiosidade quanto a isso. Em Livorno, as cinco letras “c” são bem marcadas e normalmente nas demais variantes regionais do italiano esta palavra sempre é falada com quatro “cês”, ou seja, a primeira dupla vira um “c”simples e os Livorneses dizem que se você tirar um “c” do nome você está tirando o sabor do prato. CI – O que já foi apresentado nas edições? Sandra – Se contarmos com a mostra-piloto estamos na quarta edição caminhando para a quinta e já estamos planejando a sexta. A primeira foi sobre Massimo Troisi, depois trouxemos os filmes “Ovosodo” e “Manuale d’Amore”. A terceira foi sobre futebol, por estarmos às vésperas da Copa. Essa edição foi especial porque trouxemos o diretor Ugo Giorgetti para falar sobre seus filmes “Boleiros 1 e 2” e o ator e empresário Nello De Rossi. O intérprete do personagem do chefe no comercial no qual o empregado era promovido por causa de suas camisas. Ele repetia o bordão “Bonita camisa, Fernandinho!” Já a mostra do último semestre foi sobre os comediantes Aldo, Giovanni e Giacomo com os filmes: “Tre Uomini e Una Gamba”, “Cosi è la vita” e “La legenda di Al, John e Jack.” Durante essas edições tivemos como público professores e alunos da USP. Os representantes do IIC de São Paulo estiveram presentes em duas edições, mas com a mudança de direção, não tivemos mais acesso. CI – Vocês acham que muitos aqui no Brasil ainda conservam o velho esquema “sole mio-mafia-tarantella-futebol” quando se fala de cultura italiana? Sandra – Exatamente por isso concebemos o “Cacciucco”. Para construirmos uma idéia de Itália contemporânea, não mais a do “sole mio”. Nossos alunos sempre nos questionam sobre a Itália da Comunidade Européia. A Itália do século XIX, e a das décadas de 50 e 60 é por eles conhecida pelas histórias de seus ascendentes, legado cultural de seus bisavós, avós ou pais. Quanto ao conceito de Itália no Brasil, e por que não dizer no mundo, desde a década de 80 com o Italian Style of life, graças talvez aos designers e estilistas, o velho esquema vem sendo associado à imigração italiana ou às manifestações culturais de determinada época. Alguns optam pela nostalgia, pela possibilidade de estar em contato com a cultura italiana, mas grande parte se interessa pela atualidade, quer seja econômica, política, social ou cultural. Paolo – Não vejo muito este desejo de conhecer o novo. Ter certezas é tão confortável que muitas pessoas dificilmente querem quebrar os estereótipos que construíram. Não é só o público, mas também algumas instituições. Assim decidimos fazer uma mostra de cinema diferente do que já é oferecido. Este ano, durante uma mostra, um aluno disse que o filme do dia estava fraco e pediu um filme tipo “I cento passi de Giordana”. Respondi que exatamente dali a duas horas o filme ia ser exibido de graça no cinema tal. O problema é que há de so- bra gente mostrando neorealismo e filmes esperados por pessoas. Nós queremos mostrar um pouco da Itália que temos hoje nas ruas. Fugir do estereótipo do imigrante pobre que faz barulho e toma vinho em grandes comilanças. A geração de nossos avós pode ter sido isso, mas hoje nossa geração veste Armani e Prada, toma vinho italiano, adora Maserati e Ferrari, compra o design da Alessi. A cantina barulhenta virou o Fasano onde se pode beber o Brunello di Montalcino, recentemente eleito pela revista Wine Spectator o melhor vinho do mundo. A Mooca e o Brás em São Paulo mudaram para a rua Oscar Freire e o Shopping Iguatemi. Claro que sole mio-mafia-tarantella-futebol ainda existem e são fortes: acabamos de ganhar mais uma Copa e de eleger no parlamento italiano 25 condenados definitivos por Máfia. Mas a Itália de hoje não é só isso. CI – Vocês acham que, por meio de filmes, os cidadãos italianos votantes no exterior têm uma visão mais clara sobre decisão política? Sandra – Política é sempre complexa. Para que um estrangeiro compreenda um quadro político precisa do frame e dos personagens. Por isso, estamos pensando em elaborar uma mostra sobre esse tema, provavelmente a sexta edição, para que possamos abordá-lo em sua complexidade. Temos o privilégio de contarmos com o Paolo que é um cientista político formado na Itália e com alguns anos de Brasil nas costas. Eu tive a sorte de estar na Itália entre 1992 a 1993 quando só se falava em Tangentopoli e Mani Pulite o que me deu uma certa noção. Paolo – A idéia do “Cacciucco” é, na verdade, divertir. Não tem mensagem política explícita. Felizmente este argumento sempre surge durante o debate, mas daí a dizer que podemos influenciar as intenções de voto, acho um caminho longo. CI – Como é o processo de seleção de filmes que vocês apresentam? Encontram dificuldades para trazê-los ao Brasil? Sandra – São sempre filmes que tiveram sucesso de público na Itália, que servem como referência para gerações de italianos e quase nunca chegam ao Brasil. Paolo: A idéia é pegar filmes re- Janeiro 2007 / “Nós queremos mostrar um pouco da Itália que temos hoje nas ruas. Fugir do estereótipo do imigrante pobre que faz barulho e toma vinho em grandes comilanças. A geração de nossos avós pode ter sido isso, mas hoje nossa geração veste Armani e Prada [...]” Paolo Targioni centes, a partir dos anos 80, e que tiveram grande sucesso na Itália. Trazê-los nem sempre é fácil mas, de qualquer forma, conseguimos até hoje fazer várias edições. O problema é que a gente não tem nenhum apoio de instituição ou departamento. CI – O que significa a realização desse projeto para vocês? Sandra – No âmbito pessoal, é uma grande satisfação, uma idéia que nasceu e tomou corpo. No profissional, ainda não tenho idéia. Como a grande vontade foi realizá-lo, vê-lo acontecer é o que importa. Não sei que caminhos ou dimensões irá tomar. Paolo – Pessoalmente é uma grande satisfação, porque nem tantas pessoas acreditavam nisso no começo. Profissionalmente foi a abertura para poder propor mais cursos dentro da USP. CI – Alguma chance de “Cacciucco” vir para o Rio de Janeiro? Sandra – Já pensamos a respeito. Também tivemos o convite de levá-lo para o interior de São Paulo e Paraná. Optamos por deixá-lo amadurecer. Quando “Cacciucco” passar a ser anual, poderemos viabilizar essa possibilidade. Para isso precisaremos de instituições de ensino que hospedem e invistam, cobrindo os custos com os palestrantes. Paolo – Quem sabe... ComunitàItaliana 15 politica È in calo la fiducia nel governo. Per molti, Prodi peggio di Berlusconi I Ana Paula Torres Corrispondente • Roma taliani delusi. Una nebbia densa che avvolge tutta la società. E non si tratta dei soli elettori del centrodestra, ma un po’ tutti gli italiani da Nord a Sud del Paese. È quanto emerge dalla IX indagine su “Gli italiani e lo Stato”, condotta da Demos per il quotidiano “La Repubblica”. Dai risultati si arriva alla conclusione che il clima di depressione espresso dalla popolazione durante gli ultimi anni del governo Berlusconi continua, nonostante gli italiani siano andati alle urne, abbiano votato ed eletto un nuovo governo, un nuovo premier. Hanno partecipato all’indagine 1500 persone con età uguale o superiore a 15 anni. La prima domanda riguardava una valutazione del governo di Romano 16 Prodi in paragone con quello precedente, di Silvio Berlusconi. Il 41,1% degli intervistati ha risposto che giudica l’attuale governo molto peggiore o peggiore a quello del centrodestra, mentre il 25,4% lo considerano uguale, il 18,9%: molto migliore o migliore ed il 14,6% non sa o non ha risposto. Il secondo quesito era sulla fiducia nelle istituzioni. Tra i cittadini intervistati, più del 70% ha dichiarato di avere molta fiducia nelle Forze dell’Ordine. Secondo in classifica appare il Presidente della Repubblica Giorgio Napolitano, con il 59,6%. L’anno scorso l’80% degli intervistati aveva detto di avere molta fiducia in Carlo Azeglio Ciampi, l’ex presidente veramente molto seguito ed amato dalla popolazione. ComunitàItaliana / Janeiro 2007 Dal quarto quesito emerge che gli italiani hanno più voglia di prima di partecipare in qualche modo attivamente alla vita in società. Il 29,1% degli intervistati ha affermato di aver partecipato almeno una volta all’anno a delle attività in associazioni di volontariato, mentre nel 2005 lo facevano il 28,5% delle persone e nel 2001 solo il 22,3%. Il coinvolgimento personale è in aumento anche per quanto riguarda le iniziative collegate ai problemi del quartiere o della città in cui si vive. Lo stesso vale per le manifestazioni pubbliche o di partito, mentre è in calo la partecipazione alle manifestazioni pubbliche di protesta, come i girotondi e movimenti. Per quattro italiani su dieci il governo Prodi fino adesso ha fatto peggio di quello precedente. Risulta inoltre che gli italiani sono più insoddisfatti dei servizi, soprattutto quelli pubblici. Malgrado abbiano espresso questo giudizio, otto persone su dieci dicono di preferire che la gestio- ne dell’istruzione e della sanità resti nelle mani dello Stato. Per quanto riguarda la convivenza in una società multietnica, gli italiani si presentano più impauriti che in passato. Il rapporto con gli immigrati sarebbe difficile per via della sicurezza e della lontananza religiosa e culturale. Da un’altra indagine condotta da IPR Marketing sempre per il quotidiano “La Repubblica”, emerge che la fiducia in Prodi e nell’esecutivo da lui guidato è in forte calo. Si tratta di una discesa che si avverte anche sul grado di consenso dei partiti del centrosinistra. Dopo un tormentato iter per l’approvazione della Finanziaria, crescono le contestazioni ed il livello di sfiducia nei confronti del premier: dal 37% di registrato prima dell’estate, si arriva al 52% di oggi. Invece coloro che hanno fiducia in Prodi passano dal 58% di luglio al 42% di adesso. Per quanto riguarda il governo, a luglio, il 63% degli italiani aveva fiducia nell’esecutivo, mentre oggi si è scesi al 38%, ossia, venticinque punti in meno in soli cinque mesi. Parere positivo invece per il Ministro degli Affari Esteri, Massimo D’Alema che risulta essere il più gradito dei ministri. L’indagine lo piazza a quota 66%, appena due punti percentuali in meno rispetto a luglio. Secondo in classifica arriva Antonio Di Pietro, Ministro delle Infrastrutture che si mantiene poco sopra il 60%. Terzo il titolare del Vicinale, il Ministro dell’Interno, Giuliano Amato, con 60%. L’unico ministro invece ad aver aumentato il suo consenso tra la popolazione è Barbara Pollastrini, Ministro per le Pari Opportunità, che sale da 50 a 52%. Per Pierluigi Bersani, Ministro delle Attività Produttive, continua la discesa dal 72% di luglio all’attuale 50%. Ma ad avere la peggio è il Ministro dell’Economia, Tommaso Padoa Schioppa, sicuramente un riflesso della Finanziaria, dato che molti l’hanno colpevolizzato per i tagli alla manovra. La fiducia è così passata dal 71% di luglio al 36% odierno. Il calo di fiducia che colpisce Prodi e il suo governo, si fa sentire anche sui singoli partiti del centrosinistra, mentre quelli del centrodestra si fortificano. Ha vinto Prodi o Berlusconi? Iniziato il riconteggio dei voti delle ultime elezioni Ana Paula Torres D Corrispondente • Roma opo tante polemiche, la Giunta per le elezioni della Camera ha deciso di ricontare i voti delle elezioni scorse. È stato istituito un Comitato di verifica per controllare tutte le schede bianche, nulle, contestate e valide. Il lavoro dovrà essere ultimato entro il mese di luglio del 2007. Saranno ricontati oltre quattro milioni di voti, appartenenti ad una sezione ogni dieci per ogni circoscrizione, in un totale di seimila sezioni. Inoltre, verranno sottoposte a verifica anche le schede dei seggi per i quali sono state segnalate delle anomalie da parte dei relatori circoscrizionali. — “Siamo convinti di aver vinto le elezioni — dichiara il leader di Forza Italia, Silvio Berlusconi — È assolutamente negativo che non si sia proceduto immediatamente a ricontare le schede, com’è avvenuto in Ucraina, Messico e Stati Uniti”. — “La decisione della Giunta per le elezioni della Camera, che ha deliberato il riconteggio del 10% di tutte le schede, — sostiene Roberto Calderoni — rappresenta un fatto eccezionale e proprio questa sua eccezionalità deve far ritenere che sia qualcosa più di un ragionevole dubbio l’ipotesi che i risultati elettorali, che hanno portato Romano Prodi al governo, possano considerarsi definitivi”. Il vicepresidente del Senato e Coordinatore delle Segreterie della Lega Nord ha poi aggiunto: — “sarebbe auspicabile che il presidente della Repubblica e i presidenti dei due rami del Parlamento si auto-sospen- Reprodução La terza domanda faceva riferimento all’evasione fiscale e vi si chiedeva se è giustificabile pagare meno tasse del dovuto se si ha la possibilità di farlo. Il 56,6% ha risposto “mai”, rimproverando così l’atto di evadere. Il 18,3% ha risposto “qualche volta”, mentre il 9,8% “sempre”, l’8,9% “quasi mai”, il 5,5% “quasi sempre” e lo 0,9% non sa o non ha risposto. Reprodução Italiani delusi politica dessero dalle loro rispettive cariche, fino al termine delle verifiche in questione, in quanto eletti da parlamentari la cui elezione, in virtù dell’odierna deliberazione della giunta, è da considerare sub sudice. Per cui, — conclude — dopo la verifica, potrebbero risultare non più eletti, invalidando di conseguenza anche le elezioni del presidente della Repubblica e dei presidenti delle due Camere”. Per Ignazio La Russa, presidente dei deputati di Alleanza Nazionale: —“Il dato più significativo della decisione della Giunta per le elezioni della Camera che ha deliberato il riconteggio del 10% di tutte le schede, è l’impegno di allargare la verifica, qualora emergessero anomalie o discrepanze con la precedente assegnazione dei voti. Di fronte al rifiuto della maggioranza di sinistra di procedere al riconteggio di tutte le schede — afferma — si è comunque raggiunto l’obiettivo importante di una verifica di una quota non marginale e che, a differenza di quanto deciso dall’analoga Giunta del Senato, non prevede solo il riconteggio delle schede bianche o nulle, ma anche di quelle valide”. — conclude. Per il vice premier Francesco Rutelli, la decisione della Camera è giusta: — “È giusto, — afferma – non c’è motivo al mondo perché tutti i voti assegnati dagli elettori non vengano verificati. Se c’è un dubbio — continua — deve esse- Janeiro 2007 / re sciolto. Quindi, questo è un elemento di rasserenamento per tutti. D’altra parte — aggiunge Rutelli — c’è stato un grande circo per dire che le schede sono state truccate. Contiamole e vediamo.” Invece il leader dei Ds, Piero Fassino, la pensa diversamente: — “Sono preoccupato perché un sistema politico si deve fondare sulla certezza delle regole. Se passa il principio che si riconta se si hanno sospetti di brogli, non c’è più certezza di nulla”. — dichiara. Il presidente della Camera, Fausto Bertinotti, valuta ragionevole la decisione. — “Riconteggiare il 10% delle schede così come deciso dalla Giunta per le elezioni, mi pare ragionevole e tranquillizzante”. — Però, Bertinotti auspica che il controllo sia fatto non solo alle schede bianche o nulle, ma su tutte. — “Mi pare ragionevole — sottolinea — tanto ragionevole da essere unanime. Non c’è nulla che debba essere nascosto”. — “I dati non rappresentano una cifra che può spostare la situazione a favore di uno dei due schieramenti — ha dichiarato il presidente della giunta, Donato Bruno. — Solo il comitato di verifica potrà procedere a una verifica più puntuale. In alcune circoscrizioni — sottolinea — si è dovuto in un certo senso operare una forzatura per far quadrare i conti. Ma le relazioni circoscrizionali, affidate a un solo parlamentare, — conclude — non possono rappresentare un riscontro davvero efficace, che solo il lavoro del comitato di verifica può assicurare, operando a livello nazionale”. Dal primo risultato parziale del riconteggio L’Unione alla Camera avrebbe ottenuto 177 voti in più rispetto a quelli ufficiali. Questi dati emergono dai controlli effettuati a 26 circoscrizioni elettorali. In questo modo, secondo i membri di maggioranza della giunta, il distacco dell’Unione dalla Casa delle Libertà passerebbe da 24.755 a 24.932 voti a favore del centrosinistra. Gli esponenti della maggioranza della giunta affermano che dai dati delle 26 relazioni circoscrizionali non emergono novità o anomalie particolari. E questo è solo l’inizio del lavoro che dovrà essere ultimato entro luglio, periodo in cui sarà possibile avere un quadro definitivo dei voti aggiudicati da uno e dall’altro schieramento. ComunitàItaliana 17 atualidade Fotos: Reprodução E o hospital ficou ‘doente’ Inspeção é realizada em todos os hospitais italianos após denúncia contra o Umberto I de Roma Ana Paula Torres P Corrispondente • Milão ontas de cigarro e restos fecais pelo chão dos corredores subterrâneos da estrutura. Portas sem fechadura em salas com material perigoso, que, em mãos erradas, podem provocar a difusão de vírus e infecções. Enfermeiros e assistentes fumando enquanto transportam os pacientes em macas de um setor para o outro. Cigarros freqüentemente nas mãos também de médicos. Assim foi descrita a situação do Hospital de Clínicas Umberto I, o maior da Itália e pertencente à prestigiosa Universidade de Roma “La Sapienza”. Uma instituição onde trabalham médicos de carreira, tidos como conceituados e muitas vezes, que atuam também como docentes universitários. Por conta disso não foi à toa que unidades hospitalares de todo o país estão passando por uma fase de controle após o escândalo vindo à tona, no início de janeiro, com a publicação de uma matéria sobre o assunto na revista L’Espresso. A ministra da Saúde, Lívia Turco, ordenou que fossem rea- lizadas inspeções nos hospitais italianos para verificar o nível de higiene e a situação estrutural. O controle foi iniciado no dia 8 de janeiro e os resultados serão entregues ao Ministério da Saúde, que os analisará em colaboração com o primeiro ministro Romano Prodi e com o presidente da conferência dos presidentes das regiões, Vasco Errani. Os trabalhos tiveram início simultaneamente em toda a Itália. Em Milão, os policiais se apresentaram no Hospital das Clínicas, outra grande estrutura do país. Acompanhados pelo diretor do hospital, deram início à verificação da documentação administrativa da instituição, principalmente aquela que diz respeito aos contratos de manutenção e limpeza. O Hospital Mangiagalli e demais unidades milanesas também serão examinados. Depois será a vez das cidades de Varese e Como. Em Roma, a situação não é diferente. O Humberto I foi somente o ponto de partida para toda essa investigação. Ao término da inspeção neste hospital, será feita uma radiografia de outros Fiscalizações tiveram início no último dia 8 18 ComunitàItaliana / Janeiro 2007 grandes centros como o Hospital São Camilo, o Santo Eugênio e o São João. O mesmo procedimento será feito em Nápoles e Florença, enquanto que nos próximos dias as investigações deverão atingir hospitais de outras cidades. As inspeções tinham sido anunciadas logo após a publicação da matéria sobre o Hospital das Clínicas Umberto I de Roma. O jornalista Fabrizio Gatti, da revista L’Espresso, por um mês se fez de funcionário da limpeza e, dessa forma, teve a possibilidade de trabalhar dentro do hospital, observar o comportamento dos colegas e levantar informações a respeito do real estado em que funciona a estrutura. Também foi aberto um inquérito em Roma para verificar as carências de higiene presentes no hospital. Enquanto a situação é investigada, a ministra Lívia Turco segue reunindo-se com autoridades do setor de saúde e universitário. É o caso, por exemplo, do encontro com o ministro da Universidade e da Pesquisa Fabio Mussi, no qual o tema em discussão foi a relação entre o sistema de saúde e o universitário. A ministra Lívia Turco se reuniu com o presidente da região Lácio, Pietro Marrazzo e com o assessor regional para a Saúde, Augusto Battaglia, para discutir sobre a situação de degrado em que se encontra o hospital Humberto I. Ela afirmou que, há anos, as infecções hospitalares são constantemente monitoradas na Itália. Segundo a ministra, além disso, existe uma campanha de redução dos riscos de contrair infecções durante uma internação. Mas de- pois das notícias sobre o hospital Humberto I, onde aparentemente a falta de higiene é corriqueira, a ministra solicitou uma investigação, em parceria com as regiões, que já começou a ser realizada. — É inaceitável que em um hospital possam ser violadas dessa forma as normas fundamentais de segurança e higiene — diz Marrazzo. Para tentar entender como o problema foi gerado, depois do encontro com Lívia Turco, ele se reuniu com o pró-reitor da Universidade de Roma “La Sapien- “A ministra da Saúde, Lívia Turco, ordenou que sejam realizadas inspeções nos hospitais de toda a Itália para verificar o nível de higiene e a situação estrutural” za”, Luigi Frati, e com o diretor geral do hospital das Clínicas Humberto I, Ubaldo Montaguti. Na ocasião, ele solicitou a verificação de todos os contratos de trabalho referentes à segurança e à limpeza, avaliando pressupostos para rescisão ou para aplicação de penas. Deve também ser feito um levantamento para penalizar quem violou as normas de segurança dos pacientes e da estrutura. Ao término da reunião, as partes presentes garantiram que o controle será rigoroso. O diretor geral do hospital admitiu porém que a situação não é regular. — Não mesmo uma pedra está em estado regular aqui. Serão dez anos para recolocar tudo em ordem. O quadro atual é o resultado de trinta anos de problemas, causados pela falta de governo que não responsabilizo a ninguém — afirma. Para Montaguti, trata-se de um problema estrutural e, dependendo do resultado da investigação, ele afirmou que poderá ser a primeira pessoa a solicitar o fechamento do hospital. A denúncia O jornalista conta que trabalhou por um mês no hospital. Segundo ele, em nenhum momento foi barrado em um dos mais renomados no mundo. Na ocasião, ele verificou a carência de pessoal e de manutenção que se aliam à falta de higiene e segurança. Fabrizio Gatti explica que exatamente por não possuir um número adequado de empregados, foi fácil fazer-se de funcionário. Bastou vestir-se como os demais e se apresentar como encarregado da limpeza que ninguém desconfiou de nada. — Ninguém desconfia de nada, ninguém pergunta nada. Em 2006, a comissão do governador Pietro Marrazzo pediu a todos os hospitais do Lácio informações sobre o pessoal, devido ao rombo de dez bilhões de euros deixados por Francesco Storace. E entre contratos por tempo determinado, trabalhadores sem carteira assinada usados sem limite, cooperativas e empresas externas, a administração do Humberto I acabou confessando à Região que não sabe o número exato de seus funcionários — escreve Gatti na sua matéria. O jornalista conta também que, durante o período em que trabalhou na unidade, constatou que o laboratório de Física Sanitária permaneceu várias vezes sem controle, com geladeiras e armários abertos, mesmo com a presença de substâncias radioativas. O depósito de culturas bacterianas e virais do departamento de Doenças Contagiosas e Tropicais não possui fechadura, e, sem supervisão, o congelador que contém provetas com risco contagioso apresenta-se acessível a qualquer pessoa. Gatti observa também que, somente depois de três dias, um funcionário da limpeza recolheu as fezes que um cachorro deixou em um dos corredores do hospital. O mesmo corredor usado a todo momento para transferir os pacientes de um setor para o outro. Risco de infecção Na Itália, morrem entre 4.500 e 7 mil pessoas todo ano, vítimas de infecções adquiridas durante o período de internação, sendo que em 30% dos casos trata-se de contágios perfeitamente evitáveis com a aplicação de normas fundamentais de higiene. Segundo dados do Instituto Superior de Saúde, em 2005, as infecções hospitalares na Itália aconteceram em 6,7% das internações. Porém, esse valor que é uma média na- Janeiro 2007 / cional, muda de uma região para outra. No norte da Itália, existem casos como o da Lombardia que, no ano 2000, apresentava 4,9% de infecções nas internações. O quadro muda de modo assustador com os dados referentes a uma pesquisa da Universidade “La Sapienza” e do Hospital São Camilo de Roma. O documento mostra que, em 1999, o Hospital das Clínicas Humberto I tinha chegado ao recorde de 15,2% de infecções no total de internações. Um valor duas vezes e meia maior que o de todos os outros hospitais romanos. A média nacional de infecções hospitalares na Itália é similar àquela francesa, porém mais elevada em relação à Alemanha. Mesmo com todos os problemas presentes na saúde pública italiana, é preciso ressaltar que, em países como Suiça e Inglaterra, o número de infecções é maior. ComunitàItaliana 19 attualità Ce la faremo? Pablo Duarte L’Italia ad un passo del riconoscimento di unioni eterosessuali e gay. Molte le opinioni contrastanti mentre il Vaticano attacca Ana Paula Torres I Corrispondente • Roma alcuni giorni vicino al Transatlantico. — hanno dichiarato i due deputati aggiungendo — Ci auguriamo che il Parlamento approvi al più presto una legge per il riconoscimento delle unioni civili così come richiesto dalle coppie gay del presepe di Montecitorio. È ingiusto che milioni di cittadini non possano vedere riconosciuti i loro diritti come ormai avviene in quasi tutti i Paesi dell’Unione Europea” — hanno concluso. Ma cosa significa Pacs? Il Pacs [Patto di solidarietà civile] nasce in Francia nel 1999. Non si tratta di un matrimonio vero e proprio ma di un accordo legale tra persone, non necessariamente dello stesso sesso. La legge riconosce alle due persone molti diritti connessi al matrimonio, come il diritto-dovere alla reciproca solidarietà materiale. Prevede inoltre la possibilità di lasciare dell’eredità al partner, di essere interpellato dai medici in caso di malattia dell’altro, di avere la pensione di reversibilità, di subentrare nell’affitto dell’abitazione. Reprodução l governo si prepara alla discussione di un argomento polemico: il riconoscimento delle coppie di fatto, omosessuali compresi. Ma le opinioni contrastanti non mancano ed è subito scontro anche tra i membri del centrosinistra. E come se non bastassero le polemiche sollevate dalle varie prese di posizioni, due deputati radicali della Rosa nel Pugno, Donatella Poretti e Bruno Mellano hanno pensato bene di introdurre nel presepe allestito a Montecitorio — sede della Camera dei Deputati — due coppie gay. La prima coppia è composta da due donne con al collo un cartello su cui si legge: “Anche in Italia il matrimonio gay come nella Spagna di Zapatero”. La seconda coppia è composta invece da due maschi con al collo un cartello con su scritto: “Pacs Now!” — “Stamattina mentre ci recavamo in aula per le votazioni sulla Finanziaria, abbiamo accompagnato due coppie gay vicino ai pastorelli del presepe allestito da Il parlamento iberico ha approvato una nova legge sulle coppie gay 20 ComunitàItaliana / Janeiro 2007 In Spagna, invece, dove il governo Zapatero ha votato l’introduzione del Pacs il 30 giugno 2005, esiste una reale equiparazione del matrimonio tradizionale a quello omosessuali. Il Parlamento iberico ha approvato la nuova legge che da’ lo stesso status delle coppie eterosessuali a quelle gay, con tutti i diritti che ne conseguono, dall’eredità alla pensione e persino l’adozione di bambini. In Italia, se non ci saranno impedimenti, il disegno di legge sui Pacs dovrà essere discusso entro la fine di gennaio. – “Sulle coppie di fatto intendo tener fede al programma dell’Unione, quindi prenderò in mano il dibattito per la legge sulle coppie di fatto”. È quanto ha dichiarato di recente il ministro per le Pari Opportunità, Barbara Pollastrini. — “Faremo il dibattito con grande spirito di ascolto e attenzione. – ha aggiunto – Vogliamo arrivare a una soluzione saggia, equilibrata e condivisa”. Alle parole del ministro si aggiunge la decisione del presidente della Commissione Affari Sociali della Camera, Mimmo Lucà, di promuovere un’audizione sulla famiglia convocando anche la Lega italiana famiglie di fatto. La dichiarazione della Pollastrini ha subito suscitato preoccupa- zione tra chi non condivide la sua visione, come espresso da Riccardo Pedrizzi, responsabile di Alleanza Nazionale per le politiche della famiglia e presidente della Consulta etico religiosa: – “Il fatto che la ministra rompa gli indugi e annunci di voler prendere in mano il dibattito sulle coppie di fatto, per arrivare al più presto a una legge, è una sorta di “adesso ci penso io”, che non può non destare preoccupazione”. Preoccupata anche Isabella Bertolini, di Forza Italia: “La fretta con cui il ministro annuncia il varo di una legge sui Pacs la dice lunga sulla deriva estremista e laicista della sinistra in tema di coppie di fatto e conferma che i “cattolici adulti” della Margherita non contano veramente nulla”. La realtà è che sui Pacs si osserva una divergenza di opinioni non solo tra maggioranza ed opposizione ma anche all’interno dell’Unione. Molte sono le voci provenienti dalla Margherita e dall’Udeur che si oppongono alle unioni di fatto. — “Si deve parlare di diritti delle persone e non di diritti delle coppie. — ha dichiarato il senatore Luigi Bobba, della Margherita, durante un’intervista al quotidiano Il Giornale — Nessun piccolo matrimonio: non ci sarà nessuna equiparazione tra convivenza e matrimonio inteso secondo gli articoli 29, 30 e 31 della nostra Costituzione. Sì invece alla tutela dei più bisognosi”. Il leader dell’Udc ed ex presidente della Camera, Pier Ferdinando Casini dichiara: — “C’è una parte della maggioranza che vuole portare l’Italia verso la Spagna di Zapatero, parificando la famiglia regolare a due conviventi omosessuali. Noi non li vogliamo discriminare, — sottolinea — ma non possono pretendere uguali diritti rispetto alle coppie regolari, previste non solo dalla legge, ma anche dalla costituzione. Non è possibile far finta di non vedere che molte coppie rinunciano al matrimonio per una scelta deliberata, spesso attinente a questioni patrimo- niali. — e aggiunge — Pretendere che a eguali diritti non corrispondano eguali doveri, significa avventurarsi sulla strada delle mistificazioni”. Mentre per Gianni Alemanno, di Alleanza Nazionale: — “La legge sulle coppie di fatto è solo l’ultimo episodio di un inquietante stillicidio contro i valori del diritto naturale e il senso comune operato dal governo di centrosinistra sin dal suo esordio. I cattolici dell’Ulivo — aggiunge —devono riflettere su questa deriva laicista che caratterizza il governo Prodi e a cui non possono reagire soltanto di rimessa subendo costantemente nuove iniziative delle ali massimaliste e radicali del loro schieramento”. Per Alessandra Mussolini, parlamentare europea, la legge non sarà approvata perché lo schieramento politico favorevole al ‘no’ è maggioritario. — “La verità — spiega — è che hanno ingannato gli elettori di sinistra prima bocciando in finanziaria le norme di parificazione e poi rimandando il provvedimento, sapendo di non avere la maggioranza. Basterà aspettare il 31 gennaio”. — afferma la Mussolini. — “Quando il disegno di legge sulle coppie di fatto sarà presentato alle Camere – dice Enrico La Loggia, vice presidente dei deputati di Forza Italia – i par- lamentari cattolici dovranno fare fronte comune”. Francesco Pionati, dell’Udc, afferma invece: — “Teo-dem o teoipocriti? Per i cattolici dell’Unione è il momento della verità. Non ci sono più zone grigie: o si è a difesa della famiglia o contro. L’Udc — conclude — rinnova l’invito a una battaglia comune contro i Pacs”. Il leader dei Ds, Piero Fassino dichiara che il governo Prodi non vuole sradicare la famiglia: — “Sento allarmi infondati, noi non vogliamo sradicare la famiglia. Ci sono tantissime persone che vivono situazioni di coppie di fatto e vanno tutelate. Credo ci sia la preoccupazione che si voglia equiparare qualsiasi forma di convivenza alla famiglia fondata sul matrimonio, ma non è così. — e conclude dicendo — Vogliamo far entrare in vigore in Italia quello che in Europa esiste già da anni”. Fassino si è poi espresso anche sulla possibilità di estendere la facoltà di adottare minori da parte di coppie omosessuali. “E’ una scelta molto delicata e difficile — ha spiegato — io personalmente non sono favorevole a questa ipotesi anche se è lecito pensarla diversamente ed in ogni caso io non dò un giudizio morale”. “Non credo — ha aggiunto — che sia una scelta che la società possa accogliere e neppure penso che sia utile per il bambino essere adottato e crescere con due persone dello stesso sesso”. — “Proprio non comprendo — afferma dall’opposizione Gianfranco Rotondi, leader della Democrazia Cristiana — l’indignazione sui Pacs nella versione proposta dalla Pollastrini. Per noi cattolici — continua — il matrimonio è indissolubile, ma accettiamo una legge che disciplina i diritti di chi non lo ritiene tale. Per noi osservanti è vietato mangiare carne di venerdì Santo, ma nessun cattolico si indigna se il vicino di casa in quel giorno la consuma”. L’attacco del Vaticano La dura critica della Santa sede non si è fatta attendere. Con un articolo intitolato “Natale del 2006: sradicare la famiglia è la priorità della politica italiana” il quotidiano l’Osservatore Romano ha duramente criticato la decisione del governo italiano di varare un disegno di legge sulle unioni di fatto. Ecco di seguito alcuni brani del testo: “Con l’annuncio dell’im- Janeiro 2007 / pegno del Governo a produrre un disegno di legge sulle unioni civili si è ribadito nuovamente il carattere ipocrita di queste iniziative che mirano esclusivamente ad accreditare una forma alternativa di famiglia. Si continua a dire che a gennaio si parlerà di ‘diritti individuali e che la famiglia rimarrà una sola, quella tradizionale, che nessuno vuole mettere in pericolo. Si tratta di menzogne”. All’attacco della Chiesa risponde il segretario del Prc, Franco Giordano: — “Sia ben chiaro che le proposte di legge di questo paese non possono essere in alcun modo condizionate dalle gerarchie ecclesiastiche. La laicità — aggiunge — ispira la Costituzione repubblicana e non se ne può in alcun modo derogare”. Per Sergio Lo Giudice, presidente di Arcigay, tutte le polemiche che si sono create intorno alla questione dei Pacs mostrano uno scenario desolante e l’unica cosa positiva è l’intenzione dell’Unione di presentare entro il 31 gennaio una proposta di legge. — “Una legge sui Pacs — afferma — non imporrebbe certo vincoli alle coppie di fatto che desiderino continuare a convivere liberamente, contrariamente a quanto scrive l’Osservatore Romano”. E a proposito della presa di posizione del Vaticano, si esprime Rita Bernardini, segretaria dei Radicali: — “L’Osservatore Romano farebbe bene a osservare cosa accade dentro le mura del Vaticano. — commenta — Continuare ad offendere milioni di persone gay definendo la legge sulle Unioni Civili una ‘battaglia senza senso’ è — aggiunge la Bernardini — un tentativo di influenzare le scelte di uno Stato che deve affermare la sua laicità tutelando le esigenze di tutti i suoi cittadini. L’Italia — sottolinea — non può rimanere ultima in Europa anche in materia di diritti civili per accontentare il potere clericale”. È della stessa opinione Roberto Villetti, capogruppo della Rosa nel Pugno alla Camera il quale crede sia arrivato il momento di contrastare apertamente una visione dei rapporti tra Stato e Chiesa. “Riconoscere le unioni di fatto — afferma — non significa mettere in gioco la famiglia tradizionale ma prendere atto invece che nella società esiste un insieme di rapporti che meritano anche una tutela giuridica”. ComunitàItaliana 21 atualidade Rumo ao litoral Alta temporada atrai turistas italianos para as praias brasileiras em busca de diversão, sol e carnaval Nayra Garofle C alor, festas, praias, enfim, o lazer em geral é um dos principais motivos que levam, ou melhor, trazem os italianos para terras brasileiras. Nesta época do ano, quando o inverno se faz frio demais do outro lado do oceano, milhares de turistas desembarcam nos aeroportos e portos das cidades litorâneas em busca de diversão. E quem visita o Brasil pela primeira vez, volta com certeza. O Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) divulga, anualmente, os dados sobre os turistas que chegam ao país. As pesquisas revelam exatamente o perfil do italiano que escolhe o Brasil como destino de suas férias. A última análise, de 2005, revela que a vinda dos italianos se dá, literalmente, pelo lazer. Os assuntos relacionados ao mundo dos negócios ficam em segundo lugar, o que leva a crer que, para os italianos, o local é sinônimo de divertimento. Dentre as cidades visitadas, as litorâneas são as mais requisitadas. O Rio de Janeiro conquista o primeiro lugar no ranking com 35,8%. Já Salvador, na Bahia, está em segundo lugar, na frente de Fortaleza, Natal e São Paulo. — Ainda não temos os dados de 2006, mas podemos constatar que Piauí surpreendeu muito. Muitos italianos resolveram checar de perto as maravilhas do local — conta o diretor de Estudos e Pesquisas da Embratur, José Francisco Lopes. Segundo a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), a receita deixada pelos turistas estrangeiros que estiveram no Brasil em janeiro e fevereiro de 2005 foi de US$ 667 milhões. Isso representa um crescimento de 16,8% em relação ao mesmo período de 2004 (US$ 571 milhões). De acordo com as pesquisas da Embratur, a Itália é um país extremamente importante para o turismo brasileiro. — Dentre os principais emissores de turistas para o Brasil, a Itália ocupa o sexto lugar. Cerca de 308.878 italianos desembarcaram aqui em 2005 — revela Lopes. Curioso é o fato de que 48,3% dos italianos que vêm para o Brasil não utilizam os serviços das agências de viagem. — Há um contingente enorme que possui residência própria aqui. A grande maioria dos italianos que visita o nosso país pela primeira vez, volta. Não é por acaso que a nossa pesquisa revela que 64,4% dos turistas estiveram outras vezes no Brasil – conclui o diretor. Um dos mais antigos hotéis do Rio, o Copacabana Palace, recebe inúmeros turistas europeus durante todo o ano e, segundo a Relações Públicas do local, Cláudia Fialho, as expectativas de hospedagem sobem nesta época. — Nossos hóspedes italianos estão incluídos em nossas estatísticas do turista europeu. Nossas expectativas para o carnaval são de 100% — diz. A verdade é que o Brasil encanta os estrangeiros. O empresário Livio Zezza, de 46 anos, veio ao país pela terceira vez e se diz apaixonado pelo lugar. — Tudo aqui é belo. As praias são lindas, além das pessoas também. É um conjunto. Não há como dizer que lugar eu prefiro — diz o italiano. Sua esposa, Maria Aguado, de 44 anos, veio ao Brasil pela quarta vez e pretende voltar sempre que puder. — Conhecemos vários lugares. Já fomos à Fortaleza, a Salvador e a Recife. Um dos lugares mais lindos que visitamos foi Foz do Iguaçu, no Paraná. Aquela paisagem é maravilhosa — derrete-se Maria. Brasil na Itália Com o aumento de italianos interessados em passear pelo Brasil, o Ministério do Turismo, por meio da Embratur, e em parceria com a TTG Itália, promoveu em 2006, um Road Show que percorreu quatro cidades italianas: Milão, Turim, Pádua e Udine. Este evento foi a terceira iniciativa do gênero promovida pela Embratur por meio do Escritório Brasileiro de Turismo (EBT), sediado em Milão. A intenção é incentivar o “Destino Brasil” no exterior com diversas ações no mercado internacional, participando de feiras de turismo, do treinamento de agentes e da sele- ção de operadores para viagens de familiarização com o Brasil. Em cada cidade, os agentes turísticos e operadores italianos acompanharam palestras do Destino Brasil e participaram de rodadas de negócios. Atuaram como expositores a secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte, as operadoras italianas Hotelplan, Ventaglio e Francorosso [todas entre as mais importantes do país], além da Tur 2000, da Dimensione, da Brixxia e da Just Brasil. E ainda as companhias aéreas TAP e Blue Panorama. — Por que tantos italianos procuram o Brasil? Porque temos destinos diversificados, uma ampla estrutura de lazer que agrada muito e, principalmente, laços culturais firmes com a Itália — explica Lopes. Os turistas permanecem no Brasil por cerca de 20 dias quando se trata de lazer e o gasto médio per capita por dia é de US$ 79,78. Quanto aos problemas com relação à questão aérea brasileira, que têm deixado a desejar com tantos atrasos nos vôos, a assessoria de imprensa da Embratur explicou que ainda não há uma Rio de Janeiro – 35,8% Com diversos pontos turísticos, o Rio oferece praias, o Corcovado e o passeio no bondinho do Pão-de-Açúcar, além do carnaval carioca. Outro ponto importantíssimo é o Jardim Botânico. Localizado no bairro de mesmo nome, ele têm alguns dos principais exemplares da flora brasileira e mundial, incluindo as famosas palmeiras imperiais, semeadas por Dom João VI em 1809. 22 Salvador – 23,4% Com alta temporada em janeiro e fevereiro, a cidade baiana proporciona além das praias e dos pontos turísticos como o Pelourinho e o Farol da Barra, um dos carnavais mais agitados do mundo. E tem mais: quem for apaixonado por mergulho pode aproveitar as águas de Salvador, já que o lugar oferece inúmeros pontos adequados para a prática do esporte. ComunitàItaliana / Janeiro 2007 Fortaleza – 20,1% Algumas das praias mais bonitas do litoral brasileiro estão localizadas em Fortaleza. Nesta época do ano, quando o clima é bem quente, os turistas saem de lá com as malas cheias de presentes artesanais. Natal – 19,3% É em Natal que o turista se diverte nos passeios de bugre pelas dunas. Quem visitar a cidade pode aproveitar para esticar o passeio até Pirangi, município de Parnamirim. Lá está localizado o maior cajueiro do mundo que está registrado no Guiness Book como a árvore que cobre a maior área: 8.400 metros quadrados. Por causa de uma mutação genética, os ramos crescerem lateralmente, em vez de crescer para cima. Quando eles tocam o solo, uma nova ramificação começa a crescer. Vale conferir! Fotos: Roberth Trindade Cidades mais visitadas São Paulo – 11% Em Sampa, os turistas podem visitar os bairros com características italianas. A vida boêmia dos paulistanos proporciona momentos de diversão em boates e eventos culturais como teatro e música clássica, além dos ótimos e variados restaurantes da capital. São Paulo não pára nem durante o dia e nem de noite. Janeiro 2007 / ComunitàItaliana 23 Milão atualidade Guilherme Aquino avaliação do impacto causado no turismo. Os incidentes ainda são muito recentes e é preciso esperar para obter dados concretos. Cláudia Fialho afirma que os atrasos nos vôos não têm prejudicado a área de hotelaria, pelo menos quanto ao Copacabana Palace. — Nessa época do ano, as pessoas que estão hospedadas já fizeram suas reservas antecipadas. O que acontece mesmo é o hóspede chegar cansado e reclamando do desgaste físico enfrentado nos aeroportos. Já na área internacional, o maior problema é a Varig que diminuiu muito suas passagens para o Brasil e os turistas se queixam disso — declara. Segurança Quando o assunto é viagem, outro fator também preocupa os turistas: o quesito segurança. Recentemente, o Rio de Janeiro foi palco de um episódio que chocou o mundo. Seis turistas da Alemanha, Croácia e Áustria foram assaltados ao desembarcarem na cidade e tiveram seus documentos roubados assim como máquinas fotográficas, jóias e dinheiro. Segundo o subsecretário municipal de Turismo, Paulo Bastos, que esteve com os turistas, acompanhado do presidente da RIOTUR, Luis Felipe Bonilha, a Prefeitura prestou efetivo apoio pessoal e nas despesas de hospedagem, além de providenciar quatro máquinas fotográficas, quatro telefones celulares, transporte e cortesias nos atrativos turísticos cariocas, como passeios de barco e helicóptero e shows. Sentados no calçadão de Ipanema, Carlo e Laura Bianchi, de 38 e 37 anos, respectivamente, não aparentavam preocupação. Acompanhados de uma amiga brasileira, o casal de Milão que veio pela primeira vez ao Brasil diz sentir-se seguro mas, como em qualquer lugar do mundo, é preciso ter cautela sempre. — Sabemos dos riscos, mas também não podemos deixar de viajar. O Brasil é um lugar lindo, o Rio de Janeiro é maravilhoso e não podíamos deixar de conhecer. To- Turismo sexual Entre tantos elementos utilizados na propaganda turística sobre o Brasil, há um que deixa a desejar: a imagem da mulher brasileira associada à sensualidade. Neste caso, aumenta o número de visitantes que chegam ao país à procura do turismo sexual, especialmente no litoral do nordeste. — Na minha opinião, o Brasil tem uma certa culpa nisso tudo. Lá fora, a imagem que é vendida daqui é justamente essa: mulheres bonitas, biquínis e tudo mais. Aqui, o que mais se vê em jornais e revistas são fotos de mulheres sensuais — conta Laura, concordando que a beleza da brasileira é exótica, mas não deve ser vulgarizada. Um estudo patrocinado pela Organização Mundial do Turismo (OMT) revelou o perfil do turista que visita o país tendo como objetivo principal o sexo. Os dados afirmam que ele é europeu, de classe média e tem idade entre 20 e 40 anos. Dentre as nacionalidades, os italianos lideram, seguidos por portugueses e holandeses. Em 2005, a ex-governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus, sancionou uma lei proibindo a exposição ou a venda de cartões-postais turísticos com fotos de “mulheres em trajes sumários” que já não estivessem inseridas na imagem original, em todo o Estado. — A verdade seja dita: a mulher brasileira é lindíssima. Só acho que é preciso preservar esta imagem no exterior — afirma Zezza. Onde está o sol? Nos primeiros dias de 2007, parecia que São Pedro não havia dado conta que o verão tinha chegado. Janeiro foi sinônimo de chuva em muitas partes do Brasil e, com isso, aumentou a frustração dos turistas que chegaram à procura de um lugar ao sol. Aliás, o réveillon no Rio de Janeiro, foi debaixo de água. — Chegamos no dia 22 de dezembro e curtimos pouco a praia. Espero que o tempo mude até irmos embora no dia 13 de janeiro. Adoramos ir à Itacoatiara, em Niterói. Lá, a praia parece selvagem — afirma Maria Aguado, que com Livio, “fugiu” da neve de Torino para pegar um bronzeado no Rio de Janeiro. Apesar dos dias nublados no Rio, os termômetros marcaram alta temperatura. — A cidade consegue ser bonita de qualquer jeito. É só parar de chover que venho à praia — fala, sorrindo, Laura Bianchi, feliz por ainda contar com mais 15 dias no Rio, torcendo para o sol aparecer. Na gandaia I A noite em Milão é uma criança e não faltam opções para a diversão. O Goganga tem deejays, música ao vivo e teatro. Ele é uma espécie de bar alternative com pista de dança. Sextas e sábados são os grandes dias com muitos eventos. O Goganga fica na Via Cadolini, 39. O telefone é 023650 8503. Fotos: Reprodução Maria e Livio: retorno certo ao Brasil sempre à procura de lazer mamos cuidados com nossas máquinas fotográficas e só andarmos com o dinheiro necessário para o nosso consumo — fala Carlo. Livio Zezza conta que usa de certos artifícios para não correr o risco de ser mais uma vítima dos assaltos constantes nos principais pontos turísticos das cidades. — Há dois tipos de turista: aquele que fica só no hotel, usa roupas bastante características e anda com máquina fotográfica à mostra e há o viajante. Este costuma viver o dia-a-dia do local, se vestir como os moradores da cidade. Eu prefiro ser o segundo tipo. Gosto de “fingir” que sou do lugar — revela. Trés chique B rera continua sendo o bairro mais charmoso de Milão por excelência. Seus casarios, antiquários, lojinhas da moda, restaurantes, padarias e bares estão entre as mais belas paisagens da ca- pital lombarda. Com a vantagem de ser pequeno e facilmente percorrido a pé ou de bicicleta. Não deixe de dar uma passadinha na Pinacoteca de Brera repleta de valiosas obras de arte. Via Solferino é “a” rua. Pra quem pode P ara os consumistas de plantão é sempre hora de dar uma volta pelo quadrilátero da moda. Afinal, fazer shopping em Milão é um programa quase obrigatório e para quem pode. As ruas com os melhores endereços são a Montenapoleone, Sant’Andrea e della Spiga. Ali estão as principais casas da moda e do luxo internacional como Valentino, Moschino, Bulgari, Dolce&Gabbana. O quadrilátero da moda fica bem ao lado da Galleria Vittorio Emanuele que ganhou um hotel 7 estrelas em cima da lojinha de Prada. Um luxo só. De tudo um pouco Tradição e diversão C orso Ticinese é a rua da “Terra do Nunca”. Muitos jovens ocupam aquela área bem pertinho do centro. Há lojinhas bacanas [de roupas e acessórios] e barzinhos da moda. As antigas colunas de San Lorenzo servem de moldura para uma agitada vida moderna. A basílica com o nome do santo, bem ali em frente, também é uma atração à parte para aqueles mais religiosos. 24 ComunitàItaliana / Janeiro 2007 O utro lugar para bater pernas é a Corso Buenos Aires, a Oxford Street de Milão. É a quarta maior da Europa em volume de negócios. Livrarias, lojas de roupas, acessórios, decoração para casa, cinemas nas ruas adjacentes, enfim, tudo e mais um pouco você acha nesta rua. A Buenos Aires é uma das principais artérias comerciais da cidade. Ela nasce na Porta Venezia [pertinho do centro e do homônimo parque] e termina em Piazza Loreto, onde Mussolini teve o corpo pendurado pelos “partigiani” quando foi descoberto fugindo da Itália, em meio a uma coluna de soldados alemães. Janeiro 2007 Na gandaia II A discoteca Hollywood Club é o ponto de encontro de modelos e jogadores de futebol. Fica na badalada Corso Como 15, uma das vias mais “descoladas” de Milão. Não basta estar bem vestido e ter a carteira cheia para entrar. Tem que ter uma aparência de, pelo menos, ser quase famoso, simpático e educado. Lá dentro a animação e a azaração estão garantidas. Em duas versões U ma vez em Milão, vale a pena dar uma volta pelas cidadezinhas que ficam nas proximidades. Bergamo é uma delas, no vale do Po. Por causa da sua história e de sua geografia, ela se divide em duas. Com atrações para todos os gostos. Para quem curte moda, restaurantes e bares, o melhor é passear pela Cidade Baixa. Já aqueles que preferem arte e história devem ir para a Cidade Alta. Lá em cima está o palácio renascentista da Região, na Piazza Vecchia, e uma vista panorâmica de tirar o fôlego do visitante. / ComunitàItaliana 25 Sílvia Souza U m clima para ninguém botar defeito em um ano que, segundo um estudo da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, será o mais quente da história do planeta. Ítalo-brasileiros, brasileiros, italianos que vivem no Brasil e turistas que visitam o país: todos pensam em aproveitar o calor e exibir seus corpos dourados. Mas passar bem o verão também significa estar em dia com a saúde. E para isso, deve-se estar atento aos problemas ou doenças que acabam com a beleza da pele e dos olhos. Essas são as partes do corpo mais visadas nas pessoas que, entusiasmadas com a esta- Fique alerta: - Em todas as idades se pode contrair conjuntivite, mas o problema acomete principalmente a crianças e idosos. - Ambientes com ar-condicionado resultam no chamado “olho seco”. O fenômeno significa o ressecamento das pálpebras e gera a produção de lágrimas, por isso deve se “hidratar” os olhos constantemente. - Os sintomas da conjuntivite são ardência, vermelhidão, secreção (ou não) e sensação de que há areia nos olhos. - O uso de óculos escuros sem que haja a proteção contra raios ultravioletas pode agravar o quadro. 26 ComunitàItaliana / ção da praia, da piscina, dos esportes radicais ou simplesmente das atividades de lazer como uma caminhada, não protegem nem previnem áreas passíveis a micoses, ao aumento de acnes, à superexposição ao sol e à conjuntivite. Se você é como os antigos egípcios e costuma dizer que “os olhos são as janelas da alma” é bom ficar atento. Até março, o Brasil estará em um período de temperaturas mais quentes, quando a proliferação de microorganismos aumenta. Segundo o oftalmologista Paulo Augusto de Arruda Mello, em contato com águas e ambientes contaminados, as pessoas estão expostas a conjuntivites infecciosas, irritativas e alérgicas. — São comuns as alterações na retina uma vez que a exposição aos raios solares a longo tempo é maior. Mas também devese tomar cuidado com o uso indiscriminado de colírios. Muitas vezes os casos se agravam com a automedicação — salienta o especialista, que é professor adjunto da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador da comissão de ensino do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). No caso da pele, os problemas se desdobram. De brotoejas a acnes, passando pela herpes e pelas queimaduras, o maior órgão do corpo humano costuma sair do verão maltratado. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (Regional Rio de Janeiro), o dermatologista Celso Sodré, as doenças que mais atormentam a população Janeiro 2007 Reprodução Alistair Williamson e origem mediterrânea e popular na cozinha asiática, o rabanete é uma daquelas raízes que fazem jus aos que optam por uma dieta saudável. Tudo isso porque é fonte de vitamina C, fósforo e fibras. E, como não poderia deixar de ser, possui poucas calorias. Embora pouco usado no Brasil, o rabanete, pertencente à mesma família da couve, couve-flor e do brócolis, já possui curiosidades históricas. No Egito, os construtores das pirâmides consumiam-no em grandes quantidades, junto com a cebola e o alho. Tamanho é documento! Descoberta romana P esquisadores do Istituto Regina Elena de Roma descobriram que a inibição da proteína humana Che-1 aumenta a eficácia da quimioterapia, desenvolvendo um papel importante na resposta celular ao dano do DNA. Durante os estudos, constatou-se que a diminuição dos níveis dessa proteína na célula tumoral potencializa o efeito dos medicamentos contra o câncer, superando também a resistência ao tratamento, fato que, muitas vezes, compromete o poder farmacológico. Camu-camu P rima distante da jabuticaba, o camucamu é usado para sucos, sorvetes e geléias. É uma fruta cobiçada pelas indústrias farmacêuticas e de comésticos para produzir desde shampoo até remédio. Encontrada na região norte do país, um camu-camu concentra 20 vezes mais vitamina C que a acerola e 100 vezes mais que o limão. Lisinha e limpinha - Quanto mais clara a pele, mais sensível e, portanto, maior deve ser o fator e proteção do filtro. Na teoria, o fator de proteção do filtro solar é um multiplicador do tempo levado para queimar. Por exemplo, se uma pessoa queima depois de 12 minutos sob o sol, levaria 120 para queimar usando um bloqueador solar com fator de proteção 10. Porém, na prática, a proteção do produto depende de fatores como o tipo de pele, a quantidade de protetor aplicado e a freqüência das reaplicações, a proporção absorvida pela pele e a porcentagem de raio ultravioleta refletida pelo ambiente. - O filtro solar deve ser aplicado no dia-adia e meia hora antes de iniciar a exposição. Na praia ou piscina, deve ser reaplicado a cada 2 horas. - Opte por protetores sem fragrância ou corantes. Isso diminui o risco de fotoalergias. - Para não induzir a formação de cravos e espinhas, veja se o protetor é apropriado ao grau de oleosidade da sua pele. - Já que as brotoejas se manifestam no excesso de transpiração, evite ambientes muito quentes e sem ventilação. Banho muito quente e colchões forrados com plástico também pioram a situação. D O s benefícios trazidos pela ingestão de jaca são tão avantajados quando à dimensão do fruto. Ele é rico em fibras, cálcio, fósforo, ferro e vitaminas do Complexo B, principalmente a B2 e a B5. Por conta disso, é indicado para pessoas com problemas nos intestinos e ainda auxilia na formação de dentes e ossos. A jaca também é recomendada no tratamento contra a tosse e no combate à queda de cabelos. O alimento é originário da Índia e cultivado em todos os países tropicais do mundo, tendo sido introduzido no Brasil por volta do século 18. Cuidado após os 40 Brasileirinha multiuso U m gene mutante pode ser útil no prognóstico da “policitemia vera”, doença caracterizada pela produção anormal de células sanguíneas. Pelo menos foi isso que constatou um estudo feito por um grupo de pesquisadores da Universidade de Florença. O JAK2 tem um papel fundamental no organismo sendo o regulador da produção dos glóbulos vermelhos. Segundo estudiosos, trata-se de um distúrbio raro, que ocorre com maior freqüência em homens e quase nunca em pessoas com menos de 40 anos. U m dos típicos frutos do Brasil, a graviola contém carboidratos e é considerável fonte energética. O fruto verde é bastante indicado para combater diarréias. O suco da polpa tem ação diurética e o chá é utilizado por diabéticos para baixar a glicose. O alimento também tem propriedade diurética, adstringente e antiinflamatória, podendo ser aproveitado com suas folhas, flores e brotos. Piano, piano... De olho vivo S e as taxas de glicose sofrerem queda, vale ficar em alerta. De acordo com pesquisadores da Universidade de Nova York e da faculdade de medicina Alber Einstein, nos Estados Unidos, os baixos níveis da substância podem levar à morte de células da retina, membrana ocular onde a imagem se forma. Por causa disso, ocorre a diminuição gradual da capacidade de enxergar, ocasionando, por vezes, a perda total da visão. A quelas várias xícaras de café em meio ao corre-corre do dia-a-dia satisfazem mas há possibilidades de perigo para os mais fanáticos. Doses altas da bebida podem produzir sintomas como insônia, irritação, desidratação, dores no estômago e até convulsão. Especialistas alertam que o ideal é consumir, no máximo, três cafezinhos durante o dia. A cafeína, ingrediente ativo do café, serve como estimulante e atinge diretamente o sistema nervoso central. O consumo descontrolado pode causar alterações físicas e emocionais. Para algumas pessoas, funciona como auxílio em dietas de emagrecimento e até mesmo na prevenção do mal de Parkinson. Janeiro 2007 / Ivar van Bussel Saiba sobre os cuidados que podem ser tomados com a pele e a visão para escapar dos efeitos nocivos do sol A raiz da boa forma Reprodução E amanhã, o que será? nesse período do ano podem ser classificadas como: provocadas ou agravadas pelos raios ultravioletas; provocadas ou agravadas pelo calor, ou provocadas pela exposição a elementos hostis do ambiente. — Não há como precisar a incidência dessas doenças neste período. E os tratamentos são os mais variados, devendo ser é claro, acompanhados de orientação médica — define, sugerindo aos turistas a exposição gradativa ao sol para evitar dores de cabeça nas férias. — Aos europeus, chegando aqui do seu inverno, com a pele muito branca e desprotegida, sugerimos a exposição gradativa ao sol sempre no horário adequado e com filtros solares, barraca e chapéus. Depois disso, irá surgir uma pigmentação que o protegerá — assinala. Dos problemas provocados ou agravados pelos raios ultravioletas, além das queimaduras [de primeiro e segundo graus], são conhecidas dos “ratos de praia” a fitofotodermatite [mancha escura comumente provocada pelo sumo da casca de limão]; a pitiriase versicolor [conhecida popularmente como micose de praia ou pano branco, quando a pele parasitada não bronzeia ao contrário da pele não parasitada], a acne estival [quando ocorre grande exposição ao ultravioleta e pode surgir uma erupção acnéica, principalmente nos ombros] e, finalmente, as efélides ou sardas. O aumento da temperatura e da umidade também podem causar pequenas bolhas de pus que se rompem facilmente e se cobrem de casquinhas e furúnculos. Sergio Ramirez Afonso Lima aluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSalut ComunitàItaliana 27 turismo Fotos: Reprodução As jóias da coroa Amalfitana A beleza de um patrimônio natural indescritível, na província de Salerno, em plena região da Campânia, no sul da Itália A Guilherme Aquino Correspondente • Milão Costa Amalfitana, desenhada entre o mar e a montanha, na província de Salerno, parece terminar no horizonte. Longe, muito longe. Ela é um daqueles lugares no mundo onde a natureza vendeu caro ao homem cada pedaço de terra. Torres sarracenas, muros e castelos medievais, arquiteturas com influência árabe. Nada chegou a agredir o meio ambiente. Pelo contrário, esses elementos realçaram a beleza de um patrimônio indescritível, acrescentando histórias aos penhascos, rochedos, praias e colinas da região da Campânia. O pequeno santuário de Santa Maria de Olearia, erguido dentro da rocha, na beira da estrada, em Maiori, revela toda a tenacidade e a luta para conquistar, ou melhor, criar alguns metros quadrados a mais. A força da fé e das mãos construiu uma das obras religiosas mais impressionantes da região. Não pelo seu tamanho ou riqueza de decoração, mas pela ousadia de escavar o interior da montanha e, ali dentro, esculpir um altar natural, de frente para o mar e repleto de afrescos já parcialmente consumidos pelo tempo e pela maresia. Um viajante distraído, dirigindo pela sinuosa e estreita rodovia 163, poderia passar sem notar a sua presença. Maiori é uma das 15 “pedras preciosas” da arquitetura local urbanística, situada entre Vietri sul Mare e Positano, a beira mar ou nas colinas. 28 Vietri sul Mare é a terra das cerâmicas. Ali estão concentrados os melhores ceramistas de toda a região. A fama de seus trabalhos é tão antiga quanto internacional. Praticamente toda a economia da cidadezinha roda em torno da fabricação de vasos, azulejos, quadros e painéis que relatam, através de pinturas exclusivas e feitas a mão, um pouco da vida de seus habitantes. Dois museus da cerâmica contam a história desta tradição. Ela deixa espaço para alguns artistas alemães que, depois da guerra, imigraram e começaram como operários das olarias. Mais tarde, acabaram criando uma própria “escola” com estilos bem característicos. Cerca de 20 a 30% da produção local são exportados para outras nações e, das peças apresentadas no exterior e certificadas como sendo originárias de Vietri, apenas 10% são genuínas e verdadeiras. Isto porque mais da metade da produção é realizada fora da cidade e longe da região da Campânia. Pois falta ainda uma diretiva que tutele a marca. A diferença se vê principalmente na qualidade do esmalte e no preço. Um trabalho grande em cerâmica de Vietri, artesanal, pode custar 300 euros o metro quadrado. A tradição artesanal une ainda Vietri a um outro burgo vizinho, Cetara, especializado na pesca de atum e alice, uma espécie de sardinha italiana. O lo- ComunitàItaliana / Janeiro 2007 Além das praias e do artesanato local, o turista pode também conferir concertos de música clássica na Villa Rufolo, em Ravello cal fica numa pequena e bela enseada no golfo de Salerno e, se não fosse o prefeito ter instalado uma placa indicando a direção do centro da cidadezinha, poucos seriam os visitantes. Cetara tem apenas quatro restaurantes, todos com cardápios baseados em pratos típicos de mar, claro. E, em grandes ocasiões, os chefes concorrentes se unem para preparar um banquete a oito mãos. Em todos os pratos não poderia faltar as alici com a “colatura”. Trata-se da essência do peixe, digamos. Depois de limpas, centenas de alici são colocadas umas sobre as outras, em forma de cruz, dentro de uma barril de carvalho vedado e ali ficam espremidas numa solução de sal grosso, num processo muito semelhante ao usado para o aceto balsâmico. Durante quatro meses, de maio a agosto, elas são desidratadas e, “liquefeitas’, transformamse num importante condimento usado na culinária local. A sinuosa estradinha corta a cidade de Maiori, onde existe a maior língua de areia fina da costa. A praia tem 1,5 km de extensão e fica entre dois pontais. Em um deles foi construído um pequeno porto para proteger os barquinhos das tempestades. Maiori sobreviveu a catástrofes naturais e a epidemias. Um surto de peste quase dizimou a população no século 17 e a cidade correu o risco de ser varrida do mapa por causa de uma inundação, em 1954, do rio que movia os moinhos e as máquinas da primeira fábrica de papel. Hoje, longe destas tragédias, o antigo burgo medieval é uma das atrações mais disputadas pelos turistas. Durante o verão, encontrar lugar nos hotéis e na praia pode ser uma missão quase impossível para quem demorar muito a reservar um quarto e/ou uma espreguiçadeira. Aliás, foi nesta faixa de terra que os primeiros serviços “al mare” foram executados em toda a península italiana. Os clientes, já exigentes, eram os soldados aliados, principalmente, os americanos. Guarda-sol e cadeira de praia eram oferecidos pelos pobres italia- nos [maltratados pela guerra] em troca de uns dólares a mais para ajudar a fechar o mês. Assim, a “comercialização” da areia deu os seus passos iniciais, criando uma verdadeira e autêntica cultura do turismo costeiro. Do outro lado do penhasco, entre plantações de limões, está Minori, “irmã” menor de Maiori. As suas dimensões menores não refletem o grau de importância que ela teve no período da República Amalfitana. Minori chegou a rivalizar com Amalfi como potência militar e econômica. Minori esconde um tesouro arqueológico descoberto há cerca de 60 anos. As ruínas de uma antiga vila marítima romana comprovaram as teorias dos estudiosos: Minori teria sido um dos primeiros locais usados pelos ricos romanos para descansar e relaxar. Uma espécie de dolce vita imperial. A vila marítima tinha 2.500 metros quadrados e muitos mosaicos localizados no chão ainda podem ser admirados. Uma grande piscina ocupa o pátio interno da “mansão”, casualmente desco- Janeiro 2007 / berta quando o morador de uma casa escavou o chão para fazer uma escada. O pavimento cedeu e abriu uma janela para quase dois mil anos atrás. Quartos, salas, cozinha, sauna, aquecimento interno, voltaram a ganhar a luz do dia e revelam como os romanos poderosos e endinheirados, em suas luxuosas casas de veraneio, se cuidavam bem. A presença dos romanos não é uma novidade, afinal foram eles os primeiros habitantes da região de Amalfi. As famílias nobres chegaram fugindo da invasão dos bárbaros. Mas antes de irem para o mar, ocuparam as colinas. No alto da costa amalfitana estão duas cidadezinhas: uma é Scala e a outra Ravello, assim mesmo, por ordem de fundação. Ambas possuem uma vista cinematográfica dos penhascos debruçados sobre o mar e estão localizadas uma em frente à outra, no monte Lattari. A primeira tem uma igreja românica refeita em 1600. O portal é original. Beleza religiosa à parte, foi em Ravello que duas ComunitàItaliana 29 turismo Uma boa pedida para o visitante é degustar as sobremesas e as massas típicas da região vilas garantiram um lugar eterno no coração do turismo amalfitano. Villa Rufolo e Villa Cimbrone. A primeira, durante os verões, se transforma em palco para concertos de música clássica em homenagem ao compositor Wagner. Ele hospedeu-se ali em 1880, atraído pelo silêncio sagrado e pela belíssima vista sobre a inteira costa amalfitana. Já Villa Cimbrone encanta com seus jardins, bustos e estátuas emoldurando a paisagem sobre a costa. Pinheiros marítimos recortam o horizonte e parecem ligar o céu ao mar. Um pouco mais acima, a cidade de Furore tira proveito de ser o único “comune” italiano sem uma praça. Em meio aos terraços de vinho e limões, ele luta para conseguir uma passagem para o mar. Para isso, o projeto de construção de um teleférico para ligar a colina com a praia continua sendo um sonho da população local, que já teve os seus momentos de glória quando o diretor de cinema Roberto Rossellini e a atriz Ana Magnani se refugia- 30 turismo ram numa casinha de pescador, numa paradisíaca praia, aos pés da montanha. Ao nível do mar, a vida escorre lentamente, quase no ritmo das marés. Em Conca dei Marini, a gruta Smeralda, descoberta por um pescador há 50 anos, rivaliza com a famosa de Capri. Uma recente produção televisiva da RAI filmou muitas cenas na primeira mas, nos créditos, informou [equivocadamente] que tinham sido realizadas na segunda. Um mal estar público foi provocado quando a verdade emergiu, entre farpas políticas e as misteriosas “estalactites e estalagmites”, colunas naturais formadas pelo depósito de água a conta-gotas na terra e fora dela [ao longo de milhares de anos] que impressionam pelas formações e desenhos inusitados. O reflexo do raio de sol ilumina o fundo com a cor do céu azul e transforma o lugar em cenário de ficção científica. Um presépio de cerâmica deixado a quatro metros de profundidade, dentro da água cristalina, pode ser admirado da superfície como se estivesse ao alcance das mãos. O ComunitàItaliana / Janeiro 2007 O limão e as alici são ingredientes básicos nas receitas salernitanas go de navegação do mundo, conseqüência de um rico comércio com os árabes e com os bizantinos. A segunda, um antigo burgo de pescadores, acabou caindo na rede da atriz Brigitte Bardot. A exemplo do que a artista francesa faria nos anos 60 com Búzios, no Rio de Janeiro, ela tirou Positano do anonimato, um pouco antes, nos 50. Ao tomar banho de sol de topless, Brigitte Bardot atentou contra os bons costumes. O prefeito da época pediu que alguém a cobrisse. Um paparazzo imortalizou a cena. Daí para Positano entrar na rota do jet-set internacional, lançar moda e transformar velhas moradias em casas com valor de até 10 mil euros o metro quadrado, foi uma questão de poucas décadas. Mas o mar e a montanha estão acima de tudo isto e continuam a encantar os viajantes dos quatro cantos do planeta. A costa Amalfitana cede suas jóias da coroa a quem quiser tomar banho em águas cristalinas ou caminhar por trilhas abertas nas colinas. Cravejada por comuni tão pitorescos, numa seqüência quase interminável de cenários cinematográficos, não é difícil imaginar-se como um protagonista de um filme com paisagens “roubadas” de um livro de história. Por que não Salerno? Roberth Trindade “mergulho” nesta gruta mágica é possível com a ajuda de um barco e de um elevador moderno escavado junto à rocha. Não muito longe dali Atrani disputa um pedacinho de terra na costa. Atrani é menor comune da região em dimensões territoriais. Mesmo assim não é difícil se perder por seus corredores estreitos, ladeiras com subidas e descidas nas quatro direções, isso sem falar nos becos sem saída. Durante os séculos, os moradores escavaram na rocha os espaços urbanos. E acabaram criando uma arquitetura muito particular. O carteiro tem que ter fôlego e uma boa memória para não ter o mesmo fim dos piratas que desembarcavam para saquear a cidade. Sim, os piratas acabavam se perdendo pelos labirintos de ruelas e, normalmente, voltavam aos navios com queimaduras. Do alto das casas e passarelas, os moradores se protegiam jogando óleo quente em quem estivesse por baixo. Testemunhas silenciosas dessa estratégia de defesa são as colunas romanas encontradas dentro da igreja de São Salvador de Birecto. Um delicado trabalho de arqueologia se realiza neste momento para, literalmente, descobrir a história deste local. As duas principais jóias da “coroa amalfitana”, as cidades de Amalfi e Positano, estão presentes em folhetos turísticos de todo o mundo. A primeira com o seu Duomo em estilo mouro [onde repousa os restos mortais de Santo André] carrega a história de ter elaborado o primeiro códi- Representantes de turismo da província visitam o Rio, sugerem pacotes de viagem e prometem mudar os planos dos turistas brasileiros A rrumar as malas, embarcar num avião e chegar às gôndolas de Veneza, avistar a ponte do Rio Arno em Florença ou até mesmo tirar uma bela foto em meio às flores da Piazza della Spagna, em Roma. Tudo um tanto quanto longe do sul da Itália. Pois bem. No que depender do secretário de turismo da província de Salerno, Gennaro Avella, algo pode mudar no trajeto do turista que parte do Brasil. Para ele, há similitudes sociais entre os brasileiros e os sulistas da Itália. E mais: segundo dados oficiais da embaixada italiana, é na terra do samba que está instalada a maior população de ítalo-descendentes. — Precisamos estimular o turismo de retorno e fazer com que eles conheçam suas origens. Aliás, não só eles como o povo brasileiro em geral. Salerno tem diversas opções turísticas nas áreas de cultura, história, artesanato, culinária e lazer em geral. Brasileiros e salernitanos têm a alegria de viver em comum e precisamos reforçar esses laços — diz Avella. Rosangela Comunale E foi justamente esse pensamento que estimulou o secretário a escolher o Brasil como sede para a primeira edição do Turismo d’Oltreoceano, no Rio de Janeiro, com o apoio do Consulado italiano da região. O objetivo é estimular a criação de pacotes turísticos junto a agências de viagens e, de quebra, desmitificar o conceito de que apenas o norte da Itália e adjacências merecem ser visitados. — Recebemos cerca de mil brasileiros anualmente em toda a região da Campânia, onde Salerno está localizada. Queremos aumentar os números. Pretendemos também divulgar a província para chineses e indianos. Eles estão começando a movimentar a rota turística na Itália, o que é um bom sinal — analisa o secretário. Com o propósito de incrementar o processo de divulgação da região, Avella lançou, no ínício deste mês, o Guia da Província de Salerno. O material é uma compilação dos municípios que fazem parte daquela área, apresenta dados sobre enogastronomia, arqueologia e breves comentários sobre cada ponto turístico salernitano. Dentre eles, não poderiam faltar as Costas Cilentana e Amalfitana. — Distribuímos um total de cerca de cinco mil guias nas agências de turismo, no consulado e todos os outros órgãos que fazem apresentações literárias, dentre outras atrações. Segundo o diretor artístico do festival, Emilio Landi, a idéia remete ao que ele chama de “Pedagogia do Outro”. — Seja africano, indiano, chinês, ameríndio ou japonês, queremos instaurar, em pleno centro histórico de Salerno, essa pedagogia onde as diferenças criam a receptividade e as culturas não são eternas ou definitivas, mas se integram requerendo sempre a necessidade de viver a era global. O mundo torna-se parte da circulação das idéias, dos sentimentos e, sobretudo, da expressão da libertdade para o desenvolvimento do turismo — reflete Landi. De acordo com o cônsul geral da Itália no Rio de Janeiro, Ernesto Massimo Bellelli, originário de Paestum, também na província de Salerno, o momento agora é de formar parcerias. — Faço questão de apoiar a iniciativa. Por conta disso, disponibilizaremos nos dias da Festa della Repubblica, em junho, stands com produtos gastronômicos e matéria de divulgação da província. Sortearemos também uma estada em Salerno — adianta o cônsul. Mas os planos do consulado não param por aí. Bellelli revelou também que o consulado estuda “Precisamos estimular o turismo de retorno e fazer com que eles [os descendentes de italianos] conheçam suas origens. Aliás, não só eles como o povo brasileiro em geral” Gennaro Avella, secretário de turismo de Salerno a promoção do turismo na Itália — declara Avella. Além disso, de 29 de setembro a 27 de outubro deste ano, está programado o Festival Lusitânia, a ser realizado no centro histórico de Salerno. A iniciativa visa estimular o intercâmbio entre as culturas italiana e as de língua portuguesa através de exposições, peças teatrais, shows, Janeiro 2007 / a possibilidade da implementação de cursos relacionados à cultura salernitana. — Pretendemos promover um curso, com local ainda a ser definido, de gastronomia, mas com produtos ligados ao leite. A região é famosa por produzir laticínios, principalmente a mussarela. Queremos aproveitar essa idéia — afirma Bellelli. ComunitàItaliana 31 notizie L’ origine dell’argento risale dall’antichità. Il suo nome viene poi attribuito alla nascita, in America Latina, dell’Argentina e al suo principale fiume, Rio de la Plata, dove è stato trovato l’argento. Questo metallo prezioso è stato usato come oggetto decorativo, materiale per utensili, e fu usato anche per il sistema monetario dal 700 a.C. Per mostrarne l’evoluzione e l’utilità nei secoli trascorsi sia come attrezzo per la cucina sia per la gioielleria, il pubblico paulistano avrà la possibilità di conoscere il design dell’argento italiano del XX secolo al Museu da Casa Brasileira [www.mcb.sp.gov.br], dov’è riunita una collezione di diversi pezzi ideati da noti designer italiani, che giungerà da Milano e Vicenza nella sua maggior parte. La mostra è organizzata dall’Istituto Italiano di Cultura a San Paolo in collaborazione con la Fondazione Sartirana Arte. L’esposizione sarà aperta il 4 febbraio. Per ulteriori informazioni, il recapito telefonico del museo è (11) 3032-3727/2499. (M.P.) Marca preferita L L’opera italiana L a storia dell’opera italiana raccontata in lezioni. La Conexão Idiomas, di San Paolo, lancia il primo corso per coloro che si interessano di musica classica. L’alunno avrà nozioni di voci [soprano/tenore/basso/baritono], conoscerà vita e opere di alcuni dei più noti compositori italiani del secolo 19 come Rossini, Bellini, Verdi, Puccini. Le opere più famose, come Aida di Verdi, Turandot di Puccini e Elisir d’amore di Donizetti, saranno commentate dal professor Henrique Bonini e dalla prof.ssa Thaís Bonini, che condurranno il corso. A questo corso elementare di due mesi potrà partecipare qualunque persona interessata e non ci sono prerequisiti per frequentarlo. Le iscrizioni saranno aperte dal 2 al 25 gennaio e avrà inizio sabato 27 prossimo. La scuola offre gratuitamente una borsa al primo lettore di ComunitàItaliana che telefonerà. Per ulteriori informazioni, si prega di chiamare il numero (11) 3481-4008. (M.P.) a Pirelli ha vinto la categoria “Pneu” della 6ª edizione del premio “Os Eleitos” [Gli Eletti, n.d.t.], promosso da un mezzo di comunicazione legato al settore. È la prima volta che la stampa chiede ai lettori di indicare la marca preferita nella categoria fabbricanti di pneumatici. Il risultato, secondo la pubblicazione, è stato conquistato dalla Pirelli “con un certo scarto in confronto ai rivali”. Gli organizzatori del premio considerano “Os Eleitos” è uno strumento disponibile per chi sta scegliendo una macchina, un prodotto o servizio legato al settore automotivo. In arrivo stangata N uova stangata in arrivo: secondo contribuenti.it nel 2007 le famiglie italiane dovranno sborsare E 736 in più per i rincari fiscali. ‘Nonostante le promesse del governo — recita una nota — le imposte sulla nettezza urbana aumenteranno del 152,7%, con punte del 291%, senza contare gli incrementi Ire pari all’11,8%, dell’Iva pari all’8,6%’. ‘Sono previsti — spiega l’associazione — aumenti per Ici, imposte di registro, ipotecarie e catastali del 113,3%’. Contro pena morte C oro di condanna in Italia all’esecuzione di Saddam. Prodi si dice preoccupato per l’aumento della tensione in Iraq. Il presidente della Repubblica Napolitano precisa che l’Italia è contro ogni esecuzione capitale. Il presidente della Camera Bertinotti esprime orrore e rifiuto. Gasparri (An) commenta: “Impossibile versare lacrime per la fine di chi ha massacrato in primo luogo il suo popolo”. Mastella: “La morte non risolverà i problemi dell’Iraq”. Reprodução Il design italiano dell’argento Reprodução Reprodução notizie Messa in italiano L a comunità italiana di San Paolo ha sempre buoni motivi per incontrarsi ogni mese in chiesa. Dagli anni ‘80 la Igreja da Paz, in centro, celebra una messa ad essa ed anche agli antenati che contribuirono per questa città. La tradizionale messa è celebrata nella prima domenica di ogni mese dal prete Giorgio Cunial. A São Bernardo do Campo, nella chiesa in centro [Matriz], è condotta dal prete Giuseppe Bortolato sempre la terza domenica di ogni mese. Iniziata in maggio dello scorso anno, la messa ha l’obiettivo di ‘risvegliare le radici di coloro che abitano a São Bernardo’, dice il prete. Inoltre le messe in italiano sono poi un contributo di affratellamento tra la comunità e la generazione susseguente. A Jundiaí, all’interno di San Paolo, la numerosa comunità italiana si incontra nel terzo sabato dei mesi pari nella Parrocchia Sagrado Coração de Jesus. La messa è celebrata dal prete Irmani Paulo Borsatto. Vale ricordare che in tutte le occasioni la partecipazione dei cori risveglia antichi ricordi con le loro canzoni. (M.P.) Fiera della Provvidenza U n successo. È stato definito così il risultato della 46ª Fiera della Provvidenza, successa a dicembre al Riocentro, a Rio de Janeiro. Malgrado non siano ancora stati calcolati i numeri finali dell’evento, promosso dal Banco da Providência, la partecipazione dell’Italia è stata fondamentale per l’istituzione, responsabile per l’assistenza a più di tre milioni di persone nello stato di Rio de Janeiro. Lo stand italiano alla Fiera ha sommato circa R$ 700mila in vendite di prodotti come pasta, pentole, occhiali da sole, bigiotteria, prosciutti, formaggi e vini. Con ciò, la stima è di che lo spazio sia cresciuto oltre il 300% in partecipazioni [nel 2005, l’indice di crescita aveva rappresentato il 267%]. I numeri provano che, sotto il comando della consorte del console Matilde Bellelli, l’Italia potrebbe superare i valori ottenuti dalla Francia [paese col maggior numero di vendite alla Fiera], o perlomeno lo uguaglierà. Ispirata, la moglie del console pilota il progetto da tre edizioni e riesce a riunire una équipe di circa 80 volontari che aiutano nel compito di divulgare il Made in Italy e a contribuire in forma solidale ai più necessitati. Il settanta per cento delle famiglie aiutate dal Banco da Providência sono considerate senza reddito. (S.S) Sogni degli italiani P iù della metà degli italiani spera di diventare proprietario di una casa. Il dato emerge da una ricerca promossa da Maxistick Motta. Secondo l’indagine, al brindisi di capodanno il 54,7% degli italiani sognerà una casa di proprietà.Il 30% vorrebbe farsi un bel viaggio e se questo è al secondo posto, la medaglia di bronzo dei desideri va all’auto nuova col 9,2% delle preferenze. Gli italiani,infine, sono anche un po’ egoisti: solo il 34,3% esprimerà un desiderio per gli altri. Janeiro 2007 / ComunitàItaliana 33 notizie economia L’ Reprodução anno in cui si terranno i Giochi Panamericani a Rio de Janeiro, il Comitato Olimpico Nazionale Italiano (CONI) mette in tavola un importante tema da essere dibattuto tra gli atleti, italiani o no. L’8 gennaio, nella Sala Italia dell?Istituto Italiano di Cultura è stato tenuto un Seminario di Medicina Sportiva. Specialista in ortopedia, il professore Gianluca Camillieri, che è il medico ufficiale della Federazione Italiana Nuoto e membro dell’equipe medica della regione Lazio, ha tenuto una conferenza sulla qualità di vita e tecniche di recupero del ginocchio dopo traumi sportivi. A Roma, le ginocchia sono responsabili per 3mila interventi chirurgici all’anno. Il presidente del CONI, Alfredo Apicella, ha considerato positiva l?iniziativa. — Cerchiamo sempre di mantenere informati i nostri atleti. Questo è uno di una serie di temi che abbiamo già presentato, ma il ginocchio è una parte del corpo che merita la nostra attenzione ? pondera. (S.S.) Insediamento di Lula L’ interscambio commerciale e culturale tra Brasile e Italia dovrebbe essere il principale tema del dibattito del secondo mandato del presidente Luís Inácio Lula da Silva. Fin dai suoi inizi, il governo di Romano Prodi ha deciso di avvicinarsi ai paesi latinoamericani e, per questo, il ministro degli Affari Esteri Massimo D’Alema ha visitato 14 paesi della regione ed ha partecipato, il primo giorno del 2007, all’insediamento dell’amico brasiliano. D’Alema è stato l’unico leader straniero presente all’insediamento del presidente Lula. Purtroppo ha piovuto molto sulla capitale della Repubblica, il che ha tolto un po’ lo splendore della festa popolare nella Esplanada dos Ministérios. Ma il cattivo tempo non ha impedito che il presidente andasse nella macchina decappottabile e salutasse alle 10mila persone che hanno affrontato il temporale. All’arrivo al Congresso Nacional, il presidente ha proferito il suo discorso e ha detto che i prossimi quattro anni saranno dedicati allo sviluppo, ed ha annunciato la creazione del Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) [Piano di Accelleramento di Crescita, n.d.t.]. Nel suo discorso d’insediamento, il presidente rieletto ha detto che il suo governo “non è mai stato, né è populista”. “Questo governo è stato, è e sarà popolare”, ha detto, ricevendo gli applausi dei presenti al Congresso Nazionale. (F.L.) Lancio Shuttle italiano A vverrà in Sardegna, tra il 15 gennaio ed il 28 febbraio 2007, il primo lancio dello shuttle italiano. L’esperimento, che inizialmente doveva avvenire in Sicilia, ha finalità civili. Mira allo sviluppo ed alla convalida di tecnologie innovative applicabili ai veicoli da trasporto spaziale di futura generazione. Per il progetto inerente lo shuttle, Unmanned space vehicle, ossia aereo senza pilota, sono stati investiti 80 milioni di euro. Gli italiani all’estero I l progetto iniziale del Governo prevedeva per i capitoli di spesa del MAE relativi agli italiani all’estero un taglio complessivo di 12 milioni di Euro. L’immediata reazione di tutti i deputati e senatori eletti all’estero ha portato il governo a stanziare 14 milioni di Euro a copertura dei 12 milioni di tagli inizialmente previsti. In una seconda fase, i parlamentari dell´Unione eletti all’estero, in un incontro con il presidente del Consiglio Prodi, hanno ottenuto la disponibilità per un ulteriore finanziamento che si è concretizzato nel passaggio della Finanziaria al Senato con un incremento di 10 milioni di Euro. Accanto a questo, in Senato, i quattro parlamentari dell’Ulivo [Pollastri, Randazzo, Turano e Micheloni] riprendendo il lavoro fatto alla Camera dai deputati dell’Ulivo [Bafile, Bucchino, Farina, Fedi, Narducci], hanno fatto accogliere nella Finanziaria altri risultati positivi per gli italiani all’estero. Fra gli altri, a mero titolo d’esempio, ci sono: il rilascio e il rinnovo presso i consolati italiani della carta d’identità per gli italiani iscritti all’AIRE a partire dal 1° giugno 2007, un finanziamento per le Camere di Commercio italiane all’estero e per i piccoli consorzi regionali di esportazione, la reintroduzione delle detrazioni fiscali per carichi di famiglia per i soggetti non residenti in Italia. 34 ComunitàItaliana / Janeiro 2007 estado de Santa Catarina começou 2007 com excelentes projetos de aumentar as relações comerciais com a Itália. Isso porque duas cidades de forte presença italiana no Brasil, Criciúma e Laguna, foram sedes do I Fórum Ítalo-Catarinense em dezembro. O encontro reuniu empresários, professores e representantes institucionais brasileiros e italianos. Durante o evento, eles discutiram sobre as possíveis formas de criação de laços nos setores de cerâmica artística e artesanal em diferentes níveis de técnica e acabamento, de pesca e náutica e de embalagens em papel, plástico, metal entre outros materiais, além de treinamento profissional nos níveis iniciante, superior e de excelência. O objetivo foi estreitar as relações empreendedoras de maneira que, a longo prazo, seja aumentada a exportação desses produtos para os Estados Unidos. — Com as joint ventures entre empresas daqui e italianas teremos condições de competir com o mercado de exportação para os Estados Unidos. Criciúma, por exemplo, é um dos maiores pólos de cerâmica do Brasil. O Istituto Fernando Santi está nos oferecendo a oportunidade de diversificar o intercâmbio com a Itália. Além das fortes ligações sociais e culturais, fortalecem-se agora as empresariais — declara o presidente do Istituto Fernando Santi no Brasil, Itamar Benedet, que também está à frente do Comitato Associazioni Venete di Santa Catarina (Comvesc) e foi um dos organizadores do Fórum. Reprodução O Dibattito al Coni Conexão ItáliaSanta Catarina I Fórum Ítalo- Catarinense estreita relações de produção nos setores de cerâmica, pesca, náutica e de embalagens Simone Gugliota Especial para Comunità — Na área social o Istituto está proporcionando a implantação de escolas técnicas, como a que foi implantada no Bairro da Juventude de Criciúma, educandário que abriga mais de 1.300 crianças tiradas da rua — acrescenta. O evento também teve a participação do presidente do Istituto Italiano Fernando Santi, Luciano Luciani, do representante do Assessorato al Lavoro, Previdenza Sociale, Formazione Professionale ed Emigrazione da Região Siliciana, Vincenzo Scattareggia, do professor de economia política da Universidade de Palermo, Antonio Imperato, do secretário geral do Istituto Regionale Siciliano Fernando Santi, Marco Luciani e do presidente do Istituto Regionale Siciliano Fernando Santi no Brasil, o padre Vincenzo Lumetta. O professor de filosofia da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), Jorge Daros, esteve no encontro e, confiante no acordo de colaboração firmado entre a instituição e a Universidade de Palermo, disse que o I Fórum Italo-Catarinese é de extrema valia para o fortalecimento dos elos de amizade entre Itália e Brasil. — Já sentimos os frutos deste intercâmbio pelas ações desenvolvidas em nossa região, tão ligada à Itália, por ter sido colonizada por imigrantes do Veneto em fins do século 19 e início do século 20 — afirma Daros. As delegações fizeram visitas guiadas a indústrias de cerâmica em Criciúma. Muitas empresas de Morro da Fumaça, de Nova Veneza, assim como outras localidades de Criciúma serão beneficiadas pelo acordo com o incremento da produção ou com a criação de filiais. O estudo inicial promovido pelo distrito produtivo da cerâmica com sede em Santo Stefano di Camastra já foi apresentado ao Ministério Italiano de Comércio Internacional. Em Laguna, a delegação italiana participou de um encontro com representantes dos setores pesqueiro e náutico. O evento foi guiado pelo prefeito Antônio Celso e despertou o interesse de empresários sicilianos e possivelmente de outros das regiões de Marche e Emilia Romagna para novas joint ventures. Em março próximo, será a vez da delegação brasileira de Laguna conferir as instalações de pesca e náutica em algumas cidades da Sicília. O mesmo grupo irá a empresas de embalagens em Palermo. A visita a Laguna também viabilizou a inauguração da mostra da Epopéia de Giuseppe e Anita Garibaldi, com debate sobre o bicentenário de nascimento do revolucionário italiano. cultura Secchiaroli è stato fotografo personale di Sophia Loren e Marcello Mastroianni Anche San Paolo è arte! Città ospita due esposizioni di artisti italiani consacrati a maggior città brasiliana da molto non è più terra di pioggerella fina, inquinamento e imbottigliamenti costanti. Sinonimo di cultura, con musei e centri culturali sofisticati, San Paolo ospita da dicembre due mostre che giustificano la tradizione del comune di ricevere bene gli immigranti italiani e adattarsi al loro modo di vivere. Cominciando da un pittore nato a Lucca, ma riconosciuto come artista brasiliano e finendo con un fotografo che ha registrato gli ambienti della fase d’oro del cinema italiano. Stiamo parlando di Alfredo Volpi e Tazio Secchiaroli ai quali si applicherebbe perfettamente la frase dello scrittore inglese Gilbert Keith Chesterton “l’arte vince la monotonia delle cose così come la speranza vince la monotonia dei giorni”. San Paolo ha ottenuto uno charme in più con questi lavori che mettono in luce la tradizione italiana rivelando vari tipi di talenti artistici. 36 L’omaggio a Volpi sarà aperto al pubblico fino al 24 gennaio come continuazione al programma di esposizione della collezione d’arte della Banca Centrale (BC) brasiliana, composta da oltre duemila opere. Sono presentati 14 quadri, su tela e su carta, che abbracciano periodi distinti della traiettoria di Volpi: opere di inizio di carriera, quando era ancora un pittore figurativo, e lavori fatti probabilmente tra gli anni ’50 e ’70 (il pittore non datava i suoi quadri). Questi ultimi formano la maggior parte dell’esposizione e esibiscono come elementi di composizione, facciate, alberi maestri, vele e le celebri bandierine. — La mostra è un ampliamento dell’esposizione fatta a Brasilia nel 2004. Sono opere acquisite tra il ’70 e l’80, come pagamento di un debito bancario. Sono pezzi che circolano attraverso i vari aspetti presentati dal pittore – spiega una delle curatrici dell’esposizione, Jussara Zottmann. ComunitàItaliana / Janeiro 2007 Negli anni ’30, insieme ad artisti come Francisco Rebolo e Fulvio Pennacchi, l’artista formò il Grupo Santa Helena, il primo nucleo di artisti di origine operaia nello stato di San Paolo. E Secchiaroli con suo strumento di lavoro e “O Amanhecer”, di Volpi Fotos: Divulgação L Sílvia Souza a partire dagli anni ’40, secondo critici d’arte, la sua pittura è evoluta verso l’arte non rappresentativa. L’esposizione di Volpi è stata inaugurata il 12 c.m. presso lo Spazio Culturale della BC a San Paolo, mentre la traiettoria di Tazio Secchiaroli può, dal 9 dicembre, essere vista presso la Galleria della Paulista, della Caixa Cultural. Sotto il nome “Tazio Secchiaroli – O cinema no Olhar (Il Cinema nello Sguardo, n.d.t.), la mostra è composta da 60 fotografie originali del fotografo italiano morto a 73 anni nel 1998. Le immagini appartengono all’ Archivio Tazio Secchiaroli, curate dal figlio del paparazzo di Fellini e traducono momenti della storia della cultura del cinema rimontando, per esempio, a Cinecittà, dove Secchiaroli ha lavorato come reporter cinematografico per quasi 30 anni. Il professionista è stato immortalato nel film “La dolce vita”, di Fellini. Le storie del fotografo hanno ispirato la sceneggiatura del regista. Con il cineasta, le sue lenti si sono addentrare nel set di “8 ½”, “La città delle donne” e “Amarcord”. La mostra, curata da Antonio Cava, rende anche omaggio a registi come De Sica, Ferreri, Pisolini, Antonioni, Leone, Scola, Monicelli, Visconti e Chaplin. Cava ora ci racconta com’è sorta la voglia di esporre i lavori del fotografo. — Durante la produzione della mostra Circo Fellini in omaggio al regista italiano, oltre ai film, locandine e disegni c’erano delle foto di Tazio Secchiaroli del film “8½”. Per esibirle sono dovuto entrare in contatto con l’Archivio Tazio Secchiaroli e chiedere autorizzazione. David Secchiaroli [figlio del fotografo, n.d.r] mi ha gentilmente concesso l’autorizzazione e, cosí ho avuto l’idea di allestire un omaggio individuale a Tazio Secchiaroli — riassume. Per i fan delle belle donne come Ava Gardner, Bette Davis, Virna Lisi, Claudia Cardinale, Brigitte Bardot, Ursula Andress, Vanessa Redgrave e Silvana Mangano, oltre a begli attori come Tony Curtis, Peter Sellers e Gregory Peck, è possibile avere momenti di contemplazione, visto che compongono l’esposizione immagini di queste stelle che circolavano per gli studi di Cinecittà. E, come non poteva non essere, la mostra ha anche un’ala speciale dedicata a Sophia Loren e Marcello Mastroianni, dei quali Secchiaroli è stato fotografo personale. — Sono andato a Milano nel 2006 per conoscere la collezione. Sono duemila foto che si trovano in uno studio privato di Roma e Milano. Ho scelto foto in bian- co e nero, con enfasi nel cinema. L’esposizione è a San Paolo e sta ottenendo un grande successo di pubblico e la mia intenzione è viaggiare per il Brasile. È la prima individuale di Secchiaroli nelle Americhe. Ha registrato gli ambienti della fase d’oro del cinema italiano, in un’epoca in cui non esisteva il video, il dvd e il making off — sottolinea Antonio Cava. Oltre ad essere riconosciuto nella sua area di lavoro e acclamato dai critici, Secchiaroli è anche riuscito a farsi un nome fotografando la società italiana, come ricorda il curatore della sua esposizione in Brasile. — Molti registi che lui ha accompagnato hanno scritto la grammatica del cinema mondiale, anche di quello brasiliano. Critici italiani hanno detto che lui ha inaugurato la moderna fotografia italiana. Oltre al lavoro nel cinema, Secchiaroli ha registrato la periferia romana del dopoguerra, ed è andato dietro quinte della politica e della società. Insomma, segni storici importanti della società italiana — segnala Cava, che ha altri progetti per il 2007 e promette lavori indimenticabili in terre brasiliane. Voglio duplicare il numero di fotografie dell’esposizione di Secchiaroli a Rio de Janeiro. C’è l’interesse dell’Istituto Italiano [di Cultura, n.d.t.] e del suo nuovo direttore di presentare l’esposizione a settembre durante il Festival di Cinema a Rio. Ma ancora non c’è niente di definito. Inoltre sto facendo ricerche sulle opere di Chico Buarque in Italia e la sua collaborazione con Sergio Bardotti. Considero Bardotti uno dei grandi poeti della musica popolare italiana e uno dei maggiori diffusori della musica brasiliana. Vorrei anche fare un omaggio al disegnatore e caricaturista Altan. Specialmente adesso che ho scoperto che è sposato con una brasiliana ed ha anche lavorato per il Pasquim — aggiunge. Altri tratti di Volpi e luci di Secchiaroli Alfredo Volpi [1896-1988], è arrivato in Brasile con meno di due anni, insieme alla famiglia di immigranti che si è stabilita a San Paolo. Ha cominciato a lavorare facendo muri decorativi e, autodidatta, ha prodotto i suoi primi quadri quando era ancora operaio. Le tele registravano l’universo semplice dei quartieri e paesaggi intorno alla città. Lungo il litorale paulista, sono i paesaggi di Itanhaém che lentamente passano ad incorporare le vie, i toni che hanno portato Volpi a privilegiare i piani delle facciate e tetti. Con ciò, le sue composizioni si incamminano verso costruzioni totalmente geometriche degli anni ’50. Il riconoscimento non ha tardato per il pittore che, tra l’altro, ha partecipato a biennali come quella di Venezia. Volpi ha coniugato l’universo della cultura popolare ai valori di quella universale. Tazio Secchiaroli era ancora un bambino quando è diventato un riferimento per l’arte paulista, unendosi ad artisti come Rebolo e Pennacchi. Nato il 26 novembre 1925, a Centocelle, periferia di Roma, ha cominciato a fotografare nel 1941. Il suo strumento di lavoro: una Kodak retina 35mm, prestata da un amico. Già nel 1944, per sostenere la famiglia [dovuto alla morte prematura del padre], Secchiaroli è diventato scatino, che in romanesco significa fotografo ambulante. Di quest’epoca sono le foto di turisti sulla spiaggia di Ostia e di soldati americani a servizio in Italia nel dopoguerra, in un’epoca in cui Secchiaroli provvede alla madre e alle due sorelle. Nel 1951, quando collabora all’agenzia V.E.D.O, il fotografo conosce Adolfo Porry Pastorel, maestro del fotogiornalismo italiano. Con lui Secchiaroli impara i trucchi principali della fotografia giornalistica per, poco più tardi, risaltare tra colleghi e concorrenti e ottenere successo su riviste e giornali. L’interesse e la responsabilità nell’atto di fotografare sono tanti che, insieme a Sergio Spinelli, fonda l’agenzia Roma Press Photos. Ma è nell’estate del 1958 che Tazio Secchiaroli diventa famoso con le foto di personalità a Via Veneto. La maggior parte delle immagini che divengono famose è composta da scatti fatti senza il permesso delle star e lí nasceva il paparazzo che avrebbe inaugurato in Italia il mercato delle foto soprannominate “d’azione” o “d’assalto”, con immagini va- Janeiro 2007 / Scena del film “Una giornata particolare” [1977] e il “Retrato di Moco”, di Volpi lorizzate su pubblicazioni come “L’Espresso” e “Il Giorno”. Le storie di Secchiaroli erano tante che, nel ’60, il regista Federico Fellini lo cercò per ascoltarle. Allora il cineasta lavorava alla sceneggiatura del film “La dolce vita” e queste chiacchierate gli ispirarono scene come quella del falso miracolo, dello striptease e del famoso bagno nella Fontana di Trevi di Anita Ekberg. E da allora Secchiaroli divenne fotografo di scena di Cinecittà e professionista di fiducia di star del cinema, lasciando cosí il suo lavoro nelle agenzie di fotografia. Con Fellini impara i segreti e gli effetti di luce e fa attenzione, ad esempio, ad usare per le sue fotografie la stessa pellicola usata dai registi. Secchiaroli influisce cosí tanto sul quotidiano artistico italiano che, oltre ad esporre lavori in diverse mostre, è stato tema di perlomeno nove libri, tra cui “I grandi fotografi”, di cui è autore, pubblicato nel 1983. ComunitàItaliana 37 atualidade Itália no Oscar N uovomondo conta a história de um imigrante que resolveu começar uma nova vida na América do Norte. Salvatore Mancuso vende tudo para levar os filhos e a mãe a um lugar onde haverá mais trabalho e pão para todos. Ele é um dos milhares de imigrantes italianos que colocaram tudo em 38 10 anni senza Marcello Mastroianni presso il teatro Valle che ha avuto come centro e anima dell’evento il regista Nikita Michalkov, che ha diretto Mastroianni sia al cinema che a teatro. Sul palcoscenico del teatro Valle sono stati proiettati foto e spezzoni di spettacoli teatrali che hanno visto Mastroianni protagonista. Fotos: Divulgação Nova safra do cinema pelo Rio, falou sobre a possibilidade de morar aqui, mas confessou que ainda não sabe quando. — Não tenho família no Brasil, mas tenho muitos amigos. Gostaria muito de trabalhar numa produção brasileira. Adoro esse lugar. O Rio é a cidade mais bela do mundo, sem dúvidas. Um dia voltará aos esplendores de antes — afirma. A admiração de Amato pela cultura brasileira é bastante notável no esforço que ele faz para se expressar e falar bem o idioma. Com uma desenvoltura de causar inveja, o ator gosta de dar entrevista em português e, por incrível que pareça, aprendeu a língua ouvindo música. Fotos: Roberth Trindade L á se foi o tempo em que o cinema italiano remetia o público a atores como Mastroianni, Claudia Cardinale ou Sophia Loren. Com o surgimento de novas produções vindas da bota, nomes diferentes despontam em direção aos holofotes. Despojado, vestindo terno e sandálias argentinas, Vincenzo Amato se sentiu em casa durante sua passagem pela Cidade Maravilhosa. O protagonista italiano de “Nuovomondo”, que concorre ao melhor filme estrangeiro no Oscar de 2007, arriscou com desembaraço um português bem falado numa entrevista no Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro. O ator, de 40 anos, começou sua carreira em 1997 participando do filme “Once we were strangers”, de Emanuele Crialese. Logo depois, em 2001, novamente com o mesmo diretor, Amato atuou em “Respiro”. O sucesso veio à tona com “Nuovomondo”. — Meu reconhecimento profissional na Itália foi muito grande depois que o filme foi lançado no cinema. Tornei-me uma pessoa conhecida, mas, sinceramente, não gosto muito desse assédio todo — conta Amato, que nasceu em Palermo, na Sicília, mas mora em Nova Iorque desde 1993. — Fui para os Estados Unidos por causa de um casamento de um amigo e acabei ficando. A cidade me deu boas energias e a possibilidade de começar a vida do zero — acrescenta. Em dezembro, a Embaixada da Itália no Brasil promoveu um evento que disponibilizou ao público dos estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e da capital Brasília, um pouco do talento do cinema italiano exibido na 63ª Mostra Internacional de attualità O ator siciliano começou a carreira em 1997 Vincenzo Amato, protagonista de “Nuovomondo”, filme indicado ao Oscar de 2007, fala sobre o longa, o sucesso e a paixão pelo Rio Nayra Garofle Arte Cinematográfica de Veneza. Na ocasião, sete filmes foram apresentados. “Nuovomondo” foi um deles e Amato veio jogo. Trata-se de um homem simples, mas guiado por uma lúcida consciência que o leva a enfrentar uma longa e perigosa viagem através do oceano para chegar em Nova Iorque. Não está à procura de uma grande fortuna. Seu objetivo é achar um emprego e uma casa para sua família. Uma atmosfera de mistério envolve toda a viagem: desde os rituais antes da parti- ComunitàItaliana / Janeiro 2007 ao Brasil especialmente para divulgar o longa. O siciliano já havia visitado o país por três vezes e, apaixonado da até os cuidados que a mãe de Salvatore reserva aos habitantes do vilarejo acometidos por estranhas patologias. Nada assusta a família Mancuso, sequer os minuciosos exames físicos e psicológicos aos quais os imigrantes eram submetidos após desembarcarem, pois o resultado determinava o direito de ficar no Novo Mundo ou a obrigação de voltar ao Velho. — Adorava as músicas de Vinícius de Moraes e queria entender as letras. Me esforcei, fui tentando traduzir e aprendi o português assim. Sempre que tenho dúvidas em alguma palavra, recorro a uma música que possa me ajudar a achar a expressão mais correta — revela o siciliano. Quanto ao Oscar, o ator afirma estar muito contente e satisfeito porque, de uma forma ou de outra, segundo ele, isso mostra que o trabalho foi bem feito. No entanto, Vincenzo é decisivo quando diz que o sucesso não lhe enche os olhos. — Isso tudo é muito bom, mas o que me importa mesmo é que a mensagem do filme seja divulgada aqui nas Américas. Muitas pessoas vão poder ver a mesma história que seus familiares viveram no século passado e isso é de uma riqueza cultural muito grande — diz. L’Italia ricorda uno dei suoi più grandi attori, Marcello Mastroianni Ana Paula Torres P Corrispondente • Roma er molti, semplicemente “Marcello”. Se n’è andato dieci anni fa lasciando un vuoto incolmabile e un mare di ricordi che si mantengono tuttora estremamente vivi grazie alle immagini degli oltre 140 film che interpretò in più di quarant’anni di carriera. Marcello rappresentava la commedia all’italiana degli anni ’60, insieme a Vittorio Gassman, Alberto Sordi, Nino Manfredi e Ugo Tognazzi. Molte sono state le manifestazioni organizzate, soprattutto il 19 dicembre, giorno della sua morte, avvenuta a Parigi. All’Auditorium Parco della Musica, è stato presentato per la prima volta il documentario “Marcello, Una Vita Dolce”, realizzato da Mario Canale e Annarosa Morri e prodotto da Surf Film, Orme, ACAB, LA7 e dalla Regione Lazio. Il filmato ha la voce narrante di Sergio Castelletto e le musiche di Armando Trovajoli. Il canale televisivo Retequattro ha ricordato Marcello con ben tre film: “I soliti ignoti”, “La Dolce Vita” e “Il passo sospeso della cicogna”. Su Raitre, invece, è andato in onda un documentario che ritrattava un Marcello Mastroianni meno divo e più uomo nei ruoli di padre, amante e marito. Alla Casa del Cinema è stato proposto il film “L’ armata ritorna” di Luciano Tovoli. Si tratta di un film drammatico del 1983, tratto dal romanzo di Ismail Kadaré, che mette in luce la crudeltà e l’ottusità della guerra nel quale Mastroianni recita insieme a Michel Piccoli e Anouk Aimee. Tra l’altro questo è stato uno dei pochi film che non è stato proiettato durante la grande rassegna dedicata all’attore in occasione della Festa del Cinema di Roma, nell’ottobre scorso. Un’altra iniziativa avvenuta a Roma è stata quella promossa dal Centro Mastroianni, in collaborazione con il Comune di Roma e “Artisti Riuniti”, associazione culturale senza scopo di lucro, fondata da autori e produttori di cinema, teatro e televisione per promuovere il teatro a Roma. Si è trattato di una serata omaggio a Marcello “La grandezza di un artista – ha affermato il presidente della Regione Lazio, Piero Marrazzo – si misura soprattutto dall’affetto con il quale il pubblico lo segue e lo ricorda. A dieci anni dalla scomparsa di Marcello Mastroianni – prosegue – sono orgoglioso di unirmi alle celebrazioni per un uomo e un attore che ha dato lustro al nostro cinema e alla nostra regione. Un artista che è stato capace di trasmettere emozioni a diverse generazioni di spettatori e di legare il suo volto e la sua arte ad un limpido esempio di italiano”. Film come “I soliti ignoti”, “La dolce vita”, “Il bell’Antonio”, “8 e ½”, “Divorzio all’italiana”, “Ieri oggi e domani”, “Matrimonio all’italiana”, “Una giornata particolare”, sono dei capolavori del cinema italiano arricchiti dalla sua inimitabile presenza scenica. Un volto particolare, dai tratti dolci, persona piena di fascino e carisma, ecco com’era Marcello che lungo la sua carriera è stato diretto dai più grandi registi italiani, come Mario Monicelli, Luciano Emmer, Dino Risi, Lucchino Visconti, Vittorio De Sica, Michelangelo Antonioni, Ettore Scola e Giuseppe Tornatore. Ma l’affinità maggiore è stata in assoluto con Federico Fellini che ha dato alla fama l’attore ciociaro con l’interpretazione di Marcello Rubini in “La Dolce Vita”, nel 1960. Mastroianni, premiato due volte con la coppa Volpi, non ha mai vinto un Oscar, nonostante le fortune del cinema italiano all’estero proprio negli anni d’oro della sua carriera. Nel 1990, alla Mostra del Cinema di Venezia, gli è stato conferito il premio alla carriera. E un anno dopo la sua morte, il direttore della medesima mostra creò il premio Marcello Mastroianni. L’uomo Marcello Marcello Mastroianni nasce a Fontana Liri, provincia di Frosinone il 28 settembre 1924 presso una famiglia di origine contadina. Trasferitosi a Roma con i genitori, si avvicina al teatro frequentando il Centro Teatrale Universitario dove conosce Giulietta Masina, che lo presenta al marito Federico Fellini. Debutta nel cinema negli anni 40 con “I Miserabili” di Riccardo Freda. Nella sua carriera interpreta svariati generi, dalla commedia sentimentale al dramma, dalla satira di costume al film storico fino ad arrivare al grottesco e al surreale. Mastroianni come Marcello Rubini in “La Dolce Vita” nel 1960 Janeiro 2007 / ComunitàItaliana 39 Roma cultura Uno sguardo napoletano Ana Paula Torres Artista italiano Francesco Jodice visita e si ispira a San Paolo per fare documentario che ritrae la vita urbana nelle città C Fotos: Divulgação O trabalho tem a duração de 48 minutos e foi realizado exclusivamente para uma mostra internacional de arte realizada na capital paulista Paolo, che è finita il mese scorso dopo 64 giorni di visite gratuite del pubblico paulistano e che ha avuto come tema centrale “Come vivere insieme”, una proposta di riflessione sulla vita collettiva nello spazio urbano. Oltre a lui, altri 95 artisti internazionali hanno esposto i loro lavori e appena altri 22 erano brasiliani. I curatori della Biennale hanno cercato chi avesse incorporato la questione dei limiti, frontiere, e l’inclusione della “differenza” nel contesto della vita urbana al tema centrale. ComunitàItaliana / Il suo lavoro Seu trabalho, Narradores urbanos de São Paulo [Narratori urbani di San Paolo] ha dato origine ad un documentario di 48 minuti sulla città ed è stato realizzato esclusivamente per la mostra internazionale di arte di San Paolo. È stato presentato all’apertura e dopo è stato trasmesso dalla TV Cultura. In questo film, si è preoccupato di ritrarre le persone ele storie — San Paolo è una ipercittà piena di diverse anomalie e problemi. Quello che mi interessa è la capacità di sopperire con fenome- Dezembro 2006 Habemus papam “H abemus papam – As eleições Pontifícias de São Pedro a Bento XVI” é o nome da exposição que acontece em Roma até 7 de abril. Realizada pelos Museus Vaticanos, com a colaboração de outras instituições italianas do ramo, a mostra propõe uma viagem no tempo através de documentos, pinturas, gravuras, retratos, jóias, vestidos de época e outros objetos. O objetivo principal é percorrer a história dos papas, partindo de São Pedro até chegar aos dias atuais, com Bento XVI. No total, 140 obje- De Sica em cartaz “P arlami di me” é o musical de Maurizio Costanzo e Enrico Vaime, com direção de Giancarlo Sepe, que traz como protagonista Christian De Sica, um dos intérpretes cinematográficos, televisivos e teatrais mais amados pelo público italiano. O filho do saudoso Vittorio De Sica, atua no espetáculo, em cartaz de 27 de fevereiro a 8 de abril, que é repleto de música italiana e estrangeira mesclada à interpretação do prólogo. Oito bailarinas e quatro atores completam o elenco que propõe duas horas de diversão ao público presente. O musical é apresentado no Teatro “Il Sistina” na Via Sistina, 129. O preço dos ingressos varia de E 20 a 44. omeçou a turnê do jovem cantor e compositor Tiziano Ferro. O show “Nessuno è solo” apresenta as músicas do seu último álbum, lançado em junho de 2006, após três anos da publicação do famoso “111”. “Nessuno è solo” foi inteiramente composto pelo artista e teve seu lançamento em 44 países. São 11 faixas que sintetizam viagens e experiências que Tiziano teve pelo mundo, unindo ritmos eletrônicos e internacionais ao pop melódico italiano. Em Roma, o artista fará dois shows durante os dias 16 e 17 de fevereiro, no Palalottomatica situado no Piazzale dello Sport. Os ingressos custam de E 30 a 37. Fotos: Reprodução È ni di auto-organizzazione ove lo Stato e la società non riescono a sostenersi con condizioni di vita accettabili – dice indignato. Ciò che l’ha colpito nella città sono stati i guidatori di carrozze, i graffitisti e il ‘doppio lavoro’ dei poliziotti dello Stato come professionisti privati, oltre all’uso degli elicotteri come taxi aereo e anche le macchine blindate. — Mi preoccupo anche con la mentalità che, alle volte, è poco disposta ai cambiamenti sociali, alla vera integrazione. Alle volte, sorge una sensazione di controllo eccessivo delle libertà individuali. In altri casi, lo spazio pubblico è il luogo dove spesso rimangono abbandonati gli emarginati – dice. Lui definisce il suo lavoro come quello di un “trasferitore”: — Colui che prende i mobili – le storie – da una casa – città – e li porta da un’altra parte facendo sí che divengano conosciuti – spiega. Per ciò che riguarda le preoccupazioni del mondo moderno, Jodice crede che l’universo stia cambiando, ma non necessariamente in peggio. — Succedono guerre, oppressioni, tragedie, ma sommando tutto viviamo in una media migliore di alcuni ateniesi ai tempi di Pericle – dice. Tra le sue recenti esposizioni individuali ci sono “The Morocco Affair”, alla Galleria Marta Cervera, Madrid [2005], “Private Investigations”, alla Galleria Mudimadue, a Berlino [2004] e “The Mersey Valley Case”, alla Open-eye Gallery, a Liverpool [2004]. L’artista ha anche partecipato al gruppo Multiplicity alla 50ª Biennale di Venezia [2003]. Francesco Jodice è in Brasile per la quarta volta ed ha già lavorato con il giovane artista brasiliano di San Paolo, Beto Shwafaty. In Italia, Jodice dice che quasi non lavora. Le ultime ricerche e progetti sono stati realizzati e esposti alla Biennale di Venezia, nella Galleria di Arte Moderna di Torino e alla Triennale di Milano. Reprodução Marcos Petti difficile non ricordare l’arte di raccontare storie quando parliamo di Francesco Jodice. Laureato in architettura, è nato a Napoli, ha 39 anni e oggi abita nell’Italia del nord, a Milano. Ma questo italiano ha finito coll’acquisire nuove qualifiche in altre aree e, recentemente, ha scelto la capitale paulista come ispirazione per il suo nuovo lavoro. — Mi interessano le opere e teorie di Rem Kholhaas. Tra gli italiani, Stefano Boeri è un architetto e un intellettuale straordinario – dice. Jodice lavora come fotografo dal 1996 e con il video, facendo documentari. Secondo lui, in una società che interagisce molto con la comunicazione e “male con le immagini” forse è necessario “costruire nuovi dialoghi usando come convenzione le stesse immagini”. Per sviluppare i suoi lavori, dice di basarsi sulla storia di tutti i giorni e su come sono raccontate le notizie dai giornali e dalla televisione. — Ancor di più quelle non raccontate – chiarisce. Fin dal 2004, Jodice è professore di Teoria e Pratica dell’Immagine Tecnologica presso la Facoltà di Design e Arte, all’Università di Bolzano. Nel 2000 ha fondato il Multiplicity, una rete internazionale di artisti e architetti. Tra i lavori più recenti, What we want [Cosa vogliamo] è una specie di atlante dei comportamenti sociali e urbani che riguarda 50 metropoli. Le immagini che compongono questo progetto descrivono la geografia urbana proiettata dai nuovi pionieri che osservano le recenti modifiche nelle relazioni reciproche tra pietre e persone. Esse riflettono anche le modifiche dello sguardo necessarie ad intercettare un paesaggio non più comprensibile da un unico punto di vista. Jodice è stato invitato a partecipare alla 27ª Biennale di San 40 “Nessuno è solo” tos estão expostos, muitos dos quais pela primeira vez, e se dividem em quatro seções que vão da morte e funeral do papa à cerimônia de posse de seu sucessor, passando pelas seções dedicadas ao conclave e à proclamação do novo pontífice. A exposição foi montada no Apartamento Pontifício de Representação, no interior do Palácio Apostólico de Laterano localizado na Piazza San Giovanni in Laterano. A entrada é feita pela Basílica de San Giovanni in Laterano. Das 9 às 16h45. Fechado aos domingos. O ingresso é E 5. Como manda a tradição E m Roma o que não falta é arte, monumentos, história e por que não, restaurantes. Mas nem sempre é fácil encontrar um onde sejam servidos pratos romanos, realizados como manda a tradição. Para quem percorre alguns quilômetros e da capital segue em direção aos “Castelli Romani”, a satisfação é garantida. Em Ariccia, encontra-se a “Osteria Panza mia fatte capanna”. Lá “spaghetti alla carbonara”, “bucatini all’amatriciana”, “coda alla vacinara”, “fagioli con le cotiche”, “l’abbacchio alla scottadito” e tantos outros pratos, são preparados como antigamente. O restaurante fica na Via dell’Uccelliera, 18. Mais informações pelo telefone 347/4855293. Janeiro 2007 Deu Brasil na virada do ano E viva 2007 ao som de música brasileira! Foi assim que milhares de romanos e turistas brindaram a chegada do novo ano na capital italiana. A prefeitura de Roma presenteou o público com um show gratuito de Fiorella Mannoia, acompanhada por Carlinhos Brown, Chico César e Adriana Calcanhoto. A cantora romana lançou no mês passado o álbum “Onda tropicale” inteiramente dedicado ao Brasil. A proposta do prefeito de Roma, Walter Veltroni, era entrar em 2007 com a alegria e energia do povo brasileiro. E a população aderiu em peso ao convite, guiada pela fama de Fiorella Mannoia e do carnaval brasileiro. / ComunitàItaliana 41 curiosidade Um cão pra chamar de seu Raças italianas conquistam brasileiros apaixonados por caninos D Nayra Garofle izem que a paixão pelos cães começa desde cedo. Ou você ama ou detesta esses seres de quatro patas, de temperamentos diferentes, que adoram lamber os donos e que muitas vezes se fazem os melhores companheiros durante uma boa parte de sua vida. Inúmeras são as raças reconhecidas oficialmente e, dentre elas, há três tipos italianas que mais predominam no Brasil: o Cane Corso, o Mastino Napoletano e o Pequeno Lebrel Italiano. Fotos: Divulgação Mastino Napoletano: raça milenar é símbolo nacional italiano De acordo com o presidente do Conselho Cinotécnico da Confederação Brasileira de Cinofilia, Domingos Setta, além dessas três raças que prevalecem no Brasil, há também outras, com um registro menor, como o Braco Italiano, Pastor Maremano Abruzês, Pastor Bergamasco, Volpino Italiano, Spinone Italiano, Lagotto Romagnolo e o Bolognese. — Não sabemos porque essas três raças predominam aqui no Brasil. Acreditamos serem do agrado de seus proprietários e criadores — diz. O Cane Corso é uma raça muito antiga e desenvolvida na região meridional da Itália, na época do Império Romano. É um animal de grande porte e selecionado para guarda. Ágil e potente, o Corso é bastante confiável e muito tolerante com as crianças. Uma das primeiras criadores da raça no Brasil, a veterinária Sandra Kaufman, já exportou cães para Portugal, Bélgica, Angola, França e Estados Unidos. Cesar de Jomaiana, de criação do Canil Kaufman, cão cujo proprietário é o apresentador Fausto Silva, foi campeão mundial na Polônia, vencendo, por beleza, mais de 200 cães italianos. — Cesar é o nosso orgulho. Já ofereceram 40 mil euros por ele, mas ele não tem preço — revela. A beleza da raça é exótica. O Cane Corso tem uma musculatura bem desenvolvida. Apesar de dócil, sua aparência causa um certo temor. Segundo a veterinária, o animal também tem um temperamento bastante equilibrado. — Sempre admirei a raça pelo temperamento dela. Foi por isso que decidi começar a minha criação. Hoje Mastino Napoletano temos mais de 20 matrizes e cerca de cinco padreadores — conta Kaufman, proprietária de um canil especializado na raça há 10 anos. Mas se você já estava pensando em “adotar” um Cane Corso, vai ser preciso colocar a mão no bolso e desembolsar uma boa quantia. É que um filhote pode custar até R$ 5 mil. Falando nisso, o apresentador do Video Show, André Marques, ao gravar uma matéria sobre o Cane Corso de Faustão, se apaixonou pela raça e encomendou um. Hoje, o global tem o Nero como companhia. — De todas as raças que tenho, esta foi a que mais me conquistou. Meu plano era deixá-lo na fazenda, mas vou mantê-lo comigo e com os meus cinco Poodles, o Yorkshire e o Bulldog — comenta André. Já o Mastino Napoletano é uma raça milenar. Suas origens remontam há cerca de 3.200 anos antes de Cristo. Descendente do Mastim Tibetano, origem aliás de todos os cães molossóides [grupo de cães de físico forte], o tipo quase se tornou extinto. É que durante a Segunda Guerra, poucos cães sobreviveram na Itália devastada e faminta. Mas, através de criadores que zelam pela raça pura com a intenção de preservar as principais características desenvolvidas em Nápoles, berço da raça, hoje o Mastino é símbolo nacional italiano. O dentista Rodrigo Hernandes procurava um cão de guarda que prometesse a vigilância de sua residência e nenhum perigo para a sua família. Foi quando conheceu a raça e se encantou. De dono de cachorro a criador foi um pulo. Hoje, ele é proprietário do Canil Hernandes Tamanho – 60 a 75 cm Peso – 50 a 70 kg Pelagem – curta e lisa Aptidão – guarda e defesa, policial e rastreador de pistas Área para criação – grande Estimativa de registro no Brasil: 12.514 cães registrados * André Marques feliz ao lado de Nero. Faustão com seu maior orgulho: Cesar de Jomaiana. Ao lado, Cesar faz pose de campeão que conta com cerca de oito cães entre padreadores e matrizes. — Já vendi filhotes para todo o Brasil. O Mastino é extremamente inteligente e altamente confiável — afirma. De cabeça muito grande e mandíbulas capazes de triturar ossos de boi em pouquíssimos minutos, o cão, quando relaxado, apresenta pregas e barbelas que caem e vão se desdobrando em outras. Mas se ele pressente perigo, seu semblante muda e sua expressão torna-se assustadora. Excelente como guarda, não exige tantos cuidados pois pouco adoece. Um filhote pode custar até R$ 2 mil. Ao contrário das duas raças descritas acima, existe uma, de predominância no Brasil, bastante curiosa: o Pequeno Lebrel Italiano. A história conta que a raça pode ter se ori- Cane Corso Tamanho – 60 a 68 cm Peso – 40 a 50 kg Pelagem – curta e brilhante Aptidão – guarda, proteção, policial e rastreador Área para criação – grande Estimativa de registro no Brasil: 1.527 cães registrados * ginado há mais de dois mil anos na Bacia do Mediterrâneo. Durante o século 16, os italianos, que eram apreciadores de cães-miniaturas, passaram a preferir o Lebrel, que ficou conhecido como “Piccolo Leviero Italiano”. Com uma disposição fora do comum, o Lebrel é o menor cão que caça com a visão. Adora o conforto de um apartamento, não solta pêlo e não tem o odor típico dos cães. Sensível e alerta, mesmo após a maturidade, continua esperto e brincalhão, sendo um ótimo companheiro para as crianças. Um filhote pode custar até R$ 1.200. Se você quiser “italianizar” de vez a sua família, com direito a cachorro de raça italiana, pode começar a escolher. Pequeno Lebrel Italiano Tamanho – 32 a 38 cm Peso – máximo 5 kg Pelagem – curta e lisa Aptidão – caça a lebres e corridas Área para criação – pequena Estimativa de registro no Brasil: 929 cães registrados * *Números fornecidos pela Confederação Brasileira de Cinofilia 42 ComunitàItaliana / Janeiro 2007 Janeiro 2007 / ComunitàItaliana 43 curiosità italian style Ruzzenente immagine e comunicazione - Verona Bertagnolli: tradizione e salvaguardia dell’ambiente 44 Posso offrirti una grappa? Viaggio alla scoperta dei sapori e profumi della grappa trentina in una delle distillerie più antiche d’Italia Ana Paula Torres Corrispondente • Roma pe Bertagnolli e vede un costante impiego di risorse che hanno permesso l’introduzione di strumentazioni sofisticate. Tradizione ed innovazione, qualità e prestigio sono quindi i punti forza su cui si basa tutta l’attività Bertagnolli, perpetuando un’arte che, attraverso il tempo, si è mantenuta fedele alle nobili origini dalle quali ha preso vita. — “Ricordo con quanto entusiasmo e delicatezza al tempo stesso, mio padre mi ha avvicinato alle nostre tradizioni, facendomi respirare quell’aria magica che in distilleria aleggia. — racconta Livia Bertagnolli — Il fascino di portare avanti un’azienda ultracentenaria è grande — aggiunge — rapresentare la quarta generazione è un impegno oltre che un orgoglio. Riuscirci, una sfida.” ComunitàItaliana / Janeiro 2007 La Distilleria Bertagnolli dedica una particolare attenzione non solo alla qualità dei suoi prodotti ma anche alla salvaguardia dell’ambiente e del l’equilibrio dell’ecosistema in Trentino. Allo scopo di evitare inquinamenti l’azienda ha investito delle risorse in ricerca e mezzi, per dotare l’intero ciclo produttivo di un sofisticato sistema computerizzato, finalizzato al controllo dei liquidi di scarto. Grazie a tali accorgimenti la Bertagnolli si è fregiata del titolo di Distilleria Verde. La produzione L’origine delle vinacce, provenienti dai diversi vitigni presenti sul territorio trentino, determinano la peculiarità di ogni grappa, che diviene quindi un prodotto unico, dove profumo e sapore si rivelano i principali elementi di distinzione. Come il vino pregiato, così anche le grappe, giovani, invecchiate, aromatiche o secche, possono abbinarsi in modo eccellente alle diverse specialità gastronomiche. Le grappe Bertagnolli si pregiano del marchio dell’Istituto Tutela Grappa del Trentino, che certifica l’origine e la qualità della grappa. E come si producono le grappe? Le vinacce miscelate con l’acqua sono portate ad ebollizione attraverso il sistema discontinuo a bagnomaria, alimentato a vapore. Con questo modo, è possibile ottenere una distillazione lenta, riparando le vinacce da possibili scottature. Da questa lavorazione, ne risultano grappe dalle notevoli componenti aromatiche che si espandono in un gusto morbido e rotondo. Un altro elemento che non può essere per niente trascurato è l’alambicco, che in questa distilleria sono tutti fatti con il rame. Questo metallo viene utilizzato per le sue note proprietà di conduttore di calore, caratteristica che contribuisce a dei risultati migliori durante la distillazione. La grappa di Teroldego è uno dei prodotti dell’azienda e si ottiene dalle vinacce provenienti dal vitigno autoctono, presente nel territorio tra i comuni di Mezzolombardo, Mezzocorona, San Michele All’Adige. La grappa di Moscato, invece, è indubbiamente la più caratteristica delle grappe trentine. Dal sapore aromatico, intenso ed armonico, viene prodotta con vinacce scelte di uva moscato giallo coltivate sulle colline del Trentino. Un prodotto di nicchia che presenta un delicato profumo di petali di rosa è invece la grappa di Traminer, ottenuta dalle uve Traminer, colvitate sui pendii delle montagne trentine. Un altro prodotto di eccellenza è la grappa Decem invecchiata per dieci anni in barriques che vengono sostituite ogni 12 mesi. Ha un profumo intenso, caratterizzato dall’invecchiamento, mentre il sapore è morbido e vanigliato. Secondo i suoi produttori, per gustarla in pieno, la grappa Decem necessita di una corretta ossigenazione. Prima di bere, si consiglia di lasciarla riposare nel bicchiere per qualche minuto. Brilho “molhado” Você abre a torneira e um raio de luz ilumina a sua pia! Não é mágica. É um toque a mais de decoração para o seu banheiro. A iluminação azul se apaga no momento em que você fecha a torneira. O preço? E 16,90 É só encher! Se você é fanático por futebol, que tal decorar a sua casa, nos dias que a turma se reúne para assistir aquele jogo na tv, com este puff inflável? Leve e resistente, é fácil de encher e rápido de esvaziar, graças à sua prática válvula de segurança. Você leva o puff para a sua casa por E 19,90 Fotos: Divulgação Ana Paula Torres I l Trentino Alto Adige, regione italiana famosa per la bellezza della sua natura è anche famosa per la produzione di vini e di grappe. La varietà del clima e le caratteristiche dei diversi terreni, hanno contribuito in modo determinante all’inserimento e coltivazione di vari vitigni autoctoni e d’importazione. La Distilleria Bertagnolli, situata nel comune di Mezzocorona, in provincia di Trento è indubbiamente una delle aziende italiane più antiche e premiate che opera in questo settore. La Bertagnolli nasce nel XIX secolo, precisamente nel 1870, quando Giulia de Kreutzenberg, ricca possidente e proprietaria di una delle più grandi aziende della Piana Rotaliana si sposa con Edoardo Bertagnolli, capostipite della famiglia ed erede di una consolidata tradizione di farmacisti. La passione di Giulia e la conoscenza di Edoardo nell’impiego dell’alambicco per la distillazione a bagnomaria, danno origine a distillati di grande qualità che vengono apprezzati con riconoscimenti ufficiali e permettono che la Distilleria Bertagnolli diventi il fornitore ufficiale della Casa Imperiale Asburgica. Ancora oggi, l’azienda viene amministrata dai discendenti di Giulia ed Edoardo che mantengono vivi la passione, dedizione, competenza e spirito innovativo dei loro antenati. Gli obiettivi principali verso i quali la famiglia Bertagnolli ha indirizzato sforzi, impegno ed iniziative, sono stati il raggiungimento ed il mantenimento della qualità dei distillati da loro prodotti. L’attuale conduzione dell’azienda viene affidata a Livia e Bep- Geladinho Mantenha o Rapid Ice sempre no seu congelador e, depois, basta retirá-lo e colocar a garrafa dentro dele. Instantes depois sua bebida estará gelada! Este recipiente é indispensável para o verão. E 11,90 Natureza & Tecnologia As crianças vão achar o máximo esses dois amplificadores com o formato de simpáticos pingüins que podem ser ligados no computador ou no rádio. Detalhe: os olhos se movem conforme o ritmo da música. E 24,90 Tempero no gatilho Se você adora usar pimenta na sua comida, este aparelho vai ser muito útil. Agora já é possível moer os grãos de pimenta com uma só mão: basta apertar o gatilho e pronto! Com material resistente, o aparelho ainda pode servir como peça decorativa na sua cozinha. E 12,90 Os produtos acima mencionados estão disponíveis apenas no mercado italiano. Janeiro 2007 / ComunitàItaliana 45 esporte Divulgação Feliz Ano Pan! Evento esportivo chega ao Rio de Janeiro e a Comunità prepara um especial para você ficar por dentro de tudo que acontece na competição Cauê, “homem bom” em tupi, é o mascote dos jogos. Seu nome foi escolhido por votação que teve 1,2 milhão de eleitores 46 ComunitàItaliana / Janeiro 2007 Rapidinhas - Menos de uma semana após o Campeonato Mundial masculino, o ponteiro Giba retornou ao convívio familiar em Busca. É na pequena cidade na região do Piemonte, no noroeste da Itália, que o melhor jogador do Mundial vive com a mulher, a romena e também jogadora de vôlei Cristina Pirv, e a filha Nicoll. O ídolo do time de Cuneo, Bre Banca Lannutti, voltou aos treinos para a disputa do Campeonato Italiano. Giba ainda não Alice Fernandes / G.R.E.S. Portela lhorando suas colocações com o comando do técnico José Roberto Guimarães, a equipe tem três jogadoras no exterior e todas elas atletas de equipes italianas: a levantadora Fofão e a meio-de-rede Walewska são do Pallavollo Perugia. Já a oposto Sheilla atua no Robursport. Nada mal para um país onde o segundo esporte consegue exportar 348 atletas, quantidade suficiente para formar 58 equipes. Segundo dados da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), a Itália é o “sonho europeu” para quem joga vôlei no Brasil. O país tem 16 mulheres e 36 homens brasileiros atuando no esporte. — Não podemos impedir que os jogadores saiam do país para buscar campeonatos mais fortes e salários mais altos. Como acontece no futebol, os jogadores saem para buscar o melhor do vôlei no planeta — explica o superintendente da CBV, Marcelo Wangler, em recente entrevista. Clubes europeus chegam a pagar até o equivalente a 650 mil dólares de salário para contratar um jogador brasileiro, além de outras ofertas como casa, automóvel e até passagens de graça durante o ano para ele e seus parentes. Divulgação CBV possamos, num primeiro momento, imaginar. A bota tem tradição nos principais esportes que serão apresentados nos Jogos Pan-Americanos e está envolvida desde a confecção de material como no emprego dos principais atletas que desfilarão pelas ruas da Cidade Maravilhosa. A começar pelo vôlei. Embalados pela conquista do bicampeonato mundial, os meninos da seleção brasileira tentarão seu único título inédito: a medalha de ouro. O time tem aproveitamento exemplar desde 2001, quando Bernardinho assumiu a função de técnico. Disputou 21 campeonatos e ganhou 17 títulos. Em 198 jogos oficiais, o Brasil venceu 180, ou seja, ganhou 91% das vezes que entrou em quadra. Direta ou indiretamente, a Itália contribui para essa formação. Além de ser um dos principais adversários do Brasil em competições como a Liga Mundial, cuja rivalidade é tão histórica quanto uma partida de Brasil e Argentina no futebol, é na Itália que nove dos 12 jogadores da seleção adulta jogam e ganham a vida. O melhor jogador do mundo, o ponta Gilberto Godoy, mais conhecido como Giba, atua pelo Cuno Piemonte Volley. Os xarás André Heller e Nascimento se encontram no Trentino. Do Piacenza vem o oposto Anderson e o líbero Serginho. O levantador Ricardinho joga no Modena, enquanto Rodrigão é meio-de-rede no Macerata e os irmãos Gustavo e Murilo Endres brilham respectivamente no Sisley Treviso e no Vibo Valentia. A seleção feminina também não fica atrás. Me- Giba tem colhido bons frutos no trabalho, como a conquista da última Olimpíada, e em casa. Bernardinho é o comandante do “time dos sonhos” Divulgação ano de 2007 chega cheio de expectativas para milhares de brasileiros. Cidade sede dos Jogos Pan-Americanos 2007, o Rio de Janeiro deve receber cerca de 5.500 atletas, distribuídos em 28 modalidades e 42 países. Mas o preparatório para a festa, referência para as Olimpíadas, começou bem cedo e requer uma organização necessária para um verdadeiro espetáculo. Com custo estimado em 4,7 bilhões de dólares, a realização dos Jogos [dos quais participam as três Américas, dos dias 13 a 29 de julho] prevê investimentos em construção de novas instalações esportivas e modernização das já existentes, em logística, transportes, hospedagem, cerimoniais, além de atendimento aos visitantes [imprensa, público, delegações e federações internacionais]. E não pára por aí: as 500 mil pessoas que devem passar pelo Rio podem gerar um retorno financeiro de aproximadamente um bilhão de dólares, segundo a Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur). Mas você deve estar pensando: o que a Itália tem a ver com tudo isso? Muito mais do que Divulgação O Sílvia Souza sabe se brigará pelo tricampeonato, em 2010. A competição acontecerá na Itália. - O vôlei foi criado em 1895 pelo professor William G. Forman. Conhecida como “minonette”, a modalidade tinha regras um pouco diferentes das atuais. O esporte é disputado por duas equipes de seis atletas, separadas por uma rede por cima da qual a bola deve passar na disputa dos pontos. Cada jogo é o melhor de cinco sets. Os quatro primeiros vão a 25 pontos [a menos que haja empate em 24, quando o set é prorrogado até que um time abra vantagem de dois pontos] e o último vai a 15 [valendo a mesmo regra em caso de empate em 14 pontos]. Para conseguir um ponto, uma equipe tem que fa- zer com que a bola caia no campo adversário, dispondo de um máximo de três toques, além do contato do bloqueio, para consegui-lo. Atualmente, os atletas podem usar quaisquer partes do corpo para tocar na bola, mas não podem agarrar ou conduzir a bola. Um jogador não pode dar dois toques consecutivos na bola, exceção feita apenas para a ação do bloqueio. - Na praia, o esporte é disputado desde as décadas de 40 e 50 em países de litoral extenso tais como Estados Unidos e Brasil. Mas somente em 1986 a Federação Internacional de Vôlei reconheceu a modalidade, concedendo-lhe um estatuto e regras próprias. O vôlei de praia é jogado em duplas, mas as disputas são em melhor de três sets. Os dois primeiros vão até 21 pontos [em caso de empate em 20, a disputa é prorrogada até que uma dupla abra dois pontos de vantagem] e o último vai a 15 [valendo a mesma regra em caso de empate em 14]. - A primeira aparição do vôlei nos Jogos Pan-americanos foi em 1955. Já o vôlei de praia, sur- giu na competição em 1999. No Pan-Americano do Rio, as partidas vão ser realizadas no Ginásio do Maracanãzinho [para a modalidade de quadra] e na Arena da Praia de Copacabana [praia]. - O técnico da seleção brasileira masculina de basquete, Lula Ferreira, vai com tudo em busca do tricampeonato nos Jogos Pan-Americanos em julho. A competição será encarada como um treino de luxo para o Torneio pré-Olímpico, que classificará apenas duas das dez equipes competidoras. “O Pan servirá de preparação para o Pré-Olímpico, que será uma competição muito dura. São dez jogos em onze dias. Temos que estar bem preparados fisicamente”, diz o técnico. Com a desistência dos Estados Unidos, os principais adversários do Brasil serão Argentina e Canadá. - Uma peça importantíssima na armação da equipe brasileira masculina de basquete, o jogador Leandrinho pode desfalcar a equipe no Pan e no Pré-Olímpico de Las Vegas. O Phoenix Suns, sua equipe na NBA, não está disposto a cedê-lo à Confederação Brasileira de Basquete (CBB) nas férias de 2007. Janeiro 2007 / Leadrinho (no alto) é destaque na seleção de basquete. Diego Hypólito se prepara para o Carnaval - Com o enredo “Os deuses do Olimpo na terra do carnaval, uma festa do esporte da saúde e da beleza”, a escola de samba carioca Portela vai homenagear os atletas envolvidos no Pan-Americano. Além de apresentar as principais modalidades disputadas atualmente, o desfile da azul e branca vai destacar a importância do esporte na inclusão e no desenvolvimento social, na educação, na promoção da cultura da paz; e, na promoção da irmandade entre os povos. Os irmãos ginastas Diego e Daniele Hypólito participam da folia. - Vencedor da mais tradicional prova do atletismo no Brasil, a corrida de São Silvestre, o atleta Franck Caldeira entrou 2007 de olhos abertos para o Pan do Rio. Ele já fez a opção pela modalidade que disputará nos Jogos. Caso se classifique para a maratona e a prova dos dez mil metros, o corredor ficará com a primeira disputa. Ele considera a maratona uma prova de maior visibilidade e acredita que o calor carioca o ajudará na competição. ComunitàItaliana 47 moda moda La Bernardini é a primeira P ouca gente sabe mas é de origem italiana a primeira mulher, no mundo, a vestir um duas-peças, nos anos 40. Trata-se da stripper, Micheline Bernardini, que trabalhava para um cassino na França. O biquíni foi criado pelo estilista francês Louis Réard que buscou inspiração no atol de Bikini, no Pacífico, para batizar sua invenção. E no dia 4 48 Nas ondas da moda Foi dada a largada ao uso dos biquinis e tendências brasileira e italiana democratizam todos os gostos Rosangela Comunale de agosto de 1946, à borda de uma piscina pública de Paris, a stripper mostrava para todo o mundo as peças que esbanjavam ousadia. Apesar de ser considerada comum em pleno século 21, a vestimenta causou furor na época, mesmo seguindo um estilo “comportado” demais para os dias de hoje. Na década de 50, atrizes de cinema e modelos americanas ajudaram a popularizar a obra, embora no Brasil o bi- ComunitàItaliana / Janeiro 2007 quíni só viria a ser usado no final da década. A partir daí, vedetes como Carmem Verônica e Norma Tamar, pioneiras no uso do duas-peças, atraíam multidões em frente ao hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. “O biquini é a coisa mais importante que surgiu desde a invenção da bomba atômica”, disse, na época, a lendária editora de moda das revistas americanas Harper´s Bazaar e Vogue, Diana Vreeland. zendo o estilo sexy e, ao mesmo tempo, remetendo aos ares da década de 70 com a aplicação de pedras como ônix. Concepções à parte, o melhor a se fazer é lembrar as palavras do dono da grife carioca Bumbum Ipanema, Alcindo Pereira Silva Filho, o Cidinho, em recente entrevista à consultora Gloria Kalil. A grife Lenny aposta nas cores da botânica brasileira em sua coleção Segundo ele, as tendências servem apenas como inspiração. E ele vai além ao dizer que o Brasil é o país que influencia os olhares da moda praia no mundo. — Como o perfume é da França e o uísque é da escócia, futebol e biquini são do Brasil. Então tendência de praia vem de onde? O pessoal fica com receio de falar que a inspiração não é de Milão, é do Brasil mesmo. Pensam: “o que vão achar disso?” Eu miro a praia de Ipanema, tendência eu não sigo, eu me inspiro — afirma. E é seguindo uma outra tendência, a dos negócios, que a marca Lenny vai ganhando espaço exportando para países como a Itália e outros que vão da América Latina e Oriente Médio, além de ter representações nos Estados Unidos, na Europa e na África. Na coleção 2007 a grife investe na geometrização das formas da botânica brasileira, nos plissados das palmeiras em leque, nos círculos das vitórias-régias, nos verdes e azuis profundos das florestas e no laranja das flores tropicais. As estampas têm inspiração nos projetos paisagísticos de Burle Marx. Não à leveza fashion Passarelas de Milão aderem às proibições de modelos magérrimas e com menos de 16 anos em desfiles Da Redação F oi-se o tempo em que beleza era sinônimo de um corpo magro exibido por mulheres de medidas mínimas. Depois da Espanha ter regulamentado a presença de supermodelos por idade e índice de massa corpórea e das mortes de algumas jovens brasileiras vítimas de anorexia [entre elas a modelo Ana Carolina Reston, que aos 21 anos chegou a pesar 40 quilos], é a vez da capital da moda italiana se preocupar com a saúde de sua população através das tendências apresentadas em suas passarelas. Modelos muito magras ou com menos de 16 anos não poderão desfilar em Milão e um código regulador foi firmado em concordância entre a Câmara Nacional de Moda da Itália e a Associação de Serviços Moda. De acordo com um comunicado divulgado pela prefeitura da cidade, a decisão tem por objetivo “tutelar a saúde e a beleza das jovens que desfilam nas passarelas”. A iniciativa também visa fiscalizar a ocorrência de distúrbios alimentares em manequins. A prefeita de Milão, Letizia Moratti, destacou que o acordo, assinado no início de dezembro, é “fruto de um trabalho comum”, que ficou marcado pela vontade das partes “de transmitir” aos “jovens a importância de modelos positivos de estilos de vida”. Entre as regras presentes no código a fundamental é que o Índice de Massa Corpórea (IMC) das representantes das grandes marcas não poderá ser inferior a 18,5. Profissionais do mundo da moda de Milão também se comprometeram a introduzir nas escolas de modelos cursos de alimentação, estilo de vida, comportamento e atividade física equilibrados. E também chamarão a atenção sobre os comportamentos “inadequados e de risco do ponto de vista da integridade psicofísica que possam transmitir mensagens não positivas ou não educativas”. Fotos: Reprodução Fotos: Lenny\_MG Q uando, em dezembro último, a modelo brasileira Giselle Bündchen foi à uma praia do Caribe vestindo um minúsculo biquini, certamente não poderia imaginar os questionamentos que causaria. Afinal de contas, a moda praia 2007 está aí. A tendência? Justamente o contrário, segundo estilistas. As calcinhas, que antes alimentavam os desejos masculinos colocando à mostra o famoso derriére da brasileira, tiveram suas dimensões aumentadas. É isso mesmo. Segundo a consultora de moda Regina Martelli, o fato tem uma explicação. Ela afirma que é preciso mais espaço para as muitas aplicações e detalhes, o que não poderia ser feito caso fosse disponibilizado menos pano. Mas nem sempre as tendências “colam”. A colega de Regina, Gloria Kalil, que o diga. Nos primeiros dias de janeiro, ela fez um verdadeiro tour praiano em Florianópolis, em Santa Catarina, Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, Camburi, no Espírito Santo e em algumas outras praias cariocas. O resultado ela mesma revela: — Nada de novo mesmo, a não ser a preferência pelas sandálias havaianas metalizadas, pelos macaquinhos, pelas batas e pelo uso do branco, especialmente a laise branca, em calças, blusas e sainhas. Quem apostou que a moda da estação seriam os maiôs inteiros e os biquinis grandes, errou feio. Só deu biquininho. Sinal de que as irmãs e estilistas romanas, Alessandra e Francesca Piacentini, da grife italiana Miss Bikini, apostaram certo. A marca criou uma coleção de peças bem pequenas e fa- O estilo esguio que consagrou Naomi Campbell preocupa autoridades. Ana Carolina Reston morreu aos 21 anos Em Roma, um documento foi assinado nos moldes daquele apresentado em Milão. Os responsáveis pelo manifesto pretendem “revalorizar o modelo de beleza saudável, solar, generoso e mediterrâneo que a Itália ajudou a divulgar em nível internacional”. Eles salientam que as jovens com menos de 16 anos “ainda não estão preparadas para o mundo profissional da moda e correm o risco de transmitir mensagens equivocadas” às meninas de sua idade. Além disso, tanto a Câmara de Moda da Itália como os organizadores da semana de moda de Roma pretendem promover a inclusão nas novas coleções de tamanhos 46 e 48. — Sessenta por cento das adolescentes de nosso país gostariam de ser mais magras do que são — assinala a ministra responsável pela política relativa à juventude, Giovanna Melandri, depois da cerimônia de assinatura do documento, em Roma. Apesar de não prever punições e de não ter cumprimento obrigatório, o acordo foi aprovado pelos líderes da indústria presentes. Eles prometeram que as marcas vão seguir as novas regras. Do contrário, uma das su- Janeiro 2007 / gestões foi punir internamente as casas que não obedecerem ao novo código, retirando-as de eventos importantes ou das melhores datas. — Trata-se de uma punição técnica. Mas essas questões técnicas são muito importantes na moda — declara o presidente da AltaRoma, Stefano Dominella, que organiza os eventos de moda de Roma. Ainda assim, para o presidente da Câmara Nacional de Moda Italiana, Mario Boselli, cujo grupo representa grandes marcas como Armani, Versace e Prada, o IMC nem sempre é um indicador justo. No âmbito das discussões sobre o documento, ele citou uma reportagem que dizia que a modelo Naomi Campbell tem IMC abaixo de 18. — Ela não é anoréxica e tem boa saúde — fala Boselli. Em 2006, o tema anorexia [acompanhado de outro distúrbio, a bulimia] foi um dos mais visados no noticiário brasileiro e mundial. Depois da modelo Ana Carolina Reston, outras três jovens morreram em São Paulo, vítimas de anorexia nervosa. A doença está entre os problemas psiquiátricos mais letais apontados, segundo especialistas. Ana Carolina, que tinha 1,72m, morreu em novembro, com insuficiência renal depois de passar 20 dias internada. Ela havia passado por agências como a Ford, Elite e L’Equipe e também tinha experiências no exterior. A estudante Carla Casalle, também de 21 anos, morreu na Zona Sul de São Paulo. A jovem media 1,70m, pesava 45kg e estudava Moda. Já a manicure Rosana de Oliveira, de 23 anos, sofreu uma parada cardíaca e morreu com 1,68 m de altura e 40 kg. A última vítima foi a estudante Beatriz Cristina Ferraz, de 23 anos, que morreu dia na véspera de Natal no interior de São Paulo. Três meses antes de sua morte, a moça pesava 27 kg. ComunitàItaliana 49 política Fim de linha Ministro Massimo D´Alema recebe a Comunità e fala sobre o governo Lula, o voto no exterior e assume o desejo de romper os obstáculos econômicos entre Brasil e Itália Fábio Lino F Foi na qualidade de um “velho amigo”, que o Chanceler do governo Romano Prodi, Massimo D’Alema, 57 anos, veio assistir a posse para o segundo mandato do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Única liderança estrangeira na cerimônia, D’Alema teve uma agenda cheia. No último dia de 2006, ele se encontrou com o presidente e com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. “Discutimos a necessidade de união entre Brasil e Itália, América Latina e União Européia”, disse ao sair do Itamaraty. No dia seguinte, ele recebeu a ComunitàItaliana para uma entrevista, na qual fez questão de destacar as relações comerciais entre Brasil e Itália e defendeu o fim das barreiras econômicas entre os dois países. ComunitàItaliana - O senhor tem algum projeto para os italianos residentes no Brasil em 2007? Massimo D’Alema - É claro que a presença de italianos no Brasil nos leva a ter uma atenção especial. E isso não é fácil, pois não temos orçamento astronômico para atender a todos. Porém, tentaremos reforçar as instituições italianas como escolas e câmaras de comércios que são importantes para o nosso país. CI - Como vê o voto dos italianos residentes no exterior e como fazer para que esse processo melhore? Massimo D’Alema - Em geral foi uma experiência positiva, apesar de recente. Ainda não fizemos 50 uma análise específica. Porém, se existiu um aspecto que temos que lamentar foi o fato que só votou uma porcentagem muito limitada daqueles que têm direito. Trabalharemos para tentar melhorar e ampliar essa oportunidade. CI - Como o senhor analisa as relações econômicas entre América Latina e Itália? Massimo D’Alema - Os latinoamericanos têm forte necessidade de relacionamento com a Europa e não há dúvidas que a Itália se coloca como um grande país europeu que pode representar uma ponte entre a União Européia e a América Latina. Houve um erro de avaliação no passado, quando parecia que a América Latina era um continente esquecido pela globalização. Isso levou uma certa retração dos investimentos, principalmente na área financeira. Hoje nos encontramos em posições menos favorecidas mas, mesmo assim, a Itália existe e está presente nestes países com suas empresas. Portanto, existem grandes investimentos que estão ocorrendo agora e temos que traçar uma estratégia de expansão da presença italiana, inclusive apontando a pequena e média empresa que pode contribuir de forma original no desenvolvimento da economia latino-americana. Logo, nos dedicaremos a esse objetivo. CI - E em relação ao Brasil? Massimo D’Alema - Estamos negociando. Às vésperas do segundo turno das eleições brasileiras, recebemos uma representação de empresários brasileiros na Itália. ComunitàItaliana / Janeiro 2007 “Às vésperas do segundo turno das eleições brasileiras, recebemos uma representação de empresários brasileiros na Itália. Em março deverá vir o primeiro-ministro [Romano Prodi]” Divulgação Embaixada De Brasília — Especial para Comunità Em março deverá vir o primeiroministro [Romano Prodi]. Estamos aqui para preparar também essa visita, que deverá resultar num documento com iniciativas concretas que visam o desenvolvimento de relações econômicas e investimentos italianos. Portanto, avaliamos que os empresários têm grandes oportunidades aqui no Brasil. CI - A base das exportações brasileiras é o agronegócio que sofre com barreiras protecionistas da Europa. Como a Itália poderá ajudar o Brasil no mercado europeu? Massimo D’Alema - A Itália tem um intercâmbio que é favorável claramente ao Brasil. Falando de barreiras e incentivos, os nossos produtos encontram mais obstáculos no Brasil e não o contrário. Nós temos uma diferença de um bilhão de Euros. Do nosso ponto de vista, o Brasil não pode se queixar da Itália. Nós sustentamos durante muito tempo um acordo comercial que favorece a eliminação de barreiras de proteção. Mas, com certeza, esses acordos são, em parte, dificultados pelas políticas protecionistas em matéria agrícola dos países mais ricos. Creio que neste momento o principal obstáculo seja a política de subsídios dos Estados Unidos e não da União Européia. Após a reforma da política agrícola européia, os subsídios estão sendo reduzidos à sua incidência. Temos também que dizer que, por parte dos latino-americanos, existem barreiras políticas, especificamente nos produtos industriais e nos serviços. Portanto, o acordo deve comportar concessões recíprocas. CI - O senhor acredita que, nos próximos quatro anos de governo Lula, essa questão das barreiras tarifárias será o principal tema de negociações? Massimo D’Alema - Creio que esse tipo de tentativa se desenvolve entre governos. Nós esperamos que se conclua com algo de concreto. E não é fácil. Isso prevê uma redução do sistema de proteção. Não é acordo de livre comércio, mas prevê cotas altas de produção agrícola com a Europa e acredito que se possa encontrar um equilíbrio vantajoso para todos. CI - A diplomacia do governo Lula nesse primeiro mandato atuou em várias frentes: integração da América Latina, busca de novos parceiros comerciais na África e na Ásia, na ONU lutou para aumento e assento no Conselho de Segurança. Com essa diversidade de metas, como o senhor analisa a política externa brasileira? Massimo D’Alema - Não creio que se pode dizer que a política externa brasileira não teve resultados. Há situações em que o Brasil é um grande protagonista na escala internacional. É um país que tem peso e voz nas relações internacionais e isso é um resultado. Depois, cresceu muito o papel continental do Brasil. O país se tornou líder da América do Sul por causa do relacionamento intenso com todos os países. Isso tem vantagem do ponto de vista da segurança e estabilidade, inclusive no desenvolvimento econômico brasileiro. CI - E do ponto de vista do resto do mundo? Massimo D’Alema - Do ponto de vista mundial, devemos considerar que as coisas estão mudando rapidamente. Existem países que emergiram e são protagonistas. O Brasil faz parte desse grupo. Hoje, eu tenho que dizer que, ao lado do G8, o Brasil, a Índia e outros grandes países asiáticos representam uma nova realidade muito consistente. A verdade é que, entretanto, a outra parte do mundo permaneceu marginalizada e, portanto, não se pode mais falar em países em desenvolvimento porque há nações marginalizadas. CI - Como o senhor vê o atual Conselho de Segurança das Organizações das Nações Unidas (ONU) e a necessidade de reformulação, que é uma das reivindicações brasileiras? Massimo D’Alema - Nós achamos que a idéia de aumentar o número de países no Conselho de Segurança não corresponde a uma necessidade. Neste ponto, existe uma diferença de opinião. Claro que nós não queremos tirar nada da legitimidade das inspirações brasileiras. O Brasil é um grande país e age legitimamente por um reconhecimento do seu papel internacional. A ONU reflete um equilíbrio de força depois da segunda guerra mundial, mas, mesmo assim, não saímos dessa configuração com aumento dos membros permanentes do Conselho de Segurança. O grande risco é de se criar um grupo de países que comanda e outro não. O Janeiro 2007 / Conselho de Segurança deve dar assentos às representações de grandes regiões do mundo. Nós lutamos para que tenha um representante europeu. Temos que encontrar um mecanismo mais aberto e democrático. CI - No início do primeiro mandato do governo Lula, o mundo ficou com medo, pois temia que esse governo de esquerda pudesse levar o país a bancarrota. A credibilidade do Lula aumentou? Lula representa uma nova esquerda? Massimo D’Alema - Sim. Esse é o grande desafio da esquerda que teve que conciliar os seus ideais com a lógica de uma economia aberta e de uma sociedade pluralista. O Brasil está fazendo isso. No passado, muitos tinham um grande medo do Lula. Estive no Brasil durante a campanha eleitoral no primeiro mandato para dar uma força como vice-presidente internacional socialista. Por conta disso, o nosso relacionamento é bem antigo e começa antes da campanha eleitoral. Mas existia uma grande preocupação no mundo empresarial. Eu me lembro de ter encontrado muitos empresários italianos que operam no Brasil e que eram muito amedrontados com a idéia que Lula pudesse ganhar as eleições. Temiam nacionalização e falta de respeito de acordo. Eu lembro de ter intermediado um diálogo direto entre o presidente Lula e os empresários italianos em São Paulo. Ele explicou suas intenções. Dissemos a eles que não podiam ter medo da eleição do Lula porque representava uma esquerda moderna. Tenho que dizer que o empresariado brasileiro encontrou um interlocutor sério, o Luiz Fernando Furlan [ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior] nesse governo de esquerda. Nesse sentido, acredito que Lula representa uma esquerda moderna que segue a justiça social, a dignidade do trabalho e, ao mesmo tempo, faz isso respeitando uma economia de mercado. Até os Estados Unidos, que perderam a influência na América Latina, olham com interesse a experiência brasileira e estão buscando reforçar o diálogo com Lula. O presidente Brasileiro é considerado pela América do Norte um grande interlocutor e não somente pela esquerda européia. ComunitàItaliana 51 da história de vida de seus antepassad os. A seu pai, Ettore , um advoga do italiano , de Gênova, ele presta uma homen agem, registrand o aqui um pouco dos sacrifícios e aventura s só vivido s por quem t eve a garr a e a corag em de deixar a terra natal em busca de um sonh o a ser con cretizado: “conquistar a A mérica Depoimento à r epórte Sílvia Souza r O Brasil é um país de muitas raças e diferentes níveis sociais. Sabe acolher e abraçar qualquer que seja o indivíduo, independente de sua etnia ou classe social. A minha história é um retrato dessa mistura. Sou natural de Petrópolis, filho de uma amazonense e de um imigrante italiano que rumou ao Brasil atrás de um sonho e, é claro, de aventura. E essa é uma homenagem a todos os imigrantes que, como meu pai, vieram para cá. Com seus sonhos e histórias de vida enfrentando muita dificuldade até se sentirem realmente em casa. Porque o Brasil é um pais de todos e para todos. Falar de minha relação com a Itália é contar a história de meu pai. Ele era advogado e gostava de escrever. Seu nome: Ettore Angelo Geovani Rosani, nascido em Gênova, em 1939. Morou em Torino, para onde se transferiu com meu avô Andrea Rosani, local onde, em pouco tempo, ficou conhecido na vizinhança, por mérito das causas ganhas com empenho. Vivendo naquele mundo, era evidente que o jovem seguiria o caminho trilhado por seu pai. Mas estava cansado de uma vida resumida a ir ao trabalho e voltar para casa. Então, ele, que cresceu perto dos Alpes e adorava o mar mediterrâneo [inclusive tinha carteira de marinheiro para navegar com embarcações de pequeno porte], decidiu buscar um lugar que preenchesse suas necessidades de aventureiro. Um amigo do trabalho falou-lhe do Bra52 ComunitàItaliana musica Como todo desc endente, o leitor Alexandre Rosa ni, sente o rgulho / sil. Mas seu desejo era conhecer a Austrália e realizar o sonho de ter uma fazenda em meio à natureza. Passaram-se meses e meu pai encontrou-se com outro amigo, da época da faculdade e que queria muito vir ao Brasil. Influenciado pelos comentários nas rodas de amigos sobre o país tropical, ele conseguiu uma licença no escritório onde trabalhava, deixou sua mulher e filhos e veio ao Brasil com o amigo Sandro. Desembarcando no Rio de Janeiro, foi paixão à primeira vista. Tudo era novidade naqueles anos 70. Meu pai se encantou pela qualidade de vida e o modo pelo qual as pessoas trabalhavam. Em pouco tempo havia conhecido também Minas Gerais e Mato Grosso. Terminada sua licença, tinha a certeza de que retornaria ao Brasil em breve. E para ficar em definitivo. Afastando-se de seu trabalho, comunicou a sua família e voltou enquanto todos se perguntavam: por que abandonar tudo e arriscar? Veio com a mulher e os filhos. Na verdade, ele não achava uma boa idéia trazer sua família [o casamento atravessava uma crise]. Aqui, ele se separou casando-se com minha mãe. Sua ex-mulher, Irene Carrera, encantada com o Rio, não quis retornar a Itália. Como era professora, começou a dar aulas particulares de italiano e logo lecionaria no Instituto Italiano de Cultura, no Rio de Janeiro. Infelizmente, ela faleceu aos seus 65 anos de idade, em outubro de 2003. Janeiro 2007 ”. Com minha mãe, papai teve a mim e meu irmão. Minha família sempre foi um pouco nômade. Moramos na fazenda que ele tanto almejava, no Mato Grosso do Sul, perto de Coxim. Naquela época, ele dizia que ali era um verdadeiro velho oeste. Todos com suas pistolas na cintura. Permanecemos nesse estado por mais ou menos 12 anos. Depois, num belo dia, não sei por que, afinal era pequeno, vendemos tudo e fomos para o litoral. Escolhemos Porto Seguro, no Sul da Bahia. Ali, permanecemos por dez anos, tendo uma pousada pequena e um barco de pesca como fontes de renda. Lembro-me de noites em que dormíamos no barco temendo os comuns roubos em embarcações. Era um barato! Levávamos um isopor com tudo que queríamos e precisávamos para passar a noite. Depois, retornamos ao Mato Grosso. Quer dizer, papai e mamãe, pois eu já era adulto e morava sozinho no Rio de Janeiro. Foram quase trinta anos de viagens, mudança e amizades, e foi isso que fez com que esse italiano criasse uma relação de amor e respeito por esse país abençoado por todos. Ettore Rosani faleceu em agosto de 2004. Rio de Janeiro, Alexandre Rosani, 26 anos Mande sua história com material fotográfico para: [email protected] Immagini sonore Ennio Morricone è premiatoo e incanta Milano col concerto di Natale Guilherme Aquino Lo spettacolo è stato una specie di serenata cinematografica Corrispondente • Milão P iazza del Duomo, al centro di Milano, è diventato un auditorium all’aperto per il concerto di Natale. Migliaia di persone hanno affrontato la pioggia fina per vedere, dal vivo, la presentazione del compositore Ennio Morricone. Uno show cinematografico, letteralmente. Autore di oltre 350 colonne sonore, il maestro italiano ha accompagnato dialoghi e scene come mai nessun altro aveva fatto. E molti film sono rimasti segnati nella memoria delle platee di tutto il mondo grazie alle musiche di Morricone. Non per caso, ha aperto il concerto proprio con le note di “Per un pugno di dollari”, di Sergio Leone, con Clint Eastwood. Il fischio inconfondibile ancora oggi echeggia attraverso la storia del cinema. Ma nel repertorio c’erano altre musiche indimenticabili, come la colonna sonora di “La Missione”, “C’era una volta in America”, “Nuovo Cinema Paradiso” tra i molti altri. Le due ore di spettacolo sono passate cosí rapidamente come se si vedesse un buon film. Il tempo passava senza che nessuno se ne rendesse conto. Gli ombrelli aperti, uno accanto all’altro, hanno creato una scenografia e un’intimità raramente viste in uno spazio pubblico. Mentre l’orchestra sfilava una ad una le perle del repertorio del maestro romano, la platea si lasciava rapire dall’emozione. Lacrime e sorrisi si alternavano alle canzoni che toccavano il cuore di ognuno degli spettatori. Il concerto di Natale è stata una specie di serenata cinematografica, una dichiarazione d’amore alla settima arte. Bastava chiudere gli occhi per ‘vedere’ e ricordare con chiarezza le immagini dei film la cui colonna sonora è stata creata da Morricone. Il silenzio profondo era rotto soltanto dagli applausi alla fine di ogni numero. Ed era anche segno di rispetto e ammirazione per colui che trasformava, e ancora trasforma, la musica in un elemento di prima grandezza all’interno di un film. Ignorato dall’Accademia di Hollywood ma successo di pubblico, finalmente otterrà i suoi allori. Il 25 febbraio il maestro romano andrà negli Stati Uniti per ricevere l’Oscar per la carriera. Dopo quattro indicazioni e nessuna conquista, l’industria cinematografica fa la pace con la propria coscienza e, è chiaro, con il pubblico, e “dà a Cesare quel che è di Cesare”. — Penso che l’unica ingiustizia sia stata quando ho perso per il film “La Missione” – ha commentato lui, umile, dopo aver saputo che, stavolta, nessuno lo sorprenderà nella corsa al premio più ambito del cinema. La statuetta dello “ometto dorato” era l’unica che mancava nel suo scaffale di trofei, nella sua casa di Roma. “Da qui esco solo quando morirò”, dice di solito riguardo agli innumerevoli inviti per lavorare negli USA oppure anche per venderla. Janeiro 2007 / Ma si sbaglia chi pensa che l’Oscar vada al maestro romano con odore di naftalina in fine carriera come premio di consolazione. Al contrario di ciò che di solito succede, stavolta l’Oscar va ad un Morricone più attivo che mai. È pieno di salute e, attualmente, lavora alle colonne sonore di due film. Uno è la continuazione di “Gli intoccabili”, la saga dei promotori che arrestarono Al Capone, il gangster di Chicago. E l’altro film, ancora senza titolo, è su una Stalingrado occupata dai nazisti durante la Seconda Guerra Mondiale, del regista italiano Giuseppe Tornatore. Anzi, con lui Morricone aveva già firmato le musiche di “Nuovo Cinema Paradiso” e “Malena”, successi di critica e di pubblico. Musiche che hanno incantato le platee di tutto il mondo, ma non gli elettori dell’Accademia. Per questo ed altri motivi, Morricone continuerà sempre ad essere un forte concorrente e mai un semplice spettatore. ComunitàItaliana 53 Fotos: Reprodução il lettore racconta Sapori d’Italia Os chefs Alessandro Segato e Marcelo Magaldi Fotos: Reprodução Leveza feminina Marcos Petti Salada recebe nome de mulher em restaurante com um público 70% feminino S ão Paulo – O verão apenas começou e com ele vem a recomendação de uma alimentação balanceada e saudável nesses dias quentes. Para os apreciadores de saladas dos mais diferentes tipos aqui vai uma sugestão de folhas verdes com manga e salmão. Aliás, um toque bem mediterrâneo a acompanha na composição com o sabor da fruta tropical. A manga Hadem é fácil de ser encontrada. Elaborada pelo chef Marcelo Magaldi, a Salada Janice [em homenagem à sua sócia] faz jus ao nome. Até mesmo pelo fato de 70% da clientela do seu mais novo empreendimento gastronômico na cidade, o Passaparola [que em italiano significa “passar a palavra adiante”], ser freqüentado por mulheres na hora do almoço, segundo Magaldi. O chef percebeu que elas preferem uma refeição light nesse horário, por isso criou um prato adeqüado às suas preferências. A receita para a elaboração de bons pratos contém um ingrediente indispensável: o bom astral. — Se você está de bem com a vida, faz coisas criativas — revela. Natural de São Paulo, ele exibe em seu currículo com experiência em restaurantes de renome e cursos de aprimoramento no exterior. O chef iniciou sua carreira há 18 anos no então Fasano, da Haddock Lobo, pilotado na época por Luciano Boseggia, considerado Salada Janice 500 gr. de folhas verdes variadas; 200 gr. de salmão defumado; 100 gr. de amêndoas laminadas e torradas; 1 manga Hadem; 200 gr. de iogurte natural; 30 gr. de manjericão fresco picado; 150 ml. de azeite extra-virgem; Suco de 1 limão siciliano; Sal a gosto Rasgue as folhas em pedaços médios e misturar todas. Em seguida, corte a manga em lâminas e divida em 4 porções. Misture o manjericão picado com o iogurte e acerte o sal. Bata o azeite com o limão siciliano e o sal a gosto. Reserve. Divida as folhas em 4 pratos ou saladeiras e distribua as fatias de manga, o salmão defumado e as amêndoas torradas entre eles. Regue primeiramente com o molho de iogurte e em seguida com o molho de limão siciliano. Sirva em seguida. Bom apetite!! seu “pai” na gastronomia e quem lhe deu grande incentivo para se apaixonar por esta arte. Marcelo descobriu a vocação para a confeitaria, assumindo esta seção no restaurante Cardinale, também em São Paulo, de propriedade de Boseggia. Foi trabalhando lá que participou, em 2000, do concurso Jovens Talentos Pâtisserie do Brasil, de onde levou o troféu Batedor de Ouro e um curso de aprimoramento nos Estados Unidos, com o Chef Patissier francês Gilles Renusson. De acordo com Magaldi, o novo restaurante se preza pela forte tendência mediterrânea em seu cardápio. Foi inaugurado em outubro do ano passado, em parceria com o chef Alessandro Segato, dono de sua própria marca. Serviço: Rua Jacques Felix, 239 – Vila Nova Conceição – São Paulo. Tel.: (11) 3044-4949 54 ComunitàItaliana / Janeiro 2007