Turistas italianos chegam em peso ao país

Transcript

Turistas italianos chegam em peso ao país
A
m a i o r
m í d i a
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c o m u n i d a d e
í t a l o - b r a s i l e i r a
www.comunitaitaliana.com
Ano XIII – Nº 103
ISSN 1676-3220
R$ 7,90
Rio de Janeiro, janeiro de 2007
Destino
Brasil
Turistas italianos chegam em peso ao país sendo
que quase a metade deles não busca o auxílio de
agências de viagem. Muitos já têm residência fixa
D´Alema: balança comercial favorável ao país
O espaço de uma ‘razão social’ evolui com a comunicação.
fazendo seu papel.
Para falar com nossos representantes,
ligue (21) 2722-0181 ou escreva para
[email protected]
Roberth Trindade
22
CAPA Destino Brasil
Turistas italianos escolhem as cidades
litorâneas brasileiras como destino nas férias
Politica
Editorial
O calor e as estatísticas.................................................................06
Prodi: Peggio di Berlusconi?.............................................................16
Saúde
Cose Nostre
Italianos protestam contra pena de morte logo
após a o enforcamento do ex-ditador Saddam Hussein....................07
Especialistas alertam sobre riscos em
decorrência da superexposição ao sol..............................................26
Notizie
Opinione
Casini e i mulini a vento.................................................................11
Famiglie italiane dovranno sborsare
E 736 in più per i rincari fiscali......................................................33
Entrevista
Coluna Roma
Turismo
Jóias da Campânia
A beleza da Costa Amalfitana
com seus penhascos, rochedos,
praias e colinas
39
Attualità
Memoria
Divulgação
Divulgação
28
L´ Italia ricorda uno dei suoi più
grandi attori, Marcello Mastroianni,
scomparso dieci anni fa
42
48
Curiosidade
Melhor amigo do homem
Saiba quais são as raças de
cães de origem italiana que
prevalecem no Brasil
Janeiro 2007
Divulgação
Virada do ano na Itália conta com shows de brasileiros como
Carlinhos Brown, Chico César e Adriana Calcanhoto.......................41
Divulgação
Professores se inspiram em comida
livornese e batizam mostra de cinema italiano................................14
/
Moda
Silhuetas à mostra
Que tipo de biquíni
fez a cabeça das brasileiras?
ComunitàItaliana
COSE NOSTRE
Julio Vanni
FUNDADO EM MARÇO DE 1994
Diretor:
Julio Cezar Vanni
A
s flores começaram a brotar
na Itália. Árvores de damasco e pêssego estão carregadas e floridas, Na Sicília, região mais ao sul da bota, já aparecem as famosas amêndoas
de Agrigento. Todos se perguntam: onde foi parar o inverno? À primeira vista, o que pode
parecer uma notícia agradável para uns, é sinônimo de conseqüências desastrosas para o
meio ambiente. O calor recorde prejudica a vegetação e coloca em risco os cultivos, que
não estão preparados para a chegada repentina de baixas temperaturas.
A onda de calor no hemisfério norte vem preocupando ambientalistas do mundo
inteiro. Segundo meteorologistas, 2007 será o ano mais quente em 150 anos. E não é
difícil comprovar isso, basta olharmos os termômetros. Em Milão, a temperatura, nesta
mesma época, no ano passado, era de nove graus negativos, contra os 14 positivos nestes
primeiros dias de janeiro. Em Moscou, onde a média do primeiro mês é de seis negativos
[e no ano passado passou de 20 negativos], as máximas estão chegando a seis. Na Inglaterra, o outono foi o mais quente em 300 anos e, de Praga a Bucarest, nada de casacos
pesados, mas um estilo de moda mais primaveril.
Segundo a Universidade de Modena, o mês de dezembro foi o mais quente desde 1860. Na contramão, o respeitado site de meteorologia
AccuWeather.com, diz que esta onda de calor é apenas uma
questão estatística e o frio intenso deve chegar logo.
Fato é que as degradações ambientais estão prejudicando constantemente a vida no planeta. Recentes relatórios, divulgados pela Onu, União Européia e Living Planet da Wwf,
apontam o hiperconsumo energético como vilão da humanidade. Por outro lado, alertam para o contínuo crescimento da
população mundial. Se a baixa taxa de natalidade européia
preocupa, nos EUA a população chegou a 300 milhões de
pessoas no último mês de outubro. E, enquanto China e Índia
fazem desesperados esforços para o controle da concepção,
Pietro Petraglia
países economicamente subdesenvolvidos se “apertam” com
Editor
populações que não param de crescer, segundo estatísticas.
Em 1968, nossos pares eram 3,5 bilhões; já em dezembro de 2005, o Population Reference Bureau da Onu anunciava: “nasceu o homo sapiens de número 6,5 bilhões”.
A delicada constatação de que o espaço físico não suporta o crescimento ilimitado
de seres humanos deve ser debatida. A pressão pelo aumento do consumo e a escassez
dos recursos naturais não renováveis não só preocupam, como nos fazem refletir sobre
o que restará para as [muito] próximas gerações, caso não sejam adotadas medidas que
garantam o equilíbrio do ecossistema.
Enquanto os EUA continuam a ignorar a questão, a Europa anunciou, no último dia
10 de janeiro, uma série de medidas, como a redução em 20% das emissões de gases
de efeito estufa e a adoção de combustíveis alternativos ao gás e à gasolina, optando por
uma fonte renovável ao longo dos próximos 15 anos.
VICE-DIRETOR EXECUTIVO:
Adroaldo Garani
Publicação Mensal e Produção:
Editora Comunità Ltda.
Tiragem:
30.000 exemplares
Esta edição foi concluída em:
15/01/2007 às 12:30h
Distribuição:
Brasil e Itália
Redação e Administração:
Rua Marquês de Caxias, 31
CEP: 24030-050
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SUBEDIÇÃO
Rosangela Comunale
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Redação:
Nayra Garofle
e Sílvia Souza (estagiária)
REVISÃO / TRADUÇÃO
Ana Paula Torres
Cristiana Cocco
Projeto Gráfico e Diagramação:
Alberto Carvalho
CAPA:
Roberth Trindade
Colaboradores:
Braz Maiolino – Pietro Polizzo – Venceslao
Soligo – Marco Lucchesi – Domenico De
Masi – Franco Urani – Fernanda Maranesi
– Giuseppe Fusco – Beatriz Rassele
CorrespondenteS:
Guilherme Aquino (Milão)
Ana Paula Torres (Roma)
Giordano Iapalucci (Florença)
Marcos Petti (São Paulo)
ComunitàItaliana está aberta às contribuições
e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos
e estrangeiros. Os artigos assinados são de
inteira responsabilidade de seus autores, sendo
assim, não refletem, necessariamente, as
opiniões e conceitos da Revista.
Confira nesta edição serviços, curiosidades e tendências nos mais diversos setores
relacionados a italianos e brasileiros. Boa Leitura!
La rivista ComunitàItaliana è aperta ai
contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti
brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori
e sprimono, nella massima libertà, personali
opinioni che non riflettono necessariamente il
pensiero della direzione.
editorial
ISSN 1676-3220
Filiato all’Associazione
Stampa Italiana in Brasile
ComunitàItaliana
O calor e as
estatísticas
Entretenimento com cultura e informação
/
Janeiro 2007
Canecas Armani
De mudança
O
Festival de Cinema de Veneza, o mais antigo do mundo, terá nova
sede em 2010. Segundo o ministro da Cultura da Itália, Francesco
Rutelli, o novo prédio deverá custar 70 milhões de euros e permitirá
aos organizadores do festival [que existe há 60 anos] exibir projeções
em um único lugar, diferentemente de como ocorre atualmente. A mostra dura duas semanas e é realizada em setembro. Seu ponto culminante se dá no anúncio do prêmio Leão de Ouro de melhor filme.
F
amoso estilista de moda e homem de negócios italiano, Giorgio
Armani criou uma edição limitada de canecas para café cujas vendas ajudarão a financiar o trabalho do Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Refugiados, o Acnur, que cuida de mais de 20 milhões
de pessoas no mundo. Lançadas com motivos relacionados à temporada de festas, as canecas mostram o ideograma chinês da esperança.
Os produtos estão à venda em lojas do Reino Unido, além de distribuidores dos Estados Unidos e da Austrália, que atuam na Internet.
Papa em SP
Concurso
de uvas
E
m sua primeira viagem
à América Latina, em
maio de 2007, o Papa ficará
hospedado no monastério
de São Bento, centro histórico e financeiro da cidade
de São Paulo, fundado há
aproximadamente 408 anos.
Bento XVI passará os dias
no mesmo local onde ficou
Dalai Lama. Lá ele terá inclusive acesso à internet. O
Papa vai visitar a cidade de
Aparecida do Norte, a 171
km de São Paulo, onde está localizado o santuário da
padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, para
inaugurar a Conferência dos
Bispos da América Latina e
do Caribe. Por falar em Bento XVI, a primeira missão
do pontífice em 2007 foi
uma visita ao refeitório da
Cáritas, em Roma, onde 124
mil pobres foram alimentados em 2006.
Líder em
falsificação
A
Itália lidera, na Europa, a
fabricação de produtos falsificados e imitações. Segundo
dados oficiais do fisco no país, a bota tem um volume anual de 3,5 bilhões de euros nesse
setor e, ao mesmo tempo, é a
nação do velho continente onde foi confiscado o maior número de produtos falsos e imitações. O balanço anual registrou
88.840.000 produtos confiscados entre janeiro e novembro de
2006 pela “Guardia di Finanza”
(polícia financeira e de alfândegas). Em 2005, a cifra foi de cerca de 75.700.000 nos 25 países
da União Européia.
Ansa
Diretor-Presidente / Editor:
Pietro Domenico Petraglia
(RJ23820JP)
N
ão bastou apenas discordarem da decisão de enforcamento
do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein. No início deste
mês, os italianos também aderiram à campanha contra a pena de
morte promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Eles
resolveram acender os arcos do antigo Colosseo de Roma, que já
foi palco de atrocidades históricas, ao amanhecer de um dia de
sábado para demonstrar o protesto. O motivo para a escolha do
local, o próprio prefeito da cidade, Walter Veltroni, explica: “Este
lugar é um símbolo mundial para os direitos humanos. No passado,
foi um espaço de perseguição e de uma violência inenarrável. Mas
agora é sinônimo de paz e reconciliação”.
Nero reabre
O
Palácio de Nero, um dos pontos turísticos mais famosos de Roma,
foi parcialmente reaberto ao público em janeiro, depois de mais
de um ano fechado para reformas de emergência. O Domus Áurea ou
Casa Dourada atraiu uma média de mil visitantes por dia até dezembro
de 2005, quando foi fechado devido a vazamentos que podiam causar
o desabamento da construção. O governo da Itália e a prefeitura de
Roma destinaram mais de quatro milhões de euros à reforma da edificação que já tem quase dois mil anos.
Carnaval em Juiz de Fora
O
grupo de dança folclórica italiana Tarantolato vai promover um pré-carnaval em parceria com a Casa D’Itália de
Juiz de Fora. O baile acontece no dia 9 de fevereiro, a partir
das 21h. Para entrar no clima, os convidados devem ir a caráter:
fantasias ou capa tipo veneziana são bem-vindas. Além disso,
serão distribuídas máscaras para completar a produção. Outras
informações podem ser obtidas nos telefones (32) 3211-4604
ou (32)3218-8744.
Janeiro 2007
/
A
XI Festa Nacional da
Vindima (Fenavindima),
que ocorrerá em Flores da
Cunha, no Rio Grande do
Sul, de 23 de fevereiro a 18
de março, tem como um dos
seus pontos altos o concurso
de uvas. Os produtores que
desejarem participar devem
estar atentos. As inscrições
ocorrem até o dia 3 de fevereiro de 2007 nos seguintes
locais: Secretaria Municipal
de Agricultura de Flores da
Cunha, Emater de Flores da
Cunha, Emater de Nova Pádua e Sindicato dos Trabalhadores Rurais em Flores da
Cunha e em Nova Pádua.
Mais negócios
A
Vale do Rio Doce concluiu
as negociações com a siderúrgica Ilva S.p.A., a maior da
Itália, para o reajuste dos produtos em 2007. Os preços do minério de ferro fino do Sistema Sul
(SSF) e do minério de ferro fino
de Carajás (SFCJ) subiram 9,5%
em relação a 2006, passando a
US$ 0,8146 e US$ 0,8470 por tonelada, respectivamente.
A caminho
D
e 27 de feveiro a 3 de
março deste ano acontecerá a 57ª Festival de Sanremo. Desta vez, retornam
ao evento artistas como Al
Bano, Dorelli, Milva e Nada.
Também não faltarão duetos
em família como os de Francesco e Roby Facchientti e
Gianni e Marcella Bella.
ComunitàItaliana
opinião
serviço
Parliamone
“Nel mio primo film
ero completamente
nuda, coperta solo di
sangue. Era difficile
perché io sono
uma cattolica
devota”
“Estou sereno e tranqüilo com minha
consciência e com a lei”
Mario Riccio, médico que desligou os
aparelhos que mantinham vivo o poeta
italiano Piergiorgio Welby.
“Não descarto que, no futuro, o
Vaticano possa formar um time de
futebol importante, do nível da Inter
e da Roma”
Tarcisio Bertone, secretário de Estado
e famoso fã de futebol ao dizer que a
Santa Sé poderia formar uma “squadra”
convocando centenas de estudantes
brasileiros de suas
universidades pontifícias
em todo o mundo.
enquete
Fidel Castro é
declarado “cidadão
universal” em
Roma. Você
concorda?
75% - Não.
25% - Sim.
Enquete apresentada no site
www.comunitaitaliana.com
entre os dias 11 e 14 de dezembro.
ComunitàItaliana
/
Festa Nacional do Vinho
(Fenavinho) 2007:
con l’Avvocato Giuseppe Fusco
[email protected]
Il paese dei tavoli
U
n tale Oriundo è stato invitato a sedersi ad un tavolo. Si è sentito importante, perché, per chi non lo sapesse,
oggi, in Italia, la nuova moda è quella di
invitare qualcuno ad un tavolo, intorno al
quale di tutto si parla e sotto il quale di
tutto succede.
C`è sempre un tavolo dove si può aggiungere un posto, così come facilmente si trova
un ente, una associazione, una bocciofila, un
comitato dove una sedia vuota ancora la si
può trovare.
Ma un Oriundo senza passaporto è come un
prete senza tonaca nera.
Figuriamoci poi quando,
per chiederlo, deve con
devota umiltà varcare i
sacri recinti consolari per
scoprire che la sua pratica
è stata persa. Pazienza,
succede, ha provato a pregare S. Antonio? Sa, per
ritrovare le cose perdute,
funziona. Magari anche
una preghierina a Santa
Caterina da Siena serve.
L`oriundo ed io, abbiamo allora deciso di
accettare l’invito del segretario della Cgil Epifani che, in una intervista a Repubblica, ha
espresso cauta disponibilità a sedersi a un
tavolo per discutere di ‘mobilitá’ nel pubblico impiego.
Un altro tavolo assai ambito è quello sul
quale è stato issato il macigno del debito
pubblico della Bota, 108% del pil annuale,
un colosso, appunto, perché uguale a quello
della Grecia.
Il resto dell’Universo sa che i debiti diminuiscono tagliando le spese. In Italia, no, c’è
chi dice che lo si fa aumentando le entrate,
cioé le tasse.
Ecco allora altri appetenti tavoli: uno per
la spesa pubblica, uno per la sanità e l’altro
per la previdenza.
Dunque, la spesa pubblica di Stato
più Regioni ed Enti Locali interessa quasi completamente i felici impiegati, più o
meno 4 milioni di burocrati, che succhia-
no il 60% del bilancio, con punte del 90%
nella scuola.
Pare che un Ministro si voglia scottare
le dita, tuttavia, oggi come oggi, il burocrate pubblico, anche inefficiente (potremmo stilare un elenco ‘ad personam’ anche
qui a Rio), è inamovibile e irresponsabile (nel senso che non risponde per le sue
azioni o omissioni, o perdite di carte e fascicoli). Se veramente qualcuno accettasse il principio della mobilità e del rientro
in Patria per inefficienza, improduttività e
miopia, beh, allora, a quel tavolo si siederebbero tutti gli italiani, oriundi compresi,
e magari anche le loro eccellenze elette nei
collegi esteri.
Potremmo parlare allora di meritocrazia,
visto che qui, come in un’Italia, le cose funzionano cosí cosí (una volta si diceva ‘alla
carlona’): tuttavia la colpa è sempre di un
altro, o del sistema.
Colpa degli altri è anche la drammatica situazione degli ospedali italiani e soprattutto
di quelli eccellenti della Capitale. Nessuno lo
sapeva. Adesso viene la grande ispezione ministeriale (lo ricordate il Ministro De Lorenzo?). Poi, fatto il tavolo, fatta la relazione,
firmata, controfirmata, timbrata e finalmente
archiviata perché il caso è risolto.
La prativa è stata evasa, come tante cose che risultano evase, tutte, meno la pazienza di Pantalone che paga sempre.
ERRATA CORRIGE: Diferentemente do que foi publicado na última edição, o telefone comercial da agência de
empregos Obiettivo Lavoro é (21)2232-6652.
Janeiro 2007
Comemorando 40 anos de existência, a festa visa integrar, valorizar, promover e divulgar os vinhos e a cultura de todas as
regiões vitivinícolas brasileiras. Esta edição trará atrações como a História Cultural
do Vinho, Enoteca, Salão de Arte do Vinho,
Piccola Città [Pequena Cidade], Vila Típica,
Filó Gastronômico, Enogastronomia, Curso
Nacional de Poesias [VI Edição], Cartoon Desenhos de Humor Sobre o Vinho, Grande
Espetáculo Cênico, Música Erudita, Curso
de Degustação e Eventos Técnicos. Os pa-
vilhões para visitação pública
abrirão somente nos fins de
semana, além
de segunda e
da terça-feira
de carnaval.
Local: Parque
de Eventos, Alameda Fenavinho, 481, Bento Gonçalves, RS.
De 26 de janeiro a 20 de fevereiro.
Informações: (54) 3451.2150
ou (54) 3451.7500.
E-mail: [email protected]
na estante
Olhares Neo-realistas:
Com curadoria da cineasta Gisella Cardoso
Franco, a mostra faz um breve panorama do
cinema neo-realista italiano e aborda algumas de suas extensões e influências, motivando assim uma reflexão sobre como o movimento dialogou com outras cinematografias,
em especial com a latino-americana e brasileira. Há filmes de Luchino Visconti, Roberto Rossellini, Vittorio De Sica e Ettore Scola,
entre outros.
Local: Centro Cultural Banco do Brasil – Rua
Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo, SP.
Informações: (11) 3113-3651/52.
click do leitor
Eduardo Siqueira Filho
Caterina
Murino,
attrice, che
compare
nel ruolo di Solange, uma delle
tre Bond Girls nel più recente filme
dell´agente segreto 007, “Casino Royale”.
agenda cultural
Arquivo pessoal
frases
Os segredos do Pai-Nosso,
de Augusto Cury. O psiquiatra
analisa a alma de Deus a partir da oração mais conhecida e
feita no mundo. Segundo ele,
a resposta para muitas de nossas indagações está na prece.
Visto sob a ótica da psicologia,
da filosofia e da sociologia, o
Pai Nosso revelaria códigos do
ser humano, da vida e do próprio Criador. Editora Sextante,
160 págs., R$19,90.
Terra de Cinzas e Diamantes,
de Eugenio Barba. É a narrativa
não só de um capítulo da história subterrânea do teatro como
também de uma história de paixão pela dramaturgia, segundo
o criador do Odin Teatret, que
diz: “Eu gostaria de falar sobre
um momento central da recente história do teatro como se
fosse a história de jovens sem
nome”. Editora Perspectiva, 224
págs., R$43.
cartas
“G
ostei muito da matéria com a atriz
Florinda Bolkan. Reportagens assim
provam que a educação e a arte são determinantes para o futuro de qualquer sociedade. Isso sem falar que demonstra o quanto
a mulher pode e deve estar à frente de seu
tempo, seja no Brasil ou na Itália.”
Sofia Magnani,
Bento Gonçalves, RS,
por e-mail
E
sse é o Santuário de São Francisco de Paula, que fica na cidade
de Paola, na Itália. Uma cidade praiana lindíssima! O Santuário foi construído no local onde São Francisco pregava em nome
de Deus. Esta é a igreja nova. Foi construída de forma circular e a
parte superior é toda em vitral, o que deixa a igreja iluminada de
diversas formas, de acordo com a hora do dia! É um verdadeiro espetáculo de luzes!! A parede do altar é feita em mosaico. Um local
lindo e abençoado. Visitar esse Santuário foi o ponto alto da minha
viagem. Eu realmente pude sentir a presença divina. Amei!
Luciane Einert, Rio de Janeiro – RJ
Mande sua foto comentada para esta coluna
pelo e-mail: [email protected]
“É
com conquistas como o Instituto Europeu de Design que o Rio de Janeiro
continua sendo a Cidade Maravilhosa. É muito
bom saber que iniciativas de grupos de italianos contribuem para a cultura em nossa cidade e que, em breve, também seremos referência em arquitetura, em nível mundial.”
“D
ecidi testar a receita que vocês
trouxeram na edição passada e foi
um sucesso entre meus amigos e familiares.
Não sabia que era tão fácil de preparar e
em pouco tempo tudo estava à mesa. Adoro
as guloseimas que a Comunità apresenta a
seus leitores.”
Enio Chiaretto,
Porto Alegre, RS,
por e-mail
Janeiro 2007
Paula Guzzo,
São Paulo, SP,
por e-mail
/
ComunitàItaliana
articolo
opinione
e prospettive
I risultati finora ottenuti sono
stati brillanti e così riassumibili
Q
Franco Urani
uando, a metà 2004 e a
seguito della prematura scomparsa del Dott.
Umberto Agnelli, Luca di
Montezemolo e Sergio Marchionne assunsero la responsabilità
della gestione mondiale della
FIAT come presidente e amministratore delegato, la situazione
del Gruppo era buona nei settori veicoli industriali (IVECO),
macchine agricole (CNH), componenti (MARELLI) e fortemente
deficitaria per le automobili che
rappresentano oltre la metà del
fatturato globale, in forte declino in Italia e in Europa (ma
bene in Brasile).
Una delle ipotesi ricorrenti
nel periodo era di abbandonare
la produzione automobilistica
cedendola alla GM con la quale
era stato sottoscritto un accordo
di scambio azionario che dava il
10
diritto a FIAT, trascorsi 5 anni e
cioè nel 2005, di cedere questo
settore ad un prezzo stabilito,
accordo questo che GM tentava
in ogni modo di non concludere
per sue difficoltà finanziarie e
per la grave crisi in cui FIAT si
dibatteva.
Marchionne - un italo-canadese con molteplici esperienze
manageriali in Nord America ed
Europa in altri settori, - è giovane, pragmatico, ottimista, sa
trattare con gli americani con
la chiarezza e durezza che essi
amano, è dotato di grande visione internazionale ed è stato il
protagonista di un’impresa eccezionale e cioè del rilancio del
settore automobili FIAT.
Le tappe sono state la sottoscrizione di un accordo tra FIAT
e GM nel 2005, con rinuncia FIAT
a vendere le attività auto a GM e
ComunitàItaliana
/
Janeiro 2007
pagando ad essa GM una penale
di 2 miliardi di Euro; la sottoscrizione di un prestito swap di
Banche italiane per 3 miliardi di
Euro convertibile in azioni nel
caso la FIAT non avesse potuto
restituirlo nel termini accordati;
uno sforzo eccezionale per accelerare i tempi di rinnovo della
produzione e la razionalizzazione della rete di distribuzione ed
infine, considerate le difficoltà finanziarie, una politica di
espansione mondiale basata su
accordi internazionali.
I risultati finora ottenuti
sono stati brillanti e così riassumibili: nel 2005 netta riduzione del deficit auto a circa 200
milioni di Euro; nel 2006 lancio
della Nuova Croma e della Grande Punto con brillante successo
di quest’ultima che ha totalizzato vendite di oltre 400.000
unità; espansione delle vendite
in Italia (dal 27,5% al 31%) e in
Europa (dal 6,5% a quasi 8%);
raddoppio del valore di borsa
delle azioni e chiusura del bilancio con considerevole utile dopo
Casini e i mulini a vento
Non è certamente un Don Chisciotte, ma le sue
armi, logica, intelligenza, coraggio e fede sono potenti
C’
è chi vede in Don Chisciotte solo il contadino
sempliciotto che, armato in forma grottesca,
sogna di percorrere i cammini di
gloria dei cavalieri di ventura. Altri interpretano l’opera di Miguel
de Cervantes in chiave simbolica, e quindi universale. I mulini a
vento diventano le forze, i poteri,
le mafie, gli interessi, il comodismo, l’ignoranza, la malafede, la
miopia contro cui è inutile lottare con la nostra ridicola armatura
di latta. Pierferdinando Casini non
è certamente un Don Chisciotte, e
le sue armi, logica, intelligenza,
coraggio e fede, sono potenti, ma
i mulini contro i quali si accinge
a lottare hanno mura granitiche,
difficili persino da scalfire. Per
questo mi piace e tiferò per lui.
Casini, 51 anni, è figlio d’arte. Suo padre era dirigente politico nei quadri della Democrazia Cristiana. Crebbe nelle file della D.C.,
consigliere comunale a Bologna,
deputato nel 1983, membro della Direzione Nazionale del partito,
partecipò attivamente al suo rinnovamento, fondò con Mastella il
Centro Cristiano Democratico che,
più tardi, insieme con altre correnti cristiano-democratiche diventa
UDC. Eletto al Parlamento Europeo nel ’94 e ’99, torna al Parlamento italiano e viene eletto Presidente della Camera dei Deputati
nel 2001. È oggi alla guida della
UDC, un partito di opposizione che
conta su circa il 7% dell’elettorato italiano, ed è presidente della
Internazionale Democristiana. Una
carriera politica brillante.
Casini è oggi al centro delle attenzioni del mondo politico
italiano per le sue prese di posizione polemiche e coraggiose. Ne
ha parlato lui stesso in una intervista a “Porta a Porta” del giorno 11 dicembre scorso. Ho cercato di ridurre in termini semplici
le sue dichiarazioni, completate
con alcune opinioni di ‘Repubblica’ e ‘Corriere della Sera’. È certamente un compito velleitario
Ezio Maranesi
e ambizioso; sono lontano culturalmente, oltre che fisicamente, dal mondo politico italiano,
ma forse una visione distaccata,
non inquinata da preoccupazioni
contingenti, può dare un piccolo
contributo nella valutazione delle possibilità che ha Casini di abbattere qualche mulino.
Il primo obiettivo lo ha già
raggiunto: costituire una forza di
opposizione diversa, alternativa
a quella guidata finora dalla Casa
delle Libertà. Casini riconosce il
grande carisma di Berlusconi, la
sua capacità politica di aggregare, il suo merito di aver creato un
forte centrodestra che ha già vinto e potrà vincere ancora. Ritiene però che un movimento politico debba essere sorretto da una
forza ideologica radicata che non
debba dipendere dal carisma di
una persona. “Gli uomini passano
- sostiene - le politiche restano;
non si può scommettere sulla definitività della provvisorietà.” Bisogna quindi dotare il movimento
di centrodestra di una sua politica e pensare al dopo-Berlusconi.
Non si può infatti definire “politica” l’attuale atteggiamento di attesa che accada qualche disgrazia
alla sinistra per poter tornare al
potere. Bisogna piuttosto dimostrare che si è migliori.
Casini si accinge ora a lavorare sul suo secondo obiettivo, la
creazione di un forte partito di
centro, di ispirazione cristiana,
che raccolga i moderati che oggi
votano centro-destra o centro-sinistra. Casini crede nella grande
forza dei moderati ma conosce
anche il grande rischio di fallire
di fronte alla attuale propensione degli italiani ad accettare il
bipolarismo come aggregazione
politica delle destre e delle sinistre. La sua critica al bipolarismo, cosí come è inteso oggi,
è pungente: le due parti che si
contrappongono devono escludere gli estremi [Verdi, Rifondazione Comunista, Lega, ecc.]. Non
si può fare affidamento su due
grandi “armate brancaleone” che
servono a vincere ma paralizzano il governo che, per governare,
deve fare troppe concessioni.
Il terzo obiettivo che Casini
pone, non tanto a se stesso quanto al Paese, è la realizzazione delle
riforme politiche, sociali ed economiche di cui l’Italia ha assoluto e
urgente bisogno: energia, liberalizzazioni, investimenti, Mezzogiorno, ricerca, sistema pensionistico,
ecc. Per realizzare queste riforme
ci vuole molto coraggio perché esse costano un prezzo politico altissimo. Le può fare solo un governo
forte e unito che non sia obbligato a fare regali alle frange estreme per poter sopravvivere. Un
forte governo di forze moderate
potrebbe farcela.
Casini si giudica un uomo coraggioso. Nel corso
della sua carriera ha dovuto spesso prendere decisioni difficili. Ha subito critiche ma i fatti
hanno finito col dargli
ragione. Sa che i tempi
non sono ancora maturi; il
suo programma ha bisogno di respiro e deve guardare avanti, nel
lungo termine. Casini crede in ciò
che fa, e potrebbe vedere anche
ciò che i suoi critici non vedono.
D’altra parte le tesi che sostiene
sono sensate, il suo programma è
coerente e ha una sua logica.
Ciò che ha colpito, nel corso della sua intervista, è stato lo
stacco netto tra le idee da lui sostenute e le obiezioni e le argomentazioni dei suoi intervistatori:
Vespa, Galli Della Loggia, Sansonetti e Cazzullo, fior di giornalisti, e Polegato, dirigente di Confindustria. Le obiezioni facevano
riferimento a fatti e situazioni
contingenti; Casini era su un’altra
dimensione. Era proiettato nel futuro, pensando ad una possibile
Italia in grado di affrontare e risolvere i suoi problemi, di riprendere a correre, e non solo per inseguire i paesi europei più bravi
di noi. L’immagine che Casini ha
dato è quella di uno statista “in
fieri”, di cui l’Italia ha bisogno e
non ha da tanto tempo. Auguri,
Pierferdinando, di cuore. Non vi
sono mulini indistruttibili, e forse
ce la puoi fare.
Janeiro 2007
/
Reprodução
Fiat: ripresa
le ripetute elevate perdite degli
ultimi anni.
E le prospettive al 2010
sono impressionanti, anche in
seguito ai molti accordi internazionali di joint-venture sottoscritti da Marchionne dopo lo
svincolo con GM di cui riporto
i principali: con la TATA indiana per la produzione in India di
vari modelli FIAT ed in Argentina nello stabilimento Fiat di
Cordoba di Suv e Pick-up Tata;
con la SUZUKI per la produzione
nel suo stabilimento ungherese
di un suo 4x4 di classe media
con motore Fiat; in Cina per
l’espansione delle produzioni
della linea Palio brasiliana; con
la PEUGEOT per l’ampliamento
della già esistente collaborazione per i veicoli commerciali; con
la russa SEVERSTAL per avviare
la produzione di vari modelli;
potenziamento degli impianti
TOFAS in Turchia, da tempo in
funzione.
Aggiungasi ancora l’imminente lancio del modello medio
BRAVO in Italia e della nuova
500 in Polonia (dove già viene
costruita con grande successo
la nuova PANDA), che verranno
seguiti, fino al 2010, da un’altra
ventina di nuovi modelli, tra cui
vari LANCIA ed ALFA ROMEO.
Le prospettive sono quindi
di passare mondialmente dai
2 milioni di auto vendute nel
2006 a circa 3,5 milioni nel
2010, collocandosi in tal caso
la FIAT tra i primi 8 grandi
costruttori mondiali, con produzioni che verrebbero divise
grossomodo in parti eguali tra
Italia ed i vari altri paesi con
iniziative associate.
Vale la pena di rilevare che
la fiducia FIAT nella conquista
dei grandi mercati emergenti (Cina, India, Russia) è stata confortata dal suo notevole
successo in Brasile da dove ha
fabbricato nel 2006 un 500.000
auto (400.000 per il mercato
domestico con partecipazione
leader di oltre il 23%) e 100.000
esportate; che certamente gli
impianti brasiliani seguiranno
il generale potenziamento del
Gruppo ed infine che la linea
PALIO, all’avanguardia in Brasile
e non fabbricata in Italia, sarà
prodotto essenziale per le iniziative nei tre suddetti paesi la
cui popolazione totalizza circa
2,5 miliardi di abitanti.
ComunitàItaliana
11
marco lucchesi / articolo
Flor Preferida? Antúrio
D
iógenes da Cunha Lima – glória das letras do Brasil – propôs
um breve e instigante questionário, que procuro responder
como posso...
Reprodução
1. Solidão é conquista ou derrota? Pura conquista. Descoberta da
parte de dentro. Havendo um fora. A espessura do abismo que nos
rege. Delírios. Devaneios. Carta de achamento. Povoação. Conquista.
Precária. Paulatina. A mais possível.
2. Escrever é ventura ou aventura? Ventura. Aventura. Errância.
Delírio. Achamento e perdição. Lembro de Maiakovski: a palavra são
pregos. O escritor é igual a Cristo. As chagas, Diógenes, as chagas...
3. O que mais se salienta em um caráter humano? A verdade. O
compromisso com a verdade. Apenas a verdade.
4. Melhor a fantasia ou a realidade? [Pode haver meio-termo?]
5. A poesia é útil? Inútil. Mas como é bela. E necessária.
6. Fronteira entre a poesia e a prosa? Dissipada. Os guardas da
fronteira dormem sossegados. Não precisamos de passaporte. As línguas são diversas. E por isso mesmo iguais.
7. Livros que ajudaram à sua formação? Todos. Os melhores. Os piores. O livro do mundo. O mundo dos livros. Assim, o tempo todo. O
livro de minha formação? O livro que ainda não tive a ventura de ler.
8. Qualidade superior em um homem? A generosidade.
9. Qualidade superior em uma mulher? A luminosidade.
10. O que mais aprecia em um amigo? A franqueza. O saber dividir
suas alegrias, que dividir tristezas é tarefa que não requer esforço
algum.
11. O que mais lamenta em um amigo? A delicadeza quando falta.
Quando toma o silêncio como falta.
12. Medo – a que serve? A trazer de volta a nossa dimensão. A sondar horizontes que nos cercam. E ultrapassá-los, quando for o caso.
13. Dúvida – a que serve? A dúvida metódica inaugurou uma filosofia. Mas não pode servir de aguarrás o tempo todo.
14. A morte é vírgula ou ponto final? Ponto e vírgula.
15. Deus é patrimônio de cada ser humano? Deus não tem dono.
Mas é nosso.
16. Jesus é um amigo? Os persas diziam “o doutor Jesus”.
17. O diabo tem credibilidade? Segundo Papini, precisamos ter pelo diabo uma atitude mais cristã. Assim daremos início ao incêndio
do grande perdão.
12
ComunitàItaliana
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Janeiro 2007
18. Somos sós no universo? A estatística diz não. Os olhos esperam. O coração bate. Desde menino olho para os céus.
19. Seu defeito principal? A ira dos calmos.
20. Sua ocupação preferida? Contemplar a beleza.
21. Como você sonha a felicidade? Eis o meu segredo.
22. Você não consegue tolerar? A intolerância. A falta de entusiasmo. A não generosidade.
23. Seu estado de ânimo atualmente? Arisco e sereno. Meio cavalo. Meio nuvem.
24. O que mais importa a você como profissional? Que os horizontes sejam amplos. Que a dúvida corrosiva me confunda e me arrebate. Saber mais. Saber mais. Atingir a perfeita ignorância. A douta
ignorância. O silêncio.
25. O que mais importa a você como amador? O risco. Ah, sempre o risco.
26. O que o tornaria infeliz? Ter medo de errar.
27. Quem você gostaria de ter sido? Aquele que não fui. Todos
eles. E nenhum.
28. Três cidades encantadoras? Roma. Damasco. E Natal.
29. De que país o Brasil poderia auferir qualidades? Dos países
profundos que o constituem, de suas antigas nações.
30. Árvore admirável? A sumaumeira. O baobá. A mangueira.
31. Flor preferida? Antúrio.
32. Pássaro admirado? Uirapuru.
33. Cor favorita? Amarelo.
34. Na ficção, personagens (masculinos) de usa estima? Lucien
Leuwen. Rashkolnikov. Quincas Borba.
35. Na ficção, personagens (femininas) da sua estima? Diadorim.
Lucia Mondella. Madame Bovary.
36. Um filme? E la nave va.
37. Pintores preferidos? Caravaggio. Di Cavalcanti. Portinari.
38. Três palavras bonitas? Madrugada. Sideral. Espessura.
39. Daria indulgência a que falhas humanas? Àquelas marcadas
pelo excesso. Só o excesso merece perdão.
40. Um verso? De Bandeira: “A vida é vã como a sombra que passa”.
41. Personalidades bíblicas (masculinas)? Jó, Daniel, João Evangelista.
42. Personalidades bíblicas (femininas)? Éster, Madalena, Eva.
43. O seu rio? Tenho diversos, mas cito apenas dois. O Paraíba e
o Arno.
44. O seu mar, sua praia? Niterói. Itacoatiara. Mas O Rio Grande do
Norte, ah, como suspiro pelo Rio Grande...
45. Quem tem um sol no coração? Os meninos.
46. Ser criança é? É a poesia.
47. Ser jovem é? O ensaio.
48. Ser maduro é? A prosa.
49. Ser velho é? Não distinguir os gêneros literários.
50. Exerce a sua esperança? Teimoso. Cético. Cheio de esperança.
Teimoso. Cético. Ou talvez...
51. Seu lema? Plus ultra.
entrevista
O sabor do O
cinema
italiano
Os professores Sandra Leite e Paolo Targioni usam iguaria
livornese como inspiração para mostra semestral de cinema.
Como complemento, filmes que fogem do mainstream
Divulgação
Simone Gugliotta
que uma refeição livornese e uma mostra de cinema italiano podem ter em
comum? Para começar, o
nome. A mostra realizada semestralmente na Universidade de São
Paulo (USP) e criada pelos professores de italiano, Sandra Leite
e Paolo Targioni, chama-se como
um prato típico de Livorno. Mas
não é só. Os criadores explicam
que “Cacciucco”, uma sopa, era
uma mistura do que sobrava da
venda diária apreciada apenas
por pescadores. Anos mais tarde,
uma vez apresentada ao público
em geral, virou iguaria.
Assim acontece com os filmes
selecionados pelos dois: são sucessos de público na Itália mas
que não parecem comerciais o suficiente para as distribuidoras estrangeiras, mesmo sendo apetitosas criações para olhos e mentes
italianos. Sandra e Paolo resolveram mudar isso e com “Cacciucco”, que em 2007 vai para a quinta e sexta edição, trazem esses
filmes para cá com direito a debates em italiano ou português.
A idéia da carioca Sandra,
doutoranda em literatura italiana
pela Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ), e do toscano
Paolo, mestre em língua e literatura italiana pela USP, vem atraindo o público. O interesse dela por
filmes italianos surgiu em Milão,
em 1992, onde morou. Formada
“Queríamos algo
que identificasse
a italianidade
do projeto e que
fosse sonoro.
Fazia tempo que
o Paolo estava
prometendo
fazer essa
famosa sopa
livornese. Então
eu falei: “Por que
não Cacciucco?!”
Sandra Leite
14
ComunitàItaliana
/
Janeiro 2007
em Letras pela UFRJ, Sandra também é mestre em Estudos Lingüísticos pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC)
com a dissertação Amarcord: Narrativa de um imigrante italiano no
Rio de Janeiro. “Essa foi a minha
paixão confessa pelo cinema, em
especial por este filme de Fellini
que significa em dialeto romagnolo io mi ricordo”.
Formado pela Universidade
dos Estudos de Florença em Ciências Políticas com a tese em
Sociologia da Comunicação sobre
o escândalo Watergate, Paolo começou a se interessar por cinema italiano nas aulas de comunicação da faculdade. Além disso,
sempre teve a chance de seguir
os projetos da escola de cinema
“Anna Magnani” de sua cidade
natal, Prato, e freqüentar cineclubes florentinos durante sua
formação acadêmica.
ComunitàItaliana – Como nasceu “Cacciucco”?
Sandra Leite – Em 2004, fizemos
uma mostra de cinema brasileiro
em Trento com o auxílio dos Ingegneri Senza Frontieri e da Facoltà di Sociologia dell´Università
di Trento. Foi tão emocionante
que quando voltamos para o Brasil, quisemos fazer o mesmo. Costumamos dizer que eu sou “il cervello” e o Paolo “le braccia. ”Eu
tive a idéia, mas sem a dedicação do Paolo, nada seria feito. O
apoio da Professora Paola Baccin
foi fundamental. A primeira mostra, em 2005, foi sobre o ator,
autor e diretor Massimo Troisi.
Ainda não tínhamos o nome “Cacciucco”. Consideramos esse evento
um piloto. Começamos sem muita
pretensão, mas com ajuda do departamento de italiano da USP tivemos uma grande adesão de público. O nome surgiu em Foz do
Iguaçu, quando íamos a um congresso da Associação Brasileira de
Professores de Italiano. Queríamos algo que identificasse a italianidade do projeto e que fosse
sonoro. Fazia tempo que o Paolo
estava prometendo fazer essa famosa sopa livornese. Então eu falei: “Por que não “Cacciucco”?!”
Paolo Targioni – “Cacciucco” nasce como prato pobre dos pescadores que, com o peixe não vendido,
faziam uma sopa tipo moqueca ou
caldeirada forte e apimentada. A
característica principal é ser uma
Parceria sem fronteiras: Sandra é carioca e Paolo veio da Toscana
sopa de todo tipo de peixe, sem
um sabor que ganhe sobre o outro
e com variantes, apesar do original de Livorno ter sua própria receita. O nome começa com a letra
“c” e tem outros dois duplos, e
há uma curiosidade quanto a isso. Em Livorno, as cinco letras “c”
são bem marcadas e normalmente
nas demais variantes regionais do
italiano esta palavra sempre é falada com quatro “cês”, ou seja, a
primeira dupla vira um “c”simples
e os Livorneses dizem que se você
tirar um “c” do nome você está tirando o sabor do prato.
CI – O que já foi apresentado nas
edições?
Sandra – Se contarmos com a
mostra-piloto estamos na quarta
edição caminhando para a quinta e já estamos planejando a sexta. A primeira foi sobre Massimo
Troisi, depois trouxemos os filmes
“Ovosodo” e “Manuale d’Amore”. A
terceira foi sobre futebol, por estarmos às vésperas da Copa. Essa
edição foi especial porque trouxemos o diretor Ugo Giorgetti para
falar sobre seus filmes “Boleiros 1
e 2” e o ator e empresário Nello
De Rossi. O intérprete do personagem do chefe no comercial no qual
o empregado era promovido por
causa de suas camisas. Ele repetia o bordão “Bonita camisa, Fernandinho!” Já a mostra do último
semestre foi sobre os comediantes
Aldo, Giovanni e Giacomo com os
filmes: “Tre Uomini e Una Gamba”, “Cosi è la vita” e “La legenda
di Al, John e Jack.” Durante essas edições tivemos como público
professores e alunos da USP. Os representantes do IIC de São Paulo
estiveram presentes em duas edições, mas com a mudança de direção, não tivemos mais acesso.
CI – Vocês acham que muitos
aqui no Brasil ainda conservam
o velho esquema “sole mio-mafia-tarantella-futebol” quando se
fala de cultura italiana?
Sandra – Exatamente por isso
concebemos o “Cacciucco”. Para
construirmos uma idéia de Itália
contemporânea, não mais a do
“sole mio”. Nossos alunos sempre
nos questionam sobre a Itália da
Comunidade Européia. A Itália do
século XIX, e a das décadas de 50
e 60 é por eles conhecida pelas
histórias de seus ascendentes,
legado cultural de seus bisavós,
avós ou pais. Quanto ao conceito
de Itália no Brasil, e por que não
dizer no mundo, desde a década
de 80 com o Italian Style of life, graças talvez aos designers e
estilistas, o velho esquema vem
sendo associado à imigração italiana ou às manifestações culturais de determinada época. Alguns optam pela nostalgia, pela
possibilidade de estar em contato com a cultura italiana, mas
grande parte se interessa pela
atualidade, quer seja econômica,
política, social ou cultural.
Paolo – Não vejo muito este desejo de conhecer o novo. Ter certezas é tão confortável que muitas pessoas dificilmente querem
quebrar os estereótipos que construíram. Não é só o público, mas
também algumas instituições. Assim decidimos fazer uma mostra
de cinema diferente do que já é
oferecido. Este ano, durante uma
mostra, um aluno disse que o filme do dia estava fraco e pediu
um filme tipo “I cento passi de
Giordana”. Respondi que exatamente dali a duas horas o filme
ia ser exibido de graça no cinema
tal. O problema é que há de so-
bra gente mostrando neorealismo
e filmes esperados por pessoas.
Nós queremos mostrar um pouco
da Itália que temos hoje nas ruas.
Fugir do estereótipo do imigrante pobre que faz barulho e toma
vinho em grandes comilanças. A
geração de nossos avós pode ter
sido isso, mas hoje nossa geração
veste Armani e Prada, toma vinho
italiano, adora Maserati e Ferrari, compra o design da Alessi. A
cantina barulhenta virou o Fasano
onde se pode beber o Brunello di
Montalcino, recentemente eleito
pela revista Wine Spectator o melhor vinho do mundo. A Mooca e
o Brás em São Paulo mudaram para a rua Oscar Freire e o Shopping
Iguatemi. Claro que sole mio-mafia-tarantella-futebol ainda existem e são fortes: acabamos de
ganhar mais uma Copa e de eleger
no parlamento italiano 25 condenados definitivos por Máfia. Mas a
Itália de hoje não é só isso.
CI – Vocês acham que, por meio
de filmes, os cidadãos italianos
votantes no exterior têm uma
visão mais clara sobre decisão
política?
Sandra – Política é sempre complexa. Para que um estrangeiro
compreenda um quadro político
precisa do frame e dos personagens. Por isso, estamos pensando em elaborar uma mostra sobre
esse tema, provavelmente a sexta
edição, para que possamos abordá-lo em sua complexidade. Temos
o privilégio de contarmos com o
Paolo que é um cientista político
formado na Itália e com alguns
anos de Brasil nas costas. Eu tive a sorte de estar na Itália entre
1992 a 1993 quando só se falava
em Tangentopoli e Mani Pulite o
que me deu uma certa noção.
Paolo – A idéia do “Cacciucco”
é, na verdade, divertir. Não tem
mensagem política explícita. Felizmente este argumento sempre
surge durante o debate, mas daí
a dizer que podemos influenciar
as intenções de voto, acho um
caminho longo.
CI – Como é o processo de seleção de filmes que vocês apresentam? Encontram dificuldades para trazê-los ao Brasil?
Sandra – São sempre filmes que
tiveram sucesso de público na
Itália, que servem como referência para gerações de italianos e
quase nunca chegam ao Brasil.
Paolo: A idéia é pegar filmes re-
Janeiro 2007
/
“Nós queremos
mostrar um pouco
da Itália que temos
hoje nas ruas. Fugir
do estereótipo do
imigrante pobre que
faz barulho e toma
vinho em grandes
comilanças. A
geração de nossos
avós pode ter sido
isso, mas hoje nossa
geração veste
Armani e Prada [...]”
Paolo Targioni
centes, a partir dos anos 80, e
que tiveram grande sucesso na
Itália. Trazê-los nem sempre é
fácil mas, de qualquer forma,
conseguimos até hoje fazer várias edições. O problema é que a
gente não tem nenhum apoio de
instituição ou departamento.
CI – O que significa a realização
desse projeto para vocês?
Sandra – No âmbito pessoal,
é uma grande satisfação, uma
idéia que nasceu e tomou corpo.
No profissional, ainda não tenho
idéia. Como a grande vontade foi
realizá-lo, vê-lo acontecer é o
que importa. Não sei que caminhos ou dimensões irá tomar.
Paolo – Pessoalmente é uma
grande satisfação, porque nem
tantas pessoas acreditavam nisso no começo. Profissionalmente
foi a abertura para poder propor
mais cursos dentro da USP.
CI – Alguma chance de “Cacciucco” vir para o Rio de Janeiro?
Sandra – Já pensamos a respeito.
Também tivemos o convite de levá-lo para o interior de São Paulo e
Paraná. Optamos por deixá-lo amadurecer. Quando “Cacciucco” passar
a ser anual, poderemos viabilizar
essa possibilidade. Para isso precisaremos de instituições de ensino
que hospedem e invistam, cobrindo os custos com os palestrantes.
Paolo – Quem sabe...
ComunitàItaliana
15
politica
È in calo la fiducia nel governo.
Per molti, Prodi peggio di Berlusconi
I
Ana Paula Torres
Corrispondente • Roma
taliani delusi. Una nebbia
densa che avvolge tutta la
società. E non si tratta dei
soli elettori del centrodestra,
ma un po’ tutti gli italiani da
Nord a Sud del Paese. È quanto
emerge dalla IX indagine su “Gli
italiani e lo Stato”, condotta da
Demos per il quotidiano “La Repubblica”.
Dai risultati si arriva alla
conclusione che il clima di depressione espresso dalla popolazione durante gli ultimi anni
del governo Berlusconi continua,
nonostante gli italiani siano andati alle urne, abbiano votato
ed eletto un nuovo governo, un
nuovo premier.
Hanno partecipato all’indagine 1500 persone con età uguale
o superiore a 15 anni. La prima
domanda riguardava una valutazione del governo di Romano
16
Prodi in paragone con quello
precedente, di Silvio Berlusconi.
Il 41,1% degli intervistati ha risposto che giudica l’attuale governo molto peggiore o peggiore
a quello del centrodestra, mentre
il 25,4% lo considerano uguale,
il 18,9%: molto migliore o migliore ed il 14,6% non sa o non
ha risposto.
Il secondo quesito era sulla fiducia nelle istituzioni. Tra
i cittadini intervistati, più del
70% ha dichiarato di avere molta fiducia nelle Forze dell’Ordine. Secondo in classifica appare
il Presidente della Repubblica Giorgio Napolitano, con il
59,6%. L’anno scorso l’80% degli intervistati aveva detto di
avere molta fiducia in Carlo Azeglio Ciampi, l’ex presidente veramente molto seguito ed amato dalla popolazione.
ComunitàItaliana
/
Janeiro 2007
Dal quarto quesito emerge
che gli italiani hanno più voglia
di prima di partecipare in qualche
modo attivamente alla vita in società. Il 29,1% degli intervistati
ha affermato di aver partecipato
almeno una volta all’anno a delle
attività in associazioni di volontariato, mentre nel 2005 lo facevano il 28,5% delle persone e nel
2001 solo il 22,3%. Il coinvolgimento personale è in aumento
anche per quanto riguarda le iniziative collegate ai problemi del
quartiere o della città in cui si
vive. Lo stesso vale per le manifestazioni pubbliche o di partito,
mentre è in calo la partecipazione alle manifestazioni pubbliche
di protesta, come i girotondi e
movimenti.
Per quattro italiani su dieci
il governo Prodi fino adesso ha
fatto peggio di quello precedente. Risulta inoltre che gli italiani
sono più insoddisfatti dei servizi,
soprattutto quelli pubblici. Malgrado abbiano espresso questo
giudizio, otto persone su dieci
dicono di preferire che la gestio-
ne dell’istruzione e della sanità
resti nelle mani dello Stato.
Per quanto riguarda la convivenza in una società multietnica,
gli italiani si presentano più impauriti che in passato. Il rapporto
con gli immigrati sarebbe difficile
per via della sicurezza e della lontananza religiosa e culturale.
Da un’altra indagine condotta da IPR Marketing sempre per
il quotidiano “La Repubblica”,
emerge che la fiducia in Prodi e
nell’esecutivo da lui guidato è in
forte calo. Si tratta di una discesa che si avverte anche sul grado
di consenso dei partiti del centrosinistra.
Dopo un tormentato iter per
l’approvazione della Finanziaria,
crescono le contestazioni ed il livello di sfiducia nei confronti del
premier: dal 37% di registrato
prima dell’estate, si arriva al 52%
di oggi. Invece coloro che hanno
fiducia in Prodi passano dal 58%
di luglio al 42% di adesso.
Per quanto riguarda il governo, a luglio, il 63% degli italiani aveva fiducia nell’esecutivo,
mentre oggi si è scesi al 38%,
ossia, venticinque punti in meno
in soli cinque mesi. Parere positivo invece per il Ministro degli
Affari Esteri, Massimo D’Alema
che risulta essere il più gradito
dei ministri. L’indagine lo piazza
a quota 66%, appena due punti percentuali in meno rispetto a
luglio. Secondo in classifica arriva Antonio Di Pietro, Ministro
delle Infrastrutture che si mantiene poco sopra il 60%. Terzo
il titolare del Vicinale, il Ministro dell’Interno, Giuliano Amato, con 60%. L’unico ministro
invece ad aver aumentato il suo
consenso tra la popolazione è
Barbara Pollastrini, Ministro per
le Pari Opportunità, che sale da
50 a 52%. Per Pierluigi Bersani,
Ministro delle Attività Produttive, continua la discesa dal 72%
di luglio all’attuale 50%. Ma ad
avere la peggio è il Ministro
dell’Economia, Tommaso Padoa
Schioppa, sicuramente un riflesso della Finanziaria, dato che
molti l’hanno colpevolizzato per
i tagli alla manovra. La fiducia
è così passata dal 71% di luglio
al 36% odierno. Il calo di fiducia che colpisce Prodi e il suo
governo, si fa sentire anche sui
singoli partiti del centrosinistra,
mentre quelli del centrodestra si
fortificano.
Ha vinto Prodi
o Berlusconi?
Iniziato il
riconteggio dei voti
delle ultime elezioni
Ana Paula Torres
D
Corrispondente • Roma
opo tante polemiche, la
Giunta per le elezioni
della Camera ha deciso di
ricontare i voti delle elezioni scorse. È stato istituito un
Comitato di verifica per controllare tutte le schede bianche, nulle, contestate e valide. Il lavoro dovrà essere ultimato entro il
mese di luglio del 2007.
Saranno ricontati oltre quattro milioni di voti, appartenenti ad una sezione ogni dieci per
ogni circoscrizione, in un totale
di seimila sezioni. Inoltre, verranno sottoposte a verifica anche le
schede dei seggi per i quali sono
state segnalate delle anomalie da
parte dei relatori circoscrizionali.
— “Siamo convinti di aver
vinto le elezioni — dichiara il
leader di Forza Italia, Silvio Berlusconi — È assolutamente negativo che non si sia proceduto
immediatamente a ricontare le
schede, com’è avvenuto in Ucraina, Messico e Stati Uniti”.
— “La decisione della Giunta
per le elezioni della Camera, che
ha deliberato il riconteggio del
10% di tutte le schede, — sostiene Roberto Calderoni — rappresenta un fatto eccezionale e
proprio questa sua eccezionalità
deve far ritenere che sia qualcosa più di un ragionevole dubbio
l’ipotesi che i risultati elettorali,
che hanno portato Romano Prodi
al governo, possano considerarsi
definitivi”. Il vicepresidente del
Senato e Coordinatore delle Segreterie della Lega Nord ha poi
aggiunto: — “sarebbe auspicabile che il presidente della Repubblica e i presidenti dei due rami
del Parlamento si auto-sospen-
Reprodução
La terza domanda faceva riferimento all’evasione fiscale e vi
si chiedeva se è giustificabile pagare meno tasse del dovuto se si
ha la possibilità di farlo. Il 56,6%
ha risposto “mai”, rimproverando
così l’atto di evadere. Il 18,3% ha
risposto “qualche volta”, mentre
il 9,8% “sempre”, l’8,9% “quasi
mai”, il 5,5% “quasi sempre” e lo
0,9% non sa o non ha risposto.
Reprodução
Italiani
delusi
politica
dessero dalle loro rispettive cariche, fino al termine delle verifiche in questione, in quanto eletti
da parlamentari la cui elezione,
in virtù dell’odierna deliberazione della giunta, è da considerare
sub sudice. Per cui, — conclude
— dopo la verifica, potrebbero
risultare non più eletti, invalidando di conseguenza anche le
elezioni del presidente della Repubblica e dei presidenti delle
due Camere”.
Per Ignazio La Russa, presidente dei deputati di Alleanza
Nazionale: —“Il dato più significativo della decisione della Giunta per le elezioni della Camera
che ha deliberato il riconteggio
del 10% di tutte le schede, è
l’impegno di allargare la verifica,
qualora emergessero anomalie o
discrepanze con la precedente
assegnazione dei voti. Di fronte
al rifiuto della maggioranza di sinistra di procedere al riconteggio
di tutte le schede — afferma —
si è comunque raggiunto l’obiettivo importante di una verifica di
una quota non marginale e che, a
differenza di quanto deciso dall’analoga Giunta del Senato, non
prevede solo il riconteggio delle
schede bianche o nulle, ma anche
di quelle valide”. — conclude.
Per il vice premier Francesco
Rutelli, la decisione della Camera
è giusta: — “È giusto, — afferma
– non c’è motivo al mondo perché
tutti i voti assegnati dagli elettori
non vengano verificati. Se c’è un
dubbio — continua — deve esse-
Janeiro 2007
/
re sciolto. Quindi, questo è un elemento di rasserenamento per tutti.
D’altra parte — aggiunge Rutelli
— c’è stato un grande circo per
dire che le schede sono state truccate. Contiamole e vediamo.”
Invece il leader dei Ds, Piero
Fassino, la pensa diversamente:
— “Sono preoccupato perché un
sistema politico si deve fondare
sulla certezza delle regole. Se passa il principio che si riconta se si
hanno sospetti di brogli, non c’è
più certezza di nulla”. — dichiara.
Il presidente della Camera,
Fausto Bertinotti, valuta ragionevole la decisione. — “Riconteggiare il 10% delle schede così come
deciso dalla Giunta per le elezioni,
mi pare ragionevole e tranquillizzante”. — Però, Bertinotti auspica
che il controllo sia fatto non solo
alle schede bianche o nulle, ma su
tutte. — “Mi pare ragionevole —
sottolinea — tanto ragionevole
da essere unanime. Non c’è nulla
che debba essere nascosto”.
— “I dati non rappresentano
una cifra che può spostare la situazione a favore di uno dei due
schieramenti — ha dichiarato il
presidente della giunta, Donato
Bruno. — Solo il comitato di verifica potrà procedere a una verifica più puntuale. In alcune circoscrizioni — sottolinea — si è
dovuto in un certo senso operare
una forzatura per far quadrare i
conti. Ma le relazioni circoscrizionali, affidate a un solo parlamentare, — conclude — non possono
rappresentare un riscontro davvero efficace, che solo il lavoro del
comitato di verifica può assicurare, operando a livello nazionale”.
Dal primo risultato parziale
del riconteggio L’Unione alla Camera avrebbe ottenuto 177 voti
in più rispetto a quelli ufficiali.
Questi dati emergono dai controlli effettuati a 26 circoscrizioni elettorali. In questo modo, secondo i membri di maggioranza
della giunta, il distacco dell’Unione dalla Casa delle Libertà passerebbe da 24.755 a 24.932 voti a favore del centrosinistra. Gli
esponenti della maggioranza della giunta affermano che dai dati
delle 26 relazioni circoscrizionali
non emergono novità o anomalie
particolari. E questo è solo l’inizio del lavoro che dovrà essere
ultimato entro luglio, periodo in
cui sarà possibile avere un quadro
definitivo dei voti aggiudicati da
uno e dall’altro schieramento.
ComunitàItaliana
17
atualidade
Fotos: Reprodução
E o hospital
ficou ‘doente’
Inspeção é realizada em todos os hospitais italianos
após denúncia contra o Umberto I de Roma
Ana Paula Torres
P
Corrispondente • Milão
ontas de cigarro e restos fecais pelo chão dos
corredores subterrâneos
da estrutura. Portas sem
fechadura em salas com material perigoso, que, em mãos erradas, podem provocar a difusão
de vírus e infecções. Enfermeiros
e assistentes fumando enquanto
transportam os pacientes em macas de um setor para o outro. Cigarros freqüentemente nas mãos
também de médicos.
Assim foi descrita a situação
do Hospital de Clínicas Umberto
I, o maior da Itália e pertencente
à prestigiosa Universidade de Roma “La Sapienza”. Uma instituição
onde trabalham médicos de carreira, tidos como conceituados e
muitas vezes, que atuam também
como docentes universitários.
Por conta disso não foi à toa
que unidades hospitalares de todo o país estão passando por
uma fase de controle após o escândalo vindo à tona, no início
de janeiro, com a publicação de
uma matéria sobre o assunto na
revista L’Espresso.
A ministra da Saúde, Lívia
Turco, ordenou que fossem rea-
lizadas inspeções nos hospitais
italianos para verificar o nível de
higiene e a situação estrutural. O
controle foi iniciado no dia 8 de
janeiro e os resultados serão entregues ao Ministério da Saúde,
que os analisará em colaboração
com o primeiro ministro Romano
Prodi e com o presidente da conferência dos presidentes das regiões, Vasco Errani.
Os trabalhos tiveram início simultaneamente em toda a Itália.
Em Milão, os policiais se apresentaram no Hospital das Clínicas,
outra grande estrutura do país.
Acompanhados pelo diretor do
hospital, deram início à verificação da documentação administrativa da instituição, principalmente
aquela que diz respeito aos contratos de manutenção e limpeza.
O Hospital Mangiagalli e demais
unidades milanesas também serão
examinados. Depois será a vez das
cidades de Varese e Como.
Em Roma, a situação não é diferente. O Humberto I foi somente o ponto de partida para toda
essa investigação. Ao término
da inspeção neste hospital, será
feita uma radiografia de outros
Fiscalizações tiveram início no último dia 8
18
ComunitàItaliana
/
Janeiro 2007
grandes centros como o Hospital
São Camilo, o Santo Eugênio e o
São João. O mesmo procedimento
será feito em Nápoles e Florença,
enquanto que nos próximos dias
as investigações deverão atingir
hospitais de outras cidades.
As inspeções tinham sido
anunciadas logo após a publicação da matéria sobre o Hospital
das Clínicas Umberto I de Roma.
O jornalista Fabrizio Gatti, da revista L’Espresso, por um mês se
fez de funcionário da limpeza e,
dessa forma, teve a possibilidade
de trabalhar dentro do hospital,
observar o comportamento dos
colegas e levantar informações a
respeito do real estado em que
funciona a estrutura.
Também foi aberto um inquérito em Roma para verificar as carências de higiene presentes no
hospital. Enquanto a situação é
investigada, a ministra Lívia Turco segue reunindo-se com autoridades do setor de saúde e universitário. É o caso, por exemplo,
do encontro com o ministro da
Universidade e da Pesquisa Fabio
Mussi, no qual o tema em discussão foi a relação entre o sistema
de saúde e o universitário.
A ministra Lívia Turco se reuniu com o presidente da região
Lácio, Pietro Marrazzo e com o assessor regional para a Saúde, Augusto Battaglia, para discutir sobre a situação de degrado em que
se encontra o hospital Humberto
I. Ela afirmou que, há anos, as infecções hospitalares são constantemente monitoradas na Itália.
Segundo a ministra, além disso,
existe uma campanha de redução
dos riscos de contrair infecções
durante uma internação. Mas de-
pois das notícias sobre o hospital
Humberto I, onde aparentemente
a falta de higiene é corriqueira, a
ministra solicitou uma investigação, em parceria com as regiões,
que já começou a ser realizada.
— É inaceitável que em um
hospital possam ser violadas dessa forma as normas fundamentais
de segurança e higiene — diz
Marrazzo.
Para tentar entender como o
problema foi gerado, depois do
encontro com Lívia Turco, ele se
reuniu com o pró-reitor da Universidade de Roma “La Sapien-
“A ministra da
Saúde, Lívia
Turco, ordenou
que sejam
realizadas
inspeções nos
hospitais de
toda a Itália
para verificar o
nível de higiene
e a situação
estrutural”
za”, Luigi Frati, e com o diretor
geral do hospital das Clínicas
Humberto I, Ubaldo Montaguti.
Na ocasião, ele solicitou a verificação de todos os contratos de
trabalho referentes à segurança e
à limpeza, avaliando pressupostos para rescisão ou para aplicação de penas. Deve também ser
feito um levantamento para penalizar quem violou as normas de
segurança dos pacientes e da estrutura. Ao término da reunião,
as partes presentes garantiram
que o controle será rigoroso.
O diretor geral do hospital
admitiu porém que a situação
não é regular.
— Não mesmo uma pedra está em estado regular aqui. Serão
dez anos para recolocar tudo em
ordem. O quadro atual é o resultado de trinta anos de problemas, causados pela falta de governo que não responsabilizo a
ninguém — afirma.
Para Montaguti, trata-se de
um problema estrutural e, dependendo do resultado da investigação, ele afirmou que poderá ser
a primeira pessoa a solicitar o fechamento do hospital.
A denúncia
O jornalista conta que trabalhou
por um mês no hospital. Segundo ele, em nenhum momento foi
barrado em um dos mais renomados no mundo. Na ocasião, ele
verificou a carência de pessoal
e de manutenção que se aliam à
falta de higiene e segurança.
Fabrizio Gatti explica que
exatamente por não possuir um
número adequado de empregados, foi fácil fazer-se de funcionário. Bastou vestir-se como
os demais e se apresentar como
encarregado da limpeza que ninguém desconfiou de nada.
— Ninguém desconfia de nada, ninguém pergunta nada. Em
2006, a comissão do governador
Pietro Marrazzo pediu a todos os
hospitais do Lácio informações sobre o pessoal, devido ao rombo de
dez bilhões de euros deixados por
Francesco Storace. E entre contratos por tempo determinado, trabalhadores sem carteira assinada
usados sem limite, cooperativas e
empresas externas, a administração do Humberto I acabou confessando à Região que não sabe o
número exato de seus funcionários
— escreve Gatti na sua matéria.
O jornalista conta também
que, durante o período em que
trabalhou na unidade, constatou
que o laboratório de Física Sanitária permaneceu várias vezes
sem controle, com geladeiras e
armários abertos, mesmo com a
presença de substâncias radioativas. O depósito de culturas
bacterianas e virais do departamento de Doenças Contagiosas e
Tropicais não possui fechadura,
e, sem supervisão, o congelador
que contém provetas com risco
contagioso apresenta-se acessível a qualquer pessoa.
Gatti observa também que,
somente depois de três dias, um
funcionário da limpeza recolheu
as fezes que um cachorro deixou
em um dos corredores do hospital. O mesmo corredor usado a todo momento para transferir os pacientes de um setor para o outro.
Risco de infecção
Na Itália, morrem entre 4.500 e 7
mil pessoas todo ano, vítimas de
infecções adquiridas durante o período de internação, sendo que em
30% dos casos trata-se de contágios perfeitamente evitáveis com
a aplicação de normas fundamentais de higiene. Segundo dados do
Instituto Superior de Saúde, em
2005, as infecções hospitalares na Itália aconteceram em
6,7% das internações.
Porém, esse valor
que é uma média na-
Janeiro 2007
/
cional, muda de uma região para
outra. No norte da Itália, existem
casos como o da Lombardia que,
no ano 2000, apresentava 4,9% de
infecções nas internações. O quadro muda de modo assustador com
os dados referentes a uma pesquisa da Universidade “La Sapienza”
e do Hospital São Camilo de Roma. O documento mostra que, em
1999, o Hospital das Clínicas Humberto I tinha chegado ao recorde
de 15,2% de infecções no total de
internações. Um valor duas vezes
e meia maior que o de todos os
outros hospitais romanos.
A média nacional de infecções hospitalares na Itália é similar àquela francesa, porém mais
elevada em relação à Alemanha.
Mesmo com todos os problemas
presentes na saúde pública italiana, é preciso ressaltar que, em
países como Suiça e Inglaterra, o
número de infecções é maior.
ComunitàItaliana
19
attualità
Ce la
faremo?
Pablo Duarte
L’Italia ad un passo del riconoscimento di
unioni eterosessuali e gay. Molte le opinioni
contrastanti mentre il Vaticano attacca
Ana Paula Torres
I
Corrispondente • Roma
alcuni giorni vicino al Transatlantico. — hanno dichiarato i due
deputati aggiungendo — Ci auguriamo che il Parlamento approvi al più presto una legge per il
riconoscimento delle unioni civili
così come richiesto dalle coppie
gay del presepe di Montecitorio.
È ingiusto che milioni di cittadini
non possano vedere riconosciuti i
loro diritti come ormai avviene in
quasi tutti i Paesi dell’Unione Europea” — hanno concluso.
Ma cosa significa Pacs? Il Pacs
[Patto di solidarietà civile] nasce in
Francia nel 1999. Non si tratta di
un matrimonio vero e proprio ma
di un accordo legale tra persone,
non necessariamente dello stesso
sesso. La legge riconosce alle due
persone molti diritti connessi al
matrimonio, come il diritto-dovere
alla reciproca solidarietà materiale.
Prevede inoltre la possibilità di lasciare dell’eredità al partner, di essere interpellato dai medici in caso di malattia dell’altro, di avere la
pensione di reversibilità, di subentrare nell’affitto dell’abitazione.
Reprodução
l governo si prepara alla discussione di un argomento
polemico: il riconoscimento
delle coppie di fatto, omosessuali compresi. Ma le opinioni
contrastanti non mancano ed è
subito scontro anche tra i membri del centrosinistra.
E come se non bastassero le
polemiche sollevate dalle varie
prese di posizioni, due deputati radicali della Rosa nel Pugno, Donatella Poretti e Bruno Mellano hanno pensato bene di introdurre nel
presepe allestito a Montecitorio
— sede della Camera dei Deputati
— due coppie gay. La prima coppia è composta da due donne con
al collo un cartello su cui si legge:
“Anche in Italia il matrimonio gay
come nella Spagna di Zapatero”. La
seconda coppia è composta invece
da due maschi con al collo un cartello con su scritto: “Pacs Now!”
— “Stamattina mentre ci recavamo in aula per le votazioni
sulla Finanziaria, abbiamo accompagnato due coppie gay vicino ai
pastorelli del presepe allestito da
Il parlamento iberico ha approvato una nova legge sulle coppie gay
20
ComunitàItaliana
/
Janeiro 2007
In Spagna, invece, dove il governo
Zapatero ha votato l’introduzione del Pacs il 30 giugno 2005,
esiste una reale equiparazione del
matrimonio tradizionale a quello
omosessuali. Il Parlamento iberico ha approvato la nuova legge
che da’ lo stesso status delle coppie eterosessuali a quelle gay, con
tutti i diritti che ne conseguono,
dall’eredità alla pensione e persino
l’adozione di bambini.
In Italia, se non ci saranno
impedimenti, il disegno di legge sui Pacs dovrà essere discusso
entro la fine di gennaio. – “Sulle
coppie di fatto intendo tener fede
al programma dell’Unione, quindi
prenderò in mano il dibattito per
la legge sulle coppie di fatto”. È
quanto ha dichiarato di recente
il ministro per le Pari Opportunità, Barbara Pollastrini. — “Faremo il dibattito con grande spirito di ascolto e attenzione. – ha
aggiunto – Vogliamo arrivare a
una soluzione saggia, equilibrata
e condivisa”. Alle parole del ministro si aggiunge la decisione del
presidente della Commissione Affari Sociali della Camera, Mimmo
Lucà, di promuovere un’audizione
sulla famiglia convocando anche
la Lega italiana famiglie di fatto.
La dichiarazione della Pollastrini ha subito suscitato preoccupa-
zione tra chi
non condivide la sua visione, come espresso da Riccardo Pedrizzi,
responsabile di Alleanza Nazionale per le politiche della famiglia e
presidente della Consulta etico religiosa: – “Il fatto che la ministra
rompa gli indugi e annunci di voler
prendere in mano il dibattito sulle
coppie di fatto, per arrivare al più
presto a una legge, è una sorta di
“adesso ci penso io”, che non può
non destare preoccupazione”.
Preoccupata anche Isabella Bertolini, di Forza Italia: “La
fretta con cui il ministro annuncia il varo di una legge sui Pacs la
dice lunga sulla deriva estremista
e laicista della sinistra in tema di
coppie di fatto e conferma che i
“cattolici adulti” della Margherita
non contano veramente nulla”.
La realtà è che sui Pacs si osserva una divergenza di opinioni non solo tra maggioranza ed
opposizione ma anche all’interno dell’Unione. Molte sono le voci provenienti dalla Margherita e
dall’Udeur che si oppongono alle
unioni di fatto.
— “Si deve parlare di diritti delle persone e non di diritti
delle coppie. — ha dichiarato il senatore Luigi Bobba, della
Margherita, durante un’intervista al quotidiano Il Giornale —
Nessun piccolo matrimonio: non
ci sarà nessuna equiparazione tra
convivenza e matrimonio inteso
secondo gli articoli 29, 30 e 31
della nostra Costituzione. Sì invece alla tutela dei più bisognosi”.
Il leader dell’Udc ed ex presidente della Camera, Pier Ferdinando Casini dichiara: — “C’è una
parte della maggioranza che vuole
portare l’Italia verso la Spagna di
Zapatero, parificando la famiglia
regolare a due conviventi omosessuali. Noi non li vogliamo discriminare, — sottolinea — ma non
possono pretendere uguali diritti
rispetto alle coppie regolari, previste non solo dalla legge, ma anche
dalla costituzione. Non è possibile
far finta di non vedere che molte
coppie rinunciano al matrimonio
per una scelta deliberata, spesso attinente a questioni patrimo-
niali. — e
aggiunge —
Pretendere che
a eguali diritti
non corrispondano
eguali doveri, significa
avventurarsi sulla strada
delle mistificazioni”.
Mentre per Gianni Alemanno, di Alleanza Nazionale:
— “La legge sulle coppie di fatto
è solo l’ultimo episodio di un inquietante stillicidio contro i valori del diritto naturale e il senso
comune operato dal governo di
centrosinistra sin dal suo esordio.
I cattolici dell’Ulivo — aggiunge
—devono riflettere su questa deriva laicista che caratterizza il
governo Prodi e a cui non possono reagire soltanto di rimessa
subendo costantemente nuove
iniziative delle ali massimaliste e
radicali del loro schieramento”.
Per Alessandra Mussolini, parlamentare europea, la legge non
sarà approvata perché lo schieramento politico favorevole al ‘no’
è maggioritario. — “La verità —
spiega — è che hanno ingannato
gli elettori di sinistra prima bocciando in finanziaria le norme di
parificazione e poi rimandando il
provvedimento, sapendo di non
avere la maggioranza. Basterà
aspettare il 31 gennaio”. — afferma la Mussolini.
— “Quando il disegno di legge sulle coppie di fatto sarà presentato alle Camere – dice Enrico La Loggia, vice presidente dei
deputati di Forza Italia – i par-
lamentari cattolici dovranno fare
fronte comune”.
Francesco Pionati, dell’Udc, afferma invece: — “Teo-dem o teoipocriti? Per i cattolici dell’Unione
è il momento della verità. Non ci
sono più zone grigie: o si è a difesa della famiglia o contro. L’Udc —
conclude — rinnova l’invito a una
battaglia comune contro i Pacs”.
Il leader dei Ds, Piero Fassino dichiara che il governo Prodi
non vuole sradicare la famiglia: —
“Sento allarmi infondati, noi non
vogliamo sradicare la famiglia. Ci
sono tantissime persone che vivono situazioni di coppie di fatto e vanno tutelate. Credo ci sia
la preoccupazione che si voglia
equiparare qualsiasi forma di convivenza alla famiglia fondata sul
matrimonio, ma non è così. — e
conclude dicendo — Vogliamo far
entrare in vigore in Italia quello
che in Europa esiste già da anni”.
Fassino si è poi espresso anche sulla possibilità di estendere
la facoltà di adottare minori da
parte di coppie omosessuali. “E’
una scelta molto delicata e difficile — ha spiegato — io personalmente non sono favorevole a
questa ipotesi anche se è lecito
pensarla diversamente ed in ogni
caso io non dò un giudizio morale”. “Non credo — ha aggiunto
— che sia una scelta che la società possa accogliere e neppure
penso che sia utile per il bambino essere adottato e crescere con
due persone dello stesso sesso”.
— “Proprio non comprendo —
afferma dall’opposizione Gianfranco
Rotondi, leader della Democrazia
Cristiana — l’indignazione sui Pacs
nella versione proposta dalla Pollastrini. Per noi cattolici — continua
— il matrimonio è indissolubile, ma
accettiamo una legge che disciplina
i diritti di chi non lo ritiene tale. Per
noi osservanti è vietato mangiare
carne di venerdì Santo, ma nessun
cattolico si indigna se il vicino di
casa in quel giorno la consuma”.
L’attacco del Vaticano
La dura critica della Santa sede non si è fatta attendere. Con
un articolo intitolato “Natale del
2006: sradicare la famiglia è la
priorità della politica italiana” il
quotidiano l’Osservatore Romano
ha duramente criticato la decisione del governo italiano di varare
un disegno di legge sulle unioni di
fatto. Ecco di seguito alcuni brani
del testo: “Con l’annuncio dell’im-
Janeiro 2007
/
pegno del Governo a produrre un
disegno di legge sulle unioni civili si è ribadito nuovamente il carattere ipocrita di queste iniziative che mirano esclusivamente ad
accreditare una forma alternativa
di famiglia. Si continua a dire che
a gennaio si parlerà di ‘diritti individuali e che la famiglia rimarrà
una sola, quella tradizionale, che
nessuno vuole mettere in pericolo. Si tratta di menzogne”.
All’attacco della Chiesa risponde il segretario del Prc, Franco Giordano: — “Sia ben chiaro
che le proposte di legge di questo paese non possono essere in
alcun modo condizionate dalle
gerarchie ecclesiastiche. La laicità — aggiunge — ispira la Costituzione repubblicana e non se ne
può in alcun modo derogare”.
Per Sergio Lo Giudice, presidente di Arcigay, tutte le polemiche che si sono create intorno alla
questione dei Pacs mostrano uno
scenario desolante e l’unica cosa
positiva è l’intenzione dell’Unione
di presentare entro il 31 gennaio
una proposta di legge. — “Una
legge sui Pacs — afferma — non
imporrebbe certo vincoli alle coppie di fatto che desiderino continuare a convivere liberamente,
contrariamente a quanto scrive
l’Osservatore Romano”.
E a proposito della presa di posizione del Vaticano, si esprime Rita
Bernardini, segretaria dei Radicali:
— “L’Osservatore Romano farebbe
bene a osservare cosa accade dentro le mura del Vaticano. — commenta — Continuare ad offendere
milioni di persone gay definendo la
legge sulle Unioni Civili una ‘battaglia senza senso’ è — aggiunge
la Bernardini — un tentativo di
influenzare le scelte di uno Stato
che deve affermare la sua laicità
tutelando le esigenze di tutti i suoi
cittadini. L’Italia — sottolinea —
non può rimanere ultima in Europa
anche in materia di diritti civili per
accontentare il potere clericale”.
È della stessa opinione Roberto Villetti, capogruppo della Rosa nel Pugno alla Camera
il quale crede sia arrivato il momento di contrastare apertamente
una visione dei rapporti tra Stato
e Chiesa. “Riconoscere le unioni
di fatto — afferma — non significa mettere in gioco la famiglia
tradizionale ma prendere atto invece che nella società esiste un
insieme di rapporti che meritano
anche una tutela giuridica”.
ComunitàItaliana
21
atualidade
Rumo ao litoral
Alta temporada atrai turistas italianos para as praias brasileiras em busca de diversão, sol e carnaval
Nayra Garofle
C
alor, festas, praias, enfim, o lazer em geral é
um dos principais motivos que levam, ou melhor, trazem os italianos para
terras brasileiras. Nesta época
do ano, quando o inverno se
faz frio demais do outro lado
do oceano, milhares de turistas
desembarcam nos aeroportos e
portos das cidades litorâneas em
busca de diversão. E quem visita
o Brasil pela primeira vez, volta
com certeza.
O Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) divulga, anualmente, os dados sobre os turistas que chegam ao país. As
pesquisas revelam exatamente o
perfil do italiano que escolhe o
Brasil como destino de suas férias. A última análise, de 2005,
revela que a vinda dos italianos
se dá, literalmente, pelo lazer. Os
assuntos relacionados ao mundo
dos negócios ficam em segundo
lugar, o que leva a crer que, para
os italianos, o local é sinônimo
de divertimento.
Dentre as cidades visitadas,
as litorâneas são as mais requisitadas. O Rio de Janeiro conquista
o primeiro lugar no ranking com
35,8%. Já Salvador, na Bahia, está em segundo lugar, na frente de
Fortaleza, Natal e São Paulo.
— Ainda não temos os dados
de 2006, mas podemos constatar que Piauí surpreendeu muito.
Muitos italianos resolveram checar de perto as maravilhas do local — conta o diretor de Estudos
e Pesquisas da Embratur, José
Francisco Lopes.
Segundo a Associação Brasileira de Agências de Viagens
(Abav), a receita deixada pelos
turistas estrangeiros que estiveram no Brasil em janeiro e fevereiro de 2005 foi de US$ 667
milhões. Isso representa um
crescimento de 16,8% em relação ao mesmo período de 2004
(US$ 571 milhões). De acordo
com as pesquisas da Embratur,
a Itália é um país extremamente
importante para o turismo brasileiro.
— Dentre os principais emissores de turistas para o Brasil, a
Itália ocupa o sexto lugar. Cerca
de 308.878 italianos desembarcaram aqui em 2005 — revela
Lopes.
Curioso é o fato de que 48,3%
dos italianos que vêm para o Brasil não utilizam os serviços das
agências de viagem.
— Há um contingente enorme que possui residência própria
aqui. A grande maioria dos italianos que visita o nosso país pela primeira vez, volta. Não é por
acaso que a nossa pesquisa revela que 64,4% dos turistas estiveram outras vezes no Brasil – conclui o diretor.
Um dos mais antigos hotéis do
Rio, o Copacabana Palace, recebe
inúmeros turistas europeus durante todo o ano e, segundo a Relações Públicas do local, Cláudia
Fialho, as expectativas de hospedagem sobem nesta época.
— Nossos hóspedes italianos
estão incluídos em nossas estatísticas do turista europeu. Nossas expectativas para o carnaval
são de 100% — diz.
A verdade é que o Brasil encanta os estrangeiros. O empresário Livio Zezza, de 46 anos,
veio ao país pela terceira vez e
se diz apaixonado pelo lugar.
— Tudo aqui é belo. As praias
são lindas, além das pessoas
também. É um conjunto. Não há
como dizer que lugar eu prefiro
— diz o italiano.
Sua esposa, Maria Aguado, de
44 anos, veio ao Brasil pela quarta vez e pretende voltar sempre
que puder.
— Conhecemos vários lugares. Já fomos à Fortaleza, a Salvador e a Recife. Um dos lugares mais lindos que visitamos foi
Foz do Iguaçu, no Paraná. Aquela
paisagem é maravilhosa — derrete-se Maria.
Brasil na Itália
Com o aumento de italianos interessados em passear pelo Brasil, o Ministério do Turismo, por
meio da Embratur, e em parceria
com a TTG Itália, promoveu em
2006, um Road Show que percorreu quatro cidades italianas: Milão, Turim, Pádua e Udine.
Este evento foi a terceira iniciativa do gênero promovida pela Embratur por meio do Escritório Brasileiro de Turismo (EBT),
sediado em Milão. A intenção é
incentivar o “Destino Brasil” no
exterior com diversas ações no
mercado internacional, participando de feiras de turismo, do
treinamento de agentes e da sele-
ção de operadores para viagens de
familiarização com o Brasil.
Em cada cidade, os agentes
turísticos e operadores italianos
acompanharam palestras do Destino Brasil e participaram de rodadas de negócios. Atuaram como expositores a secretaria de
Turismo do Rio Grande do Norte, as operadoras italianas Hotelplan, Ventaglio e Francorosso
[todas entre as mais importantes
do país], além da Tur 2000, da
Dimensione, da Brixxia e da Just
Brasil. E ainda as companhias aéreas TAP e Blue Panorama.
— Por que tantos italianos
procuram o Brasil? Porque temos
destinos diversificados, uma ampla estrutura de lazer que agrada muito e, principalmente, laços culturais firmes com a Itália
— explica Lopes.
Os turistas permanecem no
Brasil por cerca de 20 dias quando se trata de lazer e o gasto médio per capita por dia é de US$
79,78. Quanto aos problemas com
relação à questão aérea brasileira, que têm deixado a desejar com
tantos atrasos nos vôos, a assessoria de imprensa da Embratur
explicou que ainda não há uma
Rio de Janeiro – 35,8%
Com diversos pontos turísticos,
o Rio oferece praias, o Corcovado e o passeio no bondinho do
Pão-de-Açúcar, além do carnaval
carioca. Outro ponto importantíssimo é o Jardim Botânico. Localizado no bairro de mesmo nome, ele têm alguns dos principais
exemplares da flora brasileira e
mundial, incluindo as famosas
palmeiras imperiais, semeadas
por Dom João VI em 1809.
22
Salvador – 23,4%
Com alta temporada em janeiro e
fevereiro, a cidade baiana proporciona além das praias e dos pontos
turísticos como o Pelourinho e o
Farol da Barra, um dos carnavais
mais agitados do mundo. E tem
mais: quem for apaixonado por
mergulho pode aproveitar as águas
de Salvador, já que o lugar oferece
inúmeros pontos adequados para a
prática do esporte.
ComunitàItaliana
/
Janeiro 2007
Fortaleza – 20,1%
Algumas das praias mais bonitas
do litoral brasileiro estão localizadas em Fortaleza. Nesta época
do ano, quando o clima é bem
quente, os turistas saem de lá
com as malas cheias de presentes artesanais.
Natal – 19,3%
É em Natal que o turista se diverte nos passeios de bugre pelas dunas. Quem visitar a cidade
pode aproveitar para esticar o
passeio até Pirangi, município de
Parnamirim. Lá está localizado o
maior cajueiro do mundo que está registrado no Guiness Book
como a árvore que cobre a maior
área: 8.400 metros quadrados.
Por causa de uma mutação genética, os ramos crescerem lateralmente, em vez de crescer para
cima. Quando eles tocam o solo,
uma nova ramificação começa a
crescer. Vale conferir!
Fotos: Roberth Trindade
Cidades mais visitadas
São Paulo – 11%
Em Sampa, os turistas podem
visitar os bairros com características italianas. A vida boêmia dos paulistanos proporciona momentos de diversão
em boates e eventos culturais
como teatro e música clássica, além dos ótimos e variados
restaurantes da capital. São
Paulo não pára nem durante o
dia e nem de noite.
Janeiro 2007
/
ComunitàItaliana
23
Milão
atualidade
Guilherme Aquino
avaliação do impacto causado no
turismo. Os incidentes ainda são
muito recentes e é preciso esperar
para obter dados concretos.
Cláudia Fialho afirma que os
atrasos nos vôos não têm prejudicado a área de hotelaria, pelo menos quanto ao Copacabana Palace.
— Nessa época do ano, as
pessoas que estão hospedadas
já fizeram suas reservas antecipadas. O que acontece mesmo
é o hóspede chegar cansado e
reclamando do desgaste físico
enfrentado nos aeroportos. Já
na área internacional, o maior
problema é a Varig que diminuiu muito suas passagens para
o Brasil e os turistas se queixam
disso — declara.
Segurança
Quando o assunto é viagem, outro fator também preocupa os
turistas: o quesito segurança.
Recentemente, o Rio de Janeiro foi palco de um episódio que
chocou o mundo. Seis turistas
da Alemanha, Croácia e Áustria
foram assaltados ao desembarcarem na cidade e tiveram seus
documentos roubados assim como máquinas fotográficas, jóias
e dinheiro. Segundo o subsecretário municipal de Turismo,
Paulo Bastos, que esteve com
os turistas, acompanhado do
presidente da RIOTUR, Luis Felipe Bonilha, a Prefeitura prestou efetivo apoio pessoal e nas
despesas de hospedagem, além
de providenciar quatro máquinas
fotográficas, quatro telefones
celulares, transporte e cortesias
nos atrativos turísticos cariocas,
como passeios de barco e helicóptero e shows.
Sentados no calçadão de Ipanema, Carlo e Laura Bianchi, de
38 e 37 anos, respectivamente,
não aparentavam preocupação.
Acompanhados de uma amiga
brasileira, o casal de Milão que
veio pela primeira vez ao Brasil
diz sentir-se seguro mas, como
em qualquer lugar do mundo, é
preciso ter cautela sempre.
— Sabemos dos riscos, mas
também não podemos deixar de
viajar. O Brasil é um lugar lindo, o
Rio de Janeiro é maravilhoso e não
podíamos deixar de conhecer. To-
Turismo sexual
Entre tantos elementos utilizados na propaganda turística sobre o Brasil, há um que deixa
a desejar: a imagem da mulher
brasileira associada à sensualidade. Neste caso, aumenta o número de visitantes que chegam
ao país à procura do turismo sexual, especialmente no litoral
do nordeste.
— Na minha opinião, o Brasil tem uma certa culpa nisso tudo. Lá fora, a imagem que é vendida daqui é justamente essa:
mulheres bonitas, biquínis e tudo mais. Aqui, o que mais se vê
em jornais e revistas são fotos
de mulheres sensuais — conta
Laura, concordando que a beleza
da brasileira é exótica, mas não
deve ser vulgarizada.
Um estudo patrocinado pela
Organização Mundial do Turismo
(OMT) revelou o perfil do turista
que visita o país tendo como objetivo principal o sexo. Os dados
afirmam que ele é europeu, de
classe média e tem idade entre 20
e 40 anos. Dentre as nacionalidades, os italianos lideram, seguidos
por portugueses e holandeses.
Em 2005, a ex-governadora
do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus, sancionou uma lei proibindo a exposição ou a venda de
cartões-postais turísticos com
fotos de “mulheres em trajes sumários” que já não estivessem
inseridas na imagem original,
em todo o Estado.
— A verdade seja dita: a
mulher brasileira é lindíssima.
Só acho que é preciso preservar
esta imagem no exterior — afirma Zezza.
Onde está o sol?
Nos primeiros dias de 2007, parecia que São Pedro não havia
dado conta que o verão tinha
chegado. Janeiro foi sinônimo de
chuva em muitas partes do Brasil
e, com isso, aumentou a frustração dos turistas que chegaram à
procura de um lugar ao sol. Aliás,
o réveillon no Rio de Janeiro, foi
debaixo de água.
— Chegamos no dia 22 de dezembro e curtimos pouco a praia.
Espero que o tempo mude até irmos embora no dia 13 de janeiro. Adoramos ir à Itacoatiara, em
Niterói. Lá, a praia parece selvagem — afirma Maria Aguado, que
com Livio, “fugiu” da neve de Torino para pegar um bronzeado no
Rio de Janeiro.
Apesar dos dias nublados no
Rio, os termômetros marcaram
alta temperatura.
— A cidade consegue ser bonita de qualquer jeito. É só parar de chover que venho à praia
— fala, sorrindo, Laura Bianchi,
feliz por ainda contar com mais
15 dias no Rio, torcendo para o
sol aparecer.
Na gandaia I
A
noite em Milão é uma criança e não faltam opções para a diversão. O Goganga
tem deejays, música ao vivo e teatro. Ele é
uma espécie de bar alternative com pista de
dança. Sextas e sábados são os grandes dias
com muitos eventos. O Goganga fica na Via
Cadolini, 39. O telefone é 023650 8503.
Fotos: Reprodução
Maria e Livio: retorno certo ao Brasil sempre à procura de lazer
mamos cuidados com nossas máquinas fotográficas e só andarmos
com o dinheiro necessário para o
nosso consumo — fala Carlo.
Livio Zezza conta que usa de
certos artifícios para não correr o
risco de ser mais uma vítima dos
assaltos constantes nos principais
pontos turísticos das cidades.
— Há dois tipos de turista:
aquele que fica só no hotel, usa
roupas bastante características e
anda com máquina fotográfica à
mostra e há o viajante. Este costuma viver o dia-a-dia do local,
se vestir como os moradores da
cidade. Eu prefiro ser o segundo
tipo. Gosto de “fingir” que sou
do lugar — revela.
Trés chique
B
rera continua sendo o bairro mais
charmoso de Milão por excelência.
Seus casarios, antiquários, lojinhas
da moda, restaurantes, padarias e bares
estão entre as mais belas paisagens da ca-
pital lombarda. Com a vantagem de ser pequeno e facilmente percorrido a pé ou de
bicicleta. Não deixe de dar uma passadinha
na Pinacoteca de Brera repleta de valiosas
obras de arte. Via Solferino é “a” rua.
Pra quem pode
P
ara os consumistas de plantão é sempre
hora de dar uma volta pelo quadrilátero
da moda. Afinal, fazer shopping em Milão é
um programa quase obrigatório e para quem
pode. As ruas com os melhores endereços são
a Montenapoleone, Sant’Andrea e della Spiga.
Ali estão as principais casas da moda e do
luxo internacional como Valentino, Moschino, Bulgari, Dolce&Gabbana. O quadrilátero
da moda fica bem ao lado da Galleria Vittorio
Emanuele que ganhou um hotel 7 estrelas em
cima da lojinha de Prada. Um luxo só.
De tudo um pouco
Tradição e diversão
C
orso Ticinese é a rua da “Terra do
Nunca”. Muitos jovens ocupam aquela área bem pertinho do centro. Há lojinhas bacanas [de roupas e acessórios] e
barzinhos da moda. As antigas colunas de
San Lorenzo servem de moldura para uma
agitada vida moderna. A basílica com o
nome do santo, bem ali em frente, também é uma atração à parte para aqueles
mais religiosos.
24
ComunitàItaliana
/
Janeiro 2007
O
utro lugar para bater pernas é a Corso
Buenos Aires, a Oxford Street de Milão.
É a quarta maior da Europa em volume de negócios. Livrarias, lojas de roupas, acessórios,
decoração para casa, cinemas nas ruas adjacentes, enfim, tudo e mais um pouco você acha nesta rua. A Buenos Aires é uma das
principais artérias comerciais da cidade. Ela
nasce na Porta Venezia [pertinho do centro
e do homônimo parque] e termina em Piazza
Loreto, onde Mussolini teve o corpo pendurado pelos “partigiani” quando foi descoberto
fugindo da Itália, em meio a uma coluna de
soldados alemães.
Janeiro 2007
Na gandaia II
A
discoteca Hollywood Club é o ponto de encontro de modelos e jogadores de futebol. Fica na badalada Corso
Como 15, uma das vias mais “descoladas” de Milão. Não basta estar bem vestido e ter a carteira cheia para entrar.
Tem que ter uma aparência de, pelo menos, ser quase famoso, simpático e educado. Lá dentro a animação e a azaração
estão garantidas.
Em duas versões
U
ma vez em Milão, vale a pena dar uma
volta pelas cidadezinhas que ficam nas
proximidades. Bergamo é uma delas, no vale
do Po. Por causa da sua história e de sua geografia, ela se divide em duas. Com atrações
para todos os gostos. Para quem curte moda,
restaurantes e bares, o melhor é passear pela
Cidade Baixa. Já aqueles que preferem arte e
história devem ir para a Cidade Alta. Lá em
cima está o palácio renascentista da Região,
na Piazza Vecchia, e uma vista panorâmica de
tirar o fôlego do visitante.
/
ComunitàItaliana
25
Sílvia Souza
U
m clima para ninguém botar defeito
em um ano que, segundo um estudo
da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, será o mais quente da história do planeta. Ítalo-brasileiros, brasileiros,
italianos que vivem no Brasil e turistas que
visitam o país: todos pensam em aproveitar o
calor e exibir seus corpos dourados. Mas passar bem o verão também significa estar em
dia com a saúde. E para isso, deve-se estar
atento aos problemas ou doenças que acabam com a beleza da pele e dos olhos.
Essas são as partes do corpo mais visadas
nas pessoas que, entusiasmadas com a esta-
Fique alerta:
- Em todas as idades se pode contrair conjuntivite, mas o problema acomete principalmente a crianças e idosos.
- Ambientes com ar-condicionado resultam no chamado “olho seco”. O fenômeno
significa o ressecamento das pálpebras e
gera a produção de lágrimas, por isso deve
se “hidratar” os olhos constantemente.
- Os sintomas da conjuntivite são ardência, vermelhidão, secreção (ou não) e
sensação de que há areia nos olhos.
- O uso de óculos escuros sem que haja
a proteção contra raios ultravioletas pode
agravar o quadro.
26
ComunitàItaliana
/
ção da praia, da piscina, dos esportes radicais
ou simplesmente das atividades de lazer como
uma caminhada, não protegem nem previnem
áreas passíveis a micoses, ao aumento de acnes, à superexposição ao sol e à conjuntivite.
Se você é como os antigos egípcios e costuma dizer que “os olhos são as janelas da
alma” é bom ficar atento. Até março, o Brasil
estará em um período de temperaturas mais
quentes, quando a proliferação de microorganismos aumenta. Segundo o oftalmologista Paulo Augusto de Arruda Mello, em contato com águas e ambientes contaminados, as
pessoas estão expostas a conjuntivites infecciosas, irritativas e alérgicas.
— São comuns as alterações na retina
uma vez que a exposição aos raios solares
a longo tempo é maior. Mas também devese tomar cuidado com o uso indiscriminado
de colírios. Muitas vezes os casos se agravam
com a automedicação — salienta o especialista, que é professor adjunto da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador
da comissão de ensino do Conselho Brasileiro
de Oftalmologia (CBO).
No caso da pele, os problemas se desdobram. De brotoejas a acnes, passando pela
herpes e pelas queimaduras, o maior órgão do
corpo humano costuma sair do verão maltratado. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (Regional Rio
de Janeiro), o dermatologista Celso Sodré, as
doenças que mais atormentam a população
Janeiro 2007
Reprodução
Alistair Williamson
e origem mediterrânea e popular na
cozinha asiática, o rabanete é uma
daquelas raízes que fazem jus aos que
optam por uma dieta saudável. Tudo isso
porque é fonte de vitamina C, fósforo e
fibras. E, como não poderia deixar de ser,
possui poucas calorias. Embora pouco
usado no Brasil, o rabanete, pertencente
à mesma família da couve, couve-flor e
do brócolis, já possui curiosidades históricas. No Egito, os construtores das pirâmides consumiam-no em grandes quantidades, junto com a cebola e o alho.
Tamanho é
documento!
Descoberta romana
P
esquisadores do Istituto Regina Elena
de Roma descobriram que a inibição da
proteína humana Che-1 aumenta a eficácia da
quimioterapia, desenvolvendo um papel importante na resposta celular ao dano do DNA.
Durante os estudos, constatou-se que a
diminuição dos níveis dessa proteína na célula tumoral potencializa o efeito dos medicamentos contra o câncer, superando também
a resistência ao tratamento, fato que, muitas
vezes, compromete o poder farmacológico.
Camu-camu
P
rima distante da jabuticaba, o camucamu é usado para sucos, sorvetes e
geléias. É uma fruta cobiçada pelas indústrias farmacêuticas e de comésticos
para produzir desde shampoo até remédio. Encontrada na região norte do país,
um camu-camu concentra 20 vezes mais
vitamina C que a acerola e 100 vezes
mais que o limão.
Lisinha e limpinha
- Quanto mais clara a pele, mais sensível e,
portanto, maior deve ser o fator e proteção do filtro. Na teoria, o fator de proteção
do filtro solar é um multiplicador do tempo
levado para queimar. Por exemplo, se uma
pessoa queima depois de 12 minutos sob
o sol, levaria 120 para queimar usando um
bloqueador solar com fator de proteção 10.
Porém, na prática, a proteção do produto
depende de fatores como o tipo de pele,
a quantidade de protetor aplicado e a freqüência das reaplicações, a proporção absorvida pela pele e a porcentagem de raio
ultravioleta refletida pelo ambiente.
- O filtro solar deve ser aplicado no dia-adia e meia hora antes de iniciar a exposição. Na praia ou piscina, deve ser reaplicado a cada 2 horas.
- Opte por protetores sem fragrância ou corantes. Isso diminui o risco de fotoalergias.
- Para não induzir a formação de cravos e
espinhas, veja se o protetor é apropriado
ao grau de oleosidade da sua pele.
- Já que as brotoejas se manifestam no
excesso de transpiração, evite ambientes
muito quentes e sem ventilação. Banho
muito quente e colchões forrados com
plástico também pioram a situação.
D
O
s benefícios trazidos pela ingestão de
jaca são tão avantajados quando à dimensão do fruto. Ele é rico em fibras, cálcio,
fósforo, ferro e vitaminas do Complexo B,
principalmente a B2 e a B5. Por conta disso, é indicado para pessoas com problemas
nos intestinos e ainda auxilia na formação de
dentes e ossos. A jaca também é recomendada
no tratamento contra a tosse e no combate à
queda de cabelos. O alimento é originário da
Índia e cultivado em todos os países tropicais
do mundo, tendo sido introduzido no Brasil
por volta do século 18.
Cuidado após os 40
Brasileirinha
multiuso
U
m gene mutante pode ser útil no
prognóstico da “policitemia vera”,
doença caracterizada pela produção
anormal de células sanguíneas. Pelo
menos foi isso que constatou um estudo
feito por um grupo de pesquisadores da
Universidade de Florença. O JAK2 tem
um papel fundamental no organismo
sendo o regulador da produção dos glóbulos vermelhos. Segundo estudiosos,
trata-se de um distúrbio raro, que ocorre com maior freqüência em homens e
quase nunca em pessoas com menos de
40 anos.
U
m dos típicos frutos do Brasil, a graviola contém carboidratos e é considerável fonte energética. O fruto verde
é bastante indicado para combater diarréias. O suco da polpa tem ação diurética
e o chá é utilizado por diabéticos para
baixar a glicose.
O alimento também tem propriedade
diurética, adstringente e antiinflamatória, podendo ser aproveitado com suas
folhas, flores e brotos.
Piano, piano...
De olho vivo
S
e as taxas de glicose sofrerem queda,
vale ficar em alerta. De acordo com
pesquisadores da Universidade de Nova
York e da faculdade de medicina Alber
Einstein, nos Estados Unidos, os baixos
níveis da substância podem levar à morte de células da retina, membrana ocular
onde a imagem se forma. Por causa disso, ocorre a diminuição gradual da capacidade de enxergar, ocasionando, por
vezes, a perda total da visão.
A
quelas várias xícaras de café em meio ao
corre-corre do dia-a-dia satisfazem mas há
possibilidades de perigo para os mais fanáticos.
Doses altas da bebida podem produzir sintomas
como insônia, irritação, desidratação, dores no
estômago e até convulsão. Especialistas alertam
que o ideal é consumir, no máximo, três cafezinhos
durante o dia.
A cafeína, ingrediente ativo do café, serve
como estimulante e atinge diretamente o sistema
nervoso central. O consumo descontrolado pode
causar alterações físicas e emocionais. Para
algumas pessoas, funciona como auxílio em dietas
de emagrecimento e até mesmo na prevenção do
mal de Parkinson.
Janeiro 2007
/
Ivar van Bussel
Saiba sobre os cuidados que podem ser tomados com
a pele e a visão para escapar dos efeitos nocivos do sol
A raiz da boa forma
Reprodução
E amanhã,
o que será?
nesse período do ano podem ser classificadas
como: provocadas ou agravadas pelos raios
ultravioletas; provocadas ou agravadas pelo
calor, ou provocadas pela exposição a elementos hostis do ambiente.
— Não há como precisar a incidência dessas
doenças neste período. E os tratamentos são os
mais variados, devendo ser é claro, acompanhados de orientação médica — define, sugerindo aos turistas a exposição gradativa ao sol
para evitar dores de cabeça nas férias.
— Aos europeus, chegando aqui do seu inverno, com a pele muito branca e desprotegida,
sugerimos a exposição gradativa ao sol sempre
no horário adequado e com filtros solares, barraca e chapéus. Depois disso, irá surgir uma
pigmentação que o protegerá — assinala.
Dos problemas provocados ou agravados
pelos raios ultravioletas, além das queimaduras [de primeiro e segundo graus], são conhecidas dos “ratos de praia” a fitofotodermatite
[mancha escura comumente provocada pelo
sumo da casca de limão]; a pitiriase versicolor [conhecida popularmente como micose de
praia ou pano branco, quando a pele parasitada não bronzeia ao contrário da pele não parasitada], a acne estival [quando ocorre grande exposição ao ultravioleta e pode surgir uma
erupção acnéica, principalmente nos ombros]
e, finalmente, as efélides ou sardas. O aumento da temperatura e da umidade também podem causar pequenas bolhas de pus que se
rompem facilmente e se cobrem de casquinhas e furúnculos.
Sergio Ramirez
Afonso Lima
aluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSalut
ComunitàItaliana
27
turismo
Fotos: Reprodução
As jóias
da coroa
Amalfitana
A beleza de um patrimônio natural
indescritível, na província de Salerno, em
plena região da Campânia, no sul da Itália
A
Guilherme Aquino
Correspondente • Milão
Costa Amalfitana, desenhada entre o mar e a
montanha, na província
de Salerno, parece terminar no horizonte. Longe, muito
longe. Ela é um daqueles lugares
no mundo onde a natureza vendeu caro ao homem cada pedaço
de terra. Torres sarracenas, muros
e castelos medievais, arquiteturas com influência árabe. Nada
chegou a agredir o meio ambiente. Pelo contrário, esses elementos realçaram a beleza de um
patrimônio indescritível, acrescentando histórias aos penhascos, rochedos, praias e colinas
da região da Campânia.
O pequeno santuário de Santa
Maria de Olearia, erguido dentro
da rocha, na beira da estrada, em
Maiori, revela toda a tenacidade e
a luta para conquistar, ou melhor,
criar alguns metros quadrados a
mais. A força da fé e das mãos
construiu uma das obras religiosas
mais impressionantes da região.
Não pelo seu tamanho ou riqueza
de decoração, mas pela ousadia de
escavar o interior da montanha e,
ali dentro, esculpir um altar natural, de frente para o mar e repleto
de afrescos já parcialmente consumidos pelo tempo e pela maresia. Um viajante distraído, dirigindo pela sinuosa e estreita rodovia
163, poderia passar sem notar a
sua presença. Maiori é uma das 15
“pedras preciosas” da arquitetura local urbanística, situada entre
Vietri sul Mare e Positano, a beira
mar ou nas colinas.
28
Vietri sul Mare é a terra das
cerâmicas. Ali estão concentrados os melhores ceramistas de
toda a região. A fama de seus
trabalhos é tão antiga quanto internacional. Praticamente toda a
economia da cidadezinha roda em
torno da fabricação de vasos, azulejos, quadros e painéis que relatam, através de pinturas exclusivas e feitas a mão, um pouco da
vida de seus habitantes. Dois museus da cerâmica contam a história desta tradição. Ela deixa espaço para alguns artistas alemães
que, depois da guerra, imigraram
e começaram como operários das
olarias. Mais tarde, acabaram
criando uma própria “escola” com
estilos bem característicos.
Cerca de 20 a 30% da produção local são exportados para
outras nações e, das peças apresentadas no exterior e certificadas como sendo originárias de
Vietri, apenas 10% são genuínas
e verdadeiras. Isto porque mais
da metade da produção é realizada fora da cidade e longe da
região da Campânia. Pois falta
ainda uma diretiva que tutele a
marca. A diferença se vê principalmente na qualidade do esmalte e no preço. Um trabalho
grande em cerâmica de Vietri, artesanal, pode custar 300 euros o
metro quadrado.
A tradição artesanal une ainda Vietri a um outro burgo vizinho, Cetara, especializado na
pesca de atum e alice, uma espécie de sardinha italiana. O lo-
ComunitàItaliana
/
Janeiro 2007
Além das praias e do artesanato
local, o turista pode também
conferir concertos de música
clássica na Villa Rufolo, em Ravello
cal fica numa pequena e bela enseada no golfo de Salerno e, se
não fosse o prefeito ter instalado uma placa indicando a direção
do centro da cidadezinha, poucos
seriam os visitantes. Cetara tem
apenas quatro restaurantes, todos com cardápios baseados em
pratos típicos de mar, claro. E,
em grandes ocasiões, os chefes
concorrentes se unem para preparar um banquete a oito mãos.
Em todos os pratos não poderia
faltar as alici com a “colatura”.
Trata-se da essência do peixe,
digamos. Depois de limpas, centenas de alici são colocadas umas
sobre as outras, em forma de
cruz, dentro de uma barril de carvalho vedado e ali ficam espremidas numa solução de sal grosso,
num processo muito semelhante
ao usado para o aceto balsâmico.
Durante quatro meses, de maio
a agosto, elas são desidratadas
e, “liquefeitas’, transformamse num importante condimento
usado na culinária local.
A sinuosa estradinha corta
a cidade de Maiori, onde existe
a maior língua de areia fina da
costa. A praia tem 1,5 km de
extensão e fica entre dois pontais. Em um deles foi construído
um pequeno porto para proteger
os barquinhos das tempestades.
Maiori sobreviveu a catástrofes
naturais e a epidemias. Um surto de peste quase dizimou a população no século 17 e a cidade
correu o risco de ser varrida do
mapa por causa de uma inundação, em 1954, do rio que movia
os moinhos e as máquinas da primeira fábrica de papel.
Hoje, longe destas tragédias,
o antigo burgo medieval é uma
das atrações mais disputadas
pelos turistas. Durante o verão,
encontrar lugar nos hotéis e na
praia pode ser uma missão quase impossível para quem demorar
muito a reservar um quarto e/ou
uma espreguiçadeira. Aliás, foi
nesta faixa de terra que os primeiros serviços “al mare” foram
executados em toda a península
italiana. Os clientes, já exigentes,
eram os soldados aliados, principalmente, os americanos. Guarda-sol e cadeira de praia eram
oferecidos pelos pobres italia-
nos [maltratados pela guerra] em
troca de uns dólares a mais para ajudar a fechar o mês. Assim,
a “comercialização” da areia deu
os seus passos iniciais, criando
uma verdadeira e autêntica cultura do turismo costeiro.
Do outro lado do penhasco,
entre plantações de limões, está
Minori, “irmã” menor de Maiori.
As suas dimensões menores não
refletem o grau de importância
que ela teve no período da República Amalfitana. Minori chegou
a rivalizar com Amalfi como potência militar e econômica.
Minori esconde um tesouro
arqueológico descoberto há cerca de 60 anos. As ruínas de uma
antiga vila marítima romana comprovaram as teorias dos estudiosos: Minori teria sido um dos primeiros locais usados pelos ricos
romanos para descansar e relaxar.
Uma espécie de dolce vita imperial. A vila marítima tinha 2.500
metros quadrados e muitos mosaicos localizados no chão ainda
podem ser admirados. Uma grande piscina ocupa o pátio interno
da “mansão”, casualmente desco-
Janeiro 2007
/
berta quando o morador de uma
casa escavou o chão para fazer
uma escada. O pavimento cedeu e
abriu uma janela para quase dois
mil anos atrás. Quartos, salas, cozinha, sauna, aquecimento interno, voltaram a ganhar a luz do
dia e revelam como os romanos
poderosos e endinheirados, em
suas luxuosas casas de veraneio,
se cuidavam bem.
A presença dos romanos não
é uma novidade, afinal foram
eles os primeiros habitantes da
região de Amalfi. As famílias nobres chegaram fugindo da invasão dos bárbaros. Mas antes de
irem para o mar, ocuparam as colinas. No alto da costa amalfitana estão duas cidadezinhas: uma
é Scala e a outra Ravello, assim
mesmo, por ordem de fundação.
Ambas possuem uma vista cinematográfica dos penhascos debruçados sobre o mar e estão localizadas uma em frente à outra,
no monte Lattari.
A primeira tem uma igreja românica refeita em 1600. O portal é original. Beleza religiosa à
parte, foi em Ravello que duas
ComunitàItaliana
29
turismo
Uma boa pedida para o visitante
é degustar as sobremesas e as
massas típicas da região
vilas garantiram um lugar eterno
no coração do turismo amalfitano. Villa Rufolo e Villa Cimbrone.
A primeira, durante os verões, se
transforma em palco para concertos de música clássica em homenagem ao compositor Wagner. Ele
hospedeu-se ali em 1880, atraído
pelo silêncio sagrado e pela belíssima vista sobre a inteira costa amalfitana. Já Villa Cimbrone
encanta com seus jardins, bustos
e estátuas emoldurando a paisagem sobre a costa. Pinheiros marítimos recortam o horizonte e
parecem ligar o céu ao mar.
Um pouco mais acima, a cidade de Furore tira proveito de ser
o único “comune” italiano sem
uma praça. Em meio aos terraços
de vinho e limões, ele luta para
conseguir uma passagem para o
mar. Para isso, o projeto de construção de um teleférico para ligar a colina com a praia continua
sendo um sonho da população
local, que já teve os seus momentos de glória quando o diretor de cinema Roberto Rossellini
e a atriz Ana Magnani se refugia-
30
turismo
ram numa casinha de pescador,
numa paradisíaca praia, aos pés
da montanha.
Ao nível do mar, a vida escorre lentamente, quase no ritmo
das marés. Em Conca dei Marini,
a gruta Smeralda, descoberta por
um pescador há 50 anos, rivaliza
com a famosa de Capri. Uma recente produção televisiva da RAI
filmou muitas cenas na primeira mas, nos créditos, informou
[equivocadamente] que tinham
sido realizadas na segunda.
Um mal estar público foi provocado quando a verdade emergiu, entre farpas políticas e as
misteriosas “estalactites e estalagmites”, colunas naturais formadas pelo depósito de água a
conta-gotas na terra e fora dela
[ao longo de milhares de anos]
que impressionam pelas formações e desenhos inusitados. O
reflexo do raio de sol ilumina o
fundo com a cor do céu azul e
transforma o lugar em cenário
de ficção científica. Um presépio de cerâmica deixado a quatro metros de profundidade, dentro da água cristalina, pode ser
admirado da superfície como se
estivesse ao alcance das mãos. O
ComunitàItaliana
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Janeiro 2007
O limão e as alici são
ingredientes básicos nas
receitas salernitanas
go de navegação do mundo, conseqüência de um rico comércio
com os árabes e com os bizantinos. A segunda, um antigo burgo
de pescadores, acabou caindo na
rede da atriz Brigitte Bardot.
A exemplo do que a artista
francesa faria nos anos 60 com
Búzios, no Rio de Janeiro, ela tirou Positano do anonimato, um
pouco antes, nos 50. Ao tomar
banho de sol de topless, Brigitte
Bardot atentou contra os bons
costumes. O prefeito da época
pediu que alguém a cobrisse. Um
paparazzo imortalizou a cena. Daí
para Positano entrar na rota do
jet-set internacional, lançar moda e transformar velhas moradias
em casas com valor de até 10 mil
euros o metro quadrado, foi uma
questão de poucas décadas.
Mas o mar e a montanha estão acima de tudo isto e continuam a encantar os viajantes dos
quatro cantos do planeta. A costa
Amalfitana cede suas jóias da coroa a quem quiser tomar banho
em águas cristalinas ou caminhar
por trilhas abertas nas colinas.
Cravejada por comuni tão pitorescos, numa seqüência quase interminável de cenários cinematográficos, não é difícil imaginar-se
como um protagonista de um filme com paisagens “roubadas” de
um livro de história.
Por que não Salerno?
Roberth Trindade
“mergulho” nesta gruta mágica é
possível com a ajuda de um barco
e de um elevador moderno escavado junto à rocha.
Não muito longe dali Atrani
disputa um pedacinho de terra
na costa. Atrani é menor comune da região em dimensões territoriais. Mesmo assim não é
difícil se perder por seus corredores estreitos, ladeiras com subidas e descidas nas quatro direções, isso sem falar nos becos
sem saída.
Durante os séculos, os moradores escavaram na rocha os espaços urbanos. E acabaram criando
uma arquitetura muito particular. O carteiro tem que ter fôlego e uma boa memória para não
ter o mesmo fim dos piratas que
desembarcavam para saquear a cidade. Sim, os piratas acabavam se
perdendo pelos labirintos de ruelas e, normalmente, voltavam aos
navios com queimaduras.
Do alto das casas e passarelas, os moradores se protegiam
jogando óleo quente em quem
estivesse por baixo. Testemunhas silenciosas dessa estratégia
de defesa são as colunas romanas encontradas dentro da igreja de São Salvador de Birecto.
Um delicado trabalho de arqueologia se realiza neste momento para, literalmente, descobrir
a história deste local.
As duas principais jóias da
“coroa amalfitana”, as cidades de
Amalfi e Positano, estão presentes em folhetos turísticos de todo o mundo. A primeira com o
seu Duomo em estilo mouro [onde repousa os restos mortais de
Santo André] carrega a história
de ter elaborado o primeiro códi-
Representantes de turismo da província visitam o Rio, sugerem pacotes
de viagem e prometem mudar os planos dos turistas brasileiros
A
rrumar as malas, embarcar num avião e chegar às
gôndolas de Veneza, avistar a ponte do Rio Arno em
Florença ou até mesmo tirar uma
bela foto em meio às flores da Piazza della Spagna, em Roma. Tudo
um tanto quanto longe do sul da
Itália. Pois bem. No que depender
do secretário de turismo da província de Salerno, Gennaro Avella,
algo pode mudar no trajeto do turista que parte do Brasil.
Para ele, há similitudes sociais entre os brasileiros e os sulistas da Itália. E mais: segundo
dados oficiais da embaixada italiana, é na terra do samba que
está instalada a maior população
de ítalo-descendentes.
— Precisamos estimular o turismo de retorno e fazer com que
eles conheçam suas origens. Aliás, não só eles como o povo brasileiro em geral. Salerno tem diversas opções turísticas nas áreas de
cultura, história, artesanato, culinária e lazer em geral. Brasileiros
e salernitanos têm a alegria de viver em comum e precisamos reforçar esses laços — diz Avella.
Rosangela Comunale
E foi justamente esse pensamento que estimulou o secretário a escolher o Brasil como sede
para a primeira edição do Turismo
d’Oltreoceano, no Rio de Janeiro,
com o apoio do Consulado italiano da região. O objetivo é estimular a criação de pacotes turísticos
junto a agências de viagens e, de
quebra, desmitificar o conceito de
que apenas o norte da Itália e adjacências merecem ser visitados.
— Recebemos cerca de mil
brasileiros anualmente em toda a
região da Campânia, onde Salerno está localizada. Queremos aumentar os números. Pretendemos
também divulgar a província para
chineses e indianos. Eles estão começando a movimentar a rota turística na Itália, o que é um bom
sinal — analisa o secretário.
Com o propósito de incrementar o processo de divulgação da
região, Avella lançou, no ínício
deste mês, o Guia da Província de
Salerno. O material é uma compilação dos municípios que fazem
parte daquela área, apresenta dados sobre enogastronomia, arqueologia e breves comentários sobre
cada ponto turístico salernitano.
Dentre eles, não poderiam faltar
as Costas Cilentana e Amalfitana.
— Distribuímos um total de
cerca de cinco mil guias nas agências de turismo, no consulado e
todos os outros órgãos que fazem
apresentações literárias, dentre
outras atrações.
Segundo o diretor artístico
do festival, Emilio Landi, a idéia
remete ao que ele chama de “Pedagogia do Outro”.
— Seja africano, indiano, chinês, ameríndio ou japonês, queremos instaurar, em pleno centro
histórico de Salerno, essa pedagogia onde as diferenças criam a
receptividade e as culturas não
são eternas ou definitivas, mas
se integram requerendo sempre a
necessidade de viver a era global.
O mundo torna-se parte da circulação das idéias, dos sentimentos
e, sobretudo, da expressão da libertdade para o desenvolvimento
do turismo — reflete Landi.
De acordo com o cônsul geral da Itália no Rio de Janeiro,
Ernesto Massimo Bellelli, originário de Paestum, também na
província de Salerno, o momento
agora é de formar parcerias.
— Faço questão de apoiar a
iniciativa. Por conta disso, disponibilizaremos nos dias da Festa
della Repubblica, em junho, stands
com produtos gastronômicos e matéria de divulgação da província.
Sortearemos também uma estada
em Salerno — adianta o cônsul.
Mas os planos do consulado
não param por aí. Bellelli revelou
também que o consulado estuda
“Precisamos estimular o turismo
de retorno e fazer com que eles
[os descendentes de italianos]
conheçam suas origens. Aliás, não só
eles como o povo brasileiro em geral”
Gennaro Avella, secretário de turismo de Salerno
a promoção do turismo na Itália
— declara Avella.
Além disso, de 29 de setembro a 27 de outubro deste ano,
está programado o Festival Lusitânia, a ser realizado no centro
histórico de Salerno. A iniciativa visa estimular o intercâmbio
entre as culturas italiana e as de
língua portuguesa através de exposições, peças teatrais, shows,
Janeiro 2007
/
a possibilidade da implementação de cursos relacionados à cultura salernitana.
— Pretendemos promover um
curso, com local ainda a ser definido, de gastronomia, mas com
produtos ligados ao leite. A região é famosa por produzir laticínios, principalmente a mussarela. Queremos aproveitar essa
idéia — afirma Bellelli.
ComunitàItaliana
31
notizie
L’
origine
dell’argento
risale dall’antichità.
Il suo nome viene poi attribuito alla nascita, in America Latina, dell’Argentina e al
suo principale fiume, Rio de
la Plata, dove è stato trovato l’argento. Questo metallo
prezioso è stato usato come
oggetto decorativo, materiale
per utensili, e fu usato anche
per il sistema monetario dal
700 a.C. Per mostrarne l’evoluzione e l’utilità nei secoli trascorsi sia
come attrezzo per la cucina sia per la gioielleria, il pubblico paulistano avrà la possibilità di conoscere il design dell’argento italiano del XX secolo al Museu da Casa Brasileira [www.mcb.sp.gov.br],
dov’è riunita una collezione di diversi pezzi ideati da noti designer
italiani, che giungerà da Milano e Vicenza nella sua maggior parte.
La mostra è organizzata dall’Istituto Italiano di Cultura a San Paolo
in collaborazione con la Fondazione Sartirana Arte. L’esposizione
sarà aperta il 4 febbraio. Per ulteriori informazioni, il recapito telefonico del museo è (11) 3032-3727/2499. (M.P.)
Marca preferita
L
L’opera italiana
L
a storia dell’opera italiana raccontata in lezioni. La Conexão
Idiomas, di San Paolo, lancia il primo corso per coloro che si
interessano di musica classica. L’alunno avrà nozioni di voci [soprano/tenore/basso/baritono], conoscerà vita e opere di alcuni dei più
noti compositori italiani del secolo 19 come Rossini, Bellini, Verdi,
Puccini. Le opere più famose, come Aida di Verdi, Turandot di Puccini e Elisir d’amore di Donizetti, saranno commentate dal professor
Henrique Bonini e dalla prof.ssa Thaís Bonini, che condurranno il
corso. A questo corso elementare di due mesi potrà partecipare qualunque persona interessata e non ci sono prerequisiti per frequentarlo. Le iscrizioni saranno aperte dal 2 al 25 gennaio e avrà inizio
sabato 27 prossimo. La scuola offre gratuitamente una borsa al primo lettore di ComunitàItaliana che telefonerà. Per ulteriori informazioni, si prega di chiamare il numero (11) 3481-4008. (M.P.)
a Pirelli ha vinto la categoria
“Pneu” della 6ª edizione del premio “Os Eleitos” [Gli Eletti, n.d.t.], promosso da un mezzo di comunicazione
legato al settore. È la prima volta che
la stampa chiede ai lettori di indicare
la marca preferita nella categoria fabbricanti di pneumatici. Il risultato, secondo la pubblicazione, è stato conquistato dalla Pirelli “con un certo scarto
in confronto ai rivali”. Gli organizzatori
del premio considerano “Os Eleitos” è
uno strumento disponibile per chi sta
scegliendo una macchina, un prodotto o
servizio legato al settore automotivo.
In arrivo stangata
N
uova stangata in arrivo: secondo
contribuenti.it nel 2007 le famiglie italiane dovranno sborsare E 736
in più per i rincari fiscali. ‘Nonostante le
promesse del governo — recita una nota — le imposte sulla nettezza urbana
aumenteranno del 152,7%, con punte
del 291%, senza contare gli incrementi
Ire pari all’11,8%, dell’Iva pari all’8,6%’.
‘Sono previsti — spiega l’associazione
— aumenti per Ici, imposte di registro,
ipotecarie e catastali del 113,3%’.
Contro pena morte
C
oro di condanna in Italia all’esecuzione di Saddam. Prodi si dice
preoccupato per l’aumento della tensione in Iraq. Il presidente della Repubblica Napolitano precisa che l’Italia è
contro ogni esecuzione capitale. Il presidente della Camera Bertinotti esprime
orrore e rifiuto. Gasparri (An) commenta: “Impossibile versare lacrime per la
fine di chi ha massacrato in primo luogo
il suo popolo”. Mastella: “La morte non
risolverà i problemi dell’Iraq”.
Reprodução
Il design
italiano
dell’argento
Reprodução
Reprodução
notizie
Messa in italiano
L
a comunità italiana di San Paolo ha sempre buoni motivi per incontrarsi ogni mese in chiesa. Dagli anni ‘80 la Igreja da Paz, in centro, celebra una messa ad essa ed anche agli antenati che contribuirono per questa città. La tradizionale messa è celebrata nella prima domenica
di ogni mese dal prete Giorgio Cunial. A São Bernardo do Campo, nella chiesa in centro [Matriz],
è condotta dal prete Giuseppe Bortolato sempre la terza domenica di ogni mese. Iniziata in
maggio dello scorso anno, la messa ha l’obiettivo di ‘risvegliare le radici di coloro che abitano
a São Bernardo’, dice il prete. Inoltre le messe in italiano sono poi un contributo di affratellamento tra la comunità e la generazione susseguente. A Jundiaí, all’interno di San Paolo, la numerosa comunità italiana si incontra nel terzo sabato dei mesi pari nella Parrocchia Sagrado Coração de Jesus. La messa è celebrata dal prete Irmani Paulo Borsatto. Vale ricordare che in tutte
le occasioni la partecipazione dei cori risveglia antichi ricordi con le loro canzoni. (M.P.)
Fiera della Provvidenza
U
n successo. È stato definito così il risultato della 46ª Fiera della Provvidenza, successa a dicembre al Riocentro, a Rio de Janeiro. Malgrado non siano ancora stati
calcolati i numeri finali dell’evento, promosso dal Banco da Providência, la partecipazione
dell’Italia è stata fondamentale per l’istituzione, responsabile per l’assistenza a più di tre
milioni di persone nello stato di Rio de Janeiro. Lo stand italiano alla Fiera ha sommato
circa R$ 700mila in vendite di prodotti come pasta, pentole, occhiali da sole, bigiotteria,
prosciutti, formaggi e vini. Con ciò, la stima è di che lo spazio sia cresciuto oltre il 300%
in partecipazioni [nel 2005, l’indice di crescita aveva rappresentato il 267%]. I numeri provano che, sotto il comando della consorte del console Matilde Bellelli, l’Italia potrebbe
superare i valori ottenuti dalla Francia [paese col maggior numero di vendite alla Fiera], o
perlomeno lo uguaglierà. Ispirata, la moglie del console pilota il progetto da tre edizioni
e riesce a riunire una équipe di circa 80 volontari che aiutano nel compito di divulgare il
Made in Italy e a contribuire in forma solidale ai più necessitati. Il settanta per cento delle
famiglie aiutate dal Banco da Providência sono considerate senza reddito. (S.S)
Sogni degli italiani
P
iù della metà degli italiani spera di
diventare proprietario di una casa.
Il dato emerge da una ricerca promossa
da Maxistick Motta. Secondo l’indagine,
al brindisi di capodanno il 54,7% degli
italiani sognerà una casa di proprietà.Il
30% vorrebbe farsi un bel viaggio e se
questo è al secondo posto, la medaglia di
bronzo dei desideri va all’auto nuova col
9,2% delle preferenze. Gli italiani,infine,
sono anche un po’ egoisti: solo il 34,3%
esprimerà un desiderio per gli altri.
Janeiro 2007
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ComunitàItaliana
33
notizie
economia
L’
Reprodução
anno in cui si terranno i Giochi
Panamericani a Rio de Janeiro,
il Comitato Olimpico Nazionale Italiano
(CONI) mette in tavola un importante
tema da essere dibattuto tra gli atleti, italiani o no. L’8 gennaio, nella Sala Italia dell?Istituto Italiano di Cultura
è stato tenuto un Seminario di Medicina Sportiva. Specialista in ortopedia, il
professore Gianluca Camillieri, che è il
medico ufficiale della Federazione Italiana Nuoto e membro dell’equipe medica della regione Lazio, ha tenuto una
conferenza sulla qualità di vita e tecniche di recupero del ginocchio dopo
traumi sportivi. A Roma, le ginocchia
sono responsabili per 3mila interventi
chirurgici all’anno. Il presidente del CONI, Alfredo Apicella, ha considerato positiva l?iniziativa.
— Cerchiamo sempre di mantenere
informati i nostri atleti. Questo è uno di
una serie di temi che abbiamo già presentato, ma il ginocchio è una parte del
corpo che merita la nostra attenzione ?
pondera. (S.S.)
Insediamento di Lula
L’
interscambio commerciale e culturale tra Brasile e Italia dovrebbe essere il principale tema del dibattito del secondo mandato del presidente Luís Inácio
Lula da Silva. Fin dai suoi inizi, il governo
di Romano Prodi ha deciso di avvicinarsi ai
paesi latinoamericani e, per questo, il ministro degli Affari Esteri Massimo D’Alema
ha visitato 14 paesi della regione ed ha
partecipato, il primo giorno del 2007, all’insediamento dell’amico brasiliano.
D’Alema è stato l’unico leader straniero presente all’insediamento del presidente Lula. Purtroppo ha piovuto molto sulla
capitale della Repubblica, il che ha tolto un po’ lo splendore della festa popolare nella Esplanada dos Ministérios. Ma
il cattivo tempo non ha impedito che il
presidente andasse nella macchina decappottabile e salutasse alle 10mila persone
che hanno affrontato il temporale. All’arrivo al Congresso Nacional, il presidente
ha proferito il suo discorso e ha detto che
i prossimi quattro anni saranno dedicati
allo sviluppo, ed ha annunciato la creazione del Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) [Piano di Accelleramento di
Crescita, n.d.t.].
Nel suo discorso d’insediamento, il presidente rieletto ha detto che il suo governo
“non è mai stato, né è populista”. “Questo
governo è stato, è e sarà popolare”, ha detto, ricevendo gli applausi dei presenti al
Congresso Nazionale. (F.L.)
Lancio Shuttle italiano
A
vverrà in Sardegna, tra il 15 gennaio ed il 28 febbraio 2007, il primo lancio dello
shuttle italiano. L’esperimento, che inizialmente doveva avvenire in Sicilia, ha finalità civili. Mira allo sviluppo ed alla convalida di tecnologie innovative applicabili ai veicoli da trasporto spaziale di futura generazione. Per il progetto inerente lo shuttle, Unmanned space vehicle, ossia aereo senza pilota, sono stati investiti 80 milioni di euro.
Gli italiani all’estero
I
l progetto iniziale del Governo prevedeva per i capitoli di spesa del MAE relativi agli
italiani all’estero un taglio complessivo di 12 milioni di Euro. L’immediata reazione di
tutti i deputati e senatori eletti all’estero ha portato il governo a stanziare 14 milioni di
Euro a copertura dei 12 milioni di tagli inizialmente previsti.
In una seconda fase, i parlamentari dell´Unione eletti all’estero, in un incontro con il
presidente del Consiglio Prodi, hanno ottenuto la disponibilità per un ulteriore finanziamento che si è concretizzato nel passaggio della Finanziaria al Senato con un incremento
di 10 milioni di Euro.
Accanto a questo, in Senato, i quattro parlamentari dell’Ulivo [Pollastri, Randazzo,
Turano e Micheloni] riprendendo il lavoro fatto alla Camera dai deputati dell’Ulivo [Bafile,
Bucchino, Farina, Fedi, Narducci], hanno fatto accogliere nella Finanziaria altri risultati
positivi per gli italiani all’estero. Fra gli altri, a mero titolo d’esempio, ci sono: il rilascio
e il rinnovo presso i consolati italiani della carta d’identità per gli italiani iscritti all’AIRE a partire dal 1° giugno 2007, un finanziamento per le Camere di Commercio italiane
all’estero e per i piccoli consorzi regionali di esportazione, la reintroduzione delle detrazioni fiscali per carichi di famiglia per i soggetti non residenti in Italia.
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ComunitàItaliana
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Janeiro 2007
estado de Santa Catarina começou 2007 com
excelentes projetos de
aumentar as relações
comerciais com a Itália. Isso porque duas cidades de forte presença italiana no Brasil,
Criciúma e Laguna, foram sedes
do I Fórum Ítalo-Catarinense
em dezembro. O encontro reuniu empresários, professores e
representantes
institucionais
brasileiros e italianos. Durante
o evento, eles discutiram sobre
as possíveis formas de criação
de laços nos setores de cerâmica
artística e artesanal em diferentes níveis de técnica e acabamento, de pesca e náutica e de
embalagens em papel, plástico,
metal entre outros materiais,
além de treinamento profissional nos níveis iniciante, superior
e de excelência. O objetivo foi
estreitar as relações empreendedoras de maneira que, a longo
prazo, seja aumentada a exportação desses produtos para os
Estados Unidos.
— Com as joint ventures entre empresas daqui e italianas
teremos condições de competir com o mercado de exportação para os Estados Unidos. Criciúma, por exemplo, é um dos
maiores pólos de cerâmica do
Brasil. O Istituto Fernando Santi
está nos oferecendo a oportunidade de diversificar o intercâmbio com a Itália. Além das fortes ligações sociais e culturais,
fortalecem-se agora as empresariais — declara o presidente do
Istituto Fernando Santi no Brasil, Itamar Benedet, que também está à frente do Comitato
Associazioni Venete di Santa Catarina (Comvesc) e foi um dos
organizadores do Fórum.
Reprodução
O
Dibattito al Coni
Conexão ItáliaSanta Catarina
I Fórum Ítalo- Catarinense estreita
relações de produção nos setores de
cerâmica, pesca, náutica e de embalagens
Simone Gugliota
Especial para Comunità
— Na área social o Istituto está proporcionando a implantação
de escolas técnicas, como a que
foi implantada no Bairro da Juventude de Criciúma, educandário
que abriga mais de 1.300 crianças
tiradas da rua — acrescenta.
O evento também teve a participação do presidente do Istituto Italiano Fernando Santi,
Luciano Luciani, do representante do Assessorato al Lavoro,
Previdenza Sociale, Formazione
Professionale ed Emigrazione da
Região Siliciana, Vincenzo Scattareggia, do professor de economia política da Universidade de
Palermo, Antonio Imperato, do
secretário geral do Istituto Regionale Siciliano Fernando Santi,
Marco Luciani e do presidente do
Istituto Regionale Siciliano Fernando Santi no Brasil, o padre
Vincenzo Lumetta.
O professor de filosofia da
Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), Jorge Daros, esteve no encontro e, confiante no
acordo de colaboração firmado entre a instituição e a Universidade
de Palermo, disse que o I Fórum
Italo-Catarinese é de extrema valia para o fortalecimento dos elos
de amizade entre Itália e Brasil.
— Já sentimos os frutos deste intercâmbio pelas ações desenvolvidas em nossa região, tão
ligada à Itália, por ter sido colonizada por imigrantes do Veneto
em fins do século 19 e início do
século 20 — afirma Daros.
As delegações fizeram visitas
guiadas a indústrias de cerâmica
em Criciúma. Muitas empresas de
Morro da Fumaça, de Nova Veneza, assim como outras localidades
de Criciúma serão beneficiadas
pelo acordo com o incremento da
produção ou com a criação de filiais. O estudo inicial promovido
pelo distrito produtivo da cerâmica com sede em Santo Stefano
di Camastra já foi apresentado ao
Ministério Italiano de Comércio
Internacional.
Em Laguna, a delegação italiana participou de um encontro
com representantes dos setores
pesqueiro e náutico. O evento
foi guiado pelo prefeito Antônio
Celso e despertou o interesse de
empresários sicilianos e possivelmente de outros das regiões de
Marche e Emilia Romagna para
novas joint ventures. Em março
próximo, será a vez da delegação
brasileira de Laguna conferir as
instalações de pesca e náutica
em algumas cidades da Sicília. O
mesmo grupo irá a empresas de
embalagens em Palermo.
A visita a Laguna também
viabilizou a inauguração da mostra da Epopéia de Giuseppe e
Anita Garibaldi, com debate sobre o bicentenário de nascimento
do revolucionário italiano.
cultura
Secchiaroli è stato fotografo
personale di Sophia Loren e
Marcello Mastroianni
Anche San
Paolo è arte!
Città ospita due esposizioni di artisti italiani consacrati
a maggior città brasiliana
da molto non è più terra di
pioggerella fina, inquinamento e imbottigliamenti
costanti. Sinonimo di cultura, con
musei e centri culturali sofisticati,
San Paolo ospita da dicembre due
mostre che giustificano la tradizione del comune di ricevere bene
gli immigranti italiani e adattarsi
al loro modo di vivere.
Cominciando da un pittore
nato a Lucca, ma riconosciuto
come artista brasiliano e finendo con un fotografo che ha registrato gli ambienti della fase
d’oro del cinema italiano. Stiamo
parlando di Alfredo Volpi e Tazio
Secchiaroli ai quali si applicherebbe perfettamente la frase dello scrittore inglese Gilbert Keith
Chesterton “l’arte vince la monotonia delle cose così come la
speranza vince la monotonia dei
giorni”. San Paolo ha ottenuto
uno charme in più con questi lavori che mettono in luce la tradizione italiana rivelando vari tipi
di talenti artistici.
36
L’omaggio a Volpi sarà aperto al pubblico fino al 24 gennaio
come continuazione al programma di esposizione della collezione d’arte della Banca Centrale (BC) brasiliana, composta da
oltre duemila opere. Sono presentati 14 quadri, su tela e su
carta, che abbracciano periodi
distinti della traiettoria di Volpi:
opere di inizio di carriera, quando era ancora un pittore figurativo, e lavori fatti probabilmente
tra gli anni ’50 e ’70 (il pittore
non datava i suoi quadri). Questi
ultimi formano la maggior parte dell’esposizione e esibiscono
come elementi di composizione,
facciate, alberi maestri, vele e le
celebri bandierine.
— La mostra è un ampliamento dell’esposizione fatta a Brasilia nel 2004. Sono opere acquisite
tra il ’70 e l’80, come pagamento
di un debito bancario. Sono pezzi che circolano attraverso i vari aspetti presentati dal pittore
– spiega una delle curatrici dell’esposizione, Jussara Zottmann.
ComunitàItaliana
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Janeiro 2007
Negli anni ’30, insieme ad
artisti come Francisco Rebolo e
Fulvio Pennacchi, l’artista formò
il Grupo Santa Helena, il primo
nucleo di artisti di origine operaia nello stato di San Paolo. E
Secchiaroli con suo strumento di
lavoro e “O Amanhecer”, di Volpi
Fotos: Divulgação
L
Sílvia Souza
a partire dagli anni ’40, secondo critici d’arte, la sua pittura è
evoluta verso l’arte non rappresentativa.
L’esposizione di Volpi è stata inaugurata il 12 c.m. presso
lo Spazio Culturale della BC a San
Paolo, mentre la traiettoria di Tazio Secchiaroli può, dal 9 dicembre, essere vista presso la Galleria della Paulista, della Caixa
Cultural. Sotto il nome “Tazio
Secchiaroli – O cinema no Olhar
(Il Cinema nello Sguardo, n.d.t.),
la mostra è composta da 60 fotografie originali del fotografo italiano morto a 73 anni nel 1998.
Le immagini appartengono
all’ Archivio Tazio Secchiaroli,
curate dal figlio del paparazzo di
Fellini e traducono momenti della storia della cultura del cinema
rimontando, per esempio, a Cinecittà, dove Secchiaroli ha lavorato come reporter cinematografico
per quasi 30 anni. Il professionista è stato immortalato nel film
“La dolce vita”, di Fellini. Le storie del fotografo hanno ispirato
la sceneggiatura del regista. Con
il cineasta, le sue lenti si sono
addentrare nel set di “8 ½”, “La
città delle donne” e “Amarcord”.
La mostra, curata da Antonio Cava, rende anche omaggio
a registi come De Sica, Ferreri,
Pisolini, Antonioni, Leone, Scola, Monicelli, Visconti e Chaplin.
Cava ora ci racconta com’è sorta
la voglia di esporre i lavori del
fotografo.
— Durante la produzione della mostra Circo Fellini in omaggio al regista italiano, oltre ai
film, locandine e disegni c’erano delle foto di Tazio Secchiaroli del film “8½”. Per esibirle
sono dovuto entrare in contatto
con l’Archivio Tazio Secchiaroli e
chiedere autorizzazione. David
Secchiaroli [figlio del fotografo,
n.d.r] mi ha gentilmente concesso l’autorizzazione e, cosí ho
avuto l’idea di allestire un omaggio individuale a Tazio Secchiaroli — riassume.
Per i fan delle belle donne
come Ava Gardner, Bette Davis,
Virna Lisi, Claudia Cardinale, Brigitte Bardot, Ursula Andress, Vanessa Redgrave e Silvana Mangano, oltre a begli attori come Tony
Curtis, Peter Sellers e Gregory Peck, è possibile avere momenti di
contemplazione, visto che compongono l’esposizione immagini
di queste stelle che circolavano
per gli studi di Cinecittà. E, come
non poteva non essere, la mostra
ha anche un’ala speciale dedicata a Sophia Loren e Marcello Mastroianni, dei quali Secchiaroli è
stato fotografo personale.
— Sono andato a Milano nel
2006 per conoscere la collezione.
Sono duemila foto che si trovano
in uno studio privato di Roma e
Milano. Ho scelto foto in bian-
co e nero, con enfasi nel cinema. L’esposizione è a San Paolo e
sta ottenendo un grande successo di pubblico e la mia intenzione è viaggiare per il Brasile. È la
prima individuale di Secchiaroli
nelle Americhe. Ha registrato gli
ambienti della fase d’oro del cinema italiano, in un’epoca in cui
non esisteva il video, il dvd e il
making off — sottolinea Antonio Cava.
Oltre ad essere riconosciuto nella sua area di lavoro e acclamato dai critici, Secchiaroli è
anche riuscito a farsi un nome
fotografando la società italiana,
come ricorda il curatore della sua
esposizione in Brasile.
— Molti registi che lui ha
accompagnato hanno scritto la
grammatica del cinema mondiale,
anche di quello brasiliano. Critici
italiani hanno detto che lui ha
inaugurato la moderna fotografia italiana. Oltre al lavoro nel
cinema, Secchiaroli ha registrato la periferia romana del dopoguerra, ed è andato dietro quinte
della politica e della società. Insomma, segni storici importanti
della società italiana — segnala
Cava, che ha altri progetti per il
2007 e promette lavori indimenticabili in terre brasiliane.
Voglio duplicare il numero di fotografie dell’esposizione
di Secchiaroli a Rio de Janeiro.
C’è l’interesse dell’Istituto Italiano [di Cultura, n.d.t.] e del suo
nuovo direttore di presentare
l’esposizione a settembre durante il Festival di Cinema a Rio. Ma
ancora non c’è niente di definito.
Inoltre sto facendo ricerche sulle
opere di Chico Buarque in Italia e
la sua collaborazione con Sergio
Bardotti. Considero Bardotti uno
dei grandi poeti della musica popolare italiana e uno dei maggiori diffusori della musica brasiliana. Vorrei anche fare un omaggio
al disegnatore e caricaturista Altan. Specialmente adesso che ho
scoperto che è sposato con una
brasiliana ed ha anche lavorato
per il Pasquim — aggiunge.
Altri tratti di Volpi
e luci di Secchiaroli
Alfredo Volpi [1896-1988], è arrivato in Brasile con meno di due
anni, insieme alla famiglia di immigranti che si è stabilita a San
Paolo. Ha cominciato a lavorare
facendo muri decorativi e, autodidatta, ha prodotto i suoi primi
quadri quando era ancora operaio. Le tele registravano l’universo semplice dei quartieri e
paesaggi intorno alla città.
Lungo il litorale paulista,
sono i paesaggi di Itanhaém
che lentamente passano ad incorporare le vie, i toni che hanno portato Volpi a privilegiare i
piani delle facciate e tetti. Con
ciò, le sue composizioni si incamminano verso costruzioni
totalmente geometriche degli
anni ’50. Il riconoscimento non
ha tardato per il pittore che, tra
l’altro, ha partecipato a biennali come quella di Venezia. Volpi ha coniugato l’universo della cultura popolare ai valori di
quella universale.
Tazio Secchiaroli era ancora
un bambino quando è diventato
un riferimento per l’arte paulista,
unendosi ad artisti come Rebolo
e Pennacchi. Nato il 26 novembre 1925, a Centocelle, periferia
di Roma, ha cominciato a fotografare nel 1941. Il suo strumento di lavoro: una Kodak retina
35mm, prestata da un amico.
Già nel 1944, per sostenere
la famiglia [dovuto alla morte
prematura del padre], Secchiaroli è diventato scatino, che in
romanesco significa fotografo
ambulante. Di quest’epoca sono
le foto di turisti sulla spiaggia
di Ostia e di soldati americani a
servizio in Italia nel dopoguerra, in un’epoca in cui Secchiaroli provvede alla madre e alle
due sorelle.
Nel 1951, quando collabora
all’agenzia V.E.D.O, il fotografo conosce Adolfo Porry Pastorel, maestro del fotogiornalismo
italiano. Con lui Secchiaroli impara i trucchi principali della fotografia giornalistica per, poco
più tardi, risaltare tra colleghi e
concorrenti e ottenere successo
su riviste e giornali. L’interesse e
la responsabilità nell’atto di fotografare sono tanti che, insieme
a Sergio Spinelli, fonda l’agenzia
Roma Press Photos.
Ma è nell’estate del 1958 che
Tazio Secchiaroli diventa famoso
con le foto di personalità a Via
Veneto. La maggior parte delle
immagini che divengono famose
è composta da scatti fatti senza
il permesso delle star e lí nasceva il paparazzo che avrebbe inaugurato in Italia il mercato delle
foto soprannominate “d’azione”
o “d’assalto”, con immagini va-
Janeiro 2007
/
Scena del film “Una giornata
particolare” [1977] e il
“Retrato di Moco”, di Volpi
lorizzate su pubblicazioni come
“L’Espresso” e “Il Giorno”.
Le storie di Secchiaroli erano
tante che, nel ’60, il regista Federico Fellini lo cercò per ascoltarle. Allora il cineasta lavorava
alla sceneggiatura del film “La
dolce vita” e queste chiacchierate gli ispirarono scene come
quella del falso miracolo, dello
striptease e del famoso bagno
nella Fontana di Trevi di Anita
Ekberg. E da allora Secchiaroli
divenne fotografo di scena di Cinecittà e professionista di fiducia di star del cinema, lasciando
cosí il suo lavoro nelle agenzie
di fotografia.
Con Fellini impara i segreti e
gli effetti di luce e fa attenzione,
ad esempio, ad usare per le sue
fotografie la stessa pellicola usata dai registi. Secchiaroli influisce
cosí tanto sul quotidiano artistico italiano che, oltre ad esporre
lavori in diverse mostre, è stato
tema di perlomeno nove libri, tra
cui “I grandi fotografi”, di cui è
autore, pubblicato nel 1983.
ComunitàItaliana
37
atualidade
Itália no Oscar
N
uovomondo conta a história de um imigrante que
resolveu começar uma nova vida na América do Norte. Salvatore Mancuso vende tudo para
levar os filhos e a mãe a um
lugar onde haverá mais trabalho e pão para todos. Ele é um
dos milhares de imigrantes italianos que colocaram tudo em
38
10 anni senza
Marcello
Mastroianni presso il teatro Valle
che ha avuto come centro e anima dell’evento il regista Nikita Michalkov, che ha diretto Mastroianni sia al cinema che a teatro. Sul
palcoscenico del teatro Valle sono
stati proiettati foto e spezzoni di
spettacoli teatrali che hanno visto
Mastroianni protagonista.
Fotos: Divulgação
Nova safra
do cinema
pelo Rio, falou sobre a possibilidade de morar aqui, mas confessou que ainda não sabe quando.
— Não tenho família no Brasil, mas tenho muitos amigos.
Gostaria muito de trabalhar numa produção brasileira. Adoro
esse lugar. O Rio é a cidade mais
bela do mundo, sem dúvidas. Um
dia voltará aos esplendores de
antes — afirma.
A admiração de Amato pela cultura brasileira é bastante
notável no esforço que ele faz
para se expressar e falar bem o
idioma. Com uma desenvoltura
de causar inveja, o ator gosta de dar entrevista em português e, por incrível que pareça, aprendeu a língua ouvindo
música.
Fotos: Roberth Trindade
L
á se foi o tempo em que o
cinema italiano remetia o
público a atores como Mastroianni, Claudia Cardinale
ou Sophia Loren. Com o surgimento de novas produções vindas da bota, nomes diferentes
despontam em direção aos holofotes.
Despojado, vestindo terno e
sandálias argentinas, Vincenzo
Amato se sentiu em casa durante
sua passagem pela Cidade Maravilhosa. O protagonista italiano
de “Nuovomondo”, que concorre ao melhor filme estrangeiro
no Oscar de 2007, arriscou com
desembaraço um português bem
falado numa entrevista no Instituto Italiano de Cultura do Rio
de Janeiro.
O ator, de 40 anos, começou sua carreira em 1997 participando do filme “Once we were
strangers”, de Emanuele Crialese.
Logo depois, em 2001, novamente com o mesmo diretor, Amato
atuou em “Respiro”. O sucesso
veio à tona com “Nuovomondo”.
— Meu reconhecimento profissional na Itália foi muito grande depois que o filme foi lançado
no cinema. Tornei-me uma pessoa conhecida, mas, sinceramente, não gosto muito desse assédio todo — conta Amato, que
nasceu em Palermo, na Sicília,
mas mora em Nova Iorque desde 1993.
— Fui para os Estados Unidos por causa de um casamento
de um amigo e acabei ficando. A
cidade me deu boas energias e a
possibilidade de começar a vida
do zero — acrescenta.
Em dezembro, a Embaixada da Itália no Brasil promoveu
um evento que disponibilizou ao
público dos estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e da capital Brasília, um pouco do talento do cinema italiano exibido
na 63ª Mostra Internacional de
attualità
O ator siciliano começou
a carreira em 1997
Vincenzo Amato, protagonista de “Nuovomondo”,
filme indicado ao Oscar de 2007, fala sobre o
longa, o sucesso e a paixão pelo Rio
Nayra Garofle
Arte Cinematográfica de Veneza. Na ocasião, sete filmes foram apresentados. “Nuovomondo” foi um deles e Amato veio
jogo. Trata-se de um homem
simples, mas guiado por uma
lúcida consciência que o leva a
enfrentar uma longa e perigosa
viagem através do oceano para chegar em Nova Iorque. Não
está à procura de uma grande
fortuna. Seu objetivo é achar
um emprego e uma casa para
sua família. Uma atmosfera de
mistério envolve toda a viagem:
desde os rituais antes da parti-
ComunitàItaliana
/
Janeiro 2007
ao Brasil especialmente para divulgar o longa.
O siciliano já havia visitado o
país por três vezes e, apaixonado
da até os cuidados que a mãe
de Salvatore reserva aos habitantes do vilarejo acometidos
por estranhas patologias. Nada
assusta a família Mancuso, sequer os minuciosos exames físicos e psicológicos aos quais
os imigrantes eram submetidos
após desembarcarem, pois o resultado determinava o direito
de ficar no Novo Mundo ou a
obrigação de voltar ao Velho.
— Adorava as músicas de
Vinícius de Moraes e queria entender as letras. Me esforcei,
fui tentando traduzir e aprendi
o português assim. Sempre que
tenho dúvidas em alguma palavra, recorro a uma música que
possa me ajudar a achar a expressão mais correta — revela
o siciliano.
Quanto ao Oscar, o ator afirma estar muito contente e satisfeito porque, de uma forma ou
de outra, segundo ele, isso mostra que o trabalho foi bem feito.
No entanto, Vincenzo é decisivo
quando diz que o sucesso não lhe
enche os olhos.
— Isso tudo é muito bom,
mas o que me importa mesmo é
que a mensagem do filme seja divulgada aqui nas Américas. Muitas pessoas vão poder ver a mesma história que seus familiares
viveram no século passado e isso
é de uma riqueza cultural muito
grande — diz.
L’Italia ricorda uno dei
suoi più grandi attori,
Marcello Mastroianni
Ana Paula Torres
P
Corrispondente • Roma
er molti, semplicemente
“Marcello”. Se n’è andato dieci anni fa lasciando un vuoto incolmabile
e un mare di ricordi che si mantengono tuttora estremamente vivi grazie alle immagini degli oltre 140 film che interpretò in più
di quarant’anni di carriera. Marcello rappresentava la commedia
all’italiana degli anni ’60, insieme
a Vittorio Gassman, Alberto Sordi,
Nino Manfredi e Ugo Tognazzi.
Molte sono state le manifestazioni organizzate, soprattutto il 19
dicembre, giorno della sua morte,
avvenuta a Parigi. All’Auditorium
Parco della Musica, è stato presentato per la prima volta il documentario “Marcello, Una Vita Dolce”, realizzato da Mario Canale e
Annarosa Morri e prodotto da Surf
Film, Orme, ACAB, LA7 e dalla Regione Lazio. Il filmato ha la voce narrante di Sergio Castelletto e
le musiche di Armando Trovajoli.
Il canale televisivo Retequattro
ha ricordato Marcello con ben tre
film: “I soliti ignoti”, “La Dolce
Vita” e “Il passo sospeso della cicogna”. Su Raitre, invece, è andato in onda un documentario che
ritrattava un Marcello Mastroianni
meno divo e più uomo nei ruoli di
padre, amante e marito.
Alla Casa del Cinema è stato
proposto il film “L’ armata ritorna”
di Luciano Tovoli. Si tratta di un
film drammatico del 1983, tratto
dal romanzo di Ismail Kadaré, che
mette in luce la crudeltà e l’ottusità
della guerra nel quale Mastroianni
recita insieme a Michel Piccoli e
Anouk Aimee. Tra l’altro questo è
stato uno dei pochi film che non è
stato proiettato durante la grande
rassegna dedicata all’attore in occasione della Festa del Cinema di
Roma, nell’ottobre scorso.
Un’altra iniziativa avvenuta a
Roma è stata quella promossa dal
Centro Mastroianni, in collaborazione con il Comune di Roma e “Artisti Riuniti”, associazione culturale senza scopo di lucro, fondata
da autori e produttori di cinema,
teatro e televisione per promuovere il teatro a Roma. Si è trattato
di una serata omaggio a Marcello
“La grandezza di un artista
– ha affermato il presidente della
Regione Lazio, Piero Marrazzo – si
misura soprattutto dall’affetto con
il quale il pubblico lo segue e lo ricorda. A dieci anni dalla scomparsa di Marcello Mastroianni – prosegue – sono orgoglioso di unirmi
alle celebrazioni per un uomo e un
attore che ha dato lustro al nostro
cinema e alla nostra regione. Un
artista che è stato capace di trasmettere emozioni a diverse generazioni di spettatori e di legare il
suo volto e la sua arte ad un limpido esempio di italiano”.
Film come “I soliti ignoti”,
“La dolce vita”, “Il bell’Antonio”,
“8 e ½”, “Divorzio all’italiana”,
“Ieri oggi e domani”, “Matrimonio all’italiana”, “Una giornata
particolare”, sono dei capolavori
del cinema italiano arricchiti dalla
sua inimitabile presenza scenica.
Un volto particolare, dai tratti
dolci, persona piena di fascino
e carisma, ecco com’era Marcello
che lungo la sua carriera è stato
diretto dai più grandi registi italiani, come Mario Monicelli, Luciano Emmer, Dino Risi, Lucchino
Visconti, Vittorio De Sica, Michelangelo Antonioni, Ettore Scola e
Giuseppe Tornatore. Ma l’affinità
maggiore è stata in assoluto
con Federico Fellini che ha dato alla fama l’attore ciociaro con
l’interpretazione di Marcello Rubini in “La Dolce Vita”, nel 1960.
Mastroianni, premiato due volte con la coppa Volpi, non ha mai
vinto un Oscar, nonostante le fortune del cinema italiano all’estero
proprio negli anni d’oro della sua
carriera. Nel 1990, alla Mostra del
Cinema di Venezia, gli è stato conferito il premio alla carriera. E un
anno dopo la sua morte, il direttore della medesima mostra creò il
premio Marcello Mastroianni.
L’uomo Marcello
Marcello Mastroianni nasce a Fontana Liri, provincia di Frosinone il
28 settembre 1924 presso una famiglia di origine contadina. Trasferitosi a Roma con i genitori, si
avvicina al teatro frequentando il
Centro Teatrale Universitario dove
conosce Giulietta Masina, che lo
presenta al marito Federico Fellini. Debutta nel cinema negli anni
40 con “I Miserabili” di Riccardo
Freda. Nella sua carriera interpreta svariati generi, dalla commedia sentimentale al dramma, dalla
satira di costume al film storico
fino ad arrivare al grottesco e al
surreale.
Mastroianni come Marcello Rubini in “La Dolce Vita” nel 1960
Janeiro 2007
/
ComunitàItaliana
39
Roma
cultura
Uno sguardo napoletano
Ana Paula Torres
Artista italiano Francesco Jodice visita e si ispira a San Paolo
per fare documentario che ritrae la vita urbana nelle città
C
Fotos: Divulgação
O trabalho tem a duração de 48 minutos e foi realizado exclusivamente
para uma mostra internacional de arte realizada na capital paulista
Paolo, che è finita il mese scorso
dopo 64 giorni di visite gratuite
del pubblico paulistano e che ha
avuto come tema centrale “Come
vivere insieme”, una proposta
di riflessione sulla vita collettiva nello spazio urbano. Oltre a
lui, altri 95 artisti internazionali hanno esposto i loro lavori e
appena altri 22 erano brasiliani.
I curatori della Biennale hanno
cercato chi avesse incorporato la
questione dei limiti, frontiere, e
l’inclusione della “differenza” nel
contesto della vita urbana al tema centrale.
ComunitàItaliana
/
Il suo lavoro
Seu trabalho, Narradores urbanos
de São Paulo [Narratori urbani di
San Paolo] ha dato origine ad un
documentario di 48 minuti sulla
città ed è stato realizzato esclusivamente per la mostra internazionale di arte di San Paolo. È stato
presentato all’apertura e dopo è
stato trasmesso dalla TV Cultura.
In questo film, si è preoccupato
di ritrarre le persone ele storie
— San Paolo è una ipercittà
piena di diverse anomalie e problemi. Quello che mi interessa è la
capacità di sopperire con fenome-
Dezembro 2006
Habemus papam
“H
abemus papam – As eleições
Pontifícias de São Pedro a
Bento XVI” é o nome da exposição que acontece em Roma até 7 de
abril. Realizada pelos Museus Vaticanos,
com a colaboração de outras instituições
italianas do ramo, a mostra propõe uma
viagem no tempo através de documentos,
pinturas, gravuras, retratos, jóias, vestidos de época e outros objetos. O objetivo
principal é percorrer a história dos papas,
partindo de São Pedro até chegar aos dias
atuais, com Bento XVI. No total, 140 obje-
De Sica em cartaz
“P
arlami di me” é o musical de Maurizio Costanzo e Enrico Vaime, com
direção de Giancarlo Sepe, que traz como
protagonista Christian De Sica, um dos intérpretes cinematográficos, televisivos e teatrais mais amados pelo público italiano. O
filho do saudoso Vittorio De Sica, atua no
espetáculo, em cartaz de 27 de fevereiro a
8 de abril, que é repleto de música italiana e estrangeira mesclada à interpretação
do prólogo. Oito bailarinas e quatro atores
completam o elenco que propõe duas horas
de diversão ao público presente. O musical
é apresentado no Teatro “Il Sistina” na Via
Sistina, 129. O preço dos ingressos varia de
E 20 a 44.
omeçou a turnê do jovem cantor e compositor Tiziano Ferro. O show “Nessuno
è solo” apresenta as músicas do seu último
álbum, lançado em junho de 2006, após três
anos da publicação do famoso “111”. “Nessuno è solo” foi inteiramente composto pelo
artista e teve seu lançamento em 44 países. São 11 faixas que sintetizam viagens e
experiências que Tiziano teve pelo mundo,
unindo ritmos eletrônicos e internacionais
ao pop melódico italiano. Em Roma, o artista fará dois shows durante os dias 16 e 17
de fevereiro, no Palalottomatica situado no
Piazzale dello Sport. Os ingressos custam de
E 30 a 37.
Fotos: Reprodução
È
ni di auto-organizzazione ove lo
Stato e la società non riescono a
sostenersi con condizioni di vita
accettabili – dice indignato.
Ciò che l’ha colpito nella città
sono stati i guidatori di carrozze,
i graffitisti e il ‘doppio lavoro’ dei
poliziotti dello Stato come professionisti privati, oltre all’uso
degli elicotteri come taxi aereo e
anche le macchine blindate.
— Mi preoccupo anche con la
mentalità che, alle volte, è poco
disposta ai cambiamenti sociali,
alla vera integrazione. Alle volte,
sorge una sensazione di controllo
eccessivo delle libertà individuali.
In altri casi, lo spazio pubblico è il
luogo dove spesso rimangono abbandonati gli emarginati – dice.
Lui definisce il suo lavoro come quello di un “trasferitore”:
— Colui che prende i mobili
– le storie – da una casa – città – e li porta da un’altra parte
facendo sí che divengano conosciuti – spiega.
Per ciò che riguarda le preoccupazioni del mondo moderno,
Jodice crede che l’universo stia
cambiando, ma non necessariamente in peggio.
— Succedono guerre, oppressioni, tragedie, ma sommando
tutto viviamo in una media migliore di alcuni ateniesi ai tempi
di Pericle – dice.
Tra le sue recenti esposizioni
individuali ci sono “The Morocco
Affair”, alla Galleria Marta Cervera,
Madrid [2005], “Private Investigations”, alla Galleria Mudimadue, a
Berlino [2004] e “The Mersey Valley
Case”, alla Open-eye Gallery, a Liverpool [2004]. L’artista ha anche partecipato al gruppo Multiplicity alla
50ª Biennale di Venezia [2003].
Francesco Jodice è in Brasile
per la quarta volta ed ha già lavorato con il giovane artista brasiliano di San Paolo, Beto Shwafaty. In
Italia, Jodice dice che quasi non
lavora. Le ultime ricerche e progetti sono stati realizzati e esposti alla Biennale di Venezia, nella
Galleria di Arte Moderna di Torino
e alla Triennale di Milano.
Reprodução
Marcos Petti
difficile non ricordare l’arte
di raccontare storie quando
parliamo di Francesco Jodice. Laureato in architettura,
è nato a Napoli, ha 39 anni e oggi
abita nell’Italia del nord, a Milano.
Ma questo italiano ha finito coll’acquisire nuove qualifiche in altre
aree e, recentemente, ha scelto la
capitale paulista come ispirazione
per il suo nuovo lavoro.
— Mi interessano le opere e
teorie di Rem Kholhaas. Tra gli
italiani, Stefano Boeri è un architetto e un intellettuale straordinario – dice.
Jodice lavora come fotografo dal 1996 e con il video, facendo documentari. Secondo lui,
in una società che interagisce
molto con la comunicazione e
“male con le immagini” forse è
necessario “costruire nuovi dialoghi usando come convenzione
le stesse immagini”.
Per sviluppare i suoi lavori,
dice di basarsi sulla storia di tutti i giorni e su come sono raccontate le notizie dai giornali e dalla
televisione.
— Ancor di più quelle non
raccontate – chiarisce.
Fin dal 2004, Jodice è professore di Teoria e Pratica dell’Immagine Tecnologica presso la
Facoltà di Design e Arte, all’Università di Bolzano. Nel 2000 ha
fondato il Multiplicity, una rete
internazionale di artisti e architetti. Tra i lavori più recenti,
What we want [Cosa vogliamo] è
una specie di atlante dei comportamenti sociali e urbani che
riguarda 50 metropoli. Le immagini che compongono questo
progetto descrivono la geografia urbana proiettata dai nuovi
pionieri che osservano le recenti modifiche nelle relazioni reciproche tra pietre e persone. Esse riflettono anche le modifiche
dello sguardo necessarie ad intercettare un paesaggio non più
comprensibile da un unico punto
di vista.
Jodice è stato invitato a partecipare alla 27ª Biennale di San
40
“Nessuno è solo”
tos estão expostos, muitos dos quais pela
primeira vez, e se dividem em quatro seções que vão da morte e funeral do papa à
cerimônia de posse de seu sucessor, passando pelas seções dedicadas ao conclave
e à proclamação do novo pontífice. A exposição foi montada no Apartamento Pontifício de Representação, no interior do
Palácio Apostólico de Laterano localizado
na Piazza San Giovanni in Laterano. A entrada é feita pela Basílica de San Giovanni
in Laterano. Das 9 às 16h45. Fechado aos
domingos. O ingresso é E 5.
Como manda a tradição
E
m Roma o que não falta é arte, monumentos, história e por que não, restaurantes. Mas nem sempre é fácil encontrar um
onde sejam servidos pratos romanos, realizados como manda a tradição. Para quem
percorre alguns quilômetros e da capital
segue em direção aos “Castelli Romani”, a
satisfação é garantida. Em Ariccia, encontra-se a “Osteria Panza mia fatte capanna”.
Lá “spaghetti alla carbonara”, “bucatini
all’amatriciana”, “coda alla vacinara”, “fagioli con le cotiche”, “l’abbacchio alla scottadito” e tantos outros pratos, são preparados como antigamente. O restaurante fica na
Via dell’Uccelliera, 18. Mais informações pelo
telefone 347/4855293.
Janeiro 2007
Deu Brasil
na virada do ano
E
viva 2007 ao som de música brasileira! Foi assim que milhares de
romanos e turistas brindaram a chegada
do novo ano na capital italiana. A prefeitura de Roma presenteou o público
com um show gratuito de Fiorella Mannoia, acompanhada por Carlinhos Brown, Chico César e Adriana Calcanhoto.
A cantora romana lançou no mês passado o álbum “Onda tropicale” inteiramente dedicado ao Brasil. A proposta
do prefeito de Roma, Walter Veltroni,
era entrar em 2007 com a alegria e
energia do povo brasileiro. E a população aderiu em peso ao convite, guiada
pela fama de Fiorella Mannoia e do carnaval brasileiro.
/
ComunitàItaliana
41
curiosidade
Um cão pra
chamar
de seu
Raças italianas
conquistam brasileiros
apaixonados por caninos
D
Nayra Garofle
izem que a paixão pelos cães começa desde cedo. Ou você ama
ou detesta esses seres de quatro
patas, de temperamentos diferentes, que adoram lamber os donos e que
muitas vezes se fazem os melhores companheiros durante uma boa parte de sua
vida. Inúmeras são as raças reconhecidas
oficialmente e, dentre elas, há três tipos
italianas que mais predominam no Brasil:
o Cane Corso, o Mastino Napoletano e o Pequeno Lebrel Italiano.
Fotos: Divulgação
Mastino
Napoletano:
raça milenar
é símbolo
nacional italiano
De acordo com o presidente
do Conselho Cinotécnico da Confederação Brasileira de Cinofilia,
Domingos Setta, além dessas três
raças que prevalecem no Brasil,
há também outras, com um registro menor, como o Braco Italiano, Pastor Maremano Abruzês,
Pastor Bergamasco, Volpino Italiano, Spinone Italiano, Lagotto
Romagnolo e o Bolognese.
— Não sabemos porque essas três raças predominam aqui
no Brasil. Acreditamos serem do
agrado de seus proprietários e
criadores — diz.
O Cane Corso é uma raça muito antiga e desenvolvida na região
meridional da Itália, na época do
Império Romano. É um animal de
grande porte e selecionado para
guarda. Ágil e potente, o Corso é
bastante confiável e muito tolerante com as crianças. Uma das
primeiras criadores da raça no
Brasil, a veterinária Sandra Kaufman, já exportou cães para Portugal, Bélgica, Angola, França e Estados Unidos. Cesar de Jomaiana,
de criação do Canil Kaufman, cão
cujo proprietário é o apresentador
Fausto Silva, foi campeão mundial
na Polônia, vencendo, por beleza,
mais de 200 cães italianos.
— Cesar é o nosso orgulho. Já
ofereceram 40 mil euros por ele,
mas ele não tem preço — revela.
A beleza da raça é exótica. O
Cane Corso tem uma musculatura
bem desenvolvida. Apesar de dócil, sua aparência causa um certo
temor. Segundo a veterinária, o
animal também tem um temperamento bastante equilibrado.
— Sempre admirei a raça pelo
temperamento dela. Foi por isso
que decidi começar a minha
criação. Hoje
Mastino
Napoletano
temos mais de 20 matrizes e cerca de cinco padreadores — conta
Kaufman, proprietária de um canil
especializado na raça há 10 anos.
Mas se você já estava pensando em “adotar” um Cane Corso, vai ser preciso colocar a mão
no bolso e desembolsar uma boa
quantia. É que um filhote pode
custar até R$ 5 mil. Falando nisso, o apresentador do Video Show,
André Marques, ao gravar uma matéria sobre o Cane Corso de Faustão, se apaixonou pela raça e encomendou um. Hoje, o global tem
o Nero como companhia.
— De todas as raças que tenho, esta foi a que mais me conquistou. Meu plano era deixá-lo
na fazenda, mas vou mantê-lo
comigo e com os meus cinco Poodles, o Yorkshire e o Bulldog —
comenta André.
Já o Mastino Napoletano é
uma raça milenar. Suas origens
remontam há cerca de 3.200 anos
antes de Cristo. Descendente do
Mastim Tibetano, origem aliás de
todos os cães molossóides [grupo de cães de físico forte], o tipo
quase se tornou extinto. É que
durante a Segunda Guerra, poucos cães sobreviveram na Itália
devastada e faminta. Mas, através de criadores que zelam pela
raça pura com a intenção de preservar as principais características desenvolvidas em Nápoles,
berço da raça, hoje o Mastino é
símbolo nacional italiano.
O dentista Rodrigo Hernandes
procurava um cão de guarda que
prometesse a vigilância de sua
residência e nenhum perigo para
a sua família. Foi quando conheceu a raça e se encantou. De
dono de cachorro a criador foi
um pulo. Hoje, ele
é proprietário do
Canil Hernandes
Tamanho – 60 a 75 cm
Peso – 50 a 70 kg
Pelagem – curta e lisa
Aptidão – guarda e defesa, policial e
rastreador de pistas
Área para criação – grande
Estimativa de registro no Brasil:
12.514 cães registrados *
André Marques feliz ao lado de
Nero. Faustão com seu maior
orgulho: Cesar de Jomaiana. Ao
lado, Cesar faz pose de campeão
que conta com cerca de oito cães
entre padreadores e matrizes.
— Já vendi filhotes para todo o Brasil. O Mastino é extremamente inteligente e altamente
confiável — afirma.
De cabeça muito grande e
mandíbulas capazes de triturar ossos de boi em pouquíssimos minutos, o cão, quando relaxado, apresenta pregas e barbelas que caem
e vão se desdobrando em outras.
Mas se ele pressente perigo, seu
semblante muda e sua expressão
torna-se assustadora. Excelente
como guarda, não exige tantos
cuidados pois pouco adoece. Um
filhote pode custar até R$ 2 mil.
Ao contrário das duas raças
descritas acima, existe uma, de
predominância no Brasil, bastante curiosa: o Pequeno
Lebrel Italiano. A história conta que
a raça pode
ter se ori-
Cane Corso
Tamanho – 60 a 68 cm
Peso – 40 a 50 kg
Pelagem – curta e brilhante
Aptidão – guarda, proteção, policial e
rastreador
Área para criação – grande
Estimativa de registro no Brasil:
1.527 cães registrados *
ginado há mais de dois mil anos
na Bacia do Mediterrâneo. Durante o século 16, os italianos, que
eram apreciadores de cães-miniaturas, passaram a preferir o Lebrel, que ficou conhecido como
“Piccolo Leviero Italiano”.
Com uma disposição fora do
comum, o Lebrel é o menor cão
que caça com a visão. Adora o
conforto de um apartamento, não
solta pêlo e não tem o odor típico
dos cães. Sensível e alerta, mesmo após a maturidade, continua
esperto e brincalhão, sendo um
ótimo companheiro para as crianças. Um filhote pode custar até
R$ 1.200. Se você quiser “italianizar” de vez a sua família, com
direito a cachorro de raça italiana, pode começar a escolher.
Pequeno
Lebrel Italiano
Tamanho – 32 a 38 cm
Peso – máximo 5 kg
Pelagem – curta e lisa
Aptidão – caça a lebres e corridas
Área para criação – pequena
Estimativa de registro no Brasil:
929 cães registrados *
*Números fornecidos pela Confederação Brasileira de Cinofilia
42
ComunitàItaliana
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Janeiro 2007
Janeiro 2007
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ComunitàItaliana
43
curiosità
italian style
Ruzzenente immagine e comunicazione - Verona
Bertagnolli: tradizione e
salvaguardia dell’ambiente
44
Posso offrirti
una grappa?
Viaggio alla scoperta dei sapori e profumi
della grappa trentina in una delle distillerie
più antiche d’Italia
Ana Paula Torres
Corrispondente • Roma
pe Bertagnolli e vede un costante impiego di risorse che hanno
permesso l’introduzione di strumentazioni sofisticate. Tradizione ed innovazione, qualità e
prestigio sono quindi i punti forza su cui si basa tutta l’attività
Bertagnolli, perpetuando un’arte che, attraverso il tempo, si è
mantenuta fedele alle nobili origini dalle quali ha preso vita.
— “Ricordo con quanto entusiasmo e delicatezza al tempo
stesso, mio padre mi ha avvicinato alle nostre tradizioni, facendomi respirare quell’aria magica che
in distilleria aleggia. — racconta
Livia Bertagnolli — Il fascino di
portare avanti un’azienda ultracentenaria è grande — aggiunge
— rapresentare la quarta generazione è un impegno oltre che un
orgoglio. Riuscirci, una sfida.”
ComunitàItaliana
/
Janeiro 2007
La Distilleria Bertagnolli dedica una particolare attenzione
non solo alla qualità dei suoi prodotti ma anche alla salvaguardia
dell’ambiente e del l’equilibrio
dell’ecosistema in Trentino. Allo scopo di evitare inquinamenti
l’azienda ha investito delle risorse in ricerca e mezzi, per dotare
l’intero ciclo produttivo di un sofisticato sistema computerizzato,
finalizzato al controllo dei liquidi
di scarto. Grazie a tali accorgimenti la Bertagnolli si è fregiata
del titolo di Distilleria Verde.
La produzione
L’origine delle vinacce, provenienti dai diversi vitigni presenti
sul territorio trentino, determinano la peculiarità di ogni grappa, che diviene quindi un prodotto unico, dove profumo e sapore
si rivelano i principali elementi
di distinzione. Come il vino pregiato, così anche le grappe, giovani, invecchiate, aromatiche o
secche, possono abbinarsi in modo eccellente alle diverse specialità gastronomiche. Le grappe
Bertagnolli si pregiano del marchio dell’Istituto Tutela Grappa
del Trentino, che certifica l’origine e la qualità della grappa.
E come si producono le grappe? Le vinacce miscelate con
l’acqua sono portate ad ebollizione attraverso il sistema discontinuo a bagnomaria, alimentato a vapore. Con questo modo,
è possibile ottenere una distillazione lenta, riparando le vinacce
da possibili scottature. Da questa
lavorazione, ne risultano grappe
dalle notevoli componenti aromatiche che si espandono in un
gusto morbido e rotondo. Un altro elemento che non può essere
per niente trascurato è l’alambicco, che in questa distilleria sono tutti fatti con il rame. Questo
metallo viene utilizzato per le
sue note proprietà di conduttore
di calore, caratteristica che contribuisce a dei risultati migliori
durante la distillazione.
La grappa di Teroldego è uno
dei prodotti dell’azienda e si ottiene dalle vinacce provenienti
dal vitigno autoctono, presente nel territorio tra i comuni di
Mezzolombardo, Mezzocorona,
San Michele All’Adige. La grappa
di Moscato, invece, è indubbiamente la più caratteristica delle
grappe trentine. Dal sapore aromatico, intenso ed armonico,
viene prodotta con vinacce scelte di uva moscato giallo coltivate sulle colline del Trentino.
Un prodotto di nicchia che
presenta un delicato profumo di
petali di rosa è invece la grappa di Traminer, ottenuta dalle uve Traminer, colvitate sui
pendii delle montagne trentine.
Un altro prodotto di eccellenza
è la grappa Decem invecchiata
per dieci anni in barriques che
vengono sostituite ogni 12 mesi. Ha un profumo intenso, caratterizzato dall’invecchiamento, mentre il sapore è morbido
e vanigliato. Secondo i suoi produttori, per gustarla in pieno, la
grappa Decem necessita di una
corretta ossigenazione. Prima di
bere, si consiglia di lasciarla riposare nel bicchiere per qualche
minuto.
Brilho
“molhado”
Você abre a torneira
e um raio de luz
ilumina a sua pia!
Não é mágica.
É um toque a mais
de decoração para
o seu banheiro. A
iluminação azul se
apaga no momento
em que você fecha a
torneira. O preço?
E 16,90
É só encher!
Se você é fanático por futebol,
que tal decorar a sua casa,
nos dias que a turma se reúne
para assistir aquele jogo na tv,
com este puff inflável? Leve e
resistente, é fácil de encher e
rápido de esvaziar, graças à sua
prática válvula de segurança.
Você leva o puff para a sua
casa por E 19,90
Fotos: Divulgação
Ana Paula Torres
I
l Trentino Alto Adige, regione
italiana famosa per la bellezza della sua natura è anche
famosa per la produzione di
vini e di grappe. La varietà del
clima e le caratteristiche dei diversi terreni, hanno contribuito
in modo determinante all’inserimento e coltivazione di vari vitigni autoctoni e d’importazione.
La Distilleria Bertagnolli, situata
nel comune di Mezzocorona, in
provincia di Trento è indubbiamente una delle aziende italiane
più antiche e premiate che opera
in questo settore.
La Bertagnolli nasce nel XIX
secolo, precisamente nel 1870,
quando Giulia de Kreutzenberg,
ricca possidente e proprietaria
di una delle più grandi aziende
della Piana Rotaliana si sposa
con Edoardo Bertagnolli, capostipite della famiglia ed erede
di una consolidata tradizione di
farmacisti. La passione di Giulia
e la conoscenza di Edoardo nell’impiego dell’alambicco per la
distillazione a bagnomaria, danno origine a distillati di grande qualità che vengono apprezzati con riconoscimenti ufficiali
e permettono che la Distilleria
Bertagnolli diventi il fornitore ufficiale della Casa Imperiale
Asburgica.
Ancora oggi, l’azienda viene
amministrata dai discendenti di
Giulia ed Edoardo che mantengono vivi la passione, dedizione,
competenza e spirito innovativo dei loro antenati. Gli obiettivi principali verso i quali la
famiglia Bertagnolli ha indirizzato sforzi, impegno ed iniziative, sono stati il raggiungimento
ed il mantenimento della qualità dei distillati da loro prodotti.
L’attuale conduzione dell’azienda viene affidata a Livia e Bep-
Geladinho
Mantenha o Rapid Ice sempre no seu congelador
e, depois, basta retirá-lo e colocar a garrafa
dentro dele. Instantes depois sua bebida estará
gelada! Este recipiente é indispensável para o
verão. E 11,90
Natureza & Tecnologia
As crianças vão achar o máximo esses dois
amplificadores com o formato de simpáticos
pingüins que podem ser ligados no computador
ou no rádio. Detalhe: os olhos se movem
conforme o ritmo da música. E 24,90
Tempero no gatilho
Se você adora usar pimenta na sua
comida, este aparelho vai ser muito
útil. Agora já é possível moer os
grãos de pimenta com uma só mão:
basta apertar o gatilho e pronto!
Com material resistente, o aparelho
ainda pode servir como peça
decorativa na sua cozinha. E 12,90
Os produtos acima mencionados estão
disponíveis apenas no mercado italiano.
Janeiro 2007
/
ComunitàItaliana
45
esporte
Divulgação
Feliz Ano Pan!
Evento esportivo chega ao Rio de Janeiro e a Comunità prepara um
especial para você ficar por dentro de tudo que acontece na competição
Cauê, “homem bom” em tupi, é o mascote
dos jogos. Seu nome foi escolhido por
votação que teve 1,2 milhão de eleitores
46
ComunitàItaliana
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Janeiro 2007
Rapidinhas
- Menos de uma semana após
o Campeonato Mundial masculino, o ponteiro Giba retornou
ao convívio familiar em Busca.
É na pequena cidade na região
do Piemonte, no noroeste da
Itália, que o melhor jogador do
Mundial vive com a mulher, a romena e também jogadora de vôlei Cristina Pirv, e a filha Nicoll.
O ídolo do time de Cuneo, Bre
Banca Lannutti, voltou aos treinos para a disputa do Campeonato Italiano. Giba ainda não
Alice Fernandes / G.R.E.S. Portela
lhorando suas colocações com
o comando do técnico José Roberto Guimarães, a equipe tem
três jogadoras no exterior e todas elas atletas de equipes italianas: a levantadora Fofão e a
meio-de-rede Walewska são do
Pallavollo Perugia. Já a oposto
Sheilla atua no Robursport.
Nada mal para um país onde o segundo esporte consegue exportar 348 atletas, quantidade suficiente para formar
58 equipes. Segundo dados da
Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), a Itália é o “sonho
europeu” para quem joga vôlei
no Brasil. O país tem 16 mulheres e 36 homens brasileiros atuando no esporte.
— Não podemos impedir
que os jogadores saiam do país para buscar campeonatos
mais fortes e salários mais altos. Como acontece no futebol,
os jogadores saem para buscar
o melhor do vôlei no planeta
— explica o superintendente
da CBV, Marcelo Wangler, em recente entrevista.
Clubes europeus chegam a
pagar até o equivalente a 650
mil dólares de salário para contratar um jogador brasileiro,
além de outras ofertas como casa, automóvel e até passagens de
graça durante o ano para ele e
seus parentes.
Divulgação CBV
possamos, num primeiro momento, imaginar. A bota tem tradição nos principais esportes que
serão apresentados nos Jogos
Pan-Americanos e está envolvida desde a confecção de material
como no emprego dos principais
atletas que desfilarão pelas ruas
da Cidade Maravilhosa. A começar pelo vôlei.
Embalados pela conquista
do bicampeonato mundial, os
meninos da seleção brasileira
tentarão seu único título inédito: a medalha de ouro. O time
tem aproveitamento exemplar
desde 2001, quando Bernardinho assumiu a função de técnico. Disputou 21 campeonatos e
ganhou 17 títulos. Em 198 jogos
oficiais, o Brasil venceu 180, ou
seja, ganhou 91% das vezes que
entrou em quadra. Direta ou indiretamente, a Itália contribui
para essa formação. Além de ser
um dos principais adversários
do Brasil em competições como
a Liga Mundial, cuja rivalidade é
tão histórica quanto uma partida de Brasil e Argentina no futebol, é na Itália que nove dos
12 jogadores da seleção adulta
jogam e ganham a vida.
O melhor jogador do mundo, o ponta Gilberto Godoy, mais
conhecido como Giba, atua pelo
Cuno Piemonte Volley. Os xarás
André Heller e Nascimento se encontram no Trentino. Do Piacenza vem o oposto Anderson e o
líbero Serginho. O levantador
Ricardinho joga no Modena, enquanto Rodrigão é meio-de-rede no
Macerata e os irmãos
Gustavo e Murilo Endres
brilham respectivamente no Sisley Treviso e
no Vibo Valentia.
A seleção feminina
também não fica atrás. Me-
Giba tem colhido bons
frutos no trabalho,
como a conquista da
última Olimpíada, e em
casa. Bernardinho é o
comandante do “time
dos sonhos”
Divulgação
ano de 2007 chega cheio
de expectativas para milhares de brasileiros. Cidade sede dos Jogos
Pan-Americanos 2007, o Rio de
Janeiro deve receber cerca de
5.500 atletas, distribuídos em
28 modalidades e 42 países. Mas
o preparatório para a festa, referência para as Olimpíadas, começou bem cedo e requer uma
organização necessária para um
verdadeiro espetáculo. Com custo
estimado em 4,7 bilhões de dólares, a realização dos Jogos [dos
quais participam as três Américas, dos dias 13 a 29 de julho]
prevê investimentos em construção de novas instalações esportivas e modernização das já existentes, em logística, transportes,
hospedagem, cerimoniais, além
de atendimento aos visitantes
[imprensa, público, delegações e
federações internacionais]. E não
pára por aí: as 500 mil pessoas
que devem passar pelo Rio podem gerar um retorno financeiro
de aproximadamente um bilhão
de dólares, segundo a Empresa
de Turismo do Município do Rio
de Janeiro (Riotur).
Mas você deve estar pensando: o que a Itália tem a ver com
tudo isso? Muito mais do que
Divulgação
O
Sílvia Souza
sabe se brigará pelo tricampeonato, em 2010. A competição
acontecerá na Itália.
- O vôlei foi criado em 1895
pelo professor William G. Forman. Conhecida como “minonette”, a modalidade tinha regras
um pouco diferentes das atuais.
O esporte é disputado por duas
equipes de seis atletas, separadas por uma rede por cima da
qual a bola deve passar na disputa dos pontos. Cada jogo é o melhor de cinco sets. Os quatro primeiros vão a 25 pontos [a menos
que haja empate em 24, quando o
set é prorrogado até que um time
abra vantagem de dois pontos] e
o último vai a 15 [valendo a mesmo regra em caso de empate em
14 pontos]. Para conseguir um
ponto, uma equipe tem que fa-
zer com que a bola caia no campo adversário, dispondo de um
máximo de três toques, além do
contato do bloqueio, para consegui-lo. Atualmente, os atletas
podem usar quaisquer partes do
corpo para tocar na bola, mas
não podem agarrar ou conduzir a
bola. Um jogador não pode dar
dois toques consecutivos na bola, exceção feita apenas para a
ação do bloqueio.
- Na praia, o esporte é disputado desde as décadas de 40 e 50
em países de litoral extenso tais
como Estados Unidos e Brasil. Mas
somente em 1986 a Federação Internacional de Vôlei reconheceu a
modalidade, concedendo-lhe um
estatuto e regras próprias. O vôlei de praia é jogado em duplas,
mas as disputas são em melhor de
três sets. Os dois primeiros vão
até 21 pontos [em caso de empate em 20, a disputa é prorrogada
até que uma dupla abra dois pontos de vantagem] e o último vai
a 15 [valendo a mesma regra em
caso de empate em 14].
- A primeira aparição do vôlei nos Jogos Pan-americanos foi
em 1955. Já o vôlei de praia, sur-
giu na competição em 1999. No
Pan-Americano do Rio, as partidas vão ser realizadas no Ginásio
do Maracanãzinho [para a modalidade de quadra] e na Arena da
Praia de Copacabana [praia].
- O técnico da seleção brasileira masculina de basquete,
Lula Ferreira, vai com tudo em
busca do tricampeonato nos Jogos Pan-Americanos em julho. A
competição será encarada como
um treino de luxo para o Torneio pré-Olímpico, que classificará apenas duas das dez equipes competidoras. “O Pan servirá
de preparação para o Pré-Olímpico, que será uma competição
muito dura. São dez jogos em
onze dias. Temos que estar bem
preparados fisicamente”, diz o
técnico. Com a desistência dos
Estados Unidos, os principais adversários do Brasil serão Argentina e Canadá.
- Uma peça importantíssima
na armação da equipe brasileira
masculina de basquete, o jogador Leandrinho pode desfalcar a
equipe no Pan e no Pré-Olímpico de Las Vegas. O Phoenix Suns,
sua equipe na NBA, não está disposto a cedê-lo à Confederação
Brasileira de Basquete (CBB) nas
férias de 2007.
Janeiro 2007
/
Leadrinho (no alto) é destaque
na seleção de basquete. Diego
Hypólito se prepara para o Carnaval
- Com o enredo “Os deuses do
Olimpo na terra do carnaval, uma
festa do esporte da saúde e da
beleza”, a escola de samba carioca Portela vai homenagear os
atletas envolvidos no Pan-Americano. Além de apresentar as
principais modalidades disputadas atualmente, o desfile da azul
e branca vai destacar a importância do esporte na inclusão e
no desenvolvimento social, na
educação, na promoção da cultura da paz; e, na promoção da
irmandade entre os povos. Os irmãos ginastas Diego e Daniele
Hypólito participam da folia.
- Vencedor da mais tradicional prova do atletismo no Brasil, a corrida de São Silvestre,
o atleta Franck Caldeira entrou
2007 de olhos abertos para o
Pan do Rio. Ele já fez a opção
pela modalidade que disputará
nos Jogos. Caso se classifique
para a maratona e a prova dos
dez mil metros, o corredor ficará com a primeira disputa. Ele
considera a maratona uma prova
de maior visibilidade e acredita
que o calor carioca o ajudará na
competição.
ComunitàItaliana
47
moda
moda
La Bernardini
é a primeira
P
ouca gente sabe mas é de
origem italiana a primeira mulher, no mundo, a vestir
um duas-peças, nos anos 40.
Trata-se da stripper, Micheline Bernardini, que trabalhava
para um cassino na França. O
biquíni foi criado pelo estilista francês Louis Réard que
buscou inspiração no atol de
Bikini, no Pacífico, para batizar sua invenção. E no dia 4
48
Nas ondas
da moda
Foi dada a largada ao uso dos biquinis
e tendências brasileira e italiana
democratizam todos os gostos
Rosangela Comunale
de agosto de 1946, à borda de
uma piscina pública de Paris, a
stripper mostrava para todo o
mundo as peças que esbanjavam ousadia.
Apesar de ser considerada
comum em pleno século 21,
a vestimenta causou furor na
época, mesmo seguindo um estilo “comportado” demais para
os dias de hoje.
Na década de 50, atrizes
de cinema e modelos americanas ajudaram a popularizar a
obra, embora no Brasil o bi-
ComunitàItaliana
/
Janeiro 2007
quíni só viria a ser usado no
final da década. A partir daí,
vedetes como Carmem Verônica e Norma Tamar, pioneiras
no uso do duas-peças, atraíam multidões em frente ao
hotel Copacabana Palace, no
Rio de Janeiro.
“O biquini é a coisa mais
importante que surgiu desde a
invenção da bomba atômica”,
disse, na época, a lendária editora de moda das revistas americanas Harper´s Bazaar e Vogue, Diana Vreeland.
zendo o estilo sexy e, ao mesmo
tempo, remetendo aos ares da
década de 70 com a aplicação de
pedras como ônix.
Concepções à parte, o melhor
a se fazer é lembrar as palavras
do dono da grife carioca Bumbum
Ipanema, Alcindo Pereira Silva
Filho, o Cidinho, em recente entrevista à consultora Gloria Kalil.
A grife Lenny aposta nas cores da
botânica brasileira em sua coleção
Segundo ele, as tendências servem apenas como inspiração. E
ele vai além ao dizer que o Brasil
é o país que influencia os olhares
da moda praia no mundo.
— Como o perfume é da
França e o uísque é da escócia,
futebol e biquini são do Brasil.
Então tendência de praia vem de
onde? O pessoal fica com receio
de falar que a inspiração não é
de Milão, é do Brasil mesmo.
Pensam: “o que vão achar disso?” Eu miro a praia de Ipanema, tendência eu não sigo, eu
me inspiro — afirma.
E é seguindo uma outra tendência, a dos negócios, que a
marca Lenny vai ganhando espaço exportando para países como
a Itália e outros que vão da América Latina e Oriente Médio, além
de ter representações nos Estados
Unidos, na Europa e na África.
Na coleção 2007 a grife investe na geometrização das formas da botânica brasileira, nos
plissados das palmeiras em leque, nos círculos das vitórias-régias, nos verdes e azuis profundos das florestas e no laranja das
flores tropicais. As estampas têm
inspiração nos projetos paisagísticos de Burle Marx.
Não à leveza fashion
Passarelas de Milão aderem às proibições de modelos magérrimas e com menos de 16 anos em desfiles
Da Redação
F
oi-se o tempo em que beleza era sinônimo de um
corpo magro exibido por
mulheres de medidas mínimas. Depois da Espanha ter regulamentado a presença de supermodelos por idade e índice
de massa corpórea e das mortes
de algumas jovens brasileiras vítimas de anorexia [entre elas a
modelo Ana Carolina Reston, que
aos 21 anos chegou a pesar 40
quilos], é a vez da capital da moda italiana se preocupar com a
saúde de sua população através
das tendências apresentadas em
suas passarelas. Modelos muito
magras ou com menos de 16 anos
não poderão desfilar em Milão e
um código regulador foi firmado
em concordância entre a Câmara
Nacional de Moda da Itália e a
Associação de Serviços Moda.
De acordo com um comunicado divulgado pela prefeitura da
cidade, a decisão tem por objetivo “tutelar a saúde e a beleza
das jovens que desfilam nas passarelas”. A iniciativa também visa
fiscalizar a ocorrência de distúrbios alimentares em manequins.
A prefeita de Milão, Letizia Moratti, destacou que o acordo, assinado no início de dezembro, é
“fruto de um trabalho comum”,
que ficou marcado pela vontade das partes “de transmitir” aos
“jovens a importância de modelos
positivos de estilos de vida”. Entre as regras presentes no código a fundamental é que o Índice
de Massa Corpórea (IMC) das representantes das grandes marcas
não poderá ser inferior a 18,5.
Profissionais do mundo da
moda de Milão também se comprometeram a introduzir nas
escolas de modelos cursos de
alimentação, estilo de vida,
comportamento e atividade física equilibrados. E também chamarão a atenção sobre os comportamentos “inadequados e de
risco do ponto de vista da integridade psicofísica que possam
transmitir mensagens não positivas ou não educativas”.
Fotos: Reprodução
Fotos: Lenny\_MG
Q
uando, em dezembro último, a modelo brasileira Giselle Bündchen foi à
uma praia do Caribe vestindo um minúsculo biquini, certamente não poderia imaginar
os questionamentos que causaria. Afinal de contas, a moda
praia 2007 está aí. A tendência?
Justamente o contrário, segundo estilistas. As calcinhas, que
antes alimentavam os desejos
masculinos colocando à mostra
o famoso derriére da brasileira,
tiveram suas dimensões aumentadas. É isso mesmo.
Segundo a consultora de moda Regina Martelli, o fato tem
uma explicação. Ela afirma que é
preciso mais espaço para as muitas aplicações e detalhes, o que
não poderia ser feito caso fosse
disponibilizado menos pano.
Mas nem sempre as tendências “colam”. A colega de Regina,
Gloria Kalil, que o diga. Nos primeiros dias de janeiro, ela fez um
verdadeiro tour praiano em Florianópolis, em Santa Catarina, Angra dos Reis, no Rio de Janeiro,
Camburi, no Espírito Santo e em
algumas outras praias cariocas. O
resultado ela mesma revela:
— Nada de novo mesmo, a
não ser a preferência pelas sandálias havaianas metalizadas,
pelos macaquinhos, pelas batas
e pelo uso do branco, especialmente a laise branca, em calças,
blusas e sainhas. Quem apostou
que a moda da estação seriam
os maiôs inteiros e os biquinis
grandes, errou feio. Só deu biquininho.
Sinal de que as irmãs e estilistas romanas, Alessandra e
Francesca Piacentini, da grife
italiana Miss Bikini, apostaram
certo. A marca criou uma coleção de peças bem pequenas e fa-
O estilo esguio que consagrou
Naomi Campbell preocupa
autoridades. Ana Carolina
Reston morreu aos 21 anos
Em Roma, um documento foi
assinado nos moldes daquele
apresentado em Milão. Os responsáveis pelo manifesto pretendem “revalorizar o modelo
de beleza saudável, solar, generoso e mediterrâneo que a Itália
ajudou a divulgar em nível internacional”. Eles salientam que
as jovens com menos de 16 anos
“ainda não estão preparadas para o mundo profissional da moda e correm o risco de transmitir mensagens equivocadas” às
meninas de sua idade. Além disso, tanto a Câmara de Moda da
Itália como os organizadores da
semana de moda de Roma pretendem promover a inclusão nas
novas coleções de tamanhos 46
e 48.
— Sessenta por cento das
adolescentes de nosso país gostariam de ser mais magras do que
são — assinala a ministra responsável pela política relativa
à juventude, Giovanna Melandri,
depois da cerimônia de assinatura do documento, em Roma.
Apesar de não prever punições e de não ter cumprimento
obrigatório, o acordo foi aprovado pelos líderes da indústria
presentes. Eles prometeram que
as marcas vão seguir as novas regras. Do contrário, uma das su-
Janeiro 2007
/
gestões foi punir internamente
as casas que não obedecerem
ao novo código, retirando-as de
eventos importantes ou das melhores datas.
— Trata-se de uma punição
técnica. Mas essas questões técnicas são muito importantes na
moda — declara o presidente da
AltaRoma, Stefano Dominella,
que organiza os eventos de moda
de Roma.
Ainda assim, para o presidente
da Câmara Nacional de Moda Italiana, Mario Boselli, cujo grupo representa grandes marcas como Armani, Versace e Prada, o IMC nem
sempre é um indicador justo. No
âmbito das discussões sobre o documento, ele citou uma reportagem que dizia que a modelo Naomi
Campbell tem IMC abaixo de 18.
— Ela não é anoréxica e tem
boa saúde — fala Boselli.
Em 2006, o tema anorexia
[acompanhado de outro distúrbio, a bulimia] foi um dos mais
visados no noticiário brasileiro e mundial. Depois da modelo
Ana Carolina Reston, outras três
jovens morreram em São Paulo,
vítimas de anorexia nervosa. A
doença está entre os problemas
psiquiátricos mais letais apontados, segundo especialistas.
Ana Carolina, que tinha
1,72m, morreu em novembro,
com insuficiência renal depois
de passar 20 dias internada.
Ela havia passado por agências
como a Ford, Elite e L’Equipe e
também tinha experiências no
exterior. A estudante Carla Casalle, também de 21 anos, morreu na Zona Sul de São Paulo.
A jovem media 1,70m, pesava
45kg e estudava Moda.
Já a manicure Rosana de Oliveira, de 23 anos, sofreu uma parada cardíaca e morreu com 1,68
m de altura e 40 kg. A última vítima foi a estudante Beatriz Cristina Ferraz, de 23 anos, que morreu
dia na véspera de Natal no interior de São Paulo. Três meses antes de sua morte, a moça pesava
27 kg.
ComunitàItaliana
49
política
Fim de
linha
Ministro Massimo D´Alema recebe a Comunità e fala
sobre o governo Lula, o voto no exterior e assume o desejo
de romper os obstáculos econômicos entre Brasil e Itália
Fábio Lino
F
Foi na qualidade de um “velho amigo”, que o Chanceler
do governo Romano Prodi,
Massimo D’Alema, 57 anos,
veio assistir a posse para o segundo mandato do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Única liderança
estrangeira na cerimônia, D’Alema
teve uma agenda cheia. No último
dia de 2006, ele se encontrou com
o presidente e com o ministro das
Relações Exteriores, Celso Amorim. “Discutimos a necessidade de
união entre Brasil e Itália, América
Latina e União Européia”, disse ao
sair do Itamaraty.
No dia seguinte, ele recebeu
a ComunitàItaliana para uma
entrevista, na qual fez questão
de destacar as relações comerciais entre Brasil e Itália e defendeu o fim das barreiras econômicas entre os dois países.
ComunitàItaliana - O senhor tem
algum projeto para os italianos
residentes no Brasil em 2007?
Massimo D’Alema - É claro que
a presença de italianos no Brasil nos leva a ter uma atenção
especial. E isso não é fácil, pois
não temos orçamento astronômico para atender a todos. Porém,
tentaremos reforçar as instituições italianas como escolas e câmaras de comércios que são importantes para o nosso país.
CI - Como vê o voto dos italianos
residentes no exterior e como
fazer para que esse processo
melhore?
Massimo D’Alema - Em geral foi
uma experiência positiva, apesar de recente. Ainda não fizemos
50
uma análise específica. Porém, se
existiu um aspecto que temos que
lamentar foi o fato que só votou
uma porcentagem muito limitada
daqueles que têm direito. Trabalharemos para tentar melhorar e
ampliar essa oportunidade.
CI - Como o senhor analisa as relações econômicas entre América Latina e Itália?
Massimo D’Alema - Os latinoamericanos têm forte necessidade
de relacionamento com a Europa
e não há dúvidas que a Itália se
coloca como um grande país europeu que pode representar uma
ponte entre a União Européia e a
América Latina. Houve um erro de
avaliação no passado, quando parecia que a América Latina era um
continente esquecido pela globalização. Isso levou uma certa retração dos investimentos, principalmente na área financeira. Hoje
nos encontramos em posições menos favorecidas mas, mesmo assim, a Itália existe e está presente
nestes países com suas empresas.
Portanto, existem grandes investimentos que estão ocorrendo
agora e temos que traçar uma estratégia de expansão da presença italiana, inclusive apontando
a pequena e média empresa que
pode contribuir de forma original
no desenvolvimento da economia
latino-americana. Logo, nos dedicaremos a esse objetivo.
CI - E em relação ao Brasil?
Massimo D’Alema - Estamos negociando. Às vésperas do segundo turno das eleições brasileiras,
recebemos uma representação de
empresários brasileiros na Itália.
ComunitàItaliana
/
Janeiro 2007
“Às vésperas do
segundo turno das
eleições brasileiras,
recebemos uma
representação
de empresários
brasileiros na Itália.
Em março deverá vir
o primeiro-ministro
[Romano Prodi]”
Divulgação Embaixada
De Brasília — Especial para Comunità
Em março deverá vir o primeiroministro [Romano Prodi]. Estamos aqui para preparar também
essa visita, que deverá resultar
num documento com iniciativas
concretas que visam o desenvolvimento de relações econômicas
e investimentos italianos. Portanto, avaliamos que os empresários têm grandes oportunidades aqui no Brasil.
CI - A base das exportações brasileiras é o agronegócio que sofre
com barreiras protecionistas da
Europa. Como a Itália poderá ajudar o Brasil no mercado europeu?
Massimo D’Alema - A Itália tem
um intercâmbio que é favorável
claramente ao Brasil. Falando de
barreiras e incentivos, os nossos
produtos encontram mais obstáculos no Brasil e não o contrário. Nós temos uma diferença
de um bilhão de Euros. Do nosso
ponto de vista, o Brasil não pode
se queixar da Itália. Nós sustentamos durante muito tempo um
acordo comercial que favorece a
eliminação de barreiras de proteção. Mas, com certeza, esses acordos são, em parte, dificultados
pelas políticas protecionistas em
matéria agrícola dos países mais
ricos. Creio que neste momento o
principal obstáculo seja a política
de subsídios dos Estados Unidos
e não da União Européia. Após a
reforma da política agrícola européia, os subsídios estão sendo
reduzidos à sua incidência. Temos
também que dizer que, por parte dos latino-americanos, existem
barreiras políticas, especificamente nos produtos industriais e nos
serviços. Portanto, o acordo deve
comportar concessões recíprocas.
CI - O senhor acredita que, nos
próximos quatro anos de governo Lula, essa questão das barreiras tarifárias será o principal tema de negociações?
Massimo D’Alema - Creio que esse tipo de tentativa se desenvolve entre governos. Nós esperamos
que se conclua com algo de concreto. E não é fácil. Isso prevê uma
redução do sistema de proteção.
Não é acordo de livre comércio,
mas prevê cotas altas de produção
agrícola com a Europa e acredito
que se possa encontrar um equilíbrio vantajoso para todos.
CI - A diplomacia do governo
Lula nesse primeiro mandato
atuou em várias frentes: integração da América Latina, busca
de novos parceiros comerciais
na África e na Ásia, na ONU lutou
para aumento e assento no Conselho de Segurança. Com essa
diversidade de metas, como o
senhor analisa a política externa brasileira?
Massimo D’Alema - Não creio que
se pode dizer que a política externa brasileira não teve resultados. Há situações em que o Brasil
é um grande protagonista na escala internacional. É um país que
tem peso e voz nas relações internacionais e isso é um resultado. Depois, cresceu muito o papel continental do Brasil. O país
se tornou líder da América do Sul
por causa do relacionamento intenso com todos os países. Isso
tem vantagem do ponto de vista
da segurança e estabilidade, inclusive no desenvolvimento econômico brasileiro.
CI - E do ponto de vista do resto
do mundo?
Massimo D’Alema - Do ponto de
vista mundial, devemos considerar que as coisas estão mudando
rapidamente. Existem países que
emergiram e são protagonistas. O
Brasil faz parte desse grupo. Hoje,
eu tenho que dizer que, ao lado
do G8, o Brasil, a Índia e outros
grandes países asiáticos representam uma nova realidade muito
consistente. A verdade é que, entretanto, a outra parte do mundo
permaneceu marginalizada e, portanto, não se pode mais falar em
países em desenvolvimento porque há nações marginalizadas.
CI - Como o senhor vê o atual
Conselho de Segurança das Organizações das Nações Unidas
(ONU) e a necessidade de reformulação, que é uma das reivindicações brasileiras?
Massimo D’Alema - Nós achamos
que a idéia de aumentar o número de países no Conselho de Segurança não corresponde a uma
necessidade. Neste ponto, existe
uma diferença de opinião. Claro
que nós não queremos tirar nada
da legitimidade das inspirações
brasileiras. O Brasil é um grande país e age legitimamente por
um reconhecimento do seu papel internacional. A ONU reflete um equilíbrio de força depois
da segunda guerra mundial, mas,
mesmo assim, não saímos dessa
configuração com aumento dos
membros permanentes do Conselho de Segurança. O grande risco
é de se criar um grupo de países que comanda e outro não. O
Janeiro 2007
/
Conselho de Segurança deve dar
assentos às representações de
grandes regiões do mundo. Nós
lutamos para que tenha um representante europeu. Temos que
encontrar um mecanismo mais
aberto e democrático.
CI - No início do primeiro mandato do governo Lula, o mundo ficou
com medo, pois temia que esse
governo de esquerda pudesse
levar o país a bancarrota. A credibilidade do Lula aumentou? Lula
representa uma nova esquerda?
Massimo D’Alema - Sim. Esse é o
grande desafio da esquerda que
teve que conciliar os seus ideais
com a lógica de uma economia
aberta e de uma sociedade pluralista. O Brasil está fazendo isso.
No passado, muitos tinham um
grande medo do Lula. Estive no
Brasil durante a campanha eleitoral no primeiro mandato para
dar uma força como vice-presidente internacional socialista.
Por conta disso, o nosso relacionamento é bem antigo e começa antes da campanha eleitoral.
Mas existia uma grande preocupação no mundo empresarial.
Eu me lembro de ter encontrado muitos empresários italianos
que operam no Brasil e que eram
muito amedrontados com a idéia
que Lula pudesse ganhar as eleições. Temiam nacionalização e
falta de respeito de acordo. Eu
lembro de ter intermediado um
diálogo direto entre o presidente Lula e os empresários italianos
em São Paulo. Ele explicou suas
intenções. Dissemos a eles que
não podiam ter medo da eleição
do Lula porque representava uma
esquerda moderna. Tenho que dizer que o empresariado brasileiro
encontrou um interlocutor sério,
o Luiz Fernando Furlan [ministro
do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior] nesse governo de esquerda. Nesse sentido, acredito que Lula representa
uma esquerda moderna que segue a justiça social, a dignidade
do trabalho e, ao mesmo tempo,
faz isso respeitando uma economia de mercado. Até os Estados
Unidos, que perderam a influência na América Latina, olham
com interesse a experiência brasileira e estão buscando reforçar
o diálogo com Lula. O presidente Brasileiro é considerado pela América do Norte um grande
interlocutor e não somente pela
esquerda européia.
ComunitàItaliana
51
da história
de vida de
seus
antepassad
os. A seu
pai, Ettore
,
um advoga
do italiano
, de Gênova,
ele presta
uma homen
agem,
registrand
o aqui um
pouco dos
sacrifícios
e aventura
s só vivido
s
por quem t
eve a garr
a e a corag
em
de deixar a
terra natal
em busca
de um sonh
o a ser con
cretizado:
“conquistar a A
mérica
Depoimento à r
epórte
Sílvia Souza r
O
Brasil é um país de muitas
raças e diferentes níveis sociais. Sabe acolher e abraçar
qualquer que seja o indivíduo, independente de sua etnia ou
classe social. A minha história é um
retrato dessa mistura. Sou natural
de Petrópolis, filho de uma amazonense e de um imigrante italiano
que rumou ao Brasil atrás de um sonho e, é claro, de aventura. E essa
é uma homenagem a todos os imigrantes que, como meu pai, vieram
para cá. Com seus sonhos e histórias
de vida enfrentando muita dificuldade até se sentirem realmente em casa. Porque o Brasil é um
pais de todos e para todos.
Falar de minha relação com a
Itália é contar a história de meu
pai. Ele era advogado e gostava de
escrever. Seu nome: Ettore Angelo Geovani Rosani, nascido em Gênova, em 1939. Morou em Torino,
para onde se transferiu com meu
avô Andrea Rosani, local onde, em
pouco tempo, ficou conhecido na vizinhança, por mérito das causas ganhas com empenho.
Vivendo naquele mundo, era evidente que o jovem seguiria o caminho trilhado por seu pai. Mas estava
cansado de uma vida resumida a ir
ao trabalho e voltar para casa. Então, ele, que cresceu perto dos Alpes e adorava o mar mediterrâneo
[inclusive tinha carteira de marinheiro para navegar com embarcações de pequeno porte], decidiu
buscar um lugar que preenchesse suas necessidades de aventureiro. Um
amigo do trabalho falou-lhe do Bra52
ComunitàItaliana
musica
Como todo desc
endente, o
leitor
Alexandre Rosa
ni, sente o
rgulho
/
sil. Mas seu desejo era conhecer a
Austrália e realizar o sonho de ter
uma fazenda em meio à natureza.
Passaram-se meses e meu pai encontrou-se com outro amigo, da
época da faculdade e que queria
muito vir ao Brasil. Influenciado pelos comentários nas rodas de
amigos sobre o país tropical, ele
conseguiu uma licença no escritório onde trabalhava, deixou sua mulher e filhos e veio ao Brasil com o
amigo Sandro. Desembarcando no
Rio de Janeiro, foi paixão à primeira vista.
Tudo era novidade naqueles anos
70. Meu pai se encantou pela qualidade de vida e o modo pelo qual as
pessoas trabalhavam. Em pouco tempo havia conhecido também Minas
Gerais e Mato Grosso. Terminada
sua licença, tinha a certeza de que
retornaria ao Brasil em breve. E
para ficar em definitivo. Afastando-se de seu trabalho, comunicou a
sua família e voltou enquanto todos
se perguntavam: por que abandonar
tudo e arriscar?
Veio com a mulher e os filhos.
Na verdade, ele não achava uma boa
idéia trazer sua família [o casamento atravessava uma crise]. Aqui,
ele se separou casando-se com minha
mãe. Sua ex-mulher, Irene Carrera, encantada com o Rio, não quis
retornar a Itália. Como era professora, começou a dar aulas particulares de italiano e logo lecionaria
no Instituto Italiano de Cultura,
no Rio de Janeiro. Infelizmente,
ela faleceu aos seus 65 anos de idade, em outubro de 2003.
Janeiro 2007
”.
Com minha mãe, papai teve a
mim e meu irmão. Minha família
sempre foi um pouco nômade. Moramos na fazenda que ele tanto
almejava, no Mato Grosso do Sul,
perto de Coxim. Naquela época, ele
dizia que ali era um verdadeiro
velho oeste. Todos com suas pistolas
na cintura.
Permanecemos nesse estado por
mais ou menos 12 anos. Depois, num
belo dia, não sei por que, afinal era
pequeno, vendemos tudo e fomos para o litoral. Escolhemos Porto Seguro, no Sul da Bahia. Ali, permanecemos por dez anos, tendo uma
pousada pequena e um barco de pesca como fontes de renda.
Lembro-me de noites em que
dormíamos no barco temendo os
comuns roubos em embarcações. Era
um barato! Levávamos um isopor
com tudo que queríamos e precisávamos para passar a noite. Depois,
retornamos ao Mato Grosso. Quer
dizer, papai e mamãe, pois eu já
era adulto e morava sozinho no Rio
de Janeiro.
Foram quase trinta anos de viagens, mudança e amizades, e foi
isso que fez com que esse italiano
criasse uma relação de amor e respeito por esse país abençoado por todos. Ettore Rosani faleceu em agosto de 2004.
Rio de Janeiro,
Alexandre Rosani,
26 anos
Mande sua história com material fotográfico para:
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Immagini
sonore
Ennio Morricone è premiatoo e
incanta Milano col concerto di Natale
Guilherme Aquino
Lo spettacolo è stato
una specie di serenata
cinematografica
Corrispondente • Milão
P
iazza del Duomo, al centro
di Milano, è diventato un
auditorium all’aperto per il
concerto di Natale. Migliaia
di persone hanno affrontato la
pioggia fina per vedere, dal vivo,
la presentazione del compositore
Ennio Morricone. Uno show cinematografico, letteralmente. Autore di oltre 350 colonne sonore, il
maestro italiano ha accompagnato dialoghi e scene come mai nessun altro aveva fatto. E molti film
sono rimasti segnati nella memoria delle platee di tutto il mondo
grazie alle musiche di Morricone.
Non per caso, ha aperto il concerto proprio con le note di “Per un
pugno di dollari”, di Sergio Leone, con Clint Eastwood. Il fischio
inconfondibile ancora oggi echeggia attraverso la storia del cinema. Ma nel repertorio c’erano altre musiche indimenticabili, come
la colonna sonora di “La Missione”, “C’era una volta in America”, “Nuovo Cinema Paradiso” tra
i molti altri.
Le due ore di spettacolo sono
passate cosí rapidamente come se
si vedesse un buon film. Il tempo
passava senza che nessuno se ne
rendesse conto. Gli ombrelli aperti,
uno accanto all’altro, hanno creato
una scenografia e un’intimità raramente viste in uno spazio pubblico. Mentre l’orchestra sfilava una
ad una le perle del repertorio del
maestro romano, la platea si lasciava rapire dall’emozione. Lacrime e
sorrisi si alternavano alle canzoni
che toccavano il cuore di ognuno
degli spettatori. Il concerto di Natale è stata una specie di serenata
cinematografica, una dichiarazione
d’amore alla settima arte. Bastava
chiudere gli occhi per ‘vedere’ e ricordare con chiarezza le immagini dei film la cui colonna sonora è
stata creata da Morricone.
Il silenzio profondo era rotto
soltanto dagli applausi alla fine di
ogni numero. Ed era anche segno
di rispetto e ammirazione per colui che trasformava, e ancora trasforma, la musica in un elemento
di prima grandezza all’interno di
un film.
Ignorato dall’Accademia di
Hollywood ma successo di pubblico, finalmente otterrà i suoi allori.
Il 25 febbraio il maestro romano
andrà negli Stati Uniti per ricevere
l’Oscar per la carriera. Dopo quattro indicazioni e nessuna conquista, l’industria cinematografica fa
la pace con la propria coscienza e,
è chiaro, con il pubblico, e “dà a
Cesare quel che è di Cesare”.
— Penso che l’unica ingiustizia sia stata quando ho perso per
il film “La Missione” – ha commentato lui, umile, dopo aver saputo
che, stavolta, nessuno lo sorprenderà nella corsa al premio più ambito del cinema.
La statuetta dello “ometto dorato” era l’unica che mancava nel
suo scaffale di trofei, nella sua
casa di Roma. “Da qui esco solo quando morirò”, dice di solito
riguardo agli innumerevoli inviti
per lavorare negli USA oppure anche per venderla.
Janeiro 2007
/
Ma si sbaglia chi pensa che
l’Oscar vada al maestro romano con
odore di naftalina in fine carriera
come premio di consolazione. Al
contrario di ciò che di solito succede, stavolta l’Oscar va ad un Morricone più attivo che mai. È pieno
di salute e, attualmente, lavora alle
colonne sonore di due film.
Uno è la continuazione di “Gli
intoccabili”, la saga dei promotori che arrestarono Al Capone, il
gangster di Chicago. E l’altro film,
ancora senza titolo, è su una Stalingrado occupata dai nazisti durante la Seconda Guerra Mondiale, del regista italiano Giuseppe
Tornatore. Anzi, con lui Morricone aveva già firmato le musiche
di “Nuovo Cinema Paradiso” e
“Malena”, successi di critica e di
pubblico. Musiche che hanno incantato le platee di tutto il mondo, ma non gli elettori dell’Accademia. Per questo ed altri motivi,
Morricone continuerà sempre ad
essere un forte concorrente e mai
un semplice spettatore.
ComunitàItaliana
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Fotos: Reprodução
il lettore racconta
Sapori d’Italia
Os chefs Alessandro
Segato e Marcelo Magaldi
Fotos: Reprodução
Leveza
feminina
Marcos Petti
Salada recebe nome de mulher em
restaurante com um público 70% feminino
S
ão Paulo – O verão apenas começou e com ele vem a recomendação de uma alimentação balanceada e saudável nesses
dias quentes. Para os apreciadores de saladas dos mais diferentes tipos aqui vai uma sugestão de folhas verdes com
manga e salmão.
Aliás, um toque bem mediterrâneo a acompanha na composição
com o sabor da fruta tropical. A manga Hadem é fácil de ser encontrada. Elaborada pelo chef Marcelo Magaldi, a Salada Janice [em
homenagem à sua sócia] faz jus ao nome. Até mesmo pelo fato de
70% da clientela do seu mais novo empreendimento gastronômico
na cidade, o Passaparola [que em italiano significa “passar a palavra
adiante”], ser freqüentado por mulheres na hora do almoço, segundo Magaldi.
O chef percebeu que elas preferem uma refeição light nesse horário, por isso criou um prato adeqüado às suas preferências. A receita
para a elaboração de bons pratos contém um ingrediente indispensável: o bom astral.
— Se você está de bem com a vida, faz coisas criativas — revela.
Natural de São Paulo, ele exibe em seu currículo com experiência em restaurantes de renome e cursos de aprimoramento no exterior. O chef iniciou sua carreira há 18 anos no então Fasano, da Haddock Lobo, pilotado na época por Luciano Boseggia, considerado
Salada Janice
500 gr. de folhas verdes variadas;
200 gr. de salmão defumado;
100 gr. de amêndoas laminadas e torradas;
1 manga Hadem;
200 gr. de iogurte natural;
30 gr. de manjericão fresco picado;
150 ml. de azeite extra-virgem;
Suco de 1 limão siciliano;
Sal a gosto
Rasgue as folhas em pedaços médios e misturar todas. Em seguida, corte a manga em lâminas e divida em 4 porções.
Misture o manjericão picado com o iogurte e acerte o sal. Bata o
azeite com o limão siciliano e o sal a gosto. Reserve.
Divida as folhas em 4 pratos ou saladeiras e distribua as fatias
de manga, o salmão defumado e as amêndoas torradas entre eles.
Regue primeiramente com o molho de iogurte e em seguida com o
molho de limão siciliano. Sirva em seguida. Bom apetite!!
seu “pai” na gastronomia e quem lhe deu grande incentivo para se apaixonar por esta arte. Marcelo descobriu
a vocação para a confeitaria, assumindo esta seção no restaurante Cardinale, também em São
Paulo, de propriedade de Boseggia. Foi trabalhando lá que participou, em 2000, do
concurso Jovens Talentos Pâtisserie do
Brasil, de onde levou o troféu Batedor de Ouro e um curso de aprimoramento nos Estados Unidos, com o
Chef Patissier francês Gilles Renusson. De acordo com Magaldi, o novo restaurante se preza pela forte
tendência mediterrânea em seu cardápio. Foi inaugurado em outubro
do ano passado, em parceria com o
chef Alessandro Segato, dono de sua
própria marca.
Serviço: Rua Jacques Felix, 239 – Vila Nova
Conceição – São Paulo.
Tel.: (11) 3044-4949
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